universidade cÂndido mendes pÓs-graduaÇÃo … appolinÁrio bahia.pdf · cervo e bervian...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL: UMA QUESTÃO SÓCIO-POLÍTICA
por:
Aline Appolinário Bahia
Orientadora:
Profª Diva Nereida
Rio de Janeiro
Julho de 2005
2
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL: UMA QUESTÃO SÓCIO-POLÍTICA
Esta publicação atende a complementação didático-
pedagógica de metodologia da pesquisa e a
produção e desenvolvimento de monografia, para o
curso de pós-graduação em Orientação
Educacional.
Por:
Aline Appolinário Bahia
3
AGRADECIMENTO
Agradeço primeiramente a Deus, por ter me permitido iniciar e concluir
mais uma etapa de minha vida; por Seu amor infindável e por Sua
fidelidade imutável. A Ti meu primeiro e maior amor.
Agradeço também a todos que contribuíram de forma direta e indireta
em minha formação e em minha vida.
4
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo principal discutir o tema: Orientação
Educacional: Uma Questão Sócio-Política, ou seja, esta monografia se propõe
discutir a função do orientador como um mediador da relação escola / família.
Esta monografia tenta desmistificar a idéia de que o profissional da
Orientação Educacional não desqualifica o professor, ao contrário, auxilia o
educador em sua prática diária, de forma que o discente possa desenvolver toda a
sua potencialidade.
Diante de tal problema, buscar a melhoria no relacionamento interpessoal
se constitui a base sobre a qual este estudo se justifica. Visto que o senso comum
e alguns profissionais da educação por falta de conhecimento desmerecem este
profissional, não vendo assim espaço de atuação no âmbito escolar.
Refletir sobre o orientador educacional significa buscar um meio de facilitar
o aprendizado dos alunos, buscando o desenvolvimento de todo o potencial,
fazendo com que os mesmos se sintam parte da comunidade / sociedade.
5
METODOLOGIA
A escolha do tema se deu devido à necessidade de saber mais sobre
orientação educacional, visto que durante a graduação o papel deste profissional
era completamente inexistente considerando o fato de que o estudo foi todo
direcionado à área da educação.
Como pode existir uma escola sem orientador? Como podem supor
educação sem orientação? É necessário que haja uma pessoa responsável pelo
relacionamento entre a família e a escola; é fundamental que haja alguém
responsável por aconselhamento, por ajudar a encaminhar profissionalmente o
estudante, dentre outras atribuições destinadas ao orientador.
A proposta desta monografia é esta, mostrar o papel deste profissional e ao
contrário do que muitos acreditam, valorizar o papel do professor; pois se houver
na escola um orientador educacional, o papel do professor será muito mais fácil.
A pesquisa qualitativa, referencial metodológico utilizado neste estudo, é
social, já que a preocupação do pesquisador não é com a representatividade
numérica do grupo pesquisado, mas com o aprofundamento da compreensão de
um grupo social, de uma organização, de uma instituição, de uma trajetória etc.
(Goldenberg, 1998). Segundo Bogdan e Biklen (apud Lüdke e André, 1986:45) “a
pesquisa qualitativa envolve a obtenção de dados descritivos, adquiridos através
do contato direto do pesquisador com a situação estudada (...) e se preocupa em
retratar a perspectiva dos participantes”.
A escolha da pesquisa bibliográfica como categoria de pesquisa se deu
devido à necessidade de se entender como, histórica e teoricamente, o papel do
orientador educacional se deu e se desenvolveu, e como foram criadas novas
6
formas de pensar devido à busca por aspectos ainda não descobertos por
pesquisadores anteriores.
Larosa e Ayres (2005:12) afirmam que “a pesquisa proporciona um
questionamento crítico e criativo dos problemas sociais, ou seja, deixa-se o
discurso de lado e buscam-se as razões, discute dialeticamente o problema, até
encontrarem-se soluções possíveis. Assim, viabiliza-se o trabalho monográfico em
busca de um ganho social.
Cervo e Bervian (1983:55) afirmam que a pesquisa bibliográfica “busca
conhecer e analisar as contribuições culturais ou científicas do passado existentes
sobre um determinado assunto, tema ou problema” e ainda que esta procure
“explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em documentos”.
A pesquisa bibliográfica não é mera repetição do que já foi dito ou escrito
sobre certo assunto, mas propicia o exame de um tema sob novo enfoque ou
abordagem, chegando a conclusões inovadoras (Manzo apud Lakatos e Marconi,
1991:183).
De acordo com os autores descritos a seguir, a pesquisa bibliográfica
divide-se em oito fases, sendo elas: escolha do tema, elaboração do plano de
trabalho, identificação, localização, compilação, fichamento, análise e
interpretação, redação (Lakatos e Marconi, 1991:44)
O tema refere-se ao assunto que se deseja estudar e pesquisar, ou seja, o
papel do orientador educacional e a não desqualificação do ser docente. Quando
o interesse de buscar sobre orientação educacional aumentou, o
desconhecimento acerca do assunto sobredito foi imediatamente transformado em
curiosidade epistemológica. Daí surgiu a vontade de saber mais e colocá-lo como
tema principal deste trabalho acadêmico.
7
A elaboração do plano de trabalho visa a estruturação do mesmo, ou seja, é
o momento de planejar quais os assuntos que serão abordados e que tenham
relação com o tema em questão, como a monografia será dividida e subdividida –
capítulos e sub-capítulos, ou seja organizar a introdução, o desenvolvimento e a
conclusão. A primeira parte – introdução – contextualiza o tema e explica a
importância do estudo. A segunda parte é o desenvolvimento. Momento este que
aborda a história da orientação educacional. Ainda no desenvolvimento, o quinto
capítulo aborda os atuais pressupostos defendidos pelos autores. O sexto
capítulo mostra a área de atuação do profissional da orientação educacional. A
terceira e última parte da elaboração do plano de trabalho é a conclusão. Espaço
reservado para concluir como o profissional auxilia no trabalho educacional e no
trabalho docente.
A identificação é a busca de documentos – textos, artigos, livros, sites e
outros – que seriam utilizados para compor a estrutura teórica do trabalho. A
procura por textos que falassem de orientação educacional foi extensa,
principalmente por se tratar de uma abordagem qualitativa com pesquisa
bibliográfica. Porém encontrá-los foi tarefa árdua, como mencionado
anteriormente. Os temas orientação educacional e qualificação docente,
isoladamente, são muito discutidos, mas encontrar textos que abranjam os dois
temas juntos foi muito difícil, quase impossível.
Realizada a localização e a compilação do material, o próximo passo foi o
fichamento de todos os textos lidos. É através da leitura informativa – que visa
coletar informações úteis à realização do trabalho – que a compreensão e
entendimento dos textos foi possível, pois ela visa principalmente responder a
questões específicas (Cervo e Bervian, 1983). Este passo procura selecionar
quais eram os aspectos mais importantes dos textos.
8
A análise e interpretação é o momento em que é realizada a crítica do
material bibliográfico. Esta crítica pode ser externa – feita sobre a importância e o
significado do documento – e interna – que é a tentativa de certificar o sentido
exato que o autor quis exprimir. A consulta a autores já renomados e a utilização
de textos utilizados durante o curso foi um diferencial. Toda esta documentação
trata-se de material de profunda importância e significado bibliográfico. O
tratamento dos textos foi realizado de forma a entender o que os autores quiseram
exprimir com as afirmações. A interpretação dos textos é importante para a busca
do verdadeiro significado de forma que as deduções mais amplas possam
aparecer.
A redação é a última fase da pesquisa bibliográfica. Todo este trabalho
compreende as etapas constituintes da pesquisa bibliográfica e corresponde a
uma síntese dos pontos mais importantes a serem destacados no trabalho.
