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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA COMO COMBATER O AQUECIMENTO GLOBAL ATRAVÉS DO REFLORESTAMENTO Por: Rafael dos Santos Barros Orientador Profº: Francisco Carrera Niterói 2012

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Page 1: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · A devastação das matas brasileiras principalmente através de queimadas além de contribuir diretamente para o aquecimento global,

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

COMO COMBATER O AQUECIMENTO GLOBAL ATRAVÉS DO

REFLORESTAMENTO

Por: Rafael dos Santos Barros

Orientador

Profº: Francisco Carrera

Niterói

2012

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

COMO COMBATER O AQUECIMENTO GLOBAL ATRAVÉS DO

REFLORESTAMENTO

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Gestão Ambiental

Por: Rafael dos Santos Barros

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, aos

amigos e parentes, professores,

colegas de curso e de trabalho pela

força nos momentos difíceis.

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais e minha noiva Marcella

pelo apoio e carinho durante esta jornada.

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RESUMO

O Aquecimento Global é a atual preocupação mundial. São visíveis e

perceptíveis as mudanças já ocorridas no clima do Planeta. E as medidas

preventivas fazem-se mais do que urgentes. Antes eram apenas uma

especulações mas agora, estudos científicos comprovam que o ser humano

precisa modificar seus hábitos e suas atividades de produção. A existência e

evolução da vida na Terra é diretamente influenciada pela temperatura da

superfície do Planeta. Esta temperatura é resultado da retenção de 65% da

radiação solar que atinge o Globo terrestre. Embora o clima mundial tenha

sempre variado naturalmente, a grande maioria dos cientistas agora acredita

que o aumento das concentrações de “gases de efeito estufa” na atmosfera da

Terra, resultante do crescimento econômico e demográfico nos últimos dois

séculos desde a revolução industrial, está ultrapassando essa variabilidade

natural e provocando uma mudança irreversível do clima. Os principais gases

que compõem o efeito estufa são o dióxido de carbono, metano e óxidos de

nitrogênio.

Os impactos serão negativos, trazendo enormes prejuízos para a

humanidade. A devastação das matas brasileiras principalmente através de

queimadas além de contribuir diretamente para o aquecimento global, trouxe

como conseqüência por exemplo a erosão do solo. Dentre as várias soluções

possíveis, o reflorestamento vem surgindo como uma das maneiras de controle

deste aquecimento global além proteger os rio, o solo e o armazenamento de

carbono da atmosfera.

Palavras-chave: Reflorestamento, Aquecimento Global , Meio Ambiente.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada foi a investigativa e científica. Os métodos foram:

pesquisas em diversos livros na área ambiental, pesquisas em sites renomados

e confiáveis, artigos científicos, revistas especializadas na área ambiental,

leituras de relatórios, consultas à legislação vigente.

Foram selecionados e pesquisados diversos livros com foco no

problema apresentado e nas possíveis soluções para o aquecimento global. E

feita coleta de dados e resultados em pesquisas.

Confecção de tabelas, busca de gravuras que ilustrassem a

problemática e facilitassem o entendimento do leitor. E resumo e tópicos dos

principais livros que serviram de base para este trabalho.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I – Efeito Estufa 10

Biomas brasileiros 17

Protocolo de Kyoto 20

Créditos de carbono 23

Sequestro de carbono 24

CAPÍTULO II - Aquecimento Global 30

Possíveis causas e conseqüências 34

CAPÍTULO III -

Desmatamento & Reflorestamento 36

A floresta e a água 39

As Leis Ambientais 41

CONCLUSÃO 43

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 45

WEBGRAFIA 47 ANEXOS 48

ÍNDICE 55

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8INTRODUÇÃO

A existência e evolução da vida na Terra é diretamente influenciada pela

temperatura da superfície do Planeta. Esta temperatura é resultado da

retenção de 65% da radiação solar que atinge o Globo Terrestre. O que impede

que esta energia seja totalmente dissipada é a camada de gases existentes na

atmosfera terrestre que atua como uma barreira refletindo esta energia fazendo

com que esta retorne a Terra. (Ministério de Ciências e Tecnologia/MCT-

NovaGerar, 2008).

Apesar do Efeito Estufa ser um fenômeno natural e necessário à

permanência de vida no Planeta Terra, o excesso de emissões de gases,

chamados GEEs aumentaram assustadoramente a retenção de calor na

atmosfera. Com isso, o aparecimento repetido de desastres ambientais e

mudanças climáticas.

Segundo Mello Filho (2006), a crise ambiental é a crise de nosso tempo,

questiona o conhecimento do mundo e se apresenta a nós como um limite no

real para uma reorientação do curso da história do homem. Revelados como os

limites do crescimento populacional, econômico, dos desequilíbrios ecológicos,

das capacidades de sustentação da vida, dos limites da pobreza e

desigualdades de sustentação de vida, dos limites da pobreza e desigualdades

sociais.

Embora o clima mundial tenha sempre variado naturalmente, a grande

maioria dos cientistas agora acredita que o aumento das concentrações de

“gases de efeito estufa” na atmosfera terrestre, resultante do crescimento

demográfico e econômico dos últimos tempos desde de a Revolução Industrial,

está ultrapassando essa variabilidade natural e provocando uma mudança

irreversível do clima.

Em 1995, segundo o Relatório de Avaliação do Painel

Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC) confirmou que o “balanço

das evidências sugere que há uma influência humana discernível sobre o clima

global” (Depledge, 2000).

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9Diante dos atuais problemas sociais e ambientais gerados

historicamente por uma sucessão de modos e técnicas de produção, são de

extrema relevância iniciativas visando desenvolvimento social e um meio

ambiente saudável para todos, como é obrigação federal citada no artigo 225

da Constituição Federativa do Brasil.

O desmatamento é um dos principais causadores para o aumento na

emissão de gases que contribuem para o efeito estufa, os GEEs. E introdução

da consciência ambiental através da correta gestão ambiental e a aplicação

das leis, juntamente com o reflorestamento, diminuem sensivelmente os efeitos

gerados pelo aquecimento global.

O reflorestamento é uma das medidas cabíveis e possíveis para a

mudança desde quadro tão dramático e emergencial. Porém é necessário um

estudo prévio da região a ser reflorestada para evitar a introdução de espécies

não-nativas. O que comprometeria ainda mais a fauna e flora da região

trabalhada.

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CAPÍTULO I

EFEITO ESTUFA

O efeito estufa é um fenômeno natural para manter o planeta aquecido e

permitir a permanência de vida no Planeta. O problema é que o aumento da

emissão de gases chamados “gases do efeito estufa” (GEEs) na atmosfera, o

planeta se torna cada vez mais quente. Os principais gases que compõem o

efeito estufa, são:

• Dióxido de carbono (CO2);

• Metano (CH4);

• Óxidos de nitrogênio:

• Óxido nítrico (NO)

• Dióxido de nitrogênio (NO2)

• Óxido nitroso (N2O)

• Trióxido de dinitrogênio (N2O3)

• Tetróxido de nitrogênio (N2O4)

• Pentóxido de dinitrogênio (N2O5)

Como citado acima, ao longo dos anos, principalmente após a

Revolução Industrial, a atividade humana gerou altos índices de emissões

desses gases de Efeito estufa (GEEs), o que vem contribuindo para o aumento

da espessura desta camada de gases, desequilibrando assim o efeito estufa

natural e como conseqüência o clima do planeta Terra (SAGAN, 1982).

É preciso salientar que os países desenvolvidos, em função do seu parque

industrial muito desenvolvido, são os maiores contribuintes para o aumento

deste desequilíbrio, como pode ser visto na Tabela 1 da classificação dos

maiores responsáveis pelas emissões de CO2. Nesta tabela o Brasil encontra-

se na 21ª posição em 1994 (Ministério da Ciência e Tecnologia/MCT –

Protocolo de Kyoto/2008). Mais tarde notaremos que esta posição não

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11considera as diversas formas de desmatamento pois 75% das emissões

brasileiras estão ligadas a esta atividade criminosa (WWF – Mudanças

Climáticas, 2008).

Tabela 1: Ranking dos maiores responsáveis pelas emissões totais de

CO2 provenientes das indústrias e produção e uso da energia.

