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UNIVERSIDADE BANDEIRANTE DE SÃO PAULO ADRIANA VIEIRA BASSETI DESEMPENHO DE ESTUDANTES DE 7ª SÉRIE / 8º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL NA ORGANIZAÇÃO, REPRESENTAÇÃO, CONSTRUÇÃO E INTERPRETAÇÃO DE GRÁFICOS E TABELAS SÃO PAULO 2012

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UNIVERSIDADE BANDEIRANTE DE SÃO PAULO ADRIANA VIEIRA BASSETI

DESEMPENHO DE ESTUDANTES DE 7ª SÉRIE / 8º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL NA ORGANIZAÇÃO, REPRESENTAÇÃO,

CONSTRUÇÃO E INTERPRETAÇÃO DE GRÁFICOS E TABELAS

SÃO PAULO 2012

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ADRIANA VIEIRA BASSETI

PROGRAMA DE MESTRADO EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA

DESEMPENHO DE ESTUDANTES DE 7ª SÉRIE / 8º ANO DO ENSINO

FUNDAMENTAL NA ORGANIZAÇÃO, REPRESENTAÇÃO, CONSTRUÇÃO E INTERPRETAÇÃO DE GRÁFICOS E TABELAS

Dissertação submetida à banca examinadora

da Universidade Bandeirante de São Paulo

como exigência parcial para a obtenção do

título de Mestre em Trabalho apresentado ao

Programa de Pós-Graduação em Educação

Matemática, sob a orientação da Profª. Dra.

Maria Helena Palma de Oliveira.

SÃO PAULO 2012

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B32d Basseti, Adriana Vieira Desempenho de estudantes 7ª / 8º ano do Ensino Fundamental na

organização, representação, construção e interpretação de gráficos e tabelas. ./ Adriana Vieira Basseti. - São Paulo, 2012. 139 f.: il.; 30 cm. Dissertação (Mestrado - Área de concentração; Ensino aprendizagem) –

Universidade Bandeirante de São Paulo. Programa de Pós-Graduação em

Educação Matemática.

“Orientação: Professora Drª.Maria Helena Palma de Oliveira”

1. Ensino fundamental II. 2. Tratamento da informação. 3. Leitura e interpretação de gráficos. 4.Educação matemática. 5. Campos conceituais. I. Título.

CDD: 371.9

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ADRIANA VIEIRA BASSETI

DESEMPENHO DE ESTUDANTES DE 7ª SÉRIE / 8º ANO DO ENSINO

FUNDAMENTAL NA ORGANIZAÇÃO, REPRESENTAÇÃO,

CONSTRUÇÃO, E INTERPRETAÇÃO DE GRÁFICOS E TABELAS

DISSERTAÇÃO APRESENTADA À UNIVERSIDADE BANDEIRANTE

DE SÃO PAULO COMO EXIGÊNCIA DO PROGRAMA DE PÓS-

GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA

Presidente e Orientadora

Nome: Profa. Dra. Maria Helena Palma de Oliveira

Instituição: Universidade Bandeirante de São Paulo – UNIBAN

Assinatura:___________________________________________

2o. Examinador

Nome: Prof. Dr. Alécio Damico

Instituição: Fundação Santo André - FSA

Assinatura:_____________________________________________

3a. Examinadora

Nome: Profa. Dra. Nielce Meneguelo Lobo da Costa

Instituição: Universidade Bandeirante de São Paulo – UNIBAN

Assinatura:_____________________________________________

Biblioteca

Bibliotecário:____________________________________________

Assinatura:_______________________________Data___/___/___

São Paulo, 31 de agosto de 2012.

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Dedico este trabalho ao meu pai, Antônio (in memorian), que sempre me incentivou a estudar. A uma grande amiga, Maria Inez (in memorian), ao meu anjo da guarda, Adriana e a minha irmã Alessandra, que sempre me apoiaram, me incentivaram e acreditaram em mim.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus, por me ouvir nos momentos de angústia,

pela força e capacidade para realizar este trabalho.

À minha orientadora, Professora Doutora Maria Helena Palma de Oliveira,

pelos seus ensinamentos, competência e pela paciência e dedicação com que

realizou as orientações para que esta pesquisa se concretizasse.

Aos professores que compuseram a banca examinadora, Profª. Dra. Nielce

Meneguelo Lobo da Costa e Prof. Dr. Alécio Damico, que, com carinho, acolheram

esta pesquisa, e, com grande competência, deram contribuições valiosas para que

alguns aspectos fossem melhorados e lacunas fossem preenchidas.

A todos os professores do Programa de Pós-Graduação em Educação

Matemática da Universidade Bandeirante de São Paulo, os quais, cada um com

seus saberes, contribuíram para me inserir no mundo da pesquisa na Educação

Matemática, e em especial à professora doutora Verônica Yumi Kataoka.

Um agradecimento especial à Carolina que, mesmo sendo uma amiga

recente, contribuiu muito com seu conhecimento e ouviu pacientemente as minhas

angústias e preocupações, sempre com voz de incentivo.

Aos meus colegas do mestrado com quem sempre pude dividir os medos, as

angústias e também momentos de muita descontração, em particular à Leika e ao

Ronaldo.

A todos os meus alunos, desses anos de docência, com os quais tive a

alegria e o prazer de abrir um pouco mais o horizonte desse vasto e maravilhoso

mundo do conhecimento.

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Aos alunos que participaram desta pesquisa, sem os quais seria impossível

este trabalho.

Aos meus amigos de São José do Rio Preto, que sempre acreditaram em

mim e que, mesmo distantes, estão sempre presentes.

À Anália, Andrieli, Débora, Fernanda, Guilherme, Lilian e Reinaldo da

secretaria da Pós-Graduação em Educação Matemática da Universidade

Bandeirante de São Paulo, pela competência e apoio constante em todas as etapas

da pesquisa.

Aos professores Maurício, Eliana e Elaine da rede Estadual da Educação que

me disponibilizaram o material para a pesquisa.

Outro agradecimento especial, à amiga Elaine, que contribuiu com seu

conhecimento do inglês no Abstract, e à Renata Lúcia pela ajuda na revisão de

algumas etapas do trabalho.

A todos os meus amigos, colegas, coordenadores e diretores das escolas nas

quais trabalho, pelo incentivo ao meu desenvolvimento intelectual e profissional, e

também por entenderem e respeitarem o estresse e a ausência em alguns dias de

trabalho.

À Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, em especial à Marisilda.

Agradeço às amigas Catalina, Neusinha e Lilia pelo incentivo, pela amizade e

principalmente por me ouvir e dar conforto em alguns momentos muito difíceis, pelo

qual passamos.

Agradeço à uma grande amiga Maria Inez (in memorian) que me apontou a

direção a seguir no mestrado.

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À Adriana Zequim, que me incentivou a começar o mestrado e, sem ela, eu

jamais teria me aventurado a percorrer este caminho.

À minha irmã Alessandra que tanto amo, pelo apoio em todos os momentos

da vida pessoal, profissional e acadêmica.

Agradeço ao meu pai Antônio (in memorian), que sempre me incentivou a

estudar.

E, em especial,à Dorothy, meu maior e melhor presente, que entrou na minha

vida, no decorrer do curso e teve que dividir o meu tempo com a pesquisa.

Finalmente, agradeço a todos os que de maneira direta ou indireta

contribuíram significativamente para a conclusão desta pesquisa.

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RESUMO

BASSETI, A. V. Desempenho de estudantes da 7ª série / 8º ano do Ensino Fundamental na Organização, Representação, Construção e Interpretação de Gráficos e Tabelas. 2012.139f. Dissertação de Mestrado em Educação Matemática, Universidade Bandeirante de São Paulo, São Paulo, 2012

O objetivo deste estudo é descrever e analisar o desempenho de alunos de 7ª

série do ensino fundamental na organização, representação, construção e interpretação de gráficos e tabelas ao longo do processo de aprendizagem em sala de aula. Mais especificamente, caracterizar o domínio (inicial) dos alunos em termos de conhecimentos necessários para elaboração de tabelas e gráficos; descrever e analisar o desempenho dos mesmos na organização, representação e interpretação de tabelas e gráficos em atividade planejada e desenvolvida em grupo, na coleta, tabulação e construção de tabelas e gráficos; caracterizar o processo de interação na aprendizagem em sala de aula na intervenção e na atividade (projeto) em dupla; caracterizar o domínio dos alunos em termos de conhecimentos para elaboração de tabelas e gráficos após a realização da atividade em sala de aula. Este trabalho toma como base alguns fundamentos dos estudos de Gerard Vergnaud, notadamente os conceitos de situação, de invariante operatório e de representação simbólica (S, I, R). Outro fundamento teórico foi buscado na teoria de Lev Vygotsky sobre a aprendizagem, mais especificamente, na noção de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), com ênfase para o processo de interação em sala de aula. Foram analisados os dados produzidos nas diversas etapas da pesquisa por 20 alunos de 7ª série/ 8º ano do Ensino Fundamental (12-13 anos)do período diurno de uma escola estadual de São Paulo – (Heliópolis). Os dados foram coletados diretamente na escola (sala de aula). O instrumental foi composto de um questionário de perfil pedagógico e sociofamiliar dos alunos; dois pré-testes de conhecimento específico de Estatística; plano de intervenção em sala de aula; atividade (projeto) em dupla sobre conteúdo de tratamento da informação e dois pós-testes. As análises dos resultados obtidos nas diversas etapas da pesquisa mostraram que (1) o trabalho planejado em sala de aula, focado nos processos de interação pesquisador-professor-aluno e aluno-aluno foram de significativa importância para o desenvolvimento da aprendizagem de Estatística; (2) a proposta de atividade baseada em atividade (projeto) em duplas focada na ação do aluno foi significativamente positiva, pois permitiu ao aluno participante perceber que pensar no que vai pesquisar, elaborar o problema de pesquisa, escolher seu publico alvo, fazer a coleta dos dados, analisar os dados, construir o gráfico ou tabela, torna-o autor da pesquisa, ou seja, dá a ele o sentido da atividade e a possibilidade efetiva de apropriação do conhecimento próprio do tratamento da informação. Palavras-chave:Ensino Fundamental II, Tratamento da informação, Leitura e Interpretação de gráficos, Educação Matemática e Campos Conceituais.

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ABSTRACT

The aim of this study is to describe and analyze the performance of students in 7th grade in organization, representation, construction and interpretation of graphs and tables throughout the process of learning in the classroom. More specifically, it aims to characterize the (initial) students’ knowledge necessary for preparation of charts and graphs, to describe and analyze their performance in the organization, representation and interpretation of tables and graphs in activity planned and developed in a group, in collecting, tabulating and constructing tables and graphs; characterize the process of interaction in learning in the classroom intervention and activity in pairs; characterize the knowledge of the students for preparing tables and graphs after performing the activity room classroom. This work builds on some fundamentals of Gerard Vergnaud studies in understanding the processes involved in performing data processing tasks, especially the concepts of situation, invariant operative and symbolic representation (S, I, R). Another theoretical foundation was sought in the theory of Lev Vygotsky on learning, more specifically, the notion of Zone of Proximal Development (ZPD), since the proposed activities for students in 7th grade of elementary school were carried out aiming for the interaction of the classroom. The participants were 20 students in 7th grade of elementary school (12-13 years) day period for a state school in Sao Paulo - (Heliopolis).All the information were collected directly at school (classroom). The collection instrument consisted of a questionnaire on socio-familial and educational profile of students, two pre-tests of specific knowledge of statistics; plan in the classroom; dual activity on the content of information processing and two post-tests. Analysis of the results obtained at various stages of research showed that (1) the planned work in the classroom, focusing on processes of interaction researcher-teacher-student and student-student wereof significant importance for the development of learning Statistics, (2) the proposed activity based on activity (project) in pairs action focused on the students was significantly positive because it allowed students to realize that thinking about what they will research, develop the research problem, choose theirtarget audience, to collect data, analyze data, build chart or table, gives the student the possibility to becomes the author of the study, in other words, gives the sense of activity and the effective possibility of appropriation of knowledge of data processing. Keywords: Elementary School II, Data processing, reading and interpreting graphs, Mathematics Education and Conceptual Fields.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Processos de aprendizagem na Zona de Desenvolvimento Proximal

23

Figura 2 Conteúdo matemático mais difícil para o aluno participante

42

Figura 3 Disciplina escolar mais difícil para os alunos

42

Figura 4 Disciplina escolar que o aluno participante mais gosta

44

Figura 5 Pais ou responsáveis pelo aluno participante por condição de trabalho

44

Figura 6 Participação de pai ou responsável pelo aluno em reunião escolar

45

Figura 7 Pais ou responsáveis pelos alunos participantes por freqüência de conversas com o filho (a)

46

Figura 8 Livros que têm em casa os alunos participantes

47

Figura 9 Tipo de leitura que os alunos participantes costumam fazer

47

Figura 10 Exercício elaborado pelo aluno A.L

49

Figura 11 Exercício elaborado pelo aluno A.G.

49

Figura 12 Exercício elaborado pelo aluno B.P.

49

Figura 13 Exercício elaborado pelo aluno C.A.

50

Figura 14 Exercício elaborado pelo aluno C.F.

51

Figura 15 Exercício elaborado pelo aluno D.B.

51

Figura 16 Exercício elaborado pelo aluno D.M.

52

Figura 17 Exercício elaborado pelo aluno F.S.

52

Figura 18 Exercício elaborado pelo aluno G.C.

53

Figura 19 Questão 1

54

Figura 20 Questão 2

56

Figura 21 Questão 3

56

Figura 22 Questão 4

57

Figura 23 Questão 5

57

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Figura 24 Questão 6 58

Figura25 Questão 7

58

Figura 26 Questão 8

59

Figura 27 Exercício elaborado pelo aluno A.G.

63

Figura 28 Exercício elaborado pelo aluno B.P.

63

Figura 29 Exercício elaborado pelo aluno F.S.

63

Figura 30 Exercício elaborado pelo aluno L.M..

63

Figura 31 Exercício elaborado pelo aluno M.B.

72

Figura 32 Exercício elaborado pelo aluno C.F.

72

Figura 33 Exercício elaborado pelo aluno R.T.

73

Figura 34 Exercício elaborado pelo aluno V.S.

78

Figura 35 Exercício elaborado pelo aluno G.C.

78

Figura 36 Exercício elaborado pelo aluno P.F.

82

Figura 37 Exercício elaborado pelo aluno F.A.

83

Figura 38 Exercício elaborado pelo aluno M.B.

83

Figura 39 Exercício elaborado pelo aluno L.V.

84

Figura 40 Exercício elaborado pelo aluno D.M..

86

Figura 41 Exercício elaborado pelo aluno C.A.

87

Figura 42 Exercício elaborado pelo aluno F.S.

87

Figura 43 Exercício elaborado pelo aluno D.B.

88

Figura 44 Situações, Invariantes e representações envolvidas na atividade em dupla.

90

Figura 45 Atividade elaborada pela dupla 2

92

Figura 46 Atividade elaborada pela dupla 1

93

Figura 47 Atividade elaborada pela dupla 10

94

Figura 48 Atividade elaborada pela dupla 9 95

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Figura 49 Atividade elaborada pela dupla 7

96

Figura 50 Atividade elaborada pela dupla 8

96

Figura 51 Exercício elaborado no pós-teste pelo aluno L.M.

98

Figura 52 Exercício elaborado no pós-teste pelo aluno F.A.

98

Figura 53 Exercício elaborado no pós-teste pelo aluno R.T.

100

Figura 54 Exercício elaborado no pós-teste pelo aluno G.C.

100

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LISTA DE TABELAS E QUADROS

Quadro 1 Dificuldades mais comuns apresentadas na construção de gráfico

91

Tabela 1 Análises do resultado da questão 1 no pré e pós-teste 1

98

Tabela 2 Análises do resultado da questão 2 no pré e pós-teste 1

99

Tabela 3 Análises do resultado do pré e pós-teste 2

102

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO

15

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

18

3 O ENSINO E A APRENDIZAGEM DE CONTÉUDOS DO TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO NO ENSINO FUNDAMENTAL

29

4 MÉTODO

36

4.1 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

37

4.2 ETAPAS DA PESQUISA

38

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

41

5.1 PERFIL DOS ALUNOS PARTICIPANTES

41

5.2 DOMÍNIO DE CONTEÚDOS DO TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO NOS PRÉ-TESTES 1 E 2

48

5.3 DESCRIÇÃO E DISCUSSÃO DA INTERVENÇÃO EM SALA DE AULA

60

5.4 DESEMPENHOS DOS ALUNOS NA ATIVIDADE (DUPLAS) DE COLETA, ORGANIZAÇÃO, REPRESENTAÇÃO E CONSTRUÇÃO DE GRÁFICOS E TABELAS

89

5.5 COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS DO PRÉ E PÓS-TESTES 1 E 2

97

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

104

REFERÊNCIAS

108

APÊNDICES

113

APÊNDICE 1 – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS ALUNOS

113

APÊNDICE 2 – PRÉ E PÓS-TESTE 1: TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO

117

APÊNDICE 3 –PRÉ E PÓS-TESTE 2: TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO

118

APÊNDICE 4 – CONTEÚDOS DA INTERVENÇÃO

122

APÊNDICE 5 – ATIVIDADE EM DUPLA SOBRE COLETA, ORGANIZAÇÃO, REPRESENTAÇÃO E CONSTRUÇÃO DE GRÁFICOS E TABELAS

128

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ANEXOS

129

ANEXO 1 – TERMO DE RESPONSABILIDADE DA ESCOLA 129

ANEXO 2 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO - MENOR

130

ANEXO 3 - CONTEÚDOS DE MATEMÁTICA POR SÉRIE DO 1º BIMESTRE DO ENSINO FUNDAMENTAL – CICLO II

132

ANEXO 4 - CONTEÚDOS DE MATEMÁTICA POR SÉRIE DO 2º BIMESTRE DO ENSINO FUNDAMENTAL – CICLO II ANEXO 5 - CONTEÚDOS DE MATEMÁTICA POR SÉRIE DO 3º BIMESTRE DO ENSINO FUNDAMENTAL – CICLO II ANEXO 6 – CONTEÚDOS DE MATEMÁTICA POR SÉRIE DO 4º BIMESTRE O ENSINO FUNDAMENTAL – CICLO II ANEXO 7 – PROPOSTA CURRICULAR DO ESTADO DE SÃO PAULO

133 134 135 137

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1. INTRODUÇÃO

No dia a dia do trabalho como docente em matemática para alunos do Ensino

Fundamental II nas redes pública e privada, constatei a necessidade de explorar e

investigar as representações tabulares e gráficas; partindo do “conhecimento” prévio

do aluno sobre o assunto e da utilidade prática do mesmo em seu cotidiano. Outro

fator que me levou a escolher esse tema foi a importância desse conteúdo para a

formação do cidadão do século XXI, que vive a era da informação e que muitas

vezes não é tratado no âmbito escolar.

Essa preocupação fundamenta-se na importância da aprendizagem de

estatística. Nesse sentido, e especificamente sobre a leitura e interpretação de

gráficos, torna-se um fator cada vez mais importante na construção da cidadania,

conforme destaca Batanero et al. (1992).

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) (BRASIL, 1997) colocam a

importância de fazer com que se ampliem as noções básicas como coletar e

organizar dados em tabelas e fazer algumas previsões, ressaltando que a estatística

possibilita o desenvolvimento de formas específicas de pensamento e raciocínio,

envolvendo fenômenos aleatórios, interpretando amostras, fazendo inferências e

comunicando resultados por meio da linguagem própria quantitativa.

Em função dessa orientação foi incluído no currículo de matemática do ensino

fundamental o conteúdo de tratamentos de informação, que abrange o tema de

estatística, probabilidade e combinatória. Logo, os livros didáticos passaram a dar

mais atenção e a contemplar esses conteúdos (CAMPOS; LIMA, 2005).

Araujo (2008), em um trabalho com professores, observou que alguns se

sentem inseguros ao lecionar esses conteúdos sobre Tratamento da Informação.

Muitos não conseguiam converter uma simples tabela para um gráfico, ou não

trabalhavam com tabela-gráfico-tabela. Além disso, professores utilizam algumas

palavras e símbolos estatísticos sem um conhecimento completo sobre eles e,

frequentemente, de maneira incorreta (CHAGAS, 2010).

De acordo com as Proposta Curricular do Estado de São Paulo (SÃO PAULO,

2008), para a disciplina de Matemática os conteúdos de Tratamento da Informação

devem ser trabalhados em todas as séries do ensino fundamental – ciclo II.

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16

Na 5ª série (4º bimestre), deve ser trabalhada a leitura e construção de

gráfico e tabelas (Anexo 6). Na 6ª série (3º bimestre), a matéria trabalhada é

proporcionalidade e construção de gráficos de setores (Anexo 5). Na 7ª serie (3º

bimestre), são abordados os conteúdos de gráficos e coordenadas: localização de

pontos no plano cartesiano (Anexo 5). E na 8ª série (2º bimestre), o conteúdo

abordado é a Construção de tabelas e gráficos para representar funções de 1º e 2º

graus (Anexo 4).

Observando a Proposta Curricular, os conteúdos de Tratamento da

Informação da 5ª série são trabalhados somente no 4º bimestre, o que pode levar a

que não se atinja o tópico por conta das diversas interferências que podem ocorrer

no planejamento do ano letivo.

Dois eixos serviram de ponto de partida e de norteadores do desenvolvimento

desta pesquisa.

- O fato de os próprios alunos planejarem, coletarem, tabularem e construírem

as tabelas e gráficos;

- A metodologia de ensino baseada na interação no processo de organização,

representação, construção e interpretação de tabelas e gráficos.

