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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA TRABALHISTA E
PREVIDENCIÁRIA
Por: Márcia Pinheiro Henriques Sandes
Orientador
Prof. Vilson Sérgio de Carvalho
Rio de Janeiro
2006
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA TRABALHISTA E
PREVIDENCIÁRIA
Monografia elaborada com
vistas à aprovação no curso de
Pós-graduação em Auditoria e
Controladoria da Universidade
Candido Mendes.
3
AGRADECIMENTOS
....aos amigos e parentes, que
contribuíram com informações de suma
importância para a realização deste
trabalho.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao meu marido, que
contribuiu para que o mesmo fosse
desenvolvido e pela paciência, dedicação
e compreensão que teve durante sua
elaboração.
5
RESUMO
Através de análises bibliográficas, o estudo objetivou investigar e identificar os
pontos relevantes da Auditoria Trabalhista e Previdenciária, onde constatou-se
os procedimentos quanto à aplicação da Legislação Trabalhista vigente, o
cumprimento dos direitos básicos do trabalhador e os sistemas de controle em
um contexto das rotinas trabalhistas.
Trata-se de um estudo teórico, que dispõe sobre impedimentos, deveres e
responsabildiades dos Auditores, ao assegurarem um bom andamento nos
vínculos empregatícios, desde o recrutamento e seleção de pessoas aptas ao
trabalho, com devida remuneração, ajustadas nos contratos de trabalho, bem
como a aplicação de regulamentos internos e normas, ajudando a prevenir
despesas trabalhistas.
Procurou-se aqui estabelecer evidências quanto à devida aplicação de
todas as exigências que constam na Lei e analisar o risco que pode
comprometer as aplicações dos recursos financeiros da instituição e os
aspectos importantes ao exercício da responsabilidade social.
Palavras-chave: Auditoria Trabalhista e Previdenciária, Desafios,
Responsabilidade Social.
6
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I 10
AUDITORIA 10
1.1 Abordagem Histórica 10
1.2 Etimologia da Palavra 12
1.3 Conceito Básico de Auditoria 12
1.4 As Formas da Auditoria 13
1.5 Classificação da Auditoria 14
1.5.1 Auditorias Interna e Externa 14
1.6 Finalidades da Auditoria 15
1.6.1 Auditoria Fiscal 16
1.7 Metodologia da Auditoria 16
1.8 Normas Brasileiras para o Exercício da Auditoria Interna 17
CAPÍTULO II 20
AUDITORIA TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIA 20
2.1 Os Princípios Fundamentais 20
2.2 Características 21
2.3 A Importância da Auditoria Trabalhista e Previdenciária 22
CAPÍTULO III 25
7
DESAFIOS DO PROFISSIONAL AUDITOR 25
3.1 Detecção de Erros e Fraudes na Auditoria 25
3.2 A Responsabilidade do Trabalho do Auditor 28
3.2.1 Crises nas Empresas 28
3.2.2 Irregularidades com a Previdência Social 29
3.3 Controles Internos da Área de Recursos Humanos 31
3.3.1 A Auditoria de Recursos Humanos 32
3.4 Avaliação dos Controles Internos na Área de Auditoria 32
3.5 Auditoria x Corrupção 34
3.6 As Perspectivas da Auditoria para o Novo Milênio 34
CONCLUSÃO 36
BIBLIOGRAFIA 37
ANEXO 1 38
NORMAS PROFISSIONAIS DO AUDITOR INTERNO – NBC P3 38
8
INTRODUÇÃO
A sociedade, estruturada numa ótica econômica de mercado, exige que
a função da Auditoria seja cada vez mais interveniente no diagnosticar de
determinadas situações, como é o caso da viabilidade da empresa, na
denúncia de fraudes e atos ilegais, na apreciação da economia, eficiência e
eficácia das organizações.
O produto Auditoria, na sua natureza e funções, tem urgentemente que
ser clarificado, para que possa responder de forma adequada às expectativas
dos usuários.
A Auditoria pretende auxiliar os administradores no devido cumprimento
de todas as obrigações trabalhistas e previdenciárias, mesmo que acarrete ao
empregador a alta carga tributária, isso representará talvez o aspecto negativo
desse trabalho por se tratar de percentuais elevados, porém, a Auditoria
Trabalhista e Previdenciária é acima de tudo, um trabalho de prevenção.
Baseada no texto acima, a presente monografia busca enfatizar a
importância da Auditoria Trabalhista e Previdenciária, no que diz respeito à
valorização, motivação e conscientização de seus empregados e
empregadores. O Auditor independente deve concluir em sua opinião
profissional quanto à adequação das demonstrações contábeis, preparadas
sob responsabilidade da administração da entidade auditada, em base à
determinada estrutura contábil reconhecida.
O estudo aborda tópicos importantes como: os desafios do profissional
Auditor no exercício de sua profissão, mediante um mercado em constantes
mudanças; a responsabilidade social do Auditor e as perspectivas futuras para
a Auditoria; as formas de vínculos trabalhistas existentes e os procedimentos
adotados no seu complexo.
9
Pretende-se aqui contribuir para o entendimento da importância de
determinadas medidas preventivas para evitar demandas judiciais ou infrações
administrativas.
Sendo assim, a empresa que deseja conhecer-se, procura a Auditoria
Trabalhista como ferramenta de autofiscalização e avaliação de desempenho
integrada e dinâmica.
10
CAPÍTULO I
AUDITORIA
1.1 Abordagem Histórica
É difícil precisar quando começa a história da auditoria, pois toda a
pessoa que possuía a função de verificar a legitimidade dos fatos econômicos
financeiros, prestando contas a um superior, pode ser considerada como
auditor.
Os imperadores romanos nomeavam altos funcionários que eram
encarregados de supervisionar as operações financeiras de seus
administradores provinciais e lhes prestar contas verbalmente. Na França, no
século III, os barões tinham que realizar leitura pública das contas de seus
domínios, na presença de funcionários designados pela Coroa. Na Inglaterra,
por ato do Parlamento, o rei Eduardo I dava direito aos barões de nomear seus
prepostos. Ele próprio mandou verificar as contas do testamento de sua
falecida esposa. A aprovação desses auditores é atestada em um documento
que constitui um dos primeiros relatórios de auditoria, denominado "probatur
sobre as contas".
No Brasil colonial, tínhamos a figura do juiz colonial, o olho do rei, que
era destacado pela Corôa portuguesa para verificar o correto recolhimento dos
tributos para o Tesouro, reprimindo e punindo fraudes.
O que se pode notar, em todos esses casos, é que a preocupação
desses dirigentes era com a fraude.
A Inglaterra, como dominadora dos mares e controladora do comércio
mundial, foi quem mais desenvolveu a auditoria, pois possuía grandes
companhias de comércio e instituía imposto sobre o lucro dessas empresas.
11
Segundo SÁ (2002), seu grande salto ocorreu após a crise econômica
americana de 1929. No início dos anos 30, é criado o famoso Comitê May, um
grupo de trabalho instituído com a finalidade de estabelecer regras para as
empresas que tivessem suas ações cotadas em bolsa, tornando obrigatória a
Auditoria Contábil Independente nos demonstrativos financeiros dessas
empresas.
Esses auditores independentes no desenrolar de suas atividades,
necessitavam ter acesso a informações e documentos que levassem ao
conhecimento mais profundo e análises das diferentes contas e transações.
Para tanto, foram designados funcionários da própria empresa. Estava lançada
a semente da Auditoria Interna, pois os mesmos, com o decorrer do tempo,
foram aprendendo e dominando as técnicas de Auditoria e utilizando-as em
trabalhos solicitados pela própria administração da empresa.
De acordo com SÁ (2002), as empresas notaram que poderiam reduzir
seus gastos com auditoria externa, se utilizassem melhor esses funcionários,
criando um serviço de conferência e revisão interna, continua e permanente, a
um custo mais reduzido. Os auditores externos, também ganharam com isso,
pois puderam se dedicar exclusivamente ao seu principal objetivo que era o
exame da situação econômico-financeira das empresas.
Posteriormente, nas grandes empresas de transporte ferroviário foi
também criado um corpo de fiscais denominado "travelling auditors" (auditores
viajantes), que tinham a função de visitar as estações ferroviárias e assegurar
que todo o produto da venda de passagens e de fretes de carga, estava
adequadamente arrecadado e contabilizado.
Após a fundação do The Institute of Internal Auditors, em New York, a
auditoria interna passou a ser vista de maneira diferente. De um corpo de
funcionários de linha, quase sempre subordinados a contabilidade, pouco a
pouco, passaram a ter uma visão de controle administrativo, cujo objetivo era
12
avaliar a eficácia e a efetividade da aplicação dos controles internos. O seu
campo de ação funcional, foi estendido para todas as áreas da empresa, e,
para garantir sua total independência, passou a ter subordinação direta à alta
administração da organização.
1.2 Etimologia da Palavra
A palavra Auditoria tem sua origem no latim, vem de "Audire", que
significa ouvir. Segundo o dicionário Aurélio, Auditoria significa: Cargo de
auditor; Lugar ou repartição onde o auditor exerce as suas funções;
Contabilidade; Exame analítico e pericial que segue o desenvolvimento das
operações contábeis, desde o início até o balanço; auditagem.
No inglês, vem de audit, examinar, verificar.
1.3 Conceito Básico de Auditoria
Segundo SÁ (2002), a auditoria deve ser compreendida como um
conjunto de procedimentos técnicos de ações de assessoramento e
consultoria, aplicados, com base em normas profissionais sob uma relação de
accountability, objetivando a emissão de comentários independentes e
adequados. A verificação de procedimentos e a validação dos controles
internos utilizados pela organização permitem ao profissional auditor emitir
uma opinião de aconselhamento à direção ou ao staff da entidade em estudo,
garantindo precisão e segurança na tomada de decisão.
13
1.4 As Formas da Auditoria
As formas mais conhecidas de auditoria definem-se quanto à extensão,
à profundidade e à tempestividade.
Extensão: segundo o juízo do auditor quanto à confiança que tenha nos
controles internos e no sistema contábil, essa forma de auditoria pode ser:
Geral: quando abrange todas as unidades operacionais.
Parcial: quando abrange especificamente determinadas unidades
operacionais.
Por amostragem: a partir da análise do controle interno e recorrendo-se
a um modelo matemático, identificam-se áreas de risco e centram-se os
exames sobre estas áreas.
Profundidade: Integral: inicia-se nos primeiros contatos de uma
negociação, estendendo-se até as informações finais (pedido compra)
pagamento, 伊contabilização e demonstrações Contábeis. Compreende o exame
minucioso dos documentos (origem, autenticidade, exatificação); dos registros
(contábeis, extracontábeis, formais/informais e de controle); do sistema de
controle interno (quanto à eficiência e à aderência); e das informações finais
geradas pelo sistema. Por revisão analítica: esta é uma das metodologias
para a qual emprega-se o conceito de Auditoria Prenunciativa, segundo o qual
auditar é administrar o risco. Opera-se com trilhas de auditoria mais curtas,
para obter razoável certeza quanto à fidedignidade das informações.
Tempestividade: Permanente: pode ser constante ou sazonal, porém em
todos os exercícios sociais. Esse processo oferece vantagens à empresa
auditada e aos auditores, especialmente quanto à redução de custos e de
tempo de trabalho. Como as áreas de risco são detectadas no primeiro
planejamento, o acompanhamento pelos auditores definirá aquelas já
eliminadas e as novas que possam ter surgido. Assim, o auditor pode focar seu
14
trabalho e diminuir as visitas, pela facilidade de detecção de problemas.
Eventual: sem caráter habitual ou periodicidade definida, exige completo
processo de ambientação dos auditores e de planejamento todas as vezes em
que vai ser feita. SÁ (2002).
1.5 Classificação da Auditoria
Quanto ao CAMPO DE ATUAÇÃO: Governamental e Privada
Quanto à FORMA DE REALIZAÇÃO: Interna e Externa
Quanto ao OBJETIVO DOS TRABALHOS: Contábil ou Financeira
Operacional ou de Otimização de Recursos Integrada
1.5.1 Auditorias Interna e Externa
De acordo com SÁ (2002), existem diferenças entre o trabalho do
Auditor Externo, profissional contratado pela organização para a realização do
trabalho de forma independente, sem vínculo empregatício, e o do Auditor
Interno, funcionário integrante dos quadros da empresa. Enquanto este
pretende testar a eficiência dos controles internos e dos sistemas utilizados, o
Auditor Externo é um consultor que pode auxiliar na melhor adequação dos
registros contábeis da empresa, inclusive com a emissão do Parecer, se
necessária.
O Auditor Interno preocupa-se com o desenvolvimento do
empreendimento da entidade e o Auditor Externo, com a confiabilidade dos
registros. Embora operando em diferentes graus de profundidade/extensão‚ a
auditoria interna e a auditoria externa têm interesses comuns, daí a conexão
existente no trabalho de ambas. Notadamente no campo contábil, os exames
são efetuados, geralmente, pelos mesmos métodos.
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A auditoria externa, em virtude de sua função garantidora no exame de
fidedignidade das Demonstrações Financeiras, pode utilizar-se de parte dos
serviços da auditoria interna, sem, contudo deixar de cumprir o seu objetivo.
Deve, portanto, coordenar suas ações de modo que seus programas adotem
procedimentos idênticos e impeçam a execução de tarefas repetidas.
1.6 Finalidades da Auditoria
Conforme SÁ (2002), a Auditoria tem por finalidade principal a
certificação dos registros contábeis quanto à sua veracidade, expondo os
resultados a que chegou e por conseqüência emitindo um relatório de auditoria
ou um certificado.
O autor descreve abaixo várias situações e finalidades da Auditoria:
Indagações e determinações sobre o estado patrimonial e a gestão
pública ou privada;
Indagações e determinações sobre o estado financeiro;
Indagações e determinações sobre o estado residual e de
economicidade;
Descoberta de erros e fraudes;
Preservação contra erros e fraudes;
Estudos gerais sobre casos especiais.
As variedades de finalidades da Auditoria atestam por si só a grandeza
desta técnica e sua profundidade atribui a ela um caráter de grande auxílio de
relatórios e documentos que requerem cuidados especiais, afirma (SÁ, 2002).
1.6.1 Auditoria Fiscal
16
O auditor fiscal tem o objetivo de observar o cumprimento das
obrigações tributárias, trabalhistas e sociais, ao examinar a situação de um
contribuinte.
Infelizmente em diversas vezes, identifica um fato gerador do imposto,
que é mantido oculto e de forma ilícita, com a finalidade do não pagamento do
tributo.
1.7 Metodologia da Auditoria
Segundo SÁ (2002), a metodologia do trabalho da Auditoria
fundamenta-se em Previsão, Acompanhamento executivo, Retrospecção
executiva e Avaliação rigorosa. Segundo o autor, as tarefas do Auditor
precisam ser planejadas e a execução deve acompanhar acontecimentos
assim como observar aqueles que já ocorreram.
A “auditoria de acompanhamento” é a única que pode oferecer
segurança ao controle de uma empresa; a “auditoria de retrospectiva” é tanto
mais falha quanto maior o número de elementos a examinar quanto mais
distantes, no tempo estiverem as ocorrências.
Planejar, partindo de sondagens sérias, supervisionar de forma ampla,
estudar, analisar, refletir para avaliar com segurança, sentir-se seguro diante
de evidências inequívocas, tudo fazendo para obtê-las, preservar a
independência não aceitando subordinações nem limitações à indagação,
adotar prudência para opinar somente com segurança, evidenciar e destacar o
que causa dúvidas faz parte da Metodologia da Auditoria.
Que não pode ser omitida, seja qual for a finalidade a cumprir com a tarefa.
1.8 Normas Brasileiras para o Exercício da Auditoria Interna
17
O Instituto dos Auditores Internos do Brasil preparou no início de sua
gestão um plano estratégico contendo alguns dos objetivos e metas de grande
importância para a entidade e seus associados, particularmente no aspecto da
capacitação profissional do auditor interno.
Para que sejam atingidos esses objetivos, alguns pré-requisitos têm de
ser atendidos. Dentre eles estão: estabelecer, publicar e manter atualizadas as
Normas para Exercício Profissional da Auditoria Interna, promover seu
conhecimento e uso em todas as áreas de atuação da auditoria; e estabelecer,
publicar e manter atualizado o Código de Ética para o Profissional de Auditoria
Interna, levando em conta a problemática real existente nos vários segmentos
de atividade em que o auditor interno atua, promovendo seu conhecimento e
uso por todos os auditores internos.
A publicação das presentes normas, que incluem o referido código de
ética, cumpre os citados pré-requisitos do plano estratégico e põe o Instituto
numa marcha forçada em direção à excelência profissional que todos
buscamos.
A intenção do Instituto é tornar esta publicação um instrumento de
orientação, ensino, formação e aperfeiçoamento do auditor interno, bem como
esclarecer a alta administração das entidades em que ele atua, os auditores
independentes, os organismos de controle externo e interno e o sistema
universitário, o papel, responsabilidade, forma de atuação, abrangência e
capacitação mínima necessárias para o desempenho de suas atribuições.
Estas normas referentes ao exercício da auditoria interna foram
aprovadas pelos membros do Instituto dos Auditores Internos do Brasil e dizem
respeito aos princípios que devem pautar as atividades do profissional de
auditoria interna, de sua organização, de seu trabalho, dos seus padrões de
avaliação pessoal em relação aos exames efetuados e aos respectivos
relatórios expedidos.
18
As normas são, em grande parte, inter-relacionadas e interdependentes
e aplicáveis tanto na Auditoria Interna atuando nos organismos da iniciativa
privada, como nas da administração direta, indireta e descentralizada do
Estado. Aplicam-se também às áreas de informática, operacionais,
administrativas, contábeis, financeiras, tributáveis e outras, sob o enfoque
gestional e nas investigações de caráter especial.
A finalidade das normas é, basicamente, orientar o Auditor interno no
exercício de suas funções e responsabilidades, além de ampliar e melhorar o
relacionamento técnico-profissional entre o auditor interno e o Auditor
independente, no que concerne ao conhecimento mútuo dos padrões de
conduta e observância de normas.
Estas normas contemplam as vigentes em outros países. Serviram
como fonte de referência para este trabalho, as normas publicadas pelo The
Institute of Internal Auditors, INC.
São Normas para Exercício Profissional da Auditoria Interna, as
seguintes:
Normas relativas à independência do auditor interno: os auditores internos
são independentes quando podem exercer suas funções livre e
objetivamente;
Normas relativas à competência profissional: o órgão deve designar para
executar o trabalho, auditor que possua a experiência e os conhecimentos
técnicos necessários para desincumbir-se das tarefas com eficiência;
Normas relativas ao âmbito do trabalho do auditor interno: o auditor interno
deve estruturar sua programação de trabalhos de forma abrangente,
compreendendo os fluxos de planejamento, de execução, de coordenação
e controle das diversas atividades da organização;
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Normas relativas à execução do trabalho da Auditoria Interna: o auditor
interno tem a responsabilidade de planejar e realizar o trabalho de
auditoria, sujeito à supervisão e aprovação;
Normas relativas à administração do órgão de Auditoria Interna: o gerente
da Auditoria Interna tem a responsabilidade de assegurar: a) que o trabalho
de Auditoria atinja os objetivos gerais e cumpra as responsabilidades a ele
atribuídas pela Alta Administração; b) os recursos do órgão de Auditoria
Interna sejam eficazmente empregados; c) o trabalho de Auditoria seja feito
de conformidade com as normas para o exercício profissional da auditoria
interna.
20
CAPÍTULO II
AUDITORIA TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIA
2.1 Os princípios Fundamentais
A Auditoria Trabalhista é a única que fiscaliza os sistemas com
informações da vida laboral do trabalhador, diretamente de suas fontes
originárias como: RAIS, CAGED e GFIP, provedoras de informações do CNIS
(Cadastro administrado pelo Ministério do Trabalho e Emprego e Previdência
Social). Ela é capaz de identificar a legalidade do enquadramento do SIMPLES
em seus aspectos de atividade econômica e faturamento nas micro e
pequenas empresas que são as de maior número hoje no país.
A Auditoria Previdenciária tem por atribuição o correto enquadramento
da empresa nas alíquotas de acidente de trabalho com base no gerenciamento
de riscos ocupacionais, atividade esta inerente à Auditoria Fiscal do Trabalho,
altamente capacitada para melhor executar essas atribuições, o que
proporcionará maior arrecadação, não por aumento puro e simples de tributos,
mas pelo correto enquadramento da empresa aos dispositivos legais
atualmente existentes. Ela vai fiscalizar a empresa que paga tributos de seguro
acidente de trabalho; se realiza um bom gerenciamento dos riscos
ocupacionais, incluídos em grupos de atividades econômicas de grande
número de acidentes e doenças do trabalho e fiscaliza os programas de
segurança e saúde do trabalho como: PPRA, PCMSO, PGR, PCMAT e
LTCAT.
Os Auditores da Previdência Social possuem especialidades em
previdência complementar, fundos de pensão e previdência pública, entre
outros.
21
A Auditoria do Trabalho possui uma complementaridade a essas
especialidades a exigir reconhecimento e a formalização dos vínculos e que
literalmente representa o fato gerador não somente do FGTS, mas das demais
contribuições e impostos fiscalizados pelas demais carreiras. Esse combate à
informalidade gera impacto direto na redução da sonegação e do déficit da
Previdência Social, e por conseqüência na receita da União (SINAIT, 2005)1
2.2 Características
Das rotinas adotadas para controle das atividades do Departamento
Pessoal e Recursos Humanos, que vão do processo de contratação,
transitando pela administração da folha de pagamento (incluindo provisões
contábeis, apuração e recolhimento de encargos incidentes), até o processo de
rescisões contratuais, contemplando toda a parte burocrática documental,
concessão de benefícios, segurança e medicina do trabalho, entre outros,
exigidos pelas legislações (MAUTZ, 1987).
A Auditoria Trabalhista é competente para fazer cumprir, nas
relações privadas, os direitos fundamentais trabalhistas;
Atua na promoção da dignidade da pessoa humana, na medida
em que faz cumprir as leis trabalhistas, e de modo indireto, por
meio da sua atuação fisco-tributária;
Proteção do trabalhador, seja no que se refere aos seus direitos
trabalhistas, seja no que se refere ao direito de ter uma relação
de emprego protegida da dispensa arbitrária ou sem justa causa.
1 SINAIT – Sindicato dos Auditores Fiscais do Trabalho. Disponível em:
<http://www.sinait.org.br>
22
2.3 A Importância da Auditoria Trabalhista e Previdenciária
Segundo ATTIE (1998), a Auditoria Trabalhista constitui importante
ferramenta para a autofiscalização e tem como objetivo evitar passivo oculto,
reduzir custos e aumentar a produtividade.
A partir de um exame da real situação da relação Empresa x
Empregado, por meio de análise criteriosa na área de Recursos Humanos, a
fim de se verificar o cumprimento da legislação, as formas de vínculos
trabalhistas existentes e os procedimentos adotados, chega-se ao auto
conhecimento do complexo Trabalhista.
A Auditoria examina as operações trabalhistas, os direitos e deveres dos
empregados e dos empregadores. Emite parecer com as possíveis
irregularidades e identifica caminhos para a melhoria da situação atual. É uma
forma de prevenção e de redução de Custos e Riscos na Área Trabalhista. Ela
garante plena credibilidade aos negócios, na medida em que identifica os mais
variados problemas relacionados a controles internos, fiscais e trabalhistas,
bem como fluxo de caixa, orçamento e precificação. Trata-se de uma
verdadeira radiografia da empresa.
O trabalho é realizado nos procedimentos internos, face à legislação
trabalhista e previdenciária, desde a admissão do empregado até o seu
desligamento. Contempla, dentre outros, os cálculos da folha de pagamento,
verificação de horário e jornada de trabalho, concessão de férias, cálculos e
recolhimentos do FGTS, INSS, do Seguro de Acidentes do Trabalho, do IRRF
e revisão das rescisões de contratos de trabalhos. Engloba ainda, a
identificação e a correção de procedimentos vulneráveis, com direcionamento
a métodos seguros e de bons resultados e minimiza o risco de eventuais
autuações por parte das autoridades fiscalizadoras do trabalho, da previdência
social e de reclamações trabalhistas.
23
As normas que regulam as relações de trabalho são muitas. Dentre outras,
podemos citar a Constituição Federal, a Consolidação das Leis do Trabalho, as
Convenções Coletivas de cada categoria, os Enunciados, as Súmulas e os
Precedentes Normativos. Existe ainda, o complexo de normas que regulam o
INSS, o FGTS e o IRRF, etc. (ALMEIDA, 1996).
De acordo com ATTIE (1998), a alta administração, comprometida com
a condução e o gerenciamento dos seus negócios, deixa por vezes, passarem
despercebidas algumas das novidades concernentes à área trabalhista, seja
no que diz respeito à Lei Trabalhista ou Previdenciária e Enunciados favoráveis
em determinadas situações concretas que podem ser aproveitados com
resultados satisfatórios.
O descumprimento e/ou inaproveitamento de normas trabalhistas, pode
resultar em conseqüências, que vão desde a não implantação de mudanças
ensejadoras de bons resultados de natureza trabalhista, previdenciária, de
recursos humanos ou mesmo de incentivo aos empregados, passando por
sujeição a eventuais demandas trabalhistas, chegando até mesmo, a ficar
vulnerável à autuação em eventual fiscalização por parte do Ministério do
Trabalho. Neste último caso, com multas variáveis, sem prejuízo das demais
cominações legais.
“Hoje, uma organização não pode mais deixar as questões trabalhistas
em segundo plano. A valorização da mão-de-obra deve ser observada como
diferencial num mercado extremamente competitivo. Empregados satisfeitos
resultam em benefícios diretos e indiretos. Essa satisfação não é fruto de
custos adicionais, necessariamente”.2
Como exemplo, podemos citar a participação nos lucros e resultados,
que é interessante por ser desvinculado da remuneração. Sua implantação
2 SEBRAE Nacional – SEPN. Disponível em:<http://www.sebrae.com.br/>
24
cria um atrativo à retenção de profissionais qualificados comprometidos com
suas estratégias de crescimento.
A retribuição honesta do trabalho eleva o trabalhador a uma posição de
dignidade, que não deveria ser introduzida arbitrariamente pelas normas, e sim
pela compreensão racional da importância atual dos trabalhadores na vida das
empresas.
O complexo trabalhista (a mão-de-obra, as normas respectivas, e seus
encargos) deve ser visto como um dos princípios de concorrência, num
mercado de extrema competição, tanto quanto os demais fatores de produção.
O mercado tem estado cada vez mais competitivo e o cliente mais
consciente, sendo maior a pressão por um melhor serviço/qualidade a um
preço mais adaptado a realidade. Porém devemos estar atentos aos anseios
dos nossos clientes. Nem sempre o esperado é o menor preço. A qualidade é
o nível do atendimento fornecido ao cliente, pode ser o diferencial.
Um planejamento trabalhista bem implementado, resulta em benefícios
diretos e indiretos, sem contudo, constituir em aumento de custos. Da mesma
forma a correta aplicação das normas trabalhistas evita passivos ocultos em
uma organização, evitando surpresas indesejáveis.
Neste contexto, as Consultorias e Auditorias Trabalhistas desempenham
um papel de fundamental importância, identificando ainda, fraudes,
procedimentos irregulares ou desaconselháveis, direcionando a sociedade à
adoção de métodos seguros e de retorno financeiro, corrigindo e prevenindo
de eventuais dissabores.
25
CAPÍTULO III
DESAFIOS DO PROFISSIONAL AUDITOR
3.1 Detecção de Fraudes e Erros na Auditoria
O papel principal da Auditoria é emitir uma opinião quanto à veracidade
das demonstrações contábeis; no entanto, na execução do trabalho poderão
ser detectados erros ou fraudes, cabendo ao auditor o dever de comunicar à
administração da empresa, bem como seus reflexos nas demonstrações
contábeis, incluindo também sugestões de correções.
A NBC T11 define fraude e erro:
11.1.4 – FRAUDE E ERRO11.1.4.1 – Para os fins destas normas, considera-se:a) fraude, o ato intencional de omissão ou manipulação de transações, adulteração de documentos, registros e demonstrações contábeis;b) erro, o ato não intencional resultante de omissão, desatenção ou má interpretação de fatos na elaboração de registros e demonstrações contábeis3.
Ao verificar indícios de fraude ou erro, cabe ao auditor averiguar as
diligências da situação, realizando todos os procedimentos cabíveis, a fim de
obter as evidências necessárias sobre o assunto. (SÁ, 1998) afirma que o
auditor localiza, relata a correção dos erros, mas não é sua responsabilidade a
execução da correção. Os erros intencionais ou fraudes podem ser cometidos
para: subtrair mercadorias, matérias-primas, produtos e resíduos; subtrair
dinheiro, subtrair títulos, iludir o fisco, evitando o pagamento de impostos,
dissimular atos sujeitos a penalidades, encobrir falta de terceiros, alterar
3 Normas Brasileira de Contabilidade. NBC T11: Auditoria Independente das Demonstrações
Contábeis
26
resultados para usufruir maiores percentagens em lucros, simular ocorrências,
iludir a opinião de acionistas e autoridades monetárias, etc.
Como se pode observar são vários os objetivos para cometerem fraudes
nas empresas, por isso se exige do auditor muita competência, astúcia e
ceticismo, para que, ao deparar com possíveis sinais de fraudes, tenha a
capacidade de desmascará-las.
Diante disso, pode-se afirmar que alguns setores ou atividades dentro
das empresas são particularmente passíveis de fraudes e erros merecem
especial atenção do auditor no que se refere à verificação dos controles
internos e a possíveis indícios de esquemas a saber:
Setor financeiro: O caixa, bancos, contas a pagar e a receber, merecem
uma averiguação minuciosa quanto a repetitivos endossos de cheques,
reclamações de clientes que afirmam estar sendo cobrados indevidamente,
pagamentos de fornecedores em duplicidade, saldos de contas contábeis
antigos e sem movimentação, documentos suspeitos e que pareçam ser
forjados ou ter sofrido adulterações, etc.
Almoxarifado: Especial atenção em relação a ajustes em demasia e
diferenças em contagens de estoques, ítens de inventário que pareçam não
estar sendo movimentados há algum tempo, interesses particulares de
funcionários nas contagens de estoques, etc.
Compras: Relacionamento com fornecedores são extremamente difíceis
de controlar, pois o esquema de fraude pode efetuar-se mediante repasse de
recursos para contas bancárias do fraudador, ou até mesmo em dinheiro,
como também pode ocorrer por meio de privilégios e presentes desconhecidos
pela empresa, etc.
Vendas: Podem ocorrer situações de descontos e prazos não usuais,
concessão de créditos indevidos, etc; Os setores e atividades descritos acima
normalmente são cenários de fraudes que beneficiam funcionários das
27
empresas. No entanto também podem, e o auditor deve ficar bastante alerta
para isso, ocorrer situações de esquemas montados para o beneficiamento da
empresa, nos quais normalmente o prejudicado é o fisco. Nesse caso, a
auditoria precisa ser muito cuidadosa, possuir conhecimento profundo do
negócio do cliente e da legislação, para se certificar de que os procedimentos
contábeis utilizados estão em conformidade com os princípios fundamentais de
contabilidade e a legislação pertinente.
Um ponto a ser considerado no sentido de se aprimorar o trabalho do
auditor na detecção de fraudes pode ser o da utilização de outros
conhecimentos.
Tal posicionamento gera opiniões divergentes, uma vez que a fraude
não é o objeto precípuo da auditoria, mas por outro lado, no momento atual, na
tentativa de manutenção e expansão de mercados, esse trabalho pode vir a
agregar valor à auditoria, merecendo, dessa maneira, estudos mais
aprofundados.
A detecção de fraudes não é tarefa simples de se realizar, até porque
pessoas que esquematizam fraudes normalmente são pessoas muito
inteligentes e que tentam preservar-se de quaisquer suspeita, utilizando-se,
para tal fim, de vários meios, inclusive as facilidades que a tecnologia trás. Em
contrapartida a detecção do erro, é mais simples, porque o erro vem sempre
seguido de falhas, ficando evidente que houve o erro devido à ignorância por
parte de quem efetuou ou desenvolveu.
28
3.2 A Responsabilidade do Trabalho do Auditor
Ao se deparar com a auditoria, a primeira idéia que se transmite é a de
que o auditor é aquela pessoa que irá descobrir falcatruas, desvendar
esquemas de corrupção, apropriação indébita e malversação de recursos.
A grande maioria da sociedade não conhece as verdadeiras
responsabilidades do auditor, não sabe realmente qual a finalidade da
auditoria, gerando às vezes insatisfações e questionamentos em relação ao
trabalho executado.
Dessa forma, entende-se que a auditoria, quando exercida com
competência e seriedade, estará contribuindo para uma boa gestão tanto
empresarial como pública. Assim sendo, é necessária, que se reflita
profundamente quanto ao papel do auditor, sua obrigação atual e metas que
deseja atingir, mas, acima de tudo, do que não se pode prescindir, nesta
profissão, é do exercício da responsabilidade social (FRANCO, MARRA, 2001).
3.2.1 Crises nas Empresas
É quase perceptível, e temos vivenciado, que a situação da maioria das
empresas, apresenta como principal característica comum à necessidade de
reorientação institucional - quanto a seu próprio papel -, conceitual - novos
enfoques de Auditoria, utilidade social etc - e, em especial, o diagnóstico,
também comum, sobre a necessidade de aperfeiçoamento técnico de seus
auditores face a estes novos compromissos institucionais.
Por sua própria natureza, a auditoria operacional não substitui a
capacidade de julgamento do administrador, embora possa fornecer-lhe
informações que o auxiliem no processo de tomada de decisões. O objetivo do
29
auditor é aumentar os conhecimentos das equipes nas empresas,
especificamente em matéria de eficiência das atividades.
3.2.2 Irregularidades com a Previdência Social
O desenvolvimento dos trabalhos de auditoria, nesta área, está
dimensionado para atender aos objetivos básicos do trabalhador.
A auditoria vai analisar a eficiência e a segurança dos sistemas de
controle existentes no Departamento Pessoal e verificar os procedimentos
adotados pela Empresa, face às determinações previstas pela legislação
previdenciária e trabalhista.
A fraude e a corrupção na administração é um assunto interessante que
está discutido de maneira bem simples e prática.
Neste sentido, a fraude e a corrupção podem ameaçar a equilíbrio de
um sistema.
Conceitualmente, fraude é o comportamento em que há enganos com
embustes, mentiras e artimanhas, e corrupção oferecer ou extrair vantagens
ilícitas nas práticas de atos que ferem a moral e a ética. A corrupção constitui
crime qualificado, punível pela Lei Penal (Código Penal, arts. 218, 271 e 272).
Assim, a corrupção pode ser ativa ou passiva.
Nesse caso, as empresas que deixam de recolher à Secretaria da
Receita Previdenciária (SRP) as contribuições descontadas dos salários de
seus empregados ou prestadores de serviços cometem crime de apropriação
indébita, previsto no Código Penal Brasileiro. Também a falta de recolhimento,
ao INSS, dos valores retidos de terceiros, ou de contribuições devidas sobre a
comercialização de produtos rurais, caracterizam o mesmo delito.
Entre esses valores, está a retenção dos 11%, feita pela empresa sobre
notas fiscais de serviços executados através de cessão de mão-de-obra ou
30
trabalho temporário. A alíquota é aplicada sobre o valor bruto da nota fiscal e
deve ser recolhida até o dia 2, do mês seguinte àquele em que houve a
emissão do documento.
Outra retenção (obrigatória desde abril de 2003) é aquela descontada
pelas empresas dos contribuintes individuais que lhes prestam serviço,
conhecidos como autônomos. O valor e o prazo para o recolhimento são os
mesmos: alíquota de 11%, e recolhimento no dia 2 do mês seguinte ao serviço
prestado pelo autônomo.
A Apropriação de contribuição previdenciária indébita é crime e as
Empresas infratoras podem ser penalizadas com multas e prisões.
Ao chegar à empresa e constatar a ocorrência da apropriação indébita,
o auditor fiscal formaliza a representação fiscal para fins penais, que é
encaminhada ao Ministério Publico Federal, a quem compete apresentar
denúncia e encaminhar ao Judiciário. Mas, no caso de o recolhimento das
contribuições ser feito depois do início da ação fiscal, mas antes do
oferecimento da denúncia, é facultado ao juiz deixar de aplicar a pena, ou
aplicar somente a multa, se o autor for primário e possuir bons antecedentes.
Se a empresa não providenciar o recolhimento até o término da
auditoria previdenciária, o débito será lançado por meio de notificação fiscal,
independente do encaminhamento da representação fiscal ao Ministério
Público. Depois de esgotado o prazo para a quitação, e não sendo acertada a
dívida, o processo é encaminhado à Procuradoria Federal, para inscrição no
cadastro ativo de devedores da Previdência Social4.
4 AgPrev – Agência de Notícias da Previdência Social. Disponível em:
<http://www.previdenciasocial.com.br/agprev>. Acesso em 18 abril 2006.
31
3.3 Controles Internos da Área de Recursos Humanos
Segundo CHIAVENATO (1998), antes de elaborar o plano ou programa
que guiará os trabalhos de Auditoria é necessário observar como se encontram
os controles da empresa. Quanto melhor o controle, mais segurança para o
trabalho; Quanto menor o controle, mais cuidado será exigido na execução das
tarefas.
O Controle Interno de uma empresa é definido como um plano de
organização e o conjunto de métodos e medidas adotados pela empresa para
proteger seu patrimônio, verificar a exatidão e o grau de confiança de seus
dados contábeis, bem como promover a eficiência operacional. A grande
relevância do controle interno é que precisa possuir qualidade, já que uma de
suas funções é a de prevenção contra erros e fraudes.
Ao avaliar os controles internos da empresa, o Auditor utiliza questionários que
podem servir de roteiro para a realização dessa tarefa.
As empresas preocupadas com implantação e manutenção de
programas de educação continuada, cargos e salários dos seus funcionários,
constante conscientização da importância das tarefas que eles desenvolvem
dentro da instituição terão funcionários mais motivados, mais ativos, éticos e
colaboradores do processo de gestão, assegurando, desta maneira, a
eficiência e eficácia dos controles internos.
Os Controles Internos na área de Recurso Humanos são responsáveis
por:
Contratação de Funcionários;
Controle das Horas Extras e Suas Implicações;
Salário, Reajuste Salário e Aumento Salarial;
Folha de Pagamento e Descontos;
32
INSS, FGTS, IRRF, Férias, 13º Salário e Rescisões;
Segurança e Medicina do Trabalho;
PPP - Laudos Técnicos Exigidos;
Aposentadoria Especial.
3.3.1 A Auditoria de Recursos Humanos
A Auditoria de Recursos Humanos tem como finalidade constatar
irregularidades, orientar e prevenir, para que as empresas não tenham
surpresas desagradáveis quando da presença dos agentes fiscais do trabalho,
além de evitar pagamentos incorretos ou indevidos (CHIAVENATO, 1998).
3.4 Avaliação dos Controles Internos na Área de Auditoria
Considerando as avaliações dos controles internos, feitas por uma área
de Auditoria, que não tenha uma visão de processo, é comum o Auditor Interno
ser visto, pelo auditado, como alguém que vai se intrometer no trabalho
desenvolvido por sua área, dando sugestões e opiniões sobre assuntos que
ele desconhece, que por muitas vezes irão prejudicar ou tornar mais moroso o
procedimento exercido, sem qualquer razão aparente ou ganho compensatório.
Criticar o trabalho exercido por terceiros, é uma tarefa árdua, uma vez
que ninguém gosta de ter sua função ou procedimento questionados. As
pessoas, por autodefesa, têm a tendência a contestar possíveis mudanças em
seu trabalho, por considerar que qualquer alteração no seu “dia a dia”, vai estar
afetando diretamente a sua performance, exigindo uma nova adaptação ou
interação, de algo que já está totalmente absorvido e, pelo menos em sua
opinião, vem se mostrando eficaz.
33
Por ser alguém totalmente independente ao processo, o auditor é
obrigado a conhecer os procedimentos e controles adotados, o que,
dependendo da forma e abrangência aplicadas, poderá representar uma
parceria junto ao auditado uma relação desgastante e nociva à conclusão da
eficácia do processo. Cabe ao auditor tornar claro o objetivo de seu trabalho
mostrando ao auditado a importância de sua colaboração para a obtenção de
um resultado que agregue valor ao processo auditado. A partir daí, pode-se
observar claramente a evolução do trabalho desenvolvido pelo auditor na a
avaliação dos Controles Internos.
Em uma Auditoria com um enfoque meramente operacional, o auditor
levanta os procedimentos exercidos pela área auditada, pensando em
identificar possíveis pontos de controle no processo e a melhor forma de testar
a sua conformidade, verificando se aquilo representa efetivamente o que é
feito no processo e quais as possíveis sugestões para sua melhoria. O auditor
concentra seus esforços em identificar problemas e apontar sugestões para
sua correção (SÁ, 2002).
Sendo assim, o processo de Auditoria eficaz, permite que o auditor
transmita à área auditada, quais os verdadeiros ganhos agregados com suas
possíveis sugestões de melhoria, principalmente por demonstrar que sua
participação na conclusão e definição destas sugestões foi essencial ao
processo, possibilitando que rotinas morosoas ou desqualificadas sejam
eliminadas e os problemas sanados (VIDAL, 2002).
34
3.5 Auditoria X Corrupção
O Brasil é um dos países menos auditados do mundo. A Ernest &
Young, uma das principais e maiores empresas no ramo em todo o mundo,
levantou alguns números interessantes sobre a relação entre o número de
habitantes e a quantidade de auditores, parâmetro para medir o percentual do
trabalho de auditoria em cada país. A Argentina possui 13.205 habitantes por
auditor, o Chile, 8.711. Na Alemanha são 4.558 habitantes por auditor, na
França, 4.310 e nos Estados Unidos, 2.327. Alguns países mostram números
ainda mais significativos, como o Canadá, com 1.508 habitantes, a Inglaterra,
com 1.316, ou ainda a Holanda, com 899 habitantes por profissional.
Pode-se evitar ou eliminar o risco de fraudes e de erros nas
organizações com o trabalho do auditor. O Brasil possui apenas um auditor
para 24.615 habitantes! Talvez tivéssemos menos corrupção em nosso país se
estes números fossem diferentes.
Espera-se que essa visão possa trazer aos empresários e a todos os
usuários do trabalho de Auditoria uma percepção mais apurada da atividade
desenvolvida e de sua importância, não apenas como promotora de uma ação
específica, mas no acompanhamento da saúde dos controles organizacionais.
3.6 As Perspectivas da Auditoria para o Novo Milênio
Segundo SÁ (2002), a Auditoria econômica, cultural e social pela qual
atravessa o Brasil, enseja um mudança no perfil e políticas empresariais nas
empresas, tanto privadas como públicas. Vive-se hoje, o momento das
Auditorias, momento este definido não pela onda de fusões, privatizações e
escândalos financeiros, mas também pela necessidade de mais controle e
planejamento empresarial. A Auditoria vem galgando espaços junto às
35
entidades, num processo natural de reconhecimento do seu valor e de
crescente domínio da cidadania. Atualmente os auditores buscam
agregar mais fatores de confiança ao conhecimento do negócio da empresa.
Esta é uma profissão que vem crescendo muito em nosso país, cabendo aos
profissionais da contabilidade se especializarem nesta área, visando agregar
maior valor em seu currículo e na sua formação.
Partindo de sondagens sérias e numa perspectiva de futuro, será
necessário:
Voltar atenção para as pessoas
Independência financeira e administrativa
Treinamento continuado
Uso da Empatia. Aprimorar o cuidado e o zelo
Consolidação da multidisciplinariedade
Ênfase na fase do acompanhamento
Conviver com dilema: Recursos Limitados X Necessidades
Crescentes
Quantidade X Qualidade dos Exames
Instituir as Normas de Auditoria Governamental Brasileira
36
CONCLUSÃO
No estudo realizado buscou-se verificar a importância da Auditoria
Trabalhista e Previdenciária como ferramenta importante no desenvolvimento
profissional, pois ao elaborarem um trabalho científico com competência, os
Auditores utilizam-se dos conhecimentos adquiridos para a manutenção da
saúde ocupacional, para a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores e
para a redução de custos, riscos e fraudes na área trabalhista.
Em vista do exposto, pode-se concluir que, a Auditoria Trabalhista e
Previdenciária evita passivo oculto, examina operações trabalhistas, direitos e
deveres dos empregados e dos empregadores, além de emitir parecer com
possíveis irregularidades e identificar caminhos para a melhoria da situação
atual. Ela desempenha um papel de fundamental importância, pois identifica
fraudes, procedimentos irregulares, direcionando a sociedade à adoção de
métodos seguros, de retorno financeiro, corrigindo e prevenindo eventuais
dissabores.
Sendo assim, o profissional Auditor que atua na área Trabalhista não
pode descuidar-se de sua permanente atualização e reciclagem, procurando
manter-se atualizado, tanto nas modificações que ocorrerem na área contábil,
como na Legislação Trabalhista e Direito Processual.
37
BIBLIOGRAFIA
www.previdenciasocial.com.br/agprev, AgPrev – Agência de Notícias da Previdência Social. Acesso em 18 abril 2006.
ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: Um Curso Moderno e Completo. São Paulo: Atlas, 1996.
ATTIE, Willian. Auditoria: Conceitos e Aplicações. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 1998.
CEPAA. Guia de Orientação 1999. Documento guia para a responsabilidade social 8000.
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos. 5ª. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
FRANCO, H., MARRA. E. Auditoria Contábil. 4. ed., São Paulo: Atlas, 2001.
GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2002
HOLMES, A.W. Auditoria: Princípios y Procedimentos, México, U.T.E.H.A., 1968.
IBRACON, 1994 – IBRACON - Instituto Brasileiro de Contadores. Princípios Contábeis. São Paulo: Atlas, 1994
MAUTZ, R.K. - "Princípios de Auditoria'; São Paulo, editora Atlas, 4a. ed. 1987.
Normas Brasileira de Contabilidade. NBC T 11: Auditoria Independente das demonstrações contábeis.
OLIVEIRA, Marco Antônio L. de. SA 8000: o modelo ISO 9000 aplicado à responsabilidade social. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002
RUIZ, João Álvaro. Metolologia Cientifica, Guia para Eficiência nos Estudos. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 2002.
SÁ, Antônio Lopes de. Curso de Auditoria. 10ª ed. São Paulo: Atlas, 2002.
http://www.sebrae.com.br/, SEBRAE Nacional – SEPN. Acesso em: 18 abril 2006.
VIDAL, Sérgio. Auditoria de Processos. 1ª ed. Impetus, 2002.
38
ANEXO I
NORMAS PROFISSIONAIS DO AUDITOR INTERNO – NBC P3
O Instituto dos Auditores Internos do Brasil preparou no início de sua gestão
um plano estratégico contendo alguns dos objetivos e metas de grande importância
para a entidade e seus associados, particularmente no aspecto da capacitação
profissional do auditor interno.
Para atingir esses objetivos são estabelecidas normas para Exercício
Profissional da Auditoria Interna. São elas:
COMPETÊNCIA TÉCNICO-PROFISSIONAL
O Contador, na função de auditor interno, deve manter o seu nível de
competência profissional pelo conhecimento atualizado das Normas Brasileiras de
Contabilidade, das técnicas contábeis, especialmente na área de auditoria, da
legislação inerente à profissão, dos conceitos e técnicas administrativas e da
legislação aplicável à Entidade.
AUTONOMIA PROFISSIONAL
O auditor interno, não obstante sua posição funcional, deve preservar sua
autonomia profissional.
RESPONSABILIDADE DO AUDITOR INTERNO NA EXECUÇÃO DOS TRABALHOS
O auditor interno deve ter o máximo de cuidado, imparcialidade e zelo na
realização dos trabalhos e na exposição das conclusões.
A amplitude do trabalho do auditor interno e sua responsabilidade estão
limitadas à sua área de atuação.
A utilização da equipe técnica supõe razoável segurança de que o trabalho
venha a ser executado por pessoas com capacitação profissional e treinamento
requeridos nas circunstâncias.
Cabe também ao auditor interno, quando solicitado, prestar assessoria ao
Conselho Fiscal ou Órgãos equivalentes.
RELACIONAMENTO COM PROFISSIONAIS DE OUTRAS ÁREAS
39
O auditor interno pode realizar trabalhos de forma compartilhada com
profissionais de outras áreas, situação em que a equipe fará a divisão de tarefas
segundo a habilitação técnica e legal dos seus participantes.
SIGILO
O auditor interno deve respeitar o sigilo relativamente às informações obtidas
durante o seu trabalho, não as divulgando para terceiros, sob nenhuma circunstância,
sem autorização expressa da Entidade em que atua.
O dever de manter o sigilo continua depois de terminado o vínculo
empregatício ou contratual.
COOPERAÇÃO COM O AUDITOR INDEPENDENTE
O auditor interno, quando previamente estabelecido com a administração de
Entidade em que atua, e, no âmbito de planejamento conjunto de trabalho a realizar,
deve apresentar os seus papéis de trabalho ao auditor independente e entregar-lhe
cópias, quando este entender necessário.
CONCEITUAÇÃO E DISPOSIÇÕES GERAIS
CONCEITUAÇÃO E OBJETIVOS DA AUDITORIA INTERNA
A auditoria interna constitui o conjunto de procedimentos técnicos que tem por
objetivo examinar a integridade, adequação e eficácia dos controles internos e das
informações físicas, contábeis, financeiras e operacionais da Entidade.
A auditoria interna é de competência exclusiva de Contador registrado em
Conselho Regional de Contabilidade, nesta norma denominado auditor interno.
PROCEDIMENTOS DA AUDITORIA INTERNA
Os procedimentos de Auditoria Interna são os exames, incluindo testes de
observância e testes substantivos, que permitem ao auditor interno obter provas
suficientes para fundamentar suas conclusões e recomendações.
Os testes de observância visam a obtenção de uma razoável segurança de
que os controles internos estabelecidos pela administração estão em efetivo
funcionamento, inclusive quanto ao seu cumprimento pelos funcionários da Entidade.
40
Os testes substantivos visam à obtenção de evidência quanto à suficiência,
exatidão e validade dos dados produzidos pelos sistemas de informações da
Entidade.
As informações que fundamentam os resultados da Auditoria Interna são
denominadas de "evidências", que devem ser suficientes, fidedignas, relevantes e
úteis, de modo a fornecerem base sólida para as conclusões e recomendações.
PAPÉIS DE TRABALHO
Os papéis de trabalho são o conjunto de documentos e apontamentos com
informações e provas coligidas pelo auditor interno que consubstanciam o trabalho
executado.
FRAUDE E ERRO
O termo "fraude" aplica-se a atos voluntários de omissão e manipulação de
transações e operações, adulteração de documentos, registros, relatórios e
demonstrações contábeis, tanto em termos físicos quanto monetários.
O termo "erro" aplica-se a atos involuntários de omissão, desatenção,
desconhecimento ou má interpretação de fatos na elaboração de registros e
demonstrações contábeis, bem como de transações e operações da Entidade, tanto
em termos físicos quanto monetários.
O auditor interno deve assessorar a administração no trabalho de prevenção
de erros e fraudes, obrigando-se a informá-la, de maneira reservada, sobre quaisquer
indícios ou confirmações de erros ou fraudes detectados no decorrer de seu trabalho.
NORMAS DE EXECUÇÃO DOS TRABALHOS
PLANEJAMENTO DA AUDITORIA INTERNA
O planejamento do trabalho de Auditoria Interna compreende os exames
preliminares da Entidade, para definir a amplitude do trabalho a ser realizado de
acordo com as diretivas estabelecidas pela administração.
O planejamento deve considerar todos os fatores relevantes na execução dos
trabalhos, especialmente os seguintes:
41
a) o conhecimento detalhado dos sistemas contábil e de controles internos da
Entidade e seu grau de confiabilidade;
b) a natureza, oportunidade e extensão dos procedimentos de auditoria interna a
serem aplicados;
c) a existência de Entidades associadas, filiais e partes relacionadas que estejam no
âmbito dos exames da auditoria interna;
d) o uso do trabalho de especialistas e outros auditores;
e) os ciclo operacionais da Entidade relacionados com volume de transações e
operações;
f) o conhecimento das atividades operacionais da Entidade, como suporte para a
análise eficaz dos procedimentos e sistemas de Contabilidade de Custos que estão
sendo aplicados para acompanhar e controlar o uso e o consumo de recursos,
visando verificar a existência de desvios em relação às rotinas preestabelecidas;
g) o conhecimento da execução orçamentária, tanto operacional como de
investimentos, no sentido de verificar a exatidão de apropriação dos valores, se os
desvios estão sendo controlados e se as conseqüentes ações corretivas estão sendo
aplicadas.
O auditor interno deve documentar seu planejamento e preparar, por escrito, o
programa de trabalho, detalhando o que for necessário à compreensão dos
procedimentos que serão aplicados, em termos de natureza, oportunidade e extensão.
Os programas de trabalho, estruturados de forma a servir como guia e meio de
controle, devem ser revisados e ou atualizados quando necessário.
APLICAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA INTERNA
O auditor interno deve obter, analisar, interpretar e documentar as informações
físicas, contábeis, financeiras e operacionais para dar suporte aos resultados de seu
trabalho.
O processo de avaliação das informações contábeis compreende:
a) a obtenção de informações sobre todos os assuntos relacionados com os objetivos
e alcance da auditoria interna. As informações devem ser suficientes, adequadas,
relevantes e úteis no fornecimento de evidências às conclusões e recomendações da
auditoria interna:
42
1. a informação suficiente é factual e convincente, de tal forma que uma pessoa
prudente e informada possa entendê-la da mesma forma que o auditor interno;
2. a informação adequada é aquela que, sendo confiável, propicia a melhor evidência
alcançável através do uso apropriado das técnicas de Auditoria Interna;
3. a informação relevante é a que dá suporte às conclusões e recomendações da
Auditoria Interna;
4. a informação útil é a que auxilia a Entidade a atingir suas metas.
b) a aplicação dos procedimentos de Auditoria Interna, incluindo os testes e técnicas
de amostragem, e, onde praticável, deve ser definida antecipadamente e ampliada ou
alterada se as circunstâncias assim o exigirem.
O processo deve ser supervisionado para alcançar razoável segurança de que
o objetivo do trabalho da Auditoria Interna está sendo atingido.
O auditor interno deve adotar procedimentos adequados para assegurar-se
que todas as contingências ativas e passivas relevantes decorrentes de processos
judiciais, reivindicações e reclamações, bem como de lançamentos de tributos e de
contribuições em disputa, foram identificadas e são do conhecimento da
administração da Entidade.
O auditor interno deve examinar a observância das legislações tributária,
trabalhista e societária, bem como o cumprimento de normas reguladoras a que
estiver sujeita a Entidade.
DOCUMENTAÇÃO DA AUDITORIA INTERNA
O auditor interno deve documentar, através de papéis de trabalho, todos os
elementos significativos dos exames realizados, que evidenciem ter sido a Auditoria
Interna executada de acordo com as normas aplicáveis.
Os papéis de trabalho devem ter abrangência e grau de detalhe suficientes
para propiciarem a compreensão do planejamento, da natureza, da oportunidade e
extensão dos procedimentos de Auditoria Interna aplicados, bem como do julgamento
exercido e do suporte das conclusões alcançadas.
Os papéis de trabalho devem ser elaborados, organizados e arquivados de
forma sistemática e racional.
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Ao se utilizar de análises, demonstrações ou quaisquer outros documentos, o
auditor interno deve certificar-se de sua exatidão, sempre que integrá-los aos seus
papéis de trabalho.
AMOSTRAGEM ESTATÍSTICA
Ao determinar a extensão de um teste de Auditoria Interna de método de
seleção dos itens a serem testados, o Auditor interno pode empregar técnicas de
amostragem estatística.
PROCESSAMENTO ELETRÔNICO DE DADOS – PED
O auditor interno deve dispor de conhecimento suficiente dos recursos de
PED e dos sistemas de processamento da Entidade, a fim de avaliá-los e planejar
adequadamente seu trabalho.
O uso de técnicas de Auditoria Interna que demande o emprego de recursos
de PED, requer do auditor interno domínio completo, de forma a implementar os
próprios procedimentos ou, se for o caso, orientar, supervisionar e revisar os trabalhos
de especialistas.
NORMAS RELATIVAS AO RELATÓRIO DO AUDITOR INTERNO
O relatório é o instrumento técnico pelo qual o auditor interno comunica os
trabalhos realizados, suas conclusões, recomendações e as providências a serem
tomadas pela administração.
O relatório deve ser redigido com objetividade e imparciabilidade, de forma a
expressar claramente os resultados dos trabalhos realizados.
O relatório do auditor interno é confidencial e deve ser apresentado ao superior
imediato ou pessoa autorizada que o tenha solicitado.
O auditor interno deve, no seu relatório, destacar, quando for o caso, as áreas
não examinadas, informando os motivos pelos quais não as contemplou.