País Ranking 1994 Ranking 1950 Estados Unidos 1º 1º

China 2º 10º Rússia 3º 2º Japão 4º 9º Índia 5º 13º

Alemanha 6º 3º Reino Unido 7º 4º Canadá 8º 7º Ucrânia 9º 2º Itália 10º 17º México 11º 20º Polônia 12º 8º

Coréia do Sul 13º 58º França 14º 5º

África do Sul 15º 14º Fonte: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Ministério da Ciência e Tecnologia – MTC (1999).

Desde a Revolução Industrial, houve uma alta na concentração dos

gases do efeito estufa, a concentração de dióxido de carbono por exemplo

passou de 285 ppm para 366 ppm. Entre 1859 e 1998, foram liberados para a

atmosfera em torno de 405+60 Gt. De carbono, cerca de ¾ das emissões

antropogênicas de dióxido de carbono para a atmosfera nos últimos 20 anos

são decorrentes da queimada de combustíveis fósseis. A quarta paret restante

é predominantemente devida à mudança do uso do solo, mais precisamente as

queimadas provenientes de desmatamentos (Scarpinella 2002).

Segundo Goldemberg (1998), a utilização atual de combustíveis fósseis

contribui com 6 Gt. De Carbono e o desmatamento 1,6 Gt. De carbono para o

agravamento do efeito estufa.

Para suprir a necessidade energética dos setores industriais e agrícola,

são utilizadas principalmente a queimada de combustíveis fósseis como o

petróleo, carvão mineral e gás natural. Se somando a isto, o desmatamento

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12contribui significativamente no desequilíbrio do ciclo do carbono (MCT-

NovaGerar, 2008).

Isso significou um acréscimo de 28% de dióxido de carbono. As análises

feitas das bolhas de ar nas camadas de gelo na Groelândia e Antártica

confirmam estes dados. As bolhas de ar encontradas no gelo evidenciam que a

camada atmosférica está sendo alterada de forma muito rápida. Os gases do

efeito estufa são liberados em uma quantidade maior do que aquela que os

ciclos biogeoquímicos da Terra conseguem absorver. Não há precedentes da

atual taxa de incremento desse gás nos últimos 20.000 anos (Scarpinella, 002).

Em 1995, o Segundo Relatório de Avaliação do Painel

Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC) confirmou que "o balanço

das evidências sugere que há uma influência humana discernível sobre o clima

global". O relatório projetou que as temperaturas médias da superfície global

aumentariam entre 1 e 3,5°C até 2100, o que corresponde à taxa de mudança

mais rápida desde o final do último período glacial, e que os níveis globais

médios do mar aumentariam entre 15 e 95 cm até 2100, inundando muitas

áreas costeiras de baixa altitude. Também são previstas mudanças nos

padrões de precipitação, aumentando a ameaça de secas, enchentes ou

tempestades intensas em muitas regiões (Depledge 2000). Mudanças

causadas por gases estufa conforme ilustrado na figura 1 (efeito estufa).

Figura 1: mudanças causadas pelo crescimento de emissão de gases estufa.

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Gases do efeito estufa e suas quantidades de emissão. Fonte: www.unep.org

Tabela 2: Gases do Efeito Estufa

1840

Concentração

1994 Concentração

Tempo

Atmosfera Semanas

Potencial Aquecimento

Gás carbônico 278 ppmv 358 ppmv 1 1

Metano 700 ppmv 1721 ppmv 15 21

Óxido de

nitrogênio

275 ppmv 311 ppmv 120

310

HFC-22 0 ppmv 0,5 ppmv 102 6.200 a 7.100

CFC-12 0 ppmv 0,1 ppmv 12 1.400

Perfluorometano 0 ppmv 0,07 ppmv 50.000 6.500

Hexafluoro

sulfeto

0 ppmv 0,03 ppmv 3.200 24.000

Fonte: Scarpinella, 2002.

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14De acordo com o IPCC, os impactos econômicos, sociais e ambientais

decorrentes do aquecimento global afetarão os países. Veja abaixo, os

principais impactos:

• Diminuição da produção agrícola;

• Diminuição da disponibilidade de água;

• Aumento dos vetores diversas doenças;

• Aumento da desertificação e arenização;

• Extinção de animais e plantas;

• Aumento do nível do mar (deslocamento de dezenas de milhões de

habitantes de pequenas ilhas);

• Impactos no turismo;

• Diminuição da calota polar, dentre outros.

Especificamente no Brasil os impactos das mudanças climáticas

segundo o 4° relatório do IPCC serão (WWF – mudanças climáticas, 2008).

• No nordeste as áreas semi-áridas e áridas vão sofrer uma redução

dos recursos hídricos por causa das mudanças climáticas. A vegetação

semi-árida provavelmente será substituída por uma vegetação típica da

região árida. Nas florestas tropicais, é provável a ocorrência de extinção

de espécies.

• A recarga estimada dos lençóis freáticos irá diminuir dramaticamente

em mais de 70% no nordeste brasileiro (comparado aos índices de

1961-1990 e da década de 2050).

• As chuvas irão aumentar no sudeste com impacto direto na

agricultura e no aumento de freqüência e da intensidade das inundações

nas grandes cidades como o Rio de janeiro e São Paulo.

• No futuro, o nível do mar, a variabilidade climática e os desastres

provocados pelas mudanças climáticas devem ter impactos nos

mangues.

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15• De 38 a 45% das plantas cerrado correm risco de extinção se a

temperatura aumentar em 1.7°C em relação aos níveis da era pré-

industrial.

• Hoje, o planeta já está na média 0,7°C mais quente que em relação a

1961.

Como podemos ver os impactos serão negativos, trazendo enormes

prejuízos para a humanidade. Alguns dos problemas já podem ser vivenciados

como em 2005 que bateu o recorde no registro de furacões e tempestades

tropicais violentas ao redor do globo (wwf – mudanças climáticas, 2008). Para

tentar solucionar este importante problema, a Organização das Nações Unidas

(ONU) vem debatendo o tema em conferências internacionais. Como resultado

desses debates, alguns instrumentos de mercado foram propostos para auxiliar

os países industrializados a reduzirem suas emissões de GEE (Rocha, 2003).

Esse trabalho busca como uma das soluções para o aquecimento global o

reflorestamento. Sabemos hoje que o ecossistema florestal é um dos mais

complexos. É preciso salientar que nos últimos anos, principalmente as

florestas localizadas dentro e no entorno dos grandes centros urbanos têm sido

utilizadas impropriamente para ocupação, ou como áreas de lazer, procuradas

pelos habitantes das grandes cidades com finalidades predatórias como

acampar, caçar ou pescar. Não resta a menor dúvida de que se algumas áreas

destas florestas fossem devidamente manipuladas para fins recreativos não

predatórios e produtivos, proporcionariam uma fonte de grandes benefícios

ecológicos, sociais, econômicos e culturais, (Poggiani, 1979) além de

preventivo como proteção das encostas.

Mais de cem milhões de brasileiros vivem na área de Mata Atlântica e nela

se encontraram os principais pólos de urbanização e o desenvolvimento

econômico desde o início de nossa história (Lino, 2002). A Mata Atlântica teve

mais de 90% de sua cobertura original destruída e os remanescentes

continuam sendo devastados em ritmo inadmissível (Lino, 2002).

A devastação das matas brasileiras principalmente através de queimadas além

de contribuir diretamente para o aquecimento global, trouxe como

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16consequência a erosão do solo em muitas regiões antes equilibradas e seu

rápido empobrecimento através da lixiviação. Assim sendo, o reflorestamento

torna-se necessário no controle do processo de aquecimento global, auxilia no

controle da biodiversidade e proteção do solo através de reconstituição da

cobertura florestal e para enriquecer biologicamente as terras,

prolongadamente degradadas. (Homem, 1959).

Em Diegues (2000), encontramos o conceito de conservação elaborado pela

Fundação World Wildlife Fund (WWF) em 1980, onde a "conservação é manejo

do uso humano de organismos e ecossistemas, com fim de garantir a

sustentabilidade deste uso. Além do uso sustentável, a conservação inclui

proteção, manutenção, reabilitação, restauração e melhoramento de

populações (naturais) e ecossistemas" (WWF - UICN - Estratégia Mundial para

a Conservação, 1980, in Diegues, 2000).