Alicerça a ideia do primeiro eixo as recomendações de Batanero e Dias (2011,

p.22) sobre o ensino da estatística baseado em projetos. Destacamos os quatro

pontos positivos desse tipo de abordagem conforme expressam as autoras.

os projetos permitem contextualizar a estatística e torná-la mais relevante. Se os dados surgem de um problema, são dados com significado e podem ser interpretados; os projetos reforçam o interesse, sobretudo se o aluno é o que elege o tema; O alunos quer resolver o problema, não é imposto pelo professor; aprende-se melhor com dados reais e se introduzem idéias que não aparecem com os ‘dados inventados pelo professor’; mostra-se que a estatística não se reduz a conteúdos matemáticos.

(tradução nossa)

As recomendações das autoras nortearam esta proposta de trabalho com

projeto feito aos alunos da sala de aula participante e que representa parte da

pesquisa realizada. Consideramos que os projetos estatísticos aumentam a

motivação dos estudantes. Nesse sentido, conforme será explicitado com detalhes

no decorrer dessa exposição coube aos alunos participantes eleger o tema, o

público alvo, o levantamento dos dados, o tipo de representação gráfica, a

construção e interpretação dos dados levantados.

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O segundo eixo orientador tomou como base teoria de Lev Vigotsky na

valorização do processo de interação, notadamente, na consideração da Zona de

Desenvolvimento Proximal (ZDP), como elemento fundamental na aprendizagem e

desenvolvimento.

Cabe destacar também a contribuição da Teoria dos Campos Conceituais de

Gerard Vergnaud no entendimento dos processos envolvidos na realização de

tarefas com tratamento de dados, notadamente nos conceitos de situação, invariante

operatório e representação simbólica (S, I, R), pretendo caracterizar, descrever e

analisar o desempenho de alunos da 7ª série / 8º ano do Ensino Fundamental na

Organização, Representação, Construção e Interpretação de Gráficos e Tabelas, e

também analisar os conhecimentos adquiridos ao longo do processo de

aprendizagem pelos alunos.

Considerando esses pressupostos, foi possível estabelecer os seguintes

objetivos específicos para esta pesquisa.

1. Caracterizar o domínio (inicial) dos alunos em termos de conhecimentos

necessários para elaboração de tabelas e gráficos;

2. Descrever e analisar as características do processo de intervenção com os

alunos da 7ª série / 8º ano do Ensino Fundamental na organização,

representação e interpretação de tabelas e gráficos em atividade planejada.

3. Caracterizar o desempenho dos alunos na atividade (projeto) em duplas de

coleta, organização, representação e construção de gráficos e tabelas;

4. Caracterizar o processo de interação professor-aluno e aluno-aluno na

aprendizagem em sala de aula na intervenção e na atividade em dupla.

5. Caracterizar o domínio dos alunos em termos de conhecimentos para elaboração

de tabelas e gráficos após a realização da atividade proposta como projeto

desenvolvida em sala de aula.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este trabalho teve como fundamento os estudos de Gerard Vergnaud sobre

os Campos Conceituais no entendimento dos processos envolvidos na resolução de

problemas aditivos e multiplicativos que estão presentes na realização de tarefas

com tratamento de dados.

Outro fundamento teórico foi buscado na teoria de Lev Vygotsky sobre a

aprendizagem e mais especificamente no conceito de Zona de Desenvolvimento

Proximal (ZDP), uma vez que as atividades a serem propostas para os alunos da 7ª

série / 8º anos do Ensino Fundamental serão realizadas buscando a interação da

sala de aula.

A Teoria dos Campos Conceituais de Gérard Vergnaud é uma teoria que

objetiva explicar a construção do conhecimento com base em situações problemas e

ações do sujeito nessas situações; isso quer dizer que é por meio de situações e

problemas a resolver que o aprendiz “interioriza” o conceito.

O aprendiz desenvolve e modifica o conceito familiarizando-se com o tema

em desenvolvimento e acrescenta novas visões desse conhecimento.

O objetivo dessa teoria é o de fornecer um referencial que permita compreender as

continuidades e quebras entre conhecimentos (saber fazer – saber expresso).

A teoria dos Campos Conceituais faz uma abordagem psicológica no

entendimento de conceitos e leva a crer que não se pode evidenciar e analisar as

dificuldades encontradas pelo aluno se não se levar em conta o conceito com o qual

o mesmo está engajado (perfil do sujeito).

Muniz (2009) destaca a importância da teoria de Vergnaud que propõe

ferramentas conceituais que podem contribuir tanto com o desenvolvimento da

pesquisa científica como com a construção de uma nova perspectiva de análise das

produções dos alunos na busca de possibilidades de atuação dos professores.

Segundo Magina et al.(2008), as competências e conhecimentos dos alunos

vão se desenvolvendo ao longo do tempo, por meio de experiências com um grande

número de situações. Os conceitos duram por um tempo, eles vão se modificando,

na medida em que o aluno desenvolve experiência que o enriquece no

conhecimento (desenvolvimento cognitivo).

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19

Para as autoras, a Teoria dos Campos Conceituais considera que existe uma

série de fatores que influenciam e interferem na formação e desenvolvimento dos

conceitos, e que o conhecimento conceitual deve aparecer dentro de situações-

problema. Para elas, nem um só conceito, nenhuma situação isolada dá conta do

processo de aquisição de um conhecimento.

Vergnaud (1996)define Campo Conceitual como um conjunto de situações

que requer o domínio de vários conceitos, de esquemas e de representações

simbólicas em estreita conexão.

Campo Conceitual é um conjunto simples e composto de partes de diferente

natureza de problemas, situações, conceitos, estruturas, relações, conteúdos e

operações de pensamento, ligados uns aos outros e entrelaçados no processo de

construção.

Por exemplo, os conceitos de adição, de medida, subtração, transformação

temporal, comparação, deslocamento e abscissa em um eixo, e números naturais

são elementos de um Campo Conceitual, o das estruturas aditivas.

Vergnaud considera como primeira entrada para o campo conceitual as

situações, e em segundo os conceitos. Sousa e Fávero (2002) recuperam os

conceitos de Vergnaud sobre Campo Conceitual.

Campo conceitual é um conjunto de situações cuja abordagem requer o domínio de vários conceitos de naturezas diferentes. Campo conceitual é um conjunto de problemas e situações cujo tratamento necessita conceitos, procedimentos e representações de tipos distintos, porém estreitamente interconectados. Campo conceitual pode ser considerado em primeiro lugar como um conjunto de situações. (SOUZA, FÁVERO, 2002, p.55)

Vergnaud (1996, p. 166) considera que um conceito tem base em um tripé de

conjuntos:

S: conjunto de situações que dão sentido ao conceito (a referência). Contexto: é um conjunto de situações que tornam o conceito significativo; I: conjunto das invariantes nas quais assenta a operacionalidade do0s esquemas (o significado); R: conjunto das formas pertencentes e não pertencentes à linguagem que permitem representar simbolicamente o conceito, as suas propriedades, as situações e os procedimentos de tratamento (o significante).

Dessa definição decorrem três argumentos principais que levaram Vergnaud

(1983,apud SOUSA e FÁVERO 2002, p 57) ao conceito de campo conceitual:

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1. Um conceito não se forma dentro de um único tipo de situações; 2. Uma situação não se analisa com um único conceito; 3. A construção e apropriação de todas as propriedades de um conceito ou de todos os aspectos de uma situação é um processo de muito fôlego que se desenrola ao longo de anos, com analogias e mal-entendidos entre situações, entre concepções, entre procedimentos, entre significantes.

Magina et al.(2008, p.09) citam um exemplo bem simples e de fácil

entendimento que nos leva a diferenciar e entender melhor a terna (S,I,s).

Em termos matemáticos, o que significa 5? e V? As pessoas responderão: 5 é a representação de um número no sistema indo-arábico, e V é a representação de um número no sistema romano. Portanto, 5 e V são dois signos (R: Significante). Temos dois significantes (R) para representar o mesmo valor numérico cinco (I: Significado). E esse valor serve para representar a quantidade (cinco) de algo apresentado (R: Referente).

Para Vergnaud são as situações que dão sentido aos conceitos, uma situação

não pode ser analisada por meio de um conceito, vários deles são necessários.

Às vezes, um símbolo matemático, um enunciado, uma palavra tem um

sentido diferente para cada indivíduo. E Vergnaud diz que sentido é o que dá

fundamento ao conceito, é uma relação do sujeito com as situações e com os

significantes. Por exemplo, o sentido particular de multiplicação, não é, portanto, o

sentido de multiplicação, da mesma forma que não o é um símbolo particular.

Quando se diz que uma palavra tem certo sentido se está falando de um

subconjunto de esquemas.

Vergnaud (1996) define esquema como uma organização do comportamento.

Os elementos de um esquema são:

Objetivos e antecipações; Regras de ação do tipo “se... então” que permitem gerar a sequência de ações do sujeito; são regras de busca e controle da informação:Invariantes operatórios (“teoremas-em-ato” e “conceitos-em-ato”) que dirigem o reconhecimento, de parte do sujeito, dos elementos pertinentes á situação e a categoria da informação sobre tal situação; Possibilidades de inferência (ou raciocínios) que permitem “calcular” as regras e antecipações a partir das informações e invariantes operatórios de que dispõe o sujeito (VERGNAUD, 1996, p.155).

Esquema é a forma como o sujeito interage com o objeto, e na medida em

que ocorre essa interação, os esquemas se modificam em uma crescente

complexidade (WATABE, 2012).

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Ou seja, esquema é o entendimento de uma ação em uma dada situação (ter

um conhecimento subentendido sobre algo significa poder resolver um problema

sem, contudo, saber explicar como se chegou ao seu resultado).

Um teorema-em-ato é uma proposição considerada como verdadeira sobre o

real; um conceito-em-ato é uma categoria de pensamento considerada como

pertinente (VERGNAUD, 1996).

Vergnaud tomou emprestado de Piaget o termo Teorema-em-ação, que o

mesmo define como relações matemáticas que são levadas em consideração pelos

alunos, quando estes escolhem uma operação, ou sequência de operações, para

resolver um problema (VERGNAUD, 1996).

Exemplo: Como uma criança calcula a quantidades de alunos numa sala de aula? Resposta: Há várias maneiras e estratégias diferentes de contagem que a criança pode usar, mas a própria criança nem sabe que está usando um teorema; os teoremas aparecem de modo intuitivo na ação do aluno (Magina et al, 2008, p.07).

Segundo Magina et al.(2008), os Teoremas-em-ação nos dão um caminho

para fazermos um diagnóstico do que os alunos sabem, ou não, de modo que

possamos oferecer situações que lhes permitam consolidar seus conhecimentos,

estendê-los, perceber seus limites e superar eventuais dificuldades.

Vergnaud esclarece ainda que um conceito-em-ato não é, de fato, um

conceito, assim como um teorema-em-ato não é, na verdade, um teorema. Na

ciência, conceitos e teoremas são explícitos (visíveis).

Sousa e Fávero (2002, p.55-75) afirmam que Vergnaud não vê sua proposta

sobre os campos conceituais como uma teoria didática, mas considera-a de extremo

interesse para esse campo porque permite a análise da discussão presente na

educação, entre a ação na situação prática/experimental e a verbalização teórica.

As mesmas, também destacam que por não ser uma teoria didática, o papel

do professor mediador é indispensável, ele ajuda o aluno a desenvolver seus

próprios repertórios de esquemas, com isso, ajudar em seu desenvolvimento

cognitivo (Vergnaud, 1996, p.186). Vergnaud defende que o saber se constrói com

base em problemas a resolver.

Sousa e Fávero (2002) falam também das Estruturas Aditivas, e propõem-se

a discutir sobre o processo que os alunos usam na resolução de problemas de

adição e subtração, para assim ajudar o professor e auxiliá-losde maneira correta.

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Segundo as autoras, as crianças constroem um campo conceitual pela experiência

na vida diária e na escola, por isso, é muito importante que o professor não

despreze a possibilidade de apresentar problemas que requeiram o mesmo

raciocínio, embora com situações, enunciados e valores numéricos diferentes.

Vergnaud (1996) acredita que a experiência é um dos fatores mais

importantes do processo de aprendizagem, e ela só pode ser adquirida com a

familiarização, a prática.

Magina et al.(2008) ressalta que os professores devem enfatizar que existe

uma estreita relação entre o desenvolvimento do campo conceitual aditivo e o

processo de aprendizagem. Elas propõem aos professores pensar sobre a melhor,

ou a mais adequada maneira para trabalhar com o problema (metodologia). Os

professores deverão estar atentos para propor problemas que requeiram diversos

raciocínios, estendendo assim o campo conceitual.

Lembrando que em matemática nem sempre existe uma resposta correta

para um determinado problema, porém os caminhos para se chegar a ela podem ser

inúmeros. Isto significa que o papel do professor vai além de apontar certo ou

errado. É sua função discutir os procedimentos que os alunos utilizam para chegar a

essa resposta, e é nesse momento também que o professor poderá identificar as

concepções dos alunos e propor situações-problemas que contribuam eficazmente

com o processo de aprendizagem de seus alunos, reforçam as autoras.

Vergnaud (1996) ressalta também três funções para a linguagem: a de

comunicação, a de representação e a de auxílio do pensamento.

Para Vergnaud a linguagem e os símbolos matemáticos são indispensáveis

na conceituação e na ação, mas não atribuem sentido, sem os esquemas e as

situações. Sendo assim o professor um dos mediadores nesse processo de

construção do campo conceitual pelo aluno.

No entendimento dos processos de aprendizagem e mais especificamente

daqueles que ocorrem no ambiente interativo de sala de aula, apresentam-se a

seguir pontos fundamentais da Teoria de Vygotsky que aponta etapas e critérios

para o desenvolvimento da aprendizagem na Zona de Desenvolvimento Proximal

(ZDP).

A ZDP é a distancia entre o nível de desenvolvimento real e o

desenvolvimento potencial, conforme mostra a figura 1. O desenvolvimento real é

determinado pela capacidade de um indivíduo resolver um problema sem ajuda, o

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mesmo já possui um conceito formado sobre determinado assunto. Já o

desenvolvimento potencial encontra-se em processo, é aquele que o individuo

poderá construir com o apoio de um mediador mais experiente na tarefa.

(VIGOTSKY, 2010).

Para aproximar o desenvolvimento real do desenvolvimento potencial (figura

1) é necessário a ZDP (zona de desenvolvimento proximal), ou seja, por meio da

colaboração dos pares e agrupamentos produtivos é possível realizar a resoluções

de problemas, em que o intuito é um auxiliar e orientar o outro para que se consiga

alcançar as metas e os objetivos da aprendizagem.

Mas para que esse processo seja eficaz são necessários agrupamentos

produtivos, logo a interação social deve preocupar-se em não colocar no mesmo

agrupamento alunos que apresentam e se encontram no mesmo nível intelectual,

interesse e ritmo.

Dessa forma, a troca de experiência pode ser muito favorável, pois leva à

curiosidade de aprender tornando as aprendizagens mais significativas e mais

prazerosas.

Figura 1 - Processos de aprendizagem na Zona de Desenvolvimento Proximal

Para Vigotsky (2010, p. 97) a ZDP é distância entre o nível de

desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente

de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da

solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com

companheiros mais capazes.

Sintetiza-se a seguir o trabalho de Onrubia (2004) que traz pontos

fundamentais da Teoria de Vygotsky e aponta etapas e critérios para o

desenvolvimento da aprendizagem na ZDP.

NÍVEL DE

DESENVOLVIMENTO

REAL

NÍVEL DE

DESENVOLVIMENTO

POTENCIAL

ZDP

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Segundo Onrubia (2004), a aprendizagem escolar é um processo ativo do

ponto de vista do aluno. Ativo porque o aluno constrói, modifica, enriquece e

diversifica seus esquemas de conhecimento a respeito de diferentes conteúdos

escolares a partir do significado e do sentido que pode atribuir a esses conteúdos.

Essa técnica não deve separar-se de uma atuação externa (entendida como uma

ajuda ao processo de aprendizagem, por exemplo: o professor) e planejada.

Para o autor ajuda é uma caracterização do ensino. O mesmo aprofunda essa ajuda

para tornar o seu objetivo de orientar e guiar a aprendizagem efetiva. O primeiro

aprofundamento que o autor cita é o “ajuste da ajuda” e o segundo ZDP.

Para que essa ajuda tenha o efeito desejado e possa ter uma continuidade

positiva ela deve se ajustar às situações e às evidências que o aluno apresentar.

Segundo o autor, a ajuda deve unir duas grandes características:

1ª: Deve levar em conta, os esquemas de conhecimento dos alunos relacionados ao

conteúdo de aprendizagem tratado, e tomar como ponto de partida os significados e

os sentidos de que os alunos disponham em relação a esse conteúdo;

2ª: O professor deve provocar desafios que levem os alunos a questionar esses

significados e sentidos e forcem sua modificação, e o professor deve assegurar que

essa modificação ocorra na direção desejada. Isso faz com que o aluno descubra e

conheça novos desafios e claro, aprenda a superá-los.

Portanto, a ajuda ajustada pressupõe desafios abordáveis para o aluno e o

professor é indispensável para que o aluno evolua nesse processo de

aprendizagem.

A base para a conclusão subjacente a esse ponto é que aquilo que o aluno

pode realizar com ajuda em determinado momento, poderá realizar de maneira

independente mais tarde, essa mudança está dentro do processo que se espera que

ocorra na ZDP.

Segundo Onrubia (2004) de acordo com a caracterização de Vygotsky, é na

ZDP que pode produzir-se o aparecimento de novas maneiras de o participante

menos competente entender e enfrentar as tarefas e os problemas.

Para o autor a ZDP é o lugar onde pode desencadear-se o processo de construção,

modificação, enriquecimento e diversificação dos esquemas de conhecimento

definidos pela aprendizagem escolar. Com a ajuda da ZDP aquilo que primeiro pode

ser realizado no plano social ou interpessoal, poderá, mais tarde ser dominado e

realizado de maneira autônoma pelo participante inicialmente menos competente. A

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ZDP não é uma única, é múltipla, ela está em constante processo de mudança com

a própria interação. Portanto, o autor afirma que oferecer uma ajuda ajustada à

aprendizagem escolar supõe criar ZDP e oferecer nelas ajuda e apoio; assim o

aluno irá adquirir mais possibilidades de atuação autônoma.

Segundo o autor, sobre as formas de atuação que favorecem a construção

conjunta de ZDP, três questões devem ser evidenciadas:

1ª: Uma mesma forma de intervenção ou atuação do professor pode, em um dado momento e com determinados alunos, servir de ajuda ajustada e favorecer o processo de criação e assistência na ZDP, e, em outro momento ou com outros alunos, não servir de forma alguma. 2ª: O Ensino não pode limitar-se a proporcionar sempre o mesmo tipo de ajuda, nem a intervir de maneira homogênea e idêntica em cada caso. 3ª: A dimensão temporal das situações de ensino e aprendizagem adquire uma relevância fundamental no momento de decidir que ajuda concreta pode ser mais ajustada em cada caso ou de analisar se uma intervenção específica foi ou não ajustada. (ONRUBIA, 2004, p.129-130)

Onrubia (2004) assinala que a criação da ZDP e o avanço através dela

dependem, em cada caso, da interação concreta que se estabeleça entre o aluno e

aqueles que o ajudam em seu processo de aprendizagem. O mesmo então formula

algumas características principais dos processos de interação professor/alunos em

situação de sala de aula criando processos e critérios. Nesse sentido, propõe:

1. Inserir ao máximo a atividade pontual realizada pelo aluno a cada momento no âmbito de marcos ou objetivos mais amplos, nos quais essa atividade possa adquirir significado da maneira mais adequada(ONRUBIA, 2004, p.132).

Onrubia (2004) acredita que atuar de acordo com esse critério pressupõe, que

quando os alunos são levados a praticar determinada habilidade, ele não se separe

de seu objetivo.

2. Possibilitar, no grau mais elevado possível, a participação de todos nas diferentes atividades e tarefas, mesmo se o seu nível de competência, seu interesse os seus conhecimentos forem em um primeiro momento muito escassos e pouco adequados (ONRUBIA, 2004, p.134).

Nesse caso, um aluno deverá trazer aquilo de que é capaz, de modo que o

participante menos competente possa testar, modificar e resolver determinadas

tarefas.

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3. Estabelecer um clima de relacionamento afetivo e emocional baseado na confiança, na segurança e na aceitação mútuas, em que caibam a curiosidade, a capacidade de surpresa e o interesse pelo conhecimento em si mesmo(ONRUBIA, 2004, p.136).

Diante de um grupo de alunos que se sentem pouco competentes para a

aprendizagem escolar, que têm uma longa história de fracasso, que não mostram

interesse por aquilo que a escola pode lhes oferecer é preciso, buscar o vínculo

afetivo e emocional que sirva de suporte aos aspectos da aprendizagem.

4. Introduzir, na medida do possível, modificações e ajustes específicos, tanto na programação mais ampla como no desenvolvimento concreto da própria atuação, em função da informação obtida a partir das atuações e produtos parciais realizados pelos alunos (ONRUBIA, 2004, p.137).

O que inclui acompanhamento das atuações dos participantes menos

competentes pelo participante mais competente.

5. Promover a utilização e o aprofundamento autônomo dos conhecimentos que os alunos estão aprendendo (ONRUBIA, 2004, p.139).

6. Estabelecer, no maior grau possível, relações constantes e explícitas entre os novos conteúdos que são objetos de aprendizagem e os conhecimentos prévios dos alunos (ONRUBIA, 2004, p.141).

Considera-se que a criação de ZDP em aula pressupõe um relacionamento

constante e contínuo entre o que os alunos sabem previamente e aquilo que têm

potencial de aprender.

7. Utilizar a linguagem da maneira mais clara e explícita possível, tratando de evitar e controlar possíveis mal-entendidos ou incompreensões (ONRUBIA, 2004, p.142).

8. Utilizar a linguagem para recontextualizar e reconceitualizar a experiência (ONRUBIA, 2004, p.143).

A ZDP pressupõe fazer o participante com maior dificuldade de aprendizagem

avançar, e uma de sua característica é um uso da linguagem que ajuda os alunos a

reestruturar e reorganizar suas experiências e conhecimentos.

