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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM – FACULDADE INTEGRADA PÓS GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FORMAÇÃO DE PROFESSORES NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Flavia Georgia Aguiar Lima Orientador: Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho Rio de Janeiro 2015

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FORMAÇÃO DE PROFESSORES NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Flavia Georgia Aguiar Lima

Orientador: Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho

Rio de Janeiro

2015

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FORMAÇÃO DE PROFESSORES NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Flavia Georgia Aguiar Lima

Monografia apresentada à AVM Faculdade

Integrada, conveniada a UCAM – Universidade

Cândido Mendes como requisito parcial para a

obtenção do grau de especialista em Orientação

Educacional e Pedagógica.

Orientador: Prof. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pela sua presença constante em minha vida, pelo auxílio em minhas escolhas e por tornar tudo isto possível.

A minha mãe Vania, pelo incentivo, amor e confiança. Te amo infinitamente!

Ao meu pai Gilson, pelo seu apoio e carinho.

A minha irmã Renata, pela ajuda e força para concretizar este trabalho.

A minha tia Tania, que sempre acreditou e investiu no sucesso desta pesquisa.

Aos professores do Instituto A Vez do Mestre.

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EPÍGRAFE

“A educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida.”

John Dewey

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Resumo

A Educação de Jovens e Adultos é um assunto que possui pouca expressão na área acadêmica e a questão da formação de educadores nesse campo é um tema que é pouco abordado e discutido nestes espaços. Esta monografia é fruto de uma pesquisa bibliográfica e de campo sobre a formação destes profissionais, reafirmando a sua relevância, pois a atuação deste educador deve ser adequada às necessidades desta clientela. A importância deste trabalho vem da tentativa desta modalidade de ensino ganhar maior importância no contexto dos grandes debates educacionais do país, seja no setor civil ou acadêmico da sociedade. A formação destes professores apresenta muitas falhas, por não haver investimentos governamentais e do próprio educador. Os alunos desta modalidade precisam encontrar atrativos no espaço escolar que os motivem a dar continuidade aos seus estudos. O educando deve conhecer a sua realidade para poder inserir- se de forma crítica e atuante na vida social e política. Por estas razões, deve haver uma formação inicial e continuada de qualidade, com o corpo docente especializado e preparado para atuar com esta clientela.

Palavras – chave: Formação de professores, Educação de Jovens e Adultos,

educando.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...................................................................................................... 7

CAPÍTULO I – ASPECTOS SÓCIO - POLÍTICOS DA EJA NO BRASIL................. 9

1.1- História da Educação de Jovens e Adultos no Brasil........................................ 10

CAPÍTULO II- FORMAÇÃO DOCENTE E A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO CONTEXTO ATUAL ........................................................................................................ 18

2.1 – A Educação de Jovens e Adultos na Legislação ....................................... 18

2.2- O perfil do aluno da Educação de Jovens e Adultos...................................................................................................................... 23

2.3- O papel do professor da Educação de Jovens e Adultos...................................................................................................................... 25

CAPÍTULO III - ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E A EDUCAÇÃO DE JOVENS E

ADULTOS ......................................................................................................... ...29

3.1 – A Orientação Educacional no Brasil .................................................................. 29

3.2- O Orientador Educacional e a Formação de Professores...................................... 35

CONCLUSÃO ..................................................................................................................37 Referências................................................................................................................. 39

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INTRODUÇÃO

A educação escolar é cada vez mais importante na vida do cidadão. As

exigências do mercado de trabalho também aumentam, exigindo profissionais mais

qualificados e preparados para enfrentar as rápidas transformações que vem

ocorrendo na sociedade. Quem não completou pelo menos a escolaridade básica,

encontra muitas dificuldades para inserir- se no mundo do trabalho, pois em muitas

empresas, os candidatos que sequer completaram o Ensino Fundamental não têm

condições de preencher uma ficha de seleção.

Com o surgimento de novas tecnologias cada vez mais avançadas, o

mercado de trabalho na cidade e no campo exige profissionais que estejam bem

preparados para poder lidar com estes avanços. A escola tem o dever de oferecer a

estes trabalhadores uma educação que atenda a esta nova demanda. Porém, o

sistema educacional brasileiro não está preparado para enfrentar este desafio, pois

a oferta de vagas é insuficiente e não consegue manter na escola os que a ela têm

acesso.

Estas experiências negativas geram no educando sentimentos de vergonha e

muitos, sentem–se incapazes de poder se apropriar dos conhecimentos. Devemos

voltar com mais atenção os nossos olhos para estes alunos. O primeiro passo é

convencer- se e convencê–los de que são capazes de aprender e superar as

dificuldades encontradas.

Ao assumir uma prática pedagógica significativa e relevante, deve-se

incentivar a incessante busca pelo conhecimento, a confiança na capacidade de

aprender destes jovens e adultos que retornam à escola.

Estes jovens e adultos, na maioria dos casos tiveram passagens em escolas

regulares, mas por motivos como trabalho e inadequação a escola regular,

abandonaram a escola e muitos nunca a frequentaram. O perfil destes estudantes

constitui-se na maior parte de jovens e adultos trabalhadores e desempregados que

encontram-se excluídos devido a idade, dificuldades de conciliar o trabalho e a

escola, situação financeira e outros.

A Educação de Jovens e Adultos, de um modo geral, não vem recebendo a

atenção que merece. Se fizermos uma retrospectiva histórica, verificaremos que

houve muitos avanços, porém muitos problemas persistem, pois há uma falta de

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compromisso do poder público em investir e dar maior atenção a esta modalidade.

O educador de jovens e adultos deve buscar conhecer bem o meio de seus

educandos para atuar de maneira apropriada a esta realidade.

Percebe-se que há certa resistência destes profissionais em modificar esta

situação. O desânimo, salários baixos, condições precárias de trabalho são fatores

que os impedem de promover mudanças.

A pesquisa está dividida em 3 capítulos. O capítulo 1, que tem como título

“Aspectos sócio – políticos e históricos na EJA no Brasil”, analisa o percurso

histórico da Educação de Jovens e Adultos no Brasil, as tentativas fracassadas do

governo em diminuir e erradicar o analfabetismo e as pesquisas com os dados

recentes sobre o número de analfabetos no Brasil.

No capítulo 2, “Formação docente e a Educação de Jovens e Adultos no

contexto atual”, será analisada a Educação de Jovens e Adultos e a Formação de

Professores na Legislação. Também será discutido o papel do professor e o perfil do

aluno da Educação de Jovens e Adultos.

No capítulo 3, “Orientação Educacional e a Educação de Jovens e Adultos”,

mostrará o histórico da Orientação Educacional no Brasil e o papel de importância

do Orientador Educacional na formação de professores da Educação de Jovens e

Adultos.

O objetivo desta pesquisa é analisar a importância da formação deste

educador, através de investimentos realizados por autoridades e também pelo

próprio educador através de uma prática que atenda as expectativas destes alunos,

que precisam encontrar na sala de aula um ambiente estimulador e prazeroso.

A metodologia utilizada foi uma pesquisa bibliográfica tendo como fonte de

consultas livros, artigos e demais publicações referentes ao assunto abordado.

A pesquisa foi fundamentada nos estudos de autores que dedicaram suas

pesquisas na área da Educação de Jovens e Adultos, Formação de Professores e

Orientação Educacional.

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CAPÍTULO I

ASPECTOS SÓCIO – POLÍTICOS DA EJA NO BRASIL

O mundo atual sofre constantes mudanças a todo momento. O mercado de

trabalho exige profissionais que estejam bem preparados para acompanhar estas

transformações. Segundo o Artigo 1º da LDB (1996): “ A escola deverá vincular-se

ao mundo do trabalho e à prática social.” Porém, os dados estatísticos relacionados

ao analfabetismo de cidadãos acima de 15 anos no Brasil, nos mostram que o

governo precisa criar políticas públicas que ofereçam uma Educação de Jovens e

Adultos de qualidade, preparando o cidadão, em seu desenvolvimento pessoal,

social, para um exercício pleno da cidadania e para tornar–se um profissional que

contribua para o desenvolvimento tecnológico do país.

Segundo MEC/ UNESCO ( 2006, p .11):

A Educação de Jovens e Adultos – EJA - constituiu-se nos últimos anos, como um campo estratégico para fazer frente à exclusão e à desigualdade social e assumiu novos contornos, sendo vista como modalidade educativa que transborda os limites do processo de escolarização formal, que abarca aprendizagens realizadas em diversos âmbitos e ao longo de toda a vida, que se orienta para a inclusão de milhões de pessoas jovens e adultas que não puderam iniciar ou completar os estudos na educação básica.

Diante desta definição, podemos observar que a Educação de Jovens e

Adultos, é definida, atualmente, como uma modalidade de ensino que valoriza as

aprendizagens que os alunos trazem para as salas de aula, ou seja, aquelas obtidas

ao longo da vida, tendo como objetivo, incluir na sociedade estes cidadãos que não

tiveram a oportunidade de concluir seus estudos na educação básica.

Para compreendermos o atual contexto da Educação de Jovens e Adultos, é

importante conhecer a sua trajetória, marcada por lutas das classes populares em

busca de oportunidades a uma educação justa e de qualidade. Este capítulo

descreverá a evolução desta modalidade educativa, com seus avanços e

retrocessos.

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1.1- História da Educação de Jovens e Adultos no Brasil

A divulgação de dados da alfabetização no Brasil só ocorreu no transcorrer do

século XX, acompanhando a constituição tardia do sistema público de

ensino. Até o final do século XIX, as oportunidades de escolarização

eram restritas, somente as elites dominantes e os homens livres da vilas

e cidades tinham acesso à educação, ou seja, a minoria da população.

A educação no Brasil teve seu marco inicialmente, com a chegada dos

jesuítas ao Brasil. Buscava-se a aculturação sistemática dos nativos, educação que

perdurou por volta de duzentos e dez anos, e que não relegou suas funções como

dominadores espirituais, ancorou a sua linha curricular de forma muito competente,

fazendo maciço investimento na erudição de seus alunos com o apoio da realeza.

A ideia de adotar uma política colonizadora através da conversão dos

indígenas no Brasil colonial permitiu aos jesuítas desempenhar o papel de principais

promotores e organizadores do sistema de educação, mas sua autonomia na colônia

fez com que a coroa combatesse a ampliação desse controle provocando a

regressão do sistema educativo implantado, onde quem mais sofrera com sua

expulsão fora a elite, pois a educação popular era quase inexistente.

Com a vinda da família real portuguesa para o Brasil modificou-se o

panorama educacional brasileiro. Tornou-se necessário a organização de sistema de

ensino para atender a demanda educacional da aristocracia portuguesa e preparar

quadros para as novas ocupações técnico–burocráticas.

No desenvolvimento da sociedade, que começou a ser industrial e urbana,

surgiu a necessidade de se ter certo domínio de conhecimento e que se

apresentasse algumas habilidades de trabalho, de modo que a escola passou a

assumir a função de educar para a vida e para a aprendizagem do trabalho.

No ano de 1854, surgiu a primeira escola noturna e em 1876 já existiam 117

escolas por todo o país, como nas províncias do Pará e do Maranhão, que já

estabeleciam fins específicos para sua educação. Segundo Paiva (1973, p.167), no

Pará visava-se dar instrução aos escravos como forma de contribuir para a sua

educação e no Maranhão, que os homens do povo pudessem ter compreensão dos

seus direitos e deveres.

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Segundo SOARES, ( 2008, p.24):

O primeiro recenseamento nacional, realizado em 1872, constatou que 82,3% da população com mais de cinco anos era analfabeta. A mesma proporção de analfabetos foi encontrada pelo Censo realizado em 1890, após a Proclamação da República.

No início do período republicano, a alfabetização e a instrução

elementar do povo ocuparam lugar de destaque nos discursos de políticos

e intelectuais, que qualificavam o analfabetismo como vergonha nacional

e creditavam à alfabetização o poder da elevação moral e intelectual do

país e de regeneração da massa dos pobres brancos e negros libertos, a

iluminação do povo e o disciplinamento das camadas populares,

consideradas incultas e incivilizadas. Porém, pouco foi realizado neste

período, no sentido de criar ações educativas que se estendessem a uma

faixa ampla da população, embora a densidade demográfica e o índice de

urbanização se tenham modificado ligeiramente.

A partir da Revolução de 30, as mudanças políticas e econômicas permitiram

finalmente o início da consolidação de um sistema político de educação elementar

no país, ocorrendo conseqüentemente, experiências significativas na área. A

demanda provocada pelo processo de urbanização e industrialização exigia a

ampliação da escolarização para adolescentes e adultos. Foi durante o período

republicano, principalmente de 1930 em diante, que se construiu o sistema

educativo brasileiro, elaborado a partir de alguns princípios básicos, discutidos no

decorrer da Primeira República e inscritos nas constituições, de modo especial a

partir da constituição de 1934.

Já a década de 40 pode ser considerada como um período áureo para a

educação de adultos, Nela aconteceram inúmeras iniciativas políticas e pedagógicas

de peso, tais como: a regulamentação do Fundo Nacional de Ensino Primário –

FNEP; a criação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas INEP, incentivando e

realizando estudos na área; o surgimento das primeiras obras especificamente

dedicadas ao ensino supletivo; lançamento da CEAA – Campanha de Educação de

Adolescentes e Adultos, através da qual houve uma preocupação com a elaboração

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de material de didático para adultos e as realizações de dois eventos fundamentais

para a área: 1º Congresso Nacional de Educação de Adultos realizado em 1947, e o

Seminário Interamericano de Educação de Adultos de 1949. No final da década de

40 e início dos anos 50, tornou-se necessário promover a educação do povo para

acompanhar a fase de desenvolvimento que se instalava no país.

Essa necessidade de promover a educação e qualificação foi justificada por

várias teorias ligadas à política e a ampliação das bases eleitorais do país, e com

incentivo externo. Assistiram-se no período a duas outras campanhas que obtiveram

poucos resultados efetivos: A Campanha Nacional de Educação Rural em 1952, e a

Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo em 1958.

Na década de 50 e 60, o índice de alfabetização conheceu seu maior

progresso. Este se deveu ao fato de que a começar de 1947 foram

instaladas, na maior parte dos municípios brasileiros, as classes de

ensino supletivo, em horários vespertino e noturno, para pessoas de mais

de 14 anos. Elas já existiam antes, mas em número inexpressivo. A

evolução da matrícula nessas classes poderá dar-nos uma ideia do

trabalho que foi realizado pela chamada Campanha Nacional de Educação de

Adultos e Adolescentes Analfabetos, no período de 13 anos. No final da

década de 50, inúmeras críticas foram dirigidas a campanhas, devido ao

caráter superficial do aprendizado que se efetivava num curto período de

tempo e a inadequação dos programas, modelos e materiais pedagógicos,

que não levavam em conta as especificidades do adulto e as diversidades regionais.

O ensino supletivo, de certa forma, incentivou a matrícula em cursos

profissionais e pré- profissionais de nível primário, nessa mesma época.

Segundo Lourenço Filho (apud Romanelli, 1994, p.73),

As classes de ensino supletivo e de ensino complementar (pré - profissional e profissional chamaram à escola, em média, mais de 800 mil alunos (de mais de 14 anos) cada ano, por treze anos consecutivos (entre 1947 e 1959). Sendo duas séries escolares, ter-se-ia, pois, a cada ano, a matrícula de cerca de 400 mil novos alunos, e por todo o prazo de 1947 a 1959, a inscrição de 5,2 milhões de alunos novos. Observa-se que esse total veio a corresponder a um oitavo das pessoas de 15 anos ou mais, por ocasião do censo de 1960, ou a 12,5% desse conjunto.

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E, para completar, afirmamos que essa porcentagem se aproxima bastante da

taxa de redução do analfabetismo registrado entre 1950 e 1960 e avaliada, como já

demonstramos em 1,2% ao ano, a qual multiplicada pelos 10 anos corresponde a

12% do período.

No final dos anos 50, inicia–se no país uma nova etapa da educação de

adultos, que visava mobilizar os educadores em busca de novas soluções para o

problema do analfabetismo. A educação assume um papel de importância, estando

ligada às ideias desenvolvimentistas da época. Os movimentos de educação e

cultura popular, em sua maioria adotaram a filosofia e o método de alfabetização

proposto por Paulo Freire. Alguns exemplos de programas criados por

intelectuais, católicos e estudantes engajados na ação política foram: O

Movimento de Educação de Base, da Conferência Nacional dos Bispos em

1961, com o patrocínio do Governo Federal; o Movimento de Cultura

Popular do Recife, a partir de 1961; a Campanha de Pé no Chão Também se

Aprende a Ler da Secretaria Municipal de Natal e os Centros Populares

de Cultura, órgão culturais da União Nacional dos Estudantes (UNE). O

Golpe Militar de 64, interrompeu os preparativos para o início das ações

do Plano Nacional de Alfabetização, que Paulo Freire coordenava a

convite do governo.

Com o intenso crescimento populacional e a consequente concentração da

população nas zonas urbanas, o que acentuou bastante as desigualdades

regionais, quanto à distribuição demográfica, acabaram provocando um

aumento de demanda potencial e da procura efetiva de educação escolar. Essa

procura abrangeu tanto a população de idade própria para a

escolarização, quanto a população que, fora da faixa etária, se

encontrava marginalizada pelo sistema educacional, sem ter recebido, em

tempo certo, a educação sistemática que carecia. O esforço brasileiro e a

repercussão no seio da população mais carente de educação sistemática têm sido o

testemunho desse despertar da consciência coletiva para a importância da

escola. Por outro lado, a oferta não tem sido pequena, apesar de ainda

insuficiente, em termos de demanda. Segundo dados oficiais do Censo Demográfico

de 1970, extraído de Aspectos da Educação no Brasil, MEC, o Movimento Brasileiro

para Alfabetização (MOBRAL) conseguiu progressos notáveis, embora se possa

computar, no seu passivo, um rendimento escolar ainda bastante baixo. Segundo

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Romanelli (1994, p. 75), em 1972, o MOBRAL apresentava já a seguinte estatística

sobre o analfabetismo no Brasil:

Tabela 1

População de mais de 15 anos 57.536.000

Analfabetos de mais de 15 anos 16.406. 000

Taxa de analfabetismo 28,51 %

O MOBRAL não cumpriu sua promessa de erradicar o analfabetismo durante

aquela década, e em 1985, na transição à democracia, acabou sendo

extinto e substituído pela Fundação Educar. A Constituição de 1988, no seu artigo

208, a Educação, restituiu o direito de voto aos analfabetos, em caráter facultativo;

concedeu aos jovens e adultos o direito ao ensino fundamental público e gratuito e

comprometeu os governos com a superação do analfabetismo e a provisão do

ensino elementar para todos.

Na década de 90, o conceito de letramento é adotado. Possibilitar aos

jovens e adultos a apropriação da leitura e da escrita e a sua

consequente utilização plena nas mais diversas práticas sociais, era o

objetivo de ensino desta década. As políticas educacionais desta década

não corresponderam às expectativas geradas pela nova Constituição. As

políticas públicas da década de 90 priorizaram a universalização do

acesso das crianças e adolescentes ao ensino fundamental. A educação de

jovens e adultos foi relegada a um segundo plano na agenda das políticas

educativas. A Fundação Educar foi extinta em 1990 e a atribuição da

alfabetização dos jovens e adultos foi descentralizada para os

municípios ou delegada às organizações sociais, que frequentemente

atuaram em parceria, em programas como Alfabetização Solidária ou

Movimentos de Alfabetização (MOVA).

Em 2003, é lançado o programa Brasil Alfabetizado e a progressiva inclusão

da modalidade no Fundo de Financiamento da Educação Básica (FUNDEB) a partir

de 2007. Uma meta foi estabelecida no ano de 2000, durante a Conferência Mundial

de Educação em Dacar, no Senegal, que o Brasil melhoraria a qualidade

de ensino e entre as metas estabelecidas, reduziria pela metade as taxas de

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analfabetismo até 2015, chegando ao percentual de 6,7%. Segundo Sérgio Haddad

(2014), “O analfabetismo funcional é um fenômeno novo que se deve,

principalmente, à baixa qualidade do ensino público." Na avaliação dele, é preciso

eliminar o mal com a educação de qualidade para que crianças e jovens saiam da

escola com o domínio pleno da leitura e da escrita.

A taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais parou de cair no

Brasil após um período de 15 anos de declínio, segundo dados da Pnad 2012

(Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). O IBGE (Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística) considera que uma pessoa é alfabetizada se ela souber ler e

escrever um "bilhete simples".

Na pesquisa -- que, até 2003, excluía 4,1 milhões de pessoas que residem

nas áreas rurais da região Norte--, o índice de indivíduos que, em 2012, não sabiam

ler e escrever foi de 8,5%. Esse dado representa aumento de 0,1 ponto percentual

em relação ao ano anterior. Na prática, os pesquisadores do IBGE registraram no

ano passado 300 mil analfabetos a mais em comparação com a amostra de 2011.

Abaixo, o gráfico mostra os dados colhidos em pesquisas anteriores e os resultados

do ano de 2011- 2012.

Figura 1: Analfabetismo no Brasil - % de pessoas com 15 anos ou mais de idade analfabetas

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Segundo pesquisa do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística,

realizada no ano de 2013, a taxa de analfabetismo caiu depois de um ano de

estagnação. O índice de brasileiros de 15 anos ou mais que não sabem ler e

escrever foi de 8,3%. No total, 13,04 milhões de pessoas com 15 anos ou mais estão

no grupo de analfabetos no Brasil e 7 milhões deles vivem na Região Nordeste.

Considerando apenas a faixa etária dos adultos com 25 anos ou mais, a taxa de

analfabetismo foi de 10,2% em 2013, abaixo do índice de 2012 (10,7%). Segundo

pesquisa realizada em 2013 pelo IBGE, 12,63 milhões de brasileiros com pelo menos 25

anos não sabem ler e escrever. Os dados regionais mostram que o número de

analfabetos caiu em todas as partes do país. Nas regiões Norte e Nordeste, a queda foi

mais acentuada. No Norte, o índice de pessoas com 15 anos ou mais analfabetas caiu

de 10% para 9,5%. No Nordeste, a taxa recuou de 17,4% para 16,6% entre 2012 e

2013, mas a região ainda mantém o nível mais alto do país.

Figura 2: Gráfico com evolução da alfabetização no Brasil

Fonte:http://g1.globo.com/educacao/noticia/2014/09/analfabetismo-volta-diminuir-apos-estacionar-no-ano-

anterior-diz-pnad.html

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No dia 26 de junho, foi sancionado o PNE – Plano Nacional de Educação, lei

que tramitou no Congresso Nacional durante quatro anos e estabelece 20 metas

para serem cumpridas até 2024, ( 2014 – 2024). Segundo o site

http://www2.camara.leg.br/comunicacao/institucional/plano-nacional-de-educacao-1,

as metas relacionadas a Educação de Jovens e Adultos são:

9- Alfabetização e alfabetismo de jovens e adultos- Elevar a taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais para 93,5% até 2015 e, até o final da vigência do PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% a taxa de analfabetismo funcional.

10- EJA integrada à Educação Profissional - Oferecer, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) das matrículas de educação de jovens e adultos, nos ensinos fundamental e médio, na forma integrada à educação profissional. Os dados de 2012 apontam que apenas 0,7% dos alunos do EJA de Ensino Fundamental têm esta integração. No Ensino Médio, a porcentagem sobe para 2,7%.

Observa-se que durante a evolução histórica da Educação de Jovens e

Adultos, não existiram políticas públicas adequadas em termos educacionais,

financeiros e legais. Algumas tentativas foram colocadas em prática, porém não

obtiveram sucesso, por não haver em momento algum, um grande investimento do

Estado com o objetivo de erradicar o analfabetismo. Atualmente, o índice de

brasileiros com 15 anos ou mais que não sabem ler e escrever ainda é elevado.