Uma área degradada pode ser recuperada tendo em vista sua destinação

para diversos usos possíveis. Todavia, o termo recuperação não se aplica

indistintamente a todos os usos possíveis (Noffs, 1996). O IPT (1993, pg. 207)

sugere que se adote, conforme a possibilidade e a finalidade da recuperação,

os termos:

a) restauração, associado à idéia de reprodução das condições exatas do

local, tais como eram antes de serem alteradas pela intervenção;

b) recuperação, associado à idéia de que o local alterado seja trabalhado de

modo que as condições ambientais situem-se próximas às condições

anteriores à intervenção, ou seja, trata-se de devolver ao local o equilíbrio dos

processos ambientais ali atuantes anteriormente;

c) reabilitação, associado à idéia de que o local alterado deverá ser

destinado a uma dada forma de uso do solo, de acordo com projeto prévio e

em condições compatíveis com a ocupação circunvizinha, ou seja, trata-se de

reaproveitar a área para outra finalidade.

A CESP adota o termo recuperação conforme conceituado acima. E, nesse

sentido, apesar das muitas possibilidades de uso de uma área degradada, a

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17sua experiência na recuperação das áreas de empréstimo restringiu-se ao

reflorestamento com essências nativas com o objetivo de recompor a mata

natural e, assim, devolver ao local o equilíbrio dos processos ambientais ali

atuantes anteriormente.

O Brasil é dono de uma das biodiversidades mais ricas do mundo, possui as

maiores reservas de água doce e um terço das florestas tropicais que ainda

restam. Estima-se que aqui está uma em cada 10 espécies de plantas ou

animais existentes.

1.1 BIOMAS BRASILEIROS

Um dos países de natureza mais rica e maior biodiversidade do mundo,

o Brasil possui as maiores reservas de água doce e um terço das florestas

tropicais que ainda restam. Estima-se que aqui está 1 em cada 10 espécies de

plantas ou animais existentes.

Infelizmente, esses recursos naturais têm sido explorados de forma

irracional, sem um modelo de crescimento que proteja e utilize o patrimônio

natural brasileiro de forma equilibrada.

Fonte: WWF-Brasil

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• Caatinga – presente na região do sertão nordestino (clima semi-árido),

caracteriza-se por uma vegetação de arbustos de porte médio, secos e

com galhos retorcidos. Há também a presença de ervas e cactos;

• Campos – presente em algumas áreas da região Norte (Amazonas,

Pará e Roraima) e também no Rio Grande do Sul. A vegetação dos

campos caracteriza-se pela presença de pequenos arbustos, gramíneas

e herbáceas;

• Cerrado – este bioma é encontrado nos estados do Mato Grosso, Mato

Grosso do Sul, Goiás e Tocantins. Com uma rica biodiversidade,

caracteriza-se pela presença de gramíneas, arbustos e árvores

retorcidas. As plantas possuem longas raízes para retirar água e

nutrientes em profundidades maiores;

• Floresta Amazônica – é considerada a maior floresta tropical do mundo

com uma rica biodiversidade. Está presente na região norte (Amazonas,

Roraima, Acre, Rondônia, Amapá, Maranhão e Tocantins). É o habitat

de milhares de espécies vegetais e animais. Caracteriza-se pela

presença de árvores de grande porte, situadas bem próximas umas das

outras (floresta fechada). Como o clima na região é quente e úmido, as

árvores possuem folhas grandes e largas;

• Mata dos Pinhais – também conhecida como Mata de Araucárias, em

função da grande presença da Araucária neste bioma. Presente no sul

do Brasil, caracteriza-se pela presença de pinheiros, em grande

quantidade (floresta fechada). O clima característico é o subtropical;

• Mata Atlântica – Neste bioma há a presença de diversos ecossistemas.

No passado, ocupou quase toda região litorânea brasileira. Com o

desmatamento, foi perdendo terreno e hoje ocupa somente 7% da área

original. Rica biodiversidade, com presença de diversas espécies

animais e vegetais. A floresta é fechada com presença de árvores de

porte médio e alto;

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19• Mata de Cocais – presente, principalmente, na região norte dos estados

do Maranhão, Tocantins e Piauí. Por se tratar de um bioma de transição,

apresenta características da Floresta Amazônica, Cerrado e da

Caatinga. Presença de palmeiras com folhas grandes e finas. As árvores

mais comuns são: carnaúba babaçu e buriti;

• Pantanal – este bioma está presente nos estados de Mato-Grosso e

Mato- Grosso do Sul. Algumas regiões do pantanal sofrem alagamentos

durante os períodos de chuvas. Presença de gramíneas, arbustos e

palmeiras. Nas regiões que sofrem inundação, há presença de árvores

de floresta tropical.

A Mata Atlântica que recobre originalmente toda a faixa litorânea brasileira

desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, é classificada como

uma floresta pluvial tropical, por formar um relevo que constitui um anteparo

natural dos ventos úmidos do litoral, gerando precipitação de mais de2.000 mm

anuais (Cezar, 1992).

A floresta atlântica não fugiu à regra e teve seu desmatamento iniciado logo

após a chegada dos colonizadores portugueses, inicialmente para extração do

pau-brasil, mais tarde implantação dos ciclos da cana-de-açúcar e do café, da

pecuária e da garimpagem, seguindo-se sua exploração até os dias atuais

(Almeida, 2000).

O desmatamento no Brasil apresentado freqüentemente pela mídia

como uma das atividades criminosas mais lucrativas e comuns, causou uma

devastação de nossas matas, a vendo diminuição da biodiversidade alem da

perda de refúgio de animais. Restando apenas fragmentos da área original de

Mata Atlântica. Alem do desmatamento contribuiu muito para o aquecimento

global, portanto o reflorestamento se apresenta como a única alternativa para

combater estes dois problemas que vivemos atualmente.

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201.2 PROTOCOLO DE KYOTO

O Protocolo de Kyoto constitui um grande avanço em termos de gestão

ambiental, não só, pela fixação de metas, mas por ter criado três importantes

mecanismos para implementá-las, conhecidos como mecanismos flexibilização,

a saber: Implementação Conjunta, Comércio de Emissões e Mecanismos de

Desenvolvimento Limpo. Pelo mecanismo de Implementação Conjunta (Joint

Implementation), estão previstas entre os países do Anexo I a transferência ou

a aquisição das unidades de redução de emissões por fonte ou de aumento da

remoção antrópica por sumidouros, ambas resultantes de projetos que tenham

sido aprovados pelos países envolvidos. Os países do Anexo I podem

participar do Comércio de Emissões (Emission Trade) com o objetivo de

cumprir os compromissos de redução mencionados acima. O Mecanismo de

Desenvolvimento Limpo (Clear Development Mechanism) permite aos países

não incluídos no Anexo I se beneficiarem de projetos que resultem em

reduções certificadas de emissões e os incluídos no Anexo I de utilizar essas

reduções para contribuir com o cumprimento de parte dos seus compromissos

assumidos em decorrência do Art.3º, comentado acima. Enquanto os dois

primeiros mecanismos de flexibilização só se aplicam entre países do Anexo I,

o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) permitirá que estes países

contabilizem como suas as reduções certificadas decorrentes de projetos

realizados nos países não incluídos nesse Anexo, uma vez que estes não

estão obrigados a cumprir metas de redução.

A regulamentação desses mecanismos foi tratada nas COPs que vieram

depois, tendo sido criado um Conselho Executivo no âmbito da ONU para

administrar o MDL. Na COP-7, realizada em Marrakech em 2002, ficou

estabelecido que os países do Anexo I deverão usar o MDL para cumprir suas

obrigações de redução. Os mecanismos de flexibilização, especialmente o

MDL, incentivam a redução de carbono via estímulo econômico e podem se dar

pela implantação de projetos para criar sumidouros de carbono, para aumentar

a eficiência energética de plantas industriais existentes, para usar fontes de

energia renovável, entre outras possibilidades.

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Protocolo de Kyoto – países do Anexo I e total de emissões de CO2 em 1990

País Emissões (Gg)

% País Emissões (Gg)

%

Alemanha 1.012.443 7,4 Islândia 2.172 0,0 Austrália 288.965 2,1 Itália 428.941 3,1 Áustria 59.200 0,4 Japão 1.173.360 8,5 Bélgica 113.405 0,8 Letônia 22.976 0,2 Bulgária 82.990 0,6 Liechtenstein 208 0,0 Canadá 457.441 3,3 Luxemburgo 11.343 0,1

Dinamarca 52.100 0,4 Mônaco 71 0,0 Eslováquia 58.278 0,4 Noruega 35.533 0,3 Espanha 260.654 1,9 Nova

Zelândia 25.530 0,2

Estados Unidos

4.957.022 36,1 Países baixos

167.600 1,2

Estônia 37.797 0,3 Polônia 414.930 3,0 Federação Russa

2.388.720 17,4 Portugal 42.148 0,3

Finlândia 53.900 0,4 Reino Unido 584.078 4,3 França 366.536 2,7 República

Tcheca 169.514 1,2

Grécia 82.100 0,6 Romênia 171.103 1,2 Hungria 71.673 0,5 Suécia 61.256 0,4 Irlanda 30.719 0,2 Suíça 43.600 0,3 Total 13.728.306 100,000

Fonte: Protocolo de Kyoto à Convenção sobre Mudança do Clima, 1997. Disponível: <www.unep.org> *Obs.: Não estão incluídos Belarus, Lituânia e Turquia, partes do Anexo I da Convenção-quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima.

O MDL foi uma contribuição brasileira nas COPs dessa convenção. A

idéia que justifica esse mecanismo é bastante engenhosa: tratando-se de um

problema ambiental global, não importa onde os gases de efeito estufa estejam

sendo retidos ou evitados, o resultado será benéfico para todos. Há

posicionamentos contrários a esse mecanismo, como os que argumentam ser

o MDL uma espécie de anistia à contribuição histórica dos países do Anexo I

para o aquecimento global, permitindo a estes cumprir suas metas de redução

de emissões sem ter que reduzi-las em seus próprios territórios, onde os

custos são elevados.

Quando adotaram a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre

Mudança do Clima, em 1992, os governos reconheceram que ela poderia ser a

propulsora de ações mais enérgicas no futuro. Ao estabelecer um processo

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22permanente de revisão, discussão e troca de informações, a Convenção

possibilita a adoção de compromissos adicionais em resposta a mudanças no

conhecimento científico e nas disposições políticas.

A primeira revisão da adequação dos compromissos dos países

desenvolvidos foi conduzida, como previsto, na primeira sessão da Conferência

das Partes (COP-1), que ocorreu em Berlim, em 1995. As Partes decidiram que

o compromisso dos países desenvolvidos de voltar suas emissões para os

níveis de 1990, até o ano 2000, era inadequado para se atingir o objetivo de

longo prazo da Convenção, que consiste em impedir "uma interferência

antrópica (produzida pelo homem) perigosa no sistema climático".

Ministros e outras autoridades responderam com a adoção do "Mandato

de Berlim" e com o início de uma nova fase de discussões sobre o

fortalecimento dos compromissos dos países desenvolvidos. O grupo Ad Hoc

sobre o Mandato de Berlim (AGBM) foi então formado para elaborar o esboço

de um acordo que, após oito sessões, foi encaminhado à COP-3 para

negociação final.

Cerca de 10.000 delegados, observadores e jornalistas participaram

desse evento de alto nível realizado em Kyoto, Japão, em dezembro de 1997.

A conferência culminou na decisão por consenso (1/CP.3) de adotar-se um

Protocolo segundo o qual os países industrializados reduziriam suas emissões

combinadas de gases de efeito estufa em pelo menos 5% em relação aos

níveis de 1990 até o período entre 2008 e 2012. Esse compromisso, com

vinculação legal, promete produzir uma reversão da tendência histórica de

crescimento das emissões iniciadas nesses países há cerca de 150 anos.

O Protocolo de Kyoto foi aberto para assinatura em 16 de março de

1998. Entrará em vigor 90 dias após a sua ratificação por pelo menos 55 Partes

da Convenção, incluindo os países desenvolvidos que contabilizaram pelo

menos 55% das emissões totais de dióxido de carbono em 1990 desse grupo

de países industrializados. Enquanto isso, as Partes da Convenção sobre

Mudança do Clima continuarão a observar os compromissos assumidos sob a

Convenção e a preparar-se para a futura implementação do Protocolo.

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23

1.3. CRÉDITO DE CARBONO

Desde a convenção de Kyoto quando mais de 160 países discutiram as

mudanças climáticas no planeta, verifica-se que esta preocupação saiu dos

cadernos de ciência dos grandes jornais, alojando-se nas páginas de finanças

e negócios. As preocupações como o meio ambiente se tornaram

preocupações econômicas. O valor econômico da proteção ao meio ambiente

surgiu quando os países se comprometeram a cortar, em média, 5,2% de

emissões de dióxido de carbono sobre os valores registrados em 1990, com

prazo até 2005.

A tributação foi a primeira idéia para a formalização do controle

econômico sobre a poluição, mas isto afetaria a relação do custo/benefício no

setor de produção ou elevaria o custo final ao consumidor. Assim, para que

fossem alcançados os parâmetros globais de poluição, surgiu outro conceito,

ou seja, os países poderiam negociar direitos de poluição entre si. Um país

com altos níveis de emissão de gases na atmosfera poderia pagar a outro país

que estivesse com os níveis de poluição abaixo do limite comprometido.

A partir de então, além da idéia global da comercialização dos limites de

poluição, muitas empresas começaram a sondar tal mercancia.

Nos EUA, já encontramos legislação específica sobre a emissão de

poluentes. O órgão ambiental americano - Environment Protection Agency -

emite direitos para a emissão de volumes de poluição, títulos que simbolizam

os limites de poluição que determinada empresa deve cumprir no ano. A cada

ano tais limites sofrem reduções.

Caso esta empresa obtenha sucesso na redução anual, poluindo menos

do que o limite estabelecido, ela terá um saldo que poderá ser comercializado

no mercado com outras empresas que não conseguiram cumprir o limite

''materializado'' pelos títulos adquiridos. Com a valorização econômica, a fiscalização e todos os demais custos

operacionais para a redução da poluição acabam sendo arcados pelo mercado

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24de commoditties, não repassando o impacto financeiro para a relação

custo/benefício ou para o custo final. Esta é a maneira mais econômica e eficaz

para a fiscalização e a diminuição da poluição. Dentro deste contexto

econômico, o Brasil se encontra em uma posição extremamente valorizada, já

que possui um amplo espaço ambiental. Desta forma, as empresas e os países

altamente industrializados, obrigadas a frearem o aquecimento do planeta,

reduzindo a emissão de gases, poderão participar de projetos de

reflorestamento, adoção de tecnologias limpas, etc.

O Brasil tem no meio ambiente a sua maior riqueza. A preservação

ambiental pode ser a origem da entrada de divisas no País. O Brasil receberia

pela sua baixa emissão de gases, receberia pela enorme capacidade ambiental

de absorção e regeneração atmosférica.

1.4. SEQUESTRO DE CARBONO

O conceito de seqüestro de carbono foi consagrado pela Conferência de

Kyoto, em 1997, com a finalidade de conter e reverter o acúmulo de CO2 na

atmosfera , visando a diminuição do efeito estufa. A conservação de estoques

de carbono nos solos, florestas e outros tipos de vegetação, a preservação de

florestas nativas, a implantação de florestas e sistemas agroflorestais e a

recuperação de áreas degradadas são algumas ações que contribuem para a

redução da concentração do CO2 na atmosfera. Os resultados do efeito

Seqüestro de Carbono podem ser quantificados através da estimativa da

biomassa da planta acima e abaixo do solo, do cálculo de carbono estocado

nos produtos madeireiros e pela quantidade de CO2 absorvido no processo de

fotossíntese. Para se proceder à avaliação dos teores de carbono dos

diferentes componentes da vegetação (parte aérea, raízes, camadas

decompostas sobre o solo, entre outros) e, por conseqüência, contribuir para

estudos de balanço energético e do ciclo de carbono na atmosfera, é

Page 25: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · A devastação das matas brasileiras principalmente através de queimadas além de contribuir diretamente para o aquecimento global,

25necessário, inicialmente, quantificar a biomassa vegetal de cada componente

da vegetação.

História

As Mudanças Climáticas Globais (MCG) representam um dos maiores

desafios da humanidade. Pois, além de serem um problema global - como o

próprio nome diz, envolve vários setores da sociedade, necessita de uma

tomada de consciência da importância da questão e exige mudanças em

muitos hábitos de consumo e comportamento.

As crescentes emissões de Dióxido de Carbono (CO2) e outros gases

como o metano (CH4) e o óxido nitroso (NO2) na atmosfera têm causado sérios

problemas, como o efeito estufa. Devido à quantidade com que é emitido, o

CO2 é o gás que mais contribui para o aquecimento global. Suas emissões

representam aproximadamente 55% do total das emissões mundiais de gases

do efeito estufa. O tempo de sua permanência na atmosfera é, no mínimo, de

100 anos. Isto significa que as emissões de hoje têm efeitos de longa duração,

podendo resultar em impactos no regime climático, ao longo dos séculos.

Evidências científicas apontam que caso a concentração de CO2 continue

crescendo, a temperatura média da terra vai aumentar (entre 1,4 e 5,8 °C até

2100), causando aumento no nível dos mares, efeitos climáticos extremos

(enchentes, tempestades, furacões e secas), alterações na variabilidade de

eventos hidrológicos (aumento do nível do mar, mudanças no regime das

chuvas, avanço do mar sobre os rios, escassez de água potável) e colocando

em risco a vida na terra (ameaça à biodiversidade, à agricultura, à saúde e

bem-estar da população humana).

Historicamente, os países industrializados têm sido responsáveis pela

maior parte das emissões de gases de efeito estufa. Contudo, na atualidade,

vários países em desenvolvimento, entre eles China, Índia e Brasil, também se

encontram entre os grandes emissores. No entanto, numa base per capita, os

países em desenvolvimento continuam tendo emissões consideravelmente

mais baixas do que os países industrializados.

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26Estima-se que, em 1998, o Brasil tinha emitido, pelo menos 285 milhões

de toneladas de carbono, das quais cerca de 85 milhões resultaram da queima

de combustíveis fósseis (71% do uso de combustíveis líquidos e 15,6% da

queima de carvão mineral, 4% de gás natural). Esse número é relativamente

baixo quando comparado às emissões provenientes da queima de

combustíveis fósseis de outros países. Isto é devido ao fato de que a matriz

energética brasileira é considerada relativamente limpa pelos padrões

internacionais uma vez que se baseia na energia hidrelétrica (renovável). A

maior parte das emissões do Brasil (2/3) provém de atividades de uso da terra,

tais como o desmatamento e as queimadas, o que, atualmente, representa 3%

das emissões globais.

As nações participantes da Convenção de Mudança Climática, que

ocorreu em junho de 1992 na cidade do Rio de Janeiro, se comprometeram a

ratificar uma convenção afim de criar mecanismos que diminuíssem as

emissões dos gases causadores do efeito estufa. Estes mecanismos dizem

respeito à capacidade de as fontes de energia emitirem baixos níveis dos

gases causadores do efeito estufa, e também as alternativas para absorção de

CO2, através dos projetos de seqüestro de carbono.

Desta forma, os países desenvolvidos e as indústrias criaram uma nova

utilidade e um novo mercado para o carbono, que consiste no carbono

capturado e mantido pela vegetação. O interesse e o investimento no

seqüestro de carbono e a comercialização de créditos de carbono são a forma

através da qual estas indústrias e os países industrializados podem equilibrar

suas emissões e mantê-las a níveis seguros. As normas e regras de

comercialização e as quantidades de carbono retidas pela vegetação ainda não

são totalmente conhecidas e estabelecidas, ressaltando assim a importância

dos projetos de pesquisa desenvolvidos nesta área.

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27Valores Econômicos Associados ao Seqüestro de Carbono

No Protocolo de Kyoto foi estabelecido que os países desenvolvidos

comprometeram-se formalmente a reduzir suas emissões de gases para

atenuar o efeito estufa em 5% abaixo dos níveis de1990 com o objetivo para o

período 2008 - 2012. Tal ação significa a redução de centenas de milhões de

toneladas por ano, com um custo enorme para estas economias. Espera-se

que estes países, por sua vez, repassem os comprometimentos aos seus

respectivos setores industriais, através da criação de impostos sobre emissões

de gases causadores do efeito estufa. Estes setores deverão encontrar

alternativas de se adaptar aos novos custos de produção ou aos limites de

emissões. O segundo ponto importante do protocolo é que será aceito o

conceito de comercialização de créditos de seqüestro ou redução de gases

causadores do efeito estufa. Sendo assim, os países ou empresas que

reduzirem as emissões abaixo de suas metas poderão vender este crédito para

outro país ou empresas que não atingiram o grau de redução esperado. Um

terceiro ponto do acordo diz respeito aos métodos aceitos para realizar as

reduções das emissões. Geralmente, os métodos preferidos por vários países

são baseados em processos para melhoria da eficiência na utilização e na

transmissão de energia, processos industriais e sistema de transporte. Outra

alternativa é a substituição de combustíveis muito poluentes (carvão mineral ou

diesel) por outros combustíveis menos ricos em carbono. O protocolo também

considera a absorção de CO2 pela vegetação como um método para

compensar as emissões, sendo um ponto interessante para países com

aptidão florestal, pois também pode gerar outros recursos do setor florestal,

trazendo conseqüências de ordem econômica, ambiental e social.

As metas de redução de emissões de CO2,deverão ser alcançadas

principalmente através de políticas públicas e regulamentações que limitem

emissões diretamente, ou que criem incentivos para melhor eficiência dos

setores energético, industrial e de transporte, e que promovam maior uso de

fontes renováveis de energia. Dentre as metas, os países do Anexo I (países

desenvolvidos) poderão abater uma porção de suas metas por meio dos seus

sumidouros, especificamente as florestas.

Page 28: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · A devastação das matas brasileiras principalmente através de queimadas além de contribuir diretamente para o aquecimento global,

28Além das ações de caráter nacional, os países poderão cumprir parte de suas

metas de redução através dos três mecanismos de flexibilização estabelecidos

pelo Protocolo de Kyoto e que estão descritos a seguir:

• Comércio de emissões: este mecanismo permite que dois países

sujeitos a metas de redução de emissões (países do Anexo I) façam um

acordo pelo qual o país A, que tenha diminuído suas emissões para

níveis abaixo da sua meta, possa vender o excesso das suas reduções

para o país B, que não tenha alcançado tal condição.

• Implementação conjunta: permitido entre os países do Anexo I, onde

um país A implementa projetos que levem à redução de emissões em

um país B, no qual os custos com a redução sejam mais baixos.

• Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL): os países do Anexo I

poderão desenvolver projetos que contribuam para o desenvolvimento

sustentável de países em desenvolvimento (não pertencentes ao Anexo

I) de modo a ajudar na redução de suas emissões. Essas iniciativas

gerariam créditos de redução para os países do Anexo I, e ao mesmo

tempo ajudariam os países em desenvolvimento, pois estes se

beneficiariam de recursos financeiros e tecnológicos adicionais para

financiamento de atividades sustentáveis e da redução de emissões

globais. Ressalta-se que as reduções obtidas deverão ser adicionais a

quaisquer outras que aconteceriam sem a implementação das atividades

do projeto. Os projetos também deverão oferecer benefícios reais,

mensuráveis e a longo prazo para mitigação do aquecimento global. É

interessante observar que há possibilidade de utilizar as reduções

certificadas de emissões obtidas durante o período 2000 - 2008 para

auxiliar no cumprimento da redução estabelecida durante o período

2008 - 2012.

O financiamento de atividades sustentáveis pelo MDL levaria a menos

dependência de combustíveis fósseis nos países em desenvolvimento e,

portanto, a menos emissões a longo prazo. Os projetos MDL poderão ser

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29implementados nos setores energético, de transporte e florestal. Dentro do

setor florestal, projetos de florestamento e reflorestamento poderão participar.

No entanto, projetos que visam a redução do desmatamento e queimadas ou a

conservação de florestas estão excluídos deste mecanismo até o momento.

Nos países em desenvolvimento, os custos relacionados à

implementação de projetos que diminuam emissões de gases de efeito estufa

são, em geral, menores do que nos países desenvolvidos. Isto torna o MDL

atrativo para aqueles pertencentes ao Anexo I. Além disso, o MDL busca

incentivar o desenvolvimento sustentável, levando à criação de novos

mercados que valorizam a redução de emissões de gases de efeito estufa, e

criando oportunidades para a transferência de tecnologia e novos recursos

para países em desenvolvimento, como o Brasil. Mesmo assim, as

expectativas são de que o MDL seja o menos utilizado dos mecanismos de

flexibilização. Isso se deve ao fato dos Estados Unidos, maior investidor em

potencial dos mecanismos, terem anunciado que não pretendem ratificar o

Protocolo de Kyoto antes de 2012, o que provoca uma diminuição da demanda

por métodos alternativos para a redução de emissões por países do Anexo I.

O Brasil poderá se beneficiar do MDL tanto com projetos nos setores

energético, de transporte e florestal. Exemplos de projetos no setor energético

são: implementação de sistema de energia solar, eólica, co-geraçao através de

processos químicos e de aproveitamento de biomassa. No setor florestal, pode-

se falar em projetos de "florestamento" e reflorestamento, os quais permitem

que o carbono, pelo crescimento das árvores, seja removido da atmosfera.

Assim, a floresta plantada atuaria como um sumidouro de carbono ou

promoveria, como tem sido usado, o "seqüestro de carbono". Esse seqüestro é

possível porque a vegetação realiza a fotossíntese, processo pelo qual as

plantas retiram carbono da atmosfera, em forma de CO2 , e o incorporam a sua

biomassa (troncos, galhos e raízes). Exemplos de tais projetos são o

reflorestamento, a silvicultura e o enriquecimento de florestas degradadas.

Como a maior parte das emissões de CO2 do Brasil provêm de desmatamentos

e queimadas, a maior contribuição do Brasil para a redução de emissões seria

através da mitigação e do controle do desmatamento e queimadas.

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30

CAPÍTULO II

AQUECIMENTO GLOBAL

O Aquecimento Global é problema essencial da mudança climática que

está ocorrendo, já há fortíssimo consenso de que ele se dá pelo aumento dos

gases chamados de Efeito Estufa, ou seja, o dióxido de carbono, o metano, o

vapor d’água e outros. O efeito estufa, no entanto, não é o vilão da história.

Aliás, se ele não existisse, a humanidade também não existiria, pois a

temperatura média do planeta seria de 33 graus negativos. O que se afirma é

que está havendo um aumento excessivo da concentração desses gases na

atmosfera e, portanto, um rápido superaquecimento.

Essa questão vem sendo tema prioritário de discussão entre as nações

desde a Conferência Rio-92 ou ECO-92, Mas, de tema prioritário à tomada de

atitudes há uma grande distância. Só em 1997 é que foi assinado o famoso

Protocolo de Kyoto, que estabeleceu metas de redução dos gases de efeito

estufa. E foram necessários mais oito anos de negociações até que, em 2005,

esse compromisso pudesse entrar em vigor e se tornasse em tratado

internacional referendado pelos parlamentares dos países envolvidos.

Que não haja ilusão, no entanto, pois se trata de um acordo bem modesto e

que nem foi ratificado pelos Estados Unidos, o país mais rico e poluente do

planeta. A Austrália, também uma nação rica e poluente, só ratificou o

protocolo no final de 2007. E a China, que agora já emite mais que os Estados

Unidos, nem está na lista de países afetados pelo Protocolo.

Apesar de existirem cientistas que contestam a ocorrência do

Aquecimento global, a grande maioria argumenta o contrário. Segundo dados

da NASA (Agência Espacial Norte-americana), a temperatura média da

superfície terrestre (temperatura média dos oceanos e do ar perto da

superfície) aumentou d e13,92º C (graus Celsius) em 1900 para 14,75º C em

2005. E os modelos climáticos que estão sendo construídos e estudados

prevêem aumentos nas temperaturas médias de 1,8º a 4º C de 1990 a 2100.

As previsões climáticas são altamente complexas, mas, de qualquer forma, já

existe um robusto acordo entre a imensa maioria dos especialistas que se

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31reúnem no IPCC de que um aumento próximo a 2º.C na temperatura média

global será o suficiente para provocar conseqüências catastróficas: bilhões de

pessoas sofrendo de crescente falta de água; comprometimento irreversível de

florestas tropicais; extinção de 15% a 40% das espécies; desaparecimento de

geleiras; derretimento da placa de gelo da Groenlândia com uma

conseqüência da elevação do nível do mar etc.

As pesquisas desses estudiosos afirmam que, para haver alguma

chance de evitar atingir esse aumento de temperatura, é fundamental

estabilizar num determinado patamar (de 450 partes por milhão) as

concentrações de gases do efeito estufa. Se isso não ocorrer, os prognósticos

de aumento de temperatura global continuarão crescendo e impactos sobre os

ecossistemas são imprevisíveis.

No entanto, o que está ocorrendo no debates internacionais não vai

nesse sentido. A proposta que mais conquista adeptos acha aceitável um

patamar bem mais elevado para a estabilização de concentração desses gases

(55 partes por milhão), argumentando que poderá ser baixo o custo anual do

combate à mudança climática.

Difícil imaginar, portanto, que as soluções venham de negociações entre

todos os governos do mundo. Se as conclusões do IPCC fossem realmente

levadas a sério, as formas de combate ao aquecimento global deveriam ser

acertadas entre os 20 países que são responsáveis por 90% das emissões. E

tais acordos deveriam servir, principalmente, para acelerar pesquisas

avançadas sobre fontes de energia limpa, que possam realmente

descarbonizar as matrizes energéticas e estabelecer o encarecimento da

emissão de gases que agravam o aquecimento global, mediante impostos ou

leilões de direitos de emissão. Ou seja, em vez de os Estados distribuírem

cotas que permitem a aquisição de créditos de carbono, previstos pelo

Protocolo de Kyoto, as empresa seriam de adquiri-las em leilão.

É importante também destacar aqui o papel do Brasil na questão. O país

está entre os grandes emissores de gases do efeito estufa. Sua principal

“contribuição” não vem, no entanto, da esquina de combustíveis de origem

fóssil (petróleo, carvão e gás), como é o caso de maioria dos outros países.

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32Apesar de muitos estudiosos do aquecimento global consideram o

desmatamento da Floresta Amazônica como principal causa das emissões

brasileiras, estas se devem também de forma significativa às queimadas

agropecuárias fora da Amazônia. Mesmo não havendo ainda dados confiáveis

sobre a participação de cada uma dessas causas, é possível ver e se

surpreender com a quantidade e localização de queimadas em toda a América

Latina numa imagem noturna, e tristemente bela, do mundo, feita por satélite

do departamento de defesa americano e incluída no livro Uma verdade

inconveniente, do ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore. Em menor

grau, mas de forma perigosamente crescente, contribuem para as emissões

brasileiras a produção de energia elétrica pelo uso de carvão ou diesel, além

dos vários setores mais poluentes: construção, indústrias, transportes etc.

Não é assim, portanto, tão verdadeira e confiável a crença comum de

que as emissões do Brasil serão facilmente minimizadas com o desmatamento

zero da Amazônia. Conseguir estancar o desmatamento é necessário e

urgente, por inúmeras razões além da necessidade de reduzir as emissões de

carbono. Mas é ilusório supor que, quando isso for alcançado, a sociedade

brasileira poderá ficar sossegada a respeito de sua contribuição para o

aquecimento global.

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33

Fonte: planeta sustentável

Fonte: planeta sustentável

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342.1. POSSÍVEIS CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DO

AQUECIMENTO GLOBAL

A queima de combustíveis fósseis e o desmatamento emitem grandes

quantidades de gases, em especial o CO2 na atmosfera. Este gás absorve bem

a radiação terrestre. Quando ocorre o aumento deste gás, ocorre o aumento da

temperatura e da quantidade de vapor de água na atmosfera, ocorrendo

aquecimento da superfície terrestre. As plantas verdes absorvem CO2 durante

a fotossíntese, mas atualmente tem sido liberada uma quantidade de gás maior

que a capacidade de absorção das plantas. O CO2 acumulado na atmosfera

bloqueia a saída de radiação quente para o espaço e manda de volta esta

radiação aquecida, causando o chamado Efeito Estufa. Emissões de metano,

óxido de nitrogênio e os clorofluorcarbonetos (CFC's) também contribuem para

o efeito estufa. Os países industrializados são responsáveis por cerca de 71%

da emissão global de CO2. Os países em desenvolvimento, com 80% da

população mundial, produzem aproximadamente 18% da emissão total. Os

maiores efeitos do aquecimento global considerados por alguns cientistas são:

os efeitos que a mudança climática causará na produção mundial de alimentos,

mudanças na agricultura e a venda de commodities (o que poderá modificar a

estrutura do comércio mundial).

O Ciclo de Carbono e as Florestas

O Ciclo do Carbono consiste na transferência do carbono na natureza,

através das várias reservas naturais existentes, sob a forma de dióxido de

carbono. Para equilibrar o processo de respiração, o carbono é transformado

em dióxido de carbono. Outras formas de produção de dióxido de carbono são

através das queimadas e da decomposição de material orgânico no solo. Os

processos envolvendo fotossíntese nas plantas e árvores funcionam de forma

contrária. Na presença da luz, elas retiram o dióxido de carbono, usam o

carbono para crescer e retornam o oxigênio para atmosfera. Durante a noite,

na transpiração, este processo inverte, e a planta libera CO2 excedente do

processo de fotossíntese. Os reservatórios de CO2 na terra e nos oceanos são

maiores que o total de CO2 na atmosfera. Pequenas mudanças nestes

Page 35: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · A devastação das matas brasileiras principalmente através de queimadas além de contribuir diretamente para o aquecimento global,

35reservatórios podem causar grandes efeitos na concentração atmosférica. O

carbono emitido para atmosfera não é destruído, mas sim redistribuído entre

diversos reservatórios de carbono, ao contrário de outros gases causadores do

efeito estufa, que normalmente são destruídos por ações químicas na

atmosfera. A escala de tempo de troca de reservas de carbono pode variar de

menos de um ano a décadas, ou até mesmo milênios. Este fato indica que a

perturbação atmosférica causada pela concentração do CO2 para que possa

voltar ao equilíbrio não pode ser definido ou descrito através de uma simples

escala de tempo constante. Para ter-se alguns parâmetros científicos, a

estimativa de vida para o dióxido de carbono atmosférico é definida em

aproximadamente cem anos. A utilização de uma escala simples pode criar

interpretações errôneas. A redução do desmatamento poderá contribuir muito

consideravelmente para a redução do ritmo de aumento dos gases causadores

do efeito estufa, possibilitando outros benefícios, como a conservação dos

solos e da biodiversidade. Esta redução do desmatamento deve estar

associada a alternativas econômicas, para garantir a qualidade de vida das

populações das regiões florestais.

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36

CAPÍTULO III

DESMATAMENTO & REFLORESTAMENTO

Desmatamento

Como um dos principais contribuintes para o aquecimento global o

desmatamento merece ser combatido com mais rigor pelas instituições

governamentais. Quando uma região sofre com o desmatamento, não são

destruídas somente as árvores, todo um ecossistema é exterminado. O calor

gerado pelo fogo faz com que a temperatura do solo também aumente

matando a maioria dos microrganismos presentes no solo e responsáveis pela

captação de nutrientes pelos vegetais.

Gráfico apresentado pelo governo federal no final de 2009, mostrando o desmatamento em Km2 /ano.

Fonte: MMA/ Ministério do Meio Ambiente.

Ao penetrar numa região virgem, cujo ecossistema é recoberto por

floresta, o primeiro trabalho do homem para se fixar à terra terá de ser

fatalmente o desmatamento. Nesta ação, o primeiro efeito é a exposição do

solo, seja para fins agrícolas ou implantação de pecuária. Isso se processado

Page 37: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · A devastação das matas brasileiras principalmente através de queimadas além de contribuir diretamente para o aquecimento global,

37de maneira irracional ou antiecológica repercute negativamente e provoca o

rompimento das relações existentes entre planta-solo-água e planta-animal. Na

área, ocorrerá de forma mais intensa a meteorização por meios mecânicos e

químicos (temperatura, desnudamento, ação da gravidade, ação dos ventos,

etc.). As plantas, cujas as raízes e partes aéreas funcionam como abrigo da

superfície, interceptam radiações e também afetam diretamente a

metereorização, diminuem a ação dos ventos, interceptam as gotas de chuvas,

dispersando a energia cinética dessas gotas, modificando sua ação mecânica

de choque contra o solo. A cobertura vegetal intervém também na formação do

solo, pela adição de matéria orgânica e outros fatores.

Modificando-se a cobertura vegetal, altera-se a porosidade do solo que,

por sua vez, comanda o movimento da água. Certas culturas, como a do arroz,

cobrem o solo em apenas 10%. Os tipos de cultura são muito importantes

nessa particular. Um bom manejo da cobertura vegetal se torna, assim,

essencial para a conservação dos recursos hidrológicos, orgânicos e

biológicos. Ao modificá-la, por ação do homem ou mesmo naturalmente, altera-

se o equilíbrio ecológico.

No conjunto de fatores do ambiente, o clima é talvez o mais importante.

A vegetação e as culturas de uma região dependem principalmente do clima.

As boas ou más colheitas são também devidas, em geral, à sua influência

direta ou direta. Além da influência sobre os fatores bióticos (doenças,

enfermidades, etc.), atua também sobre os fatores estruturais do solo, que

agem sobre as plantas como provedores de água e nutrientes. A fertilidade

atual do solo (nutrientes imediatamente assimiláveis) dependem também das

condições meteorológicas.

O fogo é, sem dúvida, o agente mais nocivo ao ambiente, secundado a

ação destrutiva do desmatamento. O manejo da terra na maior parte das

regiões brasileiras não segue medidas restritivas ao uso de fogo. Seu uso,

todavia, deve ser restringido apenas àqueles casos em que não haja soluções

alternativas. Na Amazônia, frequentemente, nem sequer aceiros são feitos para

proteção da mata em torno das queimadas. O seu efeito mais danoso é a

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38destruição orgânica superficial, escassa nas florestas equatoriais (entre 30 a 40

metros de profundidade).

O fogo elimina os animais que vivem no solo, sobretudo os

invertebrados e microrganismos, inclusive bactérias e cogumelos (aos milhares

ou milhões), conforme a extensão das queimadas. Além de diminuir os

processos de oxidação e transformação dos nutrientes normais, pela

diminuição da vida microbiana, o fogo destrói também sementes, plantas

jovens, troncos e raízes, eliminando vegetais que comumente não terão

possibilidade de sobrevivência na área, a não ser por introdução posterior,

através do homem, animais ou agentes físicos. As queimadas de várzeas não

são tão ruinosas como as de terra firme, embora acelerem a lixiviação,

solubilização e calcinação de alguns minerais.

Reflorestamento

A manutenção de cobertura permanente torna-se prática essencial para

evitar modificações hidrológicas ou biológicas de vulto em curto prazo. Nos

solos degradados, leva-se cerca de 20 a 30 anos para a reconstituição da

floresta em regiões mais secas. Nos locais úmidos e não desgastados ela se

forma entre cinco a 10 anos.

Nas regiões equatoriais e tropicais o equilíbrio biológico é extremamente

complexo e delicado. Ao longo da escala filogenética, vegetal ou animal, existe

uma extensa cadeia de interligações, formando as comunidades bióticas,

cadeias alimentares e padrões de inter-relações.

Técnicas que visem à exploração de recursos devem manter o

ecossistema tanto quanto possível dentro de suas características ecológicas.

As extensas monoculturas não são recomendáveis. As áreas muito pequenas e

fragmentadas de florestas não favorecem a sobrevivência da fauna.

No ecossistema terrestre, a cobertura vegetal variada é, sem dúvida, o

fator mais importante para a manutenção do equilíbrio biológico das espécies.

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39“O problema do reflorestamento, o da restauração das fontes naturais e

o da conservação e distribuição da águas são, em nosso País, problemas

fundamentais...” (TORRES, 1915).

Antes do reflorestamento é importante avaliar a situação e o estágio em que se encontra a floresta, para a escolha do método de enriquecimento a ser

adotado. A avaliação prévia também vai indicar se será ou não necessário

intervir na floresta através do manejo ou corte seletivo de algumas espécies. O

manejo, neste caso, é o trabalho preliminar, que vai preparar a floresta

secundária para ser enriquecida.

3.1. A FLORESTA E A ÁGUA

A relação entre as matas e a água é fundamental para a qualidade do

meio ambiente. Quando ocorre o desmatamento de uma área a qualidade da

água também é alterada. Vários estudos realizados em estados como o Rio de

janeiro e São Paulo comprovaram que a permanência de florestas contribui

para o volume e a proporção de nutrientes presentes na água de um recurso

hidrológico.

Quando a água de chuva que se precipita sobre uma mata, segue dois

caminhos: uma parte volta à atmosfera por evaporação ou atinge o solo,

através da folhagem ou do tronco das árvores. Na floresta, a interceptação da

água acima do solo garante a formação de novas massas atmosféricas úmidas,

enquanto a precipitação interna, através dos pingos de água que atravessam a

copa e o escoamento pelo tronco, atingem o solo e o sua folhagem. Uma parte

da água que chega ao solo escoa superficialmente, chegando de alguma forma

aos cursos d’água ou aos reservatórios de superfície. E a outra parte sofre

armazenamento temporário por infiltração no solo, podendo ser liberada para a

atmosfera através da evaporação, manter-se como água no solo por mais

algum tempo ou como água subterrânea. De qualquer forma, a água

armazenada no solo que não for evaporada, termina por escoar da floresta,

alimentando os mananciais hídricos e possibilitando os seus múltiplos usos.

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40As conseqüências do desmatamento de uma floresta poderão ser:

- Aumento do escoamento hídrico superficial;

- Redução da infiltração da água no solo;

- Redução da evapotranspiração;

- Aumento da incidência do vento sobre o solo;

- Aumento da temperatura;

- Redução da fotossíntese;

- Ocupação do solo para diferentes usos;

- Redução da flora e fauna nativas .

Alguns efeitos principais neste cenário ambiental de degradação, podem

ser facilmente identificados como: a alteração na qualidade da água, através do

aumento da turbidez, eutrofização e do assoreamento dos corpos d’água;

alteração do deflúvio, com enchentes nos períodos de chuva e redução na

vazão de base quando das estiagens; mudanças micro e mesoclimáticas, esta

última quando em grandes extensões de florestas; mudanças na qualidade do

ar, em função da redução da fotossíntese e do aumento da erosão eólica;

redução da biodiversidade, em decorrência da supressão da flora e da fauna

local e poluição hídrica, em função da substituição da floresta por ocupação,

em geral inadequada, com atividades agropastoris, urbanas e industriais.

As áreas de com grande declínio precisam ainda mais da proteção com

cobertura florestal, em função do risco de erosão e de deslizamentos do solo,

acarretando em problemas de aumento de assoreamento nos corpos d’água.

Não é só para o meio rural que a boa relação entre floresta e água é

importante. Cada vez mais, e principalmente nas áreas urbanas da zona

costeira brasileira, a conservação e recuperação das áreas de proteção dos

mananciais hídricos tornam-se essenciais. Nesta região o aumento

populacional, com conseqüente aumento no consumo de água e na produção

de esgoto e lixo, levam a um eminente colapso na disponibilidade hídrica para

abastecimento humano. A poluição e escassez de água decorrentes da

ocupação urbana inadequada, são fatores determinantes na degradação da

floresta, especialmente no bioma Mata Atlântica. Ao mesmo tempo, o

desmatamento em terrenos com declínios e a destruição das várzeas para

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41ocupação urbana desordenada, criam áreas críticas de risco, principalmente

para as populações de baixa-renda.

3.2 . PRINCIPAIS LEIS AMBIENTAIS

O Brasil possui muitas leis ambientais, porém ainda recentes em relação a

outros países mais desenvolvidos. A questão mais delicada é a aplicação

destas Leis que protegem o Meio Ambiente. Num país com grandes extensões

de terra, a fiscalização torna-se difícil, e algumas vezes até impossível, graças

ao pequeno número de profissionais para este serviço.

A legislação ambiental aos poucos toma sua importância. Porém ainda é

preciso mudar a cultura extrativista enraizada depois de tantos séculos.

Aqui está uma relação das principais Leis Ambientais:

• Código Florestal

Lei Nº 4.771, de 15 de setembro de 1965.

(D.O.U., 16.9.65)

Institui o Novo Código Florestal

• Tabela de Valores de MULTAS por crimes ambientais

LEI Nº 4.771, de 15 de setembro de 1965 (Anexo)

• Alteração no Código Florestal

Altera dispositivos da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, que

institui o novo Código Florestal.

LEI Nº 7.511, de 7 de julho de 1986.

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42• Decreto 750/93

Artigo 1° - Ficam proibidos o corte, a exploração e a supressão de

vegetação primária ou nos estágios avançados e médio de regeneração

da Mata Atlântica. DECRETO N° 750 de 10 de fevereiro de 1993

• Decreto no 1.922/96

Dispõe sobre o reconhecimento das Reservas Particulares do

Patrimônio Natural, e dá outras providências. Decreto no 1.922, de 5 de

junho de 1996

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43

CONCLUSÃO

Incentivos que possam vir a apoiar o uso sustentável da terra e das

florestas devem ser apoiados criteriosamente. Afinal, antes da discussão do

sequestro de carbono nas convenções mundiais, a degradação do solo e da

floresta no Brasil já era uma problemática ambiental séria, cuja resolução vem

enfrentando entraves enormes por falta de prioridade política, recursos

financeiros e humanos e preparo institucional.

Desmatamentos e queimadas representam algo em torno de 60% a 70%

das emissões de carbono brasileiras. Para combatê-los, necessita-se montar

uma estratégia própria como contribuição para a mitigação do efeito estufa.

Evidentemente, a floresta natural tem outras finalidades, e oferece uma

grande quantidade de benefícios imensuráveis, de forma que o que foi dito

anteriormente, não tem o objetivo de diminuir a importância da preservação das

florestas.

No caso brasileiro, a redução das emissões passa, em grande medida,

pelo controle dos desmatamentos, que no âmbito da política de seqüestro de

carbono significa defender, a inclusão da proteção das florestas contra

desmatamentos e queimadas. Isso depende muito da iniciativa brasileira de

liderar as discussões e negociações internacionais nos fóruns mundiais.

Atualmente, o debate sobre as questões ambientais se elitizou e se

tornou assunto de cientistas especializados, escapando não só à participação

do cidadão comum, mas à comunidade científica fora da especialidade. Tal é o

caso da discussão sobre a mudança climática, a camada de ozônio, a

biodiversidade e, de pesquisar incessantemente, visto que apenas a realização

de trabalhos certa forma, a engenharia genética. Na verdade é preciso

científicos bem orientados poderá determinar as normas a serem seguidas nos

próximos anos em relação aos reflorestamentos.

Merece menção a iniciativa do governo brasileiro de constituição do

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44Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, em junho de 2000, com o objetivo

de ampliar as discussões sobre assuntos relacionados a mudanças climáticas.

O Fórum tem facilitado discussões virtuais diárias, bem como

organizado encontros, com o intuito de promover o conhecimento atualizado e

ampliar a participação de diversos segmentos da sociedade brasileira nos

processos decisórios sobre a questão da mudança climática.

A discussão sobre o sequestro de carbono e os MDLs ainda passa à

margem da atenção da grande maioria da população brasileira. Sobretudo,

caracteriza-se pela falta de consulta efetiva e qualificada às populações e

grupos sociais interessados. Isso desde já coloca restrições, quanto às

medidas e formas de implementação que possam efetivamente trazer

benefícios à sociedade.

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45

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48.

ANEXOS

ÍNDICE DE ANEXOS

ANEXO 1 - Gráfico de desmatamento na Amazônia

ANEXO 2 - Gráfico dos estados brasileiros que mais sofrem com o

desmatamento.

ANEXO 3 – Gráfico com as principais atividades poluidoras do meio ambiente.

ANEXO 4 – Gráfico com os pedidos de licença para desmatamentos no Brasil.

ANEXO 5 – Gráfico das principais ações poluentes responsáveis pela emissão

de gases que contribuem para o aumento do Efeito Estufa.

ANEXO 6 – Mapa das áreas nas afetadas pelo desmatamento.

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Anexo 1 - Gráfico de desmatamento na Amazônia

Fonte: IPCC

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50

Anexo 2 – Gráfico dos estados brasileiros que mais sofrem com o

desmatamento.

Fonte: Imazon

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Anexo 3 – Gráfico com as principais atividades poluidoras do meio ambiente.

Fonte: IPCC e NASA/2006.

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Anexo 4 – Gráfico com os pedidos de licença para desmatamentos no Brasil.

Fonte: IBAMA.

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Anexo 5 – Gráfico das principais ações poluentes responsáveis pela emissão

de gases que contribuem para o aumento do Efeito Estufa.

Fonte: IPCC

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54Anexo 6 – Mapa das áreas nas afetadas pelo desmatamento.

Fonte: MMA/ ministério do Meio Ambiente e IBAMA.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I – Efeito Estufa 10

1.1 Biomas brasileiros 17

1.2 Protocolo de Kyoto 20

1.3 Crédito de Carbono 23

1.4. Sequestro de Carbono 24

CAPÍTULO II - Aquecimento Global 30

2.1. Possíveis causas e conseqüências 34

CAPÍTULO III - Desmatamento & Reflorestamento 36

3.1. A floresta e a água 39

3.2 As principais leis ambientais 41

CONCLUSÃO 43

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 45

WEBGRAFIA 47

ANEXOS 48

ÍNDICE 55