Trabalhar os textos – analisar, interpretar e reescrever – e verificar o
desenvolvimento das teorias foi outro fato ocorrido durante a pesquisa
bibliográfica. Considerar aspectos importantes e não atentar a outros já superados
– ultrapassados – é uma tarefa que exige atenção e leitura de vários autores /
pesquisadores que discorrem sobre o específico assunto.
9
SUMÁRIO
1. Introdução ......................................................................................................... 10
2. História da Orientação Educacional .................................................................. 12
3. Fundamentação Teórica ................................................................................... 16
3.1. Teorias Behavioristas (Comportamentalistas) ............................................... 16
3.2. Teorias Interacionistas ................................................................................... 17
3.3. Abordagens Filosóficas .................................................................................. 23
4. Papel do Orientador Educacional ..................................................................... 32
4.1. Orientação Profissional / Vocacional ............................................................. 34 4.2. Orientação Educacional ................................................................................. 35 5. Conclusão ......................................................................................................... 40
10
1. INTRODUÇÃO
Ao ter contato com os ensinamentos propostos em sala de aula, durante o
curso de pós-graduação em orientação educacional, deparei-me com um
problema: Por que o senso comum e até alguns profissionais da educação
acreditam que o orientador educacional desqualifica o papel docente? A partir daí
tive o interesse despertado por este tema.
Algumas hipóteses podem ser levantadas para o problema acima, como: a
existência de um profissional da educação pode significar a intromissão do
trabalho do professor; e ainda que o professor deixaria de ter autonomia.
Buscando justamente o inverso, é que esta monografia tem como objetivo
tentar desmistificar a crença, baseada no senso comum, de que o profissional da
Orientação Educacional não desqualifica o professor, e ao contrário, auxilia o
educador em sua prática diária, de forma que o discente possa desenvolver toda a
sua potencialidade. Esta proposta se dá através de uma leitura crítica
fundamentada em literatura disponível sobre o assunto.
Este estudo visa um maior comprometimento com o aluno, visto que o
mesmo é o sujeito da educação, para que todos estejam preparados a fim de lidar
com as diferenças existentes.
A procura por livros que abranja o tema aqui encontrado foi intensa, mas
encontrá-los foi tarefa quase impossível. Alguns pesquisadores reconhecem a
necessidade do orientador educacional na escola, e outros legitimam o papel do
professor e sua real qualificação. No entanto, a fusão dos temas outrora
mencionados quase não é motivo de pesquisa por parte dos autores. Além disso,
percebi que este trabalho poderia servir como fonte de (di)fusão e esclarecimento
sobre os temas sobreditos.
11
Assim, a busca do melhor relacionamento interpessoal no espaço escolar
constitui a base sobre a qual este estudo se justifica, dado que, como resultado do
mesmo, espero poder contribuir para a mudança de comportamento de alguns
profissionais da educação, que por falta de conhecimento acreditam que a função
do profissional da orientação educacional desqualifica o papel do professor.
Este trabalho divide-se em cinco momentos, sendo a Metodologia a
primeira divisão, utilizada para defender as idéias aqui propostas. O segundo
momento refere-se à Introdução, espaço de contextualização e justificativa para a
pesquisa. A terceira parte trata da História e definições da Orientação
Educacional. O quarto momento fala sobre o Papel do Orientador Educacional. E
a quinta e última divisão aborda as Considerações Finais.
12
2. HISTÓRIA DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
No princípio – na década de 20 – a orientação educacional ainda não fora
determinada em lei, porém ainda que a profissão não tivesse sido regulamentada
foi sentida a necessidade deste profissional. Maia e Garcia (1995:11) afirmam que
em 1924 foi criado o termo “orientador educacional” para alunos de curso de
mecânica.
A Escola Nova foi um movimento de grande importância para a criação da
orientação educacional. A escola, neste momento, era olhada como um
instrumento de preparação para o mercado de trabalho, e o orientador
educacional entrou nesta lacuna como um orientador vocacional. Maia e Garcia
(1995) afirmam que os “profissionais da educação, influenciados pelas idéias do
escolanovismo, deslocam o debate para o âmbito mais restrito do técnico-
pedagógico(...)”, ou seja “o papel do orientador educacional seria o desvelamento
das aptidões que o indivíduo possui naturalmente”.
Desde 1942 as leis brasileiras fazem obrigatória a orientação educacional
nas escolas. Na maior parte dos casos, os orientadores educacionais são
consultores para a Direção e interlocutores entre os pais, o aluno e a escola.
Disciplinam o estudante, reúnem-se, e discutem problemas didáticos e
disciplinares com os professores e os pais do aluno, aplicam e interpretam testes
padronizados, promovem eventos que estimulam o relacionamento interpessoal, e
aconselham o encaminhamento a psicólogos e psiquiatras dos casos de desvios
mais complexos. A idéia é que essa atividade se estendesse um pouco mais, ou
se dividisse em duas especialidades atuando conjuntamente, para que houvesse
espaço para a atividade educativa aqui proposta.
É interessante registrar que a história da legislação concernente ao
orientador educacional evidencia que o aluno está sempre abaixo deste
13
profissional. Ele sabe mais, ensina, aconselha, guia. Os fragmentos retirados das
leis dão exemplos deste fato:
Decreto-Lei nº 34.742, de 21/12/1953:
Art. 321: “A função do orientador educacional no colégio é de guia, conselheiro,
confidente dos alunos (...)”.
Decreto-Lei nº 4073, de 09/02/1942:
Art. 81: “É função do orientador educacional, mediante as necessárias
observações, cooperar no sentido de que cada aluno se encaminhe
convenientemente nos estudos e na escolha de sua profissão, ministrando-lhe
esclarecimentos e conselhos (...)”.
Por outro lado, este mesmo profissional tem a função de “colaborar leal e
diligente com os professores e administração do estabelecimento” (Siqueira apud
Decreto-Lei nº 34.742). Ou seja, o mesmo orientador que “vê” o aluno
hierarquicamente abaixo de seus olhos; é olhado da mesma maneira pelo corpo
escolar.
Historicamente o aconselhamento é uma relação unilateral. Freire (1996)
afirma que a relação com o discente deve ser bilateral:
“Uma das tarefas mais importantes da prática educativa-
crítica é propiciar as condições em que os educandos em
suas relações uns com os outros e todos com o professor ou
professora ensaiam a experiência profunda de assumir-se.
Assumir-se como ser social e histórico, como ser pensante,
14
comunicante, transformador, criador, realizador de sonhos
(...)”.
Logo, a relação ao longo do tempo foi se modificando e assim deve ser; até
porque nós, “homens e mulheres, somos os únicos seres que social e
historicamente nos tornamos capazes de aprender, de transformar” (Freire,
1996:77).
“Saber que devo respeito à autonomia, à dignidade e à
identidade do educando e, na prática, procurar a coerência
com este saber, me leva inapelavelmente à criação de
algumas virtudes ou qualidades sem as quais aquele saber
vira inautêntico, palavreado vazio e inoperante”. (Freire,
1996:69).
Durante muitos anos este profissional foi empregado e respeitado.
Desempenhar a função de orientação educacional era um privilégio, pois ajudar ao
educando a superar dificuldades emocionais, a escolher a sua profissão, dentre
outras atribuições, era sem dúvida uma dádiva. Hoje embora esse seja um papel
fundamental, muitas escolas não têm mais esse profissional na equipe, o que não
significa que não exista alguém desempenhando as mesmas funções. Atualmente
qualquer educador pode ajudar o aluno em suas questões pessoais, quando na
verdade, o mesmo não tem formação para tanto. É importante registrar ainda que,
quando um docente desempenha a mesma função de um orientador, o mesmo
fica sobrecarregado em suas funções.
A Lei nº 5.564, de 21 de Dezembro de 1968, provê sobre o exercício da
profissão de orientador educacional:
- Art. 1º A orientação educacional se destina a assistir ao educando,
15
individualmente ou em grupo, no âmbito das escolas e sistemas escolares de nível
médio e primário visando ao desenvolvimento integral e harmonioso de sua
personalidade, ordenando e integrando os elementos que exercem influência em
sua formação e preparando-o para o exercício das opções básicas.
- Art. 5º Constituem atribuições do orientador educacional além do
aconselhamento dos alunos e outras que lhe são peculiares, lecionar as
disciplinas das áreas da orientação educacional.
Percebendo o que a lei determina, é importante considerar que embora o
orientador educacional receba, durante sua formação, uma carga significativa de
fundamentos da psicologia; quem deve se responsabilizar pela formação do
orientador é um outro orientador. Alguém que pense da mesma forma, que tenha
a mesma formação e que entende efetivamente o que esta profissão representa.
Um aspecto que deve ser considerado que o orientador educacional não
deve ser confundido com o psicólogo escolar. Este último tem uma dimensão
terapêutica de atendimento. O orientador educacional lida mais com assuntos que
dizem respeito a escolhas, relacionamento com colegas, vivências familiares.
No entanto, a psicologia foi uma ciência muito importante para a formação
do orientador educacional. Veremos no próximo capítulo alguns pressupostos e
teorias que fundamentam esta formação.
16
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Como mencionado no capítulo anterior, muitos pressupostos da psicologia
foram utilizados na formação do orientador educacional. Vejamos alguns teóricos
que contribuem para a orientação:
3.1. Teorias Behavioristas (Comportamentalistas):
Tem como representante desta teoria: B. Skinner, I. Pavlov e Watson. Esta
teoria afirma que todo o conhecimento provém da experiência.
Coutinho e Moreira (1997:53) afirmam, baseados nos autores acima
mencionados, “que os indivíduos aprendem através das conseqüências de suas
ações. As pessoas tendem a repetir o comportamento satisfatório e a evitar
aqueles que não trazem satisfação”. Skinner, em sua teoria, defende a idéia de
que há o “reforço por imitação”, ou seja, “quando se observa alguém ser reforçado
por causa de algum comportamento emitido, a tendência é imitar aquele
comportamento”. Podemos entender estas afirmações se pensarmos em um
grupo de adolescentes. Uma vez que conseguem atingir seus objetivos, os
mesmos repetem a mesma ação. Como o orientador educacional deve intervir?
Conversando, aconselhando e fazendo com que os mesmos adolescentes
percebam e se vejam na posição de outras pessoas.
Estas e outras contribuições da teoria comportamentista foram de grande
valia para educação. Vejamos outras:
- O ambiente é fator primordial na aprendizagem e no desenvolvimento humano;
- A aprendizagem decorre da relação estímulo-resposta e das conseqüências de
ações praticadas, tendo como objetivo a aquisição de novos comportamentos ou a
modificação dos já existentes;
17
- O ensino resulta do planejamento de reforços através dos quais o aluno é levado
a adquirir ou modificar um comportamento.
3.2. Teorias Interacionistas:
Alguns representantes merecem destaque, como: Vygotsky, Wallon e
Piaget. Esta teoria explica o conhecimento mediante a participação tanto do
sujeito, quanto dos objetos do conhecimento, o que resulta na construção das
estruturas do sujeito.
Lev S. Vygotsky (1896-1934)
Coutinho e Moreira (1997) afirmam que Vygotsky foi o primeiro psicólogo
moderno a sugerir os mecanismos pelos quais a cultura torna-se parte da
natureza de cada pessoa, influenciando a sua ontogênese. O homem, ao mesmo
tempo que age sobre a natureza externa e a modifica, modifica sua própria
natureza.
O surgimento da linguagem no homem é um dos fatores que mais
diferencia o homem do animal. É a linguagem que desenvolve a inteligência, pois
é justamente ela que transforma o ser biológico em ser social. A linguagem dá
experiência ao homem, pois decorre das relações sociais.
Vygotsky trabalha com o desenvolvimento do homem buscando
compreender a origem e a trajetória do pensamento e da linguagem, pois acredita
que embora sejam independentes, exista uma estreita ligação entre estes dois
fenômenos. A associação entre pensamento e linguagem é atribuída à
necessidade de intercâmbio dos indivíduos, por exemplo, durante o trabalho, pois
por um lado o trabalho exige a utilização de instrumentos para a transformação da
18
natureza e por outro o planejamento para a ação coletiva, isto é, a comunicação
social (Taille, Oliveira e Dantas, 1992).
A aplicação dos pressupostos de Vygotsky na condução do ensino pode
alterar de modo radical a postura docente em face de questões relacionadas a
aprendizagem. A passagem do não conhecimento ao conhecimento encontra
obstáculos, muitas vezes, resultantes do insuficiente desenvolvimento do aluno.
Procedimentos didático-pedagógicos que propiciem o desenvolvimento do uso da
linguagem oral e escrita podem constituir-se em germes do desenvolvimento da
capacidade de abstração.
“O único bom ensino é o que se adianta ao desenvolvimento” (Vygotsky
apud Coutinho e Moreira, 1997:73). Desenvolvimento aqui entendido não como
inexistente, mas como incompleto, inicial, broto de desenvolvimento, como se
referiu a ele o autor.
O que se enfatiza é o papel que a escola pode e deve ter no sentido de
ensinar a criança a aprender, ou seja, de permitir-lhe trabalhar além do nível de
desenvolvimento real, mobilizando a sua zona de desenvolvimento proximal
(potencial), mediante vivências pedagógicas que a ajudem não só a construir o
conhecimento, mas a evoluir-se cognitivamente.
Henri Wallon (1879-1962)
“Na psicogenética de Henri Wallon, a dimensão afetiva ocupa lugar central,
tanto do ponto de vista da construção da pessoa, quanto do conhecimento” (Taille,
Oliveira e Dantas, 1992).
19
Coutinho e Moreira (1997) afirmam que “a grande originalidade de Wallon
foi abordar o estágio emotivo que se forma por volta de seis meses e que se
caracteriza pela passagem do orgânico ao psíquico”.
Wallon identificou e descreveu os quatro primeiros estágios de
desenvolvimento psicomotor da criança, são eles:
- Impulsivo
- Emotivo
- Sensitivo-motor
- Projetivo
Ao longo desses estágios, o desenvolvimento aparece descontínuo, cheio
de contradições e de conflitos, resultado da maturação e das condições
ambientais, de modo a provocar alterações qualitativas no seu comportamento
total e no desenvolvimento da personalidade. É fundamental que o orientador
educacional seja capaz de perceber todos os conflitos que o educando passa, pois
a personalidade deste aluno será construída também nestas situações. “É na
confluência dos conflitos gerados entre o indivíduo e a sociedade que se situa a
prática social” (Wallon apud Coutinho e Moreira, 1997:76).
As relações do indivíduo no grupo são importantes não só para a
aprendizagem social, mas fundamentalmente, para a tomada de consciência de
sua própria personalidade. A confrontação com os companheiros, permite-lhe
constatar que é um entre outros e que, ao mesmo tempo, é igual e diferente deles.
Logo, a vida afetiva, social e intelectual supõe, efetivamente, a vida social.
Jean Piaget (1896-1980)
20
“O homem normal não é social da mesma maneira aos seis
meses ou aos vinte anos de idade, e por conseguinte, sua
individualidade não pode ser da mesma qualidade nesses
dois diferentes níveis” (Piaget apud Taille, Oliveira e Dantas,
1992).
Criou a teoria da psicogenética, ou seja, a concepção de construtivismo da
formação da inteligência. O indivíduo tem um papel ativo, sob a influência do meio,
lê-se aprendizagem, ou seja, é a pessoa que constrói seu próprio conhecimento.
Coutinho (Revista Nova Escola, 1996) defende a idéia de que é necessário
um equilíbrio dinâmico com o meio ambiente, onde é desenvolvida a inteligência,
pois se não existir equilíbrio, o indivíduo age sobre o que o afetou, buscando se
reequilibrar. Para Piaget, isso é feito por Adaptação e por Organização. A
Adaptação tem duas formas básicas: a Assimilação – o indivíduo utiliza as
estruturas psíquicas que já possui; sendo as mesmas não suficientes é necessário
que se construam novas estruturas, isto é a Acomodação. A Organização articula
esses processos com as estruturas existentes e reorganiza todo o conjunto. Desta
forma, o sujeito constrói e reconstrói continuamente as estruturas que o tornam
cada vez mais apto ao equilíbrio. No entanto, estas construções seguem os
estágios de desenvolvimento, que são divididos por faixa etária. Vejamos:
- Período Sensório-Motor – vai de 0 a 2 anos;
- Período Pré-Operatório – vai de 2 a 7 anos;
- Período Operatório-Concreto – vai de 7 a 11 anos;
- Período Lógico-Formal – vai de 12 anos em diante.
“É interessante registrar que no período pré-operatório, o desenho, a
imitação, o jogo simbólico, a linguagem revelam um traço cognitivo característico:
o egocentrismo” (Coutinho e Moreira, 1997). O egocentrismo é a manifestação de
21
um pensamento centrado na perspectiva do sujeito, sendo uma atitude
espontânea da criança. O adolescente também apresenta este traço. O
“egocentrismo intelectual o leva a acreditar na onipotência da reflexão, agindo
como se o mundo devesse se submeter a esta e não à realidade” (Coutinho e
Moreira, 1997). O egocentrismo vai, pouco a pouco, dando lugar a
comportamentos mais adaptados à sociedade. A interação de sentimentos, idéias,
ações e atitudes auxiliam o adolescente a superar o egocentrismo.
Uma escola baseada nos pressupostos construtivistas acredita que a
criança não é um adulto em miniatura, ou seja, que não raciocina e pensa como
um adulto e sim que não tem os mesmos conhecimentos e não teve as mesmas
experiências que um adulto; trata o aluno como construtor do conhecimento e
como ser único; propõe trabalhos individuais e grupais, pois tanto pode favorecer
a superação do egocentrismo, quanto ensina a conviver e a respeitar normas
produzidas democraticamente; estimule a pesquisa e o esforço do discente; dentre
outras idéias (Taille, Oliveira e Dantas, 1992).
Os ideais construtivistas muito colaboram na educação. Atividades de
reflexão contribuem para o domínio de um vocabulário novo e para novas formas
de expressão do pensamento. O domínio de conceitos, em nível de complexidade
crescente pode favorecer o desenvolvimento da abstração, propiciando a
formação, desenvolvendo e utilizando formas de análise e de síntese e o
aperfeiçoamento de operações lógicas.
Carl Rogers
Afirma que a aprendizagem decorre através dos interesses que levam ao
progresso individual, a partir disto o sujeito adquire uma aprendizagem funcional.
Ele defende a idéia de que o desenvolvimento humano se dá de forma significativa
quando o conteúdo aprendido está diretamente vinculado à vida do indivíduo, ou
22
seja, o estudante só se interessa em aprender quando a matéria estudada está
relacionada com seus próprios objetivos. Falar sobre a própria vida é um
instrumento que pode ser utilizado pelo orientador educacional com os alunos. E
através deste trabalho a aprendizagem poderá ser significativa (Rogers,
1972:153).
Constance Kamii
Ao focalizar a proposta pedagógica construída por Kamii fundamentada na
teoria construtivista, só podemos pensar em uma avaliação de desempenho que
retrate o desenvolvimento cognitivo do indivíduo (Coutinho e Moreira, 1997).
Kamii (Taille, Oliveira e Dantas, 1992) afirma que o professor deve
acompanhar as realizações individuais de cada aluno, observando-a analisando-o,
no sentido de perceber e oferecer condições para que se possa estabelecer o
processo de construção e adaptação do indivíduo frente ao conhecimento, frente á
adaptação ao seu contexto, á sua cultura.
A avaliação, em escolas de caráter construtivista, ocorre durante todos os
momentos da vida institucional da criança, num processo contínuo de todos os
seus atos, ações, pela expressão do seu pensamento, pela construção das
estruturas de transformação, na organização da realidade em ação ou em
pensamento.
Os materiais proporcionam condições para que as crianças possam
analisar suas atividades, redimensionando possíveis visões ou conceitos.
O desempenho da criança entre os seus pares, a participação nos jogos e
atividades de grupo, a resolução dos problemas pela aritmetização da realidade,
as respostas ao questionamento dos pares e do professor, oferecem dados para a
23
avaliação do desenvolvimento infantil, tendo com parâmetro as etapas do
desenvolvimento que devem ser superadas pelo indivíduo no decorrer do
processo educativo, levando-se em conta ainda o seu ritmo, suas capacidades e
potencialidades (Coutinho e Moreira, 1997).
3.3. Abordagens Filosóficas:
Outras idéias e personalidades fundamentam teórica e filosoficamente a
orientação educacional. Vejamos ainda alguns filósofos e suas abordagens:
Jonh Dewey (1859)
A filosofia era a base teórica para a pedagogia. Dewey através de sua
filosofia considerou as éticas de uma sociedade democrática, e viu a educação
como o meio prático pelos quais as crianças poderiam se tornar cidadãs de ajuste
de uma democracia (Cordi, 1997).
À arte, à imaginação e aos processos simbólicos também é atribuído um
papel fundamental para o crescimento da experiência e para operar seu
desenvolvimento inteligente, orgânico e criativo.
Dewey (Maia e Garcia, 1995) enfatiza a função social da educação, em
sentido amplo, a inclinação que todo agrupamento humano possui para dirigir os
imaturos: a educação como crescimento individual e como recurso para a
manutenção e a renovação da coletividade; critica certas concepções pedagógicas
– educação como preparação, como desdobramento e como disciplina formal – e
apresenta a noção de que educar é reconstruir, em cada novo membro da
sociedade, as significações coletivas, o que só pode ser feito por meio da
experiência pessoal de cada indivíduo, experiência esta que cumpre a tarefa de,
ao mesmo tempo, conservar e inovar a ordem social em que se efetiva.
24
Ele ainda trata da educação como um processo independente do meio, do
ambiente, da ordem social e econômica. Ela é vista então como recurso
eminentemente humano, antes de circunscrito a uma determinada organização
social e política. Dewey quer apenas solidificar a idéia de que o ser humano é o
único capaz de transmitir a seus descendentes o patrimônio cultural acumulado
coletivamente ao longo das gerações (Cordi, 1997).
Como pressuposto dos primórdios da orientação educacional, Dewey (Maia
e Garcia, 1995) atribuía grande valor às atividades manuais e a divisão das tarefas
como estímulo à cooperação e à criação de um espírito social. Seus críticos,
porém, dizem que ele pecava em não questionar a sociedade e seus valores,
acabando por reforçar a adaptação do aluno à sociedade.
Acreditava também que a escola deveria preparar a criança para participar
da vida na / da comunidade, confiando que a educação pudesse agir de forma que
pudesse proporcionar uma abertura entre a experiência de educar e as
necessidades, participando do processo democraticamente.
"Educação é o laboratório no qual distinções filosóficas ficam concretas e
são testadas. Se nós estamos dispostos para conceber educação como processo
de formação do intelectual e emocional, então pode ser definida como filosofia até
mesmo como teoria geral de educação” (Luccchiari, 1993).
De acordo com a filosofia educacional de Dewey (Dewey, 1916) a "escola
de laboratório" se engajou em três princípios:
Primeiro: A função da escola é treinar as crianças, desenvolvendo a solidariedade
na forma de ser útil ao próximo e a si mesmo. Isso fortaleceria seu crescimento
intelectual e social. A educação passa pela excitação dos poderes da criança, nas
25
situações em que ela se encontra. São essas situações que estimulam o aluno a
agir, integrando-se ao grupo, apresentando sua proposta para solução e bem
estar do grupo.
Segundo: As atividades educativas deveriam ser instintivas, partir da própria
criança. Os próprios instintos da criança fornecem subsídios e apresentam o
caminho para sua educação. É a criança e não o assunto em questão que
determina a quantidade e qualidade do que se deve aprender. Esta aprendizagem
deve estar fundamentada na comunidade. O indivíduo e sociedade devem fazer
parte de um único conjunto.
Terceiro: Através da "escola de laboratório", seria a promoção das tendências
individuais da criança em suas atividades, voltadas para a cooperação e sua
formação como cidadão.
Dewey (Luccchiari, 1993) acreditava que matérias-primas, em carpintaria,
por exemplo, permitia que as crianças dessem vazão à criatividade enquanto
aprendiam sobre o mundo real e o conhecimento mais abstrato que marcou
experiências novas entre elas. Acreditava também que se incentivassem os
alunos, eles se ajudariam, criticariam-se e trabalhariam para buscar do próximo
um reconhecimento. Essas situações criadas para serem resolvidas entre os
alunos, despertariam o valor de conjunto, fortalecendo o espírito democrático.
Métodos pedagógicos autoritários foram rejeitados por Dewey. Para ele a
educação em uma democracia deveria ser uma ferramenta que integrasse o
indivíduo à ele e sua própria cultura. A visão de Dewey de democracia como um
valor ético primário penetrou as teorias educacionais. À escola é confiado o papel
de transformar, até politicamente, a face da sociedade, de desenvolver a
participação e a colaboração, para que a comunidade se torne cada vez mais ativa
e participativa.
26
Paulo Freire
Educador comprometido com a relação do-discente. Termo criado pelo
próprio autor. Significa a completa interação entre professores e alunos. Mais
conhecido por se dedicar principalmente à educação de jovens e adultos, mas
muito colaborou com a orientação educacional, pois acreditava na formação
continuada e no interacionismo.
Paulo Freire (1996) diz que qualquer formação inclusive a docente deve ser
continuada, logo ela é inacabada. Em sua fala Freire (1996:25) deixa claro seu
ponto de vista quando diz: “... quem forma se forma e re-forma ao formar e quem é
formado forma-se e forma ao ser formado”. É interessante ressaltar que além da
formação inacabada, existe uma relação de ensino / aprendizagem entre docente
e discente, pois cada um é sujeito do outro, e não objeto, como muitos acreditam.
A relação docente / discente é absolutamente caracterizada pelo aprender-
ensinar-produzir-inquietar mutuamente.
Já que para Freire existe uma indissociação entre a docência, a discência e
a pesquisa, pois para que o professor aprenda e ensine é necessário que o
mesmo tenha uma curiosidade incessante (epistemológica), que move, que
inquieta e que o insira na busca pelo conhecer / saber.
Algumas atitudes que o docente deveria assumir enquanto mediador entre
o conhecimento e o discente; e ainda o orientador educacional entre os alunos, a
escola e a família:
- Não ignorar o saber de seus alunos;
- Incentivar a curiosidade. “A curiosidade que silencia a outra se nega a si mesma
também”. (Freire, 1996:95);
27
- Promover discussões que abordem a realidade cotidiana com o objetivo de
estimular a consciência crítica. Esta atividade pressupõe que haja a superação da
curiosidade, já que a mesma “convoca a imaginação, a intuição, as emoções, a
capacidade de conjecturar, de comparar (...)”. (Freire, 1996:98);
- Estar atento às indagações, questionamentos dos alunos;
- Prezar pela liberdade do educando (liberdade em falar, em expor o pensamento
e a dúvida). “O educando que exercita sua liberdade ficará tão mais livre quanto
mais eticamente vá assumindo a responsabilidade de suas ações” (Freire,
1996:04);
- Promover uma relação democrática, deixando claro que o contato vem por um
processo de autoridade e não de autoritarismo, e propiciar ao discente que o
aprendizado do conteúdo é a construção da responsabilidade da liberdade que se
assume.
- Ser ético. O ensino nunca deve se indissociar da ética. O melhor discurso sobre
a ética é o exercício dela em sua prática (docente);
- Estimular a pergunta e a reflexão crítica, pois propicia a curiosidade
epistemológica e a relação dialógica;
- Ser generoso (não julgar, ser humilde).
Enfim, a pedagogia crítica pressupõe que o aluno se assuma como ser
social e histórico, como pensante, comunicante, transformador, criador, realizador
de sonhos, capaz de ter raiva porque é capaz de amar. Para Garcia (1995) “a
prática pedagógica é um espaço de teoria em movimento”.
Outro aspecto absolutamente relevante, que é abordado no texto é que
através da interação é possível desenvolver a criticidade e a argumentação.
Garcia (1995) ainda afirma que “coletivamente (...) fica garantida a pluralidade de
idéias e caminhos, estimulando um olhar mais crítico para a realidade. Este
movimento dá condições para que cada um se fortaleça como sujeito e, no
28
coletivo, torne-se mais competente para formular alternativas viáveis de
transformação do real”.
Outro aspecto que vale a pena ser ressaltado é que Garcia (1995) comenta
sobre o fato que a sala de aula é um espaço heterogêneo e por isso, o orientador
educacional deve aproveitar-se destas múltiplas diferenças para criar alternativas
pedagógicas e levar os seus alunos a terem acesso à vários tipos de linguagem,
comunicação e culturas, para que os mesmos tenham a possibilidade de escolher
seu próprio caminho.
O processo de ensino-aprendizagem se realiza fundamentalmente na
interação com o outro. Davis (Antunes 2000:111) afirma que “as informações
nunca são absorvidas diretamente do meio. São sempre intermediadas, explícita
ou implicitamente, pelas pessoas que rodeiam a criança, carregando significados
sociais e históricos”. Pensar desta forma nos permite crescer, respeitar as
diferenças existentes e desenvolver o que há de melhor em nós.
Anton Semionovich Makarenko (1888-1939)
"É preciso mostrar aos alunos que o trabalho e a vida deles
são uma parte do trabalho e da vida do país"
Mestre ucraniano, concebeu um modelo de escola baseado na vida em
grupo, na autogestão, no trabalho e na disciplina que contribuiu para a
recuperação de jovens infratores.
Mais que educar, com rigidez e disciplina, ele quis formar personalidades,
criar pessoas conscientes de seu papel político, cultas, sadias e que se tornassem
trabalhadores preocupados com o bem-estar do grupo, ou seja, solidários. Na
sociedade socialista de então, o trabalho era considerado essencial para a
29
formação do homem, não apenas um valor econômico. Era justamente por isso
que a colônia, onde todos viviam, era auto-suficiente e a sobrevivência de cada
um dependia do trabalho de todos. Caso contrário, não haveria comida nem
condições de habitação aceitáveis (Cordi, 1997).
Makarenko talvez tenha sido o educador que levou às conseqüências mais
radicais as questões do espírito de grupo e do trabalho coletivo. Tudo era
discutido entre alunos, professores e a direção da Colônia Gorki e da Comuna
Dzerzinski. Por essa razão, embora tenha vivido numa época e num contexto
totalmente diferentes dos atuais, vale a pena conhecer suas idéias e pensar sobre
elas. As crianças e os jovens atuais devem conhecer de fato o significado de
grupo, porque desta forma aprenderão a respeitar as diferenças existentes em
sociedade.
Célestin Freinet
Educador mais conhecido como criador da “aula passeio”. Muito contribuiu
para a educação e para a orientação educacional, pois acreditava na auto-
avaliação, na relação entre discentes, docentes, orientadores e família.
A avaliação, pela concepção freinetiana, expressa-se através de um
processo contínuo de crescimento individual e coletivo, marcado pela atividade de
análise crítica cooperativa assumida pelos membros que compõem o grupo-
classe, em alcançar tal intento (Lemle, 2001).
Freinet (apud Lemle, 2001) afirma que no âmbito individual a avaliação
assume um caráter de auto-análise, autocorreção onde a criança através dos
“Planos de Trabalho”, da organização de trabalho elaborada por ela própria,
poderá avaliar a sua realização, o seu crescimento e o desempenho obtido dentro
do seu ritmo próprio de cumprir o que se propôs alcançar.
30
É atribuição do orientador educacional avaliar individualmente o
desempenho dos alunos na realização de atividades, analisando o conteúdo
elaborado, sua forma de organização e apresentação, bem como atuar na
orientação de procedimentos habituais de formação de caráter.
Esse auxílio coletivo deve ser sempre de caráter construtivo, ajudando a
criança a vencer e superar seus erros e dificuldades, num clima positivo, para
conduzi-lo ao sucesso, ao êxito, ao fortalecimento de sua personalidade, ou a
enaltecer as realizações que se fizeram com aplicação, disciplina, envolvimento e
que deram bons resultados.
Rubem Alves
“Um objeto ou um projeto e um lugar por onde cruzam os
mais diferentes tipos de saber (...), quando o ensino se
baseia num programa, os professores das diferentes
disciplinas se tornam detentores do saber. Eles sabem o que
vão ensinar. Mas quando a aprendizagem acontece em
torno de um objeto ou projeto, o professor deve estar
preparado para seu próprio não saber. O professor se vê, de
repente, diante do não conhecido. Terá de aprender a dizer:
isso eu não sei. Aqueles que não suportam a insegurança, é
claro, preferirão continuar a dar os programas de sempre”
(Alves, 2002).
Alves é um homem preocupado com a educação. É romântico e acredita
que a educação tem poder de transformação social. É professor, psicanalista e
escritor, e canaliza a sua obra falando sobre o amor.
31
Rubem Alves afirma que a inteligência que deve ser estimulada. Ele dá o
exemplo de um professor que ao comer uma fruta visivelmente agradável e
prazerosa na frente de seus alunos, só vai incitar a curiosidade e a vontade de
experimentar nos educandos. O autor utiliza o ato de cozinhar (e de comer) como
artifício para expressar as sensações (alegria, neste caso). No texto “Aprendendo
das cozinheiras”, o escritor diz que “o prazer cresce em meio às pequenas
abstenções, às provas que só tocam a língua...” (Alves, 2002) crer que o indivíduo
se constrói enquanto vivencia as experiências é importante – e absolutamente
relevante – para a noção de inacabamento, que Paulo Freire tanto defende.
Podemos verificar que muitos pressupostos defendidos pela orientação
educacional foram retirados de abordagens da psicologia e da filosofia. Logo,
estas muito colaboraram para a formação do orientador. Quando Henri Wallon
defende a idéia de que o desenvolvimento do educando é descontínuo e
permeado de contradições e conflitos, fica evidente perceber a atitude de um
adolescente, ou seja, se trata de um indivíduo cheio de dúvidas, conflitos e que
expressa isso em seus atos. Ou ainda, quando John Dewey afirma que as
atividades manuais e a divisão das tarefas contribuem para a criação de um
espírito social, pois o mesmo acreditava que a escola deveria preparar o discente
para a vida em sociedade. De que forma podemos ver a orientação educacional
nesta afirmação? Orientar os alunos das possibilidades de profissões e esclarecer
quaisquer dúvidas que possam aparecer durante o processo de informação.
Vejamos no próximo capítulo o papel do orientador educacional em uma
análise mais completa.
32
4. PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL
Em educação não se age por agir; não se faz algo por fazer. Toda ação
educativa deve ser intencional e buscar alcançar determinados resultados
concernentes à aprendizagem ou mudanças de comportamentos.
A orientação educacional é definida como “um método pelo qual o
orientador educacional ajuda o aluno, na escola, a tomar consciência de seus
valores e dificuldades, concretizando, principalmente através do estudo, sua
realização em todas as suas estruturas e em todos os planos de vida” (Schmidt e
Pereira apud Luck, 2000:23).
O papel do Orientador Educacional na dimensão contextualizada diz
respeito, basicamente, ao estudo da realidade do aluno, trazendo-o para dentro da
escola, no sentido da melhor promoção do seu desenvolvimento e aprendizagem.
A prática do orientador deverá valorizar a criatividade, respeitar o simbólico,
permitir o sonho, recuperar a poesia. O conhecimento não exclui o sentimento, o
desejo e a paixão. Precisamos encontrar em cada um de nós esse espaço e,
simplesmente, deixá-lo existir.
Quando tudo isto acontecer, por certo outras histórias serão contadas.
Deixemos o aluno falar, ouçamos suas histórias, procuremos junto com ele,
interpretá-las.
Luck (2000:19) afirma que “o desenvolvimento integral (...) só é possível
vendo-se o educando como um ser integral, cujos componentes cognitivos,
psicomotores e afetivos devem ser desenvolvidos equilibrada e
harmoniosamente”.
33
Desta forma o profissional trabalha diretamente com os alunos, ajudando-os
em seu desenvolvimento pessoal; em parceria com os professores, para
compreender o comportamento dos estudantes e agir de maneira adequada em
relação a eles; com a escola, na organização e realização da proposta
pedagógica; e com a comunidade, orientando, ouvindo e dialogando com pais e
responsáveis. Deve promover atividades que: levem o aluno a analisar, discutir,
vivenciar e desenvolver atitudes fundamentadas em uma filosofia de valores
baseadas no respeito; desenvolvam a compreensão dos direitos e deveres da
pessoa humana, do cidadão, do Estado, da família e dos demais grupos que
compõem a comunidade e a cultura em que vive o aluno; despertem no aluno o
respeito pelas diferenças individuais, o sentimento de responsabilidade e
confiança nos meios pacíficos para o encaminhamento e solução dos problemas
humanos; e que desenvolvam o relacionamento interpessoal e hábitos de trabalho
em grupo.
Também auxilia no trabalho junto aos professores de forma que possa
orientar e pesquisar sobre as causas do desajustamento e aproveitamento
deficiente do aluno. A organização e participação junto à coordenação das
atividades extracurriculares são uma atribuição da orientação.
O orientador ainda atua juntamente com a família entrevistando os pais
para troca de dados e informações acerca do aluno, propiciando a eles o
conhecimento de características do processo de desenvolvimento psicológico da
criança, bem como de suas necessidades e condicionamentos sociais. Oferece às
famílias subsídios que as orientem e as façam compreender os princípios
subjacentes à tarefa de educar os filhos, para maior auto realização dos mesmos.
Reflete com os pais sobre o desempenho dos seus filhos na escola e fornece as
observações sobre a integração social do aluno na escola, verificando variáveis
externas que estejam interferindo no comportamento do aluno, de maneira que
estudem diretrizes comuns a serem adotadas. A orientação familiar se fará através
34
de reuniões individuais com os pais, em pequenos grupos e nas reuniões
bimestrais programadas em calendário escolar. Como elemento de ligação entre a
escola e a família, o Orientador Educacional manterá uma comunicação constante
com a mesma, respeitando os seus valores e procurando obter sua colaboração,
já que ambos têm por objetivo o bem-estar, o desenvolvimento e a formação do
educando.
4.1. Orientação Profissional / Vocacional
Algumas vertentes defendem a idéia de que a função do Orientador
Educacional é prestar assistência ao aluno durante o processo de aprendizado na
escola que freqüenta, visando ao seu encaminhamento vocacional.
Este trabalho é desenvolvido como parte do programa de Orientação
promovido pelo Serviço de Orientação Educacional (SOE). Vê-se que este
trabalho é uma etapa de todo um processo que se faz ao longo dos anos desde
que o aluno entra no espaço escolar até a sua saída, seja para a área das
profissões de nível pós-médio, seja para cursos de nível superior. Dessa forma, os
questionamentos levantados pelos alunos trazem à tona uma reflexão sobre como
os jovens se situam frente ao mundo e sua forma de se inserirem nele. A angústia,
a dúvida, a certeza, a impaciência, o desejo de que a solução chegue como um
passe de mágica são sentimentos expressos por palavras e atitudes desses
jovens.
Por todos os aspectos levantados acima, o desenvolvimento da orientação
profissional dentro das instituições educacionais faz-se imprescindível e exige um
planejamento, uma atualização constante, um olhar mais aprofundado para as
informações sobre o mundo do trabalho e sobre as exigências do mercado de
trabalho, o contato com as famílias e a participação delas nesse processo, o
debate, a promoção de palestras e visitas a centros profissionalizantes e
35
universitários, a reflexão e a sensibilidade para relacionar esses aspectos com os
sentimentos desses jovens que buscam uma orientação.
Logo, o orientador facilita a realização de uma escolha profissional o mais
satisfatória possível.
Entretanto, é necessário afirmar que o trabalho do orientador vocacional era
permeado por baterias de testes de aptidão e desempenho na realização de
tarefas (Maia e Garcia, 1995:11). Estes instrumentos de avaliação vieram dos
Estados Unidos, local de grande repercussão e receptividade destes testes. A
proliferação da idéia de que estes testes seriam instrumentos infalíveis e
necessários foi expressiva. Este momento teve um grande impacto social,
evidenciando uma possível forma de pensar desta sociedade: “se não pode ser
testado, provavelmente não deve ser valorizado” (Gardner, 1995: 142). Maia e
Garcia (2005) defendem a idéia de que os testes não são instrumentos capazes
de avaliar um indivíduo. Os mesmos são falhos, não se concretizando assim em
modelos de avaliação. Outro aspecto contrário aos testes é que todo o indivíduo
deve ser valorizado em suas habilidades e aptidões, não ficando à mercê do
mercado de trabalho.
4.2. Orientação Educacional
Dentro da perspectiva do planejamento, o SOE desenvolve um trabalho
(que não se restringe unicamente ao da Orientação Profissional) que deve se
iniciar ainda no Ensino Fundamental indo até o último ano do Ensino Médio, sendo
realizados encontros semanais em sala de aula e/ou atendimentos avulsos com os
alunos quando da necessidade dos mesmos (Luck, 2000; Smith, 1955; Arbuckle,
1972).
36
Estes atendimentos individuais devem se realizar sempre que forem
necessários para análise e reflexão dos problemas encontrados em situações de
classe, recreios, desempenho escolar, pontualidade, cuidado com material de uso
comum, relacionamento com os colegas de classes e outros alunos do colégio,
respeito aos professores e funcionários. Atendimentos grupais são necessários
sempre que surgir algum problema com relação às mesmas situações acima
mencionadas, porém quando o ocorrido for em grupo.
Estas reuniões devem esclarecer quanto às regras que dizem respeito ao
cumprimento das normas do colégio.
A orientação deve ser sistematizada, dirigida ao educando, que visa a
assistir ao aluno no desenvolvimento integral de sua personalidade e em seu
ajustamento pessoal e social. Desta forma proporcionará a educandos jovens e
adultos, individualmente ou em grupo, no âmbito do ensino fundamental e médio,
por especialistas incumbidos de ajudá-los a escolher e cursar com proveito
programas de ensino que melhor correspondam às suas aptidões e interesses,
subsídios que tenham em vista o melhor desenvolvimento de suas potencialidades
e talentos refletindo assim também uma escolha profissional futura.
Todas as atividades programadas pela escola visam a formação integral do
educando, isto é, uma formação que considere, de forma completa e harmônica,
os diferentes aspectos do desenvolvimento do aluno. Logo a Orientação
Educacional deve ser entendida como um processo dinâmico, contínuo e
sistemático, estando integrada em todo o currículo escolar sempre encarando o
aluno como um ser global que deve desenvolver-se harmoniosa e
equilibradamente em todos os aspectos: intelectual, emocional, físico, espiritual,
cívico, social, moral, estético, político, educacional e vocacional.
37
Integrada com a Orientação Pedagógica e Docentes, a O.E. deverá ser um
processo cooperativo devendo:
- Mobilizar a escola, a família e a criança para a investigação coletiva da realidade
na qual todos estão inseridos;
- Cooperar com o professor, estando sempre em contato com ele, auxiliando-o na
tarefa de compreender o comportamento das classes e dos alunos em particular;
- Manter os professores informados quanto às atitudes do SOE junto aos alunos,
principalmente quando esta atitude tiver sido solicitada pelo professor;
- Esclarecer a família quanto às finalidades e funcionamento do SOE;
- Atrair os pais para a escola a fim de que nela participem como forca viva e ativa;
- Desenvolver trabalhos de integração: pais x escola, professores x pais e pais x
filhos;
- Pressupor que a educação não é maturação espontânea, mas intervenção direta
ou indireta que possibilita a conquista da disciplina intelectual e moral;
- Trabalhar preventivamente em relação a situações e dificuldades, promovendo
condições que favoreçam o desenvolvimento do educando;
- Organizar dados referentes aos alunos;
- Procurar captar a confiança e cooperação dos educandos, ouvindo-os com
paciência e atenção;
- Ser firme quando necessário, sem intimidação, criando um clima de cooperação
na escola;
- Desenvolver atividades de hábitos de estudo e organização;
- Tratar de assuntos atuais e de interesse dos alunos fazendo integração junto às
diversas disciplinas;
É importante que os fatores, sócio-econômicos-culturais, ambiente escolar
e familiar próprios; professores bem preparados e motivados; métodos de ensino e
material didático (adequados) além de, por parte do aluno, assiduidade, adaptação
à escola, disciplina, bons hábitos de estudo, condições físicas e psicológicas
38
favoráveis e bom relacionamento com professores e demais funcionários, bem
como com os colegas, sejam levados em conta, pois favorecem o bom rendimento
escolar.
Pode-se dizer que, em grande parte, experiências positivas ou negativas
vivenciadas na escola refletir-se-ão por toda a vida do indivíduo. Gostos, traumas,
aversões por determinadas matérias, opções profissionais, amizades e até
apelidos, em geral, freqüentemente tiveram suas origens nos bancos escolares.
Portanto, a adaptação do estudante à escola torna-se muito importante e deve ser
preocupação de todos, inclusive do Orientador Educacional; desde o início da vida
escolar, para que a escola represente um ambiente acolhedor e afetivo.
A escola tem assumido cada vez mais, a responsabilidade pela educação
integral do aluno. Tal objetivo não deixa de ser legítimo, pois o indivíduo que
aprende é um ser complexo que se desenvolve não só no aspecto intelectual
como também, e concomitante, no afetivo-emocional, físico-motor, social, sexual,
vocacional, enfim, em todos os aspectos de sua personalidade. Por esta razão e
também porque dificuldades ou problemas nestas áreas poderão afetar o
rendimento escolar do educando.
Há que se considerar, o que a profissão representa para o indivíduo como
pessoa. É por meio dela que este satisfaz a necessidade de auto-realização,
aplica suas capacidades e potencialidades e expressa sua personalidade.
Portanto, quando ele realiza uma atividade compatível com suas habilidades e
demais características, num ambiente favorável, o trabalho exercido se constitui
um fator de ajustamento e de satisfação pessoal. A escolha é extremamente difícil
e, como a mesma deve ser feita cedo, pelo jovem, este necessita, cada vez mais,
de orientação especializada e eficiente para a tarefa tão relevante quanto
complexa e que, na escola, é responsabilidade do Orientador Educacional.
39
O Orientador Educacional ao planejar o seu trabalho fundamenta-se nos
princípios éticos, políticos, psicológicos e pedagógicos e é baseado nestes
princípios que o profissional busca uma melhor formação e atuação. Assim sendo,
todos que se relacionarem com este ser será um indivíduo mais completo. Enfim,
o compromisso do Orientador Educacional é com a formação permanente que diz
respeito a valores, atitudes, emoções e sentimentos, sempre discutindo,
analisando e criticando.
Podemos concluir então que o papel do orientador educacional muito
contribui para a formação do ser discente e para o trabalho do ser docente.
40
5. CONCLUSÃO
Muito foi dito que corrobora para a idéia de que as duas profissões –
orientadores e professores – podem e devem trabalhar juntos. Ambos se
colaboram mutuamente e auxiliam para um melhor aprendizado discente.
Promover o desenvolvimento emocional e intelectual de nossos alunos é
fundamental para que cresçam de forma sadia e que possam expressar suas
habilidades específicas na realização das atividades, assim encontrarão um
caminho que traga felicidade e segurança para que o desenvolvimento seja o
melhor possível. É imprescindível que cada aluno aprenda a conviver de forma
harmoniosa com suas habilidades e talentos para que cresçam de forma saudável
e feliz. Desta forma, conseguirão exercer plenamente suas atribuições sociais
explorando ao máximo seus recursos pessoais.
Este trabalho, desde o início, tinha como objetivo principal comprovar,
através de pesquisa bibliográfica, que o papel do orientador educacional não
desqualifica o professor. Acredito que o objetivo pretendido foi alcançado.
Permanece a esperança de que através deste estudo, todos – orientadores e
professores – trabalhem de forma harmônica objetivando facilitar a aprendizagem
de seus alunos visando o aprimoramento de suas habilidades.
Como resultado de diversas leituras e reflexões, foi possível congregar
assuntos até então pouco discutidos, de forma a realizar esta pesquisa
satisfatoriamente; o que não quer dizer que o assunto esteja esgotado. As
questões levantadas aqui podem auxiliar como elemento norteador para trabalhos
futuros, baseados nas abordagens apresentadas a respeito dos temas: Orientação
Educacional e Qualificação do Trabalho Docente.
41
BIBLIOGRAFIA
ALVES, Rubem. Entre a ciência e a sapiência. São Paulo, SP: Edições Loyola;
2002 (8ª ed.).
ALVES-MAZZOTTI, A. Judith & GWANDSZNAJDER, Fernando. O Método nas
Ciências Naturais e Sociais: Pesquisa Quantitativa e Qualitativa. São Paulo:
Pioneira; 1998.
ANTUNES, N. Gonçalves. Reflexões sobre Educação. Inserção escolar do
superdotado / portador de altas habilidades no contexto social. XIII Seminário
Nacional da ABSD. I Congresso Mercosul sobre Altas Habilidades. II Encontro
Estadual: Repensando a Inteligência. I Congresso de Jovens Portadores de
Altas Habilidades. Porto Alegre: RS; 2000.
CERVO, A. Luiz & BERVIAN, P. Alcino. Metodologia Científica: para uso dos
estudantes universitários. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil; 1983 (3ª ed.).
CORDI, C (org.). Para filosofar. São Paulo: Editora Scipione; 1997 (3ª ed.).
COUTINHO, M. Tereza da Cunha & MOREIRA, M. Psicologia da Educação: Um
Estudo dos Processos Psicológicos de Desenvolvimento e Aprendizagem
Humanos Voltado para educação. Minas Gerais: Editora Lê; 1997 (5ª ed.).
DEWEY, J. Democracia e Educação ;1916.
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa.
São Paulo: Paz e Terra; 1996 (25ª ed. – Coleção Leitura).
42
GARDNER, H. Inteligências Múltiplas: a teoria na prática. Porto Alegre: Artes
Médicas; 2000.
GOLDENBERG, Mirian. A Arte de Pesquisar: como fazer pesquisa qualitativa em
ciências sociais. Rio de Janeiro: Record; 1998 (2ª ed.).
LAKATOS, E. Maria & MARCONI, M. Andrade. Fundamentos de metodologia
científica. São Paulo: Atlas; 1991 (3ª ed. rev. e ampl.).
LAROSA, M. Antonio & AYRES, F. Arduini. Como produzir uma monografia passo
a passo... siga o mapa da mina. Rio de Janeiro: Wak Editora; 2005 (4ª ed. rev.
e ampl.).
LEMLE, M. Guia Teórico do Alfabetizador. São Paulo: Editora Ática; 2001 (15ª ed.
– Série Princípios).
LUCCCHIARI, Dulce Helena Penna Soares et al. Pensando e vivendo a
orientação Profissional. São Paulo: Summus; 1993.
LUCK, H. Administração, Supervisão e Orientação Educacional. Petrópolis, RJ:
Editora Vozes; 2000 (17ª ed.)
LÜDKE, M. & ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em Educação: Abordagens
Qualitativas. São Paulo: EPU; 1986.
MAIA, E. Marisa & GARCIA, R. Leite. Uma Orientação educacional nova para uma
nova escola. São Paulo: Editora Loyola; 1995.
MEC, SEESP www.mec.gov.br (acessado em 10 de Maio, 2004).
43
Revista Nova Escola. Ano XI, nº 95. Agosto de 1996.
ROGERS, Carl. Capacidades para aprender. Belo Horizonte: Interlivros de Minas
Gerais, 1972. p. 153.
SIQUEIRA, R. Aparecida Ribeiro. A Orientação Educacional Re-Visitada. São
Paulo: Editora Arte e Cultura; 1995.
TAILLE, Y. de La & OLIVEIRA, M. Koh & DANTAS, H. Piaget, Vygotsky, Wallon:
Teorias Psicogenéticas em Discussão. São Paulo: Editora Summus; 1992 (15ª
ed.).
44
ÍNDICE
Resumo ................................................................................................................. 4
Metodologia ........................................................................................................... 5
1. Introdução ......................................................................................................... 10
2. História da Orientação Educacional .................................................................. 12
3. Fundamentação Teórica ................................................................................... 16
3.1. Teorias Behavioristas (Comportamentalistas) ............................................... 16
3.2. Teorias Interacionistas ................................................................................... 17
3.3. Abordagens Filosóficas .................................................................................. 23
4. Papel do Orientador Educacional ..................................................................... 32
4.1. Orientação Profissional / Vocacional ............................................................. 34 4.2. Orientação Educacional ................................................................................. 35 5. Conclusão ......................................................................................................... 40