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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU” ERNANI PEDRO ZIMMERMANN DE OLIVEIRA MATRÍCULA – K217250 TURMA – K198 GESTÃO DE MATERIAIS – PRESTAÇÃO DE CONTAS ANUAL E COMISSÃO DE CONFERÊNCIA FINAL DE EXERCÍCIO Rio de Janeiro Março de 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

ERNANI PEDRO ZIMMERMANN DE OLIVEIRA

MATRÍCULA – K217250

TURMA – K198

GESTÃO DE MATERIAIS – PRESTAÇÃO DE CONTAS ANUAL E

COMISSÃO DE CONFERÊNCIA FINAL DE EXERCÍCIO

Rio de Janeiro

Março de 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

ERNANI PEDRO ZIMMERMANN DE OLIVEIRA

GESTÃO DE MATERIAIS – PRESTAÇÃO DE CONTAS ANUAL E

COMISSÃO DE CONFERÊNCIA FINAL DE EXERCÍCIO

Monografia apresentado como

requisito parcial à obtenção do

grau de pós-graduação em Gestão

Pública pela Universidade Candido

Mendes “A Vez do Mestre”

Orientador Professor – WILLIAM ROCHA

Rio de Janeiro

Março de 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

GESTÃO DE MATERIAIS – PRESTAÇÃO DE CONTAS ANUAL E

COMISSÃO DE CONFERÊNCIA FINAL DE EXERCÍCIO

Monografia apresentado como

requisito para a obtenção do grau de

pós-graduação em Gestão Pública

pela Universidade Candido Mendes

“A Voz do Mestre”

Data de entrega: ___ /___ /_____

Nota de avaliação:____________

Data da aprovação: ___ /___ /___

__________________________________________________

Ernani Pedro Zimmermann de Oliveira

Matrícula n° K217250 – Turma nº K198

Pós-Graduando

__________________________________________________

Professor William Rocha

Orientador

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a meus pais Ernani Barreto de Oliveira e Yolanda

Zimmermann de Oliveira, que me deram forças para chegar onde eu

cheguei até hoje. Obrigado aos dois, hoje posso dizer que realizei um grande

sonho.

A minha mulher Marilene Neves de Oliveira, que não mediu esforços em me

ajudar nesta longa jornada. Agradeço também a minha filha Dayane

Zimmermann de Oliveira, que acreditou em mim e muito me apoiou.

Também agradeço a minhas irmãs Sueli Regina Zimmermann Oliveira

Leite e Anna Karolina Zimmermann Madureira, pelo incentivo que me

deram.

A todas as pessoas que, diretamente ou indiretamente contribuíram de

alguma forma, para a realização desse trabalho.

E por fim aos professores Willian Rocha e Jorge Vieira, que me ajudaram e

souberam me orientar durante o desenvolvimento deste trabalho.

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Dedico este trabalho com todo carinho à Marilene

Neves de Oliveira pela ajuda, esforço, apoio e também

pelas noites perdidas ajudando-me na feitura deste.

Ofereço minha sincera gratidão, pedindo a DEUS que

nos abençoe e preserve para sempre este vínculo de

amor, carinho e solidariedade.

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“Acredite é hora de vencer essa força vem de

dentro de você, você pode até tocar o céu se

crer.

Acredite que nenhum de nós já nasceu com jeito

pra super-herói,

Nossos sonhos a gente é quem constrói,

È vencendo o limite, escalando as fortalezas,

Conquistando o impossível pela fé.

Campeão, vencedor, DEUS dá asas faz teu vôo.

Campeão, vencedor, Esta fé que te faz

imbatível te mostra o teu valor.

Campeão!”

Música “campeão” da cantora Jamile

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RESUMO

O assunto escolhido para o presente trabalho, trata-se sobre a gestão

de materiais – prestação de contas anual e comissão de conferência final de

exercício, em especial na UNIRIO onde trabalho, que é o estudo das

atividades de gestão de materiais auferido pela administração após o

encerramento do exercício. A verificação dos saldos de estoque, das

entradas e saídas no Almoxarifado e Patrimônio (bens móveis), bem como a

atualização e conciliação dos registros do Sistema de Controle de Materiais e

Patrimônio e os contábeis constantes do Sistema Integrado de Administração

Financeira do Governo Federal – SIAFI. Também faz parte destas atividades

a verificação do estado de conservação dos materiais, o subsidio, a Tomada

e a Prestação de Contas Anual e subordinação desta à comissão de

conferência de almoxarifado e patrimônio nomeada por portaria própria.

Veremos o controle, a execução físico/financeira e a prestação de contas

com todos os dados e informações dês de a sua origem até seu destino final

(nos casos de pronto consumo) ou a verificação física e dos saldos de

estoque no Almoxarifado. Como realização da pesquisa, tivemos o cuidado

de, além das pesquisas usuais na grande rede, realizar um diagnóstico na

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO, Órgão onde

trabalho há mais de 16 anos como Almoxarife.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................... 10

2. CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE ADMINISTRAÇÃO

CONVERGÊNCIAS E DIFERENÇAS ENTRE A GESTÃO PÚBLICA E A

GESTÃO PRIVADA.................................................................................. 11

2.1. Conceitos básicos ............................................................................. 11

2.1.1. Administração como Ação ....................................................... 13

2.1.2. Administração como um Grupo de Pessoas ............................

15 2.1.3. Administração como uma Arte que exige certas habilidades .. 17

2.1.4. Administração como uma Disciplina. ....................................... 18

2.1.5. Administração hoje .................................................................. 19

2.1.6. O contexto próprio da Administração Pública. ......................... 20

2.1.7. Convergências e Divergências entre a Gestão Pública e Privada

..................................................................................................... 22

2.2. Administração pública: do modelo racional-legal ao paradigma pós-

burocrático. ....................................................................................... 23

2.2.1. A evolução dos modelos de gestão na Administração Pública

.................................................................................................... 23

2.2.2. As três formas de Administração Pública ............................... 27

2.2.2.1. Administração Pública Patrimonialista ......................... 27

2.2.2.2. Administração Pública Burocrática .............................. 28

2.2.2.3. Administração Pública Gerencial ................................. 32

2.3. Estruturação da máquina administrativa no Brasil desde 1930:

dimensões estruturais e culturais. .................................................... 34

2.3.1. Breve Histórico da Administração Pública no Brasil ............... 34

2.3.1.1. A Reforma do DASP .................................................... 34

2.3.1.2. Rumo à Administração Gerencial ................................ 35

2.3.1.3. A Constituição de 1988 ............................................... 37

2.3.1.4. A Reforma da Era FHC ............................................... 39

2.3.1.5. Governo Lula e a busca por um novo modelo de gestão

............................................................................................ 44

2.3.2. Novas modalidades Administrativas no Brasil ........................ 45

2.3.2.1. Agências Reguladoras ................................................. 45

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2.3.2.2. Contrato de Gestão ....................................................... 45

2.3.2.3. Agências Executivas ..................................................... 46

2.3.2.4. Ministério supervisor. .................................................... 46

2.3.2.5. Organizações Sociais ................................................... 47

2.3.2.6. Organizações da Sociedade Civil de Interesse Coletivo –

OSCIP ................................................................................. 47

2.4. Estratégia organizacional (planejamento estratégico)....................... 48

2.4.1. O Processo de Planejamento ................................................. 48

2.4.1.1. Planos Funcionais ......................................................... 51

2.4.1.2. Planos Operacionais ..................................................... 52

2.4.1.3. Administração Estratégica (ou Gestão Estratégica) ..... 53

2.4.1.4. Planejamento Estratégico. ............................................ 53

2.4.2. Fases na Elaboração do Planejamento Estratégico ............... 54

2.4.2.1. Análise da Situação Atual ............................................. 55

2.4.2.2. Objetivos ....................................................................... 55

2.4.2.3. Mercados ...................................................................... 57

2.4.2.4. Produtos e serviços ....................................................... 57

2.4.2.5. Vantagens competitivas ................................................ 58

2.4.2.6. Desempenho ................................................................. 58

2.4.2.7. Análise Externa do Ambiente .........................................59

2.4.2.8. Análise Interna Pontos Fortes e Fracos da Organização

............................................................................................. 61

2.5. Estrutura organizacional. .................................................................. 65

2.5.1. Modelos de Organização ........................................................ 65

2.5.2. Divisão do Trabalho ............................................................... .66

2.5.3. Autoridade .............................................................................. 67

2.5.4. Departamentalização .............................................................. 69

3. CONHECENDO O SIAFI ........................................................................ 74

4. DO DIAGNÓSTICO DA UNIRIO ............................................................. 75

4.1. DO HISTÓRICO DA UNIRIO ............................................................ 75

4.2. DA GESTÃO DE MATERIAIS APLIACADA NA UNIRIO .................. 76

4.2.1. Dos procedimentos de atendimento ao solicitante .................. 76

4.3. Dos procedimentos de aquisição de materiais ................................. 77

4.3.1. Da aquisição de materiais permanentes ..................................

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4.3.2. Da aquisição de meterias de consumo em estoque ................ 78

4.3.3. Da aquisição imediata de materiais de consumo (suprimento de

fundos) ........................................................................................ 79

4.3.3.1. Da Autorização para Utilização dos Recursos .............. 79

4.3.3.2. Da Aquisição de Materiais de Consumo com CPGF .... 80

4.4. Do Recebimento dos Materiais ......................................................... 80

4.5. Do Registro de Materiais no SS/AlmoC ............................................ 82

4.6. Da distribuição dos materiais entre os setoriais de almoxarifado ..... 83

4.7. DO PAGAMENTO DA DESPESA ..................................................... 83

5. Da Prestação de Contas Final de Exercício ............................................ 84

5.1. Da Comissão de Conferência Almoxarifado e Patrimônio ................ 84

5.2. Dos Apontamentos e Problemas Encontrados ................................. 85

6. CONCLUSÃO .......................................................................................... 88

Referências Bibliográfica .............................................................................. 89

LEGISLAÇÃO APLICADA ............................................................................ 90

ANEXOS ....................................................................................................... 91

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1. INTRODUÇÃO

Como tema desta monografia, escolhemos “Gestão de Materiais –

Prestação de Contas Anual e Comissão de Conferência Final de Exercício”.

Veremos também alguns procedimentos de gestão desenvolvidos pela

UNIÂO e também analisaremos os procedimentos de Gestão de Materiais

desenvolvidos na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro –

UNIRIO, Órgão onde trabalho a mais de 17 anos como Almoxarife.

Abordaremos assuntos como: recebimento, guarda e distribuição dos

materiais (bens duráveis, materiais de consumo imediato ou não) aos

solicitantes, usuários finais que os consomem. Veremos como é realizada a

coordenação, o controle, o processo de recebimento de material verificando

através dos processos as especificações dos itens entregues, a tomada de

providências em caso de irregularidades, como deve ser fisicamente o

espaço para armazenamento dos materiais dando uma atenção especial a

materiais perecíveis ou de certo grau de periculosidade, itens de fiscalização

por parte da Comissão de Conferência de Almoxarifado e Patrimônio.

Veremos também como se realiza mensalmente o levantamento dos

bens existentes no almoxarifado, elaborando o inventário do estoque e se

assegurando de controle rígido do mesmo, com controle de consumo médio e

dos cálculos das demandas futuras.

Veremos qual o objetivo dos setores encarregados da fiscalização dos

saldos de estoque no acervo de materiais bem como da conciliação dos

registros do Sistema Informatizado de Controle de Materiais e os contábeis

constantes do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo

Federal – SIAFI, a verificação do estado de conservação dos materiais e cujo

relatório subsidiará a Tomada e Prestação de Contas Anual do Órgão.

Para a melhor desenvoltura desta monografia, abordaremos assuntos

como a Gestão Administrativa no Serviço Público com a finalidade de

entendermos melhor a metodologia utilizada pela UNIÃO nessa gestão de

materiais, para isso, iremos analisar o conteúdo cuja fonte é a Apostila

Administração Pública, do Professor Carlos Ramos.

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2. CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE ADMINISTRAÇÃO.

CONVERGÊNCIAS E DIFERENÇAS ENTRE A GESTÃO

PÚBLICA E A GESTÃO PRIVADA.

2.1. Conceitos Básicos

Este capítulo tem como objetivo fornecer uma visão geral desse campo

particular do conhecimento humano: a Administração. Trata-se de uma

apresentação preliminar dos principais aspectos ligados ao conceito de

“Administração” e outros semelhantes, tais como “Gestão” e “Gerência”.

Antes de partir para uma definição teórica destes termos, vamos fazer

um pequeno exercício mental. Pensemos por alguns instantes no mundo

atual, que vivemos. Podemos identificar no nosso mundo concreto uma

enorme multiplicidade de empresas, órgãos públicos, organizações não

governamentais, autarquias, fundações, associações, etc. Conseguimos

visualizar e distinguir, com relativo acerto, algumas das atividades que estas

instituições tão diferentes executam no seu dia-a-dia.

O que todas elas têm em comum?

O que têm em comum, por exemplo, uma companhia aérea, um

hospital, uma padaria, uma repartição pública e uma escola comunitária?

Em primeiro lugar podemos denominá-las todas como sendo

organizações humanas.

Em segundo lugar, vamos encontrar algumas semelhanças muito

fortes entre todas estas organizações:

• Todas elas têm objetivos a serem alcançados;

• Para alcançar tais objetivos, realizam certo conjunto de atividades;

Para executar estas atividades, necessitam mobilizar uma determinada

quantidade de recursos (humanos, materiais, tecnológicos, financeiros, etc).

Portanto, podemos perceber que o funcionamento da companhia aérea, do

hospital, da padaria, da repartição pública e da escola comunitária depende

de uma espécie de “arranjo” destas três variáveis: Objetivos, Atividades e

Recursos.

Os objetivos devem ser bem definidos, para serem alcançáveis; as

atividades a serem realizadas devem estar coerentes com os objetivos

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perseguidos; os recursos devem ser suficientes e precisam ser empregados

com sabedoria na execução das atividades.

Essas três variáveis devem ser combinadas de uma forma inteligente;

em outras palavras, devem ser administradas. Podemos pensar agora na

Administração como sendo algo que ocorre no interior das organizações, e

representam um processo de tomar decisões sobre objetivos, atividades e

recursos.

Vimos que a companhia aérea, o hospital, a padaria, a repartição

pública e a escola comunitária podem ser chamadas genericamente de

organizações.

Uma organização é um agrupamento humano em torno de um

determinado objetivo, mobilizando recursos para executar as atividades

necessárias ao alcance deste objetivo. O Administrador é a pessoa (ou

conjunto de pessoas) que toma as decisões sobre a melhor forma de

combinar as três variáveis citadas. Tomar decisões significa basicamente

fazer escolhas:

Que objetivos nossa organização deve perseguir?

Que metas vamos buscar?

Por que buscar determinadas metas e não outras?

Em que prazo nós alcançaremos tais objetivos?

Quais são as atividades necessárias?

Quem vai executar tais atividades?

Em que ordem?

Em que ritmo?

Como fazer tais atividades?

Será preciso mudar as atividades?

Que recursos nós vamos usar?

Onde nós vamos encontrá-los?

Como vamos mantê-los na organização?

Como vamos desenvolvê-los?

Como vamos motivar os membros da organização?

Enfim, como vamos fazer para tomar decisões acertadas sobre as

questões anteriores?

Como evitar erros no processo de tomada de decisão?

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Veja, portanto, que a missão do Administrador não é nada fácil. Vamos

examinar alguns conceitos que a literatura existente sobre Administração nos

apresenta:

“A tarefa da Administração é a de interpretar os objetivos

propostos pela organização e transformá-los em ação

organizacional por meio do planejamento, organização,

direção e controle de todos os esforços realizados em

todas as áreas e em todos os níveis da organização, a fim

de alcançar tais objetivos da maneira mais adequada à

situação” (Idalberto Chiavenato).

“Administração (do latim administratione): I. Ação de

Administrar. II. Gestão de negócios públicos ou

particulares. III. Governo, regência. IV. Conjunto de

princípios, normas e funções que têm por fim ordenar os

fatores de produção e controlar a sua produtividade e

eficiência, para se obter determinado resultado. V. Prática

desses princípios, normas e funções. VI. Função de

administrador; gestão, gerência. VII. Pessoal que

administra; direção” (Novo Dicionário Aurélio).

“Administrar é estabelecer e prescrever a maneira pela

qual as pessoas devem executar o seu trabalho cotidiano”.

(Frederick W. Taylor).

Podemos ainda entender a palavra “Administração” dentro de quatro

acepções distintas:

• Como uma forma de Ação;

• Como um determinado Grupo de Pessoas que dirigem a organização;

• Como uma Arte que exige certas habilidades na sua execução;

• Como uma Disciplina, um campo específico do conhecimento humano.

Vejamos cada uma destas acepções:

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2.1.1. Administração como Ação

Vimos que o processo de administrar se constitui essencialmente na

tomada de decisões, sobre como combinar bem os objetivos, atividades e

recursos, através do planejamento, da organização, da direção e do controle.

Atenção: estes são considerados os quatro processos mais

importantes da Administração:

Planejamento – processo de definir previamente os objetivos, as

atividades e os recursos; correspondem a decisões a serem tomadas sobre

“quais são os objetivos a serem perseguidos”, “em que prazo”, “quais

são os resultados esperados”, “que recursos serão necessários”, “qual

será o caminho a ser trilhado”, etc...

Organização – processo de dividir o trabalho a ser realizado, bem

como as responsabilidades e o poder de decisão e comando; trata-se da

distribuição dos recursos de acordo com um determinado critério; o processo

de organização dá origem a uma determinada estrutura organizacional, que

nas empresas geralmente é representada graficamente através de um

organograma.

Direção – processo de garantir a execução das atividades que foram

planejadas; como fazer com que as atividades sejam de fato executadas

dentro das especificações e dos prazos previstos; como manter o pessoal

motivado, rumo às metas; como gerenciar as relações humanas e o clima

organizacional.

Controle – processo de assegurar o cumprimento dos objetivos e

eventualmente identificar a necessidade de modificá-los. São também

decisões sobre como medir o desempenho da organização, das pessoas, dos

demais recursos; como perceber a necessidade de mudanças na execução

das atividades e como implementar tais mudanças. O controle é um processo

que acaba gerando subsídios para o Administrador reiniciar novo ciclo de

planejamento.

Ao longo do texto iremos tratar com mais profundidade cada um

processos. Considerar a Administração como sendo processo, que se

compõe de outros processos (ou funções) é a essência do chamado enfoque

funcional, criado por Henri Fayol, no início do século XX.

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15

Fayol é um dos precursores do pensamento administrativo, e lançou as

bases de muitos conceitos utilizados até hoje na vida moderna.

Gradativamente iremos conhecer também o pensamento de outros

importantes autores. A importância da abordagem proposta por Fayol reside

na separação da tarefa da administração das demais tarefas, operacionais e

técnicas, realizadas pela organização.

O processo administrativo é importante, qualquer que seja o contexto

de utilização de recursos (seja na padaria, na escola, no hospital, etc). A

razão principal para estudar este processo é seu impacto sobre o

desempenho das organizações, as quais assumem importância sem

precedentes na sociedade e na vida das pessoas.

Afinal, a sociedade em que vivemos é uma sociedade organizacional,

e a Administração é um processo fundamental na determinação do nível de

desempenho das diversas organizações.

2.1.2. Administração como um Grupo de Pessoas

As pessoas que administram qualquer conjunto de recursos são os

administradores, gerentes ou gestores. São os gestores que fazem o

processo administrativo funcionar. Os gestores formam um grupo, chamado

“a administração” ou “a gerência”. As pessoas que integram esse grupo

possuem autoridade formalmente constituída e assumem responsabilidades

dentro da organização.

Para desempenhar suas diversas funções, os gestores precisam

empregar as técnicas adequadas para realizar com sucesso os processos de

planejamento, organização, direção e controle.

Pode-se entender também a “Administração” de uma determinada

organização como sendo o seu alto escalão, o corpo gerencial que detém o

poder de decisão naquela entidade.

Na grande maioria das organizações, os funcionários agrupam-se em

diversos níveis, que formam uma hierarquia ou cadeia de comando.