Para Onrubia, a interação professor-aluno é o básico para a criação de ZDP.

Por meio dessa interação alcança-se o objetivo de que alguém aprende determinado

saber com a ajuda planejada de outro alguém mais competente nesse saber.

O autor cita algumas características da interação entre alunos:

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1. O contraste entre pontos de vista moderadamente divergentes a propósito de uma tarefa ou conteúdo de resolução conjunta. 2. A explicitação do próprio ponto de vista. Essa característica mostra o interesse de propor tarefas cooperativas e também mostra o interesse de promover a utilização autônoma. Assim em momentos diferentes, cada aluno será tutor de um determinado conteúdo. 3. A coordenação de papéis, o controle mútuo do trabalho e oferecimento e recepçãomútua de ajuda. O aluno saiba controlar seu trabalho e possa receber e oferecer ajuda de maneira contínua (ONRUBIA, 2004, P.145).

Para Onrubia (2004), as diferentes características, que são ensinar, ajustar,

dar assistência na ZDP englobam o que o processo de ensino implica, tal como:

Possibilitar e demarcar a participação dos alunos;

Possibilitar a adaptação do aluno a esse processo de maneira indeterminada e

cada vez mais independente de atuação (tudo isso na medida do possível, em cada

situação).

O autor faz ainda três observações sobre a atuação na ZDP:

1. A primeira delas é o planejamento detalhado e rigoroso do ensino, a observação e

reflexão constante de e sobre o que acontece na aula, e a atuação diversificada e

elástica em função tanto dos objetivos e do planejamento desenhado como da

observação e da análise que vão sendo realizadas (Coll e Solé; 1989, apud

ONRUBIA, 2004).

2. A segunda é a tarefa de oferecer ajuda aos alunos passa pelos diversos níveis ou

planos da prática educacional. Tem a ver com decisões tomadas a nível de ciclo,

etapa, materiais curriculares, livros didáticos, agrupamentos de alunos, etc.

3. E em terceiro lugar o autor acredita que vale a pena ressaltar que um ensino

realizado de acordo com as características e parâmetros é um ensino que pode

responder de maneira adequada à diversidade dos alunos.

Os dois principais fundamentos desta pesquisa estão representados pelas

contribuições de Lev S. Vigotsky e de Gerard Vergnaud. Sobre a relação entre os

trabalhos dos dois teóricos, Moreira (2002) faz a seguinte análise:

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Vergnaud (1998, p. 181) tem uma forte influência vygotskyana, pois considera o professor como importante mediador no longo processo que caracteriza o progressivo domínio de um campo conceitual pelo aluno. Sua tarefa consiste principalmente em ajudar o aluno a desenvolver seu repertório de esquemas e representações. Novos esquemas não podem ser desenvolvidos sem novos invariantes operatórios. A linguagem e os símbolos são importantes nesse processo de acomodação e o professor faz amplo uso deles na sua função mediadora. Mas o principal ato mediador do professor é o de prover situações frutíferas aos alunos. Um conceito, ou uma proposição, torna-se significativo através de uma variedade de situações, mas não se capta o significado sozinho. O papel mediador do professor é essencial.

Os dois teóricos apresentam forte preocupação com a importância da

linguagem, ao processo de simbolização, à formação de conceitos e à interação

social. Cabe salientar, nesse sentido, que o próprio Vergnaud expressa a

contribuição que a teoria de Vigotsky trouxe para a estruturação da Teoria dos

Campos Conceituais.

Vergnaud (1998, apud MOREIRA, 2002 p.8) reconhece igualmente que sua

teoria dos campos conceituais foi desenvolvida também com base no legado de

Vigotski.

Dessa forma, percebe-se, por exemplo, a importância atribuída à interação

social, à linguagem e à simbolização no progressivo domínio de um campo

conceitual pelos alunos. Para o professor, a tarefa mais difícil é a de prover

oportunidades aos alunos para que desenvolvam seus esquemas na zona de

desenvolvimento proximal.

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3. O ENSINO E A APRENDIZAGEM DE CONTÉUDOS DO TRATAMENTO DA

INFORMAÇÃO NO ENSINO FUNDAMENTAL

Neste capítulo, é feita breve síntese e discussão de trabalhos de pesquisa

voltados para a análise e entendimento da problemática do ensino e da

aprendizagem de estatística no ensino fundamental. Primeiramente, o foco está

voltado para algumas questões ligadas ao ensino de gráficos e tabelas em trabalhos

que tiveram como sujeito professores e, posteriormente, os trabalhos que tiveram

como sujeitos alunos do ensino fundamental.

LIMA (2010) investigou o desempenho de estudantes da educação de jovens

e adultos (EJA) de escolas públicas da região metropolitana do Recife em atividades

de construção e interpretação de gráficos. A autora enfatiza queaeducação de

jovens e adultos (EJA) é uma modalidade de ensino que não pode ser tratada

domesmo modo que no ensino regular, pois são estudantes com larga experiência

de vida, provavelmente já inseridos no mercado de trabalho. Além disso, é preciso

considerar que jovens e adultos pouco ou nada escolarizados podem apresentar

noções matemáticas que foram aprendidas no decorrer do cotidiano de sua vida, de

maneira informal ou intuitiva, como, por exemplo, procedimentos de contagem e

cálculo, estratégias de aproximação e estimativa. Nesse sentido, considerou a

influência do processo de escolarização no desempenho dos jovens e adultos ao

interpretarem gráficos de barras e de linhas e ao construírem gráficos.

O trabalho de pesquisa de Lima (2010) tomou como referência a teoria dos

campos conceituais, de Gerard Vergnaud e destaca a importância de um bom

desempenho em leitura e compreensão acerca das informações numéricas.

A coleta dos dados para esse estudo baseou-se na aplicação de um teste

envolvendo cinco atividades, sendo três de interpretação e duas de construção de

gráficos. Para a avaliação da interpretação foram aplicadas duas atividades com

gráficos de barras e uma com gráfico de linhas.

Já nas questões de construção de gráficos, foram apresentados os dados e, a

partir dos mesmos, solicitado aos estudantes que construíssem um gráfico. Os

participantes tiveram a liberdade de optar pelo tipo de gráfico que quisessem

construir. Para a realização da atividade foram disponibilizados alguns materiais,

como papel milimetrado e régua para a produção do gráfico.

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Lima (2010) analisando os resultados, concluiu que não houve diferenças

significativas no desempenho dos estudantes nas atividades de interpretação em

função da escolaridade.

A maior dificuldade apresentada pelos alunos foi na construção de gráficos,

observou-se que os gráficos construídos não apresentaram informações necessárias

para a compreensão do mesmo, como título, nomeação dos eixos, descrição das

variáveis. Também ficou evidente dificuldade com a escala.

Para a autora os estudantes tiveram um bom desempenho nas atividades de

interpretação, realizando-as com sucesso. Esses dados dão a entender que há

pouca relação em atividades de interpretação e construção de gráficos, e que

interpretar parece ser mais fácil do que construir.

A autora concluiu o trabalho reforçando que é importante enfatizar que é

preciso trabalhar os gráficos com os diferentes componentes curriculares de maneira

articulada, de forma que o ensino seja contextualizado. Permitindo a flexibilidade e

a mobilidade de acordo com a necessidade dos alunos, tornando uma aula interativa

e bem produtiva e que em todas as etapas do processo de ensino e aprendizagem é

necessário fazer uma reflexão da ação, para que posteriormente sejam feita as

devidas intervenções com o intuito de melhorar o ensino.

O estudo de Chagas (2010) teve por objetivo identificar a percepção da

variabilidade e o nível de raciocínio sobre essa característica, junto a aluno do sexto

ano do ensino fundamental em uma escola pública estadual de Cotia.

Chagas (2010) buscou entender quais são as estratégias construídas pelos

alunos da 5ª série do ensino fundamental durante a aprendizagem, visando a

resolução dos problemas estatísticos e quais os invariantes operatórios mobilizados

para argumentar a variabilidade de um conjunto de dados.

Foram tomados como referências os conceitos de letramento estatístico que é

a base para o raciocínio e pensamento estatístico, que serão necessários para o

desenvolvimento de habilidades científicas de pesquisa, que é a capacidade e

competência das pessoas para interpretar e avaliar criticamente a informação

estatística e tomar decisões sobre a informação; e as contribuições da Teoria dos

Campos Conceituais de Geràrd Vergnaud, para a análise dos invariantes operatórios

por meio da observação dos alunos em situações desenvolvidas pelo professor.

A pesquisa, de caráter qualitativo, utilizou os pressupostos da engenharia

didática e foi realizada com duas duplas de alunos voluntários com idade entre dez a

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doze anos, que nunca tiveram contato com a estatística no ambiente escolar. O

instrumento diagnóstico foi composto por seis atividades. Durante o

desenvolvimento das atividades as alunas utilizaram calculadora, lápis, borracha,

régua e lápis de cor.

Chagas (2010) pode verificar quanto ao cálculo da amplitude que os

resultados mostraram um procedimento estável, ou seja, uma possível invariante

operatória, a confusão entre freqüência da variável e a variável. As alunas também

apresentaram dificuldade tanto na leitura quanto na interpretação e também na

construção de gráficos em algumas situações especificas, principalmente em

gráficos com freqüência nula e com escalas não unitárias.

Médici (2007) em seu estudo sobre a construção do pensamento estatístico,

voltado para a organização, a representação e a interpretação de dados feitas por

alunos da 5º série do Ensino Fundamental, demonstra sua preocupação com a

dificuldade e defasagem que as pessoas apresentam nos assuntos relacionados à

estatística. O trabalho buscou contribuir para o desenvolvimento do pensamento

estatístico com vistas à autonomia para a compreensão, representação, organização

e interpretação de gráficos e tabelas, para tanto propôs e aplicou uma sequência

didática que valoriza o professor no papel de mediador.

Participaram do estudo alunos de duas salas de 5º série do ensino

fundamental (28 e 29 alunos) de uma escola particular localizada em São Paulo. Foi

realizado um levantamento dos conhecimentos prévios dos alunos e dos modos de

interação entre o professor e os alunos, além da forma como os educandos

mobilizam os conhecimentos construídos. A pesquisa utilizou os pressupostos da

engenharia didática, respeitando as quatro fases da proposta: análises prévias;

concepções e alternativas a priori; experimentação; análise a posteriori e validação.

Os alunos foram divididos em pequenos grupos mistos, pois o trabalho em

equipe favorece o dialogo, a troca de experiência além da oportunidade de debates

dos conflitos de ideais contribuindo assim para aprendizagens mais significativas.

Os alunos tinham a liberdade de escolher o que iriam pesquisar, pois eram

responsáveis pela sua própria pesquisa, eles também discutiam como construiriam a

tabela e os gráficos, somente após a construção, a pesquisadora institucionalizava o

conteúdo. A verificação da aprendizagem foi feita por meio de prova individual e sem

consulta.

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32

Tendo como pressuposto que a participação do aluno favorece a

aprendizagem, o estudo de Médici (2007) estruturou-se sobre duas hipóteses de que

organizações didáticas das situações propostas pelo professor para favorecem a

resolução de situação-problema; discussões mediadas por professor que

ocasionaram novas informações ao grupo.

Como foi previsto por Médici (2007), houve alguns pontos fracos na

construção dos gráficos, pois as informações foram muitas vezes pouco organizadas

e/ou inexatas ou faltantes. Muitos alunos esqueceram-se de colocar a fonte de sua

pesquisa, os títulos eram poucos explicativos em suas representações, houve

omissão de escala. Outras dificuldades que os alunos apresentaram foram na

escolha do tipo de gráfico, a sua representação e o cálculo dos ângulos para a

utilização no gráfico de setores.

Verificou-se que as discussões e a sequência didática utilizada foram

realmente eficazes no processo de ensino aprendizagem. As aulas ministradas com

constantes debates favoreceram e facilitaram a construção autônoma para a

resolução das questões de interpretação e organização de um conjunto de dados. O

que reforçou a idéia de que a participação ativa dos alunos em todas as etapas do

processo (desde a formulação de questões, coleta e organização de dados, até a

sua análise), permitiu a construção de significados das noções de estatísticas por

parte dos alunos.

Vieira e Santana (2010) investigaram a prática do professor de matemática do

ensino fundamental nos processos de ensino e de aprendizagem de estatística,

buscaram por meio de um estudo de caso envolvendo dois professores, um de 7ª

série e outro de 8ª série da rede pública de Feira de Santana, Bahia. O objetivo era

compreender como os professores se apropriam do conteúdo de Estatística para

trabalhar com os alunos em sala de aula a fim de formar estudantes que exerçam

plenamente sua cidadania.

A turma da 7ª série era composta de 25 alunos e a maioria desses alunos

eram repetentes. O professor da turma argumentou que o trabalho com os alunos

poderia ter sido melhor se os alunos demonstrassem mais interesse, a maioria

realizava o trabalho apenas por nota. Apontou também o desconforto em trabalhar o

conteúdo que envolve Estatística, pois apesar de útil para a sociedade, ele não

conhecia suficientemente o conteúdo, ainda mais quando estavam envolvidos os

conteúdos de análise combinatória e probabilidade. Afirmou que o não domínio

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33

desses conteúdos pelo professor gera a exclusão do assunto na proposta de ensino,

lembrando que o conteúdo de estatística encontra-se nos últimos capítulos do livro

didático.

Nesse ponto, cabe destacar a afirmação de Chagas (2010) de que

professores utilizam alguns conceitos e símbolos estatísticos sem um conhecimento

completo, freqüentemente, de maneira incorreta, o que é muito grave. Temos como

exemplo de conceito, o professor apenas verbalizar o desvio-padrão, sem levar em

consideração sua aplicação como ferramenta de pesquisa ou como conteúdo a ser

ensinado, e um exemplo simples de símbolo estatístico seria comparar o valor da

média com o valor do desvio-padrão.

Já em relação à 8ª série do estudo de Vieira e Santana (2010), a turma era

composta de 14 alunos. O professor dessa turma apontou a diversidade da clientela,

dizendo que no Ensino Fundamental a parte mais tocante a Estatística são gráficos

e tabelas e que há muita dificuldade para o trabalho docente com esse conteúdo em

sala de aula.

Araújo (2008) apresenta uma proposta de formação de professores de séries

iniciais para o conteúdo curricular do tratamento da informação, com foco específico

no ensino de gráficos e tabelas. O estudo visou trazer subsídio ao professor,

buscando amenizar a insegurança do professor ao tratar em sala de aula desse

conteúdo.

Um objetivo específico dessa pesquisa foi constituir um suporte para o

trabalho que envolvesse o Tratamento da Informação e para tanto foi estruturada

uma oficina específica. Para o primeiro da oficina, foram convidados para

participarem da formação 40 professores de 4ª serie, sendo um professor de cada

escola de Florianópolis. Mas somente 30 dessas escolas efetivamente concluíram

essa etapa. Essa oficina discutiu os documentos oficiais, sobre os elementos

teóricos e sobre a elaboração da parte prática. Após essa discussão, os

participantes aplicaram nas salas de aula em que atuavam as atividades elaboradas

nas oficinas, e, por fim, houve apresentação de seminários para relatar os resultados

da aplicação em sala de aula.

Araújo (2008) observou que professores participantes geralmente não

trabalhavam com tabela-gráfico-tabela em sua sala de aula, e que também havia

diferenças significativas nos processos de ensino e de aprendizagem entre uma

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escola e outra. Alguns professores se dispuseram a procurar conhecer e a trabalhar

mais com os tipos mais comuns de gráficos.

A pesquisa também mostrou que muitos participantes não sabiam converter

uma tabela simples para um gráfico. Com a atividade da oficina, mostraram-se

habilitados a ensinar o que aprenderam a seus alunos.

Cabe destacar ainda o estudo de Araújo (2007) que teve como objetivo

investigar as concepções e competências de um grupo de professores relacionadas

a leitura e interpretação de tabelas e gráficos. O subsidio teórico utilizado foi a

Teoria dos Campos Conceituais de Gerard Vergnaud.

A pesquisa foi feita com 81 professores das redes Estadual, Municipal e

Particular de São Paulo e a coleta de dados junto aos professores ocorreu durante o

horário de trabalho pedagógico coletivo (HTPC). O instrumental da coleta de coleta

de dados foi composto por um questionário de perfil dos professores com perguntas

objetivas. Outro, de questões dissertativas que pediam a explicação, ou a estimativa

ou ainda resposta baseada na extrapolação de dados explícitos; questões que

envolviam aleitura e a interpretação de gráficos de setores, barras e temporal, bem

comoa construção de tabelas.

A análise dos resultados foi feitaem duas etapas. A primeira, diz respeito ao

perfil acadêmico (formação), em que se constatou que 85% dos professores

possuíam de 0 a 23 anos de magistério e que, os outros 15%, possuíam mais de 23

anos de docência; e a segunda etapa consistiu numa análise da concepção e

competência desses professores.

As análises mostraram ainda que 56% dos sujeitos já lecionaram algum tema

referente ao Tratamento da Informação, e que o grupo de professores com menos

tempo de serviço se saiu melhor do que o grupo em que os professores tinham mais

de 11 anos de docência. Araújo (2007) lembra que os PCNs (Parâmetros

Curriculares Nacionais) – documento que recomenda a inclusão do conteúdo

Tratamento da Informação nas séries iniciais do Ensino Fundamental, foi publicado

em 1997, portanto há apenas 10 anos da realização da pesquisa. Considera que

esse pode ter sido o fator explicativo para o pior desempenho dos professores mais

antigos, com mais experiência de docência.

O desempenho dos docentes na leitura e interpretação de tabelas mostrou

satisfatório para a autora, pois o índice de acerto ficou acima de 50%. No entanto, o

nível de competência dos sujeitos pesquisados ao ler e interpretar gráficos ficou

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35

mais evidente em questões que requeriam justificativas, pois muitas vezes os

docentes respondiam, mas não justificavam as respostas dadas nas questões.

Em síntese, os estudos focados nos professores que ensinam os conteúdos

de Estatística no ensino fundamental, mostram alguns problemas centrais: a

dificuldade do próprio professor para ensinar tópicos do conteúdo tratamento da

informação, como a conversão de tabela em gráfico, decorrente de formação

inadequada; outro ponto a destacar são os hábitos pautados por abordagem

tecnicista, em que não há domínio da justificativa para a resolução do problema;

além disso, a constatação da maior dificuldade de professores mais antigos que

ainda não parecem preparados para atender às exigências curriculares e por fim, a

abordagem dos conteúdos de estatística estarem previstas para o final do ano letivo,

inclusive nos livros didáticos. A compreensão desse conjunto de problemas que

envolvem a prática de ensino de Estatística no ensino fundamental permite entender

com mais clareza as dificuldades que os alunos desse nível de ensino enfrentam no

processo. Sem dúvida, não se pode considerar que esta seja a única explicação, no

entanto, é fundamental que esses obstáculos sejam superados.

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4. MÉTODO

Os procedimentos para o desenvolvimento desta pesquisa seguiu os

parâmetros da pesquisa qualitativa. Os dados foram coletados diretamente na

escola (sala de aula) com alunos de 7ª série / 8º ano do Ensino Fundamental (12-13

anos)do período diurno de uma escola estadual de São Paulo – (Heliópolis).

Participaram da pesquisa os alunos da sala de aula referida. Tomou-se, para

análise, o material produzido por 20 alunos que participaram de todas as etapas da

pesquisa. A duração do estudo, em sala de aula, foi de 19 aulas de 50 minutos cada.

Para a realização do trabalho na instituição de ensino, foi solicitada a

autorização da direção da unidade escolar (Anexo 1).Também os pais ou

responsáveis dos alunos participantes foram comunicados e a eles foram solicitadas

autorização expressa por meio de assinatura do termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (Anexo 2).

As etapas de realização das atividades tomaram como base os fundamentos

teóricos sobre aprendizagem e o conceito de ZDP (Zona de Desenvolvimento

Proximal) de Lév Vygostky e os fundamentos da Teoria dos Campos Conceituais de

Gèrard Vergnaud.

O desenvolvimento da pesquisa foi dividido em quatro etapas:

1ª etapa: atividades aplicadas individualmente;

2ª etapa: intervenção por meio de mediação da pesquisadora;

3ª etapa: atividades aplicadas (projeto) com a sala dividida em duplas;

4ª etapa: atividades aplicadas individualmente.

Cada etapa da pesquisa gerou dados que foram analisados em tópicos

específicos apresentados no capítulo de resultados e discussões.

Na segunda etapa da pesquisa, as aulas foram gravadas e, em seguida, foi

feita a transcrição literal. Salienta-se que os nomes dos estudantes, para esta

exposição, são fictícios.

Esta pesquisa partiu do pressuposto de que a aprendizagem dos alunos pode

ser mais significativa quando os alunos podem participar mais ativamente do

processo, inclusive na própria coleta dos dados que irão compor as Tabelas e

Gráficos que foram construídos e interpretados.

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37

4.1. INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Para a realização da pesquisa foram utilizados os seguintes instrumentos de

coleta: questionário, teste 1, teste 2, intervenção e atividade 3.

Para a coleta das informações do perfil pessoal e escolar do aluno com foco

um pouco mais específico para a sua relação com os conteúdos da matemática, foi

aplicado um questionário a fim de caracterizar a escolaridade, os modos de estudo e

a relação da família com a escola e o estudo do (a) filho(a), conforme Apêndice 1.A

confecção desse questionário foi elaborada pela própria pesquisadora, que foi feito

com uma linguagem simples e direta, ou seja, para que o aluno compreendesse com

clareza o que está sendo perguntado.

Na sequência, responderam, individualmente, a um teste avaliativo (do tipo

lápis e papel) que serviu de diagnóstico inicial dos conteúdos específicos sobre

tratamento da informação, com o objetivo de levantar o domínio de alguns conceitos

necessários para a elaboração de tabelas e gráficos estatísticos. Esse teste 1

(Apêndice 2) contém questão de caráter dissertativo,abordando o que é publico alvo

e o que é problema de pesquisa, e outra questão de construção de gráficos.

