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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A IMPORTÂNCIA DO ADMINISTRADOR FINANCEIRO NAS EMPRESAS Por: Luciana Silva de Oliveira Orientador: Ana Claudia Morrissy Rio de Janeiro 2010 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DO ADMINISTRADOR

FINANCEIRO NAS EMPRESAS

Por: Luciana Silva de Oliveira

Orientador: Ana Claudia Morrissy

Rio de Janeiro 2010

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

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PÓS GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VES DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DO ADMINISTRADOR

FINANCEIRO NAS EMPRESAS

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez

do Mestre – Universidade Candido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Finanças e Gestão Corporativa.

Por Luciana Silva de Oliveira

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AGRADECIMENTOS

Aos meus colegas, companheiros e professores do curso de pós-graduação em

Gestão e Finanças Corporativas da Universidade Candido Mendes, que de modo

valoroso me ensinaram e motivaram.

E a minha família, meu noivo e amigos que compreenderam minha

concentração e agitação na execução deste trabalho.

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DEDICATÓRIA

Dedico ao meu noivo por todo apoio e

incentivo dado a mim.

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RESUMO

O principal objetivo deste artigo é mostrar a importância do Administrador Financeiro nas empresas e sua

evolução ao longo dos anos e com isto substancialmente a postura, ética e visão do administrador de

recursos financeiros, essenciais ao bom funcionamento de toda e qualquer empresa inserida no sistema

global de acumulação capitalista. Além disso, visa este artigo mostrar como é importante que o

administrador financeiro da primeira década do século XXI tenha uma visão sistêmica ao invés de

puntual. Finalmente, espera-se que esta pesquisa possa contribuir para uma melhor postura profissional

dos chamados líderes financeiros, postura esse substancialmente mais incorporado do que as de gestor e

administrador financeiro, já devidamente ultrapassado.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 7

CAPÍTULO I – Conceitos Fundamentais 9

1.1 – Principais atribuições do administrador financeiro 10

CAPÍTULO II – Áreas de atuação do Administrador Financeiro 11

1.1 – Funções financeiras nas empresas 16

1.2 – A meta do administrador financeiro 18

CAPÍTULO III – Administrador do século XXI 19

1.1 – O administrador como Acionista Proprietário 20

1.2 – Dos Shareholders ao Stokeholders e destes ao Stakeholders 22

CAPÍTULO IV – O líder financeiro 24

1.1 – Objetivos e compromissos do administrador financeiro 26

CONCLUSÃO 29

BIBLIOGRAFIA 30

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INTRODUÇÃO

Primeiramente, deve-se compreender e entender o sentido e o significado de finanças que,

corresponde ao conjunto de recursos disponíveis circulantes em espécie que serão usados em transações e

negócios com transferência e circulação de dinheiro. Sendo que há necessidade de se analisar a fim de se

ter exposto a real situação econômica dos fundos da empresa, com relação aos seus bens e direitos

garantidos.

Analisando-se apuradamente verifica-se que as finanças fazem parte do cotidiano, no controle dos

recursos para compras e aquisições, tal como no gerenciamento e própria existência da empresa nas suas

respectivas áreas, seja no marketing, produção, contabilidade e, principalmente na administração geral de

nível tático, gerencial e estratégico em que se tomam dados e informações financeiras para a tomada de

decisão na condução da empresa.

A administração financeira é uma ferramenta ou técnica utilizada para controlar da forma mais

eficaz possível, no que diz respeito à concessão de credito para clientes, planejamento, analise de

investimentos e, de meios viáveis para a obtenção de recursos para financiar operações e atividades da

empresa, visando sempre o desenvolvimento, evitando gastos desnecessários, desperdícios, observando os

melhores “caminhos” para a condução financeira da empresa.

Tal área administrativa pode ser considerada como o “sangue” ou a gasolina da empresa que

possibilita o funcionamento de forma correta, sistêmica e sinérgica, passando o “oxigênio” ou vida para os

outros setores, sendo preciso circular constantemente, possibilitando a realização das atividades

necessárias, objetivando o lucro, maximização dos investimentos, mas acima de tudo, o controle eficaz da

entrada e saída de recursos financeiros [falta referência], podendo ser em forma de investimentos,

empréstimos entre outros, mas sempre visionando a viabilidade dos negócios, que proporcionem não

somente o crescimento, mas o desenvolvimento e estabilização.

É por falta de planejamento e controle financeiro é que muitas quebram no terceiro ano de sua

existência [falta referência], apresentando insuficiência e inexistência de suporte financeiro para sua

organização, sendo indiscutivelmente necessárias de informações do Balanço Patrimonial, no qual se

contabiliza estes dados na gestão financeira, se analisando detalhadamente para a tomada de decisão.

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Pelo beneficio, que a contabilidade proporciona à gestão financeira e pelo íntimo relacionamento

que se tem de interdependência é que confunde-se, muitas das vezes, a compreensão e distinção dessas

duas áreas, já que as mesmas se relacionam proximamente e geralmente se sobrepõem.

É preciso esclarecer que a principal função do contador é desenvolver e prover dados para

mensurar a performance da empresa, avaliando sua posição financeira perante os impostos, contabilizando

todo seu patrimônio, elaborando suas demonstrações reconhecendo as receitas no momento em que são

incorridos os gastos (este é o chamado Regime de Competência), mas o que diferencia as atividades

financeiras das contábeis é que a administração financeira enfatiza o Fluxo de Caixa, que nada mais é do

que, a entrada e saída de dinheiro, que demonstrará realmente a situação e capacidade financeira para

satisfazer suas obrigações e adquirir novos ativos (bens ou direitos de curto ou longo prazo) a fim de

atingir as metas da empresa.

Contudo, os contadores admitem a extrema importância do Fluxo de Caixa, assim como o

administrador financeiro se utiliza do Regime de Competência, mas cada um tem suas especificidades e

maneira de transpassar ou descrever a situação da empresa, sem menosprezar a importância de cada

atividade já que, uma depende da outra, no que diz respeito à circulação de dados e informações

necessárias para o exercício de cada uma.

O que é realmente importante saber para uma boa administração financeira? Esta pergunta é

comum entre os empresários, em especial aos pequenos e microempresários, mas é de difícil elaboração.

Pode-se dizer que tudo na administração financeira é importante, mas, se fosse necessário eleger apenas

um item, mesmo assim citaríamos duas estratégias, que ao nosso ver são de extrema importância, para o

sucesso de uma empresa e de seus comandantes. O principal papel do Administrador Financeiro é o

relativo à tesouraria da empresa, ou seja, cuidar efetivamente do dinheiro, sua entrada e saída, e

logicamente preservar o retorno exigido pelos acionistas. Neste sentido é necessário buscar um pleno

entendimento da Administração de Caixa da empresa e o Custo ao qual este fluxo está submetido. A

administração de caixa está intimamente ligada ao ciclo operacional da empresa e o custo de capital ao

financiamento deste ciclo. Vejamos agora maiores detalhes sobre ambas as abordagens, bem como

exemplos para melhor entendimento.

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CAPÍTULO I

Conceitos Fundamentais

A Administração Financeira diz respeito às responsabilidades do administrador financeiro numa

empresa. Os administradores financeiros gerenciam ativamente as finanças de todos os tipos de empresas,

financeiras ou não-financeiras, privadas ou públicas, grandes ou pequenas, com ou sem fins lucrativos.

Eles desempenham uma variedade de tarefas, tais como orçamentos, previsões financeiras, administração

do caixa, administração do crédito, análise de investimento e captação de recursos (Gitman 1997, p. 4).

O principal objetivo da Administração Financeira é o de maximizar a riqueza dos sócios /

acionistas. Para tanto, as atribuições do Administrador Financeiro podem ser sintetizadas em três

atividades básicas:

a) Realização de análise e planejamento financeiro

Ou seja, transformar os dados financeiros, de forma que possam ser utilizados para monitorar a

situação financeira da empresa; avaliar a necessidade de se aumentar ou reduzir a capacidade produtiva e

determinar aumentos ou reduções dos financiamentos requeridos.

b) Tomada de decisões de investimentos

Essa atividade diz respeito ao lado esquerdo do balanço. Determinam a combinação e os tipos de

ativos constantes do balanço patrimonial da empresa. Tais decisões são importantes porque afetam o

sucesso da empresa na consecução de seus objetivos.

c) Tomada de decisões de financiamento

Essa atividade diz respeito ao lado direito patrimonial e envolve duas áreas principais. Primeiro, a

combinação mais apropriada entre financiamentos a curto e a longo prazo deve ser estabelecida. Uma

segunda preocupação, igualmente importante, é que fontes individuais de financiamento, a curto ou a

longo prazos, são as melhores, em um dado instante.

As atividades empresariais envolvem recursos financeiros e orientam-se para a obtenção de lucros.

Os recursos investidos na empresa pelos proprietários (capital próprio – Patrimônio Líquido) e por

terceiros (capital de terceiros – Passivo Exigível) encontram-se aplicados em ativos empregados na

produção e / ou comercialização de bens ou na prestação de serviços.

As receitas obtidas com as operações devem ser suficientes para cobrir todos os custos e despesas

incorridas e ainda gerar lucros. Paralelamente a esse fluxo econômico de resultados, ocorre uma

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movimentação de numerário que deve permitir a liquidação dos compromissos assumidos, o pagamento

de dividendos e a reinversão da parcela remanescente dos lucros.

Nesse contexto, a função financeira compreende um conjunto de atividades relacionadas com a

gestão dos recursos (tanto o numerário movimentado pelas empresas, quanto os direitos e obrigações

decorrentes das transações realizadas a crédito) movimentados por todas as áreas da empresa. Tal função,

que possui um papel muito importante no desenvolvimento de todas as atividades operacionais, é

responsável pela obtenção dos recursos necessários e pela formulação de uma estratégia voltada para a

otimização da aplicação desses recursos, contribuindo significativamente para o sucesso do

empreendimento.

1.1 - Principais Atribuições do Administrador Financeiro

As funções do administrador financeiro na empresa podem ser avaliadas em relação às

demonstrações contábeis básicas da empresa. Suas três atribuições primordiais são:

a) Análise e planejamento financeiro:

Esta função envolve:

1- Transformação dos dados financeiros em uma forma que possa ser utilizada para orientar a

posição financeira da empresa e promover a sua continuidade;

2- Avaliação da necessidade de aumento ou redução da capacidade produtiva; e

3- Determinação de que tipo de financiamento adicional deve ser realizado.

Essas três atividades são sustentadas pelas decisões de natureza estratégica, tática e operacional. Os

demonstrativos contábeis, principalmente o Balanço Patrimonial e a Demonstração do resultado do

Exercício, são importantes fontes de informações para elaboração de análise e planejamento financeiro.

Cabe ressaltar que o enfoque do caixa é essencial para o gestor financeiro. Assim, a utilização dos Fluxos

de Caixa também são imprescindíveis, destacando a principal diferença entre a ótica do contador e a do

administrador. Enquanto o primeiro gera informações com base no regime de competência, o segundo

precisa aplicá-las com base no regime de caixa, denotando a importância dos Fluxos de Caixa nesta

atividade;

b) Administração da estrutura de ativo da empresa (Decisão de Investimento):

1- O administrador financeiro determina a combinação e os tipos de ativos que fazem parte do Balanço

Patrimonial da empresa. Essa atividade está relacionada ao lado esquerdo do Balanço. A composição

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refere-se ao montante de recursos aplicados em Ativos Circulantes e em Ativos Permanentes (fixos).

Depois que a composição estiver definida, o administrador financeiro deve fixar e tentar manter níveis

ótimos para cada tipo de Ativo Circulante. Deve também decidir quais são os melhores Ativos

Permanentes a adquirir e saber quando os ativos existentes se tornarão obsoletos e precisarão ser

modificados, substituídos ou liquidados. A determinação da melhor estrutura de ativo para a empresa não

é uma tarefa simples; requer o conhecimento das operações passadas e futuras das empresas e a

compreensão dos objetivos que deverão ser alcançados a longo prazo.

Existem várias técnicas para avaliação dessas decisões, como a Taxa Média de Retorno, Payback

(Prazo de Retorno), VPL (Valor Presente Líquido) e TIR (Taxa Interna de Retorno).

c) Administração da estrutura financeira da empresa (Decisão de Financiamento):

1- Relaciona-se com o lado direito do Balanço Patrimonial da empresa e envolve as fontes de recursos.

Dois enfoques sustentam esta atividade do administrador financeiro:

2- A decisão de qual a composição mais apropriada entre financiamento a curto e a longo prazo a ser

estabelecida, o que é bastante importante, pois afeta tanto a lucratividade da empresa como sua liquidez

global; e

2- O juízo de quais as fontes individuais de financiamento, a curto ou a longo prazo, são as melhores, em

dado momento. Algumas decisões dessa natureza exigem uma análise profunda das alternativas

disponíveis, de seus custos e de suas implicações a longo prazo. O Custo Médio Ponderado de Capital é

uma medida eficaz para este tipo de decisão.

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CAPÍTULO II

Áreas de atuação do Administrador Financeiro

A administração financeira de uma empresa pode ser realizada por pessoas ou grupos de pessoas

que podem ser denominadas como: vice-presidente de finanças (conhecido como Chief Financial Officer –

CFO) diretor financeiro, controller e gerente financeiro, sendo também denominado simplesmente como

administrador financeiro. Sendo que, independente da classificação, tem-se os mesmos objetivos e

características, obedecendo aos níveis hierárquicos, portanto o diretor financeiro coordena a as atividades

de tesouraria e controladoria. Mas, é necessário deixar bem claro que, cada empresa possui e apresenta um

especifico organograma e divisões deste setor, dependendo bastante de seu tamanho. Em empresas

pequenas, o funcionamento, controle e análise das finanças, são feitas somente no departamento contábil,

até mesmo, por questão de encurtar custos e evitar exageros de departamentos pelo fato de seu porte, não

existindo necessidade de se dividir um setor que está inter-relacionado e, que dependendo do da

capacitação do responsável desse setor poderá muito bem arcar com as duas funções de tesouraria e

controladoria. Porém, à medida que a empresa cresce, o funcionamento e gerenciamento das finanças

evoluem e se desenvolvem para um departamento separado, conectado diretamente ao diretor-financeiro,

associado à parte contábil da empresa, já que esta possibilita as informações para a análise e tomada de

decisão. No caso de uma empresa de grande porte que é imprescindível esta divisão, para não ocorrer

confusão e sobrecarga, deste modo, a tesouraria (ou gerência financeira) cuida da parte específica das

finanças em espécie, na administração do caixa, planejamento financeiro, captação de recursos, tomada de

decisão de desembolso e despesas de capital, assim como o gerenciamento de credito e fundo de pensão.

Já a controladoria (ou contabilidade) é responsável com a contabilidade de finanças e custos, assim como

no gerenciamento de impostos, ou seja, cuida do controle contábil do patrimônio total da empresa.

As finanças estão presentes em todas as áreas de uma empresa, possibilitando o funcionamento,

sendo extremamente importante a administração e controle eficaz, pois se esta lhe dando com o capital,

recursos essenciais da organização e com as decisões que indicarão o sucesso ou o fracasso, dependendo

do que foi decidido, deste modo o administrador financeiro pode atuar em diversas áreas especificas, em

alguns cargos ou funções como:

- Analista financeiro: tem como função principal, preparar os planos financeiros e orçamentários, ou seja,

através da preparação de demonstrações financeiras e orçamentos diversos, estabelece os planos

financeiros de curto e longo prazo para chegar às metas, analisando e realizando previsões futuras,

avaliação de desempenho e o trabalho em conjunto com a contabilidade;

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- Gerente de orçamento de capital: neste caso, o responsável é incumbido de avaliar, recomendando ou

não as propostas de investimentos em ativos, pois ele já terá feito um traçado futuro, verificando se certos

investimentos ou transações trarão resultados positivos ou negativos no aspecto financeiro;

- Gerente de projetos de financiamentos: em empresas de grande porte, conseguem financiamentos para

investimentos em ativos. Deste modo, o Gerente de orçamento de capital e o Gerente de projetos de

financiamentos trabalham juntas, podendo ser feitas num mesmo setor, dependendo da empresa que,

sempre antes de fazer um grande investimento de capital, como a aquisição de um imóvel, será preciso

avaliar se, o custo inicial está dentro de sua capacidade de pagamento (gerente de orçamento de capital) e

também estabelecer como financiá-lo (gerente de projetos de financiamentos), comparando alternativas

como comprar à vista ou à prazo, ou ainda realizar um leasing, dependendo de cada situação;

- Gerente de Caixa: responsável por manter e controlar os saldos diários do caixa da empresa, geralmente

cuida das atividades de cobrança e desembolso do caixa e investimentos em curto prazo;

- Analista / Gerente de credito: gerencia as políticas de credito da empresa, avaliando as solicitações de

crédito, extensão, monitoramento e cobrança de contas a receber;

- Gerente de fundos de pensão: em grandes empresas, supervisiona no geral a administração de ativos e

passivos do fundo de pensão dos empregados, economizando e investindo o dinheiro para atender metas

de longo prazo.

Para Gitman (1997), as principais áreas de finanças podem ser divididas em duas amplas partes de

acordo com as oportunidades de carreira: Serviços Financeiros e Administração Financeira.

Serviços Financeiros é a área das finanças voltada à concepção e à prestação de assessoria, tanto

quanto à entrega de produtos financeiros a indivíduos, empresas e governo.

Administração Financeira diz respeito às responsabilidades do administrador financeiro nas

empresas. Os administradores financeiros administram, ativamente, as finanças de todos os tipos de

empresas financeiras ou não, privadas ou públicas, grandes ou pequenas, com ou sem fins lucrativos. Eles

desempenham uma variedade de tarefas, tais como:

a) Orçamentos;

b) Previsões financeiras;

c) Administração do caixa;

d) Administração do crédito;

e) Análise do investimento;

f) Captação de fundos.

Segundo Mello Neto, para serem bem sucedidos, os administradores financeiros tem que se envolver

com as mudanças que ocorrem, constantemente, no campo das finanças, ou seja, são responsáveis pelo

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reconhecimento e respostas aos fatores de mudanças em todos os ambientes, sejam eles privados, públicos

ou financeiros.

Nesse ponto, vale ressaltar que a Administração Financeira é uma atividade orientada por

objetivos. As ações do administrador financeiro relativas à análise e ao planejamento financeiro, às

decisões de investimento e às decisões de financiamentos devem ser tomadas visando-se ao cumprimento

dos objetivos dos proprietários da empresa, seus acionistas. Logo, antes de tudo, deve-se entender qual é o

objetivo da administração financeira, o qual irá gerar uma base concreta para tomada e a avaliação de

decisões financeiras:

• Maximização do Lucro

De acordo com Gitman (1997), algumas pessoas acreditam que o objetivo dos proprietários é

sempre a maximização do lucro. Para atingir o objetivo de maximização do lucro, o administrador

financeiro toma, apenas, aquelas providências que, espera-se, darão maior contribuição para a

lucratividade da empresa. Assim, dentre as alternativas consideradas, o administrador financeiro escolherá

aquela que resultar no maior retorno monetário possível. Porém, a maximização do lucro é falha por varias

razões: a data da ocorrência dos retornos, o fluxo de caixa disponível aos acionistas (as receitas da

empresa não representam fluxo de caixa disponível aos acionistas) e o risco (a maximização do lucro

desconsidera não apenas o fluxo de caixa, mas também o risco, ou seja, a possibilidade de que os

resultados realizados possam ser diferentes daqueles esperados).

• Maximização da riqueza do acionista

O administrador financeiro de uma sociedade por ações toma decisões em nome dos acionistas da

empresa, atuando de acordo com os melhores interesses dos mesmos, ao tomar decisões que aumentam o

valor da ação. Logo, o objetivo da administração financeira, numa sociedade por ações, é maximizar o

valor corrente de cada ação existente.

• Preservando a riqueza dos Stakeholders

De acordo com Gitman (1997), embora a riqueza do acionista seja objetivo principal, muitas

empresas têm aplicado seu foco para incluir os interesses do stakeholders1, tanto quanto dos acionistas.

Uma atenção a eles evitará, conscientemente, medidas que possam ser prejudiciais, ou seja, afetar sua

riqueza, transferindo-a a empresa.

Portando o objetivo é preservar a posição dos stakeholders. Esse relacionamento positivo pode ser

considerado como parte da responsabilidade social da empresa, proporcionando benefícios máximos aos

acionistas, uma vez que deverão minimizar a rotatividade, os conflitos e os litígios com os stakeholders .

• Problema de agency e controle da sociedade por ações.

1 Stakeholders: grupos tais como empregados, clientes, fornecedores, credores e outros que possuem um vínculo econômico direto com a empresa (GITMA, 1997).

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O controle das modernas sociedades anônimas é, geralmente, colocado nas mãos dos

administradores não proprietários. Tais administradores podem ser vistos como agents dos proprietários,

que os contrataram e lhes delegaram poderes para tomar decisões e administrar a empresa em benefício

deles, proprietários (Gitman, 1997).

Porém, em tais relações, existe possibilidade de conflito de interesses entre o principal e o agente.

Tal conflito é denominado problema de agency. Isso quer dizer que, teoricamente, a maioria dos

administradores financeiros concorda com o objetivo de maximização da riqueza do proprietário. No

entanto, na prática, os administradores também estão preocupados com sua riqueza pessoal, sua segurança

no emprego, estilo de vida e outras vantagens. Tais preocupações podem tornar os administradores

relutantes ou sem disposição para correr risco elevado poderá resultar na perda do emprego e em prejuízo

à riqueza pessoal. Essa postura de moderação leva a retornos inferiores e à perda potencial de riqueza para

os proprietários e, consequentemente, ao problema de agency. Nesse contexto, de acordo com Gitman

(1997) dois fatores contribuem para evitar ou minimizar tal problema:

• Forças de Mercado

Para assegurar a competência da administração e minimizar os potencias problemas de

representação, os acionistas têm usado seus votos para demitir administradores de baixo desempenho e

substituí-los por outros mais capazes. Outra força de mercado, que tem compelido a administração a

desempenhar no melhor interesse dos acionistas, é a possibilidade de aquisição hostil2.

• Custos de Agency

Custos incorridos pelos acionistas, para evitar ou minimizar problemas de agency e contribuir para

a maximização da riqueza dos proprietários. Incluem o monitoramento, despesas vinculadas, custos de

oportunidade e despesas de estruturação.

Um outro aspecto a ser abordado, no que diz respeito à administração financeira, é o papel da ética.

Observa-se que a administração financeira é uma área desafiadora e compensadora, sendo estimulante

pelo fato de aos administradores financeiros ser atribuída a responsabilidade de planejar o crescimento e a

direção futuros de uma empresa – o que pode afetar, grandemente, a sociedade na qual ela está inserida.

Logo, as obrigações perante a sociedade podem interferir nos lucros das empresas. As considerações sobre

os aspectos sócias, morais, ambientais e éticos fazem parte do processo de decisão de investimento e não

podem ser ignorados pelos planejadores financeiros.

Os administradores, dentro desse ambiente, assumem certas obrigações pelo fato de ficarem

incumbidos de gerir a empresa. Eles devem ter um senso claro de ética – padrões de conduta ou de juízo

moral – e devem evitar compensações ou outras formas de tirar proveito pessoal. Para Gitman, “o objetivo

2 Aquisição hostil: aquisição de uma empresa (o alvo) por outra empresa (a adquirente) que não é apoiada pela administração (Gitman, 1997)

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dos padrões é motivar empresas e participantes de mercado a aderir tanto à prescrição quanto ao espírito

das leis e às regulamentações concernentes a todos os aspectos da prática empresarial e profissional”.

Os administradores não devem se comprometer com práticas que possam denegrir a imagem da

empresa, mas devem participar, tanto quanto possível, de atividades sociais para demonstrarem que eles

estão cientes da importância da comunidade e daqueles que adquirem seus produtos ou serviços. Os

administradores financeiros devem, também, assegurar que todos os padrões ambientais e legais sejam

respeitados, a fim de que a saúde e a segurança da comunidade e dos trabalhadores sejam alcançadas.

De acordo com Drucker, se os administradores financeiros trabalhassem num vazio e somente

considerassem os ganhos monetários, eles acabariam por negligenciar outros aspectos igualmente

importantes necessários para manter a opinião pública bem favorável a respeito de suas empresas. Por

meio da alocação de recursos em benfeitorias sócias para trabalhadores e comunidade, os administradores

atrairão clientes e um acompanhamento mais estável por parte dos acionistas.

Ainda de acordo com o autor, salienta-se que “os administradores financeiros devem reconciliar as

necessidades sociais e ambientais com o objetivo de obtenção de lucro. O apoio aos valores sociais pode

não produzir o uso mais eficiente dos ativos ou os mais baixos custos, porém irá melhorar a imagem da

empresa. Cuidando dos interesses das minorias, instituindo facilidades para treinamento, providenciando a

segurança e o bem-estar dos trabalhadores e lidando, efetivamente, com a questão da convivência entre

homens e mulheres, a empresa pode produzir benefícios a longo prazo a forma de maior produtividade e

relações mais harmoniosas entre trabalho e administração”.

1.1 – Funções Financeiras nas Empresas

A maioria das decisões empresariais são medidas em termos financeiros, logo, o administrador

financeiro desempenha um papel crucial na operação da empresa. As pessoas de todas as áreas de

responsabilidade da empresa necessitam interagir com o pessoal de finanças para realizar seu trabalho.

Consequentemente, o pessoal de finanças, para fazer previsões úteis e tomar decisões, precisa ter a

disposição e a capacidade de conversar com todos, dentro da empresa. Logo, para compreender a função

da administração financeira, é importante localizar seu papel na organização, seu relacionamento com a

economia e a contabilidade, bem como as atividades chaves do administrador financeiro.

• Visão Organizacional

A importância da função da administração financeira depende do tamanho da empresa. Em

pequenas empresas, a função financeira é geralmente exercida pelo departamento de contabilidade. À

medida que a empresa cresce, a importância da função financeira conduz, em geral, à criação de um

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departamento próprio. Se as compras e vendas internacionais são importantes para a empresa, ela poderá

contar com um ou mais profissionais de finanças incumbidos de monitorar e administrar sua exposição a

perdas decorrentes de flutuações de câmbio.

• Relacionamento com a Economia

Já que a maioria das empresas operam dentro da Economia, o administrador financeiro deve

compreender o arcabouço econômico e estar atento às conseqüências dos níveis de atividade econômica e

das mudanças na política econômica. O princípio econômico básico usado em administração financeira, de

acordo com Gitman (1997), é a análise marginal – princípio segundo o qual devem ser tomadas decisões

financeiras e realizadas ações, somente quando os benefícios marginais versus os custos marginais, daí a

importância de um conhecimento básico da Economia.

Os Administradores são responsáveis por encontrarem as melhores e mais baratas fontes de fundos

e para investi-los na melhor e mais eficiente combinação de ativos, tentando encontrar, com isso, a

combinação de recursos disponíveis que obterá o mais alto retorno ao maior risco.

• Fatores microeconômicos

Os administradores financeiros consideram, quando da tomada de decisões de investimentos, os

efeitos de alterações nas condições de demanda, ofertas e preços sobre o desempenho da empresa. O

entendimento da natureza desses fatores ajuda os administradores a tomarem decisões operacionais mais

vantajosas. Outrossim, os administradores podem determinar o momento propício de emitirem ações,

obrigações ou outros instrumentos financeiros.

O conhecimento dos princípios econômicos pode ser útil na geração de vendas as mais elevadas

possíveis. Entender e responder, adequadamente, às mudanças na demanda permite aos administradores

financeiros que tirem todas as vantagens das condições do mercado. Os melhores administradores, para

obterem isso, desenvolvem e adotam técnicas estatísticas confiáveis e executáveis que prevejam a

demanda e apontem quando as mudanças de direção nas vendas devem ser feitas. Porém, os fatores

econômicos não podem ser previstos com precisão e muitas projeções estão sujeitas a grandes erros.

Todavia, os bons administradores financeiros sabem quando aumentar ou diminuir os preços.

• Fatores macroeconômicos

As decisões pessoais são influenciadas pelas mudanças nas condições econômicas. As reações às

mudanças das forças (macro) econômicas externas, tais como o aumento e ou declínio da atividade

comercial e alteração na legislação tributária, influenciam as decisões tomadas por uma empresa. Logo,

convém aos administradores engajarem-se no planejamento financeiro, pois, assim, eles estarão

preparados, com diferentes alternativas, sob diferentes condições econômicas.

• Decisões econômicas sazonais

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Tomar decisões no momento adequado, em função das mudanças dos fatores microeconômicos,

mantém equilibrado o valor da empresa. Os administradores bem informados possuem discernimento para

obter vantagens das oportunidades rentáveis em níveis de risco razoável, quando estão em expansão as

atividades empresariais. Portanto, para os administradores financeiros, é importante não somente prever,

de forma acurada, os níveis de negócios e atividades relacionadas, mas também fazer julgamentos

abalizados a respeito das mudanças esperadas em função dos fatores macro e microeconômicos

relacionados.

• Relacionamento com a Contabilidade

A administração financeira e a contabilidade nem sempre se distinguem facilmente. Em pequenas

empresas, o controller, frequentemente, assume a função financeira; em grandes empresas, muitos

contadores estão intimamente envolvidos em várias atividades financeiras. No entanto, há duas diferenças

básicas entre Finanças e Contabilidade: a ênfase no fluxo de caixa e na tomada de decisões.

• Fluxo de Caixa

O contador prepara as demonstrações financeiras, que reconhecem as receitas no momento das

vendas e as despesas, quando incorridas, ou seja, adota o regime de competência. Já o administrador

financeiro enfatiza o fluxo de caixa, ou seja, entradas e saídas de caixa. Ele mantém a solvência da

empresa, analisando e planejando o fluxo de caixa para satisfazer as obrigações e adquirir os ativos

necessários ao cumprimento dos objetivos da empresa. O administrador adota o regime de caixa para

reconhecer as receitas e despesas que efetivamente representam entradas e saídas de caixa, devendo

enxergar além das demonstrações financeiras, para poder detectar os problemas atuais ou os potenciais,

sendo capaz de evitar a insolvência e atingir os objetivos financeiros da empresa.

• Tomada de decisão

Enquanto o contador volta sua atenção para a coleta e apresentação dos dados financeiros, o

administrador financeiro analisa os demonstrativos contábeis, desenvolve dados adicionais e toma

decisões, com base em suas avaliações acerca dos riscos e retornos inerentes.

Os administradores contam com os contadores para prepararem os demonstrativos financeiros que

fornecem informações sobre a lucratividade – demonstrativo do resultado do exercício – e sobre a posição

financeira da empresa – balanço patrimonial. Os demonstrativos financeiros auxiliam os administradores a

tomarem decisões de negócios envolvendo o melhor uso do caixa, a realização de operações eficientes, a

alocação ótima de fundos entre os ativos e o efetivo financiamento de operações e de investimentos. A

interpretação dos demonstrativos financeiros é realizada, parcialmente, usando-se índices financeiros,

relatórios gerenciais, demonstrativos de origens e aplicações de recursos e orçamentos do caixa.

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1.2 – A Meta do Administrador Financeiro

O Administrador Financeiro deve visar atingir os objetivos dos proprietários da empresa. No caso

de sociedades anônimas, os proprietários da empresa normalmente não são os administradores. A função

destes não é realizar seus próprios objetivos (que podem incluir o aumento de seus ordenados, a obtenção

de prestígio ou a manutenção de sua posição). Antes, é maximizar a satisfação dos proprietários

(acionistas). Presumivelmente, se forem bem-sucedidos nesta tarefa, também atingirão seus objetivos

pessoais.

Alguns acreditam que o objetivo dos proprietários é sempre a maximização do lucro; outros crêem

que é a maximização da riqueza. A maximização da riqueza é a abordagem preferida por cinco razões

básicas: considera o retorno realizável do proprietário, uma perspectiva a longo prazo, a época de

ocorrência dos retornos, risco e a distribuição dos retornos.

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CAPÍTULO III

ADMI/ISTRADOR DO SÉCULO XXI

Segundo Drucker (1999, p.54) “não se pode gerenciar as mudanças, somente estar à sua frente”.

Como se pode perceber desta frase, é necessário que, em qualquer profissão, os profissionais sempre

estejam à frente de seu tempo, de sorte a enfrentar a concorrência internacional.

Consequentemente, isso também se aplica às funções do administrador, gestor e líder financeiro,

peça fundamental para o bom funcionamento das empresas inseridas no sistema global de acumulação

capitalista. De uma postura essencialmente administrativa, a partir da década de 90, coube a esse

profissional deter uma postura gestorial. Já na década em que vivemos, faz-se necessária uma postura

completamente diferente: a de líder financeiro, que implica um incernimento de responsabilidade social,

conforme prevê João Bernardo (1984, p.85-104).

Ressalta-se, também, que tal conceito de administrador, gestor e líder, pressupõe condições físicas,

mentais e emocionais, cuja abrangência e influência é, certamente, muito maior do que foi a do gestor e do

administrador. Em outras palavras, há uma necessidade de melhor participar da comunidade, caso esses

líderes desejam fazer com que suas empresas tenham uma forte atuação no mercado competitivo.

Importante registrar que as tradicionais funções do administrador financeiro encontram-se ainda

em pauta, porém necessárias de uma visão mais sistêmica. As principais responsabilidades do homem de

finanças são:

a) Previsão e planejamento: o staff financeiro deve coordenar todo o processo de planejamento

empresarial, não só o pertinente ao financeiro e tributário, o que faz com que esse profissional precise

interagir com colaboradores de outros processos à medida que realiza projetos para modelar o futuro da

empresa.

b) Decisões de investimentos e financiamento: como investir para obter a poupança necessária e como

obter recursos de terceiros, remunerado o capital investido, de acordo com uma determinada taxa nominal

de juros do mercado. Em outras palavras, uma empresa que deseja competir nos mercados nacionais e

internacional, deve ter um rápido crescimento nas vendas, e necessita de investimentos em fábricas,

equipamentos e estoques. Tudo isso deve ser bem pensado, uma vez que o capital pode pertencer parte à

empresa e parte, provir de terceiros.

c) Coordenação e controle: o líder financeiro deve interagir com os colaboradores de outras áreas, de

sorte a assegurar que a empresa esteja sendo operada com maior eficiência possível. Cabe lembrar que

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todas as decisões possuem uma mistura de nacionalidade e intuitividade. Assim, faz-se necessário que o

líder financeiro possua uma visão sistêmica ao invés de puntual.

d) Observação dos mercados financeiros: cabe a esse profissional realizar sucessivas interações com os

mercados financeiros e de capitais, sempre com o intuito de levantar e aplicar fundos.

e) Administração do risco: o líder financeiro, quer seja controller ou tesoureiro, deve ter uma noção

exata de que sejam os riscos sistemático ou não-diversificado e não-sistemático ou diversificado,

inclusive, no que tange ao risco país.

Como podemos perceber, há elementos pertinentes aos conceitos de valor econômico adicionado,

valor de mercado adicionado e gerenciamento de valor, todos eles intrinsecamente relacionados e ainda,

observa-se que as funções do líder financeiro estão se ampliando, não mais se limitando às questões

pertinentes à utilização e aplicação dos recursos, mas também aos aspectos pertinentes aos impactos de

longo prazo que podem comprometer a vida empresarial.

1.1 – O Administrador como Acionista Proprietário

De acordo com José Zdanowicz o principal objetivo do administrador financeiro era a

maximização da riqueza do acionista proprietário. Em outras palavras, preocupava-se tal profissional, com

o patrimônio do proprietário, analisando fatores externos, decisões de política estratégica, níveis de

atividade econômica e condições no mercado acionário, de sorte a maximizar o preço da ação da empresa

no mercado. Tal postura perdura até hoje, porém maximizada, a visão atual mais abrangente, sistêmica por

assim dizer.

A título de curiosidade, no início do século XX, as principais tarefas do administrador financeiro

eram: aspectos legais de fusões e aquisições, processo de formação de novas empresas e emissão de títulos

para captação de recursos.

Após a grande depressão de 1929, a ênfase passou a ser nos processos de falências, concordatas

preventivas e suspensivas, reestruturação, liquidez empresarial e regulação dos mercados de títulos e

valores mobiliários. A partir dessa época é que passa a ter importância a análise dos demonstrativos

financeiros no que tange ao Balanço Patrimonial, Demonstrativo e Resultados do Exercício,

Demonstrativo das Origens e Aplicações de Recursos e Demonstrativos das Mutações do Patrimônio

Líquido.

Bom é lembrar que esses demonstrativos com os respectivos índices de liquidez, atividade,

mobilidade e endividamento são, até hoje, extremamente utilizados.

Nos anos de 1940 e 1950, a teoria financeira, assim conhecida, era muito mais descritiva,

percebida do ponto de vista externo da empresa, ao invés do ponto de vista interno ou gestorial. Em outras

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palavras, podemos dizer que eram observados os seguintes itens: leis antitrustes, regulamentos ambientais,

leis de segurança de produtos em local de trabalho, regras de contratação de empregados, políticas de

reservas federais, leis internacionais e outros.

A partir dos anos 50 e 60, passou-se a buscar uma teoria ou modelo abstrato verdadeiramente

financeiro no sentido de deslocar o grau de importância das decisões empresariais do foco anterior para a

escolha de ativos, definição de fontes de recursos, aparecendo já o conceito de maximização do valor da

empresa a longo prazo. Esse estado de coisas pode ser melhor explicado pela tabela abaixo:

DECISÕES DE POLÍTICA

ESTRATÉGICA

CO/TROLADAS PELOS

ADMI/ISTRADORES/GESTORES

/ÍVEL DE ATIVIDADE

ECO/ÔMICA E

IMPOSTO DE RE/DA DAS

EMPRESAS

CO/DIÇÕES DO

MERCADO DE CAPITAIS

a) Tipos de produtos ou serviços produzidos Expectativa e construção dos fluxos de caixa Maximização do preço da ação no mercado

b) Métodos de produção utilizados Expectativa e construção dos fluxos de caixa Maximização do preço da ação no mercado

c) Esforços e pesquisa e desenvolvimento Tempo de ocorrência dos fluxos de caixa Maximização do preço da ação no mercado

d) Utilização relativa de financiamento por

meio do exigível

Tempo de ocorrência dos fluxos de caixa Maximização do preço da ação no mercado

e) Política de dividendos Percepção do risco dos fluxos de caixa Maximização do preço da ação no mercado

Fonte: BRIGHAM et alii. Administração financeira: teoria e prática. São Paulo: Atlas: 2001,p.35.

Uma das mais significativas contribuições para a evolução da teoria financeira ocorreu em 1958,

com os modelos propostos por Modigliani-Miller, demonstrando a influência da estrutura de capital sobre

o valor das empresas .

Assim, o principal objetivo da administração financeira e do administrador financeiro, seu

subordinado, passou a ser a maximização da riqueza para os seus acionistas proprietários, por meio de

uma gestão adequada e suas políticas de investimento, financiamento e de dividendos. Na maioria das

empresas, ainda predomina essa visão, uma mistura entre o administrador e o gestor financeiro.

Analisando especificamente o caso brasileiro, há cinco pilares que devemos tecer:

1) O Brasil não possui um significado mercado de capitais que seja suficiente para representar uma

saudável fonte de captação de recursos competitivos da nossa indústria a favoreceu a continuidade da

gestão do administrador financeiro. Por causa disso, não havia campo fértil para a existência de um gestor

financeiro.

2) O país sempre possui um elevado risco além de significativos índices inflacionários, fazendo com que

nossas taxas de juros nominais fossem sempre as mais elevadas do mundo, penalizando em excesso as

empresas que se utilizam de financiamento. Isso inibe o crescimento empresarial e o bem andamento da

economia, uma vez que diversos projetos de investimento de capital tornam-se, simplesmente, obsoletos e

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impossíveis de serem realizados porque proporcionam valores presentes líquidos muito baixos. Assim,

vale muito mais aplicar os recursos monetários nas instituições financeiras.

3) No Brasil, a cultura empresarial evidencia que não ocorreu uma nítida separação entre a administração

e a propriedade, prevalecendo, quase sempre, os interesses dos acionistas controladores e administradores

em detrimento dos interesses dos minoritários. Claro está que, nesse estado de coisas, não existem

elementos necessários o suficiente para o surgimento de um gestor ou líder empresarial, a não ser em

empresas multinacionais e transnacionais, em que isso já é corriqueiro e cotidiano.

4) Não existe, pelos menos claramente, uma política de remuneração para os administradores de todos os

níveis hierárquicos, com base nos resultados obtidos e medidos por meio de um conceito de criação de

valor, o que já ocorre nos Estados Unidos da América.

5) A maioria de nossas empresas é de capital fechado, o que dificulta a sua avaliação com base no valor de

mercado das ações. Em nosso País, não é prático a negociação das ações preferenciais.

Como administrador financeiro em gestor e líder, coisa que não ocorre no Brasil até hoje.

Esperamos que este subtópico tenha deixado claro ao leitor a necessidade do administrador financeiro

adaptar-se aos tempos modernos, ou seja, passando a ter uma visão de toda a comunidade.

1.2 – Dos Shareholders aos Stokeholders e destes aos Stakeholders

Segundo Melo Neto , deve haver uma diferenciação significativa entre as posições ou objetivos do

shareholders com relação à posição defendida pelo stakeholder. A posição dos dois primeiros é que o

objetivo de qualquer empresa capitalista é a criação do valor para a comodidade como um todo, ou seja,

clientes, consumidores finais (internos e externos), colaboradores, bancos, instituições financeiras, receita

federal/estadual/municipal, financeiras, comunidade em geral, dentre outros.

Em outras palavras, a transição de um tipo de administrador financeiro, centrado nos desejos e

necessidades dos acionistas proprietários, deve se delegar a um líder financeiro que seja sensível às

necessidades da comunidade, principalmente no que tange a ética empresarial e responsabilidade social.

A respeito desses dois conceitos, o primeiro pode ser entendido como segmento de certos padrões de

conduta ou de comportamento moral.

Dessa forma, a ética nos negócios deve ser entendida como a atitude e a conduta de uma empresa

em relação a seus colaboradores, clientes, comunidade e acionistas. Trata-se de uma visão sistêmica. No

que tange ao segundo conceito, ou seja, responsabilidade social e cidadania empresarial, podemos

entender que as empresas precisam operar estritamente em função dos melhores interesses dos acionistas,

mas também devem proporcionar bem-estar aos seus colaboradores, clientes e a comunidade em que

operam.

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No que tange à responsabilidade social, o foco do líder financeiro deve estar direcionado para a

maximização do interesse comum e do bemestar público. No que tange às questões centrais, deve o 1íder

financeiro refletir sobre os problemas de pobreza, desigualdade e exclusão social. Por outro lado, não é

possível este líder financeiro agir sozinho. Assim, deve valer-se de entidades participantes como:

empresas privadas, Estado, organizações não-governamentais e a sociedade. Quanto ao seu nível de

atuação, ainda que utópico, deve ser comunitário e de base e os tipos de ações devem ser. de caráter

público e privado, associativas e voluntaristas.(MELO NETO, F.P.de).

Dessa forma, o líder financeiro deve possuir conceitos bem claros acerca do que seja a

responsabilidade social. Trata-se de sua "decisão de participar mais diretamente das ações comunitárias

na região em que esteja presente e minore possíveis danos ambientais decorrentes do tipo de atividade

que exerce". (MELLO, P.C., 1998).

Conseqüentemente, o líder financeiro deve apoiar o desenvolvimento da comunidade e preservar o

meio ambiente para que possa atribuir a uma empresa a condição desta ser responsável socialmente. Faça-

se necessário investir no bem-estar dos seus colaboradores e dependentes, além de possuir um ambiente de

trabalho saudável, promovendo comunicações transparentes, fornecendo retomo aos acionistas

proprietários, assegurando sinergia em seus parceiros e garantindo a satisfação de toda a comunidade.

Assim, os principais vetores da responsabilidade social de uma empresa:

l) O líder financeiro deve apoiar o desenvolvimento da comunidade em que atua.

2) Deve também preservar o meio ambiente.

3) Deve realizar investimentos pertinentes ao bem-estar dos seus colaboradores independentes, além de

propiciar um ambiente de trabalho agradável.

4) As comunicações devem ser transparentes.

5) 0 retomo aos acionistas proprietários deve ser necessário e suficiente para o bom andamento das

operações empresariais competitivas.

6) Deve haver uma sinergia entre os parceiros em forma de rede de comunicação.

7) Deve o líder financeiro preocupar-se com a satisfação dos seus clientes internos e externos,

consumidores internos e externos e fornecedores internos e externos. (MELLO NETO, F.P. de; FROES,

César, 2002, p.78).

Por outro lado, uma medida confiável de avaliação e desempenho dos administradores financeiros

e, se eles criam ou não valor para os seus acionistas proprietários. Em outras palavras, em assim sendo,

este administrador financeiro passaria a ser um gestor financeiro. Para ser líder financeiro, deveria levar

em consideração aquilo que está acima definido em um âmbito global. Ainda segundo o referido autor,

existem três questões que permanecem não respondidas:

l) qual é a medida mais apropriada, fidedigna, confiável de avaliação de desempenho?

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2) qual é o nível mínimo desejado de desempenho?

3) como deveriam estar escalonados os prêmios dos planos de compensação com relação aos objetivos

atingidos?

Dessa forma, coloca o autor que existe uma tarefa árdua para o monitoramento das empresas o que

ocorreu uma grande mudança nos anos 90, devido a maior presença e atuação de investidores profissionais

ativos, representados por grandes fundos de investimento de capital que passaram a exigir os

administradores financeiros uma série de decisões que beneficiassem os acionistas proprietários. Seria isso

um retrocesso ao conceito de administrador financeiro? Seria possível conviver ainda com este conceito

em plena primeira década do século XXI? Essas e outras questões ainda permanecem em aberto.

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CAPÍTULO IV

O LÍDER FI/A/CEIRO

Como pudemos observar, ocorreu uma migração, principalmente das empresas capitalistas dos

países desenvolvidos, do administrador financeiro para o gestor financeiro e deste para o líder financeiro.

Cabe lembrar também que, de um conceito simplório em que se buscava a maximização da riqueza dos

acionistas proprietários passou-se a um mais elaborado, visando a maximizar o valor da ação da empresa

lançado no mercado de capitais, não só nacional, mas também em nível internacional. Por fim, busca-se a

formação do líder financeiro, ou seja, aquele cujo objetivo é o de maximizar a riqueza da comunidade

como um todo em uma sociedade nitidamente digital, neural ou do conhecimento e pós-neural.

Segundo BRIGHAM ET ALII (2001, p.23-48) e GITMAN (1997, p.2-27), devido à globalização

dos negócios e crescente utilização da tecnologia de informação inteligente, ocorreu uma mudança radical

na forma como vem sendo definidos os papéis do líder financeiro.

A globalização permitiu que as organizações empresariais aproveitassem enormemente recursos

materiais e humanos mais competitivos existentes em outros países, além de centralizarem seus

desembolsos com esquiva e desenvolvimento de novos produtos por meio da simultaneidade da

engenharia concorrente, propiciando significativas reduções dos custos e despesas empresariais, fazendo

com que essas empresas se tomassem mais competitivas em nível global. Como podemos perceber tudo

isso passa a exigir do administrador financeiro uma visão mais ampla, sistêmica, geral, consubstanciando

o primeiro pilar para a formação do líder financeiro.

Além disso, a crescente utilização da tecnologia de informação inteligente tem permitido que as

organizações otimizem mais ainda os seus recursos disponíveis, levando inexoravelmente à aplicação das

técnicas de reengenharia que somente incrementam o desemprego tecnológico assim estruturado.

Permite, ainda, essa tecnologia atingir clientes, consumidores e fornecedores, não só internos, mas

também externos, utilizando-se dos melhores meios de comunicação, incluindo-se, dentre outros, todos os

recursos da Internet. Surge, assim, o chamado marketing eletrônico que deve estar alicerçado num pilar

cognominado cadeia de fornecedores ou supply chain, permitindo, dessa forma, um melhor

relacionamento entre cliente, consumidor, fornecedor e empresa. No que tange à área de administração

contábil-financeira-orçamentária, esses dois pilares passaram a exigir mais do antigo administrador

financeiro, quase que o obrigando a se transformar em líder financeiro. De certa maneira, passa a ocorrer

um declínio da importância do papel do acionista proprietário no que tange à comunidade, como um todo.

Passando de uma vertente micro para uma macro, sabemos que o líder financeiro deve também prestar

contas aos stakeholders, os quais detêm seus próprios interesses e, caso não sejam bem conduzidos,

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transformar-se-ão em potenciais geradores de conflitos para as empresas. Percebamos algumas de suas

necessidades intrínsecas:

l) Os acionistas proprietários desejam maximizar a sua riqueza ou seu patrimônio em detrimento dos

demais, o que é um elemento causador de sério conflito.

2) Os administradores, gestores e, atualmente, níveis financeiros buscam a maximização de sua própria

satisfação, por meio de salários diretos e indiretos, além de bônus, participação acionária efringe benefits.

3) Os modernos funcionários, cognominados ideologicamente de colaboradores,também visam ao seu

próprio bem-estar no que tange ao emprego, treinamento e desenvolvimento, empregabilidade, salário,

participação e outros benefícios.

4) Os clientes internos e externos desejam ter à sua disposição elementos do vetor produto (produtos

tangíveis, processos, serviços, dados, informações, informações inteligentes, digitalizações, neuralizações

e pós-neuralizações da melhor qualidade (adequação ao uso), pelo menor preço e no menor prazo de

tempo possível.

5) Os fornecedores internos e externos desejam ter à sua disposição elementos do vetor produto (produtos

tangíveis, processos, serviços, dados, informações, informações inteligentes, digitalizações, neuralizações

e pós-neuralizações da melhor qualidade (adequação ao uso), pelo menor preço e no menor prazo de

tempo possível.

6) Os governos federal, estadual e municipal detêm interesse em receber adequadamente todos os tributos,

assim considerados os impostos, taxas, contribuições e melhorias, contribuições previdenciárias e

contribuições para fiscais.' Cabe aqui uma observação: essas três entidades abstratas cobram-nos tributos.

Porém, não realizam a contraprestação devida deles, ou seja, não propiciam à comunidade a mínima

exigência dos serviços necessários. Para agravar ainda mais a situação, a relação matemática entre a carga

tributária e o valor total do Produto Interno Bruto incrementa-se e atinge níveis insuportáveis de cerca de

40%.

7) A comunidade, por outro lado, deseja receber os benefícios da empresa em todos os seus níveis.

8) No que tange aos bancos e instituições financeiras, a situação toma-se ainda mais dramática, uma vez

que as elevadas taxas de juros têm sufocado o processo produtivo e inibido o consumo, pelo menos no

Brasil.

Posto isso, cabe-nos destacar que ocorrerá, indubitavelmente, um conflito de interesses de difícil

gerenciamento. Logo, é necessário que o líder financeiro possua não só habilidades técnicas, mas também

– e sobretudo - conceituais, abstratas, sociológicas, psicológicas, logísticas, criativas, mercadológicas,

gerenciadora de talentos e competências humanas essenciais dentre outras.

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1.1 – Objetivos e compromissos do Administrador Financeiro

Todo administrador da área de finanças deve levar em conta, os objetivos dos acionistas e donos da

empresa, para daí sim, alcançar seus próprios objetivos, pois conduzindo bem o negocio, cuidando

eficazmente da parte financeira, conseqüentemente ocasionará o desenvolvimento e prosperidade da

empresa, de seus proprietários, sócios, colaboradores internos e eternos – Stakeholders (grupos de pessoas

participantes internas ou externas do negócio da empresa, direta ou indiretamente) – , e logicamente de si

próprio no que tange ao retorno financeiro, mas principalmente a sua realização como profissional e

pessoal.

Podemos verificar que existem diversos objetivos e metas a serem alcançadas nesta área

dependendo da situação e necessidade, e de que ponto de vista e posição serão escolhidos estes objetivos.

Mas, no geral a administração financeira serve para manusear da melhor forma possível os recursos

financeiros e tem como objetivo otimizar o Maximo que se puder o valor agregado dos produtos e serviços

da empresa a fim de se ter uma posição competitiva mediante a um mercado repleto de concorrência,

proporcionando deste modo, o retorno positivo a tudo o que foi investido para a realização das atividades

da mesma, estabelecendo crescimento financeiro e satisfação aos investidores.

Não deixando de mencionar que não há necessidade de se agir sem ética profissional ou

ilegalmente, agindo de má fé com os outros e com si mesmo, pois um ambiente em que se trabalha em

cima de mentiras e falsas informações não é propício ao sucesso e ambiente agradável, pois não haverá

verdade, compromisso, motivação, respeito e lealdade dos que cercam à empresa, deste modo como se

conseguir o sucesso? E este é um fator que deve ser refletido, pois de nada vale se conseguir recursos e

capital a partir de mentiras e trabalho “sujo”, sofrimento e desilusão dos colaboradores, parceiros e

agentes internos ou externos que de uma forma ou de outra são a razão da existência da empresa, e fazem

o empreendimento “caminhar”, faz-se referencia desde ao funcionário ou diretor ate o cliente, por isso

deve-se ter responsabilidade e compromisso com todos os tipos de atividades, logicamente visionando a

lucratividade, mas jamais decorrentes da dor e prejuízo de outrem, tendo sempre o compromisso com a

responsabilidade e integridade do próprio nome da empresa, mas é claro que esta, uma opinião ou medida

que ainda faz e fará muita contradição e disparidades de idéias e concepções, já que muitas das vezes o

“bolso fala muito mais alto”, mas há necessidade de se refletir sobre esta situação e apresentar a prática da

responsabilidade social.

Subdivisões da administração financeira

* Valor e orçamento de capital;

* Análise de retorno e risco;

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* Análise da estrutura de capital;

* Análise de financiamentos de longo prazo;

* Administração de caixa.

Custo de capital pode ser definido como o custo dos recursos financeiros próprios e/ou de terceiros

utilizados pela empresa em seu ciclo operacional ou empreendimento. A boa administração financeira

propõe que todo investimento ou uso de capital merece uma rigorosa análise de viabilidade, buscando

avaliar as alternativas perante o custo do capital. Como as alternativas existentes para o financiamento do

ciclo operacional e ou capital de giro são diversas, é de extrema importância que o administrador

financeiro busque conhecer o custo efetivo de cada uma destas fontes, através dos instrumentos de análise

competentes, para posterior tomada de decisão. A utilização de capital de terceiros é vantajosa quando seu

custo se apresenta inferior à taxa de retorno prevista. Porém, mesmo com esta vantagem, existe o risco do

endividamento pela eventual falta de lucratividade na operação.A administração de caixa compreende uma

tarefa de suma importância para empresa. A grande maioria dos fracassos empresariais tem fortalecido a

convicção de que a principal razão da chamada mortalidade precose das pequenas e médias empresas é a

falta de habilidade gerencial de seus administradores. Estas empresas normalmente nascem através de uma

idéia de negócios proposta por empresários que conhecem profundamente a função técnica a ser exercida,

porém não se preocupam com a função administrativa financeira da empresa. Esses empresários acreditam

que, produzindo bens de alta qualidade e demanda, estão dispensados de dedicar tempo à boa

administração, relegendo esta tarefa a funcionários sem preparo, ao invés de contratarem alguém apto para

fazê-lo em seus lugar, como um administrador financeiro por exemplo. Empresa alguma poderá crescer ou

mesmo sobreviver, sem um gerenciamento adequado na área administrativa. É essencial a essa função

administrativa o conhecimento dos procedimentos financeiros e contábeis disponíveis, bem como a sua

melhor utilização para acompanhamento, controle, ajuste e projeção dos resultados da empresa.

O demonstrativo de Fluxo de Caixa é o instrumento financeiro que permite ao administrador

monitorar a evolução do equilíbrio ou desequilíbrio entre a entrada e saída de dinheiro durante um período

determinado, possibilitando a adoção antecipada de medidas que possibilitam assegurar a disponibilidade

de recursos para o atendimento das necessidades de caixa.

Elaborado em períodos, o fluxo de caixa deve compreender um resumo do cronograma das

despesas e investimentos, das receitas previstas e épocas de realizações, dos pagamentos parciais ou totais

de obrigações, bem como de novas obrigações a contratar, possibilitando prever:

– As projeções de entradas e saídas de recursos;

– Os períodos deficitários e superavitários da projeção;

– Os resultados finais por períodos.

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A administração do Caixa constitui ferramenta fundamental para a boa administração dos recursos

financeiros em qualquer empresa, independente de seu tamanho. A previsão de caixa preparada pelo

administrador financeiro somente terá sucesso com o esforço conjunto dos vários departamentos da

empresa. As previsões de vendas, as condições das vendas, incluindo prazos de recebimentos, são

geralmente de responsabilidade do pessoal de vendas. Os gastos de produção são definidos com o auxílio

do pessoal de produção e contabilidade de custos.

Todos os demais departamentos envolvidos no processo da administração deverão proceder de

forma a evitar custos e despesas excessivas e procurar a maior receita para as suas atividades. Uma

constante comunicação entre os diversos setores e o setor financeiro é fundamental para o sucesso do

gerenciamento das disponibilidades. Com a entrada das diversas informações diárias e dos documentos

internos provenientes do setor financeiro, inicia-se a fase de controle de dados.

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CONCLUSÃO

Hoje o Administrador Financeiro, além de uma boa área de atuação, é imprescindível para as

empresas e organizações, tendo a responsabilidade de analisar os dados retirados do balanço patrimonial,

priorizando o fluxo de caixa que é dela que se percebe a quantia real disponível circulante para novas

atividades. Além disso, têm como funções básicas: Análise, Planejamento e Controle Financeiro, Tomada

de decisões de Investimentos e Tomada de decisões de Financiamento. Podendo ser um profissional

Analista Financeiro, Gerente de orçamento de capital, Gerente de projetos de financiamentos, Gerente de

caixa, Analista/Gerente de créditos e Gerente de fundos de pensão.

Dentre várias áreas, funções e posições da Administração Financeira, o ponto mais importante para

todas as empresas e organizações é o cumprimento de suas metas, as metas que o administrador financeiro

propôs, traçou, para que se obtenha uma maior maximização de lucros e recursos, vejamos agora situações

que o administrador financeiro precisa analisar para o alcance dessas metas.

Devido ao exposto, percebeu-se claramente que, de uma visão micro, voltada para o meio

empresarial e para a maximização da riqueza dos acionistas proprietários e o entendimento das leis,

necessitou-se de um período transacional em que o administrador financeiro passa a ser um gestor

financeiro, ou seja, possuindo uma visão mais abrangente, dirigida à maximização do valor da ação da

empresa colocada no mercado mundial, para uma visão macro, ou seja, dirigida à maximização da riqueza

de todos os agentes da comunidade, visão essa que exige uma ampla e difícil variedade de talentos e

competências humanas, essenciais por parte deste profissional.

Page 32: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES · financeiras das contábeis é que a administração financeira enfatiza o Fluxo de Caixa, que nada mais é do que, a entrada e saída de dinheiro, que

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