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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DOCÊNCIA SUPERIOR TELEVISÃO E EDUCAÇÃO NO BRASIL Por CLÁUDIA CAETANO DO NASCIMENTO MATRÍCULA Nº 23022 RIO DE JANEIRO 2002

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DOCÊNCIA SUPERIOR

TELEVISÃO E EDUCAÇÃO NO BRASIL

Por

CLÁUDIA CAETANO DO NASCIMENTO

MATRÍCULA Nº 23022

RIO DE JANEIRO

2002

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DOCÊNCIA SUPERIOR

TELEVISÃO E EDUCAÇÃO NO BRASIL

Monografia apresentada à Universidade Cândido Mendes

Por Cláudia Caetano do Nascimento

Como requisito parcial à obtenção do grau de especialista em

Docência Superior

Professor Orientador: Maria Esther de Araújo Oliveira

RIO DE JANEIRO

2002

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Dedico este trabalho à todos os familiares que compreenderam e aceitaram a minha ausência em diversos momentos de laser.

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Agradeço a colaboração de todos os amigos que me ajudaram a recolher material para a realização deste trabalho. E as companheiras do curso de Pós Graduação que também colaboraram para a elaboração da pesquisa.

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“Mestre não é quem sempre ensina, mas quem – de repente – aprende.”

Guimarães Rosa

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RESUMO

Este trabalho traz reflexões sobre a influência da televisão na Educação com uma

abordagem geral sobre a programação veiculada pela TV, seja ela voltada exclusivamente

para o processo ensino-aprendizagem ou não. Os textos, embora abordando de ângulos

diversos o tema Televisão e Educação no Brasil, apresentam um traço em comum: todos

mostram que, de alguma forma, a televisão contribui para a formação do indivíduo

deixando-o mais capacitado para viver num mundo globalizado. As questões tratadas nos

levam a refletir também sobre a realidade do que se vê hoje na tela da TV.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 08 CAPÍTULO I - A TELEVISÃO: UMA BREVE HISTÓRIA .................................... 10 CAPÍTULO II - EXPERIÊNCIAS MARCANTES – TELEDUCAÇÃO .................. 12 CAPÍTULO III - A TELEVISÃO NO ANO 2000 .................................................... 16 CAPÍTULO IV - TELEVISÃO E EDUCAÇÃO: UMA PARCERIA QUE PODE DAR CERTO .............................................................................................................. 18 CAPÍTULO V - A TELEVISÃO NA SALA DE AULA ........................................... 21 CAPÍTULO VI - DA INFORMAÇÃO À FORMAÇÃO .......................................... 23 CAPÍTULO VII - A TV NO DIA-A-DIA .................................................................. 25 CAPÍTULO VIII - A TV ESCOLA ........................................................................... 27 CONCLUSÃO ............................................................................................................ 29 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 31

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INTRODUÇÃO

Muito se tem discutido, recentemente, a participação da televisão no processo

educacional. O assunto envolve profissionais de diversas áreas.

A idéia desta pesquisa sobre a influência da TV no ensino brasileiro surgiu a partir

da vivência, de quase 20 anos, como jornalista nas principais redes de televisão do país. Ao

longo desse tempo foi possível observar a qualidade e a quantidade de programas que, de

alguma forma, contribuíram e ainda contribuem para a formação do cidadão.

O tema, “Televisão e Educação no Brasil”, analisará o papel da TV, um meio de

comunicação de grande penetração, no processo ensino-aprendizagem dentro da enorme

variedade e quantidade de pessoas da sociedade que desejam e precisam da educação. Serão

destacados os programas com conteúdo voltado exclusivamente para a alfabetização,

ensino fundamental e segundo grau, além da programação não específica, que pode trazer

benefícios e/ou malefícios para o telespectador infantil e juvenil.

Algumas pesquisas já mostraram que a adoção universal da TV como veículo

educacional à distância demonstra que não existem dúvidas de que esse meio de

comunicação constitui uma legítima educação. No entanto, se ela é boa ou má, dependerá,

como nos sistemas tradicionais de educação, da qualidade do seu corpo docente, de seus

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materiais de instrução, das formas de contato professor-aluno à distância e de uma série de

outros fatores. Além disso, é preciso considerar ainda o uso adequado das características

específicas deste novo tipo de educação. No livro “Teleducação ou educação à

distância”(1998), o escritor Juan E. Díaz Bordenave, doutor em Comunicação pela

Universidade do Estado de Michigan, destaca algumas aplicações da teleducação que

conseguiram sucesso no Brasil. Já no livro “Televisão, criança, imaginação e educação”,

escrito com a contribuição de vários especialistas no assunto, a televisão aparece como uma

escola paralela, um importante veículo de informação com uma programação diversificada

e atraente, capaz de colaborar na construção da visão de mundo das crianças, mas também

vulgarizar assuntos relevantes como por exemplo o sexo. Alguns textos mencionam ainda a

TV como veículo responsável pela individualização e passividade dos indivíduos.

Sem dúvida, a participação da TV na educação é uma discussão antiga, mas

sempre polêmica. Quais os malefícios e benefícios da televisão no processo ensino-

aprendizagem? TV é ruim ou não para a formação do indivíduo? Constitui um problema?

Essa pesquisa vai destacar algumas opiniões de profissionais ligados a educação e a

televisão, já publicadas em livros, e citar também alguns dos principais programas com

conteúdo didático, que visam especialmente o aprendizado de uma determinada matéria.

A pesquisa pretende ainda ressaltar que a TV é um importante meio de

comunicação que pode agilizar o trabalho pedagógico e torná-lo mais atraente.

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CAPÍTULO I

A TELEVISÃO: UMA BREVE HISTÓRIA

O Brasil registra significativas contribuições e até inovações no campo da

teleducação.

Analisando o livro Mídia e Educação (1999), escrito com a colaboração de vários

professores de comunicação e da área de educação, observa-se que a teleducação começou

no Brasil em 1923. A fundação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro foi o início de tudo.

A emissora entrou no ar por causa da ação de um grupo de integrantes da Academia

Brasileira de Ciências, liderado por Henrique Morize e Roquete Pinto.

Em 1936, a rádio foi, então, doada ao Ministério da Educação e Saúde e logo no

ano seguinte, em 1937, foi criado o Serviço de Radiodifusão Educativa do Ministério da

Educação. Porém, foi somente na década de 60 que o Governo Federal começou a agir

nessa área.

Em 1965, começou a funcionar uma Comissão para Estudos e Planejamento da

Radiodifusão Educativa, que contribuiu com a criação do Programa Nacional de

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Teleducação (PRONTEL), em 1972. O PRONTEL tinha como objetivo integrar, em âmbito

nacional, as atividades didáticas e educativas através do rádio, da TV e de outros meios de

comunicação, de forma articulada com a Política Nacional de Educação.

De 1966 a 1974, foram instaladas novas emissoras de televisão educativa: a TV

Universitária de Pernambuco, a TV Educativa do Rio de Janeiro, a TV Cultura de São

Paulo, a TV Educativa do Amazonas, a TV Educativa do Maranhão, a TV Universitária do

Rio Grande do Norte, a TV Educativa do Espírito Santo e a TV Educativa do Rio Grande

do Sul. Em 1983, foi fundada a décima emissora: a TV Educativa do Mato Grosso do Sul.

No ano de 1979, foi criada a Fundação Centro Brasileiro de Televisão Educativa

(FCBTVE), uma entidade vinculada ao MEC. Em 1981 a fundação teve sua sigla trocada e

passou a ser conhecida como FUNTEVE, responsável pela coordenação das atividades da

TV Educativa do Rio de Janeiro, as Rádios MEC- Rio e Brasília, o Centro de Cinema

Educativo e o Centro de Informática Educativa. Essa mesma FUNTEVE, em 1972,

proporcionou o fortalecimento do Sistema Nacional de Radiodifusão Educativa (SINRED),

do qual tomam parte diversas instituições que fazem a TV e Rádio educacionais em todo o

país.

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CAPÍTULO II

EXPERIÊNCIAS MARCANTES - TELEDUCAÇÃO

Existem muitas experiências de teleducação no Brasil. Algumas destacaram-se por

atingir uma grande massa, outras por seu caráter inovador e ainda têm aquelas que fizeram

abordagens pedagógicas diferenciadas e, por isso, ganharam destaque. Podemos mencionar

alguns trabalhos.

2.1 - Em 1969 foi realizado um projeto na TV Educativa do Maranhão para alunos

da 5ª série. O programa surgiu depois de uma pesquisa realizada, que revelou carências

educacionais tão grandes na população, que o governo resolveu apelar para a televisão. Em

1969, o Centro Educativo do Maranhão (CEMA) começou a transmitir, em circuito

fechado, programas para 1.304 estudantes em locais improvisados, como salões de igrejas,

quartéis e associações de moradores. Em 1970, abriu-se o circuito, ampliando-se a

cobertura da programação para a 6ª série, ao mesmo tempo em que se criava a Fundação

Maranhense de TV Educativa. Nessa fase, as aulas já eram transmitidas em unidades

apropriadas. O sucesso foi tão grande que, em 1981, as matrículas chegaram a 26.000,

sendo 11.000 alunos no interior e 15.000 na capital.

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Atualmente, essas aulas chegam a mais de 28 municípios beneficiando milhares

de estudantes. Além das aulas diárias, através da TV, os alunos recebem livros que

aprofundam as disciplinas.

Do ponto de vista educacional, a Fundação Maranhense de TVE tem introduzido

inovações no conteúdo e no processo de ensino.

2.2- A TVE do Ceará também desenvolveu um método de ensino através da

televisão devido a necessidade de se dar à população do interior do estado um complemento

no ensino de 5ª e 6ª séries. As tele-aulas eram geradas, em 1974, para 4.200 alunos, mas em

1981 esse número subiu para 17.600 participantes do programa.

2.3 - No Sudeste do país, destaca-se, entre outros, a Fundação Padre Anchieta,

criada em 1967 pelo governo de São Paulo. Com o objetivo de promover atividades

educacionais e culturais através do rádio e da televisão deu início às suas transmissões em

junho de 1969. A Fundação estabeleceu três tipos de telepostos: o do tipo A era mantido

pela própria Fundação em vários pontos da Grande São Paulo, especialmente em favelas e

vilas pobres; o B foi criado por funcionários que pertenciam a agremiações filiadas a

estabelecimentos comerciais, industriais, bancários e a hospitais, presídios e instituições

religiosas e assistenciais. Já os telepostos do tipo C foram organizados em núcleos que

funcionavam junto aos Centros Juvenis Noturnos da Secretaria de Educação e Cultura da

Prefeitura. Ali, jovens operários e comerciários, que não puderam freqüentar a escola,

encontraram motivação para estudar.

A Fundação Padre Anchieta tem vital importância no ensino fundamental. Suas

16 repetidoras atingem milhões de pessoas e colaboram para a diminuição da

marginalização educacional da população com cursos supletivos, além de enriquecer o

ensino de 1º grau através de programas de apoio ao aluno e treinamento de professores. É

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importante ressaltar ainda que a Fundação ofereceu educação pré-escolar à população

infantil não atendida pela rede escolar.

2.4 - O Projeto SACI (Sistema Avançado de Comunicações Interdiciplinares) foi

outra grande contribuição para o aprendizado. Tinha como objetivo estabelecer um sistema

nacional de teleducação via satélite e começou, de forma experimental, em 1973 no estado

do Rio Grande do Norte como EXERN (Experimento Educacional do Rio Grande do

Norte). Os programas atendiam cerca de 500 pessoas, entre alunos das primeiras séries de

1º grau e professores, que recebiam treinamento. As emissões eram realizadas nas escolas

através de rádio e TV ou apenas um dos meios de comunicação, e duravam 15 minutos para

as crianças e 30 para os professores. O Projeto SACI foi concebido, financiado e

administrado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), com sede em São José

dos Campos, São Paulo.

2.5 – Apesar de tratar-se de uma pesquisa sobre a TV e a Educação, não se pode

deixar de mencionar um dos grandes sucessos de público transmitido em cadeia nacional de

rádio: O Projeto Minerva. O empreendimento educacional reuniu uma série de cursos que,

desde 1970, tornou possível a escolarização de pessoas das classes menos favorecidas.

2.6 - Com uma metodologia completamente nova para o Brasil e o mundo, o

Curso João da Silva envolveu uma grande parcela da população, conquistando audiência

nacional. O curso foi adaptado para o formato de telenovelas, onde as quatro primeiras

séries de 1º grau eram passadas como um conjunto de ações e acontecimentos da vida real.

Os atores tinham, além de representar, a responsabilidade de transmitir os ensinamentos

pedagógicos.

O Curso João da Silva serviu de exemplo para outras criações do gênero

telenovela, como o Projeto Conquista voltado para as últimas séries do 1º grau.

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2.7 – Em 1978, a Fundação Padre Anchieta (TV Cultura) de São Paulo, junto a

Fundação Roberto Marinho, lançou o Telecurso 2º grau. O conteúdo combinava programas

de TV com fascículos impressos vendidos em bancas de jornais. O curso, abrangendo todas

as matérias, foi transmitido para todo o país, até mesmo para regiões onde sequer existem

possibilidades de estudos à nível de 2º grau. Notou-se que os alunos que assistiam ao

Telecurso tiveram um desempenho muito melhor no supletivo do que os outros candidatos,

principalmente em história e geografia.

2.8 - Em 1979, a TVE passou a transmitir em caráter experimental um projeto de

alfabetização, idealizado pela Fundação Educar (antigo MOBRAL, Movimento Brasileiro

de Alfabetização) e outras instituições. Foram preparados 60 programas de TV com

formato de tele-aula dramatizada, com a duração de 20 minutos cada um e com apoio de

material impresso. Os programas eram passados em todo o território nacional.

Na década de 90, o universo dos canais abertos já apresenta-se mais amplo e

enriquecido, contendo uma variedade de programas de qualidade cultural, logo com grande

potencial educativo. A expansão dos serviços de TV à cabo também ganha destaque.

Canais como o Discovery e, especialmente o Futura dedicam boa parte da programação à

escola e ao professor.

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CAPÍTULO III

A TELEVISÃO NO ANO 2000

Verifica-se, depois dessa breve história, que ao longo dos anos houve um

crescimento do espaço reservado à televisão na área da educação. Na verdade, o que se

observa é que com o passar do tempo aconteceu uma grande virada na educação. O

processo de aprendizagem ganhou grande importância e o professor deixou de ser a figura

central que detém o conhecimento e tornou-se um facilitador criando condições para que a

aprendizagem seja contínua, após o aluno ter deixado a escola. Nesse novo paradigma da

educação, os meios de comunicação tornaram-se importantes ferramentas de trabalho para

o professor que deseja quebrar barreiras e tornar o ensino mais criativo e atraente. A

televisão, no caso, é um veículo que tem sido usado como um elemento significativo no

contexto escolar, seja com programas específicos ou não. Certo é, que não se pode

desprezar a programação geral da TV. Nem tudo é voltado para a educação claro, mas

certamente tudo influencia na formação do indivíduo. No livro Televisão e Educação

(2001), a educadora Sylvia Magaldi ressalta a importância de se compreender as funções da

televisão e seus limites pedagógicos. “Televisão para ajudar a educar, sim, mas

simultaneamente a uma educação para a televisão.” Para a educadora, a mídia exerce um

enorme poder sobre o homem, em especial a TV, por isso é necessário uma compreensão

objetiva e crítica da linguagem e das mensagens veiculadas através da programação. Sylvia

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Magaldi explica que pelo grande poder de penetração, afinal a TV nos alcança em toda

parte, em todas as faixas etárias, em todas as classes sociais, “a formação para a cidadania

não pode mais dispensar uma consistente educação para as mídias, em especial para a

mídia televisiva.”

É indiscutível que, nas últimas décadas, a sociedade tem se colocado algumas

horas por dia, ou noite, diante da TV. Alguns especialistas argumentam que a televisão

conduz à alienação, cria modismos, dirige comportamentos e até impede a relação entre os

familiares. Sem dúvida, a telinha mudou o comportamento do indivíduo. Por isso, a

polêmica sobre vantagens, malefícios e influências da televisão não deve ficar somente na

esfera acadêmica. Deve ser uma preocupação geral. A TV de hoje precisa ser observada

com uma visão crítica. Por exemplo: muitos programas para crianças em nada acrescentam

na educação infantil, apenas buscam contribuir para a formação de pequenos consumidores,

haja visto que seus apresentadores, na maioria mulheres, estão envolvidos na indústria do

consumo e não têm como objetivo principal a cultura do país. Essa realidade também pode

ser constatada nos programas produzidos para o público adulto.

Na verdade, a TV como entretenimento visa a massificação cultural e é um

instrumento de dominação, mas também funciona como um importante veículo de

informação, superando barreiras jamais imaginadas no espaço e no tempo. No entanto, o

papel da televisão na sociedade moderna continua incomodando professores, psicólogos e

psicanalistas quando a questão é a sua influência na educação. Uma discussão que parece

não ter fim. Evidente que o desejo geral seria poder oferecer, aos mais variados públicos,

programações voltadas para melhorar sua qualificação enquanto telespectadores. Mas isto é

apenas um sonho e, quem sabe, difícil de se realizar. A única certeza diante de tal realidade

é de que a TV desempenha um papel pedagógico na vida do indivíduo, mas também aliena

e causa passividade em quem está diante da tela.

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CAPÍTULO IV

TELEVISÃO E EDUCAÇÃO: UMA PARCERIA QUE PODE DAR CERTO

Durante muitos anos, alguns especialistas acreditaram que a Educação e a

Televisão eram rivais, eram concorrentes em conflito e que, um dia, a TV iria até substituir

o professor. Mas o tempo mostrou que esta idéia foi um grande erro.

A adoção universal da TV como veículo educacional à distância demonstra que

não existem dúvidas de que esse meio de comunicação constitui uma legítima educação. No

entanto, se é positiva ou não, dependerá, como nos sistemas tradicionais de ensino, da

competência do seu corpo docente, de seus materiais de instrução, enfim de uma série de

fatores. Além disso, é preciso considerar ainda o uso adequado das características

específicas deste novo tipo de educação.

No livro Televisão, criança, imaginação e educação (1998), que reúne textos de

vários especialistas no assunto, a televisão, muitas vezes, é mencionada como uma escola

paralela, um importante veículo de informação com uma programação diversificada e

atraente, capaz de colaborar na construção da visão de mundo das crianças, mas também

tratar de maneira displicente assuntos importantes, como por exemplo o sexo.

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É preciso esclarecer que a TV e a Escola são absolutamente diferentes. Escola é o

local formal de educação e TV é um veículo eletrônico que informa, diverte e deve também

educar, mesmo que não seja sua principal função. Por isso, por serem tão diversas entre si,

televisão e educação podem e devem trabalhar juntas visando o desenvolvimento integral

de indivíduos e grupos. Hoje em dia, é importante que a escola lance mão da TV para que o

trabalho pedagógico se torne mais amplo, diversificado e atraente.

Na medida em que a TV, aberta ou por assinatura, passou a ser parte da vida e da

cultura das pessoas, aumentaram as expectativas e as exigências em relação ao veículo. Ao

mesmo tempo, começou-se a atribuir à TV funções e até culpas que não são suas. Sem

dúvida, a TV também deve ter o papel de educar, porém esse “educar” deve ser entendido

como uma ação coadjuvante à da escola, que é o local insubstituível da educação. Assim,

não é e nunca foi função da TV substituir a escola e o professor. A TV pode auxiliar a

escola e facilitar o processo de aprendizagem, ampliando e melhorando, por força dos

recursos que só ela possui, as próprias dimensões da escola e da educação formal. A TV,

entendida como coadjuvante da educação, pode ser forte aliada do processo educativo em

todos os seus níveis, em todas as disciplinas e graus de escolaridade.

Partindo da TV aberta (e isso ocorre também nas TVs por assinatura) nota-se que

são veiculados os mais variados produtos. Há projetos específicos voltados para a educação

– como é o caso do Telecurso 2000, de documentários educativos como Globo Rural,

Mundo Animal – e mesmo os que não têm esse objetivo, acabam exercendo um papel

formador, na medida em que, se bem explorados, permitem desenvolver a visão analítica e

o espírito crítico do estudante. Dessa forma, uma novela, uma minissérie, um comercial,

uma entrevista, um talk show, um programa de variedades ou de auditório, e outros tantos,

podem ser apropriados pela escola a fim de se levantar dados, seja para auxiliar o trabalho

didático específico de uma disciplina em sala de aula, seja para provocar discussões

educativas mais amplas. Como se pode observar, a TV, comercial ou pública, aberta ou

paga, todas podem fornecer materiais educativos e didáticos para a escola.

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E o que dizer dos programas de TV de péssimo nível e com índice de audiência

bastante alto? Parecem indicar um processo de “deseducação” ? Na verdade, esses

programas devem ser condenados, mas para isso é preciso que eles sejam analisados até na

própria escola de modo interativo e multidisciplinar para que se reconheça nesses produtos

os momentos em que se explora o indivíduo mais simples, em que se violenta a cidadania e

se exalta o grotesco desprezando a ética. Mas essa não é uma tarefa fácil. Para que esse

trabalho seja realizado é fundamental que se prepare o professor e, claro, a própria escola

para que todos incorporem a televisão e todos os tipos de segmentos veiculados por ela em

suas disciplinas e, em sala de aula, trechos pequenos e significativos sejam analisados e

avaliados. Este tipo de trabalho, com a mobilização de professores, alunos e a escola,

certamente enriqueceria o processo educacional e contribuiria significativamente para a

formação da cidadania.

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CAPÍTULO V

A TELEVISÃO NA SALA DE AULA

Muitos pedagogos e psicólogos têm alertado os professores para a inadequação da

prática escolar centrada em conteúdos curriculares que o aluno memoriza em época de

provas e depois esquece. O desenvolvimento da capacidade de raciocínio e da habilidade do

aluno vai muito além da repetição de conteúdos programados.

O conteúdo da televisão muda todos os dias. O aluno é levado a exercitar várias

operações para processar informações num tempo contínuo: ele comenta, explica, opina,,

seleciona, compara, induz, deduz, sintetiza, classifica, interpreta, justifica, conclui. Enfim, o

educador que utiliza a TV no processo de ensino, além de romper com o velho paradigma

da educação, desloca o foco do conteúdo curricular abstrato para a realidade palpável

abrangendo aspectos sociais, políticos, econômicos, ambientais e vários outros. Não que o

os conteúdos tradicionais deixem de ser trabalhados, apenas são enriquecidos e o estudante

passa a ter uma visão mais ampla sobre a vida em sociedade e a própria vida com

fundamentação para fazer análise dos fatos. Numa situação em que se quer fazer uma

compra a prazo, por exemplo, o aluno reconhece ali a importância da matemática para o

desempenho da vida diária. Ou ainda: quando se fala em poluição, lixo tóxico,

contaminação, lembra-se dos princípios básicos de ciências, física e química para entender

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melhor os fatos. Portanto, a televisão pode funcionar na sala de aula como facilitador do

processo ensino-aprendizagem e, uma vez que o aluno aprende a aproveitar da forma mais

produtiva possível as informações da TV, ele estará capacitado para outras situações de

aprendizagem em qualquer circunstância escolar, ou mesmo fora da escola.

Certamente, a televisão quando usada dentro da sala de aula ativa a participação do

aluno, que passa a interagir muito mais com o professor numa relação de troca. Ele se

interessa mais pela leitura de um modo geral, discute, debate, pesquisa e propõe soluções

para as questões colocadas. A dinâmica da TV aproxima aluno e professor, uma vez que

este deixa de ser o detentor do conhecimento passando a ser aquele que compartilha com o

aluno o novo saber que a televisão traz.

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CAPÍTULO VI

DA INFORMAÇÃO À FORMAÇÃO

As emissoras de TV, cada vez mais, transmitem programas didáticos com a

função de ensinar. Desse modo, alguns educadores acabam integrando a equipe profissional

das empresas de televisão, atuando como coordenadores de projetos. Jornalistas e

professores passam a trabalhar em conjunto debatendo, discutindo o conteúdo do que vai

ser veiculado.

No universo dos canais abertos, seja das emissoras particulares ou estatais,

também pode-se encontrar programas de qualidade cultural e, portanto, de potencial

educativo relevante, como na TV Cultura de São Paulo, na TV E do Rio de Janeiro e nas

demais TVs educativas regionais. A expansão dos serviços de TV a cabo também vem

permitindo, nas cidades maiores, o aumento do acesso das escolas a canais que transmitem

bons programas, é o caso do GNT por exemplo.

A televisão oferece as mais variadas opções para a formação do espírito de

cidadania dos alunos. A TV na Educação ajuda o estudante a descobrir seus direitos, suas

responsabilidades e o papel que deve desempenhar.

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Para o aluno adulto, em especial, a TV é uma ferramenta indispensável na

educação. Possibilita a discussão e aquisição de informações atuais e variadas e, muitas

vezes, quando ele é complexado pela falta de escolaridade auxilia na construção da

autoconfiança, da auto-estima, deixando-o mais desembaraçado na comunicação e no

convívio social. Um indivíduo com visão crítica do mundo torna-se mais consciente e mais

determinado para enfrentar a realidade e exercer sua função na sociedade.

Em resumo, a TV na relação comunicação/educação tem uma participação

decisiva na formação das pessoas, mais especificadamente quando se trata do homem

contemporâneo.

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CAPÍTULO VI

A TV NO DIA-A-DIA

Pode-se dizer que a TV opera como uma espécie de processador daquilo que

acontece na vida social do homem. De tal forma que tudo deve passar por ela, tudo deve ser

narrado, mostrado, significado por ela. Não há dúvidas, por exemplo, de que a TV seria um

lugar privilegiado de aprendizagens diversas. Aprendemos com ela desde formas de olhar e

tratar nosso próprio corpo até modos de estabelecer e de compreender diferenças de gênero

(de como são ou devem ser homens e mulheres), diferenças políticas, econômicas, étnicas,

sociais. As profundas alterações no que hoje compreendemos como público ou privado tem

um tipo de visibilidade especial no espaço da televisão, e da mídia de uma forma geral.

A TV com todo o aparato cultural e econômico – de produção, veiculação e

consumo de imagens e sons, informação, publicidade e divertimento – é parte integrante e

fundamental de processos de produção e circulação de significações e sentidos, os quais

estão relacionados a maneira de ser, modo de pensar, modo de conhecer o mundo, de se

relacionar com a vida. O fato é que a presença da TV na vida cotidiana tem importantes

repercussões nas práticas escolares, na medida em que crianças, jovens e adultos de todas

as camadas sociais aprendem modos de ser e estar no mundo também neste espaço da

cultura. Apesar de tanta influência, os meios de comunicação reconhecem a escola e a

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família como os lugares tradicionais de educação. No entanto, nos últimos anos, a TV

brasileira tem se apresentado como uma fonte de cultura que deseja oferecer mais do que

informação, lazer e entretenimento.

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CAPÍTULO VIII

A TV ESCOLA

Normalmente, quando a televisão entra na sala de aula, é comum pensar-se

imediatamente em divertimento e descontração. Trata-se de um equívoco.

O trabalho pedagógico pode ser muito prazeroso, mas de forma alguma deve ser

descontraído. Para o sucesso de uma aula, é preciso haver interação e os alunos têm que ter

intimidade com o material didático com que se trabalha. No caso do livro, do painel, de um

computador, de uma apresentação oral ou de um exercício com TV, a postura deve ser a

mesma, a seriedade igual. Assim, improvisar, seja em qualquer situação, não dá certo.

Um trecho de programa qualquer ou um comercial podem ser desenvolvidos em

sala de aula de modo interativo e multidisciplinar pela linguagem do vídeo e da TV de

forma educativa. Uma aula bem sucedida deve ser preparada com cuidado e o segmento a

ser discutido pode até ser escolhido por sugestão dos próprios alunos. Porém, um programa

longo pode ser considerado chato e enfadonho. Muitas vezes, o tempo de exibição não deve

ultrapassar os 15 minutos.

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Partindo desse conceito, da televisão na sala de aula, há outras vertentes

importantes para a educação. Os vídeos educativos já prontos auxiliam a realização de

trabalhos em escolas e podem ser usados como exercício pedagógico ligado a uma ou

várias disciplinas. Há uma grande oferta de vídeos institucionais concebidos para ajudar a

ampliar a tarefa cotidiana do professor dentro da sala de aula. Este tipo de auxílio é tão

representativo que não se aceita mais hoje que bons professores possam dispensá-lo em

suas atividades.

Uma das iniciativas pedagógicas mais abrangentes nesse sentido é a do Programa

TV Escola, implementado pela Secretaria de Educação à Distância junto às redes públicas

municipais e estaduais de ensino fundamental. O objetivo é a formação dos professores e o

fornecimento de melhores possibilidades do trabalho didático-pedagógico em todo o país.

Todas as escolas oficiais com mais de 100 alunos recebem antena parabólica, aparelho de

TV, aparelho de videocassete e fitas. Porém, em algumas regiões do país, o projeto não tem

sido de fácil aceitação. Nem sempre existe o conhecimento necessário, por parte das

escolas e seus professores, sobre a importância do material que recebem. Se os resultados

da TV Escola ainda não são satisfatórios e se o próprio programa precisa ser melhor

conhecido, isso não diminui um progresso já conseguido se pensarmos principalmente nas

dimensões e quantidades de escolas e alunos do nosso país.

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CONCLUSÃO

Tendo em vista os aspectos analisados, chega-se a conclusão que a televisão é um

veiculo de comunicação de grande importância na formação do indivíduo, mas não

constitui uma ameaça a figura do professor, como temem alguns estudiosos. Na verdade,

ao logo dos anos, a televisão vem ocupando um espaço cada vez maior na vida do

brasileiro, está inserida no dia-a-dia como um eletrodoméstico indispensável, de grande

utilidade, mesmo porque os programas educacionais e a programação em geral está

bastante variada, visando a informação, o entretenimento e a cultura. A TV contribui para

que o telespectador tenha uma visão mais ampla do mundo ao estimular a verbalização do

indivíduo e a vida em sociedade..

Pode-se dizer que os programas veiculados nos canais de TV, abertos ou

fechados, não são concorrentes ou rivais do educador. São grandes aliados daquele

professor que busca formas mais inovadoras para passar conhecimento, que procura romper

as barreiras do ensino tradicional e tornar a arte de educar mais criativa e mais atraente para

o aluno. Para este profissional, a televisão é um poço de novidades que podem ser

trabalhadas dentro da sala de aula.

Desde as primeiras experiências até hoje, milhares de brasileiros vêm sendo

beneficiados com os projetos de educação à distância transmitidos através das diversas

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emissoras públicas e particulares. Logo, o conjunto de análises mostrado nesta pesquisa,

indica a necessidade de se continuar trabalhando para a construção dessa cultura televisiva

na educação, como um passo significativo para a aproximação do ensino com o mundo

externo. Um mundo, como já foi enfatizado, de imagens e informação.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Horizonte, MG: Autêntica, 2001.

MAGALDI, Sylvia. Televisão & Educação - Fluir e pensar a TV. Belo Horizonte, MG:

Autêntica, 2001.

COSTA, Sílvia. Jornal na Educação- Considerações pedagógicas e operacionais.

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FIGUEIREDO, Vera Follain; FREIRE, John Wesley; ROCCO, Maria Theresa Fraga;

PARENTE, André; VAZ, Paulo; FARIA, Lia; MACHADO, Arlindo. Mídia &

Educação. Rio de Janeiro: Gryphus, 1999.

PACHECO, Elza Dias. Televisão, Criança, Imaginário e Educação: dilemas e diálogos.

Campinas, SP: Papirus, 1998.

BORDENAVE, Juan E. Díaz. Teleducação ou Educação à Distância. Rio de Janeiro,

1998.