A construção de uma tabela requer dos alunos, conhecimentos

procedimentais sobre essa tarefa, tais como: organização dos dados para facilitar a

leitura e a interpretação dos mesmos; saber quais tipos de tabelas existe para

melhor escolher o tipo mais adequado; o que colocar em cada linha e em cada

coluna, onde colocar o titulo, onde informar a fonte, entre outros.

Com base na interpretação do enunciado os alunos deveriam organizar e

compilar os dados para executar a representação tabular.Os exercícios que

contemplaram esse teste foram adaptados de algumas atividades do capítulo 30 do

livro didático: Matemática e Realidade (IEZZI, DOLCE, MACHADO, 2009, P. 254-

265), adotado pela instituição de ensino.

Para a coleta das informações sobre o conhecimento dos alunos em relação

ao tratamento de dados, foi aplicado o Teste 2 (Apêndice 3)contendo 8 questões de

múltipla escolha, que foram retiradas do SARESP (Sistema de Avaliação de

Rendimento Escolar do Estado de São Paulo) dos respectivos anos, 2005, 2006 e

2007. Sendo 2 questões da 5ª série do ano de 2005, 2 questões da 6ª série, uma do

ano de 2005 e outra do ano de 2006 e 4 questões da 7ª série, uma de 2005, duas de

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2006 e uma de 2007. Vale enfatizar que os alunos de 7ª séries / 8º anos já devem

ter esses conhecimentos, visando que este conteúdo foi trabalhado anteriormente no

decorrer da vida escolar do aluno.

Para a intervenção foram utilizadas atividades retiradas do Caderno do Aluno

adotado pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo e do capitulo 30 do

livro didático da 7ª série do Ensino Fundamental adotado pela a instituição de ensino

no ano letivo: Matemática e Realidade (Apêndice 4), que aborda os seguintes

assuntos: tabelando a informação, a linguagem dos gráficos, a linguagem dos

gráficos, gráficos de setores e proporcionalidade e gráficos de setores e

proporcionalidade.

Vale enfatizar que o livro utilizado foi aprovado pelo PNLD (Programa

Nacional do Livro Didático) 2004 e 2005, esse livro já foi rigorosamente avaliado e

aprovado pela comissão de especialistas da Secretária de Educação Básica do

Ministério da Educação (SEB/MEC) e também o Caderno do Aluno – Programa São

Paulo faz escola, parte da implementação da proposta Curricular do Estado de São

Paulo.

O desenvolvimento da atividade 3(Apêndice 5), organizada em forma de

projeto (BATANERO, DÍAS, 2011) realizada em dupla destinada à organização,

representação, construção e Interpretação de Tabelas e Gráficos,apresentou

exercícios baseados ou adaptados do capitulo 6 do livro didático Matemática na

Medida Certa (CENTURIÓN, JAKUBOVIC, LELLIS, 2007) e que aborda Tratamento

de dados.

Nesse momento, os alunos desenvolveram uma atividade com base em tema

proposto por cada dupla, dados coletados por eles mesmos, por meio de entrevista

junto aos próprios colegas de sala ou de outros alunos da escola. Em seguida,

deram início à organização, representação, construção e interpretação de Tabelas e

Gráficos (Gráfico de Barra, de Linha e de Setor), conforme detalhamento do

Apêndice 5.

4.2. ETAPAS DA PESQUISA

Como relatado anteriormente, a pesquisa foi realizada em quatros etapas

consecutivas e ininterruptas e envolveu19 horas/aula, conforme está detalhado na

sequência.

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39

Primeira etapa:

A primeira etapa foi realizada em 5 horas/aula. Nessa etapa, focou-se

principalmente a atividade individual, o que permitiu fazer um diagnóstico inicial dos

conhecimentos dos mesmos. Essa avaliação individual teve por objetivo estabelecer

os próximos passos da intervenção. A seguir, seguem as aulas que contemplaram

essa etapa.

Aula 1: Apresentação da pesquisadora, e um breve comentário sobre do que se trata

a pesquisa, e conversa com os alunos participantes sobre as atividades que

realizarão, com o objetivo de criar os vínculos e o envolvimento necessários para o

andamento da pesquisa. Entrega do Termo de Consentimento Livre Esclarecido.

Aula 2: No segundo encontro foi pedido aos alunos o Termo de Consentimento

assinado pelos responsáveis, e foi aplicado o questionário aos alunos, que foi

respondido individualmente.

Aula 3: Aplicação do Teste 1(individual)

Aula 4: Foi entregue aos alunos o Teste 2, que continha perguntas de múltipla

escolha. Essa atividade também foi realizada individualmente e que exigia do aluno

participante algumas habilidades para a leitura do gráfico e interpretação tanto da

tabela quanto do enunciado. Nessa aula, também foi entregue para os alunos as

atividades que ficaram pendentes, como o Questionário do aluno e o teste 1, pois

não houve muita assiduidade por parte dos mesmos.

Aula 5: Nessa aula, foi concluída a primeira fase do projeto. Aqui foram entregues à

pesquisadora todos os termos de consentimento assinados e as atividades

resolvidas propostas na 1ª etapa.

Segunda etapa:

Aula 6: primeira aula de intervenção abordando o conteúdo de Tabelando a

Informação.

Aula 7 e 8: segunda e terceira aula de intervenção abordando o conteúdo de

Linguagem dos gráficos de barras/colunas.

Aula 9 e 10: quarta e quinta aula de intervenção abordando o conteúdo de

Linguagem dos gráficos de linhas.

Aula 11 e 12:sexta e sétima aula de intervenção abordando o conteúdo de Gráficos

de setores e proporcionalidade.

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Aula 13 e 14:oitava e nona aula de intervenção abordando o conteúdo de Gráficos

de setores e proporcionalidade

Terceira etapa:

Aula 15:Foi aplicada a atividade 3, feita em dupla, destinada à organização,

representação, construção e interpretação de tabelas e gráficos estatísticos. Nesse

momento, os alunos desenvolveram uma atividade com base em dados coletados

por eles mesmos, por meio de entrevista junto aos colegas de sala.

Aula 16: Desenvolvimento da atividade da aula anterior. Os alunos deram início à

organização, representação, construção e interpretação de tabelas e gráficos

estatísticos. Os materiais utilizados para a elaboração da atividade foram: lápis

preto, lápis de cor, régua e folha de papel canson A4.

Aula 17: Termino da construção do gráfico e da tabela.

Quarta etapa:

Após a intervenção, aplicaram-seos mesmos testes da 1ª etapa, a fim de

comparar, se com a intervenção do pesquisador, houve ou não um desenvolvimento

em relação ao conteúdo aplicado anteriormente.

Aula 18: novamente aplicação individual do teste 1

Aula 19: novamente aplicação individual teste 2.

Vale ressaltar que, a priori seriam utilizadas de 10 a 12 aulas para a

realização dessa pesquisa, mas ocorreram alguns imprevistos que ocasionaram o

aumento do número de aulas. Houve também a falta de comprometimento e

assiduidade dos mesmos nesse período. O mesmo argumentou Vieira e Santana

(2010) com o trabalho sobre o Ensino e a Aprendizagem de Estatística no Ensino

Fundamental, que o trabalho com os alunos poderia ter sido melhor se os alunos

demonstrassem mais interesse.

Essas 19 aulas utilizadas foram de professores diversos, houve o cuidado

para não usar sempre a aula de um mesmo professor e disciplina. Aproximadamente

40% dessas aulas foram utilizadas na ausência dos professores da turma.

Em seguida, apresentaremos os resultados das análises dos dados

coletados.

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41

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 PERFIL DOS ALUNOS PARTICIPANTES

Participaram da atividade 20 alunos de uma turma de 7ª série / 8º ano (12 ou

13 anos) do Ensino Fundamental de escola estadual da cidade de São Paulo.

Conforme citado na metodologia, foi aplicadoaos alunos que participaram

dessa pesquisa um questionário que visou caracterizar o perfil pedagógico e

sociofamiliar (Apêndice 1).

O questionário continha 17 questões. O resultado mostrou que apenas 5

alunos dos entrevistados não frequentaram a escola desde a educação infantil.

Somente 7 alunos não foram reprovados durante a sua vida acadêmica.

Os dados também revelam que apenas 8 alunos gostam de estudar

matemática.De acordo com Bessa (2006), a falta de interesse pessoal, falta de

esforço e o abandono da sala de aula contribui significativamente com a retenção

dos alunos.

A figura 2 mostra quais são os conteúdos de matemática que os alunos

participantes encontram mais dificuldades. No caso, são as frações e os números

decimais e interpretações de gráficos em seguida vêm o conteúdo de porcentagens,

e depois contas de multiplicação e divisão e resoluções de problemas. Os alunos

participantes informaram que encontram menor dificuldade nas contas de adição e

de subtração.

Os dados também evidenciaram que 12 alunos têm maior dificuldade na

disciplina de matemática do que nas outras disciplinas, conforme mostra a Figura 3.

Segundo Bessa (2006), os alunos realmente encontram uma maior

dificuldade na disciplina de matemática, pois o estudante não vê essa matéria na

prática do seu dia-a-dia, achando-a desnecessária, logo passa a se tornar um

desafiopara o educador da disciplina.Dessa maneira, é de grande importância

contextualizar o ensino, que tem a finalidade de relacionar os conteúdos com o

cotidiano, ocorrendo assim um melhor entendimento da aplicação do conhecimento,

facilitando o processo de ensino e de aprendizagem. De acordo com Machado

(2006), a matemática pode termais sentido e se tornar mais prazerosa quando

ocorre essa contextualização.

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42

Figura 2 - Conteúdo matemático mais difícil para o aluno participante

Figura 3 – Disciplina escolar mais difícil para os alunos

Para Machado (2006), a matemática faz parte da vida e do cotidiano das

pessoas, e é um importante instrumento para o conhecimento do mundo. Ela

favorece o desenvolvimento do raciocínio e do rigor lógico. E o professor tem o

papel fundamental e deve incentivar o aluno a perceber a importância dessa

disciplina.

Qual matéria escolar você tem mais

dificuldade?

2

12

1

1

4

Língua Portuguesa

Matemática

História

Ciências

Geografia

Que conteúdo de matemática você acha

mais difícil?

1

3

2

5

5

4

Contas de adição

e subtração

Contas de

multiplicação e

divisãoResolução de

problemas

Interpretações de

gráficos

Entender as

frações e

decimaisPorcentagens

Page 45: UNIVERSIDADE BANDEIRANTE DE SÃO PAULO · por 20 alunos de 7ª série/ 8º ano do Ensino Fundamental ... 7th grade of elementary school were carried out aiming for the ... Figura

43

Guimarães (2007) acredita que alguns mitos e crenças influenciam

diretamente no ensino de matemática, isso justifica a forma negativa que os alunos

fazem da própria capacidade de aprendê-la, o que consequentemente torna a área

do conhecimento de menor aceitação em sua vida escolar.

Bessa (2006) e Guimarães (2007) também enfatizam a importância da

relação professor-aluno para que ocorra o sucesso escolar. O educando não deve

ser somente um mero expectador do conhecimento, no modelo em que o professor

é apenas um transmissor de conteúdos e os alunos participam da aula de forma

passiva. O aluno deve participar ativamente do próprio aprendizado ampliando

assim a sua capacidade cognitiva. Conforme expressa Paulo Freire ao de

contratempo à educação bancária:

“(...) na concepção “bancária” que estamos criticamente, para a qual a educação é o ato de depositar, de transferir, de transmitir valores e conhecimentos (...) (pág. 26) (...) “em que pese o ensino “bancário”, que deforma a necessária criatividade do educando e do educador, o educando a ele sujeitado pode, não por causa do conteúdo cujo “conhecimento” lhe foi transferido, mas por causa do processo mesmo de aprender, que é uma especificidade humana “(pág. 27-29).

Segundo Machado (2006), é preciso afetividade na hora de educar, ela é tão

essencial e importante quanto a inteligência para o desenvolvimento humano, além

de gerar um melhor rendimento escolar e uma maior interação entre educando e

educador. O relacionamento entre o professor e o aluno está diretamente ligado à

aprendizagem, pois dependendo da maneira que se ensina, muitas vezes o aluno

será motivado a aprender assuntos que não são de seu interesse. Por isso, é

necessário procurar identificar os fatores que motivam e estimulam o aluno a

potencializar a aprendizagem.

A figura 4 permite observar que é pequeno o número de alunos que têm

facilidade em Matemática. Em Língua Portuguesa esse número é menor ainda. Os

alunos ressaltaram que quando entende o conteúdo de Matemática, a disciplina fica

mais prazerosa e fácil. Já para as outras disciplinas, eles têm que ler muito para

entender e estudar para as provas.

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44

Figura 4 – Disciplina escolar que o aluno participante mais gosta.

Os dados do questionamento sociofamiliar expressam o seguinte resultado:

todos os pais dos alunos trabalham fora de casa, sendo que para 12 alunos, ambos

os pais trabalham, conforme mostra a figura 5. Fusverki (2008) aponta que é

necessário um olhar especial e cuidadoso na hora de educar, os pais devem

reservar uma parte do seu tempo diário para transmitir alguns valores que são

essenciais para convivência em sociedade.

Figura 5 – Pais ou responsáveis pelo aluno participante por condição de trabalho

Qual matéria escolar você tem mais

facilidade?

5

62

5

2

Língua Portuguesa

Matemática

História

Ciências

Geografia

Seus pais (ou responsáveis) trabalham fora?

5

312

Mãe

Pai

Os dois

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45

Quanto ao comparecimento às reuniões de pais e mestres (Figura 6), pode-se

observar que pouco mais de um quarto, 6 pais comparecem a essas reuniões,

sendo que 13 pais comparecem ocasionalmente as reuniões.

Dessen e Polonia (2007) e Fusverki (2008) afirmam que também é essencial

a interação dos pais com os professores para a tomada de decisão e a solução dos

problemas do educando que vão surgindo ao longo de sua vivência escolar. Por

isso, para os autores, é importante que os pais participem e frequentem as reuniões

de pais e mestres realizadas pela escola. Por sua vez, muitas vezes os pais não vão

às reuniões devido à inflexibilidade no horário de trabalho.

Seus pais (ou responsáveis) vão à reunião

de pais?

6

13

1

Sempre

Às vezes

Nunca

Figura 6 – Participação de pai ou responsável pelo aluno em reunião escolar

Dos participantes, 5 apontam que os pais sempre conversam sobre os

acontecimentos escolares. Um pouco mais da metade, 11 pais, conversam sobre a

escola de vez em quando, conforme mostra a figura 7.

É de suma importância que os pais participem e acompanhem a vida escolar

dos seus filhos, para um melhor desempenho dos mesmos. A família pode funcionar

tanto como propulsora quanto como inibidora do desenvolvimento dos filhos, isso vai

depender da maneira que é estabelecida a relação entre pais e filho (DESSEN;

POLONIA, 2007). Portanto, o diálogo e a comunicação propiciam uma maior

interação ficando mais fácil resolver os problemas juntos (FUSVERKI, 2008).

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46

Figura 7 – Pais ou responsáveis pelos alunos participantes por freqüência de conversas com o filho (a)

No quesito quantidade de livros (figura 8), chama a atenção à quantidade de

alunos que não possui nenhum exemplar (7 alunos), sendo que a maior parcela tem

de 01 a 10 livros.

O hábito de leitura é fundamental para a formação de um cidadão atuante e

pensante, só que muitas vezes essa prática não é incentivada na escola e tampouco

na família. A leitura enriquece o vocabulário e por meio dela adquire-se o

conhecimento sobre os mais diversos assuntos (RIBEIRO; GARCIA, 2009)

Segundo Lerner (2002), deve-se incentivar a formação de leitores e escritores

competentes para uma melhor compreensão e para o desenvolvimento do senso

crítico. Ela também afirma que é muito importante diversificar a leitura com

diferentes gêneros de texto.

Segundo Ribeiro e Garcia (2009), os avanços tecnológicos, como a internet,

podem contribuir para a falta de interesse da leitura de materiais impressos, como

livros, jornais, revistas, entre outros.

Seus pais (ou responsáveis) conversam com

você sobre o que acontece na escola?

5

11

4

Sim

Às vezes

Não

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47

Figura 8 – Livros que têm em casa os alunos participantes

Observa-se que 19 dos entrevistados possuem algum hábito de leitura (Figura

9), destacando-se notícias e textos da internet, com 7 leitores. E 1 dos entrevistados

não possui nenhum hábito de leitura.

Que tipo de leitura você costuma

fazer?

3

5

3

7

1 1

Gibis e histórias e

quadrinhos

Romances,

aventuras, ficção

científicaJornais e revistas

Notícias e textos

da internet

Nenhum

Outros

Figura 9 – Tipo de leitura que os alunos participantes costumam fazer

De modo geral, o estudo sobre o perfil dos alunos sujeitos desta pesquisa,

mostrou que a maioria dos pais trabalha fora, não acompanha de perto a vida

escolar do filho; os alunos, na sua maioria já tiveram reprovação, os alunos têm

pouco acesso a livros, predominando o acesso à internet e é representativa a

dificuldade que apontam para a aprendizagem de matemática.

Quantos livros você tem em casa?

7

9

2

2

Nenhum

de 1 a 10 livros

de 11 a 20 livros

mais de 21 livros

Page 50: UNIVERSIDADE BANDEIRANTE DE SÃO PAULO · por 20 alunos de 7ª série/ 8º ano do Ensino Fundamental ... 7th grade of elementary school were carried out aiming for the ... Figura

48

5.2 DOMÍNIO DE CONTEÚDOS DO TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO NOS PRÉ-

TESTES 1 E 2

O teste1 e o teste 2 de Tratamento de Dados como discorrido anteriormente

foram aplicado aos alunos em dois momentos. A aplicação dos testes (pré-teste 1 e

2) ocorreu antes da intervenção do professor-pesquisador. Já a aplicação dos testes

(pós-teste 1 e 2) ocorreu após a intervenção do professor-pesquisador. O processo

e as etapas de intervenção foram descritas no capítulo de método, e vale ressaltar

que participaram da pesquisa um total de 20 alunos.

Pré-teste 1 – Questão 1

Conforme os dados analisados constatou-se que os alunos apresentaram

muita dificuldade para execução da tarefa solicitada, mostrando o não domínio dos

conceitos abordados.

Vieira e Santana (2010) concluíram em seu trabalho feito com professores,

que há um desconforto para os mesmos trabalharem com Estatística, pois o não

domínio gera a exclusão do assunto na proposta de ensino, lembrando que o

conteúdo de Estatística encontra-se nos últimos capítulos do livro didático.

A quantidade de acertos na questão 1 A e B foi relativamente baixa, somente

5 alunos acertaram a questão A, enquanto apenas 4 alunos fizeram corretamente a

questão B. Outro fator bem observado foi que 6 alunos não responderam tanto a

questão A quanto a questão B. A seguir, nas figuras 10, 11 e 12, são apresentados

alguns tipos de erros mais cometidos pelos estudantes. Logo em seguida, na figura

13, é apresentada a atividade de um aluno que respondeu corretamente as

questões.

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49

Figura 10: Exercício elaborado pelo aluno A.L.

Figura 11: Exercício elaborado pelo aluno A.G.

Figura 12: Exercício elaborado pelo aluno B.P.

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50

Figura 13: Exercício elaborado pelo aluno C.A. Pré-teste 1 – Questão 2

Dos alunos que participaram da pesquisa, 16 erraram algum item do gráfico,

conforme previsto na análise prévia. As principais dificuldades apresentadas por eles

foram:

Metade ignorou a escala no eixo vertical (figura 14);

falta de consideração do zero como origem; apresentaram esse tipo de

erro 4 alunos (figura 15);

ausência dos dados que devem conter o gráfico, como título, legenda e

indicações das unidades variáveis; apresentaram essa dificuldade 4

alunos (figura 16);

1 aluno não construiu os eixos das abscissas, aproveitando a parte

inferior da folha (figura 17);

1 aluno fez a escolha inadequada do gráfico (gráficos de linhas), figura

18.

Lima (2010) com seu trabalho com o EJA apontou como sendo uma das

maiores dificuldades dos alunos a construção de gráficos. E observou-se também

que os gráficos construídos não apresentaram informações necessárias para a

compreensão do mesmo, como título, nomeação dos eixos, descrição das variáveis.

Também ficou evidente dificuldade com a escala.

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Figura 14: Exercício elaborado pelo aluno C.F.

Figura 15: Exercício elaborado pelo aluno D.B.

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Figura 16: Exercício elaborado pelo aluno D.M.

Figura 17: Exercício elaborado pelo aluno F.S

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53

Figura 18: Exercício elaborado pelo aluno G.C.

O que chamou atenção foi que 13 alunos não fizeram a construção da tabela,

isso não era esperado.

Na construção de alguns gráficos, foi possível perceber a não obediência da

localização dos pontos em um plano cartesiano. Considerando, com

Vergnaud(1996), que os esquemas devem relacionar-se com as características das

situações às quais se aplicam. Em alguns casos foi possível notar que o esquema

acionado partiu de uma concepção equivocada de reta numérica.

Considerando que para Vergnaud (1996), as dificuldades matemáticas são na

maior parte das vezes relacionadas ao cálculo relacional do que propriamente ao

cálculo numérico do problema, é possível perceber, novamente, a dificuldade com

esquemas relativos à reta numérica.

Oito alunos mostraram dificuldades com os campos conceituais aditivos, a

representação na reta numérica: a diferença entre as unidades de medida de um

número para o seu sucessor. No eixo das ordenadas, a medida do ponto 0 (zero) ao

ponto 1 (um), é diferente da medida do ponto 1 (um) ao ponto 2 (dois).