No alto da hierarquia, no primeiro nível, ou primeiro escalão,

encontram-se os executivos, dirigentes, presidentes, superintendentes,

diretores, reitores, etc... As denominações são bem variadas. Nos níveis

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intermediários, abaixo dos executivos, encontram-se os gerentes, chefes de

setor, chefes de divisão, supervisores, etc. No último nível, na base da

pirâmide organizacional, vamos encontrar as pessoas que não são gerentes:

os empregados, funcionários operacionais e servidores.

Observe que estamos adotando uma visão simplificada, apenas para

demonstrar que em qualquer organização existem funcionários com

diferentes participações na administração da mesma. Afinal, grandes

organizações podem ter muitos ou poucos níveis hierárquicos, a depender do

seu porte.

Assim, Executivo, Diretor, Superintendente, Presidente, Reitor são

palavras que indicam os ocupantes dos cargos mais importantes da

hierarquia, que formam a alta administração e têm autoridade sobre todos os

demais gestores. As tarefas mais importantes da alta administração

relacionam-se com a definição de objetivos e recursos estratégicos e

avaliação e correção do desempenho da organização no caminho rumo aos

objetivos.

Por sua vez, os gestores dos níveis intermediários são responsáveis

pela coordenação dos grupos de trabalho: setores, departamentos, divisões

ou gerências.

São eles que transformam os grandes objetivos da alta administração

em objetivos específicos, definem e mobilizam recursos e controlam a

realização das atividades no nível de cada tarefa a ser executada.

Os gerentes intermediários cuidam de áreas especializadas da

organização: marketing, produção, informática, compras, finanças,

atendimento aos clientes, recursos humanos, materiais, etc... Os

supervisores normalmente chefiam grupos formados por funcionários

técnicos, responsáveis pela realização de tarefas operacionais que fornecem

produtos e serviços aos clientes. Há tantos tipos de supervisores quantas são

as possibilidades de trabalho operacional.

Com o advento das técnicas da administração participativa, os

supervisores se transformam gradativamente em facilitadores que ajudam os

grupos a tomar decisões por conta própria. A quantidade de gestores, o

conteúdo de seu trabalho, e a extensão da hierarquia depende muito do

tamanho da organização.

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2.1.3. Administração como uma Arte que exige certas

habilidades

A administração pode ser considerada também como uma arte, no

sentido de profissão, ofício ou área de atuação humana. Sendo arte, depende

de certas habilidades essenciais.

O desempenho dos gestores está profundamente ligado às

competências, que incluem diversos tipos de habilidades. Um especialista no

estudo do comportamento gerencial, Robert Katz, enunciou pelo menos três

tipos de habilidades necessárias para que o administrador possa executar

eficazmente o processo administrativo:

Habilidade Técnica – consiste na utilização dos conhecimentos,

métodos, técnicas e equipamentos necessários para a realização de suas

tarefas específicas, através de sua instrução, experiência e educação;

relaciona-se com a atividade específica do gestor. Por exemplo, a habilidade

técnica de um diretor financeiro significa conhecer técnicas de fluxo de caixa,

contabilidade, tesouraria, aplicações, orçamentos, etc;

Habilidade Humana – consiste na capacidade de trabalhar com

pessoas, compreender suas atitudes e motivações e aplicar uma liderança

eficaz; abrange, portanto a compreensão das necessidades, interesses e

atitudes humanas. A capacidade de entender, liderar e trabalhar com

pessoas é a expressão da habilidade humana do gerente. Essas habilidades

permitirão ao gerente motivar e liderar a sua equipe;

Habilidade Conceitual – consiste na habilidade de compreender as

complexidades da organização e do seu ambiente, bem como promover o

ajustamento do comportamento das pessoas dentro dela. Essa habilidade

permite que as pessoas se comportem de acordo com os objetivos da

organização total e não apenas de acordo com os objetivos e as

necessidades do seu grupo imediato. Envolve a capacidade do gerente de

compreender e lidar com a complexidade de toda a organização e de

formular estratégias, ou seja, a forma pela qual a organização vai se

relacionar com o ambiente externo.

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Uma das idéias mais importantes do modelo de Katz é que, conforme

o gestor sobe na hierarquia, a importância da habilidade técnica diminui,

enquanto que a habilidade conceitual torna-se mais necessária.

Para um supervisor ou gestor de primeira linha, que está diretamente

ligado ao trabalho operacional, o conhecimento técnico é muito mais

importante do que para um executivo da alta administração. Este, por sua

vez, necessita utilizar muito mais suas competências na formulação de

objetivos e adequação da empresa aos cenários desenhados para o futuro.

2.1.4. Administração como uma Disciplina.

Podemos considerar que a Administração existe desde a Antiguidade,

uma vez que já estava presente, sobretudo, na organização dos reinos e

impérios antigos. No entanto, como ciência, a Administração tem um

desenvolvimento histórico muito recente.

A partir do final do século XIX e início do século XX, graças à

necessidade de tornar mais profissional a formação dos gestores, para

aprimorar o processo administrativo, é que começaram a surgir autores em

Administração. Mais tarde, surgiram escolas, pesquisadores, consultores de

administração, etc. O processo de administrar organizações transformou-se

em disciplina acadêmica muito recentemente.

Atualmente a Administração tem como tarefa principal a interpretação

dos objetivos propostos pela organização, transformando-os em ação

organizacional através do planejamento, organização, direção e controle de

todos os esforços realizados em todas as áreas em todos os níveis da

organização, a fim de alcançar os objetivos da maneira mais adequada à

situação.

A Teoria Geral da Administração (TGA) estuda o processo de

administração das empresas e demais tipos de organização, considerando a

interdependência entre cinco variáveis principais:

Tarefas – abrangem as atividades que devem ser executadas para

que os objetivos da organização sejam alcançados;

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Estrutura – corresponde ao modo pelo qual serão organizados os

recursos e de que maneira devem ser distribuídos o trabalho e o poder de

comando dentro da empresa;

Pessoas – diz respeito ao comportamento humano dentro da empresa

e de que maneira suas motivações subjetivas devem ser levadas em conta;

Tecnologia – representa o “estado da arte”, ou seja, os padrões

técnicos a serem observados para que se alcance os melhores níveis de

produtividade possíveis.

Ambiente – significa os impactos das ações da organização sobre as

outras organizações que convivem com a mesma no quadro econômico-

institucional, bem como o impacto dessas forças externas sobre a mesma.

Estas cinco variáveis constituem os principais componentes no estudo

da Administração. Cada qual influencia e é influenciado pelos outros

componentes.

Modificações em um provocam modificações em maior ou menor grau

nos demais. As diversas correntes de pensamento dentro da Administração

diferenciam-se justamente porque cada uma delas dá maior ênfase a uma ou

duas destas varíaveis.

Assim, existe uma multiplicidade de visões sobre como deve ser o

processo de se administrar uma empresa.

Não existe uma teoria superior às demais; cada uma é válida dentro do

contexto em que opera, tendo um maior ou menor poder explicativo sobre

determinados assuntos.

O conhecimento em Administração evolui pelo acúmulo de

contribuições de diversos autores ao longo do tempo, havendo naturalmente

controvérsias em relação a pontos específicos, como em qualquer outra

ciência. No entanto, o conhecimento em Administração se forma através dos

rigores do método científico, passando por experimentos, observações,

estudos de casos, etc.

2.1.5. Administração hoje

Neste início de século XXI, mudanças em todos os tipos de ambientes

– econômico, social, político, tecnológico – levam ao surgimento de novos

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conceitos e técnicas para administrar as organizações. Essas inovações na

teoria e na prática são chamadas novos paradigmas da Administração.

Paradigmas são modelos ou padrões, que servem como marcos de

referência, para explicar e ajudar as pessoas a lidar com diferentes situações.

São formados pelas premissas ou hipóteses (explicações que ajudam a

entender as organizações); pelos modelos de administração (conjunto de

técnicas e soluções para administrar as organizações) e pelo contexto (o

ambiente, econômico, cultural e institucional, no qual as organizações

atuam).

Muitas teorias da Administração nascem exatamente nos momentos

em que ocorrem mudanças nos paradigmas. Foi assim desde a revolução

industrial até os tempos atuais, nos quais o processo conhecido como

globalização impõe mudanças drásticas no paradigma organizacional

(mudanças nas premissas, nos modelos e no contexto).

Assim, a Administração está constantemente se renovando, para se

adequar às novas exigências impostas pelo rápido ritmo de transformações

dos tempos atuais.

2.1.6. O contexto próprio da Administração Pública.

Vamos agora tratar especificamente das organizações

governamentais, as quais serão objeto de nossos trabalhos daqui por diante.

Em primeiro lugar, cabe ressaltar que a expressão “Administração Pública”

pode ser tomada em dois sentidos:

“Administração Pública” como sendo o conjunto de órgãos públicos,

autarquias, fundações, etc, enfim, toda a estrutura que forma o aparelho do

Estado. É através da Administração Pública que o Estado se manifesta frente

aos seus súditos, materializando-se mediante a ação destas diversas

organizações formais, com suas características e prerrogativas específicas.

Aqui vamos encontrar o campo de estudo próprio da disciplina

denominada Direito Administrativo.

“Administração Pública” como sendo “o modo de gestão” do

aparelho do Estado, ou seja, a forma como são aplicados os processos de

planejamento, organização, direção e controle pelas diversas entidades que

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formam o Estado. Aqui encontramos o campo de estudo da disciplina

denominada igualmente de Administração Pública.

Assim, nos interessa daqui por diante tratar a Administração Pública de

acordo com a segunda acepção, relativa aos modos de gestão das

organizações governamentais.

A Administração (ou Gestão) Pública abrange um vasto campo do

processo administrativo do Estado, e, portanto é importante a sua

conceituação e a compreensão do seu processo evolutivo para se ter o

entendimento das principais mudanças pelas quais atravessam as

organizações governamentais atualmente.

O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado em 1995 adotou o

seguinte conceito para a administração pública: todo o aparelho do Estado

pré-orientado à realização de seus serviços, visando à satisfação das

necessidades coletivas.

Esta definição está de acordo com a nova relação que deve existir

entre o Estado e a sociedade, onde se vê o cidadão como contribuinte de

impostos e como uma espécie de “cliente” dos seus serviços. Os resultados

da ação do Estado são considerados “bons”, não porque os processos

administrativos estão sob controle e são seguros, mas porque as

necessidades do “cidadão-cliente” estão sendo atendidas.

Portanto, apesar de sua proximidade com a Ciência Política, a

Economia e mesmo o Direito Administrativo e o Direito Constitucional, a

Administração Pública tem o seu próprio campo de estudo, centrado

principalmente nos problemas inerentes à Gestão Pública, ao modo de se

conduzir as ações dentro das organizações governamentais, para o

atendimento das necessidades coletivas.

Mas, será que os processos administrativos vistos anteriormente,

podem ser aplicados da mesma forma nas organizações públicas, assim

como o são nas organizações privadas? É o que veremos a seguir.

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2.1.7. Convergências e Divergências entre a Gestão

Pública e Privada

A Administração Pública, enquanto vertente específica da ciência da

Administração, preocupa-se com muitas questões comuns a esse campo do

conhecimento. De fato, também o Estado se manifesta, em suas ações,

através da criação e funcionamento das organizações públicas. Estas se

assemelham às organizações privadas na medida em que necessitam

também da aplicação dos processos administrativos já vistos, ou seja,

Planejamento, Organização, Direção e Controle.

Também nas organizações públicas encontraremos questões relativas

a campos tradicionais de estudo da Administração, tais como Recursos

Humanos, Finanças, Administração de Materiais, Contabilidade, Orçamento,

Prestação de Serviços, Atendimento ao Público, Tecnologia de Informação,

etc.

Como se verá mais adiante, existe atualmente uma tendência muito

forte nas organizações públicas no sentido das mesmas incorporarem cada

vez mais no seu gerenciamento diário algumas técnicas há muito

empregadas nas organizações privadas, uma vez que os desafios e

problemas organizacionais são, sob muitos aspectos, semelhantes.

No entanto, cabe destacar algumas características que tornam a

administração pública diferente da administração privada, o que, por

conseqüência, faz com que as formas de gestão apresentem certas

especificidades que as diferenciam. O quadro a seguir apresenta alguns

desses aspectos:

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2.2. Administração pública: do modelo racional-legal ao

paradigma pós-burocrático.

2.2.1. A evolução dos modelos de gestão na

Administração Pública

Vamos a partir de agora tratar da Administração Pública no Brasil,

considerando a evolução histórica do modo pelo qual a gestão das

organizações governamentais vem sendo praticada em nosso país.

A importância do tema reside no fato de que a Administração Pública

em todo o mundo vem experimentando um processo de profundas

transformações, que se iniciou na década de 70, formado por um conjunto

amplo de correntes de pensamento, que formam a chamada “Nova Gestão

Pública” (do original em inglês NPM – “New Public Management”). Esse

processo também ocorre no Brasil. Para entender o que é a gestão pública

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hoje, precisamos retroceder no tempo e analisar sua evolução ao longo das

décadas.

Nos últimos anos assistimos em todo o mundo a um debate acalorado

- ainda longe de concluído - sobre o papel que o Estado deve desempenhar

na vida contemporânea e o grau de intervenção que deve ter na economia.

Nos anos 50, o economista Richard Musgrave enunciou as três funções

clássicas do Estado:

Função alocativa: prover os bens e serviços não adequadamente

fornecidos pelo mercado

Função distributiva: promover ajustamentos na distribuição da renda;

Função estabilizadora: evitar grandes flutuações nos níveis de

inflação e desemprego.

De fato, entre o período que vai de 1945 (final da segunda guerra

mundial) e 1973 (ano do choque do petróleo), a economia mundial

experimentou uma grande expansão econômica, levando este período a ser

denominado de “era dourada”.

Desenvolveu-se a figura do Estado-Provedor de bens e serviços,

também chamado de Estado de Bem-Estar Social (Welfare State). Houve

uma grande expansão do Estado (e, consequentemente, da Administração

Pública), logicamente com um crescimento importante dos custos de

funcionamento da máquina pública.

A partir dos anos 70, o ritmo de expansão da economia mundial

diminui, e o Estado começa a ter problemas no desempenho de suas

funções, perdendo gradativamente a capacidade de atender às crescentes

demandas sociais. Esta situação, aliada a um processo de crescente

endividamento público, acarretaria mais tarde, principalmente nos anos 80, a

chamada crise fiscal do Estado: a perda de sua capacidade de realizar os

investimentos públicos necessários a um novo ciclo de expansão econômica.

Da crise fiscal passamos à crise de gestão do Estado, uma vez que a

percepção dos cidadãos sobre a disponibilidade de serviços públicos se

deteriora gradativamente, à medida que o Estado perde a capacidade de

realizar suas funções básicas, e não consegue acompanhar as pressões

crescentes por mais saúde, educação, segurança pública, saneamento, etc...

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Essa crise de gestão implica na tentativa de superar as limitações do

modelo de gestão vigente até então, conhecido como “modelo burocrático”,

transformando-o em algo novo, mais parecido como o modo de gestão do

setor privado, conhecido na área pública como “modelo gerencial”.

Assim, a redefinição do próprio papel do Estado é um tema de alcance

universal nos anos 90. No Brasil, essa questão adquiriu importância decisiva,

tendo em vista o peso da presença do Estado na economia nacional: tornou-

se um tema constante a questão da reforma do Estado, uma vez que o

mesmo não conseguia mais atender com eficiência a sobrecarga de

demandas a ele dirigidas, sobretudo na área social.

Em resumo, a Crise do Estado define-se como:

Uma crise fiscal, caracterizada pela deterioração crescente das

finanças públicas, sendo o déficit público um fator de redução de

investimentos na área privada;

Uma crise do modo de intervenção do Estado na economia, com o

esgotamento da estratégia estatizante; as empresas públicas não mais teriam

condições de alavancar o crescimento econômico dos países; o paradigma

do Estado interventor, nos moldes da economia Keynesiana estava cada vez

mais ultrapassado;

Uma crise da forma de administrar o Estado, isto é, a superação da

administração pública burocrática, rumo à administração pública gerencial.

No Brasil, a principal repercussão destes fatos foi a Reforma do Estado

nos anos 90, cujos principais pontos eram:

a) O ajuste fiscal duradouro, com a busca do equilíbrio das contas

públicas;

b) A realização de reformas econômicas orientadas para o mercado, que,

acompanhadas de uma política industrial e tecnológica, garantissem a

concorrência interna e criassem as condições para o enfrentamento da

competição internacional;

c) A reforma da previdência social, procurando-se dar sustentabilidade à

mesma, equilibrando-se os montantes de contribuições e benefícios;

d) A inovação dos instrumentos de política social, proporcionando maior

abrangência e promovendo melhor qualidade para os serviços sociais;

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e) A reforma do aparelho do Estado, com vistas a aumentar sua

"governança", ou seja, sua capacidade de implementar de forma

eficiente as políticas públicas.

A reforma do Estado envolve múltiplos aspectos. O ajuste fiscal

devolveria ao Estado a capacidade de definir e implementar políticas

públicas. Através da liberalização comercial, o Estado abandonaria a

estratégia protecionista da substituição de importações. Nesse contexto, o

programa de privatizações levado a cabo nos anos 90 foi uma das formas de

se perseguir tais objetivos. Por esse programa, transferiu-se para o setor

privado a tarefa da produção, dado o pressuposto de que este, a princípio,

realizaria tal atividade de forma mais eficiente.

Finalmente, por meio de um programa de publicização, pretendia-se

transferir para o setor público não-estatal a produção dos serviços

competitivos ou não-exclusivos de Estado, estabelecendo-se um sistema de

parceria entre Estado e sociedade para seu financiamento e controle.

Portanto, segundo a idéia da reforma, o Estado reduziria seu papel de

executor ou provedor direto de serviços, mantendo-se, entretanto, no papel

de regulador e provedor indireto ou promotor destes, principalmente dos

serviços sociais como educação e saúde, etc. Como promotor desses

serviços, o Estado continuará a subsidiá-los, buscando, ao mesmo tempo, o

controle social direto e a participação da sociedade.

Nessa nova perspectiva, busca-se o fortalecimento das funções de

regulação e de coordenação do Estado, particularmente no nível federal, e a

progressiva descentralização vertical, para os níveis estadual e municipal,

das funções executivas no campo da prestação de serviços sociais e de infra-

estrutura.

Considerando essa tendência, pretende-se reforçar a governança - a

capacidade de governo do Estado - através da transição programada de um

tipo de administração pública burocrática, rígida e ineficiente, voltada para si

própria e para o controle interno, para uma administração pública gerencial,

flexível e eficiente, voltada para o atendimento do cidadão, melhorando a

capacidade do Estado de implementar as políticas públicas, sem os limites, a

rigidez e a ineficiência da sua máquina administrativa.

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2.2.2. As três formas de Administração Pública

No plano administrativo, a administração pública burocrática surgiu no

século passado conjuntamente com o Estado liberal, exatamente como uma

forma de defender a coisa pública contra o patrimonialismo. Na medida,

porém, que o Estado assumia a responsabilidade pela defesa dos direitos

sociais e crescia em dimensão, os custos dessa defesa passaram a ser mais

altos que os benefícios do controle. Por isso, neste século as práticas

burocráticas vêm cedendo lugar a um novo tipo de administração: a

administração gerencial.

Assim, partindo-se de uma perspectiva histórica, verifica-se que a

administração pública evoluiu através de três modelos básicos: a

administração pública patrimonialista, a burocrática e a gerencial. Essas três

formas se sucedem no tempo, sem que, no entanto, qualquer uma delas seja

inteiramente abandonada.

2.2.2.1. Administração Pública Patrimonialista

Nas sociedades anteriores ao advento do Capitalismo e da

Democracia, o Estado aparecia como um ente “privatizado”, no sentido de

que não havia uma distinção clara, por parte dos governantes, entre o

patrimônio público e o seu próprio patrimônio privado.

O Rei ou Monarca estabelecia seu domínio sobre o país de forma

absoluta, não aceitando limites entre a res publica e a res principis. Ou seja, a

“coisa pública” se confundia com o patrimônio particular dos governantes,

pois não havia uma fronteira muito bem definida entre ambas.

Nessas condições, o aparelho do Estado funcionava como uma

extensão do poder do soberano, e os seus auxiliares, servidores, possuíam

status de nobreza real. Os cargos eram considerados prebendas, ou seja,

títulos passíveis de negociação, sujeitos à discricionariedade do governante.

A corrupção e o nepotismo eram inerentes a esse tipo de

administração. O foco não se encontrava no atendimento das necessidades

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coletivas mas, sobretudo, nos interesses particulares do soberano e de seus

auxiliares.

Este cenário muda no final do século XIX, no momento em que o

capitalismo e a democracia se tornam dominantes. Mercado e Sociedade

Civil passam a se distinguir do Estado. Neste novo momento histórico, a

administração patrimonialista torna-se inaceitável, pois não mais cabia um

modelo de administração pública que privilegiava uns poucos em detrimento

de muitos.

As novas exigências de um mundo em transformação, com o

desenvolvimento econômico que se seguia, trouxeram a necessidade de

reformulação do modo de gestão do Estado.

2.2.2.2. Administração Pública Burocrática

Surge na segunda metade do século XIX, na época do Estado liberal,

como forma de combater a corrupção e o nepotismo patrimonialista.

Constituem princípios orientadores do seu desenvolvimento a

profissionalização, a idéia de carreira, a hierarquia funcional, a

impessoalidade, o formalismo, em síntese, o poder racional legal.

Os controles administrativos implantados visam evitar a corrupção e o

nepotismo. A forma de controle é sempre a priori, ou seja, controle dos

procedimentos, das rotinas que devem nortear a realização das tarefas.

Parte-se de uma desconfiança prévia nos administradores públicos e

nos cidadãos que a eles dirigem suas diversas demandas sociais. Por isso,

são empregados controles rígidos dos processos como, por exemplo, na

admissão de pessoal, nas compras e no atendimento aos cidadãos.

Uma conseqüência disto é que os próprios controles se tornam o

objetivo principal do funcionário. Dessa forma, o Estado volta-se para si

mesmo, perdendo a noção de sua missão básica, que é servir à sociedade.

A principal qualidade da administração pública burocrática é o controle

dos abusos contra o patrimônio público; o principal defeito, a ineficiência, a

incapacidade de voltar-se para o serviço aos cidadãos vistos como “clientes”.

Esse defeito, entretanto, não se revelou determinante na época do

surgimento da administração pública burocrática porque os serviços do

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Estado eram muito reduzidos. O Estado limitava-se a manter a ordem e

administrar a justiça, a garantir os contratos e a propriedade. O problema

começou a se tornar mais evidente a partir da ampliação da participação do

Estado na vida dos indivíduos.

Valem aqui alguns comentários adicionais sobre o termo “Burocracia”.

Max Weber, importante cientista social, ocupou-se de inúmeros

aspectos das sociedades humanas. Na década de 20, publicou estudos sobre

o que ele chamou o tipo ideal de burocracia, ou seja, um esquema que

procura sintetizar os pontos comuns à maioria das organizações formais

modernas, que ele contrastou com as sociedades primitivas e feudais. As

organizações burocráticas seriam máquinas totalmente impessoais, que

funcionam de acordo com regras que ele chamou de racionais - regras que

dependem de lógica e não de interesses pessoais.

Weber estudou e procurou descrever o alicerce formal-legal em que as

organizações reais se assentam. Sua atenção estava dirigida para o

processo de autoridade obediência (ou processo de dominação) que, no caso

das organizações modernas, depende de leis. No modelo de Weber, as

expressões “organização formal” e “organização burocrática” são

sinônimas.

“Dominação” ou autoridade, segundo Weber, é a probabilidade de

haver obediência dentro de um grupo determinado. Há três tipos puros de

autoridade ou dominação legítima (aquela que conta com o acordo dos

dominados):

• Dominação de caráter carismático

Repousa na crença da santidade ou heroísmo de uma pessoa. A

obediência é devida ao líder pela confiança pessoal em sua revelação,

heroísmo ou exemplaridade, dentro do círculo em que se acredita em seu

carisma.

A atitude dos seguidores em relação ao dominador carismático é

marcada pela devoção. Exemplos são líderes religiosos, sociais ou políticos,

condutores de multidões de adeptos. O carisma está associado a um tipo de

influência que depende de qualidades pessoais.

• Dominação de caráter tradicional

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Deriva da crença quotidiana na santidade das tradições que vigoram

desde tempos distantes e na legitimidade daqueles que são indicados por

essa tradição para exercer a autoridade.

A obediência é devida à pessoa do “senhor”, indicado pela tradição. A

obediência dentro da família, dos feudos e das tribos é do tipo tradicional.

Nos sistemas em que vigora a dominação tradicional, as pessoas têm

autoridade não por causa de suas qualidades intrínsecas, como acontece no

caso carismático, mas por causa das instituições tradicionais que

representam. É o caso dos sacerdotes e das lideranças, no âmbito das

instituições, como os partidos políticos e as corporações militares.

• Dominação de caráter racional

Decorre da legalidade de normas instituídas racionalmente e dos

direitos de mando das pessoas a quem essas normas responsabilizam pelo

exercício da autoridade. A autoridade, portanto, é a contrapartida da

responsabilidade. No caso da autoridade legal, a obediência é devida às

normas impessoais e objetivas, legalmente instituídas, e às pessoas por elas

designadas, que agem dentro de uma jurisdição. A autoridade racional

fundamenta-se em leis que estabelecem direitos e deveres para os

integrantes de uma sociedade ou organização. Por isso, a autoridade que

Weber chamou de racional é sinônimo de autoridade formal.

Uma sociedade, organização ou grupo que depende de leis racionais

tem estrutura do tipo legal-racional ou burocrática. É uma burocracia. A

autoridade legal-racional ou autoridade burocrática substituiu as fórmulas

tradicionais e carismáticas nas quais se baseavam as antigas sociedades. A

administração burocrática é a forma mais racional de exercer a dominação. A

burocracia, ou organização burocrática, possibilita o exercício da autoridade e

a obtenção da obediência com precisão, continuidade, disciplina, rigor e

confiança.

Portanto, todas as organizações formais são burocracias. A palavra

burocracia identifica precisamente as organizações que se baseiam em

regulamentos. sociedade organizacional é, também, uma sociedade

burocratizada. A burocracia é um estágio na evolução das organizações.

De acordo com Weber, as organizações formais modernas baseiam-se

em leis, que as pessoas aceitam por acreditarem que são racionais, isto é,

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definidas em função do interesse das próprias pessoas e não para satisfazer

aos caprichos arbitrários de um dirigente.

O tipo ideal de burocracia, formulado por Weber, apresenta três

características principais que diferenciam estas organizações formais dos

demais grupos sociais:

• Formalidade: significa que as organizações são constituídas com

base em normas e regulamentos explícitos, chamadas leis, que

estipulam os direitos e deveres dos participantes.

• Impessoalidade: as relações entre as pessoas que integram as

organizações burocráticas são governadas pelos cargos que elas

ocupam e pelos direitos e deveres investidos nesses cargos. Assim, o

que conta é o cargo e não a pessoa. A formalidade e a

impessoalidade, combinadas, fazem a burocracia permanecer, a

despeito das pessoas.

• Profissionalismo: os cargos de uma burocracia oferecem a seus

ocupantes uma carreira profissional e meios de vida. A participação

nas burocracias tem caráter ocupacional. Apesar das vantagens

inerentes nessa forma de organização, as burocracias podem muitas

vezes apresentar também uma série de disfunções, conforme a seguir:

• Particularismo - Defender dentro da organização interesses de

grupos internos, por motivos de convicção, amizade ou interesse

material.

• Satisfação de Interesses Pessoais - Defender interesses pessoais

dentro da organização.

• Excesso de Regras - Multiplicidade de regras e exigências para a

obtenção de determinado serviço.

• Hierarquia e individualismo - A hierarquia divide responsabilidades e

atravanca o processo decisório. Realça vaidades e estimula disputas

pelo poder.

• Mecanicismo - Burocracias são sistemas de cargos limitados, que

colocam pessoas em situações alienantes.

Portanto, as burocracias apresentam dois grandes “problemas” ou

dificuldades: em primeiro lugar, certas disfunções, que as descaracterizam e

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as desviam de seus objetivos; em segundo lugar, ainda que as burocracias

não apresentassem distorções, sua estrutura rígida é adequada a certo tipo

de ambiente externo, no qual não há grandes mudanças. A estrutura

burocrática é, por natureza, conservadora, avessa a inovações; o principal é

a estabilidade da organização.

Mas, como vimos, as mudanças no ambiente externo determinam a

necessidade de mudanças internas, e nesse ponto o paradigma burocrático

torna-se superado.

2.2.2.3. Administração Pública Gerencial

Surge na segunda metade do século XX, como resposta à expansão

das funções econômicas e sociais do Estado e ao desenvolvimento

tecnológico e à globalização da economia mundial, uma vez que ambos

deixaram à mostra os problemas associados à adoção do modelo anterior.

Torna-se essencial a necessidade de reduzir custos e aumentar a

qualidade dos serviços, tendo o cidadão como beneficiário, resultando numa

maior eficiência da administração pública. A reforma do aparelho do Estado

passa a ser orientada predominantemente pelos valores da eficiência e

qualidade na prestação de serviços públicos e pelo desenvolvimento de uma

cultura gerencial nas organizações.

A administração pública gerencial constitui um avanço, e até certo

ponto um rompimento com a administração pública burocrática. Isso não

significa, entretanto, que negue todos os seus princípios. Pelo contrário, a

administração pública gerencial está apoiada na anterior, da qual conserva,

embora flexibilizando, alguns dos seus princípios fundamentais, como:

A admissão segundo rígidos critérios de mérito (concurso público);

A existência de um sistema estruturado e universal de remuneração

(planos de carreira);

A avaliação constante de desempenho (dos funcionários e de suas

equipes de trabalho);

O treinamento e a capacitação contínua do corpo funcional.

A diferença fundamental está na forma de controle, que deixa de

basear-se nos processos para concentrar-se nos resultados. A rigorosa

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profissionalização da administração pública continua sendo um princípio

fundamental.

Na administração pública gerencial a estratégia volta-se para:

a) A definição precisa dos objetivos que o administrador público deverá

atingir em sua unidade;

b) A garantia de autonomia do administrador na gestão dos recursos

humanos, materiais e financeiros que lhe forem colocados à

disposição para que possa atingir os objetivos contratados;

c) O controle ou cobrança a posteriori dos resultados.

Adicionalmente, pratica-se a competição administrada no interior do

próprio Estado, quando há a possibilidade de estabelecer concorrência entre

unidades internas.

No plano da estrutura organizacional, a descentralização e a redução

dos níveis hierárquicos tornam-se essenciais. Em suma, afirma-se que a

administração pública deve ser permeável à maior participação dos agentes

privados e/ou das organizações da sociedade civil e deslocar a ênfase dos

procedimentos (meios) para os resultados (fins).

A administração pública gerencial inspira-se na administração de

empresas, mas não pode ser confundida com esta última. Enquanto a

administração de empresas está voltada para o lucro privado, para a

maximização dos interesses dos acionistas, esperando-se que, através do

mercado, o interesse coletivo seja atendido, a administração pública gerencial

está explícita e diretamente voltada para o interesse público.

Neste último ponto, como em muitos outros (profissionalismo,

impessoalidade), a administração pública gerencial não se diferencia da

administração pública burocrática. Na burocracia pública clássica existe uma

noção muito clara e forte do interesse público. A diferença, porém, está no

entendimento do significado do interesse público, que não pode ser

confundido com o interesse do próprio Estado.

Para a administração pública burocrática, o interesse público é

freqüentemente identificado com a afirmação do poder do Estado.

A administração pública gerencial vê o cidadão como contribuinte de

impostos e como uma espécie de “cliente” dos seus serviços. Os resultados

da ação do Estado são considerados bons não porque os processos

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administrativos estão sob controle e são seguros, como quer a administração

pública burocrática, mas porque as necessidades do cidadão-cliente estão

sendo atendidas.

O paradigma gerencial contemporâneo, fundamentado nos princípios

da confiança e da descentralização da decisão, exige formas flexíveis de

gestão, horizontalização de estruturas, descentralização de funções,

incentivos à criatividade. Contrapõe-se à ideologia do formalismo e do rigor

técnico da burocracia tradicional. À avaliação sistemática, à recompensa pelo

desempenho, e à capacitação permanente, que já eram características da

boa administração burocrática, acrescentam-se os princípios da orientação

para o cidadão-cliente, do controle por resultados, e da competição

administrada.

2.3. Estruturação da máquina administrativa no Brasil

desde 1930: dimensões estruturais e culturais.

2.3.1. Breve Histórico da Administração Pública no

Brasil

2.3.1.1. A Reforma do DASP

No Brasil, o modelo de administração burocrática surge a partir dos

anos 30. Emerge no quadro da aceleração da industrialização brasileira, em

que o Estado assume papel decisivo, intervindo pesadamente no setor

produtivo de bens e serviços.

A partir da reforma ocorrida no governo Vargas, a administração

pública sofre um processo de racionalização que se manifestou no

surgimento das primeiras carreiras burocráticas e na tentativa de adoção do

concurso como forma de acesso ao serviço público. A implantação da

administração pública burocrática é conseqüência do desenvolvimento de um

capitalismo moderno no país.

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Com o objetivo de realizar a modernização administrativa, foi criado o

Departamento Administrativo do Serviço Público - DASP, em 1938.

Nesse momento, a administração pública sofre a influência da teoria da

administração científica de Frederick Taylor, considerado o “Pai” da

Administração Científica.

No início do século XX, nos EUA, Taylor foi pioneiro ao defender a

aplicação de métodos racionais na administração da produção, visando à

redução de erros e a otimização das tarefas, levando a aumentos na

produtividade e menores custos.

Assim, o Taylorismo se constituiu numa verdadeira “escola” da

Administração, ao preconizar a substituição de métodos empíricos de

gerência por métodos científicos, calcados no estudo de tempos e

movimentos, padronização de rotinas e procedimentos, profissionalização e

especialização dos trabalhadores.

Nas reformas promovidas pelo DASP, percebe-se a influência do

Taylorismo na simplificação, na padronização, na aquisição racional de

materiais, na revisão de estruturas e aplicação de métodos na definição de

procedimentos. Registra-se que, nesse período, foi instituída a função

orçamentária enquanto atividade formal e permanentemente vinculada ao

planejamento.

No que diz respeito à administração dos recursos humanos, o DASP

representou a tentativa de formação da burocracia nos moldes preconizados

por Max Weber,baseada no princípio da competência e do mérito profissional.

Entretanto, embora tenham sido valorizados instrumentos importantes

à época, tais como o instituto do concurso público e do treinamento, não se

chegou a adotar consistentemente uma política de recursos humanos que

respondesse efetivamente às necessidades do Estado. O patrimonialismo

(contra o qual a administração pública burocrática se instalara), embora em

processo de transformação, mantinha ainda sua própria força no quadro

político brasileiro. O coronelismo dava lugar ao clientelismo e ao fisiologismo.

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36

2.3.1.2. Rumo à Administração Gerencial

Diante das inadequações do modelo burocrático, aconteceram

diversas tentativas de reforma. Porém, as experiências se caracterizaram, em

alguns casos, pela ênfase na extinção e criação de órgãos, e, em outros, pela

constituição de estruturas paralelas visando alterar a rigidez burocrática.

Na própria área da reforma administrativa esta última prática foi

adotada, por exemplo, no Governo JK, com a criação de comissões

especiais, como a Comissão de Estudos e Projetos Administrativos,

objetivando a realização de estudos para simplificação dos processos

administrativos e reformas ministeriais, e a Comissão de Simplificação

Burocrática, que visava à elaboração de projetos direcionados para reformas

globais e descentralização de serviços. Porém o marco inicial para a

introdução da administração gerencial é apontado pela literatura

especializada como sendo a reforma trazida pelo Decreto-Lei nº 200/67,

constituindo-se o mesmo numa tentativa de superação da rigidez burocrática.

O decreto-lei 200/67 promoveu a transferência de atividades para

autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista,

a fim de obter-se maior dinamismo operacional por meio da descentralização

funcional.

Como princípios de racionalidade administrativa, foram instituídos o

planejamento e o orçamento, o descongestionamento das chefias executivas

superiores (através dos processos de desconcentração e descentralização), a

tentativa de reunir competência e informação no processo decisório, a

sistematização, a coordenação e o controle.

O paradigma gerencial da época, compatível com o monopólio estatal

na área produtiva de bens e serviços, orientou a expansão da administração

indireta, numa tentativa de "flexibilizar a administração" com o objetivo de

atribuir maior operacionalidade às atividades econômicas do Estado.

Entretanto, as reformas operadas pelo Decreto-Lei nº 200/67 não

desencadearam mudanças no âmbito da administração burocrática central,

permitindo a coexistência de núcleos de eficiência e competência na

administração indireta e formas arcaicas e ineficientes no plano da

administração direta ou central.

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Na realidade, o núcleo burocrático foi enfraquecido indevidamente

através de uma estratégia do regime militar, que não desenvolveu carreiras

de administradores públicos de alto nível, preferindo, ao invés, contratar os

escalões superiores da administração através das empresas estatais.

Nos anos 70, a criação da SEMOR - Secretaria da Modernização,

constitui-se numa nova iniciativa modernizadora da administração pública.

Reuniu-se em torno dela um grupo de jovens administradores públicos,

muitos deles com formação em nível de pós-graduação no exterior, que

buscou implantar novas técnicas de gestão, e particularmente de

administração de recursos humanos, na administração pública federal.

No início dos anos 80 a criação do Ministério da Desburocratização e

do Programa Nacional de Desburocratização - PrND foi uma nova tentativa

de reformar a burocracia e orientá-la na direção da administração pública

gerencial.

Os objetivos eram a revitalização e agilização das organizações do

Estado, a descentralização da autoridade, a melhoria e simplificação dos

processos administrativos e a promoção da eficiência.

As ações do PrND voltaram-se inicialmente para o combate à

burocratização dos procedimentos. Posteriormente, foram dirigidas para o

desenvolvimento do Programa

Nacional de Desestatização, num esforço para conter os excessos da

expansão da administração descentralizada, estimulada pelo Decreto-Lei nº

200/67.

2.3.1.3. A Constituição de 1988

Bresser Pereira, principal teórico da Reforma do Estado de 1995 (e um

de seus promotores, à frente do extinto MARE – Ministério da Administração

e Reforma do Estado) considera este um momento de “retrocesso

burocrático”.

A transição democrática de 1985 representou uma grande vitória

democrática, mas teve como um de seus custos a ocupação dos cargos

públicos da administração indireta e das delegacias dos ministérios nos

Estados por políticos dos partidos vitoriosos. Um novo populismo

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patrimonialista surgia no país. De outra parte, a alta burocracia passava a ser

acusada, principalmente pelas forças conservadoras, de ser a culpada da

crise do Estado, na medida em que favorecera seu crescimento excessivo.

A conjunção desses dois fatores levou, na Constituição de 1988, ao

chamado “retrocesso burocrático”, conforme a visão de Bresser Pereira. O

Congresso Constituinte estendeu aos serviços do Estado e para as próprias

empresas estatais praticamente as mesmas regras burocráticas rígidas

adotadas no núcleo estratégico, acarretando um engessamento do aparelho

estatal.

A nova Constituição determinou ainda a perda da autonomia do Poder

Executivo para tratar da estruturação dos órgãos públicos, instituiu a

obrigatoriedade de regime jurídico único para os servidores civis da União,

dos Estados-membros e dos Municípios, e retirou da administração indireta a

sua flexibilidade operacional, ao atribuir às fundações e autarquias públicas

normas de funcionamento idênticas às que regem a administração direta.

Estas medidas foram uma reação ao clientelismo que dominou o país

naqueles anos. Mas foram também resultado de uma atitude defensiva da

alta burocracia que, sentindo-se injustamente acusada, procurou

salvaguardar seus interesses.

Na medida em que a transição democrática ocorreu no Brasil em meio

à crise do Estado, esta última foi equivocadamente identificada pelas forças

democráticas como resultado, entre outros, do processo de descentralização

que o regime militar procurara implantar. Por outro lado, a transição

democrática foi acompanhada por uma ampla campanha contra a

estatização, que levou os constituintes a aumentar os controles burocráticos

sobre as empresas estatais e a estabelecer normas rígidas para a criação de

novas empresas públicas e de subsidiárias das já existentes.

Afinal, geraram-se dois resultados: de um lado, o abandono do

caminho rumo a uma administração pública gerencial e a reafirmação dos

ideais da administração pública burocrática clássica; de outro lado, dada a

ingerência patrimonialista no processo, a instituição de uma série de

privilégios, que não se coadunam com a própria administração pública

burocrática. Como exemplos, a estabilidade rígida para todos os servidores

civis, diretamente relacionada à generalização do regime estatutário na

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administração direta e nas fundações e autarquias, a aposentadoria com

proventos integrais sem correlação com o tempo de serviço ou sem a

contribuição do servidor.

As distorções provocadas pela nova Constituição logo se fizeram

sentir. No governo Collor, entretanto, a resposta a elas foi equivocada e

apenas agravou os problemas existentes, na medida em que se preocupava

em destruir ao invés de construir. O governo Itamar Franco buscou

essencialmente recompor os salários dos servidores, que haviam sido

violentamente reduzidos no governo anterior. O discurso de reforma

administrativa assume uma nova dimensão a partir de 1994, quando a

campanha presidencial introduz a perspectiva da mudança organizacional e

cultural da administração pública no sentido de uma administração gerencial.

2.3.1.4. A Reforma da Era FHC

Para enfrentar os principais problemas que representavam obstáculos

à implementação de um aparelho do Estado moderno e eficiente, tornou-se

necessário definir um modelo conceitual, que distinguisse os segmentos

fundamentais característicos da ação do Estado.

Em 1995 foi lançado o PDRAE – Plano Diretor da Reforma do Estado,

conduzido pelo citado MARE, no primeiro mandato do presidente Fernando

Henrique Cardoso.

Segundo a lógica conceitual do PDRAE, o Estado é visto como a

organização burocrática que possui o poder de legislar e tributar sobre a

população de um determinado território. O Estado é, portanto, a única

estrutura organizacional que possui o "poder extroverso", ou seja, o poder de

constituir unilateralmente obrigações para terceiros, com extravasamento dos

seus próprios limites. O aparelho do Estado ou administração pública lato

sensu, compreende os seguintes componentes:

• Um núcleo estratégico ou governo, constituído pela cúpula dos três

Poderes,

• Um corpo de funcionários públicos;

• Uma força militar e policial.

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O aparelho do Estado é regido basicamente pelo direito constitucional

e pelo direito administrativo, enquanto que o Estado é fonte ou sancionador e

garantidor desses e de todos os demais direitos.

Quando somamos ao aparelho do Estado todo o sistema institucional-

legal, que regula não apenas o próprio aparelho do Estado, mas toda a

sociedade, temos o Estado.

No aparelho do Estado é possível distinguir quatro setores:

NÚCLEO ESTRATÉGICO.

Corresponde ao Governo, em sentido amplo. É o setor que define as

leis e as políticas públicas, e exige o seu cumprimento. É, portanto, o setor

onde as decisões estratégicas de governo são tomadas. Corresponde aos

Poderes Legislativo e Judiciário, ao Ministério Público e, no Poder Executivo,

ao Presidente da República, aos ministros e aos seus auxiliares e assessores

diretos, responsáveis pelo planejamento e formulação das políticas públicas.

ATIVIDADES EXCLUSIVAS.

É o setor em que são prestados serviços que só o Estado pode

realizar. São serviços em que se exerce o poder extroverso do Estado - o

poder de regulamentar e fiscalizar. Exemplos: cobrança e fiscalização dos

impostos, polícia, previdência social, fiscalização do cumprimento de normas

sanitárias, o serviço de trânsito, controle do meio ambiente, emissão de

passaportes, etc.

SERVIÇOS NÃO-EXCLUSIVOS.

Corresponde ao setor onde o Estado atua simultaneamente com

outras organizações públicas não-estatais e privadas. As instituições desse

setor não possuem o poder extroverso. Porém, o Estado está presente

porque os serviços envolvem direitos humanos fundamentais, como os da

educação e da saúde, ou porque possuem "economias externas" relevantes,

na medida que produzem ganhos que não podem ser apropriados por esses

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serviços através do mercado. As economias produzidas imediatamente se

espalham para o resto da sociedade, não podendo ser transformadas em

lucros. São exemplos desse setor: as universidades, os hospitais, os centros

de pesquisa e os museus.

PRODUÇÃO DE BENS E SERVIÇOS PARA O MERCADO.

Corresponde à área de atuação das empresas. É caracterizado pelas

atividades econômicas voltadas para o lucro que ainda permanecem no

aparelho do Estado como, por exemplo, as do setor de infra-estrutura. Estão

no Estado seja porque faltou capital ao setor privado para realizar o

investimento, seja porque são atividades naturalmente monopolistas, nas

quais o controle via mercado não é possível, tornando-se necessária, no caso

de privatização, a devida regulação. Cada um desses quatro setores referidos

apresenta características peculiares, tanto no que se refere às suas

prioridades, quanto aos princípios administrativos adotados.

No núcleo estratégico, o fundamental é que as decisões sejam as

melhores, e, em seguida, que sejam efetivamente cumpridas. A efetividade é

mais importante que a eficiência. O que importa saber é, primeiro, se as

decisões que estão sendo tomadas pelo governo atendem eficazmente ao

interesse nacional, se correspondem aos objetivos mais gerais aos quais a

sociedade brasileira está voltada ou não. Segundo, se, uma vez tomadas as

decisões, estas são de fato cumpridas.

Já no campo das atividades exclusivas de Estado, dos serviços não-

exclusivos e da produção de bens e serviços o critério eficiência torna-se

fundamental. O que importa é atender milhões de cidadãos com boa

qualidade a um custo baixo. Como estes setores se relacionam com as

diferentes formas de administração pública?

Vimos, anteriormente, duas formas principais de administração pública:

• A Burocrática, que, embora sofrendo do excesso de formalismo e da

ênfase no controle dos processos, tem como vantagens a segurança e

a efetividade das decisões.

• A Gerencial, caracterizada fundamentalmente pela busca da eficiência

nos serviços prestados aos cidadãos.

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Nesses termos, no núcleo estratégico, em que o essencial é a

correção das decisões tomadas e o princípio administrativo fundamental é o

da efetividade, entendido como a capacidade de ver obedecidas e

implementadas com segurança as decisões tomadas, é mais adequado que

haja um misto de administração pública burocrática e gerencial.

Nos setores das atividades exclusivas e de serviços competitivos ou

não exclusivos, o importante é a qualidade e o custo dos serviços prestados

aos cidadãos. O princípio correspondente é o da eficiência, ou seja, a busca

de uma relação ótima entre qualidade e custo dos serviços colocados à

disposição do público.

Logo, a administração deve ser necessariamente gerencial. O mesmo

se diga, obviamente, do setor das empresas, que, enquanto estiverem com o

Estado, deverão obedecer aos princípios gerenciais de administração.

Outra distinção importante é a relacionada às formas de propriedade.

Ainda que vulgarmente se considerem apenas duas formas, a Propriedade

Estatal e a Propriedade Privada, existe no capitalismo contemporâneo uma

terceira forma, intermediária, extremamente relevante: a Propriedade Pública

Não-Estatal, constituída pelas organizações sem fins lucrativos, que não são

propriedade de nenhum indivíduo ou grupo e estão orientadas diretamente

para o atendimento do interesse público.

O tipo de propriedade mais indicado variará de acordo com o setor do

aparelho do Estado.

No núcleo estratégico a propriedade tem que ser necessariamente

estatal. Nas atividades exclusivas de Estado, onde o poder extroverso de

Estado é exercido, a propriedade também só pode ser estatal.

Já para o setor não-exclusivo ou competitivo do Estado a propriedade

ideal é a pública não-estatal. Não é a propriedade estatal porque aí não se

exerce o poder de Estado. Não é, por outro lado, a propriedade privada,

porque se trata de um tipo de serviço, por definição, subsidiado.

A propriedade pública não-estatal torna mais fácil e direto o controle

social, através da participação nos conselhos de administração dos diversos

segmentos envolvidos, ao mesmo tempo em que favorece a parceria entre

sociedade e Estado. As organizações nesse setor gozam de uma autonomia

administrativa muito maior do que aquela possível dentro do aparelho do

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Estado. Em compensação seus dirigentes são chamados a assumir uma

responsabilidade maior, em conjunto com a sociedade, na gestão da

instituição.

No setor de produção de bens e serviços para o mercado a eficiência é

também o princípio administrativo básico e a administração gerencial, a mais

indicada. Em termos de propriedade, dada a possibilidade de coordenação

via mercado, a propriedade privada é a regra.

A propriedade estatal só se justifica quando não existem capitais

privados disponíveis ou então quando existe um monopólio natural. Mesmo

nesse caso, entretanto, a gestão privada tenderá a ser a mais adequada,

desde que acompanhada por um seguro sistema de regulação.

Segue quadro resumo da distribuição dos setores do Estado versus

tipos de propriedade:

Essa divisão do Estado em setores de atuação e a correspondente

correlação com as formas de gestão e formas de propriedade mais

adequadas embasou uma série de reformas durante os dois mandatos do

Presidente Fernando Henrique Cardoso. Como resultados tivemos uma onda

de privatizações, criação de agências reguladoras, reestruturação de

carreiras no serviço público, fim da estabilidade absoluta do servidor público,

etc.

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Introduziu-se na Administração Pública uma série de elementos típicos

da administração gerencial, embora o Estado não tenha abandonado de

forma alguma muitas das principais características burocráticas.

2.3.1.5. Governo Lula e a busca por um novo modelo de

gestão

As eleições presidenciais de 2002 representaram a substituição do

grupo político no poder, com a ascensão de novas lideranças nos níveis mais

elevados da burocracia federal. O Partido dos Trabalhadores assumiu o

comando do governo federal propondo um modelo de gestão intitulado “Brasil

de Todos”, que questionou muitos dos métodos empregados na gestão

anterior. Argumentou-se que o diagnóstico contido no Plano Diretor da

Reforma do Aparelho do Estado, documento elaborado em 1995, e que deu

sustento teórico às reformas da era FHC, era equivocado ao considerar o

Estado como um problema, como o elemento causador da crise pela qual o

país atravessava.

O novo enfoque trata o Estado como parte da solução, como um

elemento que pode de fato recolocar o país no caminho do desenvolvimento.

No entanto, não se advoga o retorno às formas burocráticas; pelo contrário,

continua a busca de melhorias na gestão pública, incorporando-se em grande

medida a visão de serviços públicos orientados ao cidadão. O tema da

Reforma do Estado cede lugar à chamada

Reconstrução do Estado, operada mediante a recomposição da força

de trabalho, modificações na legislação e estabelecimento de parcerias.

O fato é que a administração pública brasileira continua, nos dias

atuais, sua trajetória em direção a uma administração pública gerencial, mais

apta a responder aos novos desafios colocados por um mundo em

constantes transformações.

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2.3.2. Novas modalidades Administrativas no Brasil

Como consequência das reformas implementadas nos anos 90,

surgiram no panorama das organizações governamentais novas variedades,

que refletem as novas concepções na administração pública brasileira, as

quais passamos a descrever a seguir:

2.3.2.1. Agências Reguladoras

São novas entidades jurídicas acrescentadas à estrutura formal da

Administração Pública, sendo que as leis instituidoras têm conferido às

mesmas a forma de autarquias em regime especial.

As Agências Reguladoras são entidades com alto grau de especialização

com a função de regular um setor específico de atividade econômica, ou de

intervir de forma geral sobre relações jurídicas decorrentes destas atividades,

devendo atuar com maior independência e autonomia possível perante o

Poder Executivo e com imparcialidade em relação às partes interessadas:

Estado, setores regulados e sociedades.

A seguir citamos algumas agências reguladoras hoje em

funcionamento no Brasil:

• Agência Nacional do Petróleo – ANP

• Agência Nacional de Telecomunicações – ANATEL

• Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL

• Agência Nacional de Águas – ANA

• Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS

2.3.2.2. Contrato de Gestão

Esse é um instituto ligado à idéia de eficiência na administração dos

recursos públicos, e está previsto no parágrafo 8º do artigo 37 da

Constituição Federal de 1988, o qual transcrevemos a seguir:

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“Par. 8º. A autonomia gerencial, orçamentária e financeira

dos órgãos e entidades da administração direta e indireta

poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre

seus administradores e o poder público, que tenha por

objeto a fixação de metas de desempenho para órgão ou

entidade, cabendo à lei dispor sobre:

I – o prazo de duração do contrato;

II – os controles e critérios de avaliação de desempenho,

direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;

III – a remuneração do pessoal.”

Assim, o contrato de gestão é um ajuste firmado entre a Administração

Direta e alguma entidade da Administração Indireta ou ainda entre órgãos da

própria administração direta, em função de um compromisso, assumido por

estes órgãos, de cumprir determinadas metas obtendo, em troca, mais

liberdade em sua atuação administrativa. Há, porém, controle quanto ao

atingimento dos resultados buscados. Tais contratos podem ser firmados

também com entidades privadas denominadas “Organizações Sociais”,

constituindo-se no instrumento que vai viabilizar o processo de publicização,

conforme concebido desde o PDRAE.

2.3.2.3. Agências Executivas

Trata-se de uma qualificação especial que pode ser conferida pelo

Poder Executivo às autarquias e às fundações públicas que sejam

responsáveis por atividades e serviços exclusivos de Estado, que celebrem

Contrato de Gestão com o respectivo

2.3.2.4. Ministério supervisor.

A Lei 9.649/98 prevê os requisitos que tais entidades deverão

obedecer para poderem se qualificar como Agências Executivas:

periodicidade mínima de um ano, estabelecimento de objetivos, metas e

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respectivos indicadores de desempenho da entidade, recursos necessários e

critérios e instrumentos para a avaliação de desempenho.

A instituição como Agência Executiva ocorre por adesão, ou seja, por

iniciativa do próprio órgão que pretenda obter tal qualificação, em comum

acordo com o Ministério responsável.

2.3.2.5. Organizações Sociais

Não se constituem em figura jurídica nova, porém trata-se de inovação

institucional. As Organizações Sociais são entidades paraestatais dotadas de

personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, cujas atividades

estatutárias sejam dirigidas ao ensino, ao desenvolvimento tecnológico, à

pesquisa científica, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e a

saúde.

A Lei 9.637/98 regulamenta o instituto das Organizações Sociais, que

podem celebrar contrato de gestão com órgãos da administração direta, no

processo conhecido como publicização. Poderão assim receber recursos

orçamentários e utilizar-se de bens públicos, observando-se a necessária

contrapartida de obrigações assumidas – resultados esperados na sua

atuação, ao disponibilizar serviços ao cidadão.

2.3.2.6. Organizações da Sociedade Civil de Interesse

Coletivo – OSCIP

Esta é uma modalidade de qualificação jurídica que pode ser atribuída

a pessoas de direito privado que venham estabelecer parcerias com o poder

público. As OSCIP foram criadas na Lei 9.790/99, que instituiu o chamado

Termo de Parceria. Este é o instrumento próprio para qualificação destas

entidades, que necessitam ainda ter uma das finalidades citadas pela referida

lei como, por exemplo, a assistência social, a promoção gratuita da educação

ou da saúde, da segurança alimentar e nutricional, da cultura, do

voluntariado, etc.

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A qualificação como OSCIP é muito semelhante ao caso das

Organizações Sociais, mas difere basicamente em função do instrumento

contratual – o Termo de Parceria, da exigência de documentação contábil-

fiscal e ainda em razão da participação de agentes públicos na estrutura da

entidade.

2.4. Estratégia organizacional (planejamento estratégico).

2.4.1. O Processo de Planejamento

Vamos iniciar nossa discussão sobre o processo de planejamento.

Trata-se de uma ferramenta utilizada pelas organizações em geral para

determinar suas relações com o futuro. Colocando-se em outros termos, o

planejamento envolve o processo de tomada de decisões com relação ao

futuro, tentando de alguma forma, influenciá-lo.

Podemos definir o ato de planejar de várias maneiras:

• Planejar é definir objetivos para organização, determinando que

resultados devam ser alcançados, e quando isto deve ocorrer;

• Planejar é também dimensionar os meios necessários à obtenção dos

resultados pretendidos;

• Planejar é intervir na realidade, de forma a produzir mudanças na

organização de acordo com uma situação desejada no futuro, superior

à situação vivida no presente;

• Planejar é tomar decisões de forma antecipada, no presente, para

reduzir as incertezas inerentes ao futuro.

Faz parte do trabalho do administrador o processo de tomar decisões

de planejamento. A própria criação da organização se dá com a tomada de

decisões básicas sobre o seu funcionamento e sobre sua relação com o

ambiente organizacional.

Assim, diz-se que o Planejamento é uma das aplicações do Processo

Decisório, ou seja, do processo de tomada de decisões dentro da

organização, que envolve diversas etapas tais como: conhecimento da

situação atual, coleta de informações internas e externas à organização,

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valoração das informações mais relevantes, análise de alternativas, análise

de impactos de decisões prováveis, etc...

A própria sobrevivência das organizações depende de sua capacidade

de administrar, de forma dinâmica, seus recursos internos (humanos,

materiais, tecnológicos, etc) e suas relações com o ambiente externo.

As organizações apresentam diferentes “capacidades de resposta” aos

desafios colocados pelas mudanças no ambiente externo e no meio interno.

Algumas têm mais sucesso do que outras na aplicação do processo de

planejamento.

Uma das explicações para o sucesso ou insucesso das organizações

no que tange à utilização do planejamento como ferramenta eficaz de gestão

é a própria atitude dos administradores em relação ao futuro.

Os estudiosos da Administração apontam basicamente dois tipos de

atitude dos administradores em relação ao futuro: a atitude pode ser proativa

ou reativa.

Dependendo da atitude predominante dos administradores, a

organização será mais ou menos afetada pelos eventos e mais ou menos

eficaz ao lidar com os mesmos.

As informações (internas e externas) captadas pelos administradores

podem representar pontos positivos ou negativos, que podem ou não

desencadear um processo de mudança. Quando a organização altera de

forma dinâmica seus sistemas internos e suas relações com o ambiente, em

função das informações que a mesma obtém, estamos diante de uma atitude

proativa.

Desse modo, a atitude proativa se manifesta através de forças que

desejam mudanças nos objetivos e na mobilização dos recursos

organizações, e as impulsionam. É a atitude dos administradores que

processam, de maneira positiva, as informações que vêm do ambiente

externo e de dentro da própria organização.

Portanto, a atitude proativa faz com que a organização possa

rapidamente antecipar as mudanças e adotar os procedimentos necessários

nos períodos de transição. O “tempo de resposta” às mudanças ambientais é

curto. Se houver demora na tomada de decisões, o tempo disponível para

implementar mudanças diminui; a administração torna-se reativa.

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A atitude reativa é representada, portanto, pelas forças que desejam a

estabilidade, a manutenção do status quo; desse modo, são forças de

preservação da situação atual. É uma atitude adotada pelos administradores

que processam negativamente o feedback que recebem, tanto do ambiente

externo quanto de dentro da própria organização.

Nesse contexto, as informações recebidas não são capazes de

provocar qualquer mudança, seja na forma como a organização utiliza seus

recursos, quanto na maneira pela qual a mesma se relaciona com o ambiente

externo.

Em qualquer organização os dois tipos de forças estão presentes.

Ambas são igualmente necessárias. A atitude proativa é importante para

promover o crescimento da organização e a mudança nos seus processos,

sistemas, rotinas, enfim, em tudo aquilo que possa melhorar o seu

desempenho. A atitude reativa é importante para manter o equilíbrio interno,

e para impedir mudanças abruptas, desnecessárias e que possam

comprometer o desempenho da organização.

Mas, enfim, qual é o resultado do próprio processo de planejamento?

A resposta é simples: o planejamento resulta na elaboração de planos.

Planejar é o processo; os resultados são os planos. Um plano contém

objetivos, que precisam estar adequadamente identificado, bem, como as

formas pelas quais a organização pode alcançá-los. Assim, podemos dizer

que os planos envolvem metas e métodos.

As metas representam a quantificação dos objetivos, e a data em que

os mesmos devem ser atingidos. Os métodos significam o caminho que a

organização deve percorrer para cumprir suas metas.

Numa organização iremos encontrar uma grade variedade de planos

que, a depender da abrangência e do impacto que têm sobre a mesma,

podem ser classificados em três tipos principais: Planos Estratégicos,

Funcionais e Operacionais. Vejamos em que se constituem os mesmos:

Planos Estratégicos

São os planos que definem os objetivos para toda a organização, bem

como sua relação pretendida com o ambiente. O plano estratégico de uma

organização estabelece quais são os produtos e serviços que a organização

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pretende oferecer. Determina também em que mercados a mesma pretende

atuar, e a que clientes ela almeja atender.

Assim, a preocupação deste tipo de plano e posicionar a empresa no

mundo. Para isto são utilizados alguns conceitos fundamentais, tais como a

Missão da Organização, sua Visão de Futuro e os seus Valores.

A responsabilidade pela definição do plano estratégico é da alta

administração. A ferramenta empregada para produzi-lo é chamada de

Planejamento Estratégico. Se a organização resolve adotar o planejamento

estratégico em bases consistentes, de forma a torná-lo parte de seus

processos normais, a mesma estará praticando uma Gestão Estratégica.

Muitas empresas promovem o envolvimento de funcionários de níveis

hierárquicos inferiores durante a realização do planejamento estratégico.

Trata-se de um dos aspectos da Administração Participativa, na qual se

busca um processo mais democrático de tomada de decisão. Em outras

empresas, existem setores inteiros executando funções estratégicas, como

aqueles voltados para o desenvolvimento de novos produtos e prospecção de

tecnologias emergentes.

2.4.1.1. Planos Funcionais

Estes são também chamados de planos administrativos,

departamentais ou táticos. São elaborados para possibilitar a realização dos

objetivos traçados nos planos estratégicos.

Os planos funcionais recebem esta denominação porque abrangem

áreas de atividades especializadas da empresa, por exemplo: marketing,

finanças, recursos humanos, produção, tecnologia, etc...

São, portanto, de responsabilidade dos administradores dessas áreas.

Representam um desdobramento dos planos estratégicos, preocupando-se

com os aspectos que cabem a cada uma das áreas funcionais da empresa.

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2.4.1.2. Planos Operacionais

Preocupam-se com o nível da execução, para alcançar objetivos

específicos de uma determinada atividade ou tarefa. O planejamento

operacional envolve a definição de atividades a serem realizadas e recursos

a serem mobilizados, diante de um produto ou objetivo concreto. Estão

ligados, portanto, à base da estrutura organizacional, onde se desempenham

as mais variadas operações. Resultam, assim, de desdobramentos de planos

funcionais, colaborando para a consecução dos objetivos fixados nestes.

O quadro a seguir mostra um exemplo do encadeamento que existe

entre os planos estratégicos, funcionais e operacionais:

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Podemos ver a seguir um exemplo aplicado à administração pública

2.4.1.3. Administração Estratégica (ou Gestão

Estratégica)

É definida como um processo contínuo, que visa manter a organização

como um conjunto apropriadamente integrado a seu ambiente. A

Administração Estratégica é a disciplina que trata do planejamento,

implementação, execução e controle (acompanhamento e avaliação) da

Estratégia dentro da empresa. Como vimos, a ferramenta de gestão

empregada para desempenhar esta função chama-se

2.4.1.4. Planejamento Estratégico.

O conceito de Estratégia, termo de origem militar, nasceu da

necessidade de realizar objetivos em situações complexas, principalmente

nas quais um concorrente tentar impedir o objetivo de outro, como é o caso

das guerras. No âmbito da Administração, podemos definir a Estratégia como

sendo a seleção dos meios, de qualquer natureza, a serem empregados para

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realizar determinados objetivos, num ambiente organizacional que é cada vez

mais competitivo.

Assim, em nosso campo de estudo - a administração das organizações

- a estratégia abrange os objetivos da organização na relação com seu

ambiente: a seleção dos produtos e serviços e dos mercados e clientes com

os quais a organização pretende trabalhar.

2.4.2. Fases na Elaboração do Planejamento

Estratégico

Por que a organização se preocupa em definir uma estratégia? A

resposta a essa questão é que dois grandes conjuntos de forças estão

continuamente influenciando o nível de desempenho da organização:

• As oportunidades e desafios criados pelos diversos segmentos do

ambiente externo: os concorrentes, os fornecedores, os clientes, a

tecnologia, as fontes de matéria-prima, a legislação, etc.

• Os problemas e as potencialidades que estão presentes ou podem

surgir no próprio âmbito interno da organização: o grau de

competência e motivação dos funcionários, a eficiência de seu parque

tecnológico (máquinas, equipamentos, instalações), a disponibilidade

de capital, o funcionamento adequado de suas rotinas, etc.

O processo de elaboração do planejamento estratégico deve levar em

conta os desafios e as oportunidades para a organização, sejam elas internas

ou externas. Assim, o processo de planejamento estratégico afeta a empresa

no longo prazo, porque compreende as decisões sobre os produtos e

serviços que a organização pretende oferecer e os mercados e clientes que

pretende atingir, a partir de considerações sobre os desafios e oportunidades

internas e externas.

Podemos identificar uma seqüência de análises e decisões que as

seguintes etapas:

Análise da situação Atual, Análise externa, Análise interna e Definição

do plano estratégico.

Vejamos cada uma delas em detalhes a seguir.

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2.4.2.1. Análise da Situação Atual

Representa um diagnóstico da situação estratégica ou posição

estratégica da organização. É o ponto de partida para a elaboração do plano

estratégico. Este diagnóstico procura focalizar cinco elementos essenciais:

objetivos, mercados, produtos e serviços, vantagens competitivas e

desempenho.

2.4.2.2. Objetivos

Os objetivos focalizados na análise da situação atual são definidos em

primeiro lugar no nível estratégico, e compreendem a Missão, o Negócio e a

Visão.

A Missão estabelece o propósito ou as razões para a existência da

organização, do ponto de vista de sua utilidade para os seus clientes.

Identificar a Missão é traduzir as necessidades do mercado ao qual

organização atende. A análise da missão envolve perguntas tais como: quem

são os clientes, que necessidades eles apresentam, de forma nós atendemos

estas necessidades, etc.

Desse modo, a Missão é uma declaração de propósitos de caráter

amplo, visando o longo prazo, mas que individualiza a organização em

relação a outras do mesmo ramo de negócio.

O entendimento da missão permite a compreensão de qual é o papel

desempenhado pela a organização para seus clientes e stakeholders (ou

seja, para todas as pessoas e organizações que são afetadas pelo seu

desempenho ou atuação).

Modernamente entende-se que a missão de qualquer organização

empresarial não é apenas maximizar o lucro dos acionistas, mas também

criar valor para todos os demais stakeholders: empregados, clientes,

comunidades, instituições sociais e governamentais, fornecedores, etc.

Vejamos alguns exemplos reais de declaração de missão utilizadas

por algumas empresas:

• Empresa A - “Garantir a excelência na entrega de produtos e serviços

financeiros, maximizando valor para clientes e acionistas.”

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• Empresa B - “Promover ensino, pesquisa e extensão, formando

lideranças capazes de desenvolver a sociedade.”

• Empresa C – “Ser uma empresa ágil e inovadora no setor de

telecomunicações, sendo referência como caso de sucesso,

proporcionando a seus clientes, produtos e serviços de alto valor

adicionado, contribuindo para a plena satisfação de seus

colaboradores e acionistas.”

• Empresa D – "Servir aos Portadores de Deficiência Física, transitória

ou definitiva, necessitados de receber atendimento de reabilitação,

desenvolvendo o seu potencial físico, psicológico, social, profissional e

educacional".

• Empresa E – “Contribuir para a difusão de informação, cultura e

entretenimento, para o progresso da educação, a melhoria da

qualidade de vida, o desenvolvimento da livre iniciativa e o

fortalecimento das instituições democráticas do país”

Muitas empresas preferem utilizar a palavra Negócio, em lugar de

missão. A idéia de negócio, para definir um ramo de atuação, é mais prática e

identifica de modo direto o ramo de atividade econômica (ou social) da

organização. Por outro lado, não individualiza a organização perante seus

concorrentes.

Os negócios das empresas relacionadas anteriormente são,

respectivamente, os seguintes:

• Empresa A – Instituição Financeira – Banco Comercial

• Empresa B – Instituição Privada de Ensino Superior - Faculdade

• Empresa C – Telecomunicações- Telefonia Celular

• Empresa D – Instituição Privada de Saúde – Clínica de Reabilitação

• Empresa E – Editora de Livros, Revistas e Periódicos

Negócio, portanto, é o âmbito de atuação da empresa. Representa o

espaço que a organização deseja ocupar em relação às demandas da

sociedade.

Por sua vez, a Visão é uma imagem projetada para uma situação

futura, desejável pela alta administração, e geralmente estabelecida de forma

ambiciosa. É uma declaração que busca essencialmente motivar e inspirar.

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A Visão diz como deverá estar a empresa no futuro – corresponde a

uma descrição do “sonho” desejado pela administração. Seu objetivo é

compartilhar este “sonho”, esta “visão de futuro” por todos os membros da

organização, desde seus dirigentes superiores até os níveis mais

operacionais, unindo os esforços de todos os funcionários.

2.4.2.3. Mercados

Na fase do diagnóstico, a organização estuda seus mercados de

atuação, identificando seus clientes e avaliando a trajetória da evolução de

seus negócios ao longo do tempo.

Clientes e mercados podem ser estudados quantitativamente. Para

isso, são coletadas informações sobre quem são os clientes, seu porte, o

volume de negócios mantidos com a organização, etc.

No caso de uma empresa privada com fins lucrativos, isto envolve

identificar a participação dos clientes no faturamento. Numa organização

governamental, os clientes são substituídos pelos cidadãos-usuários, que

consomem os serviços públicos.

Ao analisar sua situação estratégica, a organização necessita

conhecer os volumes de negócios que tem com cada um dos clientes, em

cada um de seus mercados (ou, se for caso, o volume de atendimentos às

diversas demandas sociais, no caso das organizações públicas).

Uma vez detectadas tendências nesses números, de crescimento ou

queda, bem como eventuais flutuações, pode-se determinar a ocorrência de

ameaças ou oportunidades no ambiente externo, bem como de pontos fracos

ou fortes da própria organização.

2.4.2.4. Produtos e serviços

Na análise destas variáveis, a organização deve reunir informações

sobre os produtos que vende e/ou serviços que presta para seus

clientes/usuários. Para uma empresa com fins lucrativos, isso significa saber

qual a participação dos produtos e serviços nas vendas. Isso quer dizer,

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descobrir qual é a margem de contribuição de cada produto/serviço na

formação do lucro. O estudo da participação dos produtos e serviços nas

vendas, ao longo de determinado período, pode também levar à identificação

ameaças, oportunidades, tendências e a necessidade de decisões.

2.4.2.5. Vantagens competitivas

Tais elementos aplicam-se principalmente a situações de concorrência

entre as organizações, que pode ser mais ou menos acirrada. Vantagens

competitivas são fatores que contribuem para que um produto, serviço ou

empresa seja um sucesso de vendas em relação aos concorrentes. As

vantagens competitivas também podem ser entendidas como as razões pelas

quais o cliente prefere comprar de uma empresa, um certo produto ou usar

um determinado serviço. Entretanto, vantagens competitivas podem estar

associadas às próprias condições internas da empresa e não às preferências

subjetivas de seus clientes e mercados.

2.4.2.6. Desempenho

Como parte do diagnóstico organizacional, a organização compara-se

com outras, identificando sua parcela de negócios em relação aos

concorrentes. No caso das empresas com fins lucrativos essa comparação na

maioria das vezes identifica a participação no mercado, em termos do volume

do seu faturamento.

Do estudo da participação no mercado, ao longo de certo período,

surgem informações sobre o crescimento ou declínio dos diversos

concorrentes e as preferências do consumidor. A análise dessas

informações, à luz do exame de outras variáveis, como a utilização de

vantagens competitivas e as tendências do ambiente, pode produzir decisões

de grande impacto sobre o desempenho futuro da organização.

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2.4.2.7. Análise Externa do Ambiente

Vimos que a estratégia busca a adaptação da organização ao seu

ambiente com sucesso. Sendo assim, uma das bases para a uma formulação

de estratégias é a análise das ameaças e oportunidades do ambiente.

O ambiente organizacional pode ser mais ou menos complexo, e mais

ou menos instável, exigindo da organização uma maior ou menor capacidade

de adaptação. A seguir serão analisadas algumas transformações no

ambiente, que criam ameaças ou oportunidades para as organizações em

geral.

Concorrentes

A ação da concorrência é o principal fator que cria ameaças e,

algumas vezes, oportunidades para as empresas. As oportunidades que a

concorrência cria são, por exemplo: novas idéias e produtos; novos mercados

consumidores; novas necessidades; e novos conceitos e práticas gerenciais.

A análise da concorrência deve levar em conta alguns fatores

inerentes ao ramo de negócios, tais como:

Estrutura do mercado – quantidade de empresas que compõem o

ramo de negócios, participação percentual de cada uma em termos de

volume de vendas, volume de produção, faturamento total, número de

funcionários, etc.

Linhas de produtos – maior ou menor diferenciação dos produtos em

relação aos concorrentes e participação dos mesmos nas vendas.

Perfil e comportamento dos consumidores – faixa etária, poder

aquisitivo, nível de instrução, sazonalidade das vendas, etc.

Tendências de expansão do mercado e das empresas que dele

participam.

Alguns fatores estruturais influenciam as cinco forças competitivas de

um ramo de negócio, que são:

Entrada de concorrentes potenciais - pode reduzir o retomo

esperado sobre o investimento dos concorrentes atuais.

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Rivalidade - afeta diretamente o volume dos retornos, se os

concorrentes estiverem predispostos a se envolver numa guerra de preços.

Poder dos compradores – que podem, diretamente ou por meio da

legislação, forçar as empresas a manter preços reduzidos, ou fazer outras

exigências que impliquem em custos adicionais.

Produtos substitutos – que podem estabelecer limites para o

aumento dos preços e influenciar decisões sobre investimentos em

desenvolvimento de novos produtos (como acontece na indústria de tecido e

vestuário).

Poder dos fornecedores – influenciando os preços dos insumos e

matérias primas graças a um maior ou menor poder de mercado – por

exemplo no caso de monopólios e oligopólios.

O conhecimento destes fatores é vital para que empresa possa definir

com sucesso uma estratégia competitiva eficiente.

Análise do mercado

Os estudos de mercado permitem identificar necessidades específicas

dos consumidores, “nichos” ou segmentos de cada mercado, oportunidades

para oferecer novos produtos e serviços, tendências de comportamento, etc.

O mercado pode ser estudado segundo quatro enfoques principais:

geográfico, demográfico, psicossocial e comportamental.

Geográfico - classificação dos consumidores de acordo com o critério

territorial: região de domicílio, grau de urbanização da região, densidade

demográfica, variáveis climáticas, etc.

Demográfico - classificação dos consumidores de acordo com dados

demográficos tais como distribuição etária, sexo, quantidade de membros em

cada família, estado civil, nível de renda, escolaridade, etc.

Psicossocial - classificação de acordo com a classe social, estilo de

vida, personalidade, opiniões e valores culturais.

Comportamental - Estudo das tendências de comportamento e

hábitos: freqüência de compras, fidelidade à marca, imagem positiva ou

negativa da empresa.

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As variáveis ou critérios que as empresas utilizam para fazer a

segmentação do mercado podem também ser usadas por organizações

públicas, que tenham a interesse em conhecer melhor seu público-alvo.

2.4.2.8. Análise Interna - Pontos Fortes e Fracos da

Organização

Olhando para dentro de suas próprias fronteiras, a organização busca

identificar pontos fortes e fracos para a correta formulação de sua estratégia.

As principais formas de identificar pontos fortes e fracos são: o estudo das

áreas funcionais, o estudo do desempenho e o benchmarking.

a) Estudo das áreas funcionais

Uma maneira de detectar os pontos fortes e fracos consiste em

estudar as principais áreas funcionais da organização (finanças, produção,

marketing, recursos humanos, etc). Os recursos e competências de cada

área são avaliados, bem como suas deficiências e vulnerabilidades.

Essa avaliação pode ser feita através de processos sistemáticos de

coleta de informações, consulta aos funcionários e aos gerentes, e pesquisas

de opinião unto aos clientes.

São essas fontes principais que devem ser abordadas no estudo das

áreas funcionais. Outras áreas funcionais, tais como controle da qualidade,

manutenção geral, etc, podem ser incluídas na relação, dependendo do tipo

de negócio desenvolvido pela empresa e das necessidades de análise.

b) Estudo do desempenho

Concentra-se nos resultados obtidos até o momento. Tem por objetivo:

Entender o desempenho da organização ao longo do tempo, avaliando

se o mesmo está melhorando ou piorando – por exemplo, as vendas estão

subindo ou caindo?

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Fazer projeções sobre as tendências do desempenho da organização

no futuro: a tendência é de melhora ou piora?

Nas empresas privadas o estudo do desempenho concentra em duas

áreas principais: finanças e vendas. O estudo do desempenho nas vendas

busca avaliar o volume de operações da empresa, a participação da mesma

no mercado, a tendência do faturamento, etc. O estudo do desempenho

financeiro é feito com base em diversos indicadores que revelam dados sobre

a liquidez da empresa, endividamento, retorno sobre o investimento, etc.

No caso das organizações públicas, o desempenho costuma ser

medido através de indicadores de desempenho específico, que focalizam os

objetivos específicos deste tipo de organização. No setor público temos, por

exemplo, indicadores de Eficácia, Eficiência, Economicidade e Efetividade.

c) Benchmarking

Trata-se de uma técnica por meio da qual a organização compara seu

desempenho com o de outra. Por meio do benchmarking, uma organização

procura imitar outras organizações, concorrentes ou não, do mesmo ramo de

negócios ou de outros, que façam algo de maneira particularmente bem-feita.

A idéia central da técnica do benchmarking é a busca das melhores

práticas da administração, como forma de identificar e ganhar vantagens

competitivas. As melhores práticas podem ser encontradas nos concorrentes,

ou numa organização que esteja num ramo completamente diferente de

atuação.

A utilização do benchmarking começa pela definição de como serão

pesquisadas as melhores práticas. Os procedimentos básicos iniciais

consistem em selecionar o produto ou processo a ser comparado e o marco

de referência e escolher um método de obtenção de dados. Não há um

método único para a obtenção de dados sobre as empresas que têm as

melhores práticas. Alguns dados são públicos. Outros podem exigir

procedimentos de pesquisa e observação direta, se isso for possível.

Em seguida, são feitos a coleta, o estudo e a interpretação dos dados

sobre a organização escolhida como marco de referência. Os procedimentos

básicos nesta segunda etapa do processo procuram entender em que se

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baseia a superioridade da empresa selecionada para comparação e quais de

suas práticas podem ser copiadas e implementadas. O processo completo do

benchmarking vai desde essas duas fases iniciais até a implementação e

maturação das práticas selecionadas para implementação.

Alguns tipos de benchmarking podem ser vistos a seguir:

Interno – comparação de atividades entre unidades operacionais da

própria organização;

Competitivo – comparação de atividades com os concorrentes diretos

do setor;

Funcional – comparação de atividades com organizações em outros

setores;

Genérico – Prospecção de melhores práticas em organizações de

diversos setores

d) Elaboração do Plano Estratégico

Depois dos procedimentos de análises aqui apresentados, a

organização pode enfim elaborar seu Plano Estratégico. Vejamos as fases

envolvidas neste processo:

Preparação do plano estratégico

Começa com o estudo do futuro dos objetivos da organização. Ela

continuará a ser capaz de realizar tais objetivos? Existem, no cenário futuro,

ameaças que dificultem a conquista destes objetivos? Vislumbram-se

oportunidades nesse cenário futuro? Que curso de ação deve ser adotado

frente a este cenário? A partir destas questões, a organização prepara um

conjunto de alternativas de ação, para melhorar (ou mesmo manter) seu nível

de desempenho.

Conteúdo do plano estratégico

Em linhas gerais, o plano estratégico define três elementos do

comportamento da empresa no futuro: missão, objetivos e estratégias. Vimos

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que a missão define o papel da empresa no mundo. Os objetivos devem ser

fixados em função deste papel, e formam uma hierarquia. Teremos assim,

objetivos estratégicos, objetivos para as áreas funcionais e objetivos para as

operações do dia-a-dia.

As estratégias são implementadas para atingir objetivos estratégicos,

que podem ser, por exemplo, recuperar uma empresa em má situação

financeira, alcançar maior participação no mercado em termos de vendas,

atuar em algum segmento ou nicho de mercado com um novo produto, etc.

A administração de uma organização deve considerar diversos fatores

ao selecionar suas estratégias. Em primeiro lugar, é necessário ter clareza

com relação ao negócio ou missão, que é fundamental para a seleção de

estratégias. Se a empresa não souber dizer com precisão qual sua missão ou

em que negócio está, provavelmente também não conseguirá formular

estratégias consistentes.

Ao tomar decisões estratégicas, os administradores devem responder

a questões do tipo: quem devem ser os nossos clientes? Quais são as

tendências do mercado em nosso ramo de negócio? Que vantagens

competitivas iremos buscar? Em que momento deveremos implementar as

mudanças? Devemos no especializar em algum produto ou diversificar nossa

atuação, etc?

Classificação das Estratégias

Na visão de um dos maiores especialistas da área, Michael Porter, as

estratégias empresariais podem ser classificadas em três categorias

genéricas: diferenciação, liderança do custo e foco.

Diferenciação - A estratégia da diferenciação consiste em tentar

projetar uma forte identidade própria para o serviço ou produto, que o torne

nitidamente distinto dos produtos e serviços concorrentes. Isso significa

enfatizar uma ou mais vantagens competitivas, como qualidade, serviço,

prestígio para o consumidor, estilo do produto ou aspecto das instalações.

Liderança do custo – Nesse tipo de estratégia o objetivo não é

diferenciar-se dos oncorrentes, mas oferecer um produto ou serviço mais

barato.

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Foco - Consiste em selecionar um nicho no mercado e dominar os

recursos para xplorá-lo da melhor forma possível, em vez de procurar

enfrentar todos os concorrentes no grande mercado. A estratégia, portanto, é

ser o melhor e tirar o áximo proveito de mercados ou produtos/serviços

selecionados de forma estreita.

2.5. Estrutura organizacional.

2.5.1. Modelos de Organização

Organizar é o processo de dispor qualquer conjunto de recursos em

uma estrutura que facilite a realização de objetivos pretendidos. O “processo

administrativo da organização” tem como resultado o ordenamento das partes

de um todo, ou a divisão de um todo em partes ordenadas, segundo algum

critério ou princípio de classificação. Um conjunto organizado segundo algum

tipo de critério é uma estrutura.

Sendo assim, dizemos que uma empresa é “organizada” quando a

mesma possui uma estrutura organizacional que identifique basicamente três

elementos: as responsabilidades, a autoridade e a comunicação entre as

pessoas que nela trabalham. O processo de organização é um processo de

tomada de decisões sobre como dispor responsabilidade, autoridade e linhas

de comunicação. Os dados de entrada do processo decisório da organização

se originam no próprio processo de planejamento.

Por sua vez, o resultado do processo de organização é uma

determinada estrutura organizacional. A escolha da estrutura organizacional é

uma das principais decisões a serem tomadas pelo administrador.

Estrutura Organizacional e Organograma A estrutura organizacional

define a autoridade e as responsabilidades das pessoas, como indivíduos e

como integrantes de grupos, sendo representada por um gráfico denominado

organograma. Observa-se em qualquer organograma os seguintes aspectos:

Divisão do trabalho: os retângulos representam unidades de trabalho

(departamentos) e indicam como as responsabilidades estão divididas dentro

da organização.

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Autoridade e Hierarquia: a quantidade de níveis verticais em que os

retângulos estão agrupados mostra como a autoridade está distribuída, do

gerente que tem mais autoridade, no topo da estrutura, até o que tem menos

autoridade, na base da estrutura.

Comunicação: as linhas que ligam os retângulos mostram a

interdependência das unidades de trabalho. As linhas de comunicação

nascem das decisões sobre divisão do trabalho e autoridade e hierarquia.

Vejamos com mais detalhes estes elementos da estrutura organizacional.

2.5.2. Divisão do Trabalho

É o processo por meio do qual uma determinada atividade é dividida

em tarefas menores, cada uma das quais atribuída a uma pessoa ou a uma

equipe.

A divisão do trabalho permite às organizações realizar tarefas

complexas, como a montagem de veículos, a construção de prédios, navios,

etc. A divisão do trabalho permite ganhos de produtividade que viabiliza a

produção em massa de determinados bens, pois conduz à especialização

dentro da empresa.

A responsabilidade pela execução de cada tarefa pode ser atribuída a

indivíduos ou a grupos (equipes de trabalho). O conjunto de tarefas atribuídas

a uma pessoa chama-se cargo.

Um cargo é a menor unidade de trabalho da estrutura organizacional.

Um cargo consiste de um conjunto de tarefas ou responsabilidades

específicas que uma pessoa (ocupante do cargo) deve desempenhar. Uma

das providências que devem ser tomadas no processo de definição da

estrutura organizacional é justamente descrever os cargos que existirão

nessa estrutura e as correspondentes atribuições.

Desse modo, o ocupante do cargo deverá responder perante seus

superiores pela execução das atividades inerentes ao mesmo.

Um departamento, por sua vez, é um agregado de cargos, e tem

também responsabilidade em relação a uma determinada função da

organização (produção, marketing, finanças, etc). Geralmente os

departamentos são identificados pelo título da função sob sua

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responsabilidade (Ex: Diretoria de Produção, Gerência de Marketing,

Superintendência de Finanças, etc).

2.5.3. Autoridade

Estamos aqui tratando da autoridade formal, ou seja, do direito legal

que os chefes ou gerentes têm de influenciar o comportamento de seus

subordinados, bem como de utilizar ou comprometer os recursos

organizacionais.

Em outras palavras, a autoridade envolve o direito formalmente

constituído (com base em lei, regulamentos, regimentos ou outro instrumento

de caráter normativo) que tem o chefe de exigir o cumprimento de

determinadas tarefas por parte do subordinando, sendo facultado ao superior

a possibilidade de algum tipo de sanção caso a ordem não seja cumprida.

Autoridade envolve também o poder de decisão sobre a utilização dos

recursos disponíveis pela organização no cumprimento de certas atividades.

A autoridade é o mecanismo que garante a coordenação e a execução

das tarefas especializadas, pois envolve poder. Assim, no desenho da

estrutura organizacional, é necessário saber como distribuir de forma

adequada este poder dentro da empresa. Além disso, há tipos diferentes de

autoridade formal, que pode ser vistos a seguir:

Autoridade de linha: é inerente à cadeia de comando e define as

relações entre chefes e subordinados. O mecanismo da autoridade formal de

linha estipula que os chefes têm o direito de emitir ordens e de esperar a

obediência ou adesão daquelas pessoas que trabalham para eles, ou em

suas equipes.

Autoridade de assessoria (ou de Staff): baseia-se no desempenho

de atividades de aconselhamento. É característica das funções de apoio para

orientar os gerentes de linha. Exemplos: assessoria jurídica, assessoria

econômica, etc. Algumas funções de linha podem também ter autoridade de

assessoria, como, por exemplo, a administração de recursos humanos e

administração da qualidade.

Autoridade funcional: sua característica principal é o poder para

determinar o que os outros devem fazer, independente das relações entre

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chefes e subordinados. As mesmas funções, em certos assuntos, exercem

autoridade de linha e autoridade funcional. Por exemplo, a gerência de

qualidade pode determinar quais critérios devem ser obedecidos na

contratação de fornecedores; a gerência de recursos humanos pode

determinar que todos os candidatos a emprego passem por certo processo

de seleção.

Observe que estamos falando da autoridade formal, que surge em

função das normas internas da empresa. No entanto, existe o conceito de

Liderança, que envolvem aspectos informais existentes na organização.

Liderança pode ser definida como a capacidade de influenciar o

comportamento de outra pessoa através da adesão da mesma a um

princípio, a uma meta ou a uma determinada missão.

Portanto, a Liderança não parte do uso da sanção como mecanismo

de convencimento. Ela envolve habilidades e capacidades interpessoais,

inerentes às relações humanas.

Esta distinção entre autoridade formal e liderança é importante, pois,

em qualquer empresa coexistem, simultaneamente, duas organizações:

A organização formal, baseada na estrutura desenhada pela empresa

de forma planejada e racional, descrita em normas e regulamentos internos;

A organização informal, que surge espontaneamente da interação

diária entre os indivíduos, de forma não-planejada, a partir das relações

humanas.

Assim, nem sempre o gerente que tem autoridade formal conseguirá

atuar como líder, e muitas vezes surgem espontaneamente lideres que não

exercem formalmente nenhum cargo de chefia. Esse é um fenômeno que as

organizações devem levar em conta, no que diz respeito à influência das

relações humanas sobre o desempenho global da organização.

Voltemos à questão da autoridade formal. A disposição da autoridade

em níveis chama-se hierarquia ou cadeia de comando. A quantidade de

níveis chama-se numero de escalões hierárquicos. Em qualquer nível, cada

gerente tem determinado número de pessoas que se reportam a ele, pessoas

que podem estar agrupadas em conjuntos de cargos ou outros

departamentos.

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A quantidade de pessoas subordinada a um gerente define a

amplitude de controle, ou amplitude de comando, desse gerente. A amplitude

de controle, normalmente, não é padronizada. Essa quantidade varia entre as

organizações. Definir a amplitude de controle é outra decisão importante no

processo de organizar a estrutura, porque envolve a quantidade de pessoas

que um gerente consegue administrar de forma eficaz.

As decisões sobre a amplitude de controle, de forma geral,

apresentam duas alternativas principais; estrutura achatada, com grande

número de subordinados por chefe e um pequeno número de chefes, ou

estrutura aguda, com grande número de chefes e um pequeno numero de

subordinados por chefe.

A amplitude de controle apropriada para uma organização depende de

alguns fatores principais, por exemplo:

• Similaridade das funções a serem supervisionadas pelos chefes:

quanto mais parecidas forem as tarefas de cada integrante da equipe,

maior pode ser a amplitude de controle, ou seja, mais pessoas podem

ser chefiadas ao mesmo tempo.

• Complexidade das funções: quanto mais complexas forem as tarefas

executadas pelos funcionários, menor deve ser a amplitude de

controle, para permitir o gerenciamento eficaz.

• Direção e controle requeridos pelos funcionários: depende do grau de

independência, autonomia e motivação das equipes. Equipes de

funcionários “novatos”, por exemplo, exigem menor amplitude de

controle.

2.5.4. Departamentalização

A forma de dividir as tarefas entre os departamentos depende de

princípios chamados critérios de departamentalização. Por exemplo, pode-se

atribuir a cada departamento a tarefa de atender a um tipo específico de

cliente, ou de produzir um tipo específico de produto, ou de cuidar de

determinada área geográfica.

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Esses e outros critérios de departamentalização definem as

responsabilidades especializadas das unidades da estrutura organizacional.

O modo mais simples de departamentalização é o que se baseia no

critério funcional, que tanto pode ser usado pelas organizações de grande

como de pequeno porte.

A partir de uma departamentalização funcional, a estrutura pode

evoluir para outras formas mais complexas, como nos diversos tipos de

organização de projeto, que funcionam como departamentos temporários.

De modo geral, as organizações utilizam uma combinação de critérios

de departamentalização. Os mais importantes critérios de

departamentalização são apresentados em seguida.

a) Departamentalização funcional

As funções organizacionais são conjuntos de tarefas interdependentes,

orientadas para um objetivo singular. Cada uma das funções contribui para a

realização da missão, propósito ou tarefa total de uma organização. Todas as

organizações de um mesmo ramo de atividades têm aproximadamente as

mesmas funções. A figura a seguir exemplifica esse tipo de

departamentalização:

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b) Departamentalização territorial ou geográfica

Quando se usa o critério geográfico de departamentalização, cada

unidade de trabalho corresponde a um território ou região. O critério

geográfico ou territorial pode ser utilizado quando a organização opera numa

área grande, ou em locais diferentes, e em cada local é necessário

disponibilizar certo volume de recursos ou

certa autonomia.

Desde que seja possível promover algum tipo de agregação dentro dos

territórios, o critério geográfico torna-se a base da divisão do trabalho. A

figura a seguir exemplifica este tipo de departamentalização:

c) Departamentalização por produto

Quando a empresa trabalha com vários produtos ou serviços que

apresentam diferenças importantes entre si, pode ser melhor administrar

cada um individualmente.

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Essa escolha resulta em uma estrutura organizacional em que a

responsabilidade é dividida, usando o produto ou serviços como critério.

Cada unidade de trabalho tem responsabilidade e autoridade sobre um grupo

de operações ou sobre a totalidade das operações relativas a um produto ou

serviço.

d) Departamentalização por cliente

O critério do cliente é apropriado quando a organização atende a

diferentes tipos de cliente, com necessidades muitos distintas ou quando os

clientes são iguais, mas têm necessidades diferentes.

Esse tipo de departamentalização é uma forma segura de garantir a

satisfação dos clientes. São usuários tradicionais do critério de

departamentalização por cliente: as lojas de departamentos e as agências de

propaganda.

e) Organização por projetos

As atividades temporárias, chamadas projetos, são realizadas por

estruturas organizacionais temporárias. São exemplos de projetos: projetar e

construir instalações, como aeroportos e rodovias, organizar eventos e

fornecer serviços, como congressos e competições. Uma organização de

projeto é uma estrutura temporária, alocada dentro da organização funcional.

Para cada projeto é necessário criar uma organização temporária, que usa os

recursos das unidades funcionais.

Na prática as organizações assumem uma estrutura combinando dois

ou mais critérios. A estrutura organizacional deve também apresentar

flexibilidade necessária para ser modificada sempre que as condições

externas à empresa, ou seja, as variáveis ambientais, sofram grandes

mudanças, impactando no desempenho da organização.

Fonte: Apostila Administração Pública – Professor Carlos Ramos

Site: www.cursoparaconcursos.com.br

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3. CONHECENDO O SIAFI

O SIAFI é um sistema informatizado que processa e controla, por meio

de terminais instalados em todo o território nacional, a execução

orçamentária, financeira, patrimonial e contábil dos órgãos da Administração

Pública Direta federal, das autarquias, fundações e empresas públicas

federais e das sociedades de economia mista que estiverem contempladas

no Orçamento Fiscal e/ou no Orçamento da Seguridade Social da União.

O sistema pode ser utilizado pelas Entidades Públicas Federais,

Estaduais e Municipais apenas para receberem, pela Conta Única do

Governo Federal, suas receitas (taxas de água, energia elétrica, telefone, etc)

dos Órgãos que utilizam o sistema. Entidades de caráter privado também

podem utilizar o SIAFI, desde que autorizadas pela STN. No entanto, essa

utilização depende da celebração de convênio ou assinatura de termo de

cooperação técnica entre os interessados e a STN, que é o órgão gestor do

SIAFI.

Muitos são as facilidades que o SIAFI oferece a toda Administração

Pública que dele faz uso, mas podemos dizer, a título de simplificação, que

essas facilidades foram desenvolvidas para registrar as informações

pertinentes às três tarefas básicas da gestão pública federal dos recursos

arrecadados legalmente da sociedade:

ü Execução orçamentária;

ü Execução financeira, e;

ü Elaboração das Demonstrações Contábeis, consolidadas no Balanço

Geral da UNIÂO

Fonte: Site do Governo – Portal SIAFI

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4. DO DIAGNÓSTICO DA UNIRIO

Baseado na experiência adquirida ao longo dos anos em que trabalho

na UNIRIO, desenvolvemos o diagnóstico que passamos a descrever,

informando que se trata do cotidiano da equipe de trabalho da área

administrativa da UNIRIO, formada por almoxarifes, Assistentes

Administrativos, contadores e técnicos em contabilidades, servidores e/ou

contratados, que desempenham suas funções no Departamento de

Atividades de Apoio - DAA desta Instituição.

4.1. DO HISTÓRICO DA UNIRIO

A UNIRIO foi constituída por Lei como Fundação Pública que tem

como característica principal a personalidade Jurídica de Direito Público. Tem

seu patrimônio transferido pelo Estado, atende a área de ensino, pesquisa e

extensão, possui imunidade de impostos e seus bens e rendas são públicos e

impenhoráveis o que permite a alocação do orçamento e, portanto, da

autorização para a realização do gasto público.

Possui em sua estrutura uma Unidade Orçamentária, a UNIRIO, que é

composta de duas Unidades Gestoras que são a Reitoria e o Hospital

Universitário Gafreé e Guinle – HUGG que desenvolvem o agrupamento de

serviços subordinados à UNIRIO, realizam a gestão orçamentária, financeira,

de material e patrimonial e possuem consignadas dotações próprias.

Nossa pesquisa está baseada somente na UG – REITORIA, onde

estou subordinado atualmente. Nela há a aquisição e o controle de materiais

de forma direta, executada pelos setores administrativos em modalidades de

licitação, mas também temos a aquisição de materiais executada de forma

indireta, através de suprimento de fundos.

A gestão de materiais, por designação de competência, pertence a

Pró-Reitoria de Administração que, através dos Departamentos de Atividades

de Apoio- DAA e o Departamento Financeiro – DF, agilizam as contratações

e aquisições para a Universidade.

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4.2. DA GESTÃO DE MATERIAIS APLIACADA NA UNIRIO

Para entendermos melhor o objeto de análise desta monografia, faz-se

necessário a compreensão do passo-a-passo e os estágios que acontecem

com as requisições de materiais que compreendem o solicitante, o

atendimento pelo Serviço de Suprimento e Almoxarifado Central – SS/AlmoC

e a aquisição na ausência deste no estoque do almoxarifado, a aquisição

direta via suprimento de fundos, passando pela ordenação da despesa,

conforme cada caso, realizado pela UNIRIO atualmente.

4.2.1. Dos procedimentos de atendimento ao solicitante

Na UNIRIO, os setores, quaisquer que sejam, podem dirigir-se

diretamente ao Almoxarifado Central ou Setorial para solicitar o material

necessário para o desenvolvimento de suas atividades.

Compete ao Serviço de Suprimento e Almoxarifado Central -

SS/AlmoC, o controle de gastos de materiais, conferência da necessidade

deste no setor através de seu histórico, liberação e entrega do material ao

solicitante. Para isso, é preciso seguir algumas normas como por exemplo:

a) É preciso ser um setor formal da Universidade;

b) É preciso que o responsável compareça ao Serviço de Almoxarifado

para preenchimento de uma ficha onde são apostos as assinaturas do

responsável e de seu substituto para conferência das mesmas nas

requisições;

c) O Setor, através da requisição de materiais, descreve sua(s)

necessidade(s) utilizando de uma tabela contendo código e descrição

dos materiais disponíveis em estoque, e encaminha ao Serviço de

Almoxarifado solicitando o devido atendimento.

d) Não é preciso o comparecimento desse responsável nas solicitações

futuras de materiais, podendo a requisição ser encaminhada via

protocolo;

e) Haverá conferência do solicitado na requisição junto ao histórico de

atendimentos anteriores visando saber se são realmente necessários

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os materiais hora solicitados, ou mesmo se há registrado algum

equipamento para o setor que necessite dos insumos solicitados para

seu funcionamento;

f) O material que tiver disponível em estoque e de acordo com o histórico

do setor será entregue imediatamente e o que não estiver disponível

fica registrado no mapa de aquisições futuras respeitando prazos e

parâmetros preestabelecidos para aquisições da Universidade;

g) Nos casos de materiais solicitados na requisição e que normalmente

não fazem parte do histórico de atendimento do setor, este é solicitado

a devida justificativa para o atendimento, que é subordinado ao gestor

para decisão do aumento do quantitativo em estoque e o devido

atendimento;

4.3. Dos procedimentos de aquisição de materiais

O controle dos gastos históricos de materiais da Universidade, sendo

eles permanentes ou de consumo, tem grande complexidade uma vez que

são vários os métodos de solicitação. Podemos destacar quatro métodos

principais: o de aquisição de materiais permanentes, o de aquisição de

meterias de consumo em estoque, o de aquisição de materiais de pronto

consumo e o de aquisição imediata de materiais de consumo (suprimento de

fundos). Em todos os casos tem de haver registros no Almoxarifado Central.

4.3.1. Da aquisição de materiais permanentes

Por se tratar de matérias com especificações que dependem do local

onde serão utilizados, do tipo de utilização, da tecnologia aplicada, do

desenvolvimento de ações técnicas específicas de determinados setores,

este tipo de solicitação na UNIRIO é realizado de forma hierárquica, ou seja,

deverá obedecer a hierarquia do setor até o gestor.

Todos os setores deverão subordinar as suas necessidades aos seus

chefes que encaminhará a solicitação aos seus superiores que autorizarão a

aquisição, até chegar ao gestor de materiais (PROAD).

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Este, por sua vez, informará se há recursos, efetuará a programação

financeira informando a fonte de custos, a classificação de acordo com o

plano de contas do SIAFI, cotação, prévio empenho, autorização de acordo

com o fluxograma para aquisição de matérias da Universidade, escolha da

modalidade de licitação e posterior encaminhamento para a comissão

permanente de licitações para finalização do procedimento de aquisição.

Após todos estes trâmites e prazos legais, o processo concluso então

é encaminhado para o Almoxarifado Central para inicio dos procedimentos de

recebimentos destes e registros pertinentes que abordaremos mais a frente.

4.3.2. Da aquisição de meterias de consumo em

estoque

O Almoxarifado Central, ao proceder o recebimento, a guarda e a

distribuição dos materiais (bens duráveis, de consumo rápido ou não) aos

solicitantes. Coordena e controla o processo de recebimento de material,

verificando através dos processos as especificações dos itens entregues,

tomando providências em caso de irregularidades. Realiza mensalmente o

levantamento dos bens existentes no almoxarifado, elaborando o inventário

do estoque. Dispõe fisicamente os espaços para armazenamento dos

materiais dando uma atenção especial a materiais perecíveis ou de certo

grau de periculosidade. Assegura um controle rígido do estoque, o consumo

médio e calcula demandas futuras.

Tendo sido calculado a demanda futura, o Almoxarifado Central

dispara solicitações de aquisição de materiais, utilizando descrição

padronizada, em acordo com os registros efetuados e com o plano de contas

do SIAFI, separando os pedidos por grupos de materiais de mesma síntese e

os encaminha hierarquicamente ao gestor de materiais para, utilizando de

seus critérios, autorizar a aquisição e resuprimentar o estoque.

Após todos estes trâmites e prazos legais, o processo concluso então

é retornado ao Almoxarifado Central para inicio dos procedimentos de

recebimentos destes e registros pertinentes que abordaremos mais a frente.

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4.3.3. Da aquisição imediata de materiais de consumo

(suprimento de fundos)

Após a publicação da Instrução Normativa STN n° 04, de 30 de agosto

de 2004, o suprimento de fundos poderá ser distribuído aos supridos por

meio do Cartão de Pagamento do Governo Federal – CPGF, seu saldo não

poderá ser maior do que o valor autorizado na conta de limite de saque no

SIAFI (11.216.04.00) na vinculação 412 – Pagamento de Cartão de Crédito

conforme consta em seu Art. 15 como vemos a seguir:

“Art. 15. O limite de saque total da Unidade Gestora nunca

poderá ser maior do que o limite de saque autorizado à

Conta Única do Tesouro Nacional em vinculação de

pagamento específica definida pelo Órgão Central do

Sistema de Administração Financeira.”

A rotina de suprimento de fundos por meio do CPGF permite que o

suprido efetue compras para pagamento no vencimento da fatura ou efetue

saques. Para que o suprido efetue um saque com o CPGF a UNIRIO deverá

ter saldo na conta de limite de saque na vinculação 412. Logo para efetuar o

saque a UNIRIO precisará ter saldo na vinculação 412, mas para pagamento

da fatura a UNIRIO poderá se utilizar da vinculação 412 ou de disponibilidade

financeira em outra vinculação de pagamento compatível com a despesa,

como por exemplo, a vinculação 400.

4.3.3.1. Da Autorização para Utilização dos Recursos

A legislação vigente entende por entrega do numerário a

disponibilização de recurso financeiro para realização dos gastos, ou seja, o

limite lançado no CPGF. A utilização do suprimento de fundos deverá

observar as condições e finalidades previstas no ato da concessão, e será

sempre precedida de empenho (ordinário ou estimativo) à conta de dotação

própria das despesas a serem realizadas e que são primordiais para os

registros pertinentes junto ao Almoxarifado Central.

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4.3.3.2. Da Aquisição de Materiais de Consumo com

CPGF

As compras para vencimento na fatura poderão ser realizadas em

qualquer loja credenciada pela bandeira do CPGF (Visa ou Mastercard).

Quando do vencimento da fatura no dia 10 de cada mês a UG emitirá Ordem

Bancária Fatura – OBD, podendo se utilizar da vinculação 412 ou de outra

compatível com o grupo de natureza da despesa do empenho.

A aquisição de materiais de consumo através desta modalidade só

poderá ocorrer nos casos de materiais temporariamente ausentes no estoque

do Almoxarifado Central ou em casos de excepcionalidades ou urgentes onde

não poderão aguardar os trâmites e prazos legais para licitação que deverão

ser devidamente justificados em processo de prestação de contas.

Após a devida análise do processo pela equipe de contadoria da

UNIRIO, estando ele sem vícios ou impropriedades na aplicação dos

recursos, o mesmo é encaminhado ao Almoxarifado Central visando o

procedimentos de recebimentos definitivos destes e registros pertinentes que

abordaremos a seguir.

4.4. Do Recebimento dos Materiais

O primeiro passo trata-se do contato com o fornecedor após o

recebimento do processo. Pelas normas internas, faz-se necessário expedir a

2ª via da Nota de Empenho contida no mesmo para que a empresa tenha

ciência da obrigatoriedade da entrega do material. Há uma triagem que

acontecem nos processos administrativos no Departamento de Atividades de

Apoio – DAA que encaminha os processos de acordo com seu objeto da

seguinte forma:

§ Os processos que tratam de materiais de consumo são encaminhados

diretamente ao Almoxarifado Central – SS/AlmoC;

§ Os processos que tratam de materiais permanentes são

encaminhados à Divisão de Patrimônio – DIVPAT e posterior ao

Almoxarifado Central.

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Normalmente estes setores expedem as Notas de Empenho via FAX

para os fornecedores, cada setor mantém um tipo de procedimento diferente

do outro e a falta de padronização traz grandes transtornos para a

administração.

No caso do SS/AlmoC, o material é entregue direto no depósito do

mesmo, é conferido por um servidor destinado a este fim, a Nota Fiscal é

atestada em seu verso e, caso o material entregue esteja de acordo com o

que foi licitado, é imediatamente registrado, emitido o formulário de

Liquidação da Despesa e encaminhado ao setor de contabilidade para ser

efetuado o pagamento, neste caso o pagamento é liberado mais rápido pois o

atesto da nota é realizado pelo próprio conferencista.

No caso da DIVPAT a NE é expedida junto com um formulário onde

está descrito todos os dados do processo, a descrição principal dos materiais,

o local de entrega, o prazo para efetuar a entrega e as sanções legais se a

empresa atrasar. O local de entrega é sempre o SS/AlmoC que recebe o

material, confere, registra e encaminha a documentação de volta para

tombamento. O material é novamente conferido, são colhidos os números de

série, o material é descrito, tombado e passa a integrar um Termos de

Responsabilidade cuja via é encaminhado de volta ao SS/AlmoC para

arquivar. Devido à resumida quantidade de servidores lotados lá, este tramite,

em alguns casos, pode levar até meses. Só após este procedimento o

processo contendo a NE e a NF é encaminhado ao DF com a finalidade de

pagamento.

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4.5. Do Registro de Materiais no SS/AlmoC

De posse da nota de empenho, a empresa procede com a entrega do

material, neste ato, o conferencista do SS/AlmoC verifica se o material

entregue condiz com o descrito no processo, caso haja conciliação das

descrições é aposto a assinatura do agente recebedor no canhoto da nota

fiscal, o que não finaliza o ato de recebimento.

De posse da nota fiscal, o almoxarife responsável pelo setor de

almoxarifado verifica se o material recebido tem boa qualidade, se está na

quantidade exata, se suas especificações atendem a demanda e, caso o

material tenha alguma complexidade, solicita apoio dos usuários finais para,

utilizando seu conhecimento, auxiliar no recebimento definitivo do mesmo.

O almoxarife então procede com os registros apondo carimbo

específico no verso da NF e o preenche com os dados dos registros nos

arquivos do SS/AlmoC.

É lançado então os dados específicos e quantitativos dos materiais em

sistema próprio, dando carga nas fichas de prateleira e cardex de controle de

almoxarifado nos casos de material de consumo ou encaminhado para a

Divisão de Patrimônio – DIVPAT para tombamento do material.

O processo então é encaminhado para pagamento.

No caso dos materiais de pronto consumo, não se faz necessário o

registro em fichas de prateleiras nem no cardex.

No caso de material de aquisição indireta (suprimento de fundos) o

processo utilizado no SS/AlmoC é o mesmo do anterior, sem a necessidade

de registro no cardex de controle nem na ficha de prateleira. É observado se

houve parecer contábil favorável pois é item necessário para o devido

registro. Aos o processo é devolvido à contadoria para lançamento no SIAFI.

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4.6. Da distribuição dos materiais entre os setoriais de

almoxarifado

No caso da UNIRIO, são dois os Almoxarifados Setoriais, o do Centro

de Ciências Humanas e Sociais e o do Centro de Ciências de Letras e Artes

onde cada um possui um responsável cadastrado.

Os materiais são distribuídos separadamente entre os setoriais e

controlados pelo Central, posto isto, os setoriais tem que, necessariamente,

realizar inventários mensais para acompanhamento do estoque pelo

SS/AlmoC conciliando os mesmos com o registrado contabilmente no SIAFI.

4.7. DO PAGAMENTO DA DESPESA

Na área de contadoria, vários procedimentos são essenciais para a

efetivação e conclusão do processo de compras, a começar da analise dos

documentos visando à obediência de todos os preceitos fiscais e tributários

em todos os documentos fiscais recebidos para pagamento.

Neste procedimento são verificados:

ü Conformidade dos Documentos Fiscais com os Empenhos;

ü Conferência da Documentação Previdenciária e Trabalhista (quando

for o caso);

ü Verificação se o Documento Fiscal é de Pessoa Física ou Jurídica,

Construção Civil ou Serviço ou fornecimento de materiais;

ü Confere Dados Bancários;

Após esta conferência é procedido o pagamento da despesa.

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5. Da Prestação de Contas Final de Exercício

Chegamos agora ao principal objetivo que é o tema base desta

monografia, que é a conferência de todos esses atos administrativos e a

prestação de contas praticados ao longo do ano pelo Almoxarifado Central e

suas setoriais.

Por força do Decreto-Lei nº 200/67, no final de cada exercício é

realizado por parte dos setores de gestão de materiais a devida prestação de

contas e tem de ser criado uma comissão especial para realizar a conferência

dos registros pertinentes aos materiais que deram entrada na UNIRIO.

5.1. Da Comissão de Conferência Almoxarifado e

Patrimônio

A referida comissão originou-se da solicitação legal de formação de

comissão, feita pelo Senhor Diretor do DAA através de Memorando não

informado, que recebeu despacho da Sra. Pró-Reitora de Administração e da

Magnífica Reitora, a qual procedeu com a feitura da Portaria de Designação

da Comissão para a Conferência do Almoxarifado Central e Patrimônio Nº

942, de 28 de dezembro de 2010.

A comissão foi composta por quatro servidores do quadro permanente

da universidade e seus trabalhos foram encerrados somente no dia 14 de

março de 2011 devido ao vulto de atividades desempenhadas pela citada

comissão.

As principais atribuições desta comissão são:

• Verificação dos saldos de estoque no Almoxarifado bem como verificar

se mantém atualizados e conciliados os registros do Sistema de

Material e os contábeis constantes do Sistema Integrado de

Administração Financeira do Governo Federal – SIAFI,

• Verificação do estado de conservação dos materiais

• Conferir a forma de recebimento, guarda e distribuição dos materiais

(bens duráveis, de consumo rápido ou não) aos solicitantes.

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• Conferir se está sendo verificando através dos processos as

especificações dos itens entregue, registrando em ata os casos de

irregularidades.

• Conferir a realização de relatórios mensais com os levantamentos dos

bens existentes no almoxarifado, elaborando o inventário do estoque.

• Conferir se dispõe fisicamente dos espaços para armazenamento dos

materiais dando uma atenção especial a materiais perecíveis ou de

certo grau de periculosidade. Conferir se é assegurado um controle

rígido do estoque, se o consumo médio e o cálculo das demandas

futuras estão sendo realizados

• Verifica se estão sendo organizados os arquivos de envio e

recebimento de documentos, na sua área de atuação, para assegurar

a pronta localização dos dados.

• É incumbida de conferir os materiais permanentes em estoque no

almoxarifado do Serviço de Suprimentos e Almoxarifado Central –

SS/AlmoC, bem como, de conferir o inventario dos materiais

permanentes – BENS MÓVEIS E IMÓVEIS de responsabilidade da

DIVPAT e seus sub-setores, conciliando com os registros do Sistema

de bens e os contábeis constantes do SIAFI.

• Subsidiar a Tomada e Prestação de Contas Anual com relatórios

consubstanciados que refletem fidedignamente a atual situação do

sistema de controle de materiais da universidade.

Ao final de seu relatório, a comissão em epígrafe apontou várias

problemáticas encontradas durante a realização de sua conferência os quais

descreveremos no próximo tópico.

5.2. Dos Apontamentos e Problemas Encontrados

Foram realizadas as conferências nos documentos que deram origem

aos registros patrimoniais, exercício 2010 junto à Divisão de Patrimônio onde

foram identificados os valores neles consignados que se identificam

parcialmente com os registros existentes no Serviço de Suprimento e

Almoxarifado Central, sendo idôneos os documentos. A comissão realizou a

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conciliação destes documentos aos registros existentes no Sistema

Financeiro da UNIÃO – SIAFI, onde foram encontrados inconsistências nos

registros. Comparando esses registros com os registros do Serviço de

Suprimento e Almoxarifado Central, foram verificadas também outras

inconsistências financeiras.

Devido às mudanças na contabilidade do setor público, com vistas à

melhoria na informação contábil, os agentes fiscalizadores externos que

gerenciam o SIAFI emitiram normas como a macrofunção 02.03.30 do SIAFI

visando fazer com que os registros espelhem de modo fidedigno a situação

patrimonial. Um dos aspectos importantes para a apresentação da real

situação patrimonial é o critério de avaliação de ativos, que permite a

quantificação fiel dos recursos controlados.

Os ativos imobilizados sofrem, em geral, processo de mensuração pelo

procedimento de depreciação, que é baseado no desgaste pelo uso,

obsolescência e ação da natureza. Para efetuar-se a depreciação, entretanto,

é necessário que a base monetária inicial seja confiável, ou seja, o valor

registrado no SIAFI deve espelhar o valor justo.

É reconhecido que a administração pública federal não pratica até o

momento procedimentos para preservar o valor original adequado dos ativos,

fazendo com que os mesmos permaneçam com valores históricos, muitos

deles registrados a R$ 0,01 (um centavo), não configurando uma base

monetária inicial confiável para a aplicação dos procedimentos de

depreciação. Esse trabalho de adequação de valor dos ativos é complexo,

demandando tempo e recursos humanos, principalmente para aquisições

realizadas em exercícios anteriores, e, por isso, não necessita ser “realizado

imediatamente”, e sim “gradativamente”, de acordo com as possibilidades de

cada órgão.

Assim sendo, a comissão recomendou que o administrador inicie o

procedimento de depreciação pelos bens adquiridos, incorporados e/ou

colocados em utilização a partir de janeiro de 2010, uma vez que os mesmos

já apresentam uma base monetária inicial confiável, não necessitando ser

submetidos previamente ao procedimento de reavaliação ou redução a valor

recuperável. Após o encerramento dessa primeira etapa, o administrador

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passará a aplicar a depreciação aos bens adquiridos nos demais exercícios,

após “realizar o ajuste de seus valores”.

A comissão recomendou também que, ao final do exercício, a

contadoria da UNIRIO proceda à baixa da depreciação acumulada, para

evidenciação do valor líquido contábil. Para tal deverá ser emitida NL com o

evento 54.0.763 para baixa da depreciação acumulada e apuração do valor

líquido contábil dos bens móveis e com o evento 54.0.754 para baixa da

depreciação acumulada e apuração do valor líquido contábil dos bens

imóveis. Com estes procedimentos haverá conciliação contábil entre o

registrado pelos setores de patrimônio e contadoria.

Faz-se necessário que seja dada publicidade aos procedimentos

acima epigrafados em Aditamento ao Boletim Interno as informações

constantes do Relatório Sintético de Depreciação, fazendo referência ao nº

da NL que apropriou a depreciação no SIAFI, conforme ordena a

macrofunção 02.03.30.

Apesar de parecer que o assunto tratado não tem a haver com o tema

de nossa redação, trata-se de informações contidas no principal sistema de

controle do governo federal, e o fato de existir a falta de conciliação do

registrado nos setores com o referido sistema, demonstra sério descaso

administrativo dos Gestores pertencentes ao comando maior da

Universidade.

A referida comissão observou também diferenças entre o registrado

pelo almoxarifado, pelo setor de patrimônio e pelo setor contábil. Observou

também a falta de atitudes administrativas visando o saneamento destas

discrepâncias pois deveriam ser prioritários tais acertos.

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6. CONCLUSÃO

Após longa análise do ocorrido na conferência dos setores de

almoxarifado e patrimônio na UNIRIO observamos a falta de influência da

comissão de conferência de almoxarifado e patrimônio junto aos setores hora

fiscalizados. Outro fato predominante é a ausência dos setores de

fiscalização interna como a Auditoria Interna e Procuradoria Geral pois não se

manifestam contrários aos procedimentos adotados o que faz com que estes

setores continuem a praticar tais atos administrativos.

Outro fator predominante é a falta de normativas internas criando

critérios e dando posicionamentos legítimos com práticas claras e objetivas

visando o aprimoramento dos serviços e das atividades desenvolvidas por

tais setores, o que acrescentaria ainda mais a gestão destes materiais.

Observamos também a falta de quantitativo necessário capaz de

desenvolver a contento essas atividades e, como se não bastasse isso,

observamos também a falta de preparo dos servidores hoje disponíveis a

essa prática.

É claro a necessidade de realização de cursos de especialização para

atendimento da demanda que, de tão grande, desestimulam e induzem esses

gestores ao erro e os colocam na mira das instituições de fiscalização

externas o que atinge diretamente a imagem da própria instituição e a faz ser

alvo de matérias sensacionalistas de jornais e revistas.

O papel desenvolvido pelas comissões e pelos gestores é essencial

para a divulgação e transparências dos atos administrativos desenvolvidos na

Instituição e deveriam ter mais crédito junto a administração.

Observamos também a falta de diálogo entre os setores de

almoxarifado, patrimônio, contadoria e auditoria. Se houvesse um trabalho de

integração desses órgãos com certeza os trabalhos se desenvolveriam de

uma forma mais satisfatória, em prazos menores e com uma seriedade hoje

não alcançada, o que traria vários benefícios não só a instituição mas

também aos servidores pois trabalhariam de uma forma mais afinada e teriam

um gostinho de satisfação o que estimularia ainda mais a equipe.

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Referências Bibliográfica

RAMOS, Carlos. Apostila Administração Pública. Curso para Concursos. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. Ed.Campus. CURY, Antonio. Organização & Métodos. Uma Visão Holística. Perspectiva Comportamental & Abordagem Contingencial. Ed. Atlas. MAXIMIANO, Antonio C.A. Teoria Geral da Administração. Da Revolução Urbana à Revolução Digital. Ed. Atlas. REBOUÇAS, Djalma. Sistemas, Organização & Métodos. Uma abordagem gerencial. Ed. Atlas. ABRUCIO, Fernando Luiz. O impacto gerencial na Administração Pública: Um breve estudo sobre a experiência internacional recente, Cadernos ENAP No 10, Brasília,1997. BANCO MUNDIAL. Relatório sobre o Desenvolvimento Mundial - O Estado num Mundo em Transformação, Panorama Geral, Oxford University Press, inc, Jun,1997. CAMPOS, Ana Maria. Accountability: quando poderemos traduzi-la?, Revista de Administração Pública, Rio de janeiro, FGV, 24(2), fev./abr./1990. DINIZ, ELI. Em busca de novo paradigma: A Reforma do Estado no Brasil dos anos 90, in: Crise, Reforma do Estado e Governabilidade, Eli Diniz, Rio de janeiro, Editora Fundação Getúlio Vargas. 1997. OSBORNE, David. e GAEBLER, Therborn. Reinventando o Governo: Como o Espírito empreendedor está Transformando o Setor Público. Brasília. MH Comunicação. 1995. COSTA, Flávio Zitto da, MANUAL DE EXECUÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA – EFO, 1ª Edição. Rio Grande do Sul: UFRGS, Dez/2006. Secretaria do Tesouro Nacional. MANUAL SOBRE EXECUÇÃO FINANCEIRA DE SUPRIMENTO DE FUNDOS, Brasília: 2009. KURYMAV, Tchutchuko Boy 's, Orientações para Execução Financeira e Prestação de Contas. Brasília: 2010.

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LEGISLAÇÃO APLICADA

Decreto-Lei n° 200, de 25 de fevereiro de 1967 e alterações.

Decreto n° 93.872, de 23 de dezembro de 1986 e alterações.

Decreto n° 825, de 25 de maio de 1993.

Decreto nº 825, de 28 de maio de 1993

Decreto nº 3.000/99

Decreto nº 3.590/2000

Decreto nº 3.337, de 13 de janeiro de 2000

Decreto nº 3.558, de 14 de agosto de 2000

Decreto nº 3.697/00

Decreto n° 5.504, de 5 de agosto de 2005

Decreto nº 5.707, de 23 de fevereiro de 2006

Decreto 99.328, de 19 de junho de 1990

Lei Complementar n° 4.320, de 17 de março de 1964

Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990

Lei n° 8.666, de 21 de junho de 1993;

Lei nº 9.637/98

Lei n° 9.648/1998.

Lei n° 9.649, de 27 de maio de 1998.

Lei nº 9.790/99

Lei nº 9.811, de 28 de julho de 1999

Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000

Lei n° 10.180, de 06 de fevereiro de 2001.

Lei 10.520, de 17 de julho de 2002

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ANEXOS

Índice de anexos

ANEXO 1 >> QUESTIONÁRIO DE DIAGNÓSTICO DA EXECUÇÃO

FINANCEIRA DA UNIRIO ............................................................................92

ANEXO 2 >>. CLASSIFICAÇÃO DA DESPESA QUANTO À NATUREZA. 95

ANEXO 3 >>. FONTE DE RECURSO E SUAS DENOMINAÇÕES .......... 100

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ANEXO 1

QUESTIONÁRIO DE DIAGNÓSTICO DA EXECUÇÃO FINANCEIRA DA

UNIRIO

Procedimento de Recebimento de Materiais

ALINHAMENTO ESTRATÉGICO

Órgão/ Unidade: DEPARTAMENTO DE ATIVIDADES DE APOIO / PROAD

Divisão/Seção: DIVMAT / SERVIÇO DE SUPRIMENTO E ALMOXARIFADO

CENTRAL

DATA DA PESQUISA: ENTRE 14/03/2010 e 18/03/2010

A QUEM PERTENCEM AS TAREFAS:

1- RECEBIMENTO DO DOCUMENTO FISCAL?

R.: Aos servidores e contratados lotados no Almoxarifado Central.

2- HÁ SERVIDORES TREINADOS E EXCLUSIVOS PARA ESTE

RECEBIMENTO?

R.: Nem sempre é possível oferecer cursos e treinamentos aos servidores

desta área mas, em sua grande maioria, recebem treinamento sim.

3- QUEM VERIFICA A CONFORMIDADE DOS DOCUMENTOS FISCAIS?

R.: Os próprios servidores que recebem estes documentos sendo sempre

reconferido pela equipe de contabilidade.

4- A QUEM PERTENCE A PRERROGATIVA DE CONFERIR SE O

MATERIAL CONSTANTE DO DOCUMENTO FISCAL FOI EFETIVAMENTE

ENTREGUES?

R.: Ao Chefe do Serviço de Suprimento e Almoxarifado Central – SS/AlmoC;

sendo permanente pertence a Divisão de Patrimônio – DIVPAT.

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5- COMO FICA REGISTRADO QUE O OBJETO DESCRITO NO

DOCUMENTO FISCAL FOI ENTREGUE E ACHADO CONFORME?

R.: Através de aposição de carimbo no verso do documento fiscal com a

seguinte informação: “Declaro que o(s) material(ais) foi(ram) entregues,

aceitos e achados conforme”, mais a data e assinatura de quem os recebeu.

6- JÁ ACONTECEU DE SER LIQUIDADO UM DOCUMENTO FISCAL SEM

QUE TENHA SIDO CONFIRMADA A CONFORMIDADE DO

RECEBIMENTO DO OBJETO DESTE?

R.: Sim, mas estamos aprimorando os nossos controles para que atos como

este não aconteçam mais.

7- QUEM CONFERE OS DADOS BANCÁRIOS.

R.: Divisão Acompanhamento e Controle Contábil e Financeiro - DACCF

8- QUEM JUNTA OS DOCUMENTOS FISCAIS AOS PROCESSOS.

R.: No caso de material de consumo e/ou permanente o SS/AlmoC.

9- APÓS TODOS OS PROCEDIMENTOS, HÁ LOCAL PRÓPRIO PARA

ARQUIVAMENTO DESTA DOCUMENTAÇÃO VISANDO AGUARDAR A

DEVIDA AUDITORIA (INTERNA E/OU EXTERNA)?

R.: Não dispomos de espaço adequado para tal tarefa mas podemos

encontra-los sempre no Departamento de Contabilidade.

10- POR QUANTO TEMPO ESTES DOCUMENTOS FICAM NESTE

ARQUIVO?

R.: Até não sofrerem mais pesquisas e aprovação de suas contas.

11- A QUEM PERTENCE A PRERROGATIVA DE GUARDA/UTILIZAÇÃO

DOS MATERIAIS PATRIMONIADOS, SEJAM ELES DA PRÓPRIA UNIRIO

OU DE TERCEIROS, SOB SUA CUSTÓDIA?

R.: À Divisão de Patrimônio que repassa a responsabilidade por esses aos

usuários finais através de “Termo de Responsabilidade”.

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12- SÃO CONFECCIONADOS DEMONSTRATIVO DA EXECUÇÃO

FINANCEIRA NO EXERCÍCIO, MENSAL E ANUAL, COM A FINALIDADE

DE DAR TRANSPARÊNCIA DA EXECUÇÃO APLICADA NA UNIRIO? E

QUAL TIPO DE PUBLICIDADE É DADO A ESTES?

R.: Sim, mas não é de praxe dar publicidade, em fase de implementação.

13- QUEM É RESPONSÁVEL PELA PRESTAÇÃO DE CONTAS FINAL DO

EXERCÍCIO FISCAL NA UNIRIO? QUEM ASSINA OS BALANCETES?

R.: A responsabilidade pertence à Auditoria Interna e há um contador

nomeado para assinar os balancetes contábeis da UNIRIO.

____________________________

Pesquisador

____________________________

Entrevistado

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ANEXO 2

CLASSIFICAÇÃO DA DESPESA QUANTO À NATUREZA

CÓDIGO DESCRIÇÃO

33903000 MATERIAL DE CONSUMO

33903001 COMBUSTÍVEIS E LUBRIFICANTES AUTOMOTIVOS

33903002 COMBUSTÍVEIS E LUBRIFICANTES DE AVIAÇÃO

33903003 COMB. E LUBRIF. P/OUTRAS FINALIDADES

33903004 GÁS ENGARRAFADO

33903005 EXPLOSIVOS E MUNIÇÕES

33903006 ALIMENTOS PARA ANIMAIS

33903007 GÊNEROS DE ALIMENTAÇÃO

33903008 ANIMAIS PARA PESQUISA E ABATE

33903009 MATERIAL FARMACOLÓGICO

33903010 MATERIAL ODONTOLÓGICO

33903011 MATERIAL QUÍMICO

33903012 MATERIAL DE COUDELARIA OU DE USO ZOOTÉCNICO

33903013 MATERIAL DE CAÇA E PESCA

33903014 MATERIAL EDUCATIVO E ESPORTIVO

33903015 MATERIAL PARA FESTIVIDADES E HOMENAGENS

33903016 MATERIAL DE EXPEDIENTE

33903017 MATERIAL DE PROCESSAMENTO DE DADOS

33903018 MATERIAIS E MEDICAMENTOS PARA USO VETERINÁRIO

33903019 MATERIAL DE ACONDICIONAMENTO E EMBALAGEM

33903020 MATERIAL DE CAMA , MESA E BANHO

33903021 MATERIAL DE COPA E COZINHA

33903022 MATER. DE LIMPEZA E PROD. DE HIGIENIZAÇÃO

33903023 UNIFORMES, TECIDOS E AVIAMENTOS

33903024 MATERIAL P/ MANUTENÇÃO DE BENS IMÓVEIS

33903025 MATERIAL P/ MANUTENÇÃO DE BENS MÓVEIS

33903026 MATERIAL ELÉTRICO E ELETRÔNICO

33903027 MATERIAL DE MANOBRA E PATRULHAMENTO

33903028 MATERIAL DE PROTEÇÃO E SEGURANÇA

33903029 MATERIAL P/ ÁUDIO, VÍDEO E FOTO

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33903030 MATERIAL PARA COMUNICAÇÕES

33903031 SEMENTES, MUDAS DE PLANTAS E INSUMOS

33903032 SUPRIMENTO DE AVIAÇÃO

33903033 MATERIAL PARA PRODUÇÃO INDUSTRIAL

33903034 SOBRESS. DE MÁQ. E MOTORES NAVIOS E BEM.

33903035 MATERIAL LABORATORIAL

33903036 MATERIAL HOSPITALAR

33903037 SOBRESSALENTES DE ARMAMENTO

33903039 MATERIAL PARA MANUTENÇÃO DE VEÍCULOS

33903040 MATERIAL BIOLÓGICO

33903041 MATERIAL PARA UTILIZAÇÃO EM GRÁFICA

33903042 FERRAMENTAS

33903043 MATERIAL P/ REABILITAÇÃO PROFISSIONAL

33903044 MATERIAL DE SINALIZAÇÃO VISUAL E OUTROS

33903046 MATERIAL BIBLIOGRÁFICO NÃO IMOBILIZÁVEL

33903047 AQUISIÇÃO DE SOFTWARE DE BASE

33903050 BANDEIRAS, FLÂMULAS E INSIGNIAS

33903096 MATERIAL DE CONSUMO - PAGAMENTO ANTECIPADO

33903200 MATERIAL DE DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

33909230 MATERIAL DE CONSUMO

33909292 MATERIAL DE CONSUMO

33913000 MATERIAL DE CONSUMO-OPER.INTRAORCAMENTARIAS

33913001 COMBUSTIVEIS E LUBRIFICANTES AUTOMOTIVOS

33913002 COMBUSTIVEIS E LUBRIFICANTES DE AVIACAO

33913003 COMBUSTIVEIS E LUBRIF. P/ OUTRAS FINALIDADES

33913004 GAS E OUTROS MATERIAIS ENGARRAFADOS

33913005 EXPLOSIVOS E MUNICOES

33913006 ALIMENTOS PARA ANIMAIS

33913007 GENEROS DE ALIMENTACAO

33913008 ANIMAIS PARA PESQUISA E ABATE

33913009 MATERIAL FARMACOLOGICO

33913010 MATERIAL ODONTOLOGICO

33913011 MATERIAL QUIMICO

33913012 MATERIAL DE COUDELARIA OU DE USO ZOOTECNICO

33913013 MATERIAL DE CACA E PESCA

33913014 MATERIAL EDUCATIVO E ESPORTIVO

33913015 MATERIAL P/ FESTIVIDADES E HOMENAGENS

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33913016 MATERIAL DE EXPEDIENTE

33913017 MATERIAL DE PROCESSAMENTO DE DADOS

33913018 MATERIAIS E MEDICAMENTOS P/ USO VETERINARIO

33913019 MATERIAL DE ACONDICIONAMENTO E EMBALAGEM

33913020 MATERIAL DE CAMA, MESA E BANHO

33913021 MATERIAL DE COPA E COZINHA

33913022 MATERIAL DE LIMPEZA E PROD. DE HIGIENIZACAO

33913023 UNIFORMES, TECIDOS E AVIAMENTOS

33913024 MATERIAL P/ MANUTENCAO DE BENS IMOVEIS

33913025 MATERIAL P/ MANUTENCAO DE BENS MOVEIS

33913026 MATERIAL ELETRICO E ELETRONICO

33913027 MATERIAL DE MANOBRA E PATRULHAMENTO

33913028 MATERIAL DE PROTECAO E SEGURANCA

33913029 MATERIAL P/ AUDIO, VIDEO E FOTO

33913030 MATERIAL PARA COMUNICACOES

33913031 SEMENTES, MUDAS DE PLANTAS E INSUMOS

33913032 SUPRIMENTO DE AVIACAO

33913033 MATERIAL P/ PRODUCAO INDUSTRIAL

33913034 SOBRESSAL. MAQ.E MOTORES NAVIOS E EMBARCACOES

33913035 MATERIAL LABORATORIAL

33913036 MATERIAL HOSPITALAR

33913037 SOBRESSALENTES DE ARMAMENTO

33913038 SUPRIMENTO DE PROTECAO AO VOO

33913039 MATERIAL P/ MANUTENCAO DE VEICULOS

33913040 MATERIAL BIOLOGICO

33913041 MATERIAL P/ UTILIZACAO EM GRAFICA

33913042 FERRAMENTAS

33913043 MATERIAL P/ REABILITACAO PROFISSIONAL

33913044 MATERIAL DE SINALIZACAO VISUAL E OUTROS

33913045 MATERIAL TECNICO P/ SELECAO E TREINAMENTO

33913046 MATERIAL BIBLIOGRAFICO

33913048 BENS MOVEIS NAO ATIVAVEIS

33913050 BANDEIRAS, FLAMULAS E INSIGNIAS

33913051 DISCOTECAS E FILMOTECAS NAO IMOBILIZAVEL

33913052 MATERIAL DE CARATER SECRETO OU RESERVADO

33913053 MATERIAL METEOROLOGICO

33913054 MATERIAL P/MANUT.CONSERV.DE ESTRADAS E VIAS

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33913096 MATERIAL DE CONSUMO - PAGTO ANTECIPADO

33913099 OUTROS MATERIAIS DE CONSUMO

44905196 ALMOXARIFADO DE OBRAS

44905200 EQUIPAMENTOS E MATERIAL PERMANENTE

44905204 APARELHOS DE MEDIÇÃO E ORIENTAÇÃO

44905206 APARELHOS E EQUIPAMENTOS DE COMUNICAÇÃO

44905208 APAR. EQUIP. UTENS. MED., ODONT., LABOR. HOSPIT.

44905210 APARELHOS E EQUIP. P/ ESPORTES E DIVERSÕES

44905212 APARELHOS E UTENSÍLIOS DOMÉSTICOS

44905214 ARMAMENTOS

44905216 BANDEIRAS, FLÂMULAS E INSÍGNIAS

44905218 COLEÇÕES E MATERIAL BIBLIOGRÁFICO

44905220 EMBARCAÇÕES

44905222 EQUIPAMENTOS DE MANOBRA E PATRULHAMENTO

44905224 EQUIP. PROTEÇÃO, SEGURANÇA E SOCORRO

44905226 INSTRUMENTOS MUSICAIS E ARTÍSTICOS

44905228 MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS DE NATUREZA INDUSTRIAL

44905230 MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS ENERGÉTICOS

44905232 MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS GRÁFICOS

44905233 EQUIP. PARA ÁUDIO, VÍDEO E FOTO

44905234 MÁQUINAS, UTENSÍLIOS E EQUIPAMENTOS DIVERSOS

44905235 EQUIPAM. DE PROCESSAMENTO DE DADOS

44905236 MÁQUINAS, INSTALAÇÕES E UTENSÍLIOS DE ESCRITÓRIO

44905238 MÁQUINAS, FERRAMENTAS E UTENSÍLIOS DE OFICINA

44905239 EQUIP. E UTENSÍLIOS HIDRÁULICOS E ELÉTRICOS

44905240 MÁQUINAS E EQUIP. AGRÍCOLAS E RODOVIÁRIOS

44905242 MOBILIÁRIO EM GERAL

44905244 OBRAS DE ARTE E PEÇAS PARA MUSEU

44905246 SEMOVENTES E EQUIPAMENTOS DE MONTATRIA

44905248 VEÍCULOS DIVERSOS

44905251 PEÇAS NÃO INCORPORÁVEIS A IMÓVEIS

44905252 VEÍCULOS DE TRAÇÃO MECÂNICA

44905254 EQUIPAMENTOS, PEÇAS E ACESSÓRIOS AERONÁUTICOS

44905256 EQUIPAMENTOS, PEÇAS E ACESSÓRIOS DE PROTEÇÃO DE

VÔO

44905258 EQUIPAMENTO DE MERGULHO E SALVAMENTO

44905260 EQUIPAM., PEÇAS E ACESSÓRIOS MARÍTIMOS

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44905296 EQUIP. E MAT. PERMANENTE - PAGTO ANTECIPADO(EXEC.

44905299 OUTROS MATERIAIS PERMANENTES

44909200 DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES

44909202 EQUIPAMENTO E MATERIAL PERMANENTE

44915200 EQUIPAMENTOS E MATERIAL PERMANENTE

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ANEXO 3

FONTE DE RECURSO E SUAS DENOMINAÇÕES

Fonte Denominação

0100 RECURSOS ORDINÁRIOS

0111 CONTRIBUIÇÃO PROVISÓRIA SOBRE MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA

0112 RECURSOS VINCULADOS - RECURSOS DESTINADOS À MANUTENÇÃO E

DESENVOLVIMENTO

0113 CONTRIBUIÇÃO DO SALÁRIO EDUCAÇÃO

0118 CONTRIBUIÇÃO S/CONCUROS DE PROGNÓSTICOS

0125 CONTR. E ADIC.SOBRE A REC.CONC.PROGNOSTICOS

0129 RECURSOS DE CONCESSOES E PERMISSOES

0138 COTA-PARTE DE COMPENSAÇÕES FINANCEIRAS

0142 COMPENS.FINANC.P/EXPL.DE PETR.OU GAS.NATURAL

0148 OPERAÇÕES DE CRÉDITO EXTERNAS - EM MOEDA

0150 RECURSOS NÃO-FINANCEIROS DIRETAMENTE ARRECADADOS

0153 CONTRIB. P/FINANCIAM. DA SEG. SOCIAL

0156 CONTRIBUIÇAO - PSS DO SERVIDOR

0166 OUTROS RECURSOS VINCULADOS

0172 OUTRAS CONTRIBUIÇÕES ECONOMICAS

0174 TAXAS PELO EXERCICIO DO PODER DE POLICIA

0175 DESVINCULAÇÕES DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES

0195 DOAÇÕES DE ENTIDADES INTERNACIONAIS

0250 RECURSOS DIRETAMENTE ARRECADADOS

0280 RECURSOS FINANCEIROS DIRET.ARRECADADOS

0281 RECURSOS DE CONVENIOS

0292 SALDO DE EXERCÍCIOS

0312 RECURSOS DESTINADOS À MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO ENSINO

1100 BIRD

1111 CONTRIB. DERIV. PETROLEO, COMB.COM. - CIDE

1138 COTA-PARTE DE COMPENSAÇÕPES FINANCEIRAS

1142 COMPENSAÇÃO FINANC.P/EXPL .PETROL. OU GAS NATURAL

2100 RECURSOS ORDINARIOS - BIRD

2112 RECURSOS DESTINADOS A MANUT.DESENV.ENSINO

2176 OUTRAS CONTR. SOCIAIS

2179 FUNDO DE COMBATE A ERRADICAÇÃO POBREZA

0151 CONTR.SOCIAL S/O LUCRO DAS PESSOAS JURIDICAS