universidade candido mendes pÓs-graduaÇÃo … · 7 introduÇÃo 8 capÍtulo i - tutela de...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
TUTELAS DE URGÊNCIA ACAUTELATÓRIAS NO PROCESSO
DE EXECUÇÃO
Por: Zilgênia Barros Gurgel
Orientador
Prof. Jean Alves Pereira Almeida
Rio de Janeiro
2010
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
TUTELAS DE URGÊNCIA ACAUTELATÓRIAS NO PROCESSO
DE EXECUÇÃO
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como condição para a conclusão
do Curso de Pós-Graduação Latu Senso em
Processo Civil.
Por: . Zilgênia Barros Gurgel.
3
AGRADECIMENTOS
Meu agradecimento a Deus pela vida, saúde,
proteção, força e por permitir o término do meu
curso mesmo com todos os problemas e
dificuldades.
Aos meus pais Antônio e Maria pelo incentivo,
apoio e amor.
A minha irmã e amiga Lúcia, pela sinceridade e
carinho. Tenho nela a amizade mais forte e
verdadeira que alguém pode ter.
Ao meu companheiro Gilson, por seu apoio e
paciência.
Aos meus novos amigos Michelle e Bruno.
A todos os professores e Coordenadores deste
brilhante curso de Pós-Gradução.
Por fim, a todos que sempre estiveram ao meu
lado possibilitando a realização de mais esta
conquista.
DEDICATÓRIA
4
Dedico este trabalho a Deus e as pessoas
mais importantes da minha vida, aos meus pais
Antônio e Maria, a minha querida amiga e irmã
Lúcia e ao meu companheiro Gilson.
RESUMO
5
Este trabalho visa analisar a aplicação de tutelas urgentes acautelatórias
no processo de execução, conforme dispõe o artigo 615, mais precisamente
seu inciso III, do CPC, o qual permite ao exeqüente pleitear medidas
acautelatórias urgentes.
Aprofundar nosso estudo e perquirir a intenção do legislador ao redigir o
art. 615, III, do CPC, fazendo uma abordagem sobre os argumentos na
aplicação deste instituto através de pesquisa bibliográficas.
Classificar as medidas acautelatórias possíveis de serem deferidas
colimadas no art. 615, III, do CPC, definindo a natureza das medidas
acautelatórias no processo de execução, quando e como poderão ser
deferidas pelo juiz.
METODOLOGIA
6
O método utilizado para os resultados da pesquisa são o dedutivo,
desenvolvido através de pesquisas bibliográficas utilizando alguns
doutrinadores, obtendo assim o objetivo de conclusão do trabalho.
Para facilitar o entendimento desta pesquisa a mesma está disposta em
capítulos, abordando a relevância do tema; quanto à tutela de execução; a
Tutela cautelar, quanto as Medidas acautelatórias no processo de execução,
sua natureza e finalidade; seus requisitos para concessão das medidas
acautelatória no processo de execução; o procedimento das medidas
acautelatórias no processo de execução; as hipóteses de cabimento; medida
de arresto; medida de seqüestro, e a conclusão do trabalho.
SUMÁRIO
7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I - Tutela de Execução 10
CAPÍTULO II - Tutela Cautelar 14
CAPÍTULO III - Medidas Acautelatórias no processo de
execução 19
1.1 Natureza jurídica e finalidade 20
1.2 Requisitos para concessão das medidas cautelares no
processo de execução. 24
CAPÍTULO IV - Procedimento das Medidas Acautelatórias no Processo de execução 26 2.1 - Hipóteses de cabimento 27
CAPÍTULO V - Medida de Arresto 30
CAPÍTULO VI - Medida de Seqüestro 34
CONCLUSÃO 37
BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS 42
INTRODUÇÃO
8
O presente estudo tem por objeto análise do artigo 615, notadamente
seu inciso III, do CPC, o qual permite ao exeqüente pleitear medidas
acautelatórias urgentes.
Entanto, antes de se adentrar ao estudo específico deste trabalho, se
faz necessário expor, ainda que resumidamente, a classificação da tutela
jurisdicional que na verdade compõe um conjunto de atividades que pode ser
dividido em duas classes distintas. Há atividades que consistem na submissão
do direito afirmado a um exame destinado a certificar, ou não, sua existência,
havendo sentido estrito e sentença (esta prestação jurisdicional é a
denominada tutela de conhecimento ou de cognição). Há também as
atividades desenvolvidas no sentido de tornar efetivo o direito certificado ou
presumidamente existente, aqui há providências práticas de modificação da
realidade, de modo a ajustá-la ao direito reconhecido (tutela de execução ou
executiva).
Na cognição a atividade do juiz é prevalentemente de caráter lógico: ele
deve estudar o caso, investigar os fatos, escolher, interpretar e aplicar normas
legais adequadas.
Na execução, atividade do órgão é prevalentemente prática e material.
À classificação bipartite da tutela jurisdicional costuma ser acrescentada
a tutela cautelar, como bem advertiu (ZAVASCKI, Teori Albino. Antecipação da
Tutela., São Paulo: Ed. Saraiva, 1997, p. 8)¹: “a essa classificação bipartide da
tutela jurisdicional costuma-se, ainda dentro dos padrões clássicos,
acrescentar um tertium genus: a tutela cautelar” que tem por objeto a obtenção
de providência destinada, não a satisfazer diretamente o direito material
afirmado, mas garantir a eficácia da tutela de conhecimento ou de execução.
Assim, nos moldes clássicos, três são as espécies de tutela jurisdicional:
tutela de conhecimento, tutela executiva e tutela cautelar.
A classificação bipartite tem como elemento classificatório nuclear a
natureza da atividade desenvolvida pelos órgãos jurisdicionais. A inclusão da
9
tutela cautelar à classificação desperta críticas, uma vez que o critério
diferenciador adotado, ou seja, a natureza da atividade jurisdicional, só serve
para distinguir a tutela cognitiva da executiva, mas não se presta para
diferenciar das duas a tutela cautelar. A tutela cautelar tem características
próprias, diversas das outras espécies de tutela. Portanto, por ser esta
classificação fundada em critérios heterogêneos sua importância é relativa,
sendo criticável sob o aspecto científico, pois a tutela cautelar, a rigor, é
também prestada mediante atividades cognitivas e executivas.
Assim, ainda que resumidamente à classificação dos tipos de tutela,
também abordaremos algumas características básicas do processo de
execução e do processo cautelar para que possamos chegar ao objeto de
nosso estudo, qual seja, analisar a aplicação das tutelas de urgência
acautelatórias no processo de execução.
CAPÍTULO I
TUTELA DE EXECUÇÃO
10
A execução específica, segundo (THEODORO JR, Humberto. Tutela
específica das obrigações de fazer e não fazer. In:Revista de Direito Civil e
Processual Civil. Porto Alegre: Síntese, v.3, n.15, 2002).² pode ser entendida
como "processo de execução forçada que afeta a esfera patrimonial do
devedor em busca de proporcionar ao credor exatamente o mesmo bem que,
segundo vínculo obrigacional, deveria ter sido entregue ou restituído por
cumprimento voluntário da prestação devida.”
Também, segundo o jurista (THEODORO JR, Humberto. Tutela
específica das obrigações de fazer e não fazer. In:Revista de Direito Civil e
Processual Civil. Porto Alegre: Síntese, v.3, n.15, 2002)³ a execução
substitutiva consiste, na "execução forçada que se funda na responsabilidade
patrimonial genérica do devedor e que para satisfazer o credor, expropria bens
do inadimplente, transformando-os em dinheiro para, com este, indenizar a
parte pelo equivalente da prestação devida.
De há muito preconizava (CHIOVENDA. Istituzioni di diritto
processuale civile. Napoli: E. Jovene, 1935; apud THEODORO JR, Humberto.
Ibidem)4 que o ideal do processo é dar a quem tem direito, quanto possível, e
de forma prática, tudo aquilo e exatamente aquilo que tivesse direito, segundo
obrigação do devedor.
Neste modo de ver, as medidas cautelares preservariam os bens
necessários ao futuro cumprimento da sentença de mérito. E o poder geral de
cautela volta-se, em essência, para as providências neutras em face do direito
material controvertido, resguardando-se a eficácia prática do processo até o
desaguar útil do processo definitivo.
Sentiu-se a necessidade, em determinados casos, de se assegurar a
pronta satisfação do direito material da parte, sob pena de se lhe tornar sem
valia ou inoperante. Começaram a surgir procedimentos especiais nos quais
concediam-se aos demandantes medidas liminares satisfativas.
11
Em ações ditas ‘comuns’, onde a lei não admitia a possibilidade das
liminares, a jurisprudência teve relevante papel, utilizando-se, extensivamente,
do poder geral de cautela para fins tanto conservativos quanto satisfativos.
Se na Europa, com ou sem reforma legislativa, a orientação foi no
sentido de que o poder geral de cautela compreendia tanto medidas
conservativas como satisfativas; entre nós, a reforma do CPC fez inserir no
direito positivo: direito da parte à tutela de urgência, assegurando ao credor
tutela específica, reforçada por medidas antecipatórias e cautelares adequadas
a propiciar almejada efetividade.
Assim, verifica-se que a função jurisdicional não se limita à emissão de
sentença, através do processo de conhecimento.
Além de formular concretamente a regra jurídica válida para a espécie, é
necessário atuá-la, modificando a situação de fato existente para adaptá-la ao
comando emergente da sentença. Na sentença condenatória, alia-se à
declaração a sanção: forma-se, então, o título executivo necessário para que
esta possa ser concretamente atuada. (CINTRA, Antônio Carlos de Araújo,
GRINOVER, Ada Pellegrini, DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria Geral do
Processo, 20ª Ed., 2, Malheiros Editores, São Paulo , 2004, p. 312).5
Logo, enquanto o processo de conhecimento tem por finalidade a obtenção de
uma sentença que decida o conflito de interesses, a execução tem por
finalidade satisfazer o direito que a sentença condenatória haja proclamado
pertencer ao demandante vitorioso, caso o condenado não a tenha
voluntariamente satisfeito. Ao contrário do processo de conhecimento, que é
um processo de sentença, e que a sentença se exaure, o processo de
execução tem por fim realizar as “operações práticas” necessárias a tornar
efetivo o enunciado da sentença condenatória, de modo que os fatos sejam
modificados e se realize a coincidência entre eles e a regra jurídica
estabelecida pela sentença.( LIEBMAN, Enrico Tullio, Processo de execução. São
Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 1946, p. 41.)6
12
Na execução ocorre a transferência patrimonial do devedor para o
credor. Nesse sentido, ensina Ovídio Baptista: “O processo de execução cuida
de submeter o patrimônio do condenado à sanção executória, de modo que
dele se extraiam os bens e valores idôneos a satisfazer o direito do credor.(
SILVA, Ovídio Araújo Baptista da. Curso de Processo Civil: execução obrigacional,
execução real, ações mandamentais. vol. 2, 5ª ed., rev., São Paulo: Ed. Revista dos
Tribunais, 2002., p. 29.).7
A propósito da distinção entre processo de conhecimento e processo de
execução, observou a doutrina que, no primeiro, se vai dos fatos ao direito
(narra mihi factum dabo tibi ius), enquanto que no segundo se vai do direito
(declarado pela sentença) aos fatos (que são modificados pela atividade
executiva, para conformar-se ao direito).
Para a opinião da doutrina majoritária, o processo executivo destina-se a
tornar efetivas as sentenças condenatórias. As sentenças mandamentais e
executivas lato sensu, embora não deixem de ter natureza condenatória, não
dependem de processo autônomo de execução para a sua atuação. Nesse
sentido Ada Pellegrini, Cândido Dinamarco e Antônio Cintra.( CINTRA, Antônio
Carlos de Araújo, GRINOVER Ada Pellegrini, DINAMARCO, Cândido Rangel, Teoria
Geral do Processo, op. cit, p. 313).8
Somente as sentenças condenatórias (e excluídas destas as
mandamentais e as executivas lato sensu) – que aplicam a sanção ao réu,
atribuindo ao autor um título executivo – são, portanto, capazes de conduzir a
execução em sentido técnico.
Do mesmo norte Ovídio Baptista: “o processo de execução
(obrigacional, do Livro II do Código) tem por fim satisfazer o direito que a
sentença condenatória haja proclamado pertencer ao demandante vitorioso,
sempre que o condenado não tenha voluntariamente satisfeito, dando
cumprimento ao que lhe fora imposto pelo julgado.” (SILVA, Ovídio Araújo
Baptista da, Curso de Processo Civil, op. cit., p. 29.)9
13
A finalidade da execução no dizer de José Alberto Dos Reis, “consiste em
obter para o Exeqüente precisamente aquele benefício que lhe traria o
cumprimento da obrigação por parte do devedor ou, se isso não for possível,
ao menos um benefício equivalente”.( REIS, José Alberto dos. Processo de
execução. vol I, São Paulo: Forense, 1957, p. 23.)10
O resultado específico da ação executiva é o provimento satisfativo do
direito do credor, denominado provimento executivo.
Além de servir de meio para a efetivação do provimento jurisdicional
contido na sentença proferida no processo de conhecimento de natureza
condenatória, o processo de execução também serve para, com os mesmos
meios executórios, que se constituem em atos de força, destinados a retirar do
patrimônio do réu bens suficientes para, transformados em dinheiro (regra
geral) servirem de forma de pagamento ao autor, atuar concretamente
comandos existentes em documentos firmados entre as partes, aos quais a lei
confere a mesma força executiva atribuída a esse tipo de sentença.(
WAMBIER, Luiz Rodrigues. Curso Avançado de Processo Civil. Vol. 1, São Paulo:
Rev. dos Tribunais, 1998. p.109.).¹¹
CAPÍTULO II
TUTELA CAUTELAR
14
A tutela cautelar se realiza mediante um processo cautelar, que, na lição de
Humberto Theodoro Jr.,( THEODORO Jr., Humberto. Curso de Direito
Processual Civil, v. II. Rio de Janeiro: Forense, 1997. p.360.)¹² constitui uma
nova face da jurisdição, um tertium genus que "contém a um só tempo as
funções do processo de conhecimento e de execução, e tem por elemento
específico a prevenção.¹² Com isso se percebe que se há um processo
cautelar deve haver também uma ação cautelar, pois processo e ação são
noções indissociáveis. Essa atividade cautelar, no entanto, como se disse,
difere do processo de conhecimento e do execução por ter características que
lhe são próprias e exclusivas. Aliás, já foi dito que a ação cautelar busca
apenas preservar o resultado útil do processo de conhecimento ou de
execução, sendo a prevenção seu elemento específico. Assim, embora seja
ela uma ação, com todas as características desta, incluindo a autonomia,
mantém ela relação de subsidiariedade com a ação de conhecimento ou de
execução, que é por isso chamada de principal. É nesse sentido o dispositivo
contido no art. 796 do Código de Processo Civil que diz que "o procedimento
cautelar pode ser instaurado antes ou no curso do processo principal e deste é
sempre dependente" (grifo nosso).
Com esses dados já podemos chegar ao conceito fornecido por
Humberto T. Jr. pelo qual a "Consiste, pois, ação cautelar no direito de
provocar, o interessado, o órgão judicial a tomar providências que conservem e
assegurem os elementos do processo (pessoas, provas e bens), eliminando a
ameaça de perigo ou prejuízo iminente e irreparável ao interesse tutelado no
processo principal; vale dizer: a ação cautelar consiste no direito de assegurar
que o processo possa conseguir um resultado útil".(THEODORO Jr.,
Humberto. Curso de Direito Processual Civil, v. II. Rio de Janeiro: Forense,
1997 p.362). ¹³
Sua função, portanto, é meramente auxiliar e subsidiária, de sorte que
não busca a composição do litígio, não procura satisfazer o direito material dos
litigantes, mas apenas garantir o direito a um resultado eficaz que será dado
15
pelo processo principal. Para o atendimento dessa função possui as seguintes
características peculiares:
a) Instrumentalidade - está significa que a cautelar não tem um fim em si
mesma, mas é apenas um meio para que se efetive o objetivo da prestação
jurisdicional que é a justa e útil satisfação do direito material, por isso é que
Humberto Theodoro diz que "enquanto o processo principal busca tutelar o
direito, cabe ao processo cautelar tutelar o próprio processo principal"(
THEODORO Jr., Humberto. Curso de Direito Processual Civil, v. II. Rio de
Janeiro: Forense, 1997 p. 363)14, já que não declara o direito nem o realiza,
mas apenas atende, de forma provisória e emergencial, uma necessidade de
segurança que possui relevância para a futura solução do litígio.
b) Provisoriedade - indica que tem uma duração limitada no tempo, que
pode ter seu marco final na entrega da tutela definitiva, na perda do prazo de
ingresso para a ação principal, no caso de ser preventiva, ou mesmo na
revogação ou modificação pelo juiz.
c) Revogabilidade - isto porque não faz coisa julgada material, já que
não decide do mérito da lide, não gera uma situação estável para as partes,
antes existe enquanto é necessária, podendo ser modificadas ou revogadas a
qualquer tempo pelo juiz a requerimento da parte interessada.
Têm as cautelares dois requisitos específicos resumidos nos seguintes
brocardos latinos: fumus boni juris e periculum in mora, que compreendem
respectivamente a probabilidade do direito material alegado realmente existir e
o fundado receio de que uma parte, antes do julgamento da lide, cause ao
direito da outra lesão grave e de difícil reparação (art. 798, CPC), de modo que
haja risco de ineficácia da futura tutela jurídica.
Com relação ao primeiro requisito Theodoro Jr. observa que a fumaça
do bom direito, não implica na certeza do direito material, pois assim já se
poderia ter o julgamento definitivo e não uma simples cautelar e que, essa
plausibilidade do direito material não significa que os fatos que o fundamentam
serão profundamente analisados, mas apenas e tão somente que o autor da
16
cautelar tem direito ao processo de mérito com possível provimento favorável.
Assim, uma vez demonstrado que o autor da cautelar possui todas as
condições do direito de ação que lhe permitirão ingressar com o processo
principal, ou seja, que este é viável e não lhe será claramente adverso, terá ele
direito ao processo cautelar, pois o fumus boni juris consiste na existência do
interesse que justifica o direito de ação, sendo que na prática só não existe
quando a pretensão do requerente configurar caso de inépcia da Inicial.
Quanto ao perigo da demora (THEODORO Jr., Humberto. Curso de
Direito Processual Civil, v. II. Rio de Janeiro: Forense, 1997. Ob. Cit. p. 429).15
esclarece que se refere ao interesse processual na justa e eficaz composição
do litígio, sendo que o dano corresponde a uma possível prejudicial alteração
na situação de fato existente ao tempo da propositura da ação. Devendo o
receio do autor da cautelar ser demonstrado por algum fato concreto (fundado)
que possa gerar dano durante o processo principal (seja próximo) e que esse
dano não permita uma reparação específica e nem uma indenização, inclusive
por falta de condições econômicas da outra parte
As cautelares podem ser instauradas antes do processo principal, sendo
que este deve ser proposto dentro de 30 dias (art. 808, I, CPC), quando, então,
serão precedentes ou preparatória, ou podem ainda ser ajuizadas no curso
deste, sendo então incidentes. Podem ainda ser inominadas, quando derivam
do poder geral de cautela concedido ao juiz pelo art. 798 do Código de
Processo Civil, ou nominadas, quando especificadas por este, sendo
subdivididas estas nas que recaem sobre bens, sobre provas e sobre pessoas.
As medidas cautelares disciplinadas pelo art. 813 e ss., que são as
nominadas, não oferecem dúvidas, pois são cabíveis nos casos
específicamente determinados e seguem a disciplina desses artigos. Importa,
porém ainda observar a possibilidade de tutela cautelar ex officio, prevista no
art. 798 do CPC, pelo qual é permitido ao juiz "determinar as medidas
provisórias que julgar adequadas", quando estiverem presentes os requisitos
do periculum in mora e, apesar de não mencionar o artigo, também, é lógico, o
17
fumus boni juris, pois a existência desses dois requisitos, de forma
concomitante é que permite a concessão da cautelar.
Entretanto, em vista do princípio da inércia da jurisdição que informa
nosso sistema processual, não se pode conceber que ao juiz seja permitido
intentar qualquer ação. Porém, no campo da tutela cautelar tal princípio é
abrandado, ou talvez adequado aos seus fins em nome da efetividade, de
sorte que aquela possibilidade de tutela cautelar ex officio, não compreende a
possibilidade de o juiz abrir um verdadeiro processo cautelar, mas apenas lhe
permite tomar medidas cautelares avulsas dentro de um processo já existente,
mas isso em situações de expressa permissão legal, como o caso do arresto
na execução onde o devedor não é encontrado. Essas medidas são anômalas,
não formam um novo processo em autos apartados, mas são procedimentos
incidentais acessórios ao processo principal.
O poder geral de cautela também é algo de peculiar na tutela cautelar,
por ele, pode o juiz criar providências de segurança fora dos casos típicos de
cautelares determinados por lei, pois a tutela cautelar visa a evitar situações de
perigo que possam prejudicar a eficácia do processo principal e, por vezes,
demandam medidas específicas para o caso concreto. Essas medidas terão de
ser requeridas pelo interessado que, como já dito, terá de demonstrar a
existência daqueles dois requisitos típicos de todas as cautelares.
Essas medidas têm limites além dos comuns à qualquer ação, em vista
de sua função altamente específica. Assim, a necessidade da medida vai estar
presente no fumus boni juris e essa tutela nunca pode pretender ser definitiva
ou satisfativa, pois, como o processo de liquidação, deve ser fiel ao seu fim
específico que é a mera conservação de um estado de coisas. Por isso sua
prestação não deve ter conteúdo igual ao da do processo principal, logo, não
deve influir no julgamento da lide, conforme dispõe expressamente o art. 810
do CPC. Por ser processo, só pode se encerrar com uma sentença, mesmo
que a medida cautelar seja conferida em liminar é a sentença quem entregará
a tutela cautelar. Mas como se viu, a cautelar não decide sobre o mérito, por
isso essa sentença não fará coisa julgada material, só formal, logo, poderá ser
18
revogada ou modificada pelo juiz se depois ele a julgar inadequada ou inútil,
por exemplo. Apenas no caso de se acolher prescrição ou decadência é que
pode a cautelar fazer coisa julgada material.
Essa possibilidade de modificação está inclusa na fungibilidade das
medidas cautelares, pela qual pode o juiz determinar concretamente qual a
medida mais adequada ao caso, de sorte que o requerente não pode exigir a
que pediu se aquela diversa que o juiz determinou assegurar a eficácia do
processo principal, pois o requerente não têm, como no processo principal, o
direito subjetivo a uma prestação determinada, não há o direito à uma tutela
específica. Esse princípio da fungibilidade está fundamentado no art. 805 do
CPC, que prevê a possibilidade de substituição de ofício ou a requerimento da
parte, da medida cautelar por outra menos gravosa para o requerido.
Por fim, a medida cautelar se extingue por revogação, falta de
ajuizamento da ação principal em 30 dias, falta da execução da medida
deferida em igual período, extinção do processo principal e por desistência do
requerente.
CAPÍTULO III
MEDIDAS ACAUTELATÓRIAS NO PROCESSO DE
EXECUÇÃO
19
Devemos começar nosso estudo citando o artigo 615, III, do Código de
Processo Civil, que faculta a possibilidade ao credor de pleitear medidas
acautelatórias no processo de execução, in verbis:
“Art. 615. Cumpre ainda ao credor”:
(...)
III – pleitear medidas acautelatórias urgentes“.
Por certo que o art. 615, III do CPC prevê medidas acautelatórias ao
processo de execução que podem ser requeridas pelo credor. Segundo
(ASSIS, Araken de. Comentários ao Código de Processo Civil, vol.VI: arts. 566
a 645. Rio de Janeiro: Forense, 2004.)16, concebem-se medidas satisfativas no
curso do processo executivo, quebrando a ordem natural dos atos do
procedimento, que operarão desde logo certo ato executivo. Percebe-se que o
referido dispositivo legal trata de medidas acautelatórias urgentes, ou seja, de
natureza cautelar. Entretanto, não estamos tratando da proposição de uma
cautelar e sim de um pedido de tutela antecipada, pois o que se deseja é a
própria antecipação da tutela pretendida e não de medida que venha
assegurar determinado ato processual, como já enfatizado anteriormente.
Cumpre ressaltar que o processo de execução é célere, sendo
incompatível com seu procedimento qualquer medida cautelar que não seja
urgente. Também é da natureza dos provimentos cautelares a urgência,
ficando evidenciado a prescindibilidade do termo urgente. Bastaria então que
constasse no inciso III do artigo 615 “medidas acautelatórias”, para se presumir
a necessidade inerente de urgência.
Assim, fácil de entender o motivo de instauração de medida cautelar
no processo de execução. Tal medida teria como fundamento evitar a
dissipação do patrimônio do devedor e garantir a satisfação da execução.
Dessa forma, tem-se dentro do poder geral de cautela do juiz,
conceder, por exemplo, o arresto geral dos bens do devedor, ou vedar o poder
do devedor dispor de seus bens, enquanto pender decisão acerca de sua
20
insolvência, ou até mesmo, impedir que os demais credores, titulares de
execuções singulares, possam levantar o produto de suas execuções, a fim de
garantir o par condicio creditorum.
1.1 Natureza jurídica e finalidade
A Natureza jurídica pode ser compreendida a partir das medidas
cautelares como nominadas, ou seja, ações cautelares reguladas sob a
denominação de procedimentos cautelares específicos, ou inominadas,
compreendendo o poder geral de cautela admitido pelo artigo 798 do CPC.
Assim, ao lado da tutela cautelar nominada, ou seja, das hipóteses elencadas
nos diversos artigos do Código de Processo Civil, consagra-se, também, a
atipicidade da tutela cautelar, admitindo-se que essa modalidade de tutela
jurisdicional seja requerida nos casos em que ela se mostrar necessária e
adequada.
Portanto, entende-se que a natureza jurídica da medida cautelar será
em regra, de caráter não-satisfativa, sendo importante ressaltar também assim,
que segundo (LACERDA, Galeno. Comentários ao Código de Processo Civil. v.
III, t. I. 7ª ed. Rio de Janeiro:Forense, 1998.).17 existem dois tipos de medida
cautelar: a) medidas jurisdicionais, como o arresto e o seqüestro; e b) medidas
administrativas, que seriam divididas em: b.1) medidas voluntárias, como a
produção antecipada de prova e a justificação; e b.2) medidas concedidas de
oficio pelo juiz, autorizadas pelo art.797 do Código de Processo Penal.
Segundo (RODRIGUES, Júlio Cezar Souza. Medidas acautelatórias no
processo de execução. São Paulo: Saraiva, 2002, p.64.)18 define as medidas
acautelatórias com muita propriedade, senão vejamos:
Na verdade, trata-se de uma espécie do gênero medidas cautelares, isto
é, além das medidas cautelares chamadas inominadas ou atípicas, ligadas ao
poder geral de cautela admitido no art. 798, nominadas ou típicas, reguladas
sob a denominação de procedimentos cautelares específicos (Capítulo II do
21
livro III), e cautelas-de-ofício (art.797), há também as medidas acautelatórias,
as quais apresentam uma similaridade com as cautelas-de-ofício, previstas no
art. 797 do CPC.18
Esclarece ainda o mesmo autor (RODRIGUES, Júlio Cezar Souza. Medidas
acautelatórias no processo de execução. op. cit., p.64.)19 que as medidas
acautelatórias nada mais são do que “um conjunto de providências cautelares
tomadas pelo juiz ex offício ou a requerimento partes para preservar a eficácia
ou utilidade do processo de execução ou do processo de conhecimento”.
Compatível ao mesmo entendimento, Humberto Theodoro Júnior afirma:
“o inciso III do art. 615 concede ao exeqüente a faculdade de ‘pleitear medidas
acautelatórias urgentes’. Trata-se de uma simples reafirmação do poder geral
de cautela adotado amplamente nos arts. 796 e seguintes (processo
cautelar).”( THEODORO JUNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil. 31ª
ed. v. II, Rio de Janeiro: Forense, 2001, p. 129.).20
Dissonante ao entendimento exposto pelos doutrinadores supra, nos
parece cristalina a redação do art. 615 do CPC, que incumbe ao credor pleitear
as medidas acautelatórias urgentes, não sendo atribuição do juiz deferi-las ex
offício no processo de execução. Com o acúmulo de processos nos cartórios
judiciais e por conseqüência o excesso de trabalho enfrentado pelos
magistrados, nos parece irreal o acautelamento de ofício pelo magistrado em
uma execução, mesmo porque o juiz terá que ser convencido através de
algumas provas, do fumus boni júris e do periculum damnum irreparabile,
trazidas pelo requerente.
No mesmo diapasão relembrando a diferenciação entre o poder cautelar
genérico e o poder geral de cautela, Carpena:
Esse poder cautelar genérico, assim como o poder geral de cautela se
manifesta por meio de medida cautelar; só que, enquanto esse,
inexoravelmente, deriva de provocação do juízo por uma das partes,
formalizando um processo cautelar; aquele terá origem ex offício a partir
da decisão do juiz, incidentalmente, no próprio processo onde se busca
22
o bem da vida, com intuito de resguardar a atividade judicial já
provocada, ficando “restrito” a casos excepcionais e expressamente
previstos em lei.(CARPENA, Márcio Louzada, Do Processo Cautelar
Moderno, op. cit., p. 180.). 21
As medidas acautelatórias dispostas no art. 615, III do CPC, são simples
incidentes do processo de execução, tanto é verdade, que são concedidas a
pedido da parte no próprio processo de execução em andamento,
independente de distribuição de um processo cautelar. Sua natureza se
assemelha mais ao poder cautelar genérico, pois não há processo apenso e
sim determinação judicial no próprio processo de execução.
Comentando a natureza do provimento acautelatório do art. 615, III do
CPC, merece ser transcrito trecho de Araken de Assis, in verbis :“independente
da disciplina própria das ações cautelares, concebem-se outras medidas,
cautelares satisfativas, no curso do processo executivo. São essas medidas
que o dispositivo autoriza.” (ASSIS, Araken de. Comentários ao Código de Processo
Civil, vol.VI: arts. 566 a 645. Rio de Janeiro: Forense, 2004, p.353.).22
Também é notável a contribuição de Galeno Lacerda lembrando o
caráter genérico e permanente de todas as medidas cautelares, aliás, para ele:
“o exercício do direito não é garantido somente pela ação, que é defesa
jurídica, nem pela defesa privada. Ambas são reações contra ofensas atuais, e
o direito necessita, igualmente, de acautelar-se para emergências futuras, ou
assegurar-se para que o seu exercício não encontre obstáculo.”( LACERDA,
Galeno. Comentários ao Código de Processo Civil. v. III, t. I. 7ª ed. Rio de
Janeiro: Forense, 1998, p. 41.).23
No tocante a finalidade das medidas acautelatórias, se deve
compreender primeiramente antes de tratar de finalidade, que a possibilidade
de concessão de medidas cautelares de ofício por parte do juiz se encontra
resguardada na necessidade imperiosa que tem o Estado-Juiz, com a
finalidade, de garantir ao processo plena efetividade, afastando qualquer
situação de perigo ao próprio exercício da jurisdição. O juiz, portanto, deverá
23
determinar de ofício a prática de medidas cautelares tendentes à salvaguarda
do processo, resguardando a sua efetividade, ainda que para tal não tenha
sido provocado. Aliás, juiz descomprometido com a efetividade de suas
decisões é juiz desconectado com sua verdadeira missão de realizar a justiça.
A Partir desse contexto, enfatizaremos o entendimento de Humberto
Theodoro Junior:
“A função da cautelar não é, contudo, substitutiva ou alternativa da
definitiva ou alternativa da definitiva função jurisdicional, realizável, com
propriedade, pelos processos de cognição e de execução. Na verdade,
as medidas cautelares não têm um fim em si, uma vez que estas servem
a um processo principal e, em conseqüência, sua existência é
provisória, pois depende das contingências deste.”( THEODORO
JÚNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil: processo de
execução e cumprimento da sentença, processo cautelar e tutela
de urgência. Vol. 2. 42.ed. Rio de Janeiro: Forense, 2008. 890 p. ISBN:
978-85-309-2650-2).24
E assim conclui-se que as finalidades da medida cautelar, podem ser
entendidas de forma resumida, destacado como finalidade, que busca garantir
a efetividade de um futuro processo cognitivo, juntamente com as medidas de
garantia da execução, mostrando-se como meios executivos, tais como são
aplicados no arresto e no seqüestro, impedindo que ocorra a deterioração dos
bens, e através de medidas que utilizam a caução como uma forma de
contracautela, já que a base legal assim o expressa no seu art. 804 do CPC.
1.2 Requisitos para concessão das medidas cautelares no processo de execução.
A demora na prestação jurisdicional bem como os graves efeitos do
tempo sempre foram obstáculos para uma Justiça eficaz e ágil. Daí a
importância do estudo das medidas processuais cautelares e de antecipação
24
de tutela, as quais visam impedir que estes efeitos maléficos do tempo venham
a frustrar a prestação jurisdicional.
Para concessão da tutela cautelar, torna-se necessária a satisfação de
certos requisitos. Somente depois de verificada a existência dos mesmos é que
se admitirá a concessão da medida.
O primeiro deles é a possibilidade de ocorrência de lesão grave ou de
difícil reparação, em decorrência do "periculum in mora". Ou seja, o risco
concreto e possível de o processo principal se tornar ineficaz devido a sua
demora. Bastando que no contexto do processo a possibilidade de ocorrência
dano se apresente.
O que pode ocorrer nos casos de perecimento do objeto, destruição,
desvio ou adulteração de provas e coisas, mutação de pessoas, bens ou
qualquer outro ato que coloque em risco a tutela jurisdicional requerida.
O segundo requisito da tutela cautelar é o chamado "fumus boni iuris",
ou seja, a "fumaça de bom direito", que se constitui na plausibilidade do direito
material invocado pela parte. É a demonstração pela parte, superficialmente,
da existência, in tese, de seu Direito. Cabendo aqui esclarecer que não é
necessária a demonstração concreta da existência real do direito invocado, o
que é feito no processo principal.
Neste sentido, doutrina Humberto Theodoro Júnior: "Para a ação
cautelar, não é preciso demonstrar-se cabalmente a existência do direito
material em risco, mesmo porque esse, freqüentemente, é litigioso e só terá
sua comprovação e declaração no processo principal." (THEODORO JÚNIOR,
Humberto. Curso de direito processual civil: processo de execução e
cumprimento da sentença, processo cautelar e tutela de urgência. Vol. 2.
42. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2008 p.306).25
Pela análise dos requisitos para concessão da tutela cautelar, ressalta-
se, mais uma vez, o caráter de acessoriedade e garantia da mesma.
25
Delimitando-se o instituto como um instrumento processual de garantia e
cautela. Autônomo como fenômeno processual, mas completamente acessório
e dependente do processo principal, tal como se depreende do art. 796 do
CPC.
CAPÍTULO IV
PROCEDIMENTO DAS MEDIDAS ACAUTELATÓRIAS NO
PROCESSO DE EXECUÇÃO.
As medidas acautelatórias podem ser requeridas durante o curso do
processo de execução, toda vez que se tornar necessária alguma medida com
a finalidade de resguardar o resultado da execução. Desse modo segundo
Araken de Assis, o pedido do credor não se limita à inicial.( ASSIS, Araken de.
Comentários ao Código de processo civil.2008 op. cit., p.353).26
Em relação ao momento para se requerer a medida, disserta Araken de
Assis: “a qualquer momento, através de petição avulsa, poderá expor os fatos
26
e requerer à medida que lhe pareça adequada.”(ASSIS, Araken de. Comentários
ao Código de processo civil. 2008 op. cit., p.353.)27. Através de simples petição
poderá o credor pleitear medidas acautelatórias, diferentemente da ação
cautelar normal que requer a distribuição de um processo acessório.
No que tange ao prazo para o requerimento da medida, não houve
fixação pelo legislador, no entanto, como as medidas são pleiteadas no curso
do processo de execução, e portanto, dependem do processo de execução, é
possível pleitear a medida enquanto o processo executivo estiver em
andamento e, ainda, na iminência de satisfazer o crédito do exeqüente, poderá
requerer ao juiz da causa medidas que venham a resguardar seu crédito e
proteger os bens dados em garantia à execução.
Já quanto aos meios de prova admitidos para o deferimento da medida
acautelatória, esclarece Júlio Cesar Rodrigues que “as medidas acautelatórias
não comportam uma instrução ampla, já que são incidentes, e, por isso,
limitam-se à prova documental, que deverá provar o periculum in mora.”(
RODRIGUES, Júlio Cezar Souza. Medidas acautelatórias no processo de execução. op.
cit., p.87.)28
Pela redação apresentada pelo próprio legislador (art. 162, § 2º), a
decisão que concede ou não as medidas acautelatórias previstas no art. 615,
III, do CPC, no processo de execução, enquadra-se na categoria das decisões
interlocutórias, pois resolve incidente surgido naquele processo. Por fim,
cumpre ressaltar que é possível o requerimento das medidas acautelatórias do
art. 615, III, do CPC, na execução provisória, porque como bem lembra Júlio
César Rodrigues: “a execução provisória será processada de forma definitiva.”(
RODRIGUES, Júlio Cezar Souza. Medidas acautelatórias no processo de execução. op.
cit., p.130.)29
2.1 - Hipóteses de cabimento
Antes da citação do devedor, a lei processual prevê, no capítulo que
trata do processo de execução por quantia certa, a figura do arresto provisório,
27
ou seja, a possibilidade de constrição de bens (para futura conversão em
penhora) do devedor não encontrado pelo Oficial de Justiça. Tal faculdade está
prevista no art. 653 do CPC, que estabelece: "O oficial de justiça, não
encontrando o devedor, arrestar-lhe-á tantos bens quantos bastem para
garantir a execução". Nada impede que, verificada a situação fática (devedor
não encontrado para citação pelo oficial de justiça), que o arresto provisório
seja realizado por meio de bloqueio de conta bancária, através da utilização,
pelo Juiz, do sistema Bacen-Jud. Ciente da certidão do oficial de justiça de que
não conseguiu encontrar o devedor, o Juiz pode ordenar, no próprio âmbito do
processo de execução, a medida do arresto provisório.
Além dessa situação específica, o Juiz está autorizado a determinar
medidas cautelares de bloqueio de contas bancárias do devedor (via Bacen-
Jud) no próprio processo de execução, sem necessidade de o credor ajuizar
um processo cautelar autônomo.
No processo de execução, diferentemente do processo de
conhecimento, sempre existiu a possibilidade de o autor cumular ao pedido
principal requerimento para que o Juiz adote providências cautelares. Essa
autorização legal consta do inc. III do art. 615 do CPC, que estabelece que ao
credor, ao requerer a execução, cumpre também, em sendo o caso, "requerer
medidas acautelatórias urgentes". Esse dispositivo, portanto, assegura ao
exeqüente a possibilidade de requerer medidas cautelares no bojo do próprio
processo de execução.
Mas, mesmo diante dessa regra de evidente facilitação da prestação
jurisdicional em benefício do credor, sempre houve quem sustentasse a
necessidade do manuseio de um processo cautelar autônomo, como forma de
obter uma medida cautelar. Argumentava-se que o inc. III do art. 615 não
dispensava a necessidade de o credor promover o processo cautelar em
paralelo à execução.
Nesse sentido vale citar a lição de Araken de Assis: “o bloqueio do
crédito em conta corrente bancária do executado, enquanto flui o prazo para
28
nomeação de bens (art. 652), porque o dinheiro se situa em primeiro lugar na
ordem de nomeação, insculpida no art. 655, I, e a sua falta de indicação
implicaria a ineficácia do ato, a teor do art. 656, I, conjugado ao risco de o
executado fazer desaparecer a importância naquele interregno, é medida
cautelar inserida na órbita do art. 615, III.”(ASSIS, Araken de. Comentários ao
Código de processo civil. 2008 op. cit., p.353.)30
Outro exemplo que se mostra, é a urgência em alienar os bens
penhorados (art. 670, I) ou realizar obras destinadas à sua conservação (art.
888, I). Júlio César Rodrigues cita ainda a medida de busca e apreensão,
pedido de averbação na margem do prontuário do veículo de propriedade do
executado da existência da penhora, para que eventual adquirente, não alegue
ignorância, e o pedido de averbação no registro imobiliário da penhora.(
RODRIGUES, Júlio Cezar Souza. Medidas acautelatórias no processo de
execução. op. cit., p.110.)31
Outra medida acautelatória interessante é a prevista no art. 679 do
CPC, em que se exige o seguro obrigatório do navio ou aeronave penhorados,
para que possa o juiz liberar a navegação ou operação de tais bens,
independente da penhora.
Em suma tais medidas podem ser deferidas pelo magistrado sem a
necessidade da distribuição de uma ação acessória cautelar, incidental ou
preparatória, bastando para tanto mero requerimento no processo principal,
são as chamadas, equivocadamente, de medidas cautelares satisfativas.
29
CAPÍTULO V
MEDIDA DE ARRESTO
Inicialmente cumpre esclarecer a diferenciação do arresto previsto no
art. 653 e do 654 do CPC, no próprio processo de execução e o arresto
previsto no art. 813 do CPC, procedimento cautelar específico.
O primeiro é ação cautelar autônoma; o segundo, é mero incidente do
processo de execução, que cabe quando o executado não é localizado, mas o
oficial de justiça encontra bens que garantam o débito. A doutrina apresenta
divergência quanto à natureza desse arresto. Para Ovídio Baptista³²( SILVA,
Ovídio Araújo Baptista da. Do Processo cautelar. 2ª ed., Rio de Janeiro:
Forense,1999,p.59.), Sérgio Seiji Shimura³³(SHIMURA, Sérgio Seiji. Arresto
cautelar. 2ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1997,p.149.)
e Celso Neves.34(NEVES, Celso. Comentários ao Código de Processo Civil.
vol. VII, 7ª ed., Rio Janeiro: Forense, 1999, p. 41.) o arresto previsto no art. 653
é medida executiva e não cautelar, já que se trata de antecipação de penhora,
que ocorre na ação executiva em curso, sendo, neste, medida satisfativa.
30
Outra parte da doutrina, como Humberto Theodoro Júnior entende que o
arresto do art. 653 é um procedimento cautelar.(THEODORO JÚNIOR.
Humberto. Processo de execução. 18ª ed. São Paulo: Leud. 1997, p. 306.)35
Enquanto que Galeno Lacerda nos traz uma idéia singular que
merece ser transcrita in verbis:
“A rigor, analisando a espécie do art. 653 com profundidade e
minudência, ver-se-á que estamos em presença de figura mista,
simultaneamente cautelar e executiva; cautelar, enquanto evita que a
eventual má-fé do devedor no fugir à citação prejudique ou ameace a
segurança da realização do direito do credor; executiva, porque, no
mandado judicial, já se contém a ordem de conversão do arresto em
penhora, o que dá à medida o caráter também de pré-constituição
executiva.” (LACERDA, Galeno. Comentários ao Código de Processo Civil.
op. cit., p. 84.)36
O arresto, conforme previsto nos art 813 e seguintes CPC, e medida
cautelar nominada (tipificada pelo legislador ) e tem função essencialmente
cautelar, ou seja, não e daquelas medidas que figuram no CPC como
cautelares, mas que, na verdade, não tem natureza cautelar, como por
exemplo, a notificação. Sua função e assegurar a efetividade de futura
execução, pois, consiste na apresentação de bens do devedor, para quem eles
se tornam indisponíveis. Recai sobre bens indeterminados do devedor,
podendo consistir em imóveis, moveis, créditos etc. E possível o arresto sobre
bem de condomínio.
Os requisitos para a concessão do arresto são a prova literal da divida (
prova de sua liquidez e exigibilidade), a prova documental ou justificação do
perigo de dano ou, em certos casos, a prestação de caução no lugar da
justificacao previa ( art 814 CPC).
31
Como requisitos específicos (ligados ao periculum in mora) do arresto,
tem-se, a existência da prova literal e a tentativa de ausentar-se o devedor ( ou
a efetiva ausência), e a tentativa , ainda por parte do devedor, de desfazer-se
de seu patrimônio , alienando seus bens , contraindo dividas etc.
O valor dos bens arrestados deve corresponder, no máximo, ao valor do
credito somado os juros, a correção monetária e a verba suficiente para as
despesas processuais.
A legitimidade ativa e do credor, em principio, e a passiva e do devedor
ou do terceiro responsável.
A liminar, conforme a regra geral do processo cautelar, pode ser
concedida sem que a outra parte seja antes ouvida, independentemente da
realização de audiência de justificação previa, se houver prestação de caução.
Caso não haja, o usual e que haja essa audiência, de que já se tratou (e uma
audiência unilateral em que só são ouvidas testemunhas do autor), para que o
juiz conceda a liminar “inaudita altera parte.”
O procedimento do arresto e o previsto nos art 800 a 812 CPC para as
medidas cautelares em geral. O depósito da divida ou a prestação de caução
(real ou fidejussória ) fazem suspender o arresto (art 819 CPC), o pagamento,
a novação e a transação fazem com que haja a cessação do arresto ( art. 820
CPC).
Aplicam-se ao arresto as demais regras concernentes a penhora (art
821 CPC), já que o arresto, sendo proposta a execução, se resolve em
penhora, ou seja, transforma-se em penhora, no momento procedimental
adequado, no bojo da execução.
Executado o arresto, e possível o devedor ser nomeado depositário, o
qual tem o dever de conservar o bem.
32
Se o arresto recai sobre bens perecíveis, o juiz pode determinar a
alienação judicial. Mas, o produto da alienação não pode ser utilizado para a
quitação da dívida, porque esta se dará na execução. O valor permanecera
arrestado, para futuramente converter-se em penhora.
O arresto do art. 813 do CPC é realizado através de ação autônoma
cautelar distribuída anteriormente ou incidentalmente, ao processo de
conhecimento ou ao de execução visando assegurar a execução de crédito em
dinheiro.
No entanto compartilho do mesmo entendimento da corrente que
entende ser o arresto do art. 653 do CPC, uma pré-penhora do processo de
execução e não uma medida acautelatória. De outro modo, o arresto previsto
no livro das cautelares é possível no processo de execução, porém de forma
acessória ao processo de execução e tramitando de forma apartada, sendo
diferente das medidas acautelatórias previstas no art. 615, III do CPC.
33
CAPÍTULO VI
MEDIDA DE SEQÜESTRO
O seqüestro, conforme previsto nos art. 822 e seguintes CPC, é medida
cautelar bastante semelhante ao arresto. E ação cautelar nominada (tipificada)
e tem natureza cautelar. Sua função e conservativa, pois existe para preservar
a integridade da coisa durante a disputa judicial.
Há dispositivo legal expresso determinando a aplicação, ao seqüestro,
das normas atinentes ao arresto (art. 823 CPC). Os requisitos do seqüestro
são:
- a dúvida acerca do direito material, ainda que não tenha sido intentada
a ação principal, pois o seqüestro pode ser preparatório.
- o perigo de danificação, depreciação ou desaparecimento da coisa.
A finalidade do seqüestro é a de garantir a execução para entrega de
coisa certa e por isso mesmo, o objeto sobre o qual recai uma coisa
determinada, diferente do que ocorre no arresto. Pode-se tratar de bens
móveis, imóveis ou semoventes, mesmo em condomínio, mas tem de ser
exatamente aquele bem disputado pelas partes ou que será objeto de
demanda futura.
34
Para se obter o seqüestro, deve a parte provar haver disputa da posse
ou da propriedade de bens, somada ao receio (prova de perigo eminente) no
sentido de que estes bens sejam danificados. Esta posse ou propriedade pode
estar sendo ou vir a ser disputada inclusive em função da dissolução de
sociedade subjacente ao casamento, ou do próprio casamento, em função de
divorcio ou anulação, ou ainda dissolução de união estável. Poderá haver
seqüestro também em outros casos que a lei expressamente preveja.
A legitimidade, para se intentar ação de seqüestro, é do autor e do réu
da ação principal. O pedido de seqüestro, do mesmo modo que o pedido de
arresto, se julgado procedente, gera uma sentença auto-exequível, com
imediata expedição de mandado.
Importante ainda esclarecer que o procedimento do seqüestro é o
mesmo do arresto. As diferenças existentes devem-se as circunstancias de se
tratar de ações com finalidades um pouco diferentes, já que o arresto visa a
garantir a eficácia de futura execução de quantia certa contra devedor solvente
e o seqüestro objetiva garantir a eficácia de execução para entrega de coisa
certa.
Assim, e por isso, o arresto recai sobre bens indeterminados, diferente
do que ocorre com o seqüestro. Do mesmo modo, o arresto se transforma em
penhora e o seqüestro converte-se em depósito. Seqüestrado o bem o juiz
nomeia um depositário.
Para Júlio Cesar Rodrigues, no entanto, “é cediço que o credor poderá
pleitear a medida de seqüestro como providência acautelatória (art. 615, III) do
seu direito.”(RODRIGUES, Júlio Cesar Souza. Medidas acautelatórias no processo de
execução. op. cit., p. 103.)37
35
Outra vez entendemos que existindo medida específica que é ação
cautelar própria, não caberá seu requerimento como incidente dentro do
processo de execução com fundamento no art. 615, III do CPC.
Na mesma esteira, a respeito do arresto e do seqüestro medidas
tipicamente cautelares, Araken de Assis: Atendidos seus respectivos
pressupostos, tais ações cautelares se mostram admissíveis, em caráter
preparatório ou incidente ao processo executivo. Aliás, o arresto possui a
função precípua de assegurar a execução de crédito em dinheiro, mediante
expropriação; e o seqüestro a execução para entrega de coisa, através de
desapossamento. Representaria absurdo excluir sua admissibilidade, ou
localizar seu fundamento no art.615, III.(ASSIS, Araken de. Comentários ao
Código de Processo Civil, op. cit., p.352.)38
Assim, verifica-se que a situação é assemelhada ao arresto. Na cautelar
de seqüestro também há a constrição de bens, entretanto recairá sobre
determinados bens que são objeto da ação principal. Podem existir duas
finalidades na constrição de bens na cautelar de seqüestro: a preservação do
bem objeto da ação principal e o seqüestro como mecanismo para fazer cessar
rixas, ou seja, preservar o bem e as partes de uma situação que foge da
normalidade.
A medida cautelar não está obrigatoriamente vinculada a uma futura
execução para entrega de coisa certa. Pode haver execução lato sensu, como
pode não haver qualquer espécie de execução. No sistema processual
brasileiro, dentro do Livro das Cautelares, o seqüestro sempre será uma
medida cautelar, preparatória ou incidental, mas sempre de natureza cautelar,
não havendo hipótese de antecipação de tutela.
O Código de Processo Civil adota um procedimento assemelhando ao
do arresto, ou seja, relaciona os casos em que o seqüestro será deferido.
Parte da doutrina entende que esta relação é exemplificativa, entretanto essa
posição não é consolidada.
36
CONCLUSÃO
Ao final do presente trabalho pudemos aprofundar nosso estudo e
perquirir a intenção do legislador ao redigir o art. 615, III, do CPC. Resta
comprovado que as medidas possíveis de serem deferidas, colimadas no art.
615, III, do CPC, são aquelas ditas satisfativas. Há ainda quem diga que as
medidas têm natureza administrativa e incidente no processo em andamento.
O fato é que se utilizando analogicamente da explanação de Márcio
Carpena, acerca dos limites ao poder geral de cautela, chegamos à conclusão
de que uma vez posto a disposição do credor uma típica ação cautelar, esse
terá que utilizá-la, não podendo cumular a sua execução ao pedido cautelar
típico fundamentando-se no art.615, III, do CPC. Corroborando com esse
pensamento, Araken de Assis, nos ensina que independente da disciplina
própria das ações cautelares, concebem-se outras medidas, cautelares
satisfativas, no curso do processo executivo e são essas medidas que o
dispositivo autoriza.
Muito embora exista forte corrente no sentido de que o juiz poderá
deferir de ofício medidas acautelatórias, analisamos o disposto no art. 615, III
do CPC, em analogia com a redação dada pelo legislador no art. 273 da tutela
antecipada, na qual é necessário o requerimento do autor, aqui encontramos a
necessidade do requerimento pelo credor. Por fim as medidas acautelatórias
37
dispostas no art. 615, III do CPC, são simples incidentes do processo de
execução, tanto é verdade, que são processadas nos próprios autos da ação
principal, tal como ocorre com a tutela antecipada, podendo ser atacado por
agravo de instrumento.
38
NOTAS
1. ZAVASCKI, Teori Albino. Antecipação da Tutela., São Paulo: Ed. Saraiva,
1997, p. 8
2.THEODORO JR, Humberto. Tutela específica das obrigações de fazer e não
fazer. In:Revista de Direito Civil e Processual Civil. Porto Alegre: Síntese, v.3,
n.15, 2002
3. THEODORO JR, Humberto. Tutela específica das obrigações de fazer e não
fazer. In:Revista de Direito Civil e Processual Civil. Porto Alegre: Síntese, v.3,
n.15, 2002
4. CHIOVENDA. Istituzioni di diritto processuale civile. Napoli: E. Jovene, 1935;
apud THEODORO JR, Humberto. Ibidem
5. CINTRA, Antônio Carlos de Araújo, GRINOVER, Ada Pellegrini,
DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria Geral do Processo, 20ª Ed., 2,
Malheiros Editores, São Paulo , 2004, p. 312
6. LIEBMAN, Enrico Tullio, Processo de execução. São Paulo: Ed. Revista dos
Tribunais, 1946, p. 41.
7. SILVA, Ovídio Araújo Baptista da. Curso de Processo Civil: execução
obrigacional, execução real, ações mandamentais. vol. 2, 5ª ed., rev., São
Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 2002., p. 29.
8.CINTRA, Antônio Carlos de Araújo, GRINOVER Ada Pellegrini,
DINAMARCO, Cândido Rangel, Teoria Geral do Processo, op. cit, p. 313.
9. SILVA, Ovídio Araújo Baptista da, Curso de Processo Civil, op. cit., p. 29.
39
10.REIS, José Alberto dos. Processo de execução. vol I, São Paulo: Forense,
1957, p. 23.
11. WAMBIER, Luiz Rodrigues. Curso Avançado de Processo Civil. Vol. 1, São
Paulo: Rev. dos Tribunais, 1998. p.109.
12.THEODORO Jr., Humberto. Curso de Direito Processual Civil, v. II. Rio de
Janeiro: Forense, 1997. p.360
13.THEODORO Jr., Humberto. Curso de Direito Processual Civil, v. II. Rio de
Janeiro: Forense, 1997 p.362.
14. THEODORO Jr., Humberto. Curso de Direito Processual Civil, v. II. Rio de
Janeiro: Forense, 1997 p. 363
15. THEODORO Jr., Humberto. Curso de Direito Processual Civil, v. II. Rio de
Janeiro: Forense, 1997Ob. Cit. p. 429
16. ASSIS, Araken de. Comentários ao Código de Processo Civil, vol.VI: arts.
566 a 645. Rio de Janeiro: Forense, 2004.
17. LACERDA, Galeno. Comentários ao Código de Processo Civil. v. III, t. I. 7ª
ed. Rio de Janeiro:Forense, 1998.
18. RODRIGUES, Júlio Cezar Souza. Medidas acautelatórias no processo de
execução. São Paulo: Saraiva, 2002, p.64.
19. RODRIGUES, Júlio Cezar Souza. Medidas acautelatórias no processo de
execução. op. cit., p.64.
20. THEODORO JUNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil. 31ª ed.
v. II, Rio de Janeiro: Forense, 2001, p. 129
21. CARPENA, Márcio Louzada, Do Processo Cautelar Moderno, op. cit., p.
180.
40
22. ASSIS, Araken de. Comentários ao Código de Processo Civil, vol.VI: arts.
566 a 645. Rio de Janeiro: Forense, 2004, p.353
23. LACERDA, Galeno. Comentários ao Código de Processo Civil. v. III, t. I. 7ª
ed. Rio de Janeiro: Forense, 1998, p. 41.
24.THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil:
processo de execução e cumprimento da sentença, processo cautelar e tutela
de urgência. Vol. 2. 42.ed. Rio de Janeiro: Forense, 2008. 890 p. ISBN: 978-
85-309-2650-2
25. THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil:
processo de execução e cumprimento da sentença, processo cautelar e tutela
de urgência. Vol. 2. 42. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2008 p.306.
26. ASSIS, Araken de. Comentários ao Código de processo civil.2008 op. cit.,
p.353
27. ASSIS, Araken de. Comentários ao Código de processo civil. 2008 op. cit.,
p.353.
28. RODRIGUES, Júlio Cezar Souza. Medidas acautelatórias no processo de
execução. op. cit., p.87.
29. RODRIGUES, Júlio Cezar Souza. Medidas acautelatórias no processo de
execução. op. cit., p.130.
30. ASSIS, Araken de. Comentários ao Código de processo civil. 2008 op. cit.,
p.353.
31. RODRIGUES, Júlio Cezar Souza. Medidas acautelatórias no processo de
execução. op. cit., p.110.)
41
32. SILVA, Ovídio Araújo Baptista da. Do Processo cautelar. 2ª ed., Rio de
Janeiro:Forense,1999,p.59.
33. SHIMURA, Sérgio Seiji. Arresto cautelar. 2ª ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais,1997,p.149.
34. NEVES, Celso. Comentários ao Código de Processo Civil. vol. VII, 7ª ed.,
Rio Janeiro: Forense, 1999, p. 41.
35. THEODORO JÚNIOR. Humberto. Processo de execução. 18ª ed. São
Paulo: Leud. 1997, p. 306.
36. LACERDA, Galeno. Comentários ao Código de Processo Civil. op. cit., p.
84.
37. RODRIGUES, Júlio Cesar Souza. Medidas acautelatórias no processo de
execução. op. cit., p. 103.
38. ASSIS, Araken de. Comentários ao Código de Processo Civil, op. cit.,
p.352.
42
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
1. ASSIS, Araken de. Comentários ao Código de Processo Civil, vol.VI: arts.
566 a 645. Rio de Janeiro: Forense, 2004.
2. CARPENA, Márcio Louzada. Do Processo Cautelar Moderno, Rio de
Janeiro: Forense, 2004.
3. CINTRA, Antônio Carlos de Araújo, GRINOVER, Ada Pellegrini,
DINAMARCO, Cândido Rangel.Teoria Geral do Processo, 20ª Ed., 2, Malheiros
Editores, São Paulo, 2004.
4. LACERDA, Galeno. Comentários ao Código de Processo Civil. v. III, t. I. 7ª
ed. Rio de Janeiro:Forense, 1998.
5. LIEBMAN, Enrico Tullio. Processo de execução., 3ª ed., São Paulo: Saraiva,
1968.
6. LIEBMAN, Enrico Tullio. Processo de execução. São Paulo: Ed. Revista dos
Tribunais, 1946.
7. NEVES, Celso. Comentários ao Código de Processo Civil. vol. VII, 7ª ed.,
Rio Janeiro: Forense,
1999.
8. REIS, José Alberto dos. Processo de execução. vol I, São Paulo: Forense,
1957.
19. RODRIGUES, Júlio Cezar Souza. Medidas acautelatórias no processo de
execução. São Paulo: Saraiva, 2002.
10. SHIMURA, Sérgio Seiji. Arresto cautelar. 2ª ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 1997.
11. SILVA, Ovídio A. Baptista da. Curso de Processo Civil: processo cautelar
(tutela de urgência),vol. 3, 3ª ed. rev. atual. e ampl., São Paulo: ed. Revista dos
Tribunais, 2000.
12. SILVA, Ovídio Araújo Baptista da. Do Processo cautelar. 2ª ed., Rio de
Janeiro: Forense, 1999.
43
13 THEODORO JUNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil. 31ª ed.
v. II, Rio de Janeiro:Forense, 2001.
14. THEODORO JÚNIOR. Humberto. Processo de execução. 18ª ed. São
Paulo: Leud. 1997.
15. WAMBIER, Luiz Rodrigues. Curso Avançado de Processo Civil. Vol. 1, São
Paulo: Rev. dos
Tribunais, 1998.
16. ZAVASCKI, Teori Albino. Antecipação da tutela., São Paulo: Ed. Saraiva,
1997
17. THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil:
processo de execução e cumprimento da sentença, processo cautelar e
tutela de urgência. Vol. 2. 42.ed. Rio de Janeiro: Forense, 2008. 890 p. ISBN:
978-85-309-2650-2.
18.THEODORO JR, Humberto. Tutela específica das obrigações de fazer e
não fazer. In:Revista de Direito Civil e Processual Civil. Porto Alegre: Síntese,
v.3, n.15, 2002. 05. Idem, ibidem.
19. CHIOVENDA. Istituzioni di diritto processuale civile. Napoli: E. Jovene,
1935; apud THEODORO JR, Humberto. Ibidem.
20. DINAMARCO, Cândido Rangel. As inovações no processo civil. São Paulo:
Malheiros. 1995.
21.MARINONI, Luiz Guilherme. Novidades sobre a tutela antecipatória in
Revista de Processo, n. 69.
22. OLIVEIRA, Carlos Alberto A. Efetividade e processo cautelar in Revista de
Processo, n. 76.
23.PASSOS, J. J. Calmon. Cautelares e Liminares - Catástrofe Nacional in
Revista de Processo. N. 71.
24.THEODORO Jr., Humberto. Curso de Direito Processual Civil, v. II. Rio de
Janeiro: Forense, 1997.
44
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO
2
AGRADECIMENTO
3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I - Tutela de Execução 10
CAPÍTULO II - Tutela Cautelar 14
CAPÍTULOIII -MedidasAcautelatórias no processo de execução 19
1.1 Natureza jurídica e finalidade 20
1.2 Requisitos para concessão das medidas cautelares no processo de
execução. 24
CAPÍTULO IV - Procedimento das Medidas Acautelatórias no Processo de execução 26
2.1 - Hipóteses de cabimento 27
CAPÍTULO V - Medida de Arresto 30
CAPÍTULO VI - Medida de Seqüestro 34
CONCLUSÃO 37
NOTAS 38
BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS 42
ÍNDICE 44
FOLHA DE AVALIAÇÃO 45