Um aluno fez uma escolha inadequada do gráfico, nesse caso, foi possível

considerar que o aluno teve dificuldades no entendimento da situação. A forma de

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representação gráfica escolhida pelo aluno não foi adequada para expressar dados

estáticos como os coletados, mas para expressar mudanças desenvolvidas em um

determinado fenômeno ou assunto. Houve dificuldade na atribuição do sentido mais

adequado à situação dada pela tarefa, pois a questão estabelece a relação do

sujeito com as situações e com os significantes. Os alunos só foram capazes de

operar cálculo numérico, mas não deram o sentido adequado à situação-problema.

Outras dificuldades que os alunos encontraram foram a inversão dos dados,

a ausência de legendas, de títulos e de indicações das unidades para cada

variável.

Pré-Teste 2

Essa atividade também foi realizada individualmente e contemplava oito

questões de múltipla escolha sobre estatística (Apêndice 3), conteúdos do

tratamento da informação, conforme detalhado no capítulo de método.

Na questão 1 (figura 19), houve uma quantidade de oito alunos (de 20)

acertaram antes da intervenção, porém, como previsto na análise prévia, uma parte

dos alunos assinalou a alternativa C como correta. Nessa questão, era esperado

que a dificuldade fosse aparecer nessa alternativa, em que o aluno poderia

interpretar que houve somente aumento entre as variáveis. Dessa forma, os alunos

deveriam ficar atentos para localizar as variações de crescimento, decrescimento e

estabilidade.

1. As médias de taxa de desemprego na grande São Paulo no período 1991 – 1996 é apresentado no gráfico abaixo (fonte SEP: convênio Seade – Dieese) SARESP, 2005c)Com relação ao período apresentado no gráfico podemos dizer que:

(A) A taxa de desemprego diminuiu no período 1993 – 1995.

(B) A menor taxa de desemprego foi em 1995.

(C) A taxa de desemprego aumentou no período 1991 – 1993.

(D) A maior taxa de desemprego foi em 1996.

Figura 19: Questão 1

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55

É possível fazer uma crítica à formulação dessa questão do SARESP (2005),

que pode induzir o aluno ao erro. Nesse caso, a alternativa C poderia referir a

aumento constante.

Como previsto, os alunos não apresentaram grandes dificuldades na resolução

dos exercícios 2, 3 e 5, representados na figuras 20, 21 e 22, respectivamente.

Na questão 2, 16 alunos acertaram e um motivo facilitador foi o tema. A coluna

vertical apresenta os dados relativos aos torcedores em números absolutos. Com

isso, basta que o aluno localize o número 25 e observe quais os times que

ultrapassam essa marca.

Na questão 3, os 5 alunos que erraram,provavelmente, tiveram dificuldade e

estabelecer a relação parte/todo de uma fração. A comparação da tabela com os

gráficos permite apontar a alternativa correta com facilidade. Como define Bertin

(1967), a leitura de um gráfico começa com uma identificação externa do assunto

referido. Ou seja, primeiro a compreensão do significado do título, em seguida, deve-

se fazer a identificação interna das dimensões relevantes de variação no gráfico, isto

é, das variáveis representadas.

Na questão 5, foi solicitada ao aluno uma interpretação tanto da tabela quanto

do enunciado, nesse caso 10 alunos acertaram.

Na questão número 4 (conforme a figura 23), os alunos deveriam ter algumas

habilidades para a leitura do gráfico, como identificar no gráfico as variações

crescentes e decrescentes. O resultado comprovou o que já era esperado na análise

prévia, pois 7 alunos apresentaram dificuldades. Antes da intervenção da

pesquisadora,6 alunos responderam a alternativa D que, no período das 12h as 24h,

nem sempre a temperatura foi decrescente, ocorrendo também variações crescente

e decrescente. Nesse caso, os alunos tiveram dificuldades no entendimento da

situação.

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56

2. Foi realizada uma pesquisa entre os alunos da 6ª série de uma escola para saber

quais os times favoritos de cada aluno. O resultado encontra-se no gráfico abaixo: (SARESP, 2005b)

Observando o gráfico, é correto dizer que na 6ª série desta escola os times que têm mais de 25 torcedores são: (A) Santos e São Paulo (B) São Paulo e Palmeiras (C) São Caetano e Ponte Preta

(D) Santos e Corinthians.

Figura 20: Questão 2.

.3. Uma pesquisa foi respondida por 200 pessoas, que indicaram o local que mais freqüentam nos finais de semana. A distribuição das respostas está registrada na tabela seguinte:

O gráfico de setores que representa o resultado dessa pesquisa pode ser: (SARESP, 2005a)

Figura 21: Questão 3.

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5. Observe a tabela abaixo e veja como ela foi organizada. O espaço destinado a

figuras quadrangulares vermelhas é: (SARESP, 2005c)

(A) I (B) II (C) III (D) IV

Figura 22: Questão 5.

4. O gráfico abaixo mostra como variou a temperatura em uma cidade durante um certo dia. (SARESP, 2006a)

Pode-se afirmar que: (A) A temperatura máxima foi atingida ao meio-dia.

(B) A temperatura mínima ocorreu por volta das 4 da manhã.

(C) No período entre as 0 e as 12 horas a temperatura foi crescente.

(D) No período entre as 12 e as 24 horas a temperatura foi decrescente.

Figura 23: Questão 4.

Na questão 6 (figura 24), ocorreu o maior número de erros (13) no pré-teste,

totalizando treze (13) alunos), o que não era esperado, pois os alunos da 7ª série /

8º ano já deveriam ter para a série, o conhecimento dos conteúdos de porcentagem,

conforme os PCN (BRASIL, 1997).

Tempo (h)

Tem

pera

tura

°C

Tempo (h)

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Os alunos apresentaram uma grande dificuldade. Suas respostas ficaram

divididas entre todas as alternativas, o que nos leva a acreditar que o aluno não

sabe que 100% é o todo de qualquer gráfico, nesse caso, gráfico de setores, outro

explicação seria que os alunos não sabem associar 25% à ideia de 1/4.

Confirmando a análise prévia, na questão 7 (figura 25), 10 alunos colocaram

como resposta a alternativa A, evidenciando dificuldades na organização dos dados

representados na tabela. Além disso, para fazer a adaptação para o gráfico, não

levaram em conta as informações mencionadas (quantitativa e qualitativa)

confundindo-as.

6. Para mostrar como se distribui a preferência dos alunos de uma escola por estilo de música (rock, MPB, funk ou pagode) foi preparado o gráfico abaixo, no qual a legenda foi omitida. (SARESP, 2006b)

Se os alunos que preferem MPB correspondem a aproximadamente 25% do total, a região correspondente do gráfico é:

Figura 24: Questão 6.

7. O dono de uma loja de artigos para costureiras fez o levantamento dos botões em estoque e organizou os dados obtidos na tabela seguinte. (SARESP, 2006a)

O gráfico que melhor representa os dados dessa tabela é

Figura 25: Questão 7.

Na questão 8 (figura 26), 11 alunos apresentaram algumas dificuldades na

atribuição do sentido mais adequado à situação da tarefa, pois a mesma estabelece

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a relação do sujeito com as situações e com os significantes, que provocaria

dificuldade como já fora previsto na análise prévia.

8. Uma emissora de rádio fez uma pesquisa para saber qual era o tipo de música que

seus ouvintes preferiam. Os gêneros mais votados foram samba, rock e música romântica. Os ouvintes foram classificados em dois grupos: os que tinham menos de 18 anos ou com 18 anos ou mais. (SARESP, 2007a)

O gráfico que representa os dados dessa tabela é:

Figura 26: Questão 8.

Os resultados mostraram que os alunos têm grande dificuldade na

organização, representação, interpretação e construção de gráficos e tabelas, o que

já foi observado e discutido nos resultados do Pré-teste 1, conforme aparece nas

páginas 53 e 54.

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5.3 DESCRIÇÃO E DISCUSSÃO DA INTERVENÇÃO EM SALA DE AULA

Neste tópico será apresentado, detalhadamente, o processo de intervenção.

Cabe destacar que a intervenção foi realizada imediatamente após a aplicação do

pré-teste 1 e 2.

A pesquisadora, na intervenção, teve o cuidado de apresentar para os alunos

as atividades e trabalhar tomando como referencial algumas características dos

processos de interação e buscando criar condições para o enriquecimento da

interação aluno-aluno. Para tanto, apoiou-se no conceito de ZDP de Vigostsky

(1987) e também nos critérios e recomendações de Onrubia (2004) para o processo

de ajuda e ajuste da ajuda na ZDP.

As questões de todas as aulas da intervenção foram lidas pela pesquisadora e os

alunos participantes respondiam oralmente e/ou anotavam as respostas no papel.

Reproduzem-se a seguir os diálogos ocorridos na sala de aula durante a

intervenção que foram gravados, conforme já descrito no capítulo de método.

Aula 1

Pesquisadora: Dando continuidade ao nosso trabalho, farei uma intervenção com

vocês, ou seja, iremos discutir por meio de mediação as questões que estão sendo

trabalhadas. Lembram-se das duas atividades que realizei com vocês, uma em que

perguntava sobre qual era o seu entendimento de público alvo em uma pesquisa, e

a outra questionava o que seria o problema de pesquisa?Nessa mesma atividade

pedia-se também a construção de um gráfico.

Paula responde:Sim professora, eu lembro.

Isabelle: Eu só lembro de uma.

Guilherme: Eu acho que eu não fiz não.

Pesquisadora: Já a outra atividade era composta por 8 questões de múltipla

escolha, da qual vocês teriam que assinalar a alternativa correta. Lembram-se dela?

Guilherme diz:Ah! Essa eu lembro.

Ricardo: Sim.

Victor: Eu fiz.

Pesquisadora: Então, eu irei aplicá-las novamente, mas antes vamos estudar um

pouco os conteúdos relacionados a essas atividades, e esse estudo faremos juntos.

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Alexandre pergunta: Vale nota?

Rafael: Mas eu não sei fazer isso

A seguir, a pesquisadora explicou a atividade a ser trabalhada naquela aula e

os passos que deveriam ser dados para a realização da tarefa, em seguida, foram

apresentados a tarefa.

Atividade 1

1) Faça uma tabela com o nome de todos os alunos. Em seguida, use essa mesma tabela

para informar algo em relação aos dados que você listou. Por exemplo, a idade de cada

aluno. (SÃO PAULO, 2008a. p.3)

Pesquisadora: Por exemplo:Eu quero pesquisar sobre a idade de vocês.

Nesse caso meu problema de pesquisa será a idade dos alunos da 7ª série P.

E o meu público alvo a 7ª série P.

Agora vou fazer o levantamento (coletar os dados). Como estão aqui presentes

somente alunos da 7ª série P, vou perguntando e anotando em um canto da lousa a

idade de vocês um a um.

Cada aluno foi informando a pesquisadora, que colocou as idades na lousa.

Pesquisadora: Agora com os dados coletados vamos tabulá-lo agrupando em

idades.

Idade Meninas Meninos Total

13 1 2 3

14 4 2 6

15 4 2 6

16 1 2 3

Pesquisadora: Colocando os dados coletados na tabela eles ficaram mais

organizados, de fácil leitura.

Atividade 2

2) Monte uma tabela para representar as seguintes informações:

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a) Qual é o time de futebol dos membros diretos da sua família?

b) Quantos meninos e quantas meninas há na sala de aula? (SÃO PAULO, 2008a. p.4)

Essa questão os alunos resolveram individualmente.

Victor diz: Professora tem que ser da minha família toda?

Daniel: Eu não lembro para quem todos torcem, posso fazer só dos que eu lembro?

Guilherme: Professora e se forem todos de um time só?

Pesquisadora: Pessoal não tem problema, façam com o que vocês sabem, e vão

me chamando quando tiverem com alguma dúvida. E na mesa tem réguas.

A pesquisadora buscava responder a todas as perguntas dos participantes

que surgiam no decorrer da atividade proposta e solicitava aos mesmos que

estratégia eles estavam utilizando para construir a tabela 1. Nesse caso, a

pesquisadora, trabalhou de modo planejado sobre dois aspectos.

1º - o uso de informações sobre os alunos, como idade de cada um, ou o time de

futebol da preferência de seus familiares.

Assim, ao considerar o conhecimento que o aluno já domina, foi possível

estabelecer um clima de relacionamento de maior confiança e segurança,

aumentando o interesse do aluno pelo novo conhecimento (ONRUBIA, 2004).

2º - Em decorrência, a apropriação de significado para o conceito de população alvo

ganha relevância, pois passa a ser o objetivo maior praticamente exclusiva (em

termos de conteúdo) da tarefa. Ou seja, buscou-se evitar que o aluno pudesse ter

dúvida quanto à informação e perdesse o foco sobre o conteúdo da aprendizagem.

Nesse sentido, buscou-se “Estabelecer, no maior grau possível, relações constantes

e explícitas entre os novos conteúdos que são objetos de aprendizagem e os

conhecimentos prévios dos alunos (ONRUBIA, 2004, p.141)”.

Seguem abaixo dois exemplos de tabela que os alunos elaboraram. O aluno

A.G. que construiu a tabela representada na figura 27 organizou e construiu

corretamente, já o aluno B.P. que construiu a tabela representada na figura 28, não

desvinculou o sujeito da função familiar, ficando preso ao enfoque qualitativo.

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a) Qual é o time de futebol dos membros diretos da sua família?

Figura 27: Exercício elaborado pelo aluno A.G.

Figura 28: Exercício elaborado pelo aluno B.P.

b) Quantos meninos e quantas meninas há na sala de aula?

Figura 29: Exercício elaborado pelo aluno F.S.

Figura 30: Exercício elaborado pelo aluno L.M..

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Aula 2 e 3

Pesquisadora: Dando continuidade ao nosso trabalho, a aula será sobre linguagem de

gráficos. Hoje, vamos ler, interpretar, analisar e construir gráfico de colunas.

Atividade 3.

3) Observe o gráfico a seguir e responda às questões. (SÃO PAULO, 2008a. p. 14)

Pesquisadora: Nesse exercício 3, peço que observem o gráfico. Veja como ele está

construído, o que se encontra escrito em torno dele, se aparecem cores, analisem.

Agora responderemos às questões.

a) Qual é a principal informação transmitida por esse gráfico?

Lucas respondeu: Brasileiros que já foram ao dentista.

Victor: O gráfico mostra quantos milhões de brasileiros já foram ao dentista.

Milena: O número de brasileiros que já foram ao dentista.

Pesquisadora: Só isso? A resposta está correta?

Lucas responde: É.

Victor: Está.

Pesquisadora: Esse é o título do gráfico, é o problema de pesquisa.

Mas analisando o gráfico, o que aparece também?

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7ª série a pergunta é: Qual é a principal informação transmitida por esse gráfico?

Olhem a palavrinha gráfico. Olhem agora só para o gráfico. A resposta continua a

mesma?

Matheus fala: Não.

Pesquisadora: Novamente lendo a pergunta. Qual é a principal informação

transmitida por esse gráfico?

Guilherme responde: Barras azuis.

Luíza: Barras marrons.

Lucas: A Idade de algumas pessoas.

Pesquisadora: A barra marrom significa o que?

Luíza: Consultou o dentista.

Pesquisadora: E a barra azul?

Milena: Nunca consultou.

Pesquisadora: O que mais?

No gráfico vocês vêem que aparecem barras azuis e marrons, foram vocês que me

falaram. E o que significam essas barras?

Matheus: A cor azul são as pessoas que não consultou o dentista, e a marrom as

que já consultaram.

Pesquisadora:Parabéns! Portanto, a resposta então será: o gráfico informa sobre

brasileiros que já foram e aqueles que nunca foram ao dentista.

b) Qual é a informação indicada na linha horizontal? E na vertical?

Pesquisadora: na Horizontal?

Victor responde: Quantos milhões de pessoas.

Guilherme: As idades das pessoas.

Lucas: Não, não é isso.

Milena: Números.

Lucas: Não.

Pesquisadora: Temos dois eixos, duas linhas, a horizontal e a vertical. O que está

informando na linha horizontal?

Daniel diz: Quantidades.

Paula: Número de pessoas em milhões,

Pesquisadora: Vou passar uma caneta preta em um dos eixos (horizontal), e a azul

no outro(vertical). Qual é a cor que está a linha horizontal?

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Todos os participantes: Preta.

Pesquisadora: Isso mesmo! E o que está indicando então a linha horizontal?

Milena diz: Números.

Pesquisadora: E o que quer dizer esses números?

Todos os participantes responderam: A idade das pessoas.

Pesquisadora: Portanto, na linha horizontal está informando a idade dos brasileiros.

Guilherme diz: Viu, viu.

Pesquisadora: E agora na linha vertical?

Lucas: O número de pessoas em milhões.

Pesquisadora: Concordam?

Todos os participantes: sim.

Pesquisadora: Parabéns!

Aqui, vale ressaltar que essa quantidade de brasileiros na linha vertical é dada em

milhões, olha lá em cima no título do gráfico, está em milhões. Isso significa que o

numerinho 5 que aparece na vertical equivale a 5 milhões de brasileiros, não 5

brasileiros, senão imaginem como ficaria o gráfico, não caberia nessa folha. Isso a

gente chama de escala, foi dada uma escala de que cada 5 unidades apresentadas

no desenho, representa 5 milhões na realidade.

Entenderam?

Todos os participantes: sim.

c) Por que a informação é apresentada por meio de barras duplas (nas cores azuis e

marrons)?

Guilherme respondeu: Para mostrar o resultado.

Felipe: Porque é mais fácil.

Victor: Porque uma barra é para quem já consultou o dentista, e a outra é para

quem nunca consultou.

Daniel: As idades prô.

Matheus: Duas idades.

Guilherme: Não, oh.

Milena: Mais ou menos as idades.

Victor: Porque tem duas informações.

Isabelle: Porque representa duas informações.

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Pesquisadora: Isso mesmo. Duas barras cada uma com uma cor, porque o gráfico

apresenta “duas” informações, consultou e não consultou o dentista.

d) Identifique sua idade nas categorias etárias do gráfico e responda quantos brasileiros

nessa mesma faixa de idade (aproximadamente) consultaram o dentista até o ano de 1998.

Victor responde: Nossa professora, a maioria consultou.

Victor: 35 mil.

Daniel: Mil não!!!

Victor: Ah é!! Milhões.

Isabelle: Uns 37 milhões.

Matheus: Mais de 35 milhões.

Karen: 9

Milena: 17 milhões.

Pesquisadora: A idade de vocês está ali de 5 a 19 anos. Agora me respondam:

Quantos brasileiros nessa mesma faixa de idade (aproximadamente) consultaram o

dentista até o ano de 1998.

Todos os participantes: 37 milhões.

Guilherme diz:37 milhões de brasileiros, tem que pôr brasileiros.

Pesquisadora: Isso mesmo.

e) Em que faixa de idade o número de pessoas que nunca consultaram o dentista é maior

do que o número de pessoas que já consultaram o dentista?

Todos os participantes responderam: De 0 a 4 anos.

Pesquisadora: E porque vocês acham que isso acontece?

Milena responde: Porque eles ainda não têm dentes.

Daniel: Porque são bebês.

Guilherme: Porque não sabem falar quando sentem dor.

Matheus: Porque os dentes são se formaram.

Isabelle: Porque as pessoas acham que não é importante.

f) Por que não foram colocadas barras na coluna referente à “idade ignorada”?

Felipe diz: O que é isso?

Ricardo: São pessoas que já morreram?

Matheus: São pessoas acima de 100 anos?

Victor: Porque a maioria usa dentadura.

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Daniel: Porque os idosos não vão ao dentista.

Victor: Porque as pessoas perderam os dentes e não conseguem ir.

Ricardo: Tem pouca pessoa com essa idade.

Luana: Porque eles já estão velhinhos e na cadeira de rodas, aí não conseguem ir

ao dentista.

Ricardo: São pessoas que não tem dinheiro.

Pesquisadora: 7ª série para vocês o que significa idade ignorada?

Ricardo responde: Pessoas que não fizeram parte da pesquisa.

Daniel: Vixi o que significa?

Victor: São fetos que ainda não nasceram.

Matheus: Pessoas ignorantes.

Lucas: Ah é! São pessoas ignorantes prô?

Luana: Não, são pessoas de muitas idades, olha lá.

Pesquisadora: Idade ignorada são aquelas pessoas que foram entrevistadas, mas

não sabem ao certo sua idade. E como essa quantidade pesquisada deve ter sido

muito baixa e o gráfico está em milhões, não foi possível representá-la.

Todos os participantes: Ah!!!

Isabelle: É, tem mesmo.

Luana: Que coisa louca.

g) Qual é sua hipótese para o fato de a maior barra marrom estar na coluna “20 a 39

anos”?

Ricardo responde: Essa é a idade que começa a doer mais os dentes.

Luana: Os dentes começam a estragar.

Matheus: As pessoas trabalham e têm dinheiro para ir ao dentista, pois é muito

caro.

Guilherme: Porque ninguém quer ter cárie.

Daniel: Porque os adultos freqüentam mais o dentista.

Milena: Porque eles já podem beber e fumar.

Luana: Aí os dentes ficam amarelos, e eles não querem ficar com dentes amarelos.

Milena: Porque eles saem mais.

Isabelle: Porque tem mais problemas com os dentes.

Victor: Porque as pessoas trabalham muito e não tem tempo de escovar os dentes.

Lucas: é verdade professora, a gente tem tempo.

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Guilherme: mentira, minha mãe tem 40 e tem tempo.

Paula: Porque as pessoas ficam independentes e tem dinheiro para pagar.

Daniel: Mas não tem público?

Guilherme: Tem sim.

Matheus: Tem no postinho.

Guilherme: Dentista é caro.

Daniel: é verdade.

Victor: Prô não é porque estão ficando velhos?

Pesquisadora: Isso acontece também por talvez muitos não terem feito consultas

preventivas anteriormente e nessa faixa de idade possivelmente estarão mais

sujeitos aos problemas dentários ou ainda pelo consumo excessivo de alimentos

que também favorecem a isso.

h) Analisando o gráfico atentamente, é possível dizer quantos são, aproximadamente, os

brasileiros na faixa de 0 a 4 anos de idade? Como é possível fazer essa estimativa e qual é

o resultado obtido?

Daniel: Que vão ou não vão?

Luana: sim.

Paula: quase 15 milhões.

Luana: 12 milhões.

Felipe: 5.

Daniel: 15 mais ou menos.

Karen: 13.

Guilherme: não, não.

Daniel: é verdade, 12 milhões.

Pesquisadora: Não foi perguntado quantos são os que consultaram ou os que não

consultaram. Foi perguntado, analisando o gráfico atentamente, é possível dizer

quantos são, aproximadamente, os brasileiros na faixa de 0 a 4 anos de idade?

Então, temos que fazer o que?

Todos os participantes: somar.

Pesquisadora: Então qual é a resposta?

Todos os participantes responderam: 15 milhões então.

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Pesquisadora: Analisando o gráfico e interpretando o enunciado da pergunta, não

foi perguntado para analisar só os que consultaram ao dentista e nem só os que não

consultaram, portanto, será a soma dos dois.

Entenderam bem o que significa ler, interpretar um gráfico?

Vocês perceberam também como foi construído o gráfico, as escalas estão iguais,

de 0 a 5 tem o mesmo tamanho de 5 a 10, 10 a 15 e assim, sucessivamente, e

começa sempre pelo zero. E, na linha horizontal a escala (o espaço das idades)

estão todas iguais.

Toda a discussão sobre o processo de análise e interpretação do gráfico, feita passo

a passo com os alunos, tomou em consideração:

A grande importância da ligação como mediadora tanto na interação

pesquisadora-aluno, quanto na interação aluno-aluno. A exploração dos pontos de

vista contrastantes ofereceu excelente oportunidade para a aprendizagem. Por

exemplo:

Em resposta de uma das perguntas da pesquisadora no dialogo anteriormente

discutido.

Victor respondeu: 35 mil.

Daniel:Mil não!!!

Victor: Ah é!! Milhões.

O avanço em pequenos passos no sentido de garantir que a cada nova

solicitação da tarefa pudesse ser trabalhada como um desafio alcançável.

(ONRUBIA, 2004)

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Atividade 4

4) A tabela a seguir foi montada com base em uma entrevista feita com 11 alunos. (SÃO

PAULO, 2008a.p.25)

a)Construa um gráfico de barras representando a idade dos alunos entrevistados.

Rafael diz: Ah! Tudo isso?

Alexandre: Não sei fazer.

Rafael: Não entendi.

Alexandre: To com preguiça.

Isabelle: Como eu faço?

Pesquisadora: Lembram da aula passada?

Construa primeiro uma tabela só com as idades.

Aí na linha vertical vocês vão colocar o quê?

Lucas: Alunos.

Daniel: Números.

Felipe: Quantos são os números.

Victor: Quantidade de alunos.

Pesquisadora: Isso mesmo! Na vertical irão colocar os números que irão

representar a quantidades de alunos. E na horizontal?

Todos os participantes: As idades dos alunos.

Pesquisadora: Tudo bem? É isso!

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Observando as soluções de alguns alunos, mostramos, na figura 31, alguns

erros, como: ignorar a escala no eixo vertical, identificar erroneamente os pontos do

eixo vertical na construção das colunas, não colocar rótulos de eixos e título. Na

figura 32, a escala no eixo vertical foi construída corretamente, mas ocorreu o

mesmo erro de ausência de rótulos nos eixos e títulos da figura 31.

Figura 31: Exercício elaborado pelo aluno M.B.

Figura 32: Exercício elaborado pelo aluno C.F.

b) Analisando o gráfico que você construiu, responda:

i) Quem é o aluno mais velho?

Guilherme responde: Júlio.

Milena: É o João.

Lucas: Não, olha lá.

Ricardo: É o João.

Milena: Ah é!! Não tinha enxergado direito.

Guilherme: Viu!!! É o Júlio.

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Pesquisadora: Tudo bem? Ficou claro, que é o Júlio?

Todos os participantes: Sim prô.

ii)Existe um padrão médio relativo às idades apresentadas ou elas são muito distintas entre

os alunos?

Luana responde: É, não tem.

Ricardo: O que é padrão?

Pesquisadora: A idade que mais aparece.

Daniel responde: 10.

Luana: É a de 12 anos.

Karen: 13.

Isabelle: 12 e 13.

Isabelle começou a contar: de 12: 1, 2, 3, 4, 5, de 13: 1, 2, 3, 4, é a de 12.

Todos os participantes: 12 oh!!! (começaram a contar)

Pesquisadora: Então!! Qual é a idade que aparece mais?

Todos os participantes: 12.

Pesquisadora: Certo!!

Depois que os alunos acabaram de fazer o gráfico, a pesquisadora

reproduziu-o na lousa.Abaixo, segue exemplo de uma resposta.

Figura 33: Exercício elaborado pelo aluno R.T.

Vale observar que a metade dos alunos não realizaram a tarefa.

Destaca-se na realização dessa atividade que duas preocupações da

pesquisadora mostraram-se muito relevantes. Um dos alunos colocou a pergunta “o

que é padrão?” Essa dúvida, fez com que houvesse modificações e ajustes na

programação da tarefa, pois houve a necessidade de explicação extra, não prevista.

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Além disso, ficou evidente que a participação e o diálogo dos alunos nas

diferentes etapas da intervenção possibilitou que mesmo os que tinham

conhecimentos escassos ou pouco adequados (ONRUBIA,2004) pudessem ser

beneficiados com o diálogo.

Esse enriquecimento do processo pelo diálogo está evidente também em outro

momento da intervenção, destacamos como exemplo:

Milena: É o João.

Lucas: Não, olha lá.

Milena: Ah é!! Não tinha enxergado direito.

Ou quando Isabelle começou a contar e todos os outros também o fizeram.

Esse episódio do diálogo permite constatar a existência de um clima de

relacionamento respeitoso que favoreceu a curiosidade e aceitação mútua

(ONRUBIA, 2004) que criou o ambiente para a participação efetiva dos alunos na

tarefa.

Aula 4 e 5. A seguir, a pesquisadora explicou a atividade a ser trabalhada naquela aula e os passos que deveriam ser dados para a realização da tarefa, e foi então apresentado a tarefa Pesquisadora: Antes de responder às questões, vamos observar o gráfico. Lucas diz: Ah! Esse é mais complicado.

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Atividade 5 5) Observe atentamente o gráfico e responda às perguntas.

Pesquisadora: Agora, vamos responder às questões.

a) Qual é a informação principal que o gráfico transmite?

Victor responde: Expectativa de vida. Milena: Qual é o tempo de vida. Matheus: a média. Felipe: os anos que as pessoas vivem. Victor: a idade média que as pessoas vivem Pesquisadora: Vocês concordam com isso? É a média de idade que as pessoas tinham? O quanto geralmente uma pessoa vivia? Todos os participantes: Sim.

b) Cada tracejado vertical do gráfico representa um período de quantos anos?

Milena: de 10 em 10 anos Felipe: 5 anos professora. Matheus: não é não. Milena: é verdade, eu tinha olhado ali oh!! (observação: eixo horizontal, o que também seriam 5 anos) Felipe: Não é isso professora? Pesquisadora: Isso mesmo, de 5 em 5 anos. Começamos em 40 anos, depois, 45, 50 até 80 anos de idade.

c) Ao longo dos anos descritos, a expectativa de vida do brasileiro, comparada à dos demais latino-americanos, melhorou ou piorou?

Matheus: Melhorou. Luíza: Piorou. Pesquisadora: Prestem atenção!!! A linha amarela representa o Brasil. Olhem de 1950 a 1955 qual era a expectativa do Brasileiro. Victor: Uns 52 anos.

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Pesquisadora: Olhem que baixo. Agora me respondam novamente a pergunta:Ao longo dos anos descritos, a expectativa de vida do brasileiro, comparada à dos demais latino-americanos, melhorou ou piorou? Victor: Está igual. Matheus: Melhorou. Victor: Ah não!! Piorou! Felipe: Está igual. Victor: Não gente, piorou, olha lá. Pesquisadora: Porque piorou? Victor: Estava junto, aí começou a separar. Felipe: Ah é! Milena: Mas não separou muito. Pesquisadora: De 1950 até próximo de 1960 a linha amarela (Brasil) e vermelha (América latina) estão bem juntas, depois elas vão se separando, e a linha vermelha que é a da América Latina está acima da amarela que é a linha que representa o Brasil. Então novamente a pergunta, e aí, melhorou? Ou piorou? Todos os participantes: Piorou.

d) As cinco linhas apresentadas no gráfico nunca se cruzam no período que vai de 1950 até 2000. Explique o significado dessa ocorrência.

Milena: Não sei. Felipe: Não entendi. Victor: Os países estavam se desenvolvendo mais. Isabelle: Porque um País tem mais desenvolvimento que o outro? Felipe: Os países vão se desenvolvendo mais que o outro. Milena: A expectativa de vida é diferente. Victor: Professora, todos estão crescendo, então eles nunca vão se encontrar. Pesquisadora: O significado é que em todo o período analisado, a ordem de classificação dos cinco blocos de países sempre se manteve a mesma, não havendo trocas de posições. e) Dos cinco blocos de países, quantos haviam atingido a expectativa de vida de 60 anos

no período de 1980 a 1985?

Matheus: Todos professora. Victor: Não, não (deu um grito) olha o verde. Todos menos o verde. Pesquisadora: Quem é o verde? Todos os participantes: Países menos desenvolvidos. Pesquisadora: Então qual é a resposta? Todos os participantes: Todos, menos os países menos desenvolvidos.

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Atividade 6 6) Observe a tabela:

Agora, faça um gráfico de linhas indicando o número de medalhas de ouro que o Brasil ganhou em cada ano.

Analisando e comparando duas construções de gráficos feitas por alunos

participantes, vemos que na figura 34, o gráfico apresentado foi construído

corretamente, esquecendo o aluno de colocar rótulos nos eixos e título. Já na

construção do gráfico apresentado na figura 35, o aluno não se esqueceu de colocar

o rótulo no eixo horizontal e título, mas ao contrário da construção do gráfico anterior

apresentado na figura 34, a construção desse gráfico está errada. O aluno não só

construiu o gráfico referente a medalhas de ouro, mas também as de prata e bronze.

Acrescentando também que o gráfico construído não se refere ao gráfico de

segmentos.

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Figura 34: Exercício elaborado pelo aluno V.S.

Figura 35: Exercício elaborado pelo aluno G.C.

Todos os alunos fizeram e se empenharam bem mais que no gráfico anterior.

Considera-se que a criação de ZDP em aula pressupõe um relacionamento

constante e contínuo entre o que os alunos sabem previamente e aquilo que têm de

aprender. Procurou-se então:

- Utilizar a linguagem da maneira mais clara e explícita possível, tratando de evitar e controlar possíveis mal-entendidos ou incompreensões (ONRUBIA, 2004, p.142).

- Utilizar a linguagem para recontextualizar e reconceitualizar a experiência (ONRUBIA, 2004, p.143).

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Portanto, nessa aula de intervenção procurou-se contextualizar o ensino,

sempre relacionando o conteúdo ao cotidiano do aluno, no caso, à prática de

esporte olímpico, considerando sempre a utilização de uma linguagem simples e de

fácil entendimento. Com isso, observou-se que os alunos mostraram um maior

interesse, o que facilitou o processo de ensino aprendizagem.

Aula 6 e 7

Nas aulas anteriores, foram estudados gráficos de barras e de linhas, já nas

aulas 6 e 7 foram trabalhadas leitura, interpretação, análise e construção de gráfico

de setores, mais conhecido como gráfico de pizza.

Pesquisadora: Vocês aprenderam o ano passado gráfico de setores? Felipe: Não. Pesquisadora: Ele é mais conhecido como gráfico de pizza. Felipe: Ah!! Já vi sim. Milena: Não, não. Victor: Sim, a gente viu. Guilherme: Prô, gráfico de pizza é o mesmo que o de setores? Pesquisadora: Sim, é. Ele é mais conhecido como gráfico de pizza, mas o nome dele é gráfico de setores. Milena: Ela (a professora) ensinou a gente o de pizza mesmo. Pesquisadora: Mas é a mesma coisa. Pesquisadora: Observem a tabela (li a tabela toda). Atividade 7 7) Uma pesquisa foi feita com 420 pessoas para saber qual esporte elas mais praticavam. Os resultados encontram-se na tabela a seguir.

Esporte praticado Número de pessoas % em relação ao total Futebol 210 Vôlei 105 Basquete 63 Corrida 42 Total 420 100 Pesquisadora: Sempre o todo será 100%, portanto analisando e interpretando a tabela temos o quê? Todos os alunos: Que 210 pessoas praticam futebol, 105 pessoas praticam vôlei, 63 praticam basquete, 42 praticam corridas. Pesquisadora: O que mais? Victor: Que têm 420 pessoas. Pesquisadora: Agora então, transformando para porcentagens esses valores, o que temos? 100% equivale a quantas pessoas?

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Victor: 420 professora. A maioria dos alunos disse que esse gráfico é o mais chato para ser

construído, pois para ser construído devemos antes encontrar o percentual de cada

item, depois transformá-lo em graus, aí sim transportar os graus para o círculo.

Pesquisadora: Vamos utilizar regra de três simples para encontrar os valores em porcentagem. Milena: Ai professora, nem sei o que é regra de três. Felipe: O que é isso? Victor: professora eu não lembro o que é isso. Isabelle: Ah não! Henrique: Deve ser muito difícil. Pesquisadora: Eu vou explicar para vocês direitinho passo por passo.

Os alunos participantes começaram a reclamar, mostrando total falta de

interesse em aprender regra de três simples, mesmo com a pesquisadora

interessada em ensiná-los.

Victor: Professora não tem um jeito mais fácil? Pesquisadora: No caso desse exercício, há sim, pois já sabemos que 420 equivalem a 100%. Pesquisadora: Vamos responder a questão a então sabendo que 420 equivalem a 100%. a) Calcule a porcentagem de cada esporte escolhido em relação ao total de entrevistados.

Victor: professora dá para fazer de cabeça, 210 é a metade de 420, então dá 50% Pesquisadora: É isso mesmo. Milena: Ah!! É assim? Felipe: Entendi. Daniel: Vixi!! E agora? Isabelle: Prô, então lá no vôlei é 105, então á a metade do 210, então vai dar 20%? Victor: Não!!! 25. Isabelle: Por quê? Felipe: Verdade Isabelle, olha lá? Pesquisadora: Isabelle, está correto a sua dedução. Mas, vamos lá. As 210 pessoas equivalem a 50% certo? Isabelle: aha! Pesquisadora: as 105 são a metade das 210, não é isso? Isabelle: É! Pesquisadora: Então em porcentagem 105 será a metade de 50%. Concorda? Isabelle: Então, prô!! Pesquisadora: Qual é a metade de 50? Isabelle: 20! Felipe: 25 prô. Milena: Isa, 25. Isabelle: Ah é!! Desculpa!! Nossa! Fiz uma conta errada aqui de cabeça.

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Pesquisadora: Então, voltando e respondendo. Quanto serão em porcentagem as pessoas que preferem vôlei? Todos os participantes: 25%. Pesquisadora: Isso mesmo! Guilherme: Mas agora eu consigo fazer os outros. Entendi. Pesquisadora: Então!!! Quando der para fazer de cabeça, usando lógica, podem fazer. Pesquisadora: E agora? 42 pessoas, quantos por cento será de 420 pessoas? Pedro: Ui. Daniel: Vixi!!! Complicou!! Pesquisadora: Observem também 7ª série que 42 é a décima parte de 420. Milena: Décima parte? O que é isso? Pesquisadora: É pegar o todo de alguma coisa, dividir em dez partes iguais e pegar uma. Felipe: Hm!! Prô! Então faço os 420 divido por 10? Pesquisadora: Isso mesmo!! E aí? Quanto que dá? Matheus: 4,2 Milena: Espera aí, to fazendo. Victor: 42. Milena: 42. Matheus: Ah é! 42 professora. Pesquisadora: E aí pessoal? As 42 pessoas equivalem a quantos por cento do total? .

A pesquisadora desenhou um retângulo na lousa, dividiu-o em 10 partes

iguais e mostrou explicando aos alunos.

Victor: Professora! Será os 10 % então? Pesquisadora: Concordam 7ª série? Todos os participantes: Sim. Pesquisadora: Continuando, e agora as 63 pessoas? Milena: Muito difícil. Luana: Não vou conseguir fazer Felipe: Não entendi nada Matheus: Prô! Agora ficou mais difícil. Pesquisadora: Vamos então por partes, lá do começo. 420 pessoas equivalem a 100%, 210 pessoas equivalem a 50%, 105 pessoas equivalem a 25%, 42 pessoas equivalem a 10%. Tudo bem até aí? Todos os participantes: Sim. Pesquisadora: Agora me ajudem então! 5% equivalem a quantas pessoas? Victor: 21. Milena: 21. Isabelle: Espera aí, to fazendo. Todos os participantes: 21 pessoas. Pesquisadora: Eu quero 63 pessoas, alguém tem alguma idéia? Matheus: 21 + 21 + 21. Pesquisadora: Muito bem, mas e daí? Quanto que dá em porcentagem?

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Victor: 15% professora. Pesquisadora: É isso mesmo 7ª série? Todos os participantes: É. Pesquisadora: Outra maneira também. 63 é 42 + a metade de 42, portanto, se 42 é igual a 10 %, a metade de 42 que é 21 será 5%. Aí teremos que 63 é 42 + 21 e que então será 10% + 5% = 15% Então, vamos agora completar a tabela. Futebol, quantos por cento? Todos os participantes: 50% Pesquisadora: Vôlei? Todos os participantes: 25% Pesquisadora: Corrida? Todos os participantes: 10% Pesquisadora: Basquete? Todos os participantes: 15% Pesquisadora: Já respondemos então a questão a. Vamos agora responder a b. Segue abaixo a resolução do exercício feito pelo aluno P.F.

Figura 36: Exercício elaborado pelo aluno P.F.

b) Qual dos gráficos de setores a seguir representa melhor os dados da tabela? Justifique sua resposta

Felipe: 1. Isabelle: O 3. Victor: O 3. Matheus: 2. Pesquisadora: Justifique a sua resposta. Victor: Posso responder professora? Pesquisadora: Responde alto Victor.

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Victor: Porque o rosinha representa 50%, o vermelhinho 25%, o amarelinho 15% e o branco 10%. E o que mais parece é o 3. Pesquisadora: Percebeu isso 7ª série? Olhem aí. A cor rosa é a metade do círculo, a vermelha é a metade da metade, aí já dá para concluirmos que será a figura 3, pois, em nenhuma outra temos a parte rosa a metade e a vermelha a metade da metade. Segue abaixo a resolução do exercício feito por um aluno.

Figura 37: Exercício elaborado pelo aluno F.A.

c) Que cor corresponde a cada um dos esportes?

Matheus: Lilás: futebol Pesquisadora: Rosa? Todos os participantes: Futebol. Pesquisadora: Vermelho? Todos os participantes: Vôlei. Pesquisadora: Amarelo? Todos os participantes: Basquete. Pesquisadora: Branco? Todos os participantes: Corrida. . Segue abaixo a resolução do exercício feito por um aluno.

Figura 38: Exercício elaborado pelo aluno M.B.

d) Agora construa o gráfico de setores.

Guilherme: Esse gráfico é muito difícil

Luana: Não sei fazer

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Na construção do gráfico os alunos copiaram o gráfico 3, como mostra a

figura 39. Outros falaram que não iriam construir o gráfico, pois era o gráfico 3 do

item b da mesma questão, então não precisava copiá-lo de novo.

Figura 39: Exercício elaborado pelo aluno L.V.

No exercício 8, foi pedido para que os alunos participantes fizessem sozinhos

em casa, assim, poderiam praticar mais o exercício sozinhos.

Atividade 8 8) O resultado de uma pesquisa feita com 80 pessoas em relação à preferência sobre o destino de uma viagem gerou o seguinte gráfico:

a) Usando um transferidor, meça os ângulos centrais de cada setor circular representado no gráfico, Anote-o na tabela abaixo.

b) Calcule as porcentagens que representam a razão entre cada ângulo e 360°. Anote-as na tabela.

c) Calcule o número de pessoas que escolheu cada tipo de viagem. Anote na tabela.

Local Ângulo central % Número de pessoas Praia Montanha Cidades históricas Outros Total 100 80

d) Agora, construa o gráfico de setores.

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Antes de começarmos a aula 08 e 09, foi solicitada aos alunos a entrega da atividade 08, feita em casa. Como não era esperado, mais da metade da sala de aula não fizeram, e os que fizeram, esqueceram em casa. Aula 08 e 09 Atividade 9 9) Complete a tabela, utilizando os dados do exercício 04.

