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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO AGREGANDO VALOR NAS ORGANIZAÇÕES Por: Christiane Maria Muniz de Campos Orientador Prof. Fabiane Muniz Rio de Janeiro 2008

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

AGREGANDO VALOR NAS ORGANIZAÇÕES

Por: Christiane Maria Muniz de Campos

Orientador

Prof. Fabiane Muniz

Rio de Janeiro

2008

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

AGREGANDO VALOR NAS ORGANIZAÇÕES

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Gestão de

Recursos Humanos.

Por: Christiane Maria Muniz de Campos

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AGRADECIMENTOS

....à Claudia e aos amigos que muito

contribuíram, parentes, colegas e

companheiros de trabalho pelo apoio e

incentivo......

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DEDICATÓRIA

.....dedico a minha mãe, pelo grande

exemplo que sempre foi, meu pai, e a

minha família pela paciência,

compreensão e por sempre acreditarem

em mim......

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RESUMO

Os desafios hoje relacionados à gestão estratégica decorrem da alta

competitividade empresarial. As empresas são forçadas a fornecerem

melhores níveis de qualidade, ser capazes de fidelizar seus clientes e

conquistar novos mercados. Desse modo, seus sistemas de medição de

desempenho também precisam refletir esta mudança, fornecendo informações

mais adequadas para suportar o gerenciamento do negócio. Atualmente, o

ambiente organizacional busca, incessantemente diferenciais competitivos

consistentes, capazes de agregar valor às organizações, contudo, é importante

possuir uma equipe de colaboradores talentosos, bem preparados e

permanentemente motivados. O fortalecimento desses comportamentos

constitui um dos objetivos essenciais da gestão estratégica de pessoas. A

velocidade com que os conhecimentos são disseminados ao redor do mundo

torna difícil a sustentabilidade de tais diferenciais por muito tempo.

Já faz algum tempo que a área de Recursos Humanos passou de um

simples departamento de pessoal para um agente de transformações na

organização, provocando mudanças e oferecendo sustentação na

implementação das mesmas. A empresa que opta pela vanguarda em gestão

de pessoas certamente obterá resultados benéficos a sua saúde

organizacional, aumentando a produtividade, garantindo a sobrevivência do

negócio e propiciando satisfação aos empregados. Para isso, as empresas

contam com ferramentas de gestão capazes de fomentar resultados

satisfatórios. Para compreender um pouco mais algumas dessas ferramentas,

este trabalho tem por objetivo discutir a importância do processo de avaliação

de desempenho como uma ferramenta de agregação de valor ao negócio da

organização.

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METODOLOGIA

Este trabalho foi elaborado utilizando o método de pesquisa e vivência

profissional. Além de discussões com o meio empresarial buscou-se também,

importantes idéias no meio acadêmico sobre a avaliação de desempenho.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

DESEMPENHO HUMANO

MOLA MESTRA DA DINÂMICA ORGANIZACIONAL 10

CAPÍTULO II

MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO 16

CAPÍTULO III

CRÍTICAS AO PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO 33

CONCLUSÃO 42

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ÍNDICE 48

FOLHA DE AVALIAÇÃO 49

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INTRODUÇÃO

No início, as empresas passavam por mudanças que aconteciam

lentamente, possuíam tempo para corrigir erros e acertar as novas decisões.

Atualmente, o processo de mudanças e incertezas é constante, o que leva as

organizações a terem que se antecipar e a se prepararem muito melhor para

não comprometer seu desempenho. Conseqüentemente, as organizações

passaram a desenvolver uma análise do ambiente externo e interno,

mapeando as oportunidades e ameaças, forças e fraquezas para traçar uma

gestão estratégica que permitissem escolhas no presente em vista às

expectativas do futuro.

O grande desafio que se apresentou foi em relação aos colaboradores.

Diferente de outras épocas, hoje, para um melhor desempenho da empresa é

necessário o melhor desenvolvimento humano que passa a ser o foco das

organizações. Conhecimento é necessidade primordial do capital humano, a

informação gerando desburocratização e avanço tecnológico e a

hipercompetitividade que exige respostas imediatas.

Surge à necessidade de descrever qualitativamente o fator humano

dentre uma série de características do profissional moderno, definindo os perfis

desejados, as metas a serem alcançadas e o desempenho esperado.

O processo de avaliação de desempenho é um instrumento que

possibilita as empresas alcançarem resultados a partir do aproveitamento do

desempenho dos funcionários. Através da formulação de uma estratégia,

planeja-se onde e o que se quer alcançar. A importância do planejamento e da

análise do desempenho está na capacidade de contribuição para a melhoria

dos resultados organizacionais por meio da comparação entre o que se espera

e o que foi alcançado.

O objetivo da gestão de desempenho profissional é, portanto,

promover ações que vinculem o desenvolvimento profissional dos empregados

aos objetivos da empresa direcionando o desempenho. A gestão de recursos

humanos está fundamentada no aprimoramento profissional, buscando ampliar

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a capacidade dos funcionários em integrar-se em um ambiente de negócios

em constante transformação.

Nessa pesquisa, um dos autores utilizado foi BERGAMINI (1988); para

ele a organização pode ser entendida como uma realidade social, integrada

por diferentes pessoas, que se comportam realizando atividades, isto é,

trabalham, no sentido de produzir resultado final comum, ou seja, atingir os

objetivos do empreendimento, pois a intenção das pessoas em realizar

determinada atividade resulta na possibilidade de obterem algo como retorno.

A avaliação de desempenho deve abranger não somente o

desempenho dentro do cargo, como também o alcance de metas e objetivos;

concentrando-se em uma análise objetiva do desempenho e não em uma

avaliação subjetiva de hábitos pessoais. Deve ser aceita tanto pelo avaliador

quanto que pelo avaliado devendo-se ser utilizada para melhorar a

produtividade do indivíduo dentro da organização.

O trabalho está estruturado da seguinte forma: No primeiro capítulo, é

feita uma revisão bibliográfica acerca do planejamento estratégico de recursos

humanos, pois para melhor entendermos a importância de um Sistema de

Avaliação de Desempenho é necessário, primeiramente, visualizar o modo

como este sistema se encaixa no processo de Planejamento Estratégico. Em

seguida, revemos alguns conceitos e aplicações da Avaliação de

Desempenho.

No Capítulo 2 desse trabalho vamos apresentar e analisar os métodos

de avaliação de desempenho tradicionais e modernos.

Em seguida, procurou-se analisar a aplicação da avaliação de

desempenho de recursos humanos, enfatizando-se os benefícios e as críticas

(Capítulo 3).

Por fim, é apresentada a conclusão do trabalho.

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CAPÍTULO I

DESEMPENHO HUMANO – MOLA MESTRA DA

DINÂMICA ORGANIZACIONAL

Em todas as circunstâncias e momentos estamos avaliando tudo o que

acontece ao nosso redor. Os mais diversos assuntos, como a inflação na

economia nacional, o desempenho das exportações nacionais, as bolsas de

valores, como funciona o som do colega, a nossa geladeira, como está o sabor

da cerveja importada, como se comporta a namorada atual do melhor amigo,

qual é a capacidade do professor de matemática, qual a potência do carro

novo de papai etc.; são continuamente avaliadas pelas pessoas. A avaliação

do desempenho é um tema constante e corriqueiro em nossas vidas

particulares. O mesmo ocorre nas organizações. Elas sempre se defrontam

com a necessidade de avaliar os mais diferentes desempenhos: financeiro,

operacional, técnico, em vendas e marketing. Como está a qualidade dos

produtos, a produtividade da empresa, o atendimento ao cliente. E,

principalmente, como está o desempenho humano. Afinal, são as pessoas que

dão a vida à organização. Elas constituem a mola mestra da dinâmica

organizacional.

1.1 – A Importância do Planejamento Estratégico

Na moderna organização não há mais tempo para remediar um

desempenho sofrível ou abaixo da média. O desempenho humano precisa ser

excelente em todos os momentos para que a organização tenha

competitividade para atuar e sair-se bem no mundo globalizado de hoje. O

capital humano é que representa os bens da organização.

Segundo Becker, Huselid e Ulrich (2001), o Capital Humano assume

importância primordial como elemento propulsor da criação de valor para uma

organização. Segundo eles, as organizações reconhecem os colaboradores

como o principal recurso organizacional. À medida que a principal fonte de

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produção da economia migra do capital físico para o capital intelectual, e pelo

impacto deste último sobre a estratégia da empresa, as organizações se vêem

forçadas a converter o capital humano na principal fonte de potencial

competitivo responsável. Ainda, Beatty, Becker e Huselid (2005) afirmam

que o capital humano, em si, é a fonte renovável mais importante de vantagem

competitiva, na medida em que as empresas competem, cada vez mais, com

base no conhecimento. Estes autores argumentam que uma estratégia de

Capital Humano compreensível e aceitável, diante da realidade da empresa, é

elemento fundamental para a eficácia na execução da estratégia da empresa

diferenciada e ajustada às condições de cada organização.

A valorização do capital humano, do seu desempenho e o uso

adequado das ferramentas de recursos humanos são aspectos determinantes

na estratégia organizacional e na estratégia de recursos humanos.

As estratégias globais de uma organização, geralmente, são definidas

pela alta cúpula administrativa, que escolhe e planeja meios para atingir as

metas da organização (GUTIERREZ, 1996; ZANELLI, 1999).

ANTHONY, PERREWÉ e KACMAR (1999) esclarecem que o

planejamento estratégico de Recursos Humanos é uma projeção de como a

empresa vai adquirir e utilizar seus recursos humanos em prol do alcance dos

objetivos traçados pela organização de forma global.

Gutierrez (1996) amplia esta noção ao ressaltar a fundamental

importância da elaboração de estratégias bem organizadas e coesas na

criação de um projeto de empresa no qual culmine o interesse dos principais

atores envolvidos.

Segundo Fombrun e Harris (1995) o gerenciamento estratégico de

Recursos Humanos envolve quatro atividades: práticas de seleção, de

avaliação, de recompensa e de desenvolvimento, que devem ser integradas de

forma coerentes, e estas necessitam de esforços sistemáticos para unir as

práticas de Recursos Humanos da empresa e sua cultura, com estratégias

competitivas, de modo que garanta aos dirigentes uma vantagem relativa

frente aos concorrentes, propiciando também um aumento do desempenho

corporativo.

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CHIAVENATO (1996) esclarece ainda, que as políticas de Recursos

Humanos devem estar adequadas à filosofia e à política da organização e de

forma geral devem abranger cinco subsistemas, a saber: suprimento de

recursos humanos com atividades de recrutamento, seleção e integração de

pessoal; aplicação de recursos humanos com a descrição de cargos,

movimentação interna, plano de carreira e avaliação de desempenho;

manutenção dos recursos humanos através de critérios de remuneração e

benefícios, trabalhos de motivação, segurança e qualidade para os

funcionários; desenvolvimento de recursos humanos através de programas de

preparação e reciclagem, desenvolvimento de potencial a médio e longo

prazos e mudanças comportamentais; controle de recursos humanos com

disponibilidade de informações quantitativas e qualitativas sobre a força de

trabalho disponíveis na organização e critérios para a auditoria permanente da

aplicação e adequação das políticas e procedimentos referentes aos recursos

humanos da organização. Vale lembrar que, quando se fala de administração

de recursos humanos, está se tratando de uma responsabilidade que é de

todos os gerentes e chefias, onde o departamento de Recursos Humanos

adota uma função de staff. Já as políticas de Recursos Humanos, estão

ligadas em geral, à maneira de cuidar destes subsistemas descritos

anteriormente.

1.2 - Conceitos e Aplicações da Avaliação de Desempenho

Para CHIAVENATO (1999, p.189), "A avaliação do desempenho é uma

apreciação sistemática do desempenho de cada pessoa, em função das

atividades que ela desempenha, das metas e resultados a serem alcançados e

de seu potencial de desenvolvimento”.

“A avaliação de desempenho é a base para apreciação de um fato, de

uma idéia, de um objetivo ou de um resultado e também a base para a tomada

de decisão sobre qualquer situação que envolve escolha” (ENSSLIN,

ENSSLIN, DUTRA e PETRI, 2007). A importância em conhecer o que é e

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como se aplica o processo de Avaliação de Desempenho (AD) é destacada

para o alcance do sucesso de seu uso nas organizações.

Bergamini (1986, p. 99 apud ALEKSIEJUK, 2006, p. 13) explica que “é

por isso que não se admitem procedimentos universais em avaliação de

desempenho. Ela é uma técnica cuja principal característica é refletir aspectos

privados da empresa na qual foi implantada e cujos aspectos privados

atendem aos requisitos básicos dos grupos de cargos, bem como das pessoas

envolvidas”.

LUCENA (1992, p.26) vê a Avaliação de Desempenho como a

verificação da atuação da força de trabalho na produção de resultados;

reforçando que o conceito de avaliação de desempenho abrange como

premissa básica à confrontação de algo que acontece (resultado) com algo

que foi estabelecido antes (meta).

A partir dessas visões, percebe-se que a Avaliação de Desempenho

possui relativa importância na gestão da estratégia organizacional, a ponto de

se tornar uma das mais importantes ferramentas da área de recursos

humanos.

Segundo BATEMAN (1998) a “avaliação de desempenho tem dois

propósitos básicos”. O primeiro é no aspecto administrativo e o segundo, o

mais importante, é em relação ao desenvolvimento. No primeiro caso fornece

informações que subsidiarão decisões em relação a vários aspectos, pode

fornecer um diagnostico das necessidades de treinamento, planejamento,

assim como, identificar o clima organizacional da Organização.

A avaliação de desempenho é um processo que serve para julgar ou

estimar o valor, a excelência e as qualidades de uma pessoa e, sobretudo,

qual é a sua contribuição para o negócio da organização. A avaliação do

desempenho recebe denominações variadas como a avaliação do mérito,

avaliação de pessoal, relatórios de progressos, avaliação de eficiência

individual ou grupal, etc. Deve-se ressaltar que varia enormemente de uma

organização para outra. Na realidade, a avaliação do desempenho é um

processo dinâmico que envolve o avaliado e seu gerente e representa uma

técnica de direção imprescindível na atividade administrativa de hoje. É um

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excelente meio pelo qual se localizam problemas de supervisão e gerência, de

integração das pessoas à organização, de adequação da pessoa ao cargo, de

localização de possíveis dissonâncias ou carências de treinamento, e,

consequentemente, estabelecer os meios e programas para eliminar ou

neutralizar tais problemas. No fundo, a avaliação do desempenho constitui um

poderoso meio de resolver problemas de desempenho e melhorar a qualidade

no trabalho e a qualidade de vida dentro das organizações. A avaliação de

desempenho aparece como iceberg, mas realmente está avaliando todo o

perfil da organização.

Existem seis questões fundamentais na avaliação do desempenho

(MILKOVITCH e BOUDREAU, 1994, p166):

1. Por que avaliar o desempenho?

2. Qual o desempenho que deve ser avaliado?

3. Como avaliar o desempenho?

4. Quem deve fazer a avaliação do desempenho?

5. Quando avaliar o desempenho?

6. Como comunicar a avaliação do desempenho?

A empresa precisa de informações para tomar decisões estratégicas e

as pessoas precisam do feedback para saber como e o que melhorar. Toda

pessoa precisa receber retroação a respeito de seu desempenho para saber

como está fazendo o seu trabalho. Sem essa retroação, as pessoas caminham

às cegas. Também a organização precisa saber como as pessoas

desempenham as suas atividades para ter uma idéia de suas potencialidades.

Assim, pessoas e organizações precisam conhecer algo a respeito de seu

desempenho.

"Avaliação de desempenho é o processo que mede o desempenho do

funcionário. O desempenho do funcionário é o grau em que ele alcança os

requisitos do seu trabalho” (CHIAVENATO, 1999). O que devemos ter sempre

em mente é que a avaliação de desempenho deve estar sempre preocupada

com os resultados, desempenho e acompanhamento de seus colaboradores

para que os objetivos organizacionais almejados consigam ser alcançados,

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pois como todos nós sabemos, quando uma organização chega ao ápice do

sucesso só conseguiu por meio de seu capital humano.

A avaliação do desempenho é um processo de redução da incerteza e,

ao mesmo tempo, de busca de consonância. A avaliação reduz a incerteza do

funcionário ao proporcionar retroação a respeito do seu desempenho. Ela

busca a consonância a medida em que proporciona a troca de idéias e

concordância em conceitos entre funcionário e seu gerente. Na realidade, a

avaliação de seu desempenho deve mostrar ao seu funcionário o que as

pessoas pensam a respeito do seu trabalho e da sua contribuição á

organização e ao cliente.

No fundo, o principal interessado na avaliação do desempenho é o

próprio funcionário. E também a organização. Quase sempre, as organizações

criam sistemas de avaliação que são centralizadas em órgão que monopoliza o

assunto – o DRH. Na verdade, seria um simples sistema de avaliação no qual

o próprio cargo ou trabalho proporcionasse toda a retroação a respeito do

desempenho do ocupante, sem necessidade de intermediários ou da

intervenção de terceiros. A hierarquia, o staff e a centralização quase sempre

impõem regras e normas rígidas que se afastam da realidade que cerca o

funcionário e fazem o processo de avaliação tornar-se uma verdadeira

maratona burocrática.

Segundo MARRAS (1999), as principais razões para fazer avaliação de

desempenho são:

1) proporcionar um julgamento sistemático para fundamentar

aumentos salariais, promoções, transferências e, muitas vezes, demissões de

funcionários;

2) através dela pode-se comunicar aos funcionários como eles estão

indo em seu trabalho, sugerindo mudanças no comportamento, atitudes,

habilidades e conhecimentos;

3) permite que os subordinados conheçam aquilo que o chefe pensa a

seu respeito. Deve servir de base para aconselhamento a respeito do

desempenho humano.

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CAPÍTULO II

MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

A avaliação de desempenho pode ser feita pelo gerente direto do

colaborador, pode ser também feita uma auto-avaliação pelo colaborador,

pelos colegas, por uma comissão de avaliação de desempenho, pelos clientes

internos e externos. Não existe uma maneira ideal de quem deve avaliar, deve

sim cada organização conhecer quem são as pessoas indicadas a serem os

avaliadores e montar um sistema de avaliação condizente com a cultura da

organização. Deve trazer resultados benéficos sem que venha gerar conflitos,

pois um chefe pode ficar constrangido quando um subordinado seu o avalie,

portanto certos cuidados deverão ser tomados para que situações deste tipo

não venham acontecer.

2.1 – Métodos Tradicionais da Avaliação de Desempenho

Os modelos apontados representam metodologias diferentes na

aplicação de um programa de avaliação de desempenho individual. Algumas

dessas metodologias, atualmente, podem ser consideradas ultrapassadas

(MARRAS, 1999, p.198).

Entre os diversos métodos existentes, geralmente é usado um ou mais

métodos formais para avaliar o desempenho humano nas organizações,

seguem, abaixo, alguns métodos importantes:

Auto Avaliação do Desempenho

O ideal seria que cada pessoa avaliasse o seu próprio desempenho

tomando por base alguns referenciais como critérios a fim de evitar a

subjetividade que implica no processo. Nas organizações mais abertas e

democráticas, é o próprio individuo o responsável pelo seu desempenho e sua

monitoração, com ajuda do seu superior. Nessas organizações se utiliza

intensamente a auto-avaliação do desempenho, na qual cada pessoa se avalia

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constantemente quanto á sua performance, eficiência, eficácia, tendo em vista

determinados parâmetros fornecidos pelo seu superior ou pela tarefa. Na

verdade, cada pessoa pode e deve avaliar seu desempenho como um meio de

alcançar metas e resultados fixados e deve superar expectativas. Avaliar quais

necessidades e carências pessoais para melhorar o desempenho, quais os

pontos fortes e fracos, as pontecialidades e as fragilidades e, com isso, o que

reforçar e como melhorar os resultados pessoais. Muitas organizações estão

tentando esquemas de auto-avaliações para suas equipes. Essa auto-

avaliação coletiva tem proporcionado excelentes resultados.

O gerente

Na maior parte das organizações, cabe ao gerente a responsabilidade

de linha pelo desempenho dos seus subordinados e pela sua constante

avaliação e comunicação dos resultados. Nessas organizações, quem avalia o

desempenho do pessoal é o próprio gerente ou supervisor, com assessoria do

órgão de RH que estabelece os meios e os critérios para que avaliação possa

acontecer. Como o gerente não tem conhecimento especializado para projetar,

manter e desenvolver um plano sistemático de avaliação das pessoas, o órgão

de RH entra com a função de staff de montar, acompanhar e controlar o

sistema, enquanto cada gerente mantém a sua autoridade de linha avaliando o

trabalho das subordinadas por meio do sistema. Essa linha de trabalho tem

proporcionado maior liberdade e flexibilidade para que cada gerente seja

realmente o gestor do seu pessoal.

O indivíduo e o gerente

Se a avaliação do desempenho é a responsabilidade de linha e se o

maior interessado nela é o próprio funcionário, uma alternativa interessante é

aproximação das duas partes. O envolvimento do individuo e do gerente na

avaliação é uma tendência muito forte. Nessa alternativa, o gerente funciona

como elemento de guia e orientação, enquanto o funcionário avalia o seu

desempenho em função da sua retroação fornecida pelo gerente. O gerente

fornece todos os recursos aos funcionários – orientação, treinamento,

aconselhamento, informação, equipamento, metas e objetivos a alcançar – e

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cobra resultados e cobra recursos do gerente. Um intercâmbio no qual cada

um contribui com algo para obtenção de resultados.

A equipe de trabalho

Nesta modalidade, é a própria equipe de trabalho que avalia o

desempenho de cada um de seus membros e programa com cada um a

providência necessária para sua melhoria. A equipe se torna responsável pela

avaliação do desempenho de seus participantes e define seus objetivos e

metas a alcançar.

A avaliação de 360°

A avaliação do desempenho é feita de modo circular por todos os

elementos que mantém alguma interação com o avaliado. Participam da

avaliação, o chefe, os colegas e os pares, os subordinados, os clientes

internos e externos, os fornecedores, enfim, todas as pessoas ao redor do

avaliado, em uma abrangência de 360 graus.

A avaliação feita pelo entorno é mais rica por produzir diferentes

informações vindas de todos os lados e funcionam no sentido de assegurar a

adaptabilidade e o ajustamento dos funcionários às variadas demandas que

ele recebe de seu ambiente de trabalho ou de seus parceiros. Porém, ficar na

berlinda ou na passarela recebendo um verdadeiro tiroteio de todos os lados

não é nada fácil para o avaliado. Ser o alvo das atenções não é nada fácil para

o avaliado, este se torna muito vulnerável se não tiver a mente aberta e

receptiva para o sistema (REIS, 2000).

No próximo sub-capítulo, veremos outras constatações sobre este

método de avaliação.

A avaliação para cima

Constitui uma faceta especifica da alternativa anterior. Ao contrário da

avaliação do subordinado pelo superior, a avaliação para cima é outro lado da

moeda e permite que a equipe avalie o seu gerente, como ele proporcionou os

meios e recursos para que a equipe alcançar seus objetivos e como o gerente

poderia incrementar a eficácia da equipe e ajudar a melhorar os seus

resultados.

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A avaliação para cima permite que o grupo promova negociações e

intercâmbios com o gerente exigindo novas abordagens em termos de

liderança, motivação e comunicação que tornem as relações de trabalho mais

livres e eficazes. O comando arbitrário do superior passa a ser substituído por

uma nova forma de atuação democrática, sugestiva, consultiva e participativa.

Algumas organizações vão mais além, ao propor a avaliação da própria

companhia pelos funcionários e proporcionar-lhes retroação pos resultados

alcançados e medidas corretivas necessárias para ajustar o ambiente de

trabalho às expectativas das pessoas.

A comissão de avaliação do desempenho

Em algumas organizações, a avaliação do desempenho é atribuída a

uma comissão especialmente designada para essa finalidade. Trata-se de uma

avaliação coletiva feita por um grupo de pessoas direta ou indiretamente

interessadas no desempenho dos funcionários.

A comissão é, em geral, constituída de pessoas pertencentes a

diversos órgãos ou unidades organizacionais e é formada por membros

permanentes e por membros transitórios. Os membros permanentes e estáveis

(como o presidente da organização ou seus representantes, o dirigente do

órgão de RH e o especialista em avaliação do desempenho) participam de

todas as avaliações e o seu papel é moderar e assegurar a manutenção do

equilíbrio dos julgamentos, do atendimento dos padrões organizacionais e da

constância do sistema. Os membros transitórios são os gerentes de cada

funcionário avaliado e o seu respectivo superior. Apesar da evidente

distribuição de forças, esta alternativa é bastante criticada pelo seu aspecto

fortemente centralizador e pelo seu espírito de julgamento quanto ao passado.

Por essa razão, dificilmente, a comissão central consegue focalizar a

orientação e a melhoria contínua do desempenho. A comissão representa uma

terceira parte, isto é, um elemento externo e estranho ao relacionamento entre

funcionário e seu superior.

Não deixa de ser uma alternativa onerosa, trabalhosa e demorada, já

que todos os funcionários devem passar pelo crivo da comissão. Além disso,

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as pessoas se sentem inferiorizadas, com o seu desempenho dependendo de

uma comissão central que a todos julga, aprova e desaprova.

O órgão de RH

Trata-se de uma alternativa muito comum em organizações mais

conservadoras, mas que está sendo abandonada, pelo seu caráter

extremamente centralizador, monopolizador e burocrático. Nesta alternativa, o

órgão de RH assume totalmente a responsabilidade pela avaliação do

desempenho de todas as pessoas da organização. Quase sempre, as

informações sobre o desempenho passado das pessoas são obtidas com cada

gerente e processadas e interpretadas, gerando relatórios ou programas de

providência que são coordenados pelo órgão de Rh.

Como todo o processo centralizador, as regras e normas burocráticas

quase sempre tiram a liberdade e a flexibilidade das pessoas envolvidas no

sistema. Além do mais, apresenta a desvantagem de trabalhar com médias e

medianas e não com o desempenho individualizado e singular de cada pessoa.

Trabalha no genérico e não no particular. E provoca uma forte tendência á

padronização do desempenho das pessoas, na tentativa de eliminar suas

diferenças individuais.

Há uma infinidade de métodos para avaliar o desempenho humano por

esta razão, muitas empresas constroem seus próprios sistemas de avaliação

ajustados às características peculiares de seu pessoal.

É comum o desdobramento desses sistemas de avaliação em pessoal

de direção e gerência (predominando a visão estratégica), mensalistas

(predominando a visão tática) e horistas (predominando a visão operacional).

Os métodos tradicionais de avaliação de desempenho que são mais

utilizados pelas organizações brasileiras, segundo CARVALHO e

NASCIMENTO (1997), Gil (2001) e CHIAVENATO (1999), são:

Escalas Gráficas: Sistema extremamente simples e relativamente fácil

de ser construído, razão de sua larga aceitação no mercado durante muitos

anos. Baseia-se na avaliação de um grupo de fatores determinados daquilo

que a organização define como “desempenho”, fatores estes que podem

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mensurar tanto quantidade quanto qualidade do trabalho, conhecimentos,

cooperação, iniciativa, criatividade, etc. (MARRAS, 1999, p. 202).

É o método baseado em uma tabela de dupla entrada como

exemplificado na tabela abaixo:

Fatores Ótimo Bom Regular Sofrível Fraco Produção (qtde de trabalho realizada)

Sempre ultrapassa os padrões

Às vezes ultrapassa os padrões

Satisfaz os padrões

Às vezes abaixo dos padrões

Sempre abaixo dos padrões

Qualidade (esmero no trabalho)

Excepcional qualidade no trabalho

Superior qualidade no trabalho

Qualidade satisfatória

Qualidade insatisfatória

Péssima qualidade no trabalho

Conhecimento do Trabalho (perícia no trabalho)

Conhece todo o trabalho

Conhece mais que o necessário

Conhece o suficiente

Conhece parte do trabalho

Conhece pouco do trabalho

Cooperação (relacionamento interpessoal)

Excelente espírito de colaboração

Bom espírito de colaboração

Colabora normalmente

Colabora pouco

Não colabora

Compreensão de situações (capacidade de resolver problemas)

Excelente capacidade de intuição

Boa capacidade de intuição

Capacidade satisfatória de intuição

Pouca capacidade de intuição

Nenhuma capacidade de intuição

Criatividade (capacidade de inovar)

Tem sempre excelentes idéias

Quase sempre excelentes idéias

Algumas vezes apresenta idéias

Raramente apresenta idéias

Nunca apresenta idéias

Realização (capacidade de fazer)

Excelente capacidade de realizar

Boa capacidade de realizar

Razoável capacidade de realizar

Dificuldade em realizar

Incapaz de realizar

Fonte: CHIAVENATO, 1999, p.232 O método das escalas gráficas avalia o desempenho das pessoas

através de fatores de avaliação previamente definidos e graduados. Para tanto,

utilizam esse formulário de dupla entrada, no qual as linhas horizontais

representam os fatores de avaliação do desempenho, enquanto as colunas

verticais representam os graus de variação daqueles fatores. Quanto melhor

essa descrição, tanto maior a precisão do fator. Contudo este método recebe

críticas freqüentes em vista de suas limitações, como o fato de não possuir

flexibilidade, apresentar pouca alternativa ao avaliador, que pode estar sujeito

a distorcer informações por tendências pessoais, tornando a avaliação

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subjetiva. Diversos autores (BERGAMINI, 1988; PONTES, 1999; OBERG,

1997; CHIAVENATO, 1998 appud SILVA, 2001 p. 186) ressaltam ainda que o

método de escala gráfica favorece muito a ocorrência de alguns erros

considerados graves em uma avaliação de desempenho, tais como o efeito

halo e a tendência central.

Escolha Forçada: Criado e desenvolvido para avaliar oficiais das

Forças Armadas, diante da necessidade que essa entidade sentiu em

implementar um instrumento de controle que neutralizasse o subjetivismo, as

influências dos avaliadores e outras interferências indesejáveis. Oferece a

possibilidade de tornar o instrumento de avaliação mais objetivo e eficaz que

os demais em uso, o que fez, em pouco tempo, que ele fosse adotado por

inúmeras organizações (MARRAS, 1999, p.200).

O método da escolha forçada consiste segundo LUCENA (1992, p.27),

em avaliar o desempenho ou a atuação dos indivíduos, por meio de frases

descritivas de determinado tipo de desempenho do empregado, em relação às

tarefas que lhe foram atribuídas. Estas frases estão presentes no instrumento

de avaliação em blocos e a estes lhe são atribuídos valores diferenciados,

possibilitando a discriminação. Esses valores são obtidos calculando-se os

índices de Aplicabilidade e Discriminação de cada frase, em particular, em um

estudo de cálculo estatístico bastante trabalhoso. Cabe ao avaliador indicar em

cada um dos blocos qual (is) a (s) frase (s) que mais se identifica (m) com o

desempenho do avaliando (MARRAS, 1999, p.200).

Como o avaliador não conhece os valores dados a cada frase e a cada

bloco de questões, não poderá manipular ou conduzir o resultado final. Caberá

a ele, segundo LUCENA, (1992, p.27) apenas indicar a relação de

desempenho relevado, com as descrições de desempenho contidas nas

frases. Desta forma, o modelo de escolha forçada obriga o avaliador a

considerar somente o trabalho e os respectivos resultados e não a

personalidade do avaliando (MARRAS, 1999, p.201). Daí, a denominação

escolha forçada.

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Porém, GIL (2001) também nos apresenta algumas desvantagens. Sua

elaboração é muito complexa e, apesar de avaliar com bastante precisão, não

proporciona maiores informações sobre os pontos e traços fortes do avaliado,

apresenta apenas resultados globais sem maiores informações por ser um

método fundamentalmente comparativo.

Pesquisa de campo: é um dos métodos tradicionais mais completos

de avaliação do desempenho. Baseia-se no princípio da responsabilidade de

linha e da função de staff no processo de avaliação de desempenho. Requer

entrevistas entre um especialista de avaliação (staff) com os gerentes (linha)

para, em conjunto, avaliarem o desempenho dos respectivos funcionários. Daí

o nome pesquisa de campo. A avaliação é responsabilidade de cada chefe,

porém há uma ênfase na função de staff em assessorar da maneira mais

completa. Contudo, segundo GIL (2001) e SILVA (2001) a maior limitação

deste método é o fato de consumir muito tempo, ou seja, é nítida a morosidade

no processamento.

Incidentes críticos: Permite que o avaliador determine os pontos

fortes e fracos do avaliado, apontando comportamentos extremos e sem

analisar especificamente traços de personalidade. Trata-se de um sistema

extremamente simples e relativamente preciso, leva em conta duas séries de

afirmativas (uma positiva e outra negativa) em que o avaliador deverá por a

sua marca (MARRAS, 1999, p.198).

WERTHER (1983) fala sobre o método de incidentes críticos, que se

preocupa apenas em avaliar os desempenhos altamente positivos e negativos,

porém o desempenho “normal” do funcionário, não é avaliado. Não obstante,

ainda conta com uma desvantagem que consiste em fazer com que o avaliador

registre os incidentes quando estes ocorrem. Muitos começam a registrá-los

fielmente, mas perdem o interesse. Só o fazem às vésperas da entrega dos

formulários ocasionando uma propensão de recentidade exagerada.

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Listas de Verificação: Baseado em uma relação de fatores de

avaliação a serem considerados (check-lists) a respeito de cada funcionário.

Cada fator de avaliação contém um peso atribuído pela área de recursos

humanos. Na prática, é uma simplificação do método das escalas gráficas,

como abaixo:

Fonte: CHIAVENATO, 1999, p.236

Para WERTHER (1983), este pode ser uma das desvantagens deste

método visto que o R. H. pode cometer erros atribuindo pesos impróprios a

cada item, tornando a avaliação ineficiente. Outro problema apresentado por

ele, é que também podem ocorrer tendências dos avaliadores, uso de critérios

de personalidade ao invés de critérios de desempenho e interpretações

errôneas dos itens da lista.

Método de Comparação aos Pares: consiste em comparar dois a

dois empregados de cada vez, e se anota na coluna da direita, aquele que é

considerado melhor, quanto ao desempenho. Pode-se ainda, utilizar fatores de

Áreas de Desempenho

1

2

3

4

5

Habilidade para decidir Aceita mudanças Aceita direção Aceita responsabilidades Atitude Atendimento às regras Cooperação Autonomia Atenção a custos Iniciativa pessoal Suporta tensão e pressão Conhecimento do trabalho Liderança Qualidade do trabalho Quantidade de produção Práticas de segurança Planejamento e organização Cuidado com o patrimônio

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avaliação. Assim, cada folha do formulário seria ocupada por um fator de

avaliação de desempenho.

Método de Frases Descritivas: é um método que não exige

obrigatoriedade na escolha de frases. O avaliador assimila apenas as frases

que caracterizam o desempenho do subordinado (sinal “+” ou “s”) e aquelas

que realmente demonstram o oposto de seu desempenho (sinal “-“ ou “n”).

2. 2 – Métodos Modernos de Avaliação de Desempenho

Algumas empresas vêm utilizando novos métodos de avaliação de

desempenho devido às limitações dos métodos tradicionais de avaliação.

Estes novos métodos se caracterizam por uma colocação totalmente nova do

assunto: auto-avaliação e autodireção das pessoas, maior participação do

funcionário em seu próprio desenvolvimento pessoal, foco no futuro e na

melhoria contínua do desempenho (VERGARA, 2000).

O que contribuiu para o surgimento dessa nova abordagem da

avaliação de desempenho foi à reestruturação das organizações, deixando de

lado aquelas antigas estruturas funcionais e passando a trabalhar em

estruturas de processos (matriciais), ao qual mudou drasticamente os

indicadores e medições, pois deixaram de lado a departamentalização e

passou-se a trabalhar em equipes. Outro fator que também contribuiu, foi à

nova forma de remuneração dos colaboradores, que é a participação nos

resultados da empresa, requer novas formas de avaliação para que possam ir

ao encontro deste novo modelo de remuneração.

O que algumas das organizações estão adotando no seu sistema de

gestão de pessoas é um sistema moderno de avaliação de desempenho, que é

denominada de Avaliação Participativa Por Objetivos (APPO). Como salienta

CHIAVENATO (1999), a APPO é uma das boas idéias que foram destruídas

pelo furor burocrático de algumas organizações. Por ser democrática,

participativa, envolvente e motivadora é um sistema totalmente oposto aos

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métodos tradicionais. Os objetivos são definidos conjuntamente, cada um é

responsável pelo comprometimento para com os objetivos definidos,

negociação aberta entre gerente e colaborador, o desempenho é o reflexo do

comportamento do colaborador no alcance dos objetivos, constante

monitoração e desempenhos e avaliação conjunta e retroação dos resultados

para os avaliados. Na moderna concepção, a avaliação de desempenho está

mais orientada para o planejamento do desempenho futuro do que para o

julgamento do desempenho passado (CHIAVENATO, 1999). Percebe-se,

portanto, que na visão moderna da avaliação do desempenho não está

preocupada em punir ou celebrar alguma ação do passado, mas em

determinar ações para melhorar o desempenho futuro.

Método de Avaliação por Resultados: liga-se aos programas de

Administração por Objetivos. Este método baseia-se numa comprovação

periódica entre os resultados fixados (ou separados) para cada funcionário e

os resultados efetivamente alcançados. As conclusões a respeito dos

resultados permitem a identificação dos pontos fortes e fracos do funcionário,

bem como as providências necessárias para o próximo período. É considerado

um método prático, embora seu funcionamento dependa sobremaneira das

atitudes e dos pontos de vista do supervisor a respeito da avaliação do

desempenho.

Avaliação por Objetivos: criado por Peter Drucker em 1954,

CHIAVENATO (1981) propõe neste método de avaliação que o gestor e o

colaborador negociem os objetivos a alcançar durante um período de tempo.

Os objetivos devem ser específicos, mensuráveis e estar alinhados aos

objetivos da organização. Periodicamente o gestor e o colaborador devem se

reunir e discutir o nível de desempenho, podendo ser renegociados os

objetivos. O colaborador precisa estar motivado para apresentar planos, propor

correções e sugerir novas idéias. Em contrapartida o gestor deve comunicar o

seu agrado (ou desagrado) perante os resultados alcançados e propor também

correções. A avaliação vai assim tomando forma através da análise do

desempenho do colaborador. O desempenho deve estar, contudo, limitado aos

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objetivos negociados. O gestor nunca deve ter em conta aspectos que não

estavam previstos nos objetivos, ou que não tivessem sido comunicados ao

colaborador. Deve ser permitido ao colaborador apresentar a sua auto-

avaliação e discuti-la com o gestor.

Quando chega o momento do gestor comunicar a avaliação dos seus

colaboradores, tanto um como o outro, têm consciência dos resultados que

foram alcançados e se foram satisfeitos, ou não, os objetivos. Desta forma, o

colaborador sabe de antemão o que se espera dele, e sabe se a avaliação que

lhe foi atribuída é justa ou não, pois já recebeu previamente o feedback do seu

gestor. Por outro lado, não poderá pôr em causa a avaliação dos colegas, pois

os objetivos são negociados individualmente.

A política de progressão de carreiras, ou de aumentos salariais,

também pode estar incluída neste processo, podendo os colaboradores e o

gestor negociar mediante o alcance dos resultados esperados. Em todo e

qualquer passo da Avaliação de Desempenho é fundamental que as

informações sejam corretas e reais, para que se possa, ao final, obter

resultados reais sobre os empregados.

Segundo SILVA (2001 p.189), uma das críticas mais comuns a este

método é que muitas vezes ele é centrado unicamente nos resultados,

desprezando totalmente os processos que propiciaram tais resultados e,

conseqüentemente, não contribuindo para a observação e avaliação do

comportamento e potencial de progresso dos avaliados. Ou seja, a qualidade

do desempenho freqüentemente perde a importância diante da ênfase na

aferição e na quantificação.

Avaliação 360º: Conforme FELIPPE (2006), é um método que

consiste em avaliar o desempenho dos colaboradores, através de uma rede de

feedback, envolvendo as pessoas que fazem parte do seu círculo de atuação,

possibilitando a visão da sua performance sob diferentes ângulos (visão dos

superiores, pares, subordinados, clientes e fornecedores).

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Sua grande vantagem é de que o “feedback” não vem de uma única

fonte. A avaliação feita pelo entorno é mais rica por produzir diferentes

informações vindas de todos os lados, porém ser o alvo das atenções pode

não ser fácil para o avaliado, que se torna muito vulnerável se não tiver a

mente aberta e receptiva para esse sistema (CHIAVENATO, 1999).

Um exemplo de como pontos de vista de pessoas diferentes podem

afetar a avaliação pode ser notado em pesquisas citadas por Conger (2002).

Elas dizem que os gerentes avaliam “desafiar o status quo” e “encorajar ações

independentes” como características relacionadas negativamente com a

performance, enquanto subordinados vêem uma relação positiva. A avaliação

360 graus, portanto, proporciona a diminuição da subjetividade das avaliações.

Para CHIAVENATO (1999), o método 360 graus é abrangente,

democrático e eficaz, apresentando algumas vantagens sobre os tradicionais:

• Possibilita resultados mais confiáveis, isentos de influências pessoais e

subjetividade;

• Possibilita a visão da performance do avaliado sob diferentes ângulos;

• Promove maior aceitação, pois os colaboradores percebem como um

processo participativo e democrático, mais justo e confiável;

• Proporciona ao avaliado, momentos de reflexão e conscientização de

suas dificuldades bem como pode traçar um mapa pessoal de

competências, definindo metas e objetivos;

• Contribui para a empresa na retenção de talentos, uma vez que abre

possibilidades de crescimento pessoal e profissional;

• Auxilia na formação de uma cultura de aprendizado permanente, já que

é dinâmico e permanente;

• Maximização da motivação, gerando um clima estimulante de trabalho

e aumento da produtividade.

Contudo, como nos métodos anteriores, ainda encontramos

desvantagens neste modelo. Ainda CHIAVENATO (1999) afirma que a

apuração dos resultados é demorada e complexa. Sua aplicação envolve

muitas pessoas da organização, por isso, é preciso o envolvimento e

compromisso de todos, o que nem sempre acontece; é necessário administrar

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conflitos, principalmente se as pessoas não estiverem preparadas para o

processo. Caso haja falta de confiabilidade dos funcionários na aplicação da

avaliação, pode gerar insatisfação, desmotivação e até a sensação de injustiça

podendo surgir conflitos entre os funcionários.

Segundo ALMEIDA (1999), o grande impacto da avaliação 360 graus

nas empresas parece ser exatamente em função do vácuo deixado por outros

métodos, mais pobres do que ele; isso lhe tem proporcionado exagerado valor,

tanto atribuído à sua estrutura, quanto à qualidade, aplicação e resultados. Na

mesma medida em que algo pode ser produtivo, pode ser negativo se a equipe

responsável pela avaliação (desenho da pesquisa, feedback, relatórios,

coaching, etc...) não for especialista em negócios e em comportamento

humano ao mesmo tempo.

A Avaliação por Competências: O primeiro passo nesta nova

abordagem, para LUCENA (1995), consiste na reformulação do papel dos

funcionários no sistema de avaliação. Eles devem fazer uma auto-avaliação,

identificando não apenas seus pontos fracos, mas seus pontos fortes e seus

potenciais. Deixam de ser objetos passivos e passam a ser agentes ativos da

avaliação de seu desempenho. Ela, LUCENA (1995, p. 130), define o

desempenho como a manifestação concreta, objetiva do que um indivíduo é

capaz de fazer. Por esta razão, é, também, a principal fonte de informação que

possibilitará projetar o que o indivíduo será capaz de fazer no futuro, pois o seu

potencial revela-se através do seu desempenho.

Segundo LEBOYER (1997) “Competências são repertórios de

comportamentos que algumas pessoas e/ou organizações dominam, o que as

faz destacar de outras em contextos específicos”. Confirmando competência

como diferencial CHIAVENATO (1981) define competências como as

características das pessoas que dão a sustentação de vantagens competitivas,

relacionadas ao trabalho gerencial e profissional, elas ajudam na organização

e no objetivo estratégico do negócio.

Muitas empresas, segundo CARBONE (2006) têm adotado a gestão

por competências como modelo de gestão, visando orientar seus esforços para

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planejar, desenvolver e avaliar, nos diferentes níveis da organização

(individual, grupal e organizacional), as competências necessárias à

consecução de seus objetivos.

GRAMIGNIA (2002) refere que é possível pensar a avaliação de

desempenho por competências como um poderoso meio de identificar os

potenciais dos funcionários, melhorar o desempenho da equipe e a qualidade

das relações dos funcionários e superiores, assim como estimular aos

funcionários a assumir a responsabilidade pela excelência dos resultados

pessoais e empresariais.

Para LARA (2004), o gerenciamento baseado em competências ou

Gestão por Competências é uma ferramenta que identifica as competências

essenciais, as habilidades e conhecimentos determinantes da eficácia

profissional e também as lacunas de qualificação do funcionário para tarefas

específicas e fornece recursos para aperfeiçoar suas capacidades. O resultado

é um quadro de funcionários mais talentosos e mais produtivos. Ela acredita

que no modelo de gestão por competência a avaliação é apenas uma

ferramenta que auxilia o funcionário a clarear para si mesmo e para a

organização, quais as competências que possui e quais deverão buscar

desenvolver ou incrementar.

Esse processo deverá sempre estar alinhado as competências

essenciais da própria organização.

Segundo LEME (2006), hoje a Gestão por competências vem

conquistando cada vez mais espaço no mercado. Muitas empresas querem

implantar a gestão por competências, uma vez que a adoção deste programa

acarreta benefícios como maior produtividade, ambiente de trabalho

participativo e motivado, comprometimento dos colaboradores com a

organização e com os colegas, gerências e equipes fortalecidas e em busca do

alcance dos objetivos, e sem dúvidas, diferencial no mercado.

A gestão por competências é sistema gerencial que busca impulsionar

os funcionários na competência profissional, acrescentando capacidades e

aumentando as já existentes. Competências são aqui entendidas como as

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capacidades, os conhecimentos e as características pessoais que distinguem

os profissionais de alto desempenho daqueles de desempenho regular em

determinada função. PRAHALAD (1997) afirma que na maior parte das vezes,

é a percepção do gerente sobre o funcionário que define a competência do

mesmo.

A Avaliação de Desempenho por Competências mostrou-se como uma

ferramenta gerencial efetiva para incrementar a gestão do desempenho,

alcançando um maior nível de profundidade e ajudando a identificar causas do

desempenho deficiente, possibilitando estabelecer uma perspectiva de

desenvolvimento com a participação ativa do funcionário e, talvez o mais

importante, fornecer indicadores e critérios objetivos para cada colaborador

buscar a maximização de seu desempenho profissional.

Para FALCÃO (2005), a gestão de pessoas por competências é uma

das práticas que, hoje, consegue ver o ser humano como um todo, ou seja,

alguém com habilidades, com atitudes que são determinadas por suas

crenças, valores e maneira de expressar suas emoções e como um ser que

pensa. Segundo ela, um mapeamento de competências bem feito pode gerar

um plano de desenvolvimento individual para cada colaborador não apenas na

parte técnica, mas também na comportamental. O mapeamento de

competências permite desenvolver as pessoas de uma forma mais planejada e

com menos desperdício de recursos, pois permite que todas as ações de

treinamento de desenvolvimento aconteçam baseadas em necessidades que

podem e devem ser mensuradas, não apenas em requisições de clientes

internos que nem sempre são objetivos ou conseguem perceber a melhor ação

a tomar.

Métodos Mistos: é muito comum organizações que se caracterizam

pela complexidade de seus cargos, recorrerem a uma mistura de métodos na

composição do modelo de Avaliação de Desempenho.

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Existem diversas ferramentas de avaliação de desempenho

disponíveis no mercado e escolher a mais adequada à organização é uma

etapa fundamental da implementação de um sistema de avaliação de

desempenho.

Segundo alguns autores, como BERGAMINI (1988), a variedade de

instrumentos disponíveis, incluindo diversos tipos de questionários, listas e

relatórios podem vir a dificultar de forma significativa essa tarefa.

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CAPÍTULO III

CRÍTICAS AO PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE

DESEMPENHO

3.1 – Por que avaliar?

A melhoria do desempenho humano tem se tornado cada vez mais

importante para as empresas. Ao mesmo tempo, os funcionários têm

consciência de que podem fazer melhor, mas quanto melhor? O que devem

fazer melhor? Qual a forma mais eficiente? A avaliação de desempenho

responde algumas perguntas, tanto no âmbito pessoal, como no âmbito dos

negócios, por isso, se tornou um processo decisivo na estratégia de recursos

humanos e na estratégia organizacional.

BERGAMINI (1992) aponta como principais resultados das aplicações

da Avaliação, como sendo:

• Subsídios para a seleção de pessoal.

• Subsídios para o treinamento e desenvolvimento de pessoal.

• Subsídios para a administração salarial.

• Subsídios para a movimentação de pessoal.

HENEMAN III (1981, p.78), observando que um singular resultado dos

trabalhos das pessoas é a contribuição para o alcance das metas da

organização, apresenta como principais propósitos das "práticas de medição

de desempenho", os seguintes aspectos:

• Decisões Administrativas: promoções, desligamentos,

incrementos salariais e outros. Entende que, nesse particular, a vinculação

entre altos desempenhos e incrementos salariais mostram-se efetivos –

baseiam-se na teoria da expectância.

• Retro informação e Desenvolvimento: levar ao conhecimento dos

empregados o desempenho obtido em relação às expectativas da organização.

Concomitantemente, utiliza-se os resultados para verificar as necessidades de

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melhorias, proporcionando aos gerentes a possibilidade de preparação do

subordinado para a execução das tarefas ou de treinamento.

• Avaliação das Políticas de Recursos Humanos: compreensão da

forma como as políticas e os programas de Recursos Humanos estão

influenciando as pessoas no trabalho.

CHIAVENATO (1998, p.267) aponta como objetivos intermediários da

Avaliação de Desempenho, basicamente àqueles citados anteriormente, como

por exemplo: promoções, treinamento, incentivo salarial, estímulo à maior

produtividade, retroação, transferências, dispensas, e outros. Por outro lado,

lista três objetivos fundamentais, a saber:

• Medição do potencial humano.

• Administração dos recursos humanos (vistos como recursos

básicos da organização).

• Oportunizar o crescimento e fornecer condições de efetiva

participação na obtenção dos objetivos organizacionais e individuais.

LUCENA (1992, p. 18) relaciona alguns pontos que, no seu

entendimento, evidenciam a importância da gerência do desempenho:

• Necessidade de a organização saber se seus objetivos estão

sendo alcançados.

• Necessidade de assegurar-se de que o desempenho (indivíduo e

equipe) está a contento.

• Necessidade de reconhecimento da contribuição dos

empregados.

• Promoção do desenvolvimento de habilidades e capacitação dos

empregados.

Portanto um bom programa de avaliação de desempenho deve

beneficiar tanto a organização como um todo como as pessoas. Os principais

motivos que levam uma organização a avaliar o desempenho de seus

colaboradores são: 1. Proporcionar informações para aumentos salariais,

promoções, transferências, necessidade de treinamento e algumas vezes

demissões; 2. proporcionar retroação aos colaboradores sobre suas atividades;

3. proporcionar um conhecimento para o colaborador de como o líder da sua

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equipe de trabalho pensa a seu respeito, para facilitar o aconselhamento e

condução dos membros da equipe; 4. conhecer as potencialidades de seus

colaboradores, como suas deficiências Para que possa trazer benefícios para

ambas às partes, organização e pessoas, a avaliação de desempenho deve

traçar alguns caminhos: 1. o desempenho e os objetivos devem ser

inseparáveis na avaliação de desempenho; 2. a avaliação de desempenho não

deve ser somente dentro do cargo, como também o alcance das metas e

objetivos traçados; 3. deve se ter credibilidade e aceitabilidade de ambas as

partes, avaliador e avaliado; 4. deve focalizar a melhora da eficiência como a

eficácia do colaborador; 5. deve ser uma avaliação objetiva do desempenho; 6.

nunca deve importar modelos de avaliação de desempenho de outras

organizações, pois cada organização possui uma realidade diferente.

Quando um programa de avaliação é bem planejado, coordenado e

desenvolvido, traz benefícios a curto, médio e longo prazo e vão beneficiar a

organização como um todo: o chefe, o subordinado e a organização.

Citamos aqui alguns dos benefícios alcançados:

a. Benefícios para o chefe:

• melhor avaliar o desempenho e o comportamento dos

subordinados, contando com uma avaliação que elimina a

subjetividade.

• propor medidas e providências no sentido de melhorar o padrão

de comportamento de seus subordinados.

• comunicar-se com seus subordinados, fazendo-os compreender

a mecânica da avaliação do desempenho como um sistema

objetivo.

b. Benefícios para o subordinado:

• aprende quais são os aspectos de comportamento e de

desempenho que a empresa mais valoriza em seus

funcionários.

• ficam conhecendo quais as expectativas de seu chefe a respeito

de seu desempenho e seus pontos fortes e fracos, segundo a

avaliação do chefe.

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• conhece as providências tomadas por seu chefe quanto à

melhoria de seu desempenho (programa de treinamento,

estágios, etc.) e as que ele próprio deverá tomar (auto correção,

maior capricho, mais atenção no trabalho, cursos por conta

própria, etc.)

• condições para fazer avaliação e crítica para o seu próprio

desenvolvimento e controle.

c. Benefícios para a organização:

• mais condições para avaliar seu potencial humano a curto,

médio e longo prazos e definir a contribuição de cada

empregado.

• identificação dos empregados que necessitam de reciclagem

e/ou aperfeiçoamento em determinadas áreas de atividade e

selecionar os empregados com condições de promoção ou

transferências.

• pode dinamizar sua política de recursos humanos, oferecendo

oportunidades aos empregados (não só de promoções, mas

principalmente de crescimento e desenvolvimento pessoal),

estimulando a produtividade e melhorando o relacionamento

humano no trabalho.

3.2 - Pontos Críticos e Desvantagens da Avaliação de Desempenho

As ponderações apresentadas pelos críticos do processo de avaliação

de desempenho residem, basicamente, sobre a natureza do mesmo. A ênfase

dada ao processo, de caráter "controlador" das pessoas é que merece maiores

citações.

Outro aspecto que merece consideração é a transformação do

processo num evento em que avaliadores e avaliados entram em conflito, dada

a forma de julgamento que se reveste o processo.

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Mais recentemente, tem sido usado como argumento as posições de

DEMING, por aqueles que militam no movimento da qualidade. A lógica

defendida por DEMING para criticar o processo, de acordo com a Equipe

COOPERS & LYBRAND (1996) e também SINK e TUTTLE (1993), dá-se em

razão dos próprios desvios que o processo toma por questões gerenciais.

Como observa, com propriedade, LUCENA (1992), as limitações

gerenciais (falta de visão estratégica, despreparo para o relacionamento

interpessoal, centralização, processo decisório lento) dificultam o processo de

Avaliação de Desempenho.

Dessa forma, os três pontos apontados pela Equipe COOPERS &

LYBRAND (1996) como críticos, na visão de DEMING, consistem de:

a) foco distorcido: a atenção deve ser voltada para os processos ou

sistemas, não para as pessoas;

b) "controle dos resultados": boa parte das situações de trabalho

independem do avaliado e de suas ações;

c) metas numéricas: as metas podem transformar-se em limitações às

melhorias, tão logo sejam atingidas.

Muitas das metodologias de avaliação evidenciam sua precária

objetividade, provocando efeitos negativos. A subjetividade do processo pode

ser atribuída a várias causas: julgamento, avaliadores, processo, política da

organização e inflexibilidade do método.

Além disso, há o erro de julgamento, que é uma das causas freqüentes

da subjetividade da avaliação. Pode existir um erro constante, em que o

avaliador tende a avaliar exageradamente alto ou exageradamente baixo, ou

ainda a classificar todos os colaboradores de igual forma. Pode dar-se um erro

de viés, em que uma característica do colaborador, por ser avaliada demasiado

alta, influência a apreciação global. O julgamento não meditado por parte do

avaliador, provocado por pressa, aversão à discriminação, ou outros motivos,

penaliza os colaboradores injustamente avaliados. E pode ocorrer o erro de

prestígio, em que o avaliador tende a dar importância a determinadas

características, fugindo ao peso dos parâmetros estabelecidos.

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No que diz respeito aos avaliadores pode também ocorrer ambigüidade

na avaliação provocada por falta de informação ou informação errônea sobre

os colaboradores. Nem sempre o avaliador está presente para observar o

comportamento dos colaboradores, fato que pode provocar uma desigualdade

injusta de avaliações. O método para medir o desempenho pode não ser

adequado, os parâmetros especificados podem não estar de acordo com o que

se espera do trabalhador, e a falta de feedback deixa o colaborador sem noção

do que se espera dele.

A política da organização também condiciona o efeito da avaliação, em

muitas organizações a avaliação de desempenho é apenas um mero ritual,

sendo considerada uma perda de tempo. Noutras, a avaliação de desempenho

serve para definir a remuneração, e em alguns casos apenas para atribuir um

pequeno prêmio aos colaboradores melhor avaliados.

De fato, o que se passa entre os colaboradores é que a desigualdade

e as injustiças da avaliação de desempenho tiram a credibilidade de todo o

processo e geram desmotivação. Este efeito assume dimensões consideráveis

quando a avaliação de desempenho está associada à política de progressão

de carreira. É comum a uniformidade de avaliações individuais ao longo do

tempo, o que condiciona a progressão global dos colaboradores. Enquanto uns

colaboradores vão sendo promovidos gradualmente, outros que têm as

mesmas competências nunca são promovidos, criando um fosso nas equipes

de trabalho. Esta desigualdade pode ser responsável por comportamentos

altamente desmotivados naqueles que obtiveram baixa classificação e por

outro lado, desconforto naqueles que obtiveram melhor avaliação.

A acrescentar a estes efeitos negativos há ainda a questão da

periodicidade da avaliação de desempenho.

Para CHIAVENATO (1981) O processo é efetuado periodicamente,

normalmente com caráter anual, e consiste na análise objetiva do

comportamento do avaliado no seu trabalho, e posteriormente na comunicação

dos resultados.

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Apesar de esta ser tradicionalmente anual, existe a tendência de

avaliar o desempenho como uma característica inerente ao avaliado, e não a

considerar apenas o período estabelecido. Desta forma gera-se a uniformidade

das avaliações individuais, referida acima, que se prolonga ao longo do tempo.

É claramente constatável que qualquer das formas de avaliação até

então apresentadas como métodos tradicionais implicam em processos

permeados pela subjetividade de ambos, avaliador e avaliado.

Os métodos considerados tradicionais possuem uma característica

comum que é olhar quase que exclusivamente para o cargo e tarefas que o

funcionário desempenha, desconsiderando as competências pessoais.

Tendências atuais apontam para a necessidade de mudanças nos parâmetros

das avaliações, onde o mais importante a ser considerado é entendermos que

a apreciação de um fato sempre sofre influencia dos valores e crença de quem

julga.

Para SOUZA (2002) a base da avaliação como vinha sendo praticada,

está em conceitos mecanicistas onde o dogma central é a insistente busca do

padrão e da objetividade, percebidos pelos dirigentes como indispensáveis

para exercer o controle sobre os resultados empresariais.

Entretanto, o panorama atual caracteriza-se pelas contínuas mudanças

de padrões de comportamento pessoal, profissional, cultural e organizacional.

Para manter sua competitividade as organizações necessitam reformular seus

modelos e práticas de gerenciamento de desempenho. Essa nova abordagem

implica em mudar a ênfase da avaliação passiva para centrar-se na análise ou

avaliação ativa do desempenho.

Assim, a preparação, a competência, a atitude profissional e a ética

das pessoas envolvidas num processo de avaliação de desempenho é

essencial, de forma que possuam uma autopercepção e uma autocrítica muito

desenvolvidas; a fim de não se deixarem influenciar pelos seus valores

pessoais, preconceitos e estereótipos, levando-as a uma avaliação superficial,

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atrelada aos seus critérios pessoais, desconsiderando as estratégias e os

objetivos organizacionais.

São citados, a seguir, alguns preconceitos e estereótipos mais

comuns; Segundo Bergamini (1988), estas ocorrências são chamadas de

vícios da avaliação:

a) Efeito Halo: consiste em deixar que uma característica da pessoa

encubra todas as demais, influenciando a sua avaliação é o chamado

julgamento à primeira vista.

b) Predisposição Pessoal: ocorre quando existe um preconceito contra

certos grupos específicos em relação à raça, religião, política, ou preferência

por certos tipos humanos.

c) Confiar na experiência: pensar que a experiência anterior é a melhor

garantia de habilidade.

d) Visão parcial: avaliar as características do indivíduo de modo isolado

e não no conjunto.

e) Tendência central: Caracteriza-se pelo fato do avaliador não assumir

valores extremos por medo de prejudicar os fracos e assumir responsabilidade

pelos excelentes.

f) Efeito complacência ou rigor: Ocorre quando o líder acredita que

membros da sua equipe têm desempenho padrão em todos os fatores,

excelente ou péssimo.

g) Efeito semelhança: Ocorre quando o avaliador tem a tendência de

avaliar o funcionário à semelhança de si próprio. Assim, o avaliador julga mais

favoravelmente os funcionários que se identificam mais consigo.

h) Subjetivismo: atribuir ao avaliado qualidades e defeitos que são

próprios do observador ou avaliador.

i) Unilateralidade: valorizar aspectos que apenas o avaliador julga

importante.

j) Falta de memória: ater-se apenas aos últimos acontecimentos,

esquecendo de fatos significativos que possam ter ocorrido durante todo o

espaço de tempo ao qual se refere aquela avaliação.

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k) Supervalorização da avaliação: acreditar que um simples

instrumento de avaliação das diferenças individuais possa corrigir defeitos nas

pessoas.

l) Desvalorização da avaliação: acreditar que a avaliação seja um

procedimento sem nenhum valor e que em nada possa contribuir para o

melhor aproveitamento dos recursos humanos da empresa.

Outro fator que, indiscutivelmente, faz parte de qualquer processo de

interação entre as pessoas é a empatia. Esta consiste no envolvimento naquilo

que a outra pessoa experimenta ou vivencia; pode ser caracterizada pela

participação imediata nos sentimentos, nas emoções, nas impressões de

outrem. Este aspecto também pode interferir na avaliação.

Para minimizar estes problemas, os critérios de avaliação utilizados

devem estar claros para todos, tendo sido negociados com todas as partes

interessadas e alinhados com os objetivos organizacionais.

Com critérios de avaliação justos e objetivos a organização será capaz

de estabelecer premissas e políticas que orientem a postura gerencial e se

manifestem na prática em atitudes e habilidades que contribuam positivamente

para a obtenção dos resultados organizacionais e a satisfação dos

empregados com tais resultados. Do contrário, as pessoas desenvolvem seu

próprio estilo, com seus próprios critérios de avaliação resultantes das suas

percepções (construídas através da sua história de vida, formação e

experiência profissional) sobre as pessoas, processos de trabalho e ambiente

externo (LUCENA, 1992).

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CONCLUSÃO

O presente trabalho teve por objetivo realizar uma revisão bibliográfica

sobre o processo de avaliação de desempenho visando apresentar a

importância deste tema para os dias atuais e sua relevância no processo de

gestão como ferramenta capaz de agregar valor ao negócio. O tema abordado

se justifica pelo fato de que um grande número de empresas ainda não

valoriza o processo de avaliação de desempenho como ferramenta de gestão,

de forma que se procurou enfatizar os fundamentos para uma proposta

sistematizada de avaliação de desempenho.

Pretendeu discutir o uso da Avaliação de Desempenho de Recursos

Humanos, reconhecendo na mesma um caráter de necessidade gerencial,

porém sugerindo uma nova perspectiva. Tentou-se inseri-la, não como um

simples processo das áreas de recursos humanos, mas num contexto mais

amplo, sob o prisma da intervenção estratégica. Embora haja discussões a

respeito da validade da Avaliação de Desempenho nas organizações, tratou-se

de enfatizar a necessidade da mesma, sobretudo num instante em que a

competitividade marca as estratégias e as ações das entidades empresariais.

O grande dilema encontrado dá-se na escolha do método mais

adequado ao perfil da organização para que os resultados não sejam

comprometidos pela subjetividade. Por esse motivo, alguns aspectos

preponderantes nos modelos aplicados, difundidos na literatura, que acentuam

fatores comportamentais, tendem a ser mantidos, ao mesmo tempo em que,

os mesmos revelam-se críticos.

A abordagem empreendida nesse trabalho não se pretendeu

exaustiva. Dessa forma, julga-se adequado uma investigação mais profunda

sobre a utilização do processo de Avaliação de Desempenho no âmbito das

organizações, especialmente no Brasil, pois, apesar de constatarem-se

grandes discussões nas formas de gestão dos negócios, as abordagens

voltadas à Administração dos Recursos Humanos têm merecido atenção

secundária.

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Assim, merece um aprofundamento à discussão sobre os impactos da

gestão de Recursos Humanos nos processos organizacionais, bem como, as

formas de avaliação de desempenho para os diversos sistemas

organizacionais.

O trabalho defende uma reflexão sobre a adoção da ferramenta, pois a

proposta é sensibilizar o leitor para a importância do processo sistematizado de

avaliação de desempenho empresarial.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

DESEMPENHO HUMANO

MOLA MESTRA DA DINÂMICA ORGANIZACIONAL 10

1.1 A Importância do Planejamento Estratégico 10

1.2 Conceitos e Aplicações da Avaliação de Desempenho 12

CAPÍTULO II

MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO 16

2.1 Métodos Tradicionais de Avaliação de Desempenho 16

2.2 Métodos Modernos de Avaliação de Desempenho 25

CAPÍTULO III

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DE RECURSOS HUMANOS 33

3.1 Por Que Avaliar? 33

3.2. Pontos Críticos e Desvantagens da

Avaliação de Desempenho 36

CONCLUSÃO 42

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

ÍNDICE 48

FOLHA DE AVALIAÇÃO 49

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

Título da Monografia: Avaliação de Desempenho Agregando Valor nas

Organizações

Autor: Christiane Maria Muniz de Campos

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito: