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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM ADAPTAÇÃO CURRICULAR: PROFESSOR FACILITADOR DA APRENDIZAGEM Por: Paula Lucia da Silva Santos Orientador Prof. Edla Tricolli Rio de Janeiro - Magé 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

ADAPTAÇÃO CURRICULAR: PROFESSOR

FACILITADOR DA APRENDIZAGEM

Por: Paula Lucia da Silva Santos

Orientador

Prof. Edla Tricolli

Rio de Janeiro - Magé

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

ADAPTAÇÃO CURRICULAR: PROFESSOR

FACILITADOR DA APRENDIZAGEM

Apresentação de monografia à

Universidade Candido Mendes como requisito

parcial para obtenção do grau de especialista em

Educação Inclusiva.

Por: Paula Lucia da Silva Santos

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AGRADECIMENTOS

A todos os alunos e

família atendidos por mim na sala de

recursos, bem como todos os

funcionários que apoiaram a causa

nesta Unidade- Escola Mun. Ver.

Antônio Garcia Filho no período de

2003 a 2005.

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DEDICATÓRIA

Dedico a minha família- meu

noivo, meu, pai e minha mãe a ultima em

especial por lutar pelas causas sociais e

por ter sido vítima de paralisia infantil

passando parte da infância e

adolescência lutando para alcançar o

restabelecimento e venceu!

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RESUMO

Segundo, (BAROUKH, 2004, p.33):

“A sociedade brasileira ainda “engatinha” no que refere à inclusão, contudo o professor deve apostar no aluno e para isso é necessário conhecê-lo bem. Recomenda ainda que deva ouvir as crianças e os jovens e ser sensível para identificar limites e possibilidades de cada um. O deficiente sente-se excluído porque o tratam como incapaz. Os pais por sua vez infantilizam ou superprotegem seus filhos e professor que recebe este aluno teme fracassar na tentativa de integrá-lo à sociedade, principalmente se não tiver orientação sistematizada. As vezes, o professor, sem querer, estereotipa o estudante e o trata com pena, mas quando o tema é abordado de forma positiva, o aluno se descobre pelo acréscimo e não pelo déficit. Os projetos valorizam as potencialidades e a sentir parte do todo. Para tanto todos os professores sem exceção, precisam praticar o respeito e a tolerância que só nascem quando se entende que o normal é ser diferente.”

Com base na citação acima, independente de qualquer

investimento de políticas públicas para a inclusão, apesar de necessária e

fundamental não seria suficiente para o efetivo trabalho nas escolas, sem o

desempenho real e a sensibilidade suficiente para atuar nas salas de aula. Este

trabalho tem o objetivo de apresentar possibilidades para que o professor seja

inserido neste contexto. E que através das adaptações curriculares de

pequeno, médio e grande porte e a eficaz prática do docente para que alunos

incluídos possam se beneficiar verdadeiramente da sua escolarização. Esta

pesquisa também abordará questões pertinente ao processo de inclusão

ligadas a realidade das escolas em contraste com as políticas inclusivas

Nacionais revelando a fragilidade das políticas existente.

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METODOLOGIA

Essa pesquisa teve abordagem qualitativa, considerando a

realidade das escolas em contraste com as políticas públicas Nacionais, com o

objetivo de identificar e analisar quais as questões que estes possuem a

respeito da inclusão escolar, assim como identificar as maiores dificuldades

enfrentadas por eles no trabalho com as crianças e adolescente incluídos das

referidas escolas.

Realizou-se através de coleta de dados por meio de ampliação de

um questionário em momento de reunião pedagógica e individualmente no dia-

a dia da sala de aula das escolas e análise significativa do processo nas

Unidades Escolares do Município de Magé, os sujeitos participantes foram

professores que trabalham em sala de aula regular, sala multifuncional. O

período de realização desta compreendeu os meses de abril a agosto de 2011.

A análise de dados deu-se de maneira descritiva das informações

contidas no instrumento de pesquisa por meio da unitarização dos termos e

posterior categorização dos dados.

Com respeito aos aspectos éticos, o projeto foi submetido a

aprovação da coordenação de ensino da Secretaria Municipal de Educação,

quanto aos professores sujeitos da pesquisa, foi solicitada a assinatura do

termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÂO

1. Adaptação Curricular

1.1 Das adaptações necessárias ao currículo regular

1.2 Ensinar para todos os alunos

2. Professor- Facilitador da Aprendizagem

2.1 Da postura do educador frente à inclusão

2.2 Acolher para incluir

2.3 Das capacitações de docente: das expectativas à

Realidade Prática

3. Alunos Inclusos estão se beneficiando da escolarização

3.1 O saber lidar

3.2 Construindo saberes

Conclusão

Bibliografia Consultada

Bibliografia citada

Anexos

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INTRODUÇÃO

Em obediência a lei nº 7.853(que determina a todas as escolas a

aceitar matrículas de alunos com deficiência e transforma em crime a recusa a

esse direito) foi aprovada em 1989 e regulamentada em 1999. Desde então, o

número de crianças e jovens com deficiência nas salas regulares não para de

crescer: em 2001, eram 81mil; em 2002, 110 mil; e 2009, mais de 386 mil-

incluída as deficiências, o transtorno global do desenvolvimento e as altas

habilidades. Sendo assim, faz-se necessário um estudo voltado para não

somente atender a demanda, mas entender como se dá a inclusão dos alunos

supramencionados na sala de aula regular, o papel do professor neste

processo uma vez que é necessário ouvir, atender e apoiar o professor que

recebe o aluno com necessidades educacionais especiais, pois consideramos

que a inclusão representa um desafio para professores e toda a comunidade

escolar, uma vez que a inclusão não se dá somente dentro da sala de aula.

Nesse sentido, falar de inclusão envolve um estudo que aborde a inclusão que

“não se destina apenas as crianças com necessidades especiais, mas todas as

crianças que não estão se beneficiando de uma maneira ou de outra da

escolarização”, diz: (Peter, 2003, pág.16).

Esta pesquisa perpassa também por questões pertinentes ao

contexto da inclusão, tais como: as adaptações necessárias ao currículo

regular, ensinar para todos os alunos, a postura do educador frente à inclusão,

acolher para incluir, as capacitações de docente: das expectativas a realidades

práticas, o saber lidar e a construção de saberes. Sabe-se que existem outras

questões, mas uma vez interiorizados tais itens já podemos iniciar um diálogo

sobre o que é incluir um aluno. Estas e outras questões decorreram no

desenvolvimento desta pesquisa que tem como objetivo maior fazer com que a

partir das informações oferecidas, cada educador repense sua prática e

multiplique atitudes e sentimentos capazes de fazer valer o direito à educação

e de uma escola para todos.

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CAPÍTULO I

1. ADAPTAÇÃO CURRICULAR

Da LDB: capítulo V, art.59 e 60:

Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com

necessidades especiais.

Art. 59:

I- Currículo, métodos, técnicas, recursos educativos e

organização específica, para atender ás suas necessidades (...)

Art. 60:

Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão

critérios de caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos,

especializadas e com atuação exclusiva em educação especial, para fins de

apoio técnico e financeiro pelo Poder Público.

II- Parágrafo único. O poder Público adotará, como alternativa

preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com necessidades

especiais na própria rede pública de ensino, independentemente do apoio

ás instituições previstas neste artigo.

Neste sentido a adaptação curricular é extremamente

fundamental para o princípio da inclusão, pois não basta apenas assegurar o

acesso, mas a permanência e o prosseguimento do estudo desses alunos.

Doravante, a adaptação que o currículo escolar necessita deve conter

atividades significativas e o professor deve estar atento a qualidade do

trabalho a ser realizado cita:

“Inclusão e exclusão começam na sala de aula. Não importa o quão comprometido um Governo possa ser com relação á inclusão; são as expectativas nas salas de aula que definem a qualidade de sua

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participação e a gama total de experiências de aprendizagem oferecidas em uma escola... O processo de exclusão educacional começa quando as crianças não entendem o que um professor está dizendo ou o que se espera que elas façam”. (MITTLER, 2003, p. 140)

Não somente fazer valer o que cita a LDB com respeito à

adaptação no seu sentido geral e prático é fundamental que o educador

nutra uma elevada expectativa em relação à capacidade do aluno progredir

e, não desista de buscar meios que possam minimizar as angústias,

ansiedades e obstáculos em geral dentro do âmbito escolar, cita: “O princípio

fundamental da escola inclusiva é o de que ‘todas as crianças devem aprender

juntas, sempre que possível, independentemente de quaisquer dificuldades ou

diferenças que elas possam ter” (COMFERÊNCIA MUNDIAL DE EDUCAÇÃO

ESPECIAL, 1994, p. 4)

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1.1 DAS ADAPTAÇÕES

NECESSÁRIAS AO CURRÍCULO

Para iniciar este capítulo é pertinente lembrarmo-nos do

decreto:

O Atendimento Educacional Especializado foi regulamentado pelo

Decreto nº 6571 de 17/09/2008. O referido decreto reestrutura a educação

especial, consolida diretrizes e ações já existentes, voltadas à educação inclusiva,

e destina recursos do Fundo da Educação Básica (Fundeb) ao atendimento de

necessidades específicas do segmento. As escolas públicas de ensino regular

que oferecem atendimento educacional especializado terão financiamento do

Fundeb a partir de 2010. A matrícula de cada aluno da educação especial em

escolas públicas regulares será computada em dobro, com base no censo escolar

de 2009, aumentando o valor per capita repassado à instituição.Algumas

adaptações se fazem necessárias nas salas de aulas, iniciativo sócio-

afetivo são simples e podem fazer a diferença durante o processo ensino-

aprendizagem de forma significativa e digna, tais com:

• Visão subnormal:

Utilização de cadernos grandes e com pautas largas

Criação de um folhão com as atividades digitadas em

fonte 24,

Guia de leitura, lupa específica sob o local da leitura,

Tele-lupas

Utilização do material em acetato sob as leitura

propostas para não cansar os olhos

• Deficiente Físico:

Utilização de cadernos grandes e com pautas largas

• Deficiente Físico sem comunicação oral:

Utilização de pranchas de comunicação

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• Deficiente Físico com restrição de movimentos:

Caso tenha oralidade, explorá-la.

• Deficiente Intelectual ( síndrome Down)

Utilização de recursos materiais (palitos, ábaco e outros)

• Problemas de aprendizagem:

Trabalhar a questão da deficiência na interpretação(

gibis somente com imagem aos poucos gibis com imagens e cenas

de filmes)

Para ensinar a todos os alunos são necessários alguns

pontos pertinentes:

• Adequação dos métodos avaliativos- baseado na

declaração de inclusão, três princípios chaves devem ser priorizados

ao desenvolver um currículo inclusivo:

1. Estabelecer desafios de aprendizagem compatível;

2. Responder á diversidade das necessidades de

aprendizagem dos alunos;

3. Superar barreiras potenciais à aprendizagem e à

avaliação tanto do aluno como da turma.

• Estabelecer desafios de aprendizagem compatíveis

• Responder á diversidade das necessidades de

aprendizagem dos alunos- o educador precisa adotar ações

específicas para responder as necessidades diversas, isso

encaminhará pontos essenciais e positivos a uma avaliação justa:

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1. A criação de ambientes de aprendizagem afetiva;

2. A garantia da motivação e da concentração dos

alunos;

3. Promoção da igualdade de oportunidades através

das abordagens de ensino;

4. Estabelecer metas de aprendizagem.

O Brasil fez a opção pela construção de um Sistema

Educacional Inclusivo ao concordar com a Declaração Mundial de Educação

para Todos, firmada em Tontien, na Tailândia, em 1990, e ao mostrar

consonância com os postulados produzidos em Salamanca ( Espanha 1994),

na Conferência Mundial sobre Necessidades Especiais e Qualidades, cita:

“O que ainda nos preocupa é a harmina entre os homens, a confiança e o respeito que deve existir entre todos aqueles que, convivendo, constroem o presente e o futuro. Gostaria de ver nesse conjunto de pessoas- desde portadora de deficiência mais profunda á mais talentosa, da mais desajustada à mais integrada- todas irmanados e membros de uma só família, ajudando-se e respeitando-se mutuamente.”

( ANTIPOFF, 1932)

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1.2 ENSINAR PARA TODOS OS

ALUNOS

“A sala de aula é o termômetro pelo qual se mede o grau de febre das crises educacionais e é nesse micro espaço que as mudanças do ensino verdadeiramente se efetivam ou fracassam. Embora a palavra de ordem seja melhorar nosso ensino, em todos os seus níveis, o que verificamos quase sempre é que ainda predominam formas de organizações do trabalho escolar que não se alinham na direção de uma escola de qualidade para todos os alunos.” (MANTOAN, 97)

A vida dos professores é difícil porque os alunos sabem

“coisas” trazem um conjunto de saberes. Para tanto, professores precisam

se qualificar para saber como ajudar o aluno; dialogar e escutar. No espaço

educativo é que se possibilita a construção de personalidades humanas

autônomas, de críticas nos quais as crianças aprendem a ser pessoas.

Nesse ambiente educativo, os alunos são ensinados a valorizar a diferença,

pela convivência com seus pais, pelo exemplo dos professores, pelo ensino

ministrado na sala de aula, pelo clima sócio- afetivo das relações

estabelecidas em toda comunidade escolar sem tensões competitivas,

solidário e participativo. É sabido que cada criança pensa e age diferente, o

que exige compreensão de que a forma de trabalhar com cada um também

precisa ser diferenciada. Nesse sentido, a prática auxilia no olhar do

professor sobre seu aluno, identificando as necessidades e desejos de cada

um. Assim, a prática surge para a professora como elemento fundamental na

competência para ensinar alunos incluídos. Contudo a inclusão não depende

única e exclusivamente do professor, mas de todo contexto propício que

possibilite o sucesso escolar dos alunos. Cita:

“É preciso valer a beleza do universo e sua grandeza para dentro das salas de aula, é preciso levar os alunos a esperança de alcançar um futuro profissional seguro. É necessário pensar que todos podem aprender que a escola precisa viver uma cumplicidade entre educador e educando.

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Precisamos ser cúmplice, pessoas interessadas no futuro dos alunos. Os alunos, na simplicidade da observação com o coração, lêem os nossos gestos, percebem facilmente as nossas ações, dessas observação deduzem sem teorias complexas se devem aumentar ou diminuir a confiança que em nós depositaram.”(WERNECK, 2004)

Na sala de aula o que se ensina tem que ter significado, local

onde se criam as coisas, se descobrem e experimentam e vivenciam

situações, as quais jamais esquecerão. Ensinar para a turma toda significa

respeitar as individualidades. Mais do que antecipar dúvidas, é preciso

pensar em atividades específicas para estudantes com níveis diferentes de

saber. Para contemplar todos eles, há três saídas: variar a complexidade

das tarefas apresentadas, organizarem os alunos em grupos e dar atenção

àqueles que mais precisam. Cita:

“Atuar numa unidade escolar, hoje, requer que o educador possua uma significativa capacidade para entender a instituição, sua inserção nas dimensões culturais dos alunos (...) e, fundamentalmente, que saibamos olhar para o outro como se constituindo nestas relações...”(FERREIRA, pág. 43)

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CAPÍTULO I I

2. PROFESSOR- FACILITADOR DA

APRENDIZAGEM

“O aluno é como se fosse um solo fértil, onde o professor semeia suas melhores sementes para que se produzam belos frutos. A relação professor/aluno deve ser cultivada a cada dia, pois um depende do outro e assim os dois crescem e caminham juntos. E é nessa relação madura que o professor deve ensinar que a aprendizagem não ocorre somente em sala de aula. Se estivermos atentos aprendemos a todo o momento e não só na escola com o professor. Assim, o aluno irá desenvolver um espírito pesquisador e interessado pelas coisas que existem; ele desenvolverá uma necessidade por aprender, tornando-se um ser questionador e crítico da realidade que o circunda. Como diz o filósofo: “O verdadeiro objetivo da Educação não é meramente prover informação, mas o estímulo de uma consciência interna” (Al- GHAZALI).

Partido deste pressuposto, o profissional do século XXI é

aquele capaz de estimular o poder criador do educando, mas para tanto é

necessário que este mesmo professor proporcione na sala de aula

momentos, atividades e encontros que promovam esta prática na qual

educadores e educandos se fazem sujeito de seu processo, superando

assim, segundo: (FREIRE, 2010. pág. 89, 2010) “... O intelectualismo

alienante e o autoritarismo do educador bancário...” Ainda citando: por Dr. Anthony

P. Witham ”

Professores que inspiram. . .

• Percebem que, em última análise, não irá contar o quanto

seus alunos aprenderam, mas o quanto acumularam conhecimento e

habilidades que possam ser usadas por toda a vida;

• Despertam o potencial infantil ao invés de reprimi-lo;

elogiam o esforço de cada aluno ao invés de ignorá-lo, estimulam ao invés de

encobrir a curiosidade da criança;

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• Percebem que eles devem respeitar seus alunos, sem

impor seus valores pessoais, pois cada um precisa explorar e estabelecer seus

valores próprios;

• Ajudam os alunos a descobrir seus dons, porém esses

talentos “escondidos” podem ser facilmente dominados se o principal enfoque

estiver no texto ou na avaliação, e não na criança;

• Disponibilizam seu tempo espontaneamente e lembra-se

de encorajar aqueles que têm mais dificuldades;

• Corrigem os erros do aluno e elevam sua auto estima ao

mesmo tempo;

• Motivam mentes jovens a pensar por eles mesmos, muito

mais do que se preocupam com fatos que exijam memorização;

• Percebem que o maior de todos os presentes que eles

podem oferecer a seus alunos não é seu talento pessoal ou sua esperteza,

mas ajudar cada um a descobrir e a se apropriar de sua própria esperteza e

talento;

• Encorajam mentes a pensar, mãos a criar e corações a

amar – professores que exigem muito e que recebem muito;

• Nunca se empenham em explicar sua visão pessoal de

mundo, mas simplesmente convidam seus alunos a ficarem ao seu lado para

que eles possam ver o mundo por eles mesmos;

• Minimizam as deficiências de seus alunos e realçam seu

dom natural. Tais professores nunca forçam um dançarino a cantar nem um

cantor a dançar. Eles permitem com que seus alunos acendam sua própria

“lâmpada” no momento e da maneira deles;

• Acreditam que a comunicação em sala de aula não

melhora se falada em voz muito alta;

• Acreditam que exemplo não é uma ferramenta de

influências para impressionar mentes jovens, e sim a chave para moldar

atitudes positivas, valores e hábitos de estudo para os alunos;

• Recordam seus alunos de que ganhar não é tudo na vida,

mas ir em busca de seus ideais sim;

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• Sabem que o presente mais valioso do mundo não é

dinheiro nem livros, mas ter uma vida nobre;

• Não acham que eles têm que estar com seus alunos, eles

querem estar com eles. Ensinar não é uma profissão , mas uma escolha que

optaram em consideração ao próximo;

• Concordam com Eleanor Roosevelt que disse, “O futuro

pertence àqueles que acreditam na beleza de seus sonhos”;

• Percebem que na vida de cada aluno existe um espaço

esperando ser preenchido pelo professor, que pode comunicar auto confiança,

criação de talentos que não foram descobertos e incentivo às atitudes na vida

para o seu crescimento;

• Inspiram bons sentimentos nas crianças e na juventude,

pois sabem que eles nunca irão conseguir medir o quanto influenciaram na

vida de uma criança;

• Acreditam que algum dia seus alunos irão perceber que

eu estou lá para ajudá-los a alcançar seus objetivos ou a completar suas

tarefas, a melhorar sua auto-imagem e que existem algumas fronteiras que

eles não podem alcançar;

• Acreditam no credo: “ensine aquilo que a sua consciência

achar certo; ensine aquilo que a sua razão disser que é o melhor; ensine com

toda o seu espírito e poder; faça o seu dever e seja abençoado”;

• Acreditam que aprender, fazer e ensinar acontecem

quase que ao mesmo momento na vida -elas ocorrem normalmente

simultaneamente. A criança que estamos ensinando a ler e a escrever está, ao

mesmo tempo, nos ensinando sobre a inocência e a maravilha;

• Tentam garantir a cada criança oportunidades iguais –

não se tornar “igual” mas “diferente”, compreender todo potencial do corpo,

mente e espírito que ele ou ela possui;

• Optam por alternativas positivas em estabelecer

disciplina em sala de aula, ao invés de depender unicamente das formas

diversas de punição;

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• Encorajam e afirmam para a criança não aquilo que ela é,

mas aquilo que ela virá a ser;

• Estão sensíveis por saber o quanto suas palavras e

ações podem afetar seus alunos positiva ou negativamente;

• Acreditam que um relacionamento positivo entre aluno e

professor se origina através do respeito;

• Suscitam atitudes positivas em sala de aula e criam uma

corrente contínua de pensamentos e idéias positivas;

• São entusiastas, enérgicos e eternamente otimistas em

relação à potencialidade de seus alunos;

• Concordam com o pensamento de Grayson Kirk’s que

diz: “A função mais importante da educação, em qualquer grau, é desenvolver

a personalidade do indivíduo e o significado de sua vida para ele mesmo e

para os outros”. (Aulio)

Apesar de o texto citado parecer longe da realidade que

confrontamos diariamente; se pararmos para pensar, em algum momento da

nossa vida já tivemos a oportunidade de ter contato com um professor como

este e temos que confessar foi inesquecível! Longe de achar que seria

utopia, professores assim realizam a inclusão sem desespero e sem medo

de ser feliz! Claro que não é a intenção acreditar que para fazer acontecer à

inclusão nas salas de aula a responsabilidade somente é do educador,

existem outros fatores pertinentes que interferem diretamente nesta questão,

mas parte das angústias, insatisfações e decepções de alunos e familiares

seriam minimizadas se o professor tivesse o olhar e a postura positiva frente

ao processo de inclusão. Trabalhar com as diferenças é considerar o ser

humano como uma pessoa única, individual dotada de criatividades e

capacidades; para ensinar a turma toda, independente das diferenças de

cada um dos alunos, é preciso passar de um ensino transmissor para uma

pedagogia ativa, dialética que se contrapõe a toda e qualquer visão

unidirecional, de transparência unitária, individualizada e hierárquica do sabe.

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Apesar de algumas pesquisas comprovarem que parte dos

professores sente-se despreparados, alguns descrentes e outros desafiados;

declarando assim, de certa forma a fragilidade das Políticas Inclusivas

Nacionais existentes é necessário acreditar que é possível, pois a inclusão

surge no cenário como uma perspectiva que envolve rever concepções a

respeito da educação, do ensinar e do aprender. Assim, o professor, cuja

função é ensinar, tem a necessidade de aprender.

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2.1 DA POSTURA DO EDUCADOR FRENTE À

INCLUSÃO

“O saber profissional se constitui dos saberes provenientes da história de vida individual, da sociedade, da instituição escolar, dos outros atores educativos, dos lugares de formação, etc. Portanto uma parte importante da competência profissional dos professores está enraizada em sua história de vida, pois, a competência individual se confunde com sedimentação temporal e progressiva de crenças, de representações, de hábitos práticos e de rotinas de ação.” (TARDIF, 2002, P106).

Neste contexto, trabalhar com aluno incluso requer saberes que

são construídos no dia a dia, na prática, na troca de experiências com outros

profissionais, fatores estes que acompanham a vida profissional de um

educador.

De acordo com (Programa Desenvolvimento Profissional Continuado, 2004 MD4, PG25) “A possibilidade de alcançar um ensino de qualidade de real significado com alunos inclusos ou não é muito grande, quando se trabalha com métodos e práticas que vise novos parâmetros de ação educativa; mas seguir este caminho rumo à práxis sem exclusão e exceções dependerá de uma gama de mudanças como já foram citadas e principalmente, de uma reestruturação do projeto pedagógico como um todo e das reformulações que este projeto exige da escola. Assim é que Não se pode encaixar um projeto novo em uma velha matriz da concepção do ensino escolar.”

Desta feita, a postura do professor frente ao processo de inclusão

é essencialmente importante, obviamente que não depende somente da

atuação deste profissional, mas é um fator preponderante para a realização do

processo de aprendizagem na sala de aula. É necessário que o educador crie

situações de modo à possibilitar a participação dos alunos inclusos, para tanto

é preciso diversificar as atividades, criar um ambiente coletivo, o qual alunos

adiantados podem trocar com aqueles que têm dificuldades, gerar a

adaptações pertinentes etc.; A escola deve encontrar maneiras de socializar os

resultados, dentro de cada sala de aula ou de forma coletiva. Na escola

inclusiva professores constroem identidades com a valorização das qualidades

de cada um dos estudantes.

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Conforme JOSSO (1988, p.50):

“O ser em formação só se torna sujeito no momento em que a sua intencionalidade é explicitada no ato de aprender e em que é capaz de intervir no seu processo de aprendizagem e de formação para o favorecer e para o reorientar.”

A vontade de aprender é o diferencial entre aqueles educadores

que não acreditam que a inclusão possa acontecer! Desde modo, cada um

também é responsável pela sua formação. Conforme Moita (1995, p.137) “as

experiências profissionais não são formadas por si. “É o modo como às pessoas

assumem que as tornam potencialmente formadoras”.

Existem professoras dispostas a vencer barreiras como a falta de

informação, o preconceito e a falta de formação, pois entendem que o papel do

professor também é aprender e produzir seu próprio conhecimento. Com

respeito ao processo de inclusão na maioria das vezes acontece desta forma; é

necessário ser criativo, se lançar e acima de tudo acreditar, pois tudo é muito

lento, complexo e como todas as esferas da educação as mudanças são

paulatinas. É preciso adequar sua prática ao contexto da diversidade da sala

de aula e assim tentar alcançar toda a turma. O professor deve propor

atividades por diferentes níveis de compreensão e de desempenho dos alunos.

É importante que não se destaque os que sabem mais ou menos. Em síntese,

as atividades são exploradas segundo as possibilidades e o interesse dos

alunos que optaram livremente por desenvolvê-las. Ainda, debates, pesquisas,

registros escritos, falados, observações, vivências são alguns processos

pedagógicos indicados para a realização de atividades dessa natureza. Os

conteúdos das disciplinas vão sendo espontâneo, chamados a esclarecer os

assuntos em estudos, mas como meios e não como fins do ensino escolar.

Segundo MOITA (1995, p.115): “Ninguém se forma no vazio. Formar-se supõe troca, experiências, interações sociais, aprendizagens, um sem fim de relações. Ter acesso ao modo como cada pessoa se forma é ter em conta a singularidade da sua história e, sobretudo o modo singular como age, reage e interage.

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2.2 ACOLHER PARA INCLUIR

A educação especial é considerada pela Constituição Brasileira,

como parte inseparável do direito à educação. A posição da UNESCO

considera a educação especial como uma forma enriquecedora de educação

em geral que deve contribuir para a integração na sociedade. O Estatuto Da

Criança e Adolescente em seu artigo 54, III, afirma que: “É dever do Estado

assegurar a criança e o adolescente (...) atendimento educacional

especializado aos alunos inclusos preferencialmente na rede regular de ensino.

O MEC desenvolve por em parceria com a Secretaria de Educação Especial

uma política voltada para a integração das crianças inclusas no Sistema de

Ensino, propondo a inclusão nas instituições regulares de ensino. Atendendo a

necessidade de o ensino ser melhor servir as necessidades próprias de cada

criança, não podemos afirmar que existem receitas específicas para o trabalho,

no entanto analisando as características gerais comuns a essas crianças,

podemos agir tomando uma ação positiva criando e implementando a

integração, Cita:

(JANUS ano 3, nº 4, 2º semestre de 2006)“A atitude do professor é um dos fatores que mais contribui para o sucesso de qualquer iniciativa de inclusão da criança com necessidade especial. A inclusão é um processo que tem como objetivo fornecer aos alunos com necessidades especiais uma educação com o máximo de qualidade e de eficácia, no sentido da satisfação das suas necessidades individuais. Esse aspecto tem destaque neste estudo, quando os educadores entrevistados apontam que o papel do professor no processo de inclusão”.

A cultura do trabalho com turmas homogenias e engessadas já

não cabe mais pra o profissional do século XXI, pois este se depara a cada dia

com uma diversidade incrível na sala de aula. Desta feita a necessidade de

acolher para incluir é pertinente, no sentido de perceber que mesmo apesar

das dificuldades encontradas em todos os âmbitos deste processo, acreditar no

ser humano é preciso, cita:

Rita Vieira de Figueiredo - Banco de Escola-Escola para Todos:

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“A inclusão se traduz pela capacidade da escola em dar respostas eficazes à diferença de aprendizagem dos alunos, considerando o desenvolvimento dos mesmos como prioritário. A prática da inclusão implica no reconhecimento das diferenças dos alunos e na concepção de que a aprendizagem é construída em cooperação a partir da atividade do sujeito diante das solicitações do meio, tendo o sujeito de conhecimento como um sujeito autônomo. O professor pode ampliar as possibilidades aprendizagem do aluno a partir de diferentes propostas didáticas as quais ele pode organizar no desenvolvimento das práticas pedagógicas. Para isso é importante refletir sobre os desafios do cotidiano escolar. Este novo olhar e esta nova forma de atuar ampliam as possibilidades de desenvolvimento profissional e pessoal do professor.”

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2.3 DAS CAPACITAÇÕES DE DOCENTES:

DAS EXPECTATIVAS À REALIDADE PRÁTICA

Para a educação especial a reforma em andamento prevê na

Resolução CNE n. 02-2001, que o professores que trabalham com alunos que

apresentam necessidades especiais podem seguir dois modelos distintos: os

capacitados e os especializados. Tais modelos de professores são definidos

nos parágrafos 1º, 2º e 3º do artigo 18(Brasil, 2001). No parágrafo 1º definem-

se as competências a serem desenvolvidas nos chamados professores

capacitados:

§1º São considerados professores capacitados para atuar em

classes comuns com alunos que apresentam necessidades especial aqueles

que comprovem que, em sua formação, de nível médio ou superior, foram

incluídos conteúdos sobre educação especial adequados ao desenvolvimento

de competências e valores para: I- perceber as necessidades educacionais

especiais dos alunos e valorizar a educação inclusiva; II- flexibilizar a ação

pedagógica nas diferentes áreas de conhecimento de modo adequado às

necessidades especiais de aprendizagem; III- avaliar continuamente a eficácia

do processo educativo para o atendimento de necessidades educacionais

especiais; VI- atuar em equipe, inclusive com professores especializados em

educação especial. A formação dos professores capacitados, tanto em nível

médio como superior, deve ocorrer por meio de oferecimento de disciplinas, ou

tópicos, que venham a contemplar as discussões sobre a educação de alunos

considerados deficientes. Percebe-se também que sua formação deve

desenvolver, nesse futuro profissional, competências para executar atividades

diretamente com os alunos considerados deficientes e, ao mesmo tempo,

aprender a trabalhar em equipe. Isso porque não serão esses os profissionais

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que irão planejar as atividades a serem desenvolvidas com esses alunos, mas

sim os professores especializados. Já os professores especializados são os

responsáveis pela organização das ações pedagógicas a serem desenvolvidas

pelos "professores capacitados". Estes devem ter sua formação em nível

superior ou em nível de especialização, como explicitado nos parágrafos 2º e

3º do artigo 18 da LDBEN (Brasil,1996):

§ 2º São considerados professores especializados em educação especial

aqueles que desenvolveram competências para identificar as necessidades

educacionais especiais para definir, implementar, liderar e apoiar a

implementação de estratégias de flexibilização, adaptação curricular,

procedimentos didáticos pedagógicos e práticas alternativas, adequadas aos

atendimentos das mesmas, bem como trabalhar em equipe, assistindo o

professor de classe comum nas práticas que são necessárias para promover a

inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais.

§ 3º Os professores especializados em educação especial deverão comprovar:

I –formação em cursos de licenciatura em educação especial ou em uma de

suas áreas, preferencialmente de modo concomitante e associado à

licenciatura para a educação infantil ou para os anos iniciais do ensino

fundamental; II – complementação de estudos ou pós-graduação em áreas

específicas da educação especial, posterior à licenciatura nas diferentes áreas

de conhecimento, para atuação nos anos finais do ensino fundamental e no

ensino médio.Quanto aos professores que já estão exercendo o magistério, o

parágrafo 4º do artigo 18 especifica que lhes devem ser oferecidas

"oportunidades de formação continuada, inclusive em nível de especialização,

pelas instâncias educacionais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios".

Como previsto na resolução supramencionada, as capacitações e

especializações são pertinentes e necessárias e muito se espera dos encontros

e capacitações voltadas para a área de inclusão e na maioria das vezes a

expectativa é maior que a realidade. As ofertas de capacitações não

contemplam as necessidades encontradas nas salas de aula, é claro, pois não

se tem receita pronta cada turma é uma turma e o aluno é único. Não que

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sejam desnecessárias, como já foi citado neste trabalho, mas ainda deixam a

desejar! É necessária uma ação conjunta de todos os segmentos da

sociedade, para assim estreitar a distância entre os dispositivos legais e o

cotidiano escolar com o objetivo de construir uma mudança de atitude em

relação às pessoas com necessidades especiais.

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CAPÍTULO III

3. ALUNOS INCLUSOS ESTÃO SE

BENEFICIANDO DA ESCOLARIZAÇÃO?

Conforme citado neste trabalho de pesquisa a inclusão vai além

da aceitação da matrícula nas unidades escolares e instituições afins. E a

exclusão torna-se bem evidente quando em meio à sala de aula, o qual deveria

ser o lugar de acolhimento ocorrem às indiferenças, os descuidos, alunos na

maioria das vezes são deixados às margens em função do despreparo e

desespero dos educadores, claro que não justifica, pois, já entendemos que a

capacitação e a formação pessoal cabem somente ao próprio educador.

Segundo, (MITTLER 2003): “A inclusão não diz respeito a colocar as crianças nas escolas regulares, mas a mudar as escolas para torná-las mais responsivas às necessidades de todas as crianças; diz respeito a ajudar todos os professores a aceitarem a responsabilidade quanto à aprendizagem de todas as crianças nas suas escolas e prepará-los para ensinarem aquelas crianças que estão atual e correntemente excluídas das escolas por qualquer razão. Isto se refere a todas as crianças que não estão beneficiando-se com a escolarização, e não apenas àquelas que são rotuladas com o termo” necessidades educacionais especiais”.

Não é difícil encontrarmos familiares decepcionados e frustrados

com a escolarização de seus filhos, principalmente os inclusos, pois

esperanças são investidas a partir dos decretos e resoluções criados, mas a

realidade é cruel! Apesar de sabido que algumas Instituições são bem

sucedidas neste contexto, infelizmente não é mérito da maioria. É

responsabilidade de todos que o aluno se beneficie da sua escolarização, para

tanto se faz necessária uma mudança geral, de comportamentos profissionais

frente á proposta de inclusão, o importante é auxiliar a criança a se encaixar no

sistema educacional e beneficiá-la com o que a escola possa oferecer-lhe.

Nesse caso, não se assume que a escola precisa mudar de qualquer forma

para acomodar uma criança em particular ou para responder a uma maior

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gama de diversidade na comunidade escolar. Até quando se fingirá cumprir a

inclusão? Escolas de qualidade e que pensam na equidade estão prontas a

mudar seus métodos, currículos e formatos em geral para atender as

especificidades que chegam aos portões. É preciso deixar velhos modelos, de

turmas, de professores e sistema engessados!

Segundo MITRAL:“Nós somos culpados de muitos erros e de muitas faltas, mas nosso maior crime é abandonar as crianças, negligenciando a fonte da vida. Muitas coisas de que nós precisamos podem esperar: as crianças não podem. Exatamente agora é o tempo em que os seus ossos estão sendo formados, seu sangue está sendo feito e seus sentidos estão sendo desenvolvidos. Para ela, não podemos responder “ amanhã”. Seu nome é hoje”. (Gabriel Mistral, poeta chileno vencedor do Prêmio Nobel)

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3.1 O SABER LIDAR

O saber lidar na realidade é uma arte, principalmente em se

tratando do lidar com o ser humano. Daí, gostaria de citar: (WERNECK) “Os

alunos percebem facilmente nossas ações, se estão na linha prazerosa e, dessa

observação, deduzem sem teorias complexas se devem aumentar ou diminuir a

confiança que em nós depositam.”

Além, de toda capacitação e aperfeiçoamento é necessária muita

sensibilidade, pois é impossível hoje trabalhar com o profissional onde o afeto e

a motivação são incapazes de ocupar o lugar pessimismo e da derrota. . O

acolhimento é garantido quando o professor faz o acompanhamento das

estratégias utilizadas pelas crianças em suas aprendizagens sendo capaz de

ouvi-las manifestando interesse e afetividade por elas (pelos seus sucessos,

suas dificuldades, suas preocupações). Estes aspectos dizem respeito

diretamente à gestão da sala de aula, mas está relacionada também a gestão

da escola. Esses dois aspectos se constituem elementos centrais na mudança

de uma escola que exclui para aquela que inclui. A gestão da escola e a

atenção as diferenças Mudanças na gestão da escola se configuram no sentido

de torná-la mais democrática e participativa para alunos, professores e demais

atores desse espaço pedagógico. Significa compartilhar projetos e decisões e

desenvolver uma política que compreenda o espaço da escola como um

verdadeiro campo de ações pedagógicas e sociais no qual as pessoas

compartilham projetos comuns, cada um deles representando uma

oportunidade real de desenvolvimento pessoal e profissional. A gestão na

escola inclusiva tem um caráter colaborativo que implica no desenvolvimento

de valores que mobilizam as pessoas a pensarem, viverem e organizarem o

espaço da escola incluindo nele todos os alunos.

Segundo, Hines (2008) “ A atuação da direção é fundamental para o sucesso na transformação de uma escola para uma perspectiva inclusiva. A ação da direção é importante no sentido de guiar, estimular e facilitar a colaboração entre os professores do ensino comum e entre estes e os professores

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especializados tendo o trabalho coletivo como tarefa incontornável por parte do contexto escolar”.

De acordo com o exposto, quatro princípios devem fundamentar o

trabalho do diretor na perspectiva da construção de uma escola que inclui. O

primeiro diz respeito à manutenção de uma comunicação aberta com o corpo

docente da escola, bem como estimular e intermediar a comunicação livre e

honesta. Dentro deste princípio ele enxerga seis atividades que devem ser

sugeridas aos professores: compartilhar experiências bem sucedidas, agendar

tempo para planejamento conjunto, registrar suas atividades, suas

preocupações e o modo como conseguiram resolvê-las, visitar outras

instituições que tenham experiência no processo de inclusão, coletar material

de fontes diversas sobre a temática da inclusão e, finalmente, comemorar cada

acerto, como forma de valorizar as pequenas conquistas. O segundo princípio

consiste em compartilhar a liderança e estimular a troca de conhecimento.

Empoderar os professores, fazendo-os capazes de compartilhar suas

experiências como professores especializados de modo a estimular a união de

forças e não a concorrência entre eles. O terceiro princípio refere-se ao

estabelecimento de metas viáveis e objetivos comuns. Neste ponto, o autor

reforça a idéia de trabalho conjunto entre professores do ensino comum e

aquele do ensino especial, sugerindo atividades que podem ser divididas ao

mesmo tempo em sala de aula por ambos. Por fim, o autor reforça a

importância de trabalhar mediante uma sistemática de resolução de conflitos. O

diretor deve esforçar-se para explorar de forma aprofundada as estratégias de

resolução dos conflitos que surgirão. Ouvir cada professor, estimular a

comunicação entre eles, esclarecer pontos de divergência deixando claro para

cada um a fonte do problema e sugerindo que cheguem a um ponto em comum

que deve ser parte indispensável do trabalho de uma gestão escolar inclusiva.

O aspecto da comunicação e da colaboração também foi identificado por Pena

forte (2009) como fundamental no processo de construção de uma escola

inclusiva. A gestão compartilhada aumenta as possibilidades dos atores

escolares assumirem os projetos da escola como de todos, minimizando as

dificuldades do contexto e aquelas enfrentadas pelos alunos favorecendo as

mudanças necessárias na gestão da sala de aula e conseqüentemente nas

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práticas pedagógicas. Isto significa transformar as práticas que temos hoje (na

sua maioria pautada no conceito de homogeneidade) em práticas que atentem

para as especificidades dos alunos. A gestão da sala de aula na escola das

diferenças A gestão da sala de aula corresponde à capacidade do professor

para orquestrar a interação entre os alunos em situação de aprendizagem,

organizando os espaços os tempos e os agrupamentos pertinentes às suas

propostas didáticas, se constituindo ele mesmo em mediador entre os

conteúdos escolares e aqueles trazidos pelos alunos. A escola que está atenta

à questão das diferenças, dispensa grande relevância ao ensino e a gestão da

sala de aula, uma vez que a grande marca dessa escola é a valorização do

papel social do aluno, qualquer que seja suas características, pois tem como

referência o princípio da contribuição. Deste modo, a classe do ensino regular

se constitui em um agrupamento no qual cada aluno deve colaborar com o

processo de construção do conhecimento dentro de suas possibilidades. A

valorização do papel social do aluno só é possível na medida em que ele é

reconhecido por seus pares como uma pessoa.

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3.2 Construindo saberes

À medida que o professor ensina, também aprende. Construir

saberes implica em criar uma dinâmica de trabalho na sala de aula voltada

para a interação; significa cria um ambiente de troca que possibilite o trabalho

com a coletividade. No processo de inclusão é pertinente reconhecer que o

aluno, seja incluso ou não é sabedor de conhecimentos e capaz de aprender!

Alguns fatores são importantes na aprendizagem do professor

em relação ao aluno incluído: a sua experiência na área, o tempo e a troca de

experiência com outros profissionais.

Segundo TARDIF (2002, p. 53), “(...) a experiência provoca, assim, um efeito de retomada crítica (retroalimentação) dos saberes adquiridos antes ou fora da prática profissional. Ela filtra e seleciona os outros saberes, permitindo assim aos professores reverem seus saberes, julgá-los e avaliá-los e, portanto, objetivar um saber formado de todos os saberes retraduzidos e submetidos ao processo de validação constituído pela prática cotidiana”.

Incluir vai além da matrícula como já citado neste material de

pesquisa, o aluno não pode passar à sala regular e continuar sendo tratado

como se estivesse na calasse especial ou sala de recursos, a escola deve criar

meios para trabalhar com todos os alunos. Neste contexto a promoção de

atividades lúdicas, jogos e outras atividades interativas, contribuem para a

aprendizagem significativa com ênfase na cooperação e respeito às diferenças.

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CONCLUSÃO

A inclusão somente perdura porque existe o excluído. Alinhavar

este assunto no contexto educacional é altamente complexo, especialmente

em se tratando de transformações, que mexem com estruturas pré-

estabelecidas, verdades ditas, concepções já construídas e até quebras dos

monopólios de saberes.

Após realização desta pesquisa foi percebido um grau de

dificuldade significativa ao desenvolvimento do processo de inclusão rumo à

escola para todos. Percebe-se que as tensões e conflitos aumentam cada dia

e que isso se dá em função de paradigmas e cegueiras pragmáticas tão

profundas capazes de excluir diariamente e, de tal forma, que leva o aluno

com necessidades especiais ou não à segregação.

Apesar disso, ainda existem motivos para acreditar que a escola

para todos pode ser conseguida, pois algumas instituições que tem gestão

professores e uma comunidade escolar conscientizada, comprometidas e

esclarecida realizam o processo de inclusão de maneira satisfatória e tem

conseguido socializar os resultados de forma coletiva.

Ainda, independente dos investimentos, que não são

dispensáveis, a postura do profissional de educação é pertinente, pois, seu

olhar é fundamental. Como já citado neste material o envolvimento através da

troca de experiências, o enfrentamento com as dificuldades no cotidiano da

sala de aula e a prática é a essência do processo.

Segundo MANTOAN, 2006, p.80: “As propostas educacionais inclusivas exigem uma atenção constante dos professores para que não seja ferido o direito humano e indisponível de todos os alunos ao ensino escolar comum. Esse direito envolve necessariamente uma reorganização pedagógica das escolas. Nessa reorganização é fundamental não mudar o ensino especial, introduzindo-o nas salas de aula de ensino regular, como freqüentemente acontece (...) alguns equívocos devem ser evitados como ter a idéia de que alguns alunos vão à escola para aprender e outros unicamente para se socializar. Escola é espaço de aprendizagem para todos”.

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Em suma, ainda se tem muito a discutir sobre este assunto, pois

sua implantação é recente e ainda caminha a passos lentos no Brasil.

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ANEXOS

Entrevista- Questionário

1. Quais as medidas que deveriam ser tomadas para

acontecer de fato à inclusão educacional?

2. A escola está preparada para atender a demanda

neste aspecto?

3. Na atual situação, onde nem sempre os recursos

financeiros são disponibilizados e ainda levando em consideração que o

profissional não se especializa em curto prazo, como atender os alunos

incluídos?

4. Além da qualificação profissional, quais ações

deveriam ser tomadas por instituições públicas e ou particulares para

melhor atendimento aos alunos inclusos?

5. O que você acha de agregar em uma mesma sala,

alunos com necessidades especiais e alunos ditos normais?

6. Como você vê o processo de inclusão educacional?

7. Quais os maiores obstáculos enfrentados pelos

alunos inclusos no âmbito escolar?

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8. Com respeito, as adaptações curriculares, como

você tem realizado o trabalho com os alunos incluídos?

9. Frente ao processo de inclusão, como você vê o

papel do professor como facilitador da aprendizagem?

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Respostas ao Questionário

Ana Lúcia da Silva

Instituição: Escola M. Aureliano Coutinho

Função: Professora de Sala de Recurso Multifuncional

Tempo na área de atuação: 07 anos

1. Qualificação dos profissionais, conscientização das

pessoas envolvidas e estrutura física adequada à deficiência, ou melhor,

dizendo acessibilidade.

2. Não está à proposta de inclusão é recente e a escola

precisa se adequar a nova realidade.

3. Trabalhar de acordo com o que se tem de acordo

com a necessidade do aluno. Utilizando atividades diversificadas;

4. Promover eventos e atividades para conscientizar o

público a participar do processo de inclusão na comunidade escolar;

5. Sou a favor sim, pois os alunos incluídos podem se

beneficiar da troca e interação com outro e a aprendizagem acontecerá

de maneira satisfatória.

6. É complicado, pois é tudo muito novo! Mas, é

necessário o movimento de inclusão apesar das dificuldades

encontradas.

7. A aceitação.

8. Através da criação de estratégias que possibilite

maior adaptação ao currículo trabalhado.

9. É importante que o trabalho seja realizado com

muita coerência e comprometimento para que realmente haja como um

mediador e facilitador da aprendizagem durante este processo.

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Amauri Siqueira da Conceição

Instituição: Escola M. Ernesto Cozzolino e Instituição Pestalozzi

Função: Professora de Sala de Recurso Multifuncional e Instrutor

de oficina de marcenaria –(Graduando em Pedagogia)

Tempo na área de atuação: 03 anos e 11 anos

1. Investimento em formação continuada, cumprimento

das leis, decretos e pareceres favoráveis á inclusão pelos sistemas de

ensino, aplicação das verbas destinadas ao ensino da pessoa com

deficiência e acessibilidade.

2. Não, porque muito ainda precisa ser feito na

adaptação de espaço e currículo, bem como na conscientização da

comunidade escolar.

3. Diversificando e adaptando o currículo as

especificidades dos alunos inclusos.

4. Conscientização da comunidade escolar em geral,

do porteiro ao gestor da Unidade.

5. Acho muito bom, pois a diversidade da sala de aula

favorece o desenvolvimento cognitivo e social de todos e principalmente

do aluno incluído.

6. No momento, mais doloroso que prazeroso para os

alunos incluídos, mas acredito que para o futuro esse sofrimento será

recompensado; uma vez que o sistema terá compreendido quão

fundamental é para a pessoa com deficiência a vida em sociedade.

7. Acessibilidade, currículos não adaptados, falta de

preparo e conhecimento por parte dos docentes e gestores das

Unidades;

8. Analisando cada aluno e suas necessidades para

realizar a intervenção e o uso de tecnologia assistiva que atenda e

favoreça as especificidades auxiliando na aprendizagem;

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9. Um profissional consciente do seu papel vai

direcionar seus esforços a fim de tonar o processo ensino aprendizagem

significativo, não só para o aluno com deficiência, mas para todos que

participam do mesmo; uma vez que a verdadeira inclusão apenas

acontecerá quando todos tiverem as suas peculiaridades respeitadas e

aceitas. Isso significa equidade.

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Priscilla da Silva Santos

Instituição: Escola M. Ver. Antonio Garcia Filho e Escola Santo

Antonio

Função: Professora de Língua Portuguesa e graduando em

Pedagogia

Tempo na área de atuação: 06 anos

1. É necessário um trabalho em rede, colaborativo;

envolvendo toda equipe escolar, parcerias entre escola e família,

organização de recursos e atenção às necessidades de cada educando.

Mais que isso: é preciso uma mudança de postura de muitos, tempo e

reflexão.

2. Não. Isso se refere muito mais aos profissionais que

a estruturação do

ambiente. Vai desde a aceitação ao perfil e capacitação

dos mesmos.

3. Acredito muito no querer. Com boa vontade algumas

metas podem sim serem cumpridas. Vários recursos podem ser

adaptados logo de imediato. Outra sugestão seria a parceria com a

família.

4. Acessibilidade, sensibilização da comunidade

escolar e recursos financeiros;

5. Não. Atender às necessidades do outro jamais será

uma forma de exclusão;

6. Lento, mas com uma evolução significativa;

7. Ainda, o preconceito e a falta de informação;

8. Através das adaptações de pequeno e médio porte

levando em consideração a deficiência, equilibrando o nível de

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complexidade das atividades trabalhadas com a turma e dando ênfase

ao trabalho coletivo, possibilitando assim a interação entre a turma;

9. Exerce um papel fundamental, pois é a essência do

processo; uma vez que parte do educador a instigação para a

aprendizagem. Um educador facilitador do processo é aquele que usa a

linguagem dialética, age como mediador e cria um ambiente de

interação para que todos possam dentro das suas especificidade

contribuir e trocar informações.

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43

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

• Mittler, Peter Educação Inclusiva:

contextos sociais/ Peter Mittler;Trad. Windyz Brazão

Ferreira- Porto Alegre: Artmed, 2003.1.Educação

inclusiva. I. Título;

• Mantoan, Maria Teresa EglérInclusão

Escolar: pontos e contrapontos/ Maria Tereza Eglér

Mantoan, Rosângela Gavioli Prieto; Valéria Amorim

Arantes, organizadora.- São Paulo: Summus,2006.-

(pontos e contrapontos);

• Leis e Decretos voltados para o

sistema de inclusão;

• MAZZOTTA, M. J. S. Educação

Especial no Brasil: histórias e políticas públicas. 5.ed.

São Paulo: Cortez, 2005;

• TARDIF, M. Saberes docentes e

formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2002;

• TARDIF, M. Saberes profissionais dos

professores e conhecimentos universitários:

elementos para uma epistemologia da prática

profissional dos professores e suas conseqüências

em relação à formação para o magistério. Revista

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44

Brasileira de Educação, n. 13, p. 5-24, jan, Fev,Mar,

abr.2000;

• Werneck, Hamilton 2003, Profissional

do século XXI.

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45

BIBLIOGRAFIA CITADA

• Web Grafia;

• Monografia própria do curso de

graduação em pedagogia (ano: 2004) apresentada a

Universidade Salgado de Oliveira;

• Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional - LDB (96);

• Decreto nº 6.571, De 17 de set. de

2008;

• Volumes 1º e 2º- Módulo Educação

Especial- Fundação CECIERJ Consorcio Cederj-(

Maria Ângela Monteiro Corrêa e Maria da Glória

Schaper dos Santos;

• Educar é Sentir as Pessoas-( Hamilton

Werneck);

• Inclusiva; Trabalho de Pesquisa-

Criança Portadora de Síndromes de Down e a Escola.

• TARDIF, M. Saberes docentes e

formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2002;

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• CHALITA, GABRIEL, 2003 Pedagogia

do Amor.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 1

AGRADECIMENTOS 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I - ADAPTAÇÃO CURRICULAR 9

1.1 DAS ADAPTAÇÕES NECESSÁRIAS AO CURRÍCULO REGULAR 11

1.2 ENSINAR PARA TODOS OS ALUNOS 14

CAPÍTULO II - PROFESSOR- FACILITADOR DA APRENDIZAGEM 16

2.1 DA POSTURA DO EDUCADOR FRENTE À INCLUSÃO 21

2.2 ACOLHER PARA INCLUIR 23

2.3 DAS CAPACITAÇÕES DE DOCENTE: DAS EXPECTATIVAS À

REALIDADEPRÁTICA 25

CAPÍTULO III - ALUNOS INCLUSOS ESTÃO SE BENEFICIANDO DA

ESCOLARIZAÇÃO 28

3.1OSABER LIDAR 30

3.1 CONSTRUINDO SABERES 33

CONCLUSÃO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 43

BIBLIOGRAFIA CITADA 45

ANEXOS 36