Distribuição de notas dos 10 alunos que fizeram a primeira prova de Matemática

Nota Número de alunos

Porcentagem Ângulo

A B C D Total

Agora, construa um gráfico de setores com os dados da tabela preenchida

Pesquisadora: Analisando a tabela, quantos alunos fizeram a prova de Matemática? Isabelle: 1, 2, 3, ... 10 professora. Matheus: Só um que não fez Milena: A Laura que não fez. Guilherme: Professora lá no total tem que colocar 11 né? Pesquisadora: Não!! Olha o que está escrito: Distribuição de notas dos 10 alunos que fizeram a primeira prova de Matemática Agora vamos preencher a tabela. Quantos alunos tiraram A? Todos os participantes: 1 Pesquisadora: Quantos tiraram B? Todos os participantes: 2 Pesquisadora: Quantos tiraram C? Todos os participantes: 5 Pesquisadora: Quantos tiraram D? Todos os participantes: 2 Pesquisadora: A hora que somarmos tem que dar 10 alunos, pois foram só 10 alunos que fizeram a prova. Guilherme: humm!!! Pesquisadora: Agora vamos preencher a coluna da porcentagem. Matheus: Esse é mais fácil né, só tem 10. Victor: Tudo é 100% né prô? Pesquisadora: Isso! Sempre o todo em porcentagem será 100%. Milena: Então 5 alunos é 50%? Pesquisadora: Isso mesmo Milena. Vamos preencher a tabela então. Vamos começar pelos 5 alunos. Temos no total que 10 alunos fizeram a prova de matemática, portanto, 10 alunos equivalem a quantos por cento? Todos os participantes: 100%

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Pesquisadora: 5 alunos? Todos os participantes: 50% Pesquisadora: 1 aluno? Todos os participantes: 10% Pesquisadora: 2 alunos? Todos os participantes: 20% Pesquisadora: 2 alunos de novo? Todos os participantes: 20% Pesquisadora: Somando tudo quem de dar? Todos os participantes: 100%. Pesquisadora: Agora vamos transformar os valores em porcentagem para graus. O gráfico de setores equivale a uma volta completa de uma circunferência, que

portanto, representa 360º. Então 100% = 360º. Qual é a porcentagem dos alunos que tiraram C? Victor e Milena: 50% Pesquisadora: Agora 7ª série transformem esses 50% em graus. Quem me responde? Matheus: 180º Pesquisadora: É isso mesmo 7ª série? Todos os participantes: É. Pesquisadora: Agora da mesma maneira, quando passamos de valor absoluto para porcentagem, vamos transformar de porcentagem para graus. E 10%? Milena: Professora, tem que pegar o 360 e dividir por 10? Pesquisadora: Isso mesmo Milena. Então, como que fica? Guilherme: Espera aí, to dividindo. Victor: 36 pro. Pesquisadora: Isso mesmo, portanto, 10% equivalem a 36º. E 20%? Isabelle: pega o 32 e faz vezes 2. Todos os alunos: 72º

No exercício 9, temos dois exemplos de soluções de alunos ao completar a

tabela solicitada. Nota-se na solução do exercício feita pelo aluno D.M, que os

valores a serem dados em graus foram colocados em porcentagem. Já a solução do

aluno C.A. está correta.

Figura 40: Exercício elaborado pelo aluno D.M.

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Figura 41: Exercício elaborado pelo aluno C.A.

Pesquisadora: Então vamos completar a tabela e em seguida construir o gráfico.

Na construção do gráfico de setores desse exercício, o gráfico apresentado

na figura 42 construído pelo aluno F.S. não aparece centralizada a circunferência,

portanto, o gráfico foi construído incorretamente. No gráfico construído pelo aluno

D.B. foi localizado o centro, o que tornou o gráfico correto, como mostra a figura 43.

Figura 42: Exercício elaborado pelo aluno F.S.

Nota Número de alunos

Porcentagem Ângulo

A 1 10% 36º B 2 20% 72º C 5 50% 180º D 2 20% 72º Total 10 100% 360º

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Figura 43: Exercício elaborado pelo aluno D.B.

Para a construção do gráfico, a maioria dos alunos usou a porcentagem. Os

que perceberam o erro, não conseguiram transformar em graus, então, solicitaram a

ajuda da pesquisadora para a transformação de porcentagem para graus. A

pesquisadora buscou sempre entender as respostas dos alunos participantes,

questionando e tentando resolver as dúvidas surgidas e solicitando que explicassem

a estratégia que estavam utilizando. Ao longo da leitura das atividades, bem como

nos momentos em que eram questionadas as respostas apresentadas pelos

participantes, a pesquisadora ressaltava sempre a necessidade de buscar as

respostas no próprio gráfico.

Para Onrubia (2004), a interação professor-aluno é básica na criação de ZDP.

Por meio dessa interação, alcança-se o objetivo de que alguém aprende

determinado saber com a ajuda planejada de outro alguém mais competente nesse

saber.

Nessa aula, a pesquisadora procurou incluir um acompanhamento das

atuações dos participantes menos competentes, aproximando-o de outro mais

competente naquele aspecto. Esse processo atende ao critério de Onrubia (2004, p.

139) de promover a utilização e o aprofundamento autônomo dos conhecimentos

que os alunos estão aprendendo.

Durante todas as aulas apresentadas acima, a pesquisadora teve uma

preocupação em criar um ambiente favorável para o desenvolvimento da

aprendizagem na ZDP por meio de mediação planejada, possibilitando aos

participantes progredir na apropriação de conhecimentos formais, próprios da

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resolução de problemas, e de conhecimentos necessários à vida social, uma vez

que as temáticas que orientaram as atividades focavam temas relevantes do

cotidiano, necessários à formação do aluno de um ponto de vista mais amplo.

5.4 DESEMPENHOS DOS ALUNOS NA ATIVIDADE (DUPLAS) DE COLETA,

ORGANIZAÇÃO, REPRESENTAÇÃO E CONSTRUÇÃO DE GRÁFICOS E

TABELAS

A fundamentação teórica de Gerard Vergnaud sobre os Campos Conceituais

permite-nos fazer algumas considerações sobre a atividade em dupla, proposta

como projeto, e sobre os resultados da mesma.

No tripé Situação, Invariante, Representação Simbólica (S,I,R) da Teoria dos

Campos Conceituais, destacamos algumas situações propostas para os alunos

participantes no tratamento da informação: coleta e organização de dados,

elaboração de tabelas e construção de gráficos e as resoluções apresentadas por

algumas duplas de alunos como modo de caracterizar o desempenho dos mesmos.

Cabe lembrar que para essa etapa da pesquisa, coube aos alunos coletar,

organizar e construir gráficos e tabelas.

Como Invariantes operatórios destacaram-se as relações entre as variáveis

de um gráfico, quantificação/comparação de categorias, identificação do ponto de

máximo e mínimo de um gráfico.

As representações simbólicas foram feitas por meio de tabelas e gráficos

estatísticos, especificamente gráficos de barras verticais.

Considerando a contribuição de Santos (2003, p. 26), apresentamos a Figura

44, adaptada às características deste estudo, que traz as situações, os invariantes e

as representações envolvidas na atividade de coleta, organização e construção de

gráficos e tabelas realizada pelos alunos participantes em dupla.

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Figura 44 – Situações, Invariantes e representações envolvidas na atividade em dupla. Fonte: Adaptado de Santos, 2003

Considerando a contribuição de Curcio (1987, 1989) e Li Shen (1992) para a

análise das dificuldades mais comuns no Tratamento da Informação, conforme

análise prévia, apresentamos a seguir, o Quadro 1 que expõe as dificuldades de

cada uma das 10 duplas, na realização da atividade de Tratamento de Dados

ocorrida após intervenção.

S - (Situações)

Coleta e

organização de

dados

Interpretação e

elaboração de

tabelas

Construção de

gráficos

Gráficos com

diferentes

escalas

Leitura e

interpretação de

gráficos

Localização de ponto de

máximo/mínimo de um

gráfico

Composição de grupos

União (cálculo do total

de variáveis)

Quantificação/compa-

ração de categorias

Crescimento e

decrescimento de um

gráfico

Relações parte/todo

Tabela

Gráficos de barras

verticais

Gráficos de dupla

entrada

I(Invariantes-objetos,

propriedades e relações)

R –(Representações

simbólicas)

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Quadro 1 – Dificuldades mais comuns apresentadas na construção de gráfico Duplas Dificuldades

01

02

03

04

05

06

07

08

09

10

Diferença entre as unidades de medida de um ponto para o seu sucessor no eixo das abscissas/ordenadas

x

Não há espaço entre uma coluna à outra nos eixo das abscissas

x

x

No eixo das ordenadas o zero (ponto inicial) tem unidade.

x

x

Não colocou rótulos de eixos e escalas

x

Não escreveu quem foi o público Alvo

x

Não construiu a tabela.

x x

Observando, analisando e comparando o quadro 1 com as dificuldades

apresentadas na questão 2 do pré-teste 1, temos que metade dos alunos erraram a

escala no eixo das ordenadas. Já a atividade realizada em dupla, após a

intervenção, mostrou-nos que a dificuldade deixou de existir, pois 100% das duplas

usaram corretamente a escala. Portanto, a intervenção da pesquisadora na aula 2 e

3, que abordava os conteúdos de análise, interpretação e construção de gráficos de

barras/colunas, mostrou-se bastante eficaz e significativa para os alunos. Isso pode

ser decorrência do fato de que a pesquisadora trabalhou intencionalmente para que

o aluno pudesse relacionar os conteúdos prévios provavelmente aprendidos em

séries anteriores; além disso, a pesquisadora reforçou durante as aulas que o uso

das escalas é uma característica muito marcante na construção dos gráficos.

Outro fator que chamou bastante à atenção foi o esquecimento, por parte dos

alunos, da elaboração da tabela, na questão 2 do pré-teste 1. Naquele momento, 13

alunos não fizeram, e o motivo relatado posteriormente por eles foi a falta de

atenção na leitura do enunciado. Já na atividade feita em dupla, somente duas das

dez duplas não construíram a tabela. O melhor desempenho dos alunos, nesse

tópico, pode ser explicado pelo fato de que, durante a intervenção,este aspecto

evidenciou a falta de atenção entre os alunos, fato que foi explorado pela

pesquisadora, conforme já exposto na aula 1 da intervenção.

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Como mostra a figura 45, a dupla 2 não seguiu corretamente a unidade de

medida de um ponto para o seu sucessor no eixo das ordenadas. Vale à pena

ressaltar que Lima (2010) também encontrou esse tipo de dificuldade dos alunos, do

ensino supletivo (EJA) com a escala.

Figura 45 – Atividade elaborada pela dupla 2

Duas duplas não apresentaram melhor desempenho na localização do ponto

zero no gráfico, atribuindo unidade de medida ao ponto. Esse resultado demonstra

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que para os alunos dessas duplas há dificuldade com o trabalho de numeração,

próprio do Campo Aditivo, na medida em que atribuíram unidade de medida ao zero,

como mostra a figura 46.

Figura 46 – Atividade elaborada pela dupla 1.

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94

Já em relação aos pontos de máximo/mínimo, conceitos próprios do Campo

Multiplicativo, as duplas demonstraram maior afinidade, explicitadas nos gráficos de

barras verticais.

A dupla de número 10não construiu a tabela solicitada e não escreveu quem

foi o público-alvo (figura 47). Salienta-se que os alunos que compuseram essa dupla

já haviam apresentado individualmente os mesmos tipos de erro quando submetidos

ao pré-teste 1. Médici (2007), em pesquisa realizada com alunos do 6º ano, também

encontrou as mesmas dificuldades na apresentação das informações necessárias à

leitura de gráficos e tabelas.

Figura 47 –Atividade elaborada pela dupla10.

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A figura 48 mostra que não há espaço entre uma coluna à outra nos eixo das

abscissas, o mesmo resultado foi encontrado por Médici (2007) no estudo com

alunos de 5ª série.

Figura 48 –Atividade elaborada pela dupla 9.

Analisando a atividade de Tratamento de Dados em dupla, concluiu-se que

não houve diferença significativa nos resultados, comparada com o pré-teste 1, no

que diz respeito à obediência dos pontos no eixo vertical do plano cartesiano, isto

porque, em ambas as etapas da pesquisa, os participantes não encontraram

dificuldades nesse aspecto da atividade, conforme mostram as figuras 49 e 50.

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Figura 49 – Atividade elaborada pela dupla 7.

Figura 50 – Atividade elaborada pela dupla 8 .

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97

A atividade em duplas, baseada no modelo de projeto, ou seja, envolveu

etapas da análise exploratória proposta por Batanero e Díaz (2004) que destacam a

sua importância na contextualização dos conteúdos em situações interessantes para

os alunos.

Além disso, essa abordagem permitiu a geração de situações de

aprendizagem contextualizadas em temas de interesse para o aluno, conforme

recomendam Coutinho e Miguel (2011) que ainda apontam que essa abordagem

não impõe o trabalho com ferramentas matemática complexas.

De modo geral, os resultados levam a consideração de que o trabalho em

grupo, baseado na cooperação entre os participantes mostra um grande avanço e

melhoria significativa no desenvolvimento da realização da atividade proposta.

Médici (2007), baseada em sua pesquisa com alunos da 5ª série do Ensino

Fundamental reforçou a idéia de que a participação ativa dos alunos em todas as

etapas do processo (desde a formulação do problema de pesquisa, coleta e

organização de dados), permitiu a construção e o entendimento de significados das

noções de estatísticas por parte dos alunos.

Essa consideração vai ao encontro da teoria de Vigotsky, no que se refere à

ZDP e justifica a importância do trabalho docente planejado para a criação de ZDP e

na intervenção nesse espaço do processo de desenvolvimento cognitivo, conforme

orienta Onrubia (2004).

5.5 COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS DO PRÉ E PÓS-TESTES 1 E 2 Teste 1 – Questão 1

Para a questão 1 (a e b) pré-teste observou-se que 6 alunos não

responderam a questão, esse comportamento não aconteceu para a mesma

questão no período pós-intervenção (tabela 1). Vale ressaltar que a atividade foi

realizada individualmente nos dois momentos, antes da intervenção e pós-

intervenção.

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TABELA 1: Análises do resultado da questão 1 no pré e pós-teste 1

Pré-teste Pós-teste Quest.1 Acertos Erros Em

branco Acertos Erros Em

branco A 5 9 6 18 2 0 B 4 10 6 18 12 0 Fonte: análises da pesquisa feita com alunos da 7ª série/ 8º ano

Conforme previsto na análise prévia, metade dos alunos não tinha o domínio

dos conceitos abordados na questão trabalhada, isso gerou uma grande quantidade

de erros antes da intervenção tanto no item A quanto no item B. Na Pós-intervenção,

observou-se uma melhora significativa de acertos no item A, que passou de 5 para

18, o que não foi tão significativo no item B, que passou de 4 acertos para 8.

Acredita-se que o número de erros na questão 1 B ocorreu devido à falta de

conhecimento dos alunos sobre esse assunto, talvez fosse necessária uma

quantidade maior de aulas de intervenção para chegar num resultado melhor.

Segue abaixo dois exemplos de respostas feitas por alunos.

Figura 51 – Exercício elaborado no pós-teste pelo aluno L.M.

Figura 52 – Exercício elaborado no pós-teste pelo aluno F.A.

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Teste 1 – Questão 2

Antes da intervenção da pesquisadora os alunos apresentaram muita

dificuldade para a construção do gráfico, como mostra a tabela 2 abaixo.

TABELA 2: Análises do resultado da questão 2 no pré e pós-teste 1

Fonte: análises da pesquisa feita com alunos da 7ª série/ 8º ano

Esses resultados também foram apontados por Lima (2010) em pesquisa com

estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no ensino fundamental e médio,

que considerou o fato como resultante da grande dificuldade conceitual

apresentadas pelos alunos.

No pós-teste, os alunos apresentaram melhor desempenho, pois diminuiu a

quantidade de erros na construção do gráfico. Contudo, sete alunos não elaboraram

o gráfico de maneira correta, apresentando as mesmas dificuldades que no pré-

teste, conforme visto no capitulo anterior. Sendo essas dificuldades:

erro na escala (eixo vertical), 3 alunos tiveram essa dificuldade;

2 alunos não colocaram nenhum dado no gráfico, como legendas,

títulos e indicações das unidades para cada variável (como mostra a

figura 53);

ausência da construção dos eixos das ordenadas e abscissas,

aproveitando a lateral esquerda e a parte inferior da folha,

apresentaram essa dificuldade 2 dos alunos.

Acertos Erros Pré-teste 4 16 Pós-teste 13 7

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Figura 53 – Exercício elaborado no pós-teste pelo aluno R.T.

Figura 54: Exercício elaborado no pós-teste pelo aluno G.C.

Percebe-se que o desempenho melhorou após a mediação e intervenção da

pesquisadora, na figura 54 pode-se observar a atividade de construção de gráfico

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elaborada corretamente no período pós-teste pelo aluno G.C sendo que esse

mesmo aluno na elaboração da mesma atividade no pré-teste não obteve o mesmo

êxito, vale lembrar que foi o mesmo que construiu o gráfico de linhas. Os acertos

nessa atividade passaram de 4 alunos para 13 (tabela 2). Apesar desses resultados

mais positivos, eles ainda apresentaram problemas na construção e elaboração do

gráfico, sendo que as principais dificuldades foram a escala e a falta de informação

do gráfico. E mesmo depois da intervenção, 18 dos alunos não elaboraram a tabela.

Uma explicação fornecida pelos próprios alunos para esse fato foi à falta de atenção

na hora de ler o enunciado da questão.

Considerando a importância da mediação no processo de ensino

aprendizagem no espaço da ZDP, os dados deixaram evidente a contribuição da

interação com o professor-pesquisador e entre os próprios alunos na superação de

dificuldades na aprendizagem dos conteúdos do Tratamento da Informação. No

entanto, há que se destacar que o tempo da intervenção pode não ter sido suficiente

para avançar mais no processo, o que não invalida a importância dessa interação

planejada.

Teste 2 de Tratamento de Dados Depois de analisados e interpretados os resultados das atividades realizadas

pelos alunos nas duas ocasiões (pré-teste e pós-teste), percebemos que os alunos,

de maneira geral, obtiveram um melhor desempenho no pós-teste, novamente

evidenciando a importância da intervenção, conforme pode ser observado na tabela

3. Depois da intervenção houve uma melhora significativa na quantidade de acertos

por questão, somente a questão 6 apresentou uma redução na quantidade de

acertos.

A questão 1 após a intervenção houve uma melhora em relação aos acertos da

mesma questão, passando para 12 acertos, contudo, os resultados mostraram que

os alunos ainda apresentaram dificuldades na interpretação do gráfico, pois 8 dos

alunos que erraram a questão colocaram a alternativa C como correta.

A questões 2, 3 e 5 foram as que obtiveram um maior número de acertos tanto

antes da intervenção quanto após a intervenção. Ficou evidenciado que, depois da

intervenção, os alunos participantes apresentaram uma melhora no número de

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acertos por questão. Vale enfatizar que na questão 2, que já no pré-teste apresentou

um bom desempenho, no pós-teste melhorou ainda mais, sendo que todos os

alunos acertaram a questão.

TABELA 3: Análises do resultado do pré e pós-teste 2

Fonte: análises da pesquisa feita com alunos da 7ª série/ 8º ano

Na questão 4, aumentou significativamente o número de acertos depois da

intervenção, que passou de 7 para 16. A intervenção pode ter superado as possíveis

dificuldades dos alunos, pois, nesse caso, a polêmica em torno da leitura da

evolução do gráfico de linha em determinado do período de tempo gerou o

envolvimento dos alunos na atividade.

Na questão 6, ocorreu o maior número de erros no pós-teste do que no pré-

teste 2, além disso, o número de acertos foi relativamente menor comparado com as

outras questões, o que não era esperado. Isso mostra que os alunos apresentam

uma defasagem e falta de conhecimento no conteúdo de porcentagem. Logo, ficou

evidenciado que a falta de conhecimento prejudicou o desempenho dos alunos,

tornando-se necessário um maior número de aulas sobre esse conteúdo para

alcançar um resultado melhor. Vergnaud (1996) refere-se a diversas dificuldades

das crianças na compreensão de alguns tipos de divisão. Uma delas é decorrente da

necessidade de serem efetuados cálculos relacionais diferentes, por exemplo,

procurar e obter a extensão da parte.

Depois da intervenção, tanto na questão 7 quanto na questão 8, houve um

aumento significativo no número de acertos.

Portanto, a mediação do professor-pesquisador e a relação entre educador e

educando demonstrou ser de extrema importância e muito eficaz, pois permitiu uma

melhor compreensão dos conteúdos que estavam sendo trabalhados, e contribuiu

assim com uma aprendizagem mais significativa.

Número das questões Acertos antes da intervenção Acertos após a intervenção 01 8 12 02 16 20 03 15 18 04 7 16 05 10 16 06 7 6 07 7 13 08 9 4

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103

De acordo com Hoffmann (2008), a mediação traz diversos benefícios,

favorecendo a qualidade das aprendizagens e a aquisição do conhecimento, pois é

por meio dela que ocorre o conflito, desequilíbrio e resoluções de problema que, por

conseguinte, promovem e favorecem a reflexão do educando sobre suas ações.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo deste estudo foi descrever e analisar o desempenho de alunos de

7ª série / 8º ano do ensino fundamental na organização, representação, construção

e interpretação de gráficos e tabelas ao longo do processo de aprendizagem em

sala de aula.

Os dados analisados resultam das atividades realizadas por 20 alunos de

uma turma de 7ª série / 8º ano (12 ou 13 anos) do Ensino Fundamental de uma

escola estadual da cidade de São Paulo.

Dados do perfil pedagógico e sociofamiliar mostraram que a disciplina de

Matemática é considerada como a mais difícil em relação às demais, e dentro do

próprio conteúdo de Matemática os alunos participantes julgam como o 2º conteúdo

mais difícil a interpretação de gráficos. Essa pesquisa também mostrou que 13

desses alunos já foram reprovados durante sua vida acadêmica e que somente pais

de 6 alunos frequentam todas as reuniões de pais.

Os gráficos são representações visuais que permitem uma melhor

compreensão de informações. A possibilidade de o aluno entender todo o processo

de construção dessas representações torna-se fundamental, já que a atividade criou

uma situação que levou os alunos a perceberem o seu significado.

Para alcançar o objetivo mais amplo, objetivos específicos corresponderam a

quatro etapas da pesquisa. Destacam-se a seguir alguns pontos importantes que os

resultados puderam evidenciar.

Buscou-se caracterizar o domínio (inicial) dos alunos em termos de

conhecimentos necessários para elaboração de tabelas e gráficos.

De modo geral, podemos destacar que o domínio inicial dos alunos,

representado pelo desempenho no pré-teste 1, mostrou que os mesmos

apresentaram muita dificuldade na execução da tarefa solicitada, mostrando o não

domínio dos conceitos abordados. Quanto à construção do gráfico, as principais

dificuldades foram: ignorar a escala no eixo vertical, não elaborar a tabela e deixar

de colocar informações, como, rótulos e títulos.

Em relação ao pré-teste 2, que contemplava oito questões de múltipla

escolha, as questões que foram apresentadas com maior número de dificuldades

foram as que exigiam do aluno localizar as variáveis de crescimento, decrescimento

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105

e estabilidade; seguida das questões de porcentagem em que o aluno precisava

relacionar porcentagem com fração.

No que se refere à etapa relativa ao processo da intervenção planejada e

desenvolvida em sala de aula e que permitiu descrever e analisar as características

da aprendizagem dos alunos na organização, representação e interpretação de

tabelas e gráficos, buscou-se sempre entender as respostas dos alunos

participantes, questionando e tentando resolver as dúvidas surgidas e solicitando

que explicassem em voz alta a estratégia que estavam utilizando. Com isso, esse

debate propiciado durante as aulas de intervenção foi possível o confronto de pontos

de vista próprios dos conflitos de ideias e a conseqüente reflexão dos assuntos

abordados, uma vez que as temáticas que orientaram as atividades focavam temas

relevantes do cotidiano.

A terceira etapa das análises buscou caracterizar o desempenho dos alunos

na atividade (projeto) em duplas de coleta, organização, representação e construção

de gráficos e tabelas. O avanço foi significativo já que dos erros surgidos apenas

duas das duplas não construíram a tabela e outras duas atribuíram uma unidade de

medida ao ponto zero no eixo das ordenadas.

Essa atividade possibilitou o trabalho em equipe, pois houve divisão tarefas,

negociação dos procedimentos, cooperação e exigência de responsabilidade e

compromisso com o colega.

Durante a atividade, o aluno pôde perceber que quando começa a pensar

realmente no que vai pesquisar, elabora o problema de pesquisa, escolhe seu

publico alvo, faz a coleta dos dados, constrói o gráfico, ele se torna autor da

pesquisa.

A atividade em duplas, baseada no modelo de projeto, envolveu etapas da

análise exploratória e como já disseram Carmen Batanero e Carmen Diaz, esse

processo de trabalho é muito importante na contextualização dos conteúdos, que

torna as situações interessantes para os alunos.

A quarta etapa das análises, interligando os processos e os resultados da

atividade de intervenção e da atividade (projeto) em duplas, buscou caracterizar o

processo de interação professor-aluno e aluno-aluno na aprendizagem em sala de

aula.

De um modo geral, os resultados permitiram considerar que o trabalho em

equipe, baseado na cooperação entre os participantes professor-aluno e aluno-aluno

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apresenta um grande avanço e melhoria significativa no desenvolvimento das

atividades propostas.

Os aportes teóricos Lev S. Vigotsky – com destaque para a noção de ZDP –

foram de fundamental importância tanto como base no planejamento das atividades

quanto como referencial de análise para os dados coletados. Foi possível encontrar

elementos concretos em relação às possibilidades de aprendizagem quando se tem

como foco e objetivo o trabalho planejado na criação e intervenção no espaço da

ZDP para o favorecimento do processo de desenvolvimento cognitivo.

Os momentos de interação entre professor-aluno e aluno-aluno puderam

provocar o procedimento de construção, modificação, desenvolvimento e

diversificação dos esquemas de conhecimento propiciados pela aprendizagem

escolar.

Finalmente, após a realização de todas as etapas, foi possível aplicar os

instrumentos de pós-teste com o objetivo de caracterizar o domínio dos alunos em

termos de conhecimentos para elaboração de tabelas e gráficos após a realização

intervenção e da atividade proposta como projeto desenvolvida em sala de aula.

Em síntese, para este aspecto, depois de analisados e interpretados os

resultados das atividades realizadas pelos alunos nas duas ocasiões (pré-teste e

pós-teste), percebemos que os alunos, de maneira geral, obtiveram um melhor

desempenho no pós-teste, novamente evidenciando a importância da intervenção.

Depois da intervenção houve um avanço significativo na quantidade de acertos por

questão.

Portanto, a mediação do professor-pesquisador e a relação educando-

educando mostraram-se de extrema importância e muito eficaz. A mediação

favorece a ocorrência do conflito, do desequilíbrio favorecendo a resoluções de

problemas e a reflexão do educando sobre suas ações.

Há que se destacar ainda o foco nos processos de ajuda e ajuste da ajuda no

espaço da ZDP que também possibilitou aos participantes evidentes progressos na

apropriação de conhecimentos formais, próprios da resolução de problemas e de

conhecimentos necessários à vida social.

A proposta de atividade baseada em atividade (projeto) em duplas focadas na

ação do aluno na eleição de tema, preparação para a coleta, coleta e análise,

construção de gráficos e tabelas foi positiva, visto que, durante a atividade, o aluno

pôde perceber que quando começa a pensar realmente no que vai pesquisar,

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107

elabora o problema de pesquisa, escolhe seu publico alvo, faz a coleta dos dados,

constrói o gráfico, ele se torna autor da pesquisa, e assim sendo, percebe sua

importância e do mesmo modo, constroi seus novos e próprios conceito.

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113

APÊNDICES APÊNDICE 1 – Questionário aplicado aos alunos

QUESTIONÁRIO DO ALUNO

Caro(a) aluno(a), as informações das respostas deste questionário ajudarão a

pesquisa realizada pela professora Adriana Basseti para o curso de mestrado que

realiza na Universidade Bandeirante de São Paulo.

Essa pesquisa tem como objetivo entender melhor como os alunos interpretam

e constroem gráficos. O resultado dessa pesquisa poderá contribuir também para a

qualidade do trabalho dos professores>

Idade: .......................................... Sexo: ( ) masculino ( ) feminino

Escola: .....................................................................................................................

1. Você freqüenta escola desde:

( ) a educação infantil

( ) primeiro ano

( ) depois do primeiro ano.

2. O seu ensino fundamental I você concluiu em que escola? E em que ano?

............................................................................................

3. Você já foi reprovado?

( ) Não

( ) Sim. Uma vez.

( ) Sim. Duas ou mais vezes.

4. Você trabalha fora de casa? Se sim, quantas horas? E em que?

( ) Sim ( ) Não

..........................................................................................

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5. Seus pais (ou responsável) trabalham fora?

( ) Sim ( ) mãe

( ) pai

( ) os dois

( ) Não

6. Seus pais (ou responsável) vão à reunião de pais?

( ) Sempre

( ) Às vezes

( ) Nunca.

7. Seus pais (ou responsável) conversam com você sobre o que acontece na

escola?

( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes

8. Que tipos de leitura, além dos livros escolares você costuma fazer?

( ) gibis e histórias em quadrinhos

( ) romances, aventuras, ficção científica

( ) jornais e revistas

( ) livros de curiosidades científicas

( ) notícias e textos da internet

( ) outros ...........................................................................................

( ) Nenhum.

9. Quantos livros você tem em casa, fora os livros escolares?

( ) Nenhum

( ) de 1 a 10 livros

( ) de 11 a 20 livros

( ) mais de 21 livros.

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10. Caso tenha livros em casa, do que se trata? Sobre quais assuntos gosta mais de

ler?

...............................................................................................................

11. Qual das matérias abaixo você tem mais facilidade?

( ) Língua Portuguesa

( ) Matemática

( ) Ciências

( ) História

( ) Geografia

( ) Mais de uma: ..........................................................

12. Qual das matérias abaixo você tem mais dificuldade?

( ) Língua Portuguesa

( ) Matemática

( ) Ciências

( ) História

( ) Geografia

( ) Mais de uma: .....................................................

13. Você gosta de estudar Matemática? ( ) Sim ( ) Não

Por quê? .................................................................................................

.................................................................................................................

14. Que atividades de Matemática você acha mais difícil?

( ) Contas de Adição e Subtração

( ) Contas de Multiplicação e Divisão

( ) Resolução de problemas

( ) Porcentagens

( ) Interpretações de gráficos

( ) Entender as frações e decimais.

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15. Como você participa das aulas de Matemática?

(Assinale mais de uma alternativa, se for o caso.)

( ) Prestando atenção às explicações da professora.

( ) Fazendo perguntas quando não entendo alguma coisa.

( ) Presto ajuda aos colegas que estão com dificuldades, dando dicas de como

resolver os exercícios.

( ) Fazendo todas as tarefas propostas.

( ) Outras formas: .............................................................................

16. Você faz as lições de casa de Matemática?

( ) Sempre ou quase sempre

( ) De vez em quando

( ) Nunca ou quase nunca

17. Você utiliza o que aprendeu em Matemática nas situações fora da escola?

( )Sim ( )Não ( )Não sei

Se respondeu Sim, o que do conteúdo matemático ajuda a resolver as situações fora

da escola? ......................................................................................................

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APÊNDICE 2 – Pré e Pós-teste 1 sobre Tratamento da Informação

1. Vamos desenvolver um projeto de pesquisa.

a) O que é público-alvo?

....................................................................................................................

....................................................................................................................

b) O que é um problema de pesquisa? ....................................................................................................................

....................................................................................................................

2. Faça uma tabela e um gráfico que represente os seguintes dados:

Numa classe de 32 alunos de 7º ano foi pesquisado que time de futebol você torce. Dos dados coletados, temos que 12 alunos torcem para o Corinthians, 5 torcem para o Santos, 7 torcem para o Palmeiras, e 8 para o São Paulo.

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APÊNDICE 3 – Pré e Pós-teste 2 sobre Tratamento da Informação

1. As médias de taxa de desemprego na grande São Paulo no período 1991 – 1996

é apresentado no gráfico abaixo (fonte SEP: convênio Seade – Dieese) SARESP,

2005c)Com relação ao período apresentado no gráfico podemos dizer que:

(E) A taxa de desemprego diminuiu no período 1993 – 1995.

(F) A menor taxa de desemprego foi em 1995.

(G) A taxa de desemprego aumentou no período 1991 – 1993.

(H) A maior taxa de desemprego foi em 1996.

2. Foi realizada uma pesquisa entre os alunos da 6ª série de uma escola para saber

quais os times favoritos de cada aluno. O resultado encontra-se no gráfico abaixo:

(SARESP, 2005b)

Observando o gráfico, é correto dizer que na 6ª série desta escola os times que têm mais de 25 torcedores são: (E) Santos e São Paulo

(F) São Paulo e Palmeiras

(G) São Caetano e Ponte Preta

(H) Santos e Corinthians.

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.3. Uma pesquisa foi respondida por 200 pessoas, que indicaram o local que mais

freqüentam nos finais de semana. A distribuição das respostas está registrada na

tabela seguinte:

O gráfico de setores que representa o resultado dessa pesquisa pode ser: (SARESP, 2005a)

4. O gráfico abaixo mostra como variou a temperatura em uma cidade durante um

certo dia.(SARESP, 2006a)

Pode-se afirmar que: (E) A temperatura máxima foi atingida ao meio-dia.

(F) A temperatura mínima ocorreu por volta das 4 da manhã.

(G) No período entre as 0 e as 12 horas a temperatura foi crescente.

(H) No período entre as 12 e as 24 horas a temperatura foi decrescente.

Tempo (h)

Tem

pera

tura

°C

Tempo (h)

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5. Observe a tabela abaixo e veja como ela foi organizada. O espaço destinado a

figuras quadrangulares vermelhas é: (SARESP, 2005c)

(B) I (B) II (C) III (D) IV

6. Para mostrar como se distribui a preferência dos alunos de uma escola por

estilo de música (rock, MPB, funk ou pagode) foi preparado o gráfico abaixo, no qual

a legenda foi omitida. (SARESP, 2006b)

Se os alunos que preferem MPB correspondem a aproximadamente 25% do total, a região correspondente do gráfico é:

7. O dono de uma loja de artigos para costureiras fez o levantamento dos botões em estoque e organizou os dados obtidos na tabela seguinte. (SARESP, 2006a)

O gráfico que melhor representa os dados dessa tabela é

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8. Uma emissora de rádio fez uma pesquisa para saber qual era o tipo de música que seus ouvintes preferiam. Os gêneros mais votados foram samba, rock e música romântica. Os ouvintes foram classificados em dois grupos: os que tinham menos de 18 anos ou com 18 anos ou mais. (SARESP, 2007a)

O gráfico que representa os dados dessa tabela é:

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APÊNDICE 4 – Conteúdos da Intervenção Aula 01 Tabelando a Informação Leitura e construção 1) Faça uma tabela com o nome de todos os alunos. Em seguida, use essa mesma tabela para informar algo em relação aos dados que você listou. Por exemplo, a idade de cada aluno. (SÃO PAULO,2008a p. 3) 2) Monte uma tabela para representar as seguintes informações: (SÃO PAULO,2008a p.4) c) Qual é o time de futebol dos membros diretos da sua família? d) Quantos meninos e quantas meninas há na sala de aula? Aula 02 e 03 A Linguagem dos gráficos Leitura e construção 3) Observe o gráfico a seguir e responda às questões. (SÃO PAULO, 2008a p.14e15)

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a) Qual é a principal informação transmitida por esse gráfico?

b) Qual é a informação indicada na linha horizontal? E na vertical?

c) Por que a informação é apresentada por meio de barras duplas (nas cores azul e marrom)?

d) Identifique sua idade nas categorias etárias do gráfico e responda quantos

brasileiros nessa mesma faixa de idade (aproximadamente) consultaram o dentista até o ano de 1998.

e) Em que faixa de idade o número de pessoas que nunca consultaram o dentista é

maior do que o número de pessoas que já consultaram o dentista? f) Por que não foram colocadas barras na coluna referente à “idade ignorada”?

g) Qual é sua hipótese para o fato de a maior barra marrom estar na coluna “20 a 39 anos”?

h) Analisando o gráfico atentamente, é possível dizer quantos são, aproximadamente, os brasileiros na faixa de 0 a 4 anos de idade? Como é possível fazer essa estimativa e qual é o resultado obtido? 4) A tabela a seguir foi montada com base em uma entrevista feita com 11 alunos. (SÃO PAULO, 2008a, p 25)

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a) Construa um gráfico de barras representando a idade dos alunos entrevistados b) Analisando o gráfico que você construiu, responda:

Quem é o aluno mais velho?

Existe um padrão médio relativo às idades apresentadas ou elas são muito distintas entre os alunos? Aula 04 e 05 A Linguagem dos gráficos Leitura e construção 5) Observe atentamente o gráfico e responda às perguntas. (SÃO PAULO, 2008a, p 21 e 22)

a) Qual é a informação principal que o gráfico transmite?

b) Cada tracejado vertical do gráfico representa um período de quantos anos?

c) Ao longo dos anos descritos, a expectativa de vida do brasileiro, comparada à dos demais latino-americanos, melhorou ou piorou? d) As cinco linhas apresentadas no gráfico nunca se cruzam no período que vai de 1950 até 2000. Explique o significado dessa ocorrência. e) Dos cinco blocos de países, quantos haviam atingido a expectativa de vida de 60 anos no período de 1980 a 1985?

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6) Observe a tabela: (IEZZI; 2009, p.264)

Agora, faça um gráfico de linhas indicando o número de medalhas de ouro que o Brasil ganhou em cada ano. Aula 06 e 07 Gráficos de setores e proporcionalidade Leitura e construção 7) Uma pesquisa foi feita com 420 pessoas para saber qual esporte elas mais

praticavam. Os resultados encontram-se na tabela a seguir. (SÃO PAULO, 2008b, p 44 e 45)

Esporte praticado Número de pessoas % em relação ao total

Futebol 210

Vôlei 105

Basquete 63

Corrida 42

Total 420 100

a) Calcule a porcentagem de cada esporte escolhido em relação ao total de

entrevistados.

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b) Qual dos gráficos de setores a seguir representa melhor os dados da tabela? Justifique sua resposta.

c) Que cor corresponde a cada um dos esportes?

d) Agora construa o gráfico de setores. 8) O resultado de uma pesquisa feita com 80 pessoas em relação à preferência sobre o destino de uma viagem gerou o seguinte gráfico:(SÃO PAULO, 2008b, p 45)

a) Usando um transferidor, meça os ângulos centrais de cada setor circular representado no gráfico, Anote-o na tabela abaixo. b) Calcule as porcentagens que representam a razão entre cada ângulo e 360°. Anote-as na tabela. e) Calcule o número de pessoas que escolheu cada tipo de viagem. Anote na tabela.

Local Ângulo central %

Número de pessoas

Praia

Montanha

Cidades históricas

Outros

Total 100 80

f) Agora, construa o gráfico de setores.

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Aula 08 e 09 Gráficos de setores e proporcionalidade Construção 9) Complete a tabela, utilizando os dados do exercício 4.(SÃO PAULO, 2008a, p 29) Distribuição de notas dos 10 alunos que fizeram a primeira prova de Matemática

Nota Número de alunos

Porcentagem Ângulo

A

B

C

D

Total

Agora, construa um gráfico de setores com os dados da tabela preenchida.

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APÊNDICE 5 – Atividade em dupla sobre Coleta, Organização, Representação e Construção de Gráficos e Tabelas – (Projeto) Objetivos:

participar de experiências envolvendo análise de dados;

construir gráficos de barras, gráficos de segmentos ou gráficos de setores.

Desenvolvimento: 1. Em dupla, crie uma ficha entrevista para registrar algum dado que julgue

interessante pesquisar em relação ao público alvo escolhido. Segue alguns exemplos:

peso;

cor do cabelo;

sexo;

esporte preferido;

números de irmãos;

tipo de música preferido;

os atores ou as atrizes preferidos;

a maior preocupação dos alunos na classe;

a evolução das notas em cada bimestre;

o maior problema da cidade (ou bairro) na opinião de cada um;

ou outros que julgar interessantes.

2. Solicite aos entrevistados que preencham a ficha-entrevista. Depois com os dados coletados elaborem uma tabela.

3. As tabelas devem ser transformadas em gráficos.

4. Com base na tabela de dados, apresente outras análises de dados e

elaboração de gráficos que achar convenientes. Tome como referência os exemplos abaixo:

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ANEXOS ANEXO 1 – TERMO DE RESPONSABILIDADE DA ESCOLA

Eu, Prof.(a) ________________________________________________________,

diretor da Escola___________________________________________________________,

declaro ter conhecimento da pesquisa ______________________________sob a

responsabilidade da Prof_________________________ e autorizo sua realização com alunos

do __________________________, das __________________________séries, no ano de

20____.

Assinando esta autorização, estou ciente de que os alunos estarão respondendo: um

questionário para coletar informações sobre seus hábitos de leitura e a participação nas aulas

de matemática, além das atividades de tratamento de dados (construções e interpretações de

gráficos).

Fui informado que esta pesquisa está sendo desenvolvida por Adriana Vieira Basseti

aluna do mestrado acadêmico em Educação Matemática da Universidade Bandeirante de São

Paulo, sob a orientação da Profa. Dra. Maria Helena Palma de Oliveira.

_________________________________

Nome e assinatura

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ANEXO 2 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO - MENOR

Título da Pesquisa: Organização, Representação, Construção e Interpretação de gráficos por

alunos do 7ª série do Ensino Fundamental

Nome do (a) Pesquisadora: Adriana Vieira Basseti

Nome do (a) Orientadora: Professora Dra. Maria Helena Palma de Oliveira

O menor ________________________________________ está sendo convidado a

participar desta pesquisa como finalidade investigar as características que os alunos da turma

de 7ª série apresentam ao organizarem, construírem e interpretarem gráficos,

Ao participar deste estudo a sra (sr) permitirá que a pesquisadora Adriana Vieira

Basseti realize algumas atividades para verificar que dificuldades podem surgir durante a

organização e a interpretação de gráficos. A sra (sr.) tem liberdade de se recusar que seu(sua)

filho(a) participe e ainda recusar a continuar participando em qualquer fase da pesquisa, sem

qualquer prejuízo para a sra (sr.) ou o(a) seu(sua) filho(a)Sempre que quiser poderá pedir mais

informações sobre a pesquisa através do telefone da pesquisadora do projeto e, se necessário

através do telefone do Comitê de Ética em Pesquisa.

Sobre o questionário: Além das atividades de Tratamento de dados, o (a) aluno(a)

responderá um questionário para coletar informações sobre sua participação nas aulas de

matemática.

Riscos e desconforto: a participação nesta pesquisa não traz complicações legais. É

possível que o (a) aluno(a) não realize as atividades, porém esse fato não causará nenhum

constrangimento e nem prejuízo ao(a) aluno(a).A fim de auxiliar na coleta de dados, algumas

aulas poderão ser documentadas em vídeo de uso exclusivo para esta pesquisa, e todas as

recomendações legais serão obedecidas para que se utilize essa forma de registro. Os

procedimentos adotados nesta pesquisa obedecem aos Critérios da Ética em Pesquisa com

Seres Humanos conforme Resolução no. 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Nenhum

dos procedimentos usados oferece riscos à sua dignidade.

Confidencialidade: todas as informações coletadas neste estudo são estritamente

confidenciais. Somente a pesquisadora e a orientadora terão conhecimento dos dados.

Benefícios: ao participar desta pesquisa a sra (sr.) não terá nenhum benefício direto.

Entretanto, esperamos que este estudo traga informações importantes sobre a aprendizagem

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dos alunos em relação a organização, representação, construção e interpretação de gráficos de

forma que o conhecimento que será construído com base nesta pesquisa possa contribuir para

a prática pedagógica da professora, pois a pesquisadora se compromete a divulgar os

resultados obtidos.

Pagamento: a sra (sr.) não terá nenhum tipo de despesa para participar desta pesquisa,

bem como nada será pago por sua participação.

Após estes esclarecimentos, solicitamos o seu consentimento de forma livre para

participar desta pesquisa. Portanto preencha, por favor, os itens que se seguem.

Confirmo que recebi cópia deste termo de consentimento, e autorizo a execução do

trabalho de pesquisa e a divulgação dos dados obtidos neste estudo.

Obs: Não assine esse termo se ainda tiver dúvida a respeito.

Tendo em vista os itens acima apresentados, eu, de forma livre e esclarecida,

manifesto meu consentimento em participar da pesquisa.

______________________________

Nome e Assinatura do responsável do Participante da Pesquisa

__________________________________

ADRIANA VIEIRA BASSