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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE - AVM
Não se fuma pontas de cigarro: como dar-lhes um fim sem
que virem fumaça
Por: Ricardo Ferrêira
Orientador
Prof. Francisco Carrera
Rio de Janeiro
2012
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE - AVM
Não se fuma pontas de cigarro: como dar-lhes um fim sem
que virem fumaça
Apresentação de monografia à Universidade Candido
Mendes como requisito final para obtenção do grau de
especialista em Gestão Ambiental
Por: Ricardo Ferrêira
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...Quando fizeres a colheita da tua terra,
não segarás totalmente os cantos do teu
campo, nem colherás as espigas caídas da
tua sega...
(Levítico 19:9)
4
A educação tem raízes amargas, mas os
seus frutos são doces.
(Aristóteles)
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AGRADECIMENTOS
...Minha mãe, minhas duas irmãs, pois sem
elas não teria a paz e o apoio necessários
para superar as pedras que insistem em
calçar minha estrada; a Valéria Lima, que
nos momentos difíceis me acompanhou
bravamente no desenvolvimento deste tra-
balho; aos meus orientadores, presenciais
ou não, físicos ou não, pois sem os mes-
mos, estaria percorrendo outros cami-
nhos...
6
DEDICATÓRIA
...dedico a minha mãe que por tantas dificul-
dades nunca deixou de crer em mim e me in-
centivar. E aqueles que, antes de mim, abri-
ram a estrada para que eu possa percorrê-
la...
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RESUMO
Este é um trabalho de coleta de dados sobre a disposição final de pon-
tas de cigarro, o qual é um problema que de modo invisível, contamina o solo,
as aguas e fere a legislação de gerenciamento de resíduos sólidos. Tem como
objetivo a apresentação de meios alternativos para a resolução ou mitigação
deste problema e conscientizar a população para um cotidiano mais sustentá-
vel.
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METODOLOGIA
Este trabalho baseia-se em pesquisa bibliográfica, coleta de dados, fo-
tos e contagem de elementos em trechos da orla das localidade de Copacaba-
na, Ipanema e Leblon. Bem como em pontos representativos como as praças,
General Osorio, Nossa Senhora da Paz e Antero de Quental.
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Sumário
AGRADECIMENTOS .............................................................................................................5
DEDICATÓRIA .......................................................................................................................6
RESUMO ................................................................................................................................7
METODOLOGIA .....................................................................................................................8
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 10
MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................................. 11
JUSTIFICATIVA ................................................................................................................... 12
UMA BREVE HISTORIA DO FUMO... ............................................................................... 15
DESENVOLVIMENTO ......................................................................................................... 16
PRAÇA GENERAL OSÓRIO .............................................................................................. 19
COPACABANA..................................................................................................................... 20
PRAÇA NOSSA SENHORA DA PAZ ................................................................................. 22
PRAIA DE IPANEMA ........................................................................................................... 24
PRAIA DO LEBLON ............................................................................................................. 25
PRAÇA ANTERO DE QUENTAL ....................................................................................... 26
CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 30
10
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem por objetivo diagnosticar os males do acúmulo de
pontas de cigarro na composição do lixo, pois é tratado como lixo domestico e
praticamente invisível ou difícil de ser separado ou aproveitado.
Neste trabalho, apresentamos alternativas ao seu descarte correto e
algumas propostas para sua destinação mais apropriada, na tentativa de aten-
der a legislação vigente e, ao máximo possível, fechar a cadeira produtiva no
seu inicio. Desta forma atende-se o ideal da reciclagem, onde a matéria prima
do produto recebe como insumo o próprio produto, fechando perfeitamente o
ciclo produção/consumo/descarte.
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MATERIAIS E MÉTODOS
O presente trabalho foi desenvolvido pela quantificação direta de espa-
ços escolhidos afim de apresentar qual a relevância deste descarte. Sendo
apresentada em tabelas os devidos valores por localidade. Para a quantifica-
ção, a observação diretamente in loco foi suficiente para a devida coleta de
dados.
Para a contagem e registro, foi utilizado um celular modelo Galaxy Mini
da Samsung, com GPS integrado, sistema operacional Android e com progra-
ma contador chamado “Cliker” e marcador de distancias chamado “Sports
Tracker”. Ambos em versões gratuitas.
As coletas de dados foram feitas em períodos fora de feriados,
datas festivas, eventos, e em horários que ocorressem a menor intervenção
possível com o fito de evitar desvios e supervaloração dos quantitativos.
As fotos indicando os locais pesquisados foram obtidas utilizando
o Google Mapas.
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JUSTIFICATIVA
O desenvolvimento sustentável é um conceito que atualmente está
amplamente difundido entre as pessoas. Muito se tem falado a respeito em
programas televisivos, outdoors, painéis, propaganda, i.e., na mídia em geral.
Contudo, são conceitos muitas vezes vagos, os quais confundem mais o cida-
dão do que esclarecem.
Assim, surge a pergunta: Qual o real sentido desta divulgação, ou me-
lhor dizendo, da popularização do termo?
Apesar de crer que há realmente uma vontade de otimizar os proces-
sos produtivos, pois gerar mais riquezas com menos consumo aumenta a mar-
gem de lucro, não se vê efetivamente, muitos esforços no quotidiano da cidade
e do meu bairro para que as mudanças necessárias para alcançarmos o “de-
senvolvimento sustentável” se tornem evidentes.
A geração de lixo é evidente; o consumo de água continua a ser feito
sem muita consciência; a poluição sonora é uma constante; Panfletos, cartazes
e uma infinidade de outras propagandas agregam mais fatores nesta triste rea-
lidade. A qual não se mantem sadiamente.
Dentre estes variados fatores, além de outros tantos que poderiam ser
enunciados aqui, é a geração de resíduos sólidos, ou melhor, dizendo, o des-
carte de produtos de consumo imediato que me trazem a maior preocupação
neste momento.
O consumo de tais produtos acelera o acumulo de lixo, tornando tarefa
hercúlea à remoção proporcional e adequada destes refugos das mais vastas
necessidades humanas.
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Resíduos de alimentos, pontas de cigarros e charutos, embalagens dos
mais variados tipos: vidro, plásticos, isopor, e outros matérias que são adquiri-
dos e rapidamente descartados quase sempre encontram refugio na base das
lixeiras ou em outros locais inadequados, tais como serventias públicas, buei-
ros, praia, parques, entre outros.
Talvez devido aos coletores destes resíduos, que pelas mais variadas
situações sociais, fazem destes materiais a base de sua subsistência; ou pelo
descarte inadequado por parte dos consumidores e agora geradores de tais
resíduos.
Independente do fato de existir ou não uma consciência sustentável
junto à população, há uma legislação vigente (lei 4191/03) que coordena, orien-
ta e imputa sanções e punições aos infratores.
Observando o art. 2° da lei estadual 4191/03 que diz:
“Para os efeitos desta Lei, entende-se pôr resíduos sólidos qualquer forma de
matéria ou substância, nos estados sólido e semi-sólido, que resultem de ativi-
dade industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços, de var-
rição e de outras atividades da comunidade, capaz de causar poluição ou con-
taminação ambiental.”
A partir deste texto, pode-se compreender que qualquer forma de ma-
téria descartada, seja sólida ou semi-sólida derivada de atividade doméstica e
de outras atividades da comunidade são capazes de causa poluição ou conta-
minação ambiental.
Ainda nesta lei, observa-se:
Art. 3° - O acondicionamento, coleta, transporte, tratamento e disposição final
dos resíduos sólidos processar-se-ão em condições que não tragam malefícios
ou inconvenientes à saúde, ao bem-estar público e ao Meio Ambiente.
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§ 1° - É expressamente proibido:
I – o lançamento e disposição a céu aberto;
...
III – o lançamento ou disposição em mananciais e em suas áreas de drena-
gem, cursos d’água, lagoas, praias, áreas de várzea, terrenos baldios, cavida-
des subterrâneas, poços e cacimbas, mesmo que abandonadas em áreas de
preservação permanente em áreas de preservação permanente e em áreas
sujeitas a inundação num prazo menor que 100 anos;
IV – o lançamento em sistemas de drenagem de águas pluviais, de esgotos, de
eletricidade, de telefone, bueiros e assemelhados;
...
VI - a disposição de resíduos sólidos em locais não adequados, em áreas ur-
banas ou rurais;
Na letra da lei, o simples ato de lançar uma ponta de cigarro ao chão já
a infringe.
Desta forma, a preocupação perene com a qualidade do ambiente, com
a identificação do tipo de resíduo gerado, com o descarte e a devida destina-
ção de tais produtos fomentou a necessidade de realizar esse levantamento da
real situação de nossa cidade. Além de buscar atender o objetivo da lei
12305/10, em seu art.7, a qual traça em linhas gerais o que é desenvolvimento
sustentável.
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UMA BREVE HISTORIA DO FUMO...
O tabaco é uma planta andina pertencente ao gênero Nicotiniana (Ni-
cotiana tabacum), o qual recebeu este nome devido o seu introdutor na França,
Jean Nicot, então embaixador francês em Portugal. Já foi conhecida como pe-
tum; já foi usado picado para uso em cachimbos, enrolado na forma de charuto,
em pó como rapé (consumo nasal/oral) e atualmente, e utilizado na forma de
cigarro (processado).
A prática do tabagismo remonta a América pré-colombiana. Utilizado
com fins religiosos por suas propriedades psicotrópicas, há vestígios de seu
consumo junto aos Maias no século X; os Astecas costumavam fumar charutos
e cachimbos rudimentares com folhas de tabaco secas.
Levada para a Europa durante as expansão marítima popularizou-se
rapidamente, quando apregoaram seu uso como combate a enxaqueca. Mas
foi durante a 1ª guerra mundial que seu uso disseminou-se em larga escala. A
história destaca Rodrigo Jerez, tripulante da esquadra de Cristóvão Colombo,
como sendo o primeiro europeu fumante.
O sec. XVI foi um momento de expansão comercial para a planta, pois
toda a Europa já o conhecia e acabou por ser um recurso econômico explorado
nas Américas para ser comercializado. Acabou por ser mais uma das “riquezas
do Novo mundo”.
Os principais locais da América onde foi cultivado por colonos euro-
peus foram: Santo Domingo (1531), Cuba (1580) e no Brasil (1600). E na Eu-
ropa: Portugal (1558), Espanha (1559), Inglaterra (1565) e na França (1620).
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DESENVOLVIMENTO
As pontas de cigarro podem ser 100% recicladas como matéria prima
na produção de papel. Isto devido a composição do filtro, do envoltório, do pró-
prio tabaco ter fibras vegetais (afinal, trata-se de uma planta) e as cinzas tam-
bém podem entrar na composição, conforme método de reciclagem criado e
patenteado em 2003 por Marco Antônio Barbosa Duarte, então aluno de Biolo-
gia da UnB.
Conforme nos mostra Araújo (2011), na localidade de Ponta Negra
(RN), dentre os mais variados tipos de lixo encontrados na praia, são as pontas
de cigarro o item de maior predominância, sendo ainda apontadas como indi-
cadores de poluição, por estar intimamente associada à presença humana em
locais onde outros contaminantes são encontrados, e.g., canudos, palitos de
madeira entre outros.
Santana Neto (2011) aponta os banhistas como fonte poluidora, a partir
dos resíduos deixados na praia de Guaibim (BA), com a presença entre outros,
das pontas de cigarro descartadas, além de vários outros artigos vinculados a
prática do tabagismo.
A presença de pontas de cigarro, por vezes, passa despercebida pelos
próprios usuários que as descartam, pela população em geral. Contudo, em
muito esses gestos simples trazem danosa ao meio ambiente.
O descarte inadequado destas pontas de cigarro, quando mal apaga-
dos, causam incêndios nas chamadas papeleiras da COMLURB. Além do risco
a população, trazem desperdício do dinheiro público, pois devem ser respostas
a um custo de R$ 68,00.
Como já mencionado, as substancias presentes nos filtros, que com-
põem a maior parte deste descarte, são poluentes dos corpos hídricos, poden-
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do ainda causar mortandade de animais que porventura venham a ingerir as
mesmas.
Em artigo publicado em 13/01/2010 no jornal Gazeta do Povo, Ari Sil-
veira publica um estudo do prof. Dr. Aristides Almeida Rocha (ROCHA, 2001),
professor aposentado da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade
de São Paulo (USP), e pelo advogado e jornalista Mário Albanese, o qual de-
monstra que a cada 2 pontas de cigarro carreadas por águas pluviais, o nível
de poluição corresponde a 1 litro de esgoto domestico, para ser totalmente de-
compostas por microrganismos presentes no ambiente aquático.
Para o desenvolvimento deste trabalho, foi realizada a observação in
loco e quantificada a presença de pontas de cigarro nas mesmas áreas. Fato
comum em todos os locais visitados.
Na tabela abaixo, estão apresentados valores obtidos com suas res-
pectivas datas e horários:
Local Distancia
percorrida (m)
Pontas de cigarro en-contradas
Data Hora
Praça General Osorio 1140 1338 17/03/2012 21:30
Praça Nossa Senhora da Paz 2920 1078 19/03/2012 13:00
Praça Antero de Quental 1450 643 25/03/2012 22:45
Trecho de Copacabana (posto 5 ao Forte de Copacabana) 2260 885 18/03/2012 20:30
Trecho de praia de Ipanema (posto 9 ao Posto 10) 2360 1349 19/03/2012 12:00
Trecho de praia do Leblon 1940 631 25/03/2012 22:15
Pode-se observar que num total de 12070 metros percorridos, 5924 pontas de
cigarro foram encontradas. Chegando-se a um total de 1 ponta de cigarro a
cada 2 metros percorridos, aproximadamente.
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A amostragem foi feita da seguinte forma:
-Para as praias, decidiu-se por amostragem em duas etapas: na faixa de areia
correspondente a porção mediana, i.e., entre a arrebentação e o calçadão; e a
segunda etapa, pela observação a partir do calçadão em sentido oposto, au-
mentando a área de dispersão.
- Para as praças, foi traçado o trajeto também em duas partes: 1 – porção exte-
rior da praça, junto aos cruzamentos; 2 – trajeto na porção interna das praças.
Desta maneira, torna-se mais efetiva a coleta de dados, posto que em ambos
os casos obteremos tanto o descarte de quem frequenta a praça, como quem
passa pela mesma.
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Assim, a presença deste quantitativo de pontas de cigarro acaba sendo
relevante tanto pela questão estética quanto pela possibilidade de modificação
das características da areia (também contaminada com outros resíduos encon-
trados facilmente na areia, mas não quantificados para esta pesquisa) assim
como a agua do mar nesta região.
Julio Benck, responsável pela Comunicação Empresarial da
COMLURB, nos informa que por dia são produzidos e coletados cerca de 5000
Toneladas (t) de lixo no Rio de Janeiro, sendo a parcela domestica correspon-
dente a 50%, i.e., 2500 t. Deste total 9 t de guimbas são produzidas por dia.
Este material é tratado como resíduo orgânico domiciliar, e por não apresentar
relevância econômica, não há tratamento diferenciado.
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Foi notada a ação de garis e funcionários pintando alguns aparelhos da
praça, contudo, muitos resíduos do carnaval encontravam-se dispersos no
chão, onde foi encontrada maior concentração de pontas de cigarro, juntamen-
te com as mesas de concreto (pontos de maior concentração deste resíduo).
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Outro elemento que urge relacionar foi a presença de caramujos afri-
canos na praça, na porção central. Bem como intensa presença de população
de rua utilizando o trecho como dormitório.
Um fato importante a ser relatado é quem as praças Nossa Senhora da
Paz e Antero de Quental estão relacionadas para serem estações do Metro
Rio. Ou seja, estarão sofrendo intervenções em suas estruturas.
Pode ser uma oportunidade de ação em conjunto para um processo
educativo junto aos cidadãos, para que após as obras, com a inauguração das
estações a circulação de populares aumentará substancialmente. Tal qual a
Praça Gen. Osório.
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É de suma importância a uma ação coletiva junto a população para que
uma nova postura menos agressiva junto ao ambiente possa atingida. Uma
quebra de paradigma é vital para que quaisquer metas, nacionais ou internaci-
onais sejam obtidas e mantidas. Divulgação de ações ambientalmente adequa-
das, iniciativas coerentes e ações pensadas de modo correto visando o desen-
volvimento sustentável são os caminhos para nossa permanência agradável
neste planeta.
Roberta Silva (SILVA, 2009) nos mostra que noções de reciclagem
quando trabalhada em escolas tornam-se eficientes ferramentas para a mu-
dança dos paradigmas de consumo, pois tornam seus frequentadores (alunos,
professores e funcionários) atores principais nesta nova relação com o ambien-
te.
A lei 5.517 de 17 de agosto de 2009 proíbe o consumo de produtos fu-
mígeros em ambientes fechados no estado do Rio de Janeiro. Evitam-se assim
vários problemas de saúde para não fumantes; evitando problemas legais e
tornando o ar mais limpo. Todavia, não se criou nenhuma alternativa para as
pessoas que desejam continuar a exercer sua livre escolha, i.e., continuar a
fumar.
Para o fumante, na maioria das vezes, não há cinzeiros ou locais devi-
dos para o descarte de seus resíduos. A bem da verdade há os que não se
preocupam com o devido descarte dos cigarros. Quer seja por desinformação,
preguiça ou falta de equipamento para este fim. O real problema é que quem
recebe esta carga, por ação destas e outras ações de nossa sociedade é o
ambiente.
Nosso papel é o de informar para modificar este paradigma de consu-
mo-poluição-esgotamento. Somente com a devida conscientização e a precisa
atuação conquistaremos uma nova realidade de equilíbrio.
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Estima-se que 73 mil toneladas de nicotina contida em 7 trilhões e 300
bilhões de cigarros fumados por cerca de 1 bilhão e 300 milhões de tabagistas,
dos quais 80% - 1.040.000 - vivem nos países em desenvolvimento.
Desta maneira, podemos verificar que o ato de fumar está intimamente
associado a questões sociais e ate mesmo físicas, posto que a nicotina é um
alcaloide básico e seu uso causa deformações na estrutura pulmonar. Sua pre-
sença no cérebro está associada a produção de dopamina no cérebro, causan-
do efeito tranquilizante, e assim, a sensação de relaxamento.
A coleta seletiva, o resgate da imagem de empresas outrora poluidoras
e a divulgação de produtos e serviços pode ser feita de maneira sustentável,
como nos informa (COSTA, 2003), de modo a ser mais eficiente, mas antes
precisa ser fortalecida com um trabalho mais tenaz.
Corroborando esta ideia, em reportagem de 19 de março de 2012, do
Jornal O Globo(p.9), em vários países do mundo o lixo é uma preocupação real
e fonte de renda para empresas que investem em reciclagem. Países como os
estados unidos geram 3 vezes mais lixo que o Brasil e reciclam cerca de 46%
de suas embalagens. Portugal erradicou os lixões, o Japão recicla 77% de su-
as garrafas PET.
Cabe ressaltar que um dos critérios para a escolha de uma praia ou ou-
tra, é a percepção de seus usuários (SANTANA NETO, 2011) quanto a carac-
terísticas especificas do ambiente, bem como a sensação de limpeza do mes-
mo ambiente. Esta percepção é oriunda de um paradoxo, posto que a sensa-
ção de limpeza da praia depende do uso por parte de seus frequentadores;
contudo, são os seus frequentadores que as poluem.
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CONCLUSÃO
A lei 12305/10 que estabelece a politica nacional de resíduos sólidos,
estabelece alguns critérios e condições interessantes e de extrema relevância
para este trabalho.
Um destes critérios é a criação da figura do poluidor-pagador, apontan-
do a responsabilização financeira de quem o produz o resíduo. Além da res-
ponsabilidade compartilhada da destinação final do produto por parte dos en-
volvidos na geração do mesmo.
Nota-se claramente que ao descartar-se uma embalagem, tanto o usu-
ário do produto consumido quanto o seu produtor, o vendedor e demais envol-
vidos no processo produtivo são corresponsáveis pelo resíduo. Portanto, res-
ponsáveis financeiramente pelo resíduo e pela destinação final.
Partindo do panorama geral para um mais especifico, como sugere o ti-
tulo, nota-se que as pontas de cigarro se enquadram como resíduos sólidos.
Desta maneira, cada vez que algum usuário termina seu prazer, acaba por se
tornar um poluidor-pagador, conforme a letra da lei.
Contudo, este trabalho não se trata de apontar ou acusar o usuário pa-
ra fins penais. Trata-se de um avaliador da frequência desta prática e da verifi-
cação desta como contribuinte para o aumento da toxicidade do lixo e suas
efetivas consequências. E apresentar, se possível, estratégias para a mitigação
deste problema, com alternativas praticas visando a sustentabilidade e dimi-
nuindo a poluição.
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Como alternativa para esta situação de descarte irregular surge a ideia
das empresas produtoras de tabaco, cigarro e demais produtos famígeros, dis-
ponibilizarem juntamente com os maços e/ou embalagens de seus produtos,
uma embalagem feita de papel para que o fumante, ao abrir e consumir um
cigarro, possa ao final de seu prazer, apaga-lo com o cuidado necessário e co-
locar sua ponta de cigarro na embalagem. Quando a mesma ficar cheia, dis-
pensa-la na papeleira.
Desta forma, tanto o cigarro, como as cinzas, o palito (quando usado) e
a própria embalagem serão devidamente coletados e reciclados, gerando mais
embalagens ou outros produtos reciclados.
Com esta alternativa, toda a cadeia produtiva e concluída e o poluidor-
pagador torna-se parte do ciclo limpo. Tornando o ato de fumar mais sustentá-
vel.
A educação ambiental não formal torna-se uma alternativa viável para
atingir um maior contingente populacional, posto que urge uma atitude mais
eficiente para a redução da pegada ecológica de cada um nesta sociedade
consumista. Somente desta forma torna-se possível atingir o desenvolvimento
sustentável.
Deve-se ressaltar que o trabalho dos garis da COMLURB tem sido
executado de modo eficiente para lixos de maior porte, e em todos os momen-
tos das incursões, havia acabado de ocorrer ou estavam em andamento. Con-
tudo, por se tratar de resíduo de tamanho diferenciado (muito pequeno), torna-
se difícil de ser devidamente removido.
Além do padrão de calçamento com pedras portuguesas ou por falhas
nas calçadas; ou pelo tipo de terreno (areia) a dificuldade de destinação correta
é de extrema relevância. Faz-se mister um trabalho de conscientização da po-
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pulação para que seus hábitos de consumo, especificamente o tabagismo, não
seja responsável pela contaminação do ambiente.
Com a participação conjunta dos usuários e fabricantes de produtos
fumígeros seria uma opção mais lógica, posto que o usuário final, o fabricante
e todos os envolvidos na pratica do fumo estariam praticando uma ação verda-
deiramente recicladora.
Isso se daria com a distribuição de sacos de papel, onde a pontas, de-
pois de consumidas e devidamente apagadas, juntamente com os palitos de
fósforo consumidos, seriam recolhidos. Após sua capacidade se alcançada,
seriam devidamente descartados nas lixeiras.
Desta forma, o lixo já seria disposto de modo a ser coletado e enviado
a reciclagem. Essa ação poderia ser executada numa parceria entre a
COMLURB e os fabricantes, fechando assim o ciclo da cadeia produtiva.
Nestes sacos de papel, poderia ser vinculados informes sobre o fumo,
o destino final do lixo e o quantitativo de material corretamente destinado. Con-
tribuindo e reforçando a ideia da própria ação educativa. Cumprindo-se o papel
a que se destina esta ação: educar para um futuro sustentável.
Outra alternativa é destinar este conjunto de recicláveis de papel (pon-
tas de cigarro, palitos, fumo, saco de papel e cinzas) para ser utilizado como
adubo.
Deve-se criar um marketing mais efetivo para que tais ações pro-
ambiente sejam divulgadas e tornem-se praticas mais comuns.
Não só o ambiente se beneficia, mas as estruturas sociais serão mais
concisas com tais ações. Tornando o crescimento das cidades mais equâni-
mes, reduzindo as diferenças sociais e combatendo a pobreza. Sendo esta ul-
33
tima a condição que deve ser erradicada para que possamos atingir os objeti-
vos já acordados na Rio-92 e sua agenda 21.
Ações socioambientais... Este é o caminho para o Desenvolvimento
Sustentável. Ate porque o Homem é componente do ambiente. Somos seres
que participam ativamente do ecossistema.
34
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