Ações políticas efetivas devem ser colocadas em prática no sentido de oferecer uma

Educação Básica de qualidade. A criação de programas de geração de empregos

também é algo que precisa ser planejado, o que evitaria, em muitos casos, a evasão

de crianças e jovens das escolas para trabalhar e garantir o sustento de suas

famílias.

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CAPÍTULO II

FORMAÇÃO DOCENTE E A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO

CONTEXTO ATUAL

Neste segundo capítulo, refletiremos a importância da formação inicial e

continuada do profissional que atua nas classes de Educação de Jovens e Adultos.

Devem-se considerar as precárias condições de profissionalização, remuneração e

um nível pequeno de preocupação com este segmento.

Segundo Gadotti ( 2001, p. 122), “ os professores que trabalham na EJA, em

sua quase totalidade, não estão preparados para o campo específico de sua

atuação. Em geral, são professores leigos ou pertencentes ao próprio corpo docente

do ensino regular.”

2.1 – A Educação de Jovens e Adultos na Legislação

A proclamação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948,

marcou a história da construção do direito à educação.

A Constituição de 1988 atendeu aos reclamos da sociedade e reconheceu o

direito dos jovens e adultos ao ensino fundamental, obrigando os poderes

públicos a sua oferta gratuita. Conforme o artigo 208: “ O dever do Estado com a

educação será efetivado mediante a garantia de: I ensino fundamental obrigatório e

gratuito, assegurada, inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ele não

tiveram acesso na idade própria.”

O direito à educação das pessoas jovens e adultas foi reafirmado na Lei

de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 (LDB), na qual foi

inscrito como modalidade da educação básica, apropriada às necessidades

e condições peculiares do grupo. Uma das inovações trazidas pela LDB foi reduzir a

idade mínima para conclusão dos exames supletivos de ensino fundamental e médio

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para 15 e 18 anos (antes, as idades mínimas exigidas eram, respectivamente, 18 e

21 anos). Como a LDB não foi específica, coube ao Conselho Nacional de

Educação (CNE) criar normas sobre a duração mínima dos cursos e a

idade mínima de ingresso e fixar Diretrizes Curriculares para Educação

de Jovens e Adultos. As Diretrizes foram construídas visando a implementação da

Política Educacional para Jovens e Adultos.

Erradicar o analfabetismo é uma das metas do PNE – Plano Nacional de

Educação – até o ano de 2024. Sabemos que o professor exerce um papel de

grande importância, no sentido de mediar a aquisição do conhecimento do aluno,

através de práticas que favoreçam a formação de um educando que esteja apto a

viver e participar efetivamente do mundo onde está inserido. Porém, sabemos que é

de extrema importância, que as esferas governamentais criem condições para

oferecer uma formação inicial de qualidade para os profissionais que irão lecionar

para estes indivíduos.

Conforme é possível observar na LDB 9394 ( 1996):

Art. 61º. A formação de profissionais da educação, de modo a atender aos objetivos dos diferentes níveis e modalidades de ensino e às características de cada fase do desenvolvimento do educando, terá como fundamentos: I - a associação entre teorias e práticas, inclusive mediante a capacitação em serviço; II - aproveitamento da formação e experiências anteriores em instituições de ensino e outras atividades.

Observa–se, através deste artigo da Lei de Diretrizes e Bases, que o

educador deve ensinar, priorizando os objetivos da EJA, sem definir, a

especificidade desta formação.

O artigo 62, que tem como enfoque a formação dos profissionais da educação

cita:

Art. 62º. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal.

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A Resolução CNE/CEB n° 1, de 05/07/2000, que estabelece as Diretrizes

Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos, aponta:

Art. 17 – A formação inicial e continuada de profissionais para a Educação de Jovens e Adultos terá como referência as diretrizes curriculares nacionais para o ensino fundamental e para o ensino médio e as diretrizes curriculares nacionais para a formação de professores, apoiada em: I – ambiente institucional com organização adequada à proposta pedagógica; II – investigação dos problemas desta modalidade de educação, buscando oferecer soluções teoricamente fundamentadas e socialmente contextualizadas; III – desenvolvimento de práticas educativas que correlacionem teoria e prática; IV – utilização de métodos e técnicas que contemplem códigos e linguagens apropriados às situações específicas de aprendizagem.

Mais uma vez, não observamos neste artigo, a exigência de uma formação

específica, mas sim, de uma prática que seja adequada as necessidades que os

educandos jovens, adultos e idosos trazem para as salas de aula.

Apesar de não haver uma exigência de uma formação específica para o

professor lecionar nas classes de EJA, vemos que esta modalidade, necessita de

especificidades no ambiente institucional, nos materiais didáticos, nas propostas

pedagógicas e principalmente, na atuação do educador.

Segundo Gadotti ( 2001, p.120):

Para definir a especificidade de EJA, a escola não pode esquecer que o jovem e adulto analfabeto é fundamentalmente um trabalhador - às vezes em condição de subemprego ou mesmo desemprego – e que está submetido a circunstâncias de mobilidade no serviço, alternância de turnos de trabalho, cansaço, etc.

A escola deve ser um ambiente que acolha estes alunos, com seus medos,

histórias e expectativas. Sua condição de subempregado, ou seja, excluído do

mundo do trabalho formal, faz com que este aluno procure a escola, para encontrar

nela, um ambiente que o prepare para o mundo do trabalho. As instituições de

ensino precisam ter uma proposta pedagógica que forme cidadãos para viver

dignamente em sociedade.

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Articular a teoria com a prática, também é de extrema importância, pois a

formação docente é construída historicamente antes e durante o percurso

profissional do professor e, depende essencialmente, tanto das teorias, quanto das

práticas desenvolvidas no cotidiano escolar, sendo, portanto, necessário

compreendermos esta interação para a construção dos saberes.

Giroux (1997, p. 159), ao analisar obras de Paulo Freire, compartilha da idéia

deste, quando afirma:

A teoria não dita a prática; em vez disso, ela serve para manter a prática ao nosso alcance de forma a mediar e compreender de maneira crítica o tipo de práxis necessária em um ambiente específico, em um momento particular.

Diante do exposto, podemos concluir que o desenvolvimento de uma

consciência crítica sobre a relação necessária entre teoria e prática, seria o

diferencial que conduziria dialeticamente tal relação rumo de uma nova práxis.

Portanto, o exercício da docência, enquanto ação transformadora que se renova

tanto na teoria quanto na prática, requer necessariamente o desenvolvimento dessa

consciência crítica.

Segundo UNESCO ( 2006,p. 87 ):

Os processos de aprendizagem devem focalizar as práticas culturais relacionadas à escrita e suas variadas modalidades de uso, para além daquelas de que tradicionalmente a escola se ocupou. O processo de alfabetização, nessa perspectiva, colabora para que as pessoas possam transitar com familiaridade entre diversas práticas sociais do uso da linguagem e saibam buscar conhecimentos e informações para continuar aprendendo ao longo da vida.

A pessoa alfabetizada,é aquela que aprendeu a utilizar os conhecimentos

escolares em seu cotidiano. Devem ser elaboradas propostas curriculares

inovadoras na seleção de conteúdos e orientações didáticas. A formação destes

educandos deve contemplar novos conteúdos e aprendizagens relacionadas à vida

econômica, ao trabalho, à participação na comunidade, à saúde, ao meio ambiente,

etc. Segundo a LDB 9394 (1996):

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Artigo 4°: O dever do Estado com a educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de: VI – oferta de ensino regular noturno, adequado às condições do educando; VII - oferta de regular para jovens e adultos, com características e modalidades adequadas às suas necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condições de acesso e permanência na escola;

Está garantido em lei que o ensino deve estar de acordo com suas

necessidades, devendo ser oferecido a este educando um ensino de qualidade e

que seja contextualizado com a realidade na qual estão inseridos. Nesta modalidade

de ensino, existem sujeitos diversificados, com suas histórias, realidades e

necessidades. Deve-se oferecer a esta clientela um ensino que esteja próximo as

suas reais necessidades de aprendizagem e que os estimule–os a sentirem-se

transformadores da sua história.

As mudanças exigidas pelas reformas educacionais incidem também, como

não poderia deixar de ser, na formação dos profissionais da educação. Aprender a

aprender e continuar aprendendo por toda a vida profissional não é uma

competência exigida só para os alunos, mas para todos os profissionais, todas

aquelas pessoas que estão inseridas no mundo do trabalho.

A LDB, em consonância com as demandas exigidas pelo mundo do trabalho

atualmente, afirma que os sistemas de ensino deverão promover a valorização dos

profissionais da educação, assegurando-lhes “aperfeiçoamento profissional

continuado” e “período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na

carga de trabalho”.

A reforma educacional no Brasil exige um novo perfil do professor. Outras

competências e outros conhecimentos são necessários e muitos professores não

estão preparados para atender estas novas demandas.

A mudança no perfil do professor, exigidas pela LDB e pela nova reforma

educacional implantada, é um bom exemplo da necessidade de os profissionais e as

instituições serem flexíveis para acompanhá–las e um bom exemplo da necessidade

de continuar aperfeiçoando–se. Se a formação inicial do educador deve ser revista,

as escolas e os profissionais em exercício devem se atualizar frente às novas

demandas.

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2.2 – O perfil do aluno da Educação de Jovens e Adultos

No contexto educacional e social da atualidade, em que mudanças se fazem

necessárias com o propósito de garantir o direito de formação humana ao longo da

vida, a igualdade de oportunidades a todo e qualquer cidadão, independentemente

de sexo, raça, cor, condição social, opção religiosa ou qualquer outro fator, a escola

exerce um papel fundamental. Considerando a afirmação de Candau (2008, p.13),

“não há educação que não esteja imersa nos processos culturais do contexto em

que situa [...] não é possível conceber uma experiência pedagógica

'desculturalizada', isto é, desvinculada das questões culturais da sociedade. [...]".

Pensar sobre o papel da escola nos dias atuais implica, necessariamente,

colocar na ordem do dia o debate sobre essas questões. Precisamos identificar o

perfil e as expectativas que os alunos, ao ingressarem nas classes de EJA trazem

consigo. Com base em pesquisas sobre o tema, sabemos que a maior parte dos

alunos, frequentam a escola, para melhorar sua situação econômica. Estão em

busca de um emprego melhor e de uma mudança em suas vidas. Mas suas

motivações não se limitam a este aspecto, muitos referem- se também à vontade

mais ampla de “entender melhor as coisas”, se “expressar melhor” de “ser gente

importante” de “não depender sempre dos outros”. Especialmente as mulheres

referem-se muitas vezes ao de ajudar os filhos com os deveres escolares ou,

simplesmente, de lhes dar um bom exemplo. Todos os adultos, quando se integram

a programas de educação básica, têm uma idéia do que seja a escola, muitas vezes

construída baseada na escola que eles frequentaram brevemente quando criança ou

frequentarem por anos, sem alcançar sucesso nos estudos.

O número de jovens na EJA é crescente desde os anos 90, devido À

Legislação que permitiu a entrada destes jovens, a partir dos 15 anos de idade.

Arroyo (2001) destaca o discurso escolar que trata estes adolescentes como

repetentes e evadidos, deixando de lado as questões humanas e cognitivas, que

muitas vezes, impedem o indivíduo de obter sucesso em sua escolarização regular.

Os alunos da EJA, muitas vezes, são tratados como uma massa de alunos,

sem identidade, fadados ao fracasso escolar.

Para Arroyo ( 2001, p. 10): “ Os lugares sociais a eles reservados – marginais,

oprimidos, excluídos, empregáveis, miseráveis... – têm condicionado o lugar

reservado a sua educação no conjunto das políticas públicas oficiais.”

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As pessoas não escolarizadas são vítimas do preconceito e da exclusão da

sociedade. São vistas como incapazes de ler e escrever a palavra escrita. O

analfabetismo constitui – se como um indicador de diferenças cognitivas e sociais

entre os indivíduos.

Alves cita ( 2008, p. 39), “ Tomar a prática vivida pelos alunos como o ponto

inicial do planejamento e da implementação do currículo e do ensino, parece, assim,

ser algo que precisa ser feito, e bem – feito, pelos professores de nossas escolas.”

Os educandos da EJA chegam com um saber próprio, que é elaborado nas

relações sociais e nos mecanismos que são utilizados para sobreviver. As vivências

trazidas por estes alunos, precisam ser acolhidas nos espaços escolares. Deve- se

refletir na possibilidade de aproveitar o que estes alunos trazem, no sentido de fazer

da aprendizagem, algo significativo para eles, evitando o desinteresse e o fracasso

escolar, que geram um alto índice de evasão.

Não existem diretrizes e políticas públicas específicas para a formação do

profissional da EJA. Para Soares (2008, p. 63) :

Não temos ainda diretrizes e políticas públicas específicas para a formação do profissional da EJA. A própria identidade desse educador não está claramente definida, encontra-se em processo de construção. É muito raro encontrarmos um educador que esteja atuando somente na EJA. Comumente, deparamos com educadores que atuam, simultaneamente, no ensino fundamental regular diurno e na EJA no noturno. Outros, no ensino médio regular ou mesmo na educação infantil em um turno e na EJA no noturno.

Os espaços de formação inicial precisam criar momentos de discussão e

reflexão sobre a atuação do profissional da EJA, sobre o perfil dos educandos, como

sujeitos de direitos e portadores de histórias de vida diversificadas. O estado precisa

tratar com prioridade desta área, a fim de possibilitar avanços significativos nas

ações de formação deste educador.

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2.3 – O papel do professor da Educação de Jovens e Adultos

A educação vai tendo mais importância na vida dos indivíduos, não só das

crianças, mas também na dos adultos. Porém, a metodologia utilizada em sala de

aula, é, muitas vezes, aquela voltada para o ensino com crianças. A educação de

adultos tem pouco destaque nos cursos de formação do magistério, seja no Ensino

Médio, seja na Formação Universitária.

O professor de EJA requer especificidades para se trabalhar com alunos

jovens e adultos que já trazem para a sala de aula suas vivências e sua leitura de

mundo. Possuem estratégias de sobrevivência na sociedade gráfica / letrada que

vivem e procuram na escola apropriar-se da técnica de leitura e escrita para fazerem

uma releitura de mundo.

O ato educativo deve ser um instrumento que transforme a sociedade. Deve

ser visto como um meio que possibilite a erradicação da violência, desigualdades

sociais e discriminações, tornando assim uma sociedade mais justa, solidária e

igualitária. Mas, a educação, por si só, não possui o poder de solucionar os

problemas citados anteriormente. Deve-se ter uma atuação cidadã crítica e

transformadora desta realidade. A escola deve proporcionar aos seus alunos,

constantemente, momentos de reflexão e problematização sobre sua condição como

aluno, trabalhador e principalmente, cidadão.

O educador da EJA deve possuir um “diferencial” para atuar nesta

modalidade de ensino, pois conforme foi explicitado neste trabalho, este grupo é

composto de pessoas que possuem um histórico escolar prejudicado e são

marcadas pela exclusão de diferentes políticas públicas, incluindo a educação.

Algumas dificuldades e problemas relacionados ao profissional da EJA são o

despreparo, infantilização e o voluntariado.

Muitos professores, mesmo formados não estão aptos a trabalharem com

esta clientela, pois estes possuem necessidades e realidades distintas do público

com o qual estão acostumados a trabalhar, crianças. Esta população chega à escola

com um saber próprio, elaborado a partir de suas vivências e dos seus mecanismos

de sobrevivência.

Por sua complexidade, o professor de Jovens e Adultos, deve ter consciência

da sua atuação e de seu papel, pois antigamente, o ensino era ministrado por

pessoas leigas que tinham a função de decifrar códigos escritos para os alunos.

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O aluno adulto não pode ser tratado como uma criança cuja história de vida apenas começa. Ele quer ver a aplicação imediata do que está aprendendo. Ao mesmo tempo, apresenta- se temeroso, sente-se ameaçado, precisa ser estimulado, criar autoestima, pois a sua “ignorância” lhe traz tensão, angústia, complexo de inferioridade. (GADOTTI, 2001, p. 39)

Devido a este despreparo, o professor com sua prática desapropriada para

trabalhar com estes alunos, leva-os ao fracasso escolar, e muitas vezes, até o

abandono da escola. Este sujeito, na maioria das vezes, encontra na sala de aula,

práticas desconexas de seu contexto social, cultural e econômico. Devem ser

desenvolvidas propostas pedagógicas específicas para adultos, e não devem ser

adaptadas atividades voltadas para crianças, pois adultos e crianças pertencem a

mundos distintos e possuem necessidades completamente diferentes ao

ingressarem e permanecerem na escola. Moura (apud Kleiman 2007, p.6) afirma: “o

professor infantiliza seus alunos, expressando-se sempre no diminutivo,

submetendo- o (o aluno de EJA) a atividades infantis, propondo temas que são mais

aceitos no universo das crianças.”

Por este motivo, afirma-se a necessidade de serem realizadas em sala de

aula, atividades contextualizadas com a realidade descrita, utilizando-se linguagens,

valores, materiais de apoio adequados. Além da formação técnica, voltada para o

trabalho, deve-se desenvolver também, o pensamento crítico, tentando assim,

diminuir os altos índices de evasão escolar.

Por muitas vezes, a evasão escolar ocorre, devido ao despreparo do

professor para atuar com estes alunos. Porém, não devemos culpá–lo como o

principal responsável, pois também é de nosso conhecimento que existem poucos

investimentos do governo e também, continua arraigada na sociedade a ideia de que

a EJA é um “favor ” e não um direito. Assim, este jovem e adulto quando retorna às

salas de aula, não terá sucesso em seus estudos, pois não o concluiu na idade

certa, portanto as dificuldades que encontrarão serão maiores e mais difíceis de

serem superadas. Nessa perspectiva, Soares (2006, p.7) afirma:

A qualidade da educação ofertada aos jovens e adultos, seja ensino fundamental ou médio, tem sido bastante discutida. São questionados a adequação das metodologias, dos currículos, do material didático, dos tempos e espaços e sobretudo, da formação inicial e continuada dos professores. São mais de 175 mil professores que ensinam jovens e adultos na modalidade EJA, ensino fundamental, nos sistemas municipais e

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estaduais. Desses, a grande maioria nunca recebeu uma formação específica para a função que exercem.

Em muitas escolas públicas, a EJA ocorre no período noturno e as salas

utilizadas possuem trabalhos realizados por crianças, alunos do turno diurno,

tornando o espaço com aspecto infantil. A produção e a avaliação de materiais

didáticos próprios à educação de jovens e adultos é insuficiente, dificultando ações

mais efetivas dos setores envolvidos. Devem ser estimuladas a elaboração,

implantação de currículos e metodologias específicas à EJA. Também é de suma

importância o resgate da cultura popular, pois facilitará o processo de elaboração do

saber. Esses alunos também devem ter a possibilidade de acesso ao conhecimento

dos avanços tecnológicos e o professor deve estimular e mediar esta descoberta,

que não deve ser exclusiva de grupos privilegiados.

Se a sociedade é a verdadeira educadora do educando, sua ação se exerce sempre concretamente, isto é, no tempo histórico, no momento pelo qual está passando seu processo de desenvolvimento. Por isso, em cada etapa do desenvolvimento social, o conteúdo e a forma da educação que a sociedade dá a seus membros vão mudando de acordo com os interesses gerais de tal momento. (PINTO, 2000, p. 108)

O modelo de ensino atual não está dando conta das reais necessidades

destes alunos, pois estas modificaram – se, com a influência de novas tecnologias e

do modelo social e econômico vigente. O professor deve acompanhar este processo

e ter como objetivo preparar seus alunos para atuarem efetivamente, como cidadãos

críticos e reflexivos. Porém, presenciamos um descompasso entre a consciência e

formação profissional do educador e as exigências que são impostas, por

consequência destas modificações. Muitos educadores, ainda exercem um papel

semelhante aos profissionais de antigamente. Mostram-se autoritários, únicos

detentores do conhecimento, concebendo o ato de ensinar de maneira mecanicista,

fazendo do aluno um mero repetidor, cabendo a este, só memorizar os

conhecimentos e tendo a figura do professor no controle dos resultados obtidos.

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O ensino deve estar centrado no educando, e o professor, estabelecer

momentos de diálogos com seus alunos, tendo como objetivo despertar a

curiosidade, a criatividade, possibilitando a transformação e aquisição efetiva do

saber. O professor deve possuir estratégias diversificadas na maneira de intervir e

mediar a construção de conhecimento de seus alunos, pois cada um possui

características únicas e particulares. O educador deve auxiliar o educando para que

ele alcance um saber crítico e menos ingênuo. Também, deve- se, constantemente,

criar oportunidades de os alunos expressarem suas ideias, desejos, e,

principalmente, levar em conta os conhecimentos prévios deste grupo, não só em

relação aos conteúdos, como também aos papéis que executam nas instâncias que

participam. E, principalmente, estimular a autoestima deste aluno, levando – o a

acreditar em si mesmo e no seu potencial para atingir os seus objetivos. Para que

isto ocorra, os professores precisam ganhar a confiança dos alunos a partir do

respeito mútuo.

Para Paulo Freire, o aluno deve realizar a leitura de mundo, pois o

conhecimento não é adquirido somente na escolarização. A escola não deve ser

considerada a única fonte geradora de conhecimento. O saber adquirido fora dela

deve ser valorizado. Os alunos precisam encontrar sentido no trabalho que estão

realizando. O professor deve apresentar as atividades que estes deverão

desenvolver e eles devem sentir que são capazes de realizar o que foi proposto. O

professor deve criar um ambiente motivador, criando nestes um sentimento de

confiança em sua própria capacidade de enfrentar os desafios que serão

apresentados. A reflexão crítica deve ser estimulada a todo momento, tendo como

objetivo transformar o aluno em um indivíduo autônomo e consciente do seu papel

na sociedade.

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CAPÍTULO III

ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Neste capítulo, será retratada a trajetória da Orientação Educacional no Brasil

e como, atualmente, o Orientador Educacional pode auxiliar na formação de

professores de alunos da Educação de Jovens e Adultos.

Para GRISPUN, (1994, p.13):

[...] A orientação, hoje, está mobilizada com outros fatores que não apenas e unicamente cuidar e ajudar os 'alunos com problemas'. Há, portanto, necessidade de nos inserirmos em uma nova abordagem de Orientação, voltada para a 'construção' de um cidadão que esteja mais comprometido com seu tempo e sua gente. Desloca-se, significativamente, o 'onde chegar', neste momento da Orientação Educacional, em termos do trabalho com os alunos. Pretende-se trabalhar com o aluno no desenvolvimento do seu processo de cidadania, trabalhando a subjetividade e a intersubjetividade, obtidas através do diálogo nas relações estabelecidas.”

Dentro desse processo exigiu-se a adaptação dos professores do modelo

conhecido como “tradicional” para o profissional “educador” sendo responsável não

apenas pela transmissão dos conteúdos, mas pelo desenvolvimento, em seus

alunos, de valores, que lhe permitam construir a cidadania plenamente.

3.1 – A Orientação Educacional no Brasil

No Brasil, as primeiras experiências datam da década de 20. Sendo que, em

sua implementação, a orientação educacional teve uma grande influência, a

orientação educacional teve uma grande influência da educação americana, em

especial o aconselhamento, e também da Orientação Educacional Francesa.

Segundo GRINSPUN (1986) a evolução da orientação educacional no Brasil

pode ser cronologicamente classificada:

• 1920 a1941 - período implementador

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• 1942 a 1960 - período institucional que se subdivide em:

§ 1942-1950- período institucional funcional

§ 1951-1960- período institucional instrumental

• 1961 a 1970 - período transformador

• 1971 a 1980 - período disciplinador • A partir de 1980 - período questionador

Em cada período citado, segundo a autora, é possível identificar as

características marcantes da orientação educacional:

No período implementador era dominante a influencia de outros paises,

principalmente dos Estados Unidos, de onde eram importados os testes adotados

para traçar os perfis profissionais dos alunos. As ações eram voltadas para a

orientação vocacional. Segundo GRINSPUN (1986, pg.86) ”o conceito de Orientação

Educacional era o conceito importado de uma orientação nitidamente vocacional”.

Na primeira fase do período institucional (funcional) as atividades da

orientação educacional tinham por objetivo o desenvolvimento das potencialidades

do individuo. Esta etapa ficou conhecida como “Orientação Educacional centrada no

aluno.” O orientador Educacional era visto como um catalisador de conflitos.

Conforme Santos (1986), em 1946, quando é votada uma nova constituição, o

nacionalismo e o populismo caracterizavam a vida política e a Orientação

Educacional já se movimentava em torno de uma nova identidade. É organizado o I

Simpósio em nível nacional com a colaboração do MEC (Ministério da Educação e

Cultura) e do CADES (Campanha de Difusão e Aperfeiçoamento do Ensino

Secundário).

Para a autora, no I Simpósio o tema em discussão foi a “Prática e a

Implantação da Orientação Educacional nos ensinos de 1º e 2º grau”. Este evento foi

considerado o mais representativo, por ser o primeiro, e foi também o que ocasionou

a organização da categoria. Este simpósio tenta definir o conteúdo da Orientação

Educacional, bem como delimitar o seu campo de ação.

A Orientação Educacional seria mais uma Orientação Profissional com bases

científicas e técnicas para ajustar o aluno a uma plena realização vocacional, com

métodos de aconselhamento, atendimento individualizado e coletivo, tentando fazer

uma articulação entre a escola e a família. Era mais uma das propostas de inovação

educacional que serviria para analisar as aptidões e a adaptação do aluno à escola.

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Na segunda fase deste período ( institucional instrumental), a partir de

1951 até 1960, a orientação educacional apresenta um caráter profilático buscando

prevenir desajustes e comportamentos insatisfatórios.

Conforme Santos (1986) é nesse contexto, em que a educação vai se

tornando interesse econômico e de segurança, que ocorre a discussão da questão

educacional nacional entre defensores do ensino particular e os defensores da

escola pública.

No inicio na década de 1960, no período transformador, a Lei de Diretrizes e

Bases da Educação, Lei 4024/61, buscava definir a formação dos orientadores

educacionais e em dezembro de 1968 a Lei Federal nº 5 564 prevê o exercício da

profissão de orientador educacional.

Vejamos o seu artigo 1º: “A orientação educacional se destina a assistir ao educando, individualmente ou em grupo, no âmbito das escolas e sistemas escolares de nível médio e primário visando o desenvolvimento integral e harmonioso de sua personalidade ordenando e integrando os elementos que exercem influencia em sua formação e preparando-o para o exercício das opções básicas.”

Dentro deste quadro a Lei que reconhece a profissão do Orientador

Educacional surge no final da década do período transformador e dá ao OE o status

de profissão regulamentada abrindo espaço para um novo período histórico.

Para Grinspun (2001), foi através da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) 4.024/61

que o Orientador assegurou o status de Orientador Educativo e Vocacional,

identificando aptidões individuais, estendendo a todos os alunos, utilizando-se de

todos os elementos da escola para o desenvolvimento desse trabalho. Ao Orientador

Educacional caberia a orientação escolar, psicológica, profissional da saúde,

recreativa, familiar.

A formação dos especialistas em educação, inclusive a de Orientador

Educacional, no nível da graduação é definida, conforme Santos (1986), através da

Lei 5.540/68, em seu artigo 30, parágrafos 1º e 2º.

Em 1971 a Lei Federal nº 5692, segundo Grinspun (2001), legitimou a

Orientação Educacional regulamentando a obrigatoriedade da profissionalização no

2º grau e da sondagem de aptidões no 1º grau e marcando o inicio do período

disciplinador.

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É neste período que, cinco anos após o reconhecimento da profissão do

Orientador Educacional, o Decreto nº 72.846 publicado a 27 de setembro de 1973

regulamenta a Lei 5564/68 da seguinte forma:

Art. 8º-São atribuições privativas do orientador educacional:

a) Planejar e coordenar a implantação e funcionamento do Serviço de

Orientação Educacional em nível de:

1- Escola

2- Comunidade.

b) Planejar e coordenar a implantação e funcionamento do Serviço de

Orientação Educacional dos órgãos do Serviço Público Federal, Estadual, Municipal

e Autárquico; das Sociedades de Economia Mista, Empresas Estatais, Paraestatais

e Privadas.

c) Coordenar a orientação vocacional do educando, incorporando-o ao

processo educativo global.

d) Coordenar o processo de sondagem de interesses, aptidões e habilidades

do educando.

e) Coordenar o processo de informação educacional e profissional com vistas

à orientação vocacional.

f) Sistematizar o processo de intercambio das informações necessárias ao

conhecimento global do educando.

g) Sistematizar o processo acompanhamento dos alunos, encaminhando a

outros especialistas aqueles que exigirem assistência especial.

h) Coordenar o acompanhamento pós-escolar.

i) Ministrar disciplinas de Teoria e Prática da Orientação Educacional,

satisfeitas as exigências da legislação específica do ensino.

j) Supervisionar estágios na área da Orientação Educacional.

k) Emitir pareceres sobre matéria concernente à Orientação Educacional.

Art. 9º - Compete, ainda, ao Orientador educacional as seguintes atribuições:

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a) Participar no processo de identificação das características básicas da

comunidade;

b) Participar no processo de caracterização da comunidade escolar;

c) Participar no processo de elaboração do currículo pleno da escola;

d) Participar na composição, caracterização e acompanhamento de turmas e

grupos;

e) Participar do processo de avaliação e recuperação dos alunos;

f) Participar do processo de encaminhamento e acompanhamento dos alunos

estagiários;

g) Participar n o processo de integração escola-famíliacomunidade;

h) Realizar estudos e pesquisas na área da Orientação Educacional.

Afirma GRINSPUN (2001) que toda a prática da orientação está debruçada na

concepção de educação, como um ato político, como instituição que está

intrinsecamente relacionada com as mudanças ocorridas no núcleo da sociedade.

A busca da orientação educacional por um espaço próprio e pela definição de

seu papel no processo educativo marca um período denominado Questionador que

teve inicio na década e 1980. Nessa fase, os eventos de orientação estão voltados

para a discussão dos problemas emergentes da educação e para a compreensão

dos fenômenos sociais. Os profissionais da área passam a se voltar para a

dimensão social da educação, quase que se contrapondo à ênfase psicológica com

que a Orientação Educacional foi implantada no cenário educacional.

As habilitações de Orientação e Supervisão Educacional foram extintas dos

cursos de Pedagogia após a publicação da Lei Federal 9.394/96. Segundo

GRINSPUN (2001), a Orientação Educacional viu-se cerceada em seu trabalho

quando mais se intensificou a procura dos culpados pelo fracasso da educação.

Começava a se solidificar, recusando um papel cujo desempenho a comprometia e

mostrava suas reais possibilidades de colaborar para a melhoria da educação

brasileira.

Os Orientadores Educacionais, através de suas lutas, (em congressos,

encontros e seminários) buscavam uma fundamentação teórica para uma ação mais

competente. Conforme Grinspun (2001), a Orientação Educacional, na atualidade,

caminha na busca da totalidade do aluno, preocupando-se com a ampliação do

conhecimento do educando, sua formação como pessoa, construindo sua

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personalidade e participando consciente e ativamente de sua própria história de

vida, valorizando a realidade de cada aluno.

Segundo MUNIZ (1992), as diversas transformações no ambiente estão

exigindo uma nova proposta para fortalecer o compromisso de colaboradores com

sua função. Isso ocorre devido ao aumento da concorrência, fazendo com que os

objetivos fiquem dependentes do profissionalismo dos seus funcionários. Portanto, o

comportamento dos colaboradores deve ser trabalhado de modo a compartilhar

tarefas a fim de atingir metas.

O educador pode ser conceituado como um especialista em conhecimento,

sendo esperado deste colaborador uma postura que apresente um profissional

equilibrado, seguro, que demonstre confiança e conhecimento, conseguindo

conciliar o intelectual com o emocional na sua tarefa de lidar com diferentes pessoas

e culturas buscando despertar desenvolver e as qualidades e habilidades latentes

em cada educando.

O processo de liderança engloba essa situação uma vez que o educador

especializado em orientação educacional deve saber encarar com responsabilidade

e ética dificuldades como problemas de aprendizado, personalidades diversas,

diferenças étnicas e sociais.

Conforme Grinspun (2001), quando a escola trabalha as questões sociais, ela

está exercendo o seu real papel pedagógico. Todo projeto político da escola deve

estar em consonância com o avanço da própria sociedade. O trabalho do Orientador

Educacional nessa dimensão é contínuo, dinâmico e permanente. Sua atuação na

escola, e em especial naquelas que oferecem a Educação de Jovens e Adultos,

contribuirá para oferecer os meios necessários para que o conhecimento seja

construído através de atividades que tenham como meta prioritária a formação do

cidadão crítico e participativo.

Para VEIGA (1995), a educação procura uma direção estabelecida por uma

ação intencional mantendo o comprometimento em contribuir para o andamento do

conhecimento, estando diretamente ligado a questões sociais e políticas,

principalmente focados nos interesses da população. Do ponto de vista pedagógico,

a escola busca formar cidadãos responsáveis, inteligentes, críticos e comprometidos

com práticas humanistas interferindo positivamente para a formação de uma

sociedade mais justa.

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A construção do profissional educador não possui modelo ou parâmetros,

depende de sua personalidade, competência, facilidade de aproximar e gerenciar

pessoas e situações. A capacidade de relacionamento e comunicação do educador

afeta a forma de motivação de si próprio e de seus alunos.

Desde a década de 80 as mudanças na estrutura familiar transferiram a

responsabilidade da questão da socialização para as escolas, tornando-as

responsáveis não só pela propagação e evolução do conhecimento, mas também

pela a construção do caráter e da personalidade dos alunos.

O professor passa a ter o papel de “construtor” de possibilidades que levem

aos alunos a refletir sobre seus papéis sociais, formando cidadãos autônomos e

conscientes de seus direitos na sociedade.

3.2 – O Orientador Educacional e a Formação de Professores

O papel do Orientador Educacional será de extrema importância no

processo de formação dos professores. Ele deve estar preparado para articular com

as diferentes situações que surgem como obstáculos da promoção da formação e

também identificar as principais causas da carência em relação ao investimento a

formação pessoal, tanto na área cultural quanto na área profissional. O Orientador

Educacional também deve estar à disposição da formação continuada e de tudo que

ela exige. Deve ter noção das necessidades que devem ser saciadas para que

realmente seja proporcionada a formação de todos.

Pensar a formação docente significa tomá-la como um continuum e entender que ela é também autoformação, uma vez que os professores reelaboram os saberes iniciais em confronto com suas experiências práticas, cotidianamente vivenciadas nos contextos escolares. É nesse confronto e em um processo coletivo de troca de experiências e práticas que os professores vão constituindo seus saberes, refletindo na e sobre a prática, conforme elaboram, efetivam e avaliam a proposta pedagógica de suas escolas em clima de gestão democrática. (Relatório..., 1999, p.64)

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O Orientador Educacional precisa criar momentos de reflexão e reelaboração

das práticas construídas pelos professores. São estas trocas que favorecem a

construção de um trabalho mais próximo a realidade do aluno, tornando o espaço

educativo mais democrático.

O aluno da EJA é diferente não só no seu perfil socioeconômico, mas,

principalmente, porque traz uma bagagem de vivências e de expectativas que

marcarão profundamente suas atitudes no grupo social da escola. A atuação do

Orientador Educacional no processo de aprendizagem deve estar focada no sentido

de proporcionar ao aluno meios para o desenvolvimento de habilidades que lhes

permitam reconhecer-se como cidadão participante da transformação da sociedade.

As diferenças podem ser uma riqueza para o fazer educativo. Quando os interlocutores falam de coisas diferentes, o diálogo possível. Quando só os mestres tem o que falar não passa de um monólogo. Os jovens e adultos carregam as condições de pensar sua educação como diálogo. Se toda educação exige uma deferência pelos interlocutores, mestres e alunos (as), quando esses interlocutores são jovens e adultos carregados de tensas vivências, essa deferência deverá ter um significado educativo especial. (ARROYO, 2006, p. 35).

O Orientador Educacional atua na elaboração e no desenvolvimento do

Projeto Político Pedagógico buscando garantir aos alunos da EJA igualdade de

oportunidades através de alternativas que respondam aos anseios dessa clientela,

quase sempre oriunda das classes sociais mais carentes. A educação deve ser

focada no diálogo entre professores e alunos, a fim de utilizar as experiências

trazidas pelos alunos, o ponto de partida para a aprendizagem significativa destes

educandos. O orientador deve possuir capacidade de liderança para motivar,

gerenciar, planejar e comunicar-se não só com os educandos, mas com todos, já

que a motivação não surge apenas da observação e do trabalho com pessoas, ela

está inserida nos comportamentos e no nível de desempenho de cada um.

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CONCLUSÃO

Neste estudo realizado, foi constatada a necessidade da reformulação das

práticas docentes realizadas nesta modalidade. Muitas dificuldades são encontradas

por estes profissionais para realizar um trabalho mais “apropriado” a esta clientela.

A trajetória da Educação de Jovens e Adultos foi marcada por muitas

dificuldades e exclusões de grande parte da população ao direito de ser

alfabetizado. A escolarização, era restrita as elites e o número de analfabetos com

mais de 5 anos, era muito elevado. Só na Constituição de 1988, foi concedido ao

jovem e ao adulto o direito ao ensino fundamental e gratuito.

Por ter este histórico marcado por injustiças e exclusões, a EJA nunca foi

valorizada pelo poder público, ficando a margem das outras modalidades de ensino.

Consequentemente, os profissionais desta área, também sofrem com este

abandono, pois não são valorizados. Muitas vezes, utilizam metodologias que não

são apropriadas a estes alunos, como adaptar conteúdos voltados para o ensino de

crianças. Sabemos que estes sujeitos trazem diversas histórias de vida e devemos

estar preparados para suprir suas necessidades e desejos. Estes estudantes que

foram excluídos do processo educacional retornam às salas de aula em busca de

melhores condições de vida e muitas vezes, frustram-se, ao verem profissionais

desmotivados e colegas de classe abandonando os estudos, por não encontrarem

um ambiente estimulador e receptivo aos seus anseios.

Os profissionais recebem salários baixos e muitas vezes, não são bem

orientados sobre como atuar de acordo com as necessidades destes alunos. Os

cursos de formação de professores devem ter mais espaços de discussão sobre

esta problemática com seminários, grupos de estudos e contemplar mais disciplinas

na grade curricular relacionadas ao educando de EJA e principalmente à formação

adequada a este futuro educador que pretenda atuar nestas classes.

O professor, também deve ter a consciência de rever as suas práticas

diariamente, submetendo- se a autoavaliações sobre sua atuação. Os objetivos

propostos devem ser pensados de uma forma que estes alunos não só adquiram a

habilidade de ler, escrever, interpretar e sim alcançar uma consciência crítica, e

tornar–se capazes de refletirem sobre o exercício de sua cidadania e o alcance de

sua autonomia. Esta educação, também não deve desprezar o afeto, o compromisso

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e sobretudo, a valorização deste aluno, como aquele que traz seus saberes que

foram construídos nas experiências vividas e no trabalho.

O Orientador Educacional precisa ter um olhar diferenciado ao trabalhar com

professores desta modalidade. Deve-se desenvolver um trabalho de orientação a

estes profissionais, estabelecendo momentos de troca e estudos mais aprofundados

sobre as possibilidades de atuação deste educador para a construção de uma

prática que atenda e acolha a realidade destes educandos.

Necessita-se urgentemente, de um olhar mais crítico sobre esta situação. O

poder público deve assegurar o investimento de verbas que sejam suficientes para

esta área, para que possa ser possível aumentar o atendimento educacional a

população de jovens e adultos, investir na formação e valorização deste profissional.

Não se deve priorizar só uma formação inicial sólida, mas sim a formação

continuada e de qualidade no investimento da capacitação do profissional, para que

suas ações pedagógicas sejam mais eficazes e condizentes com a realidade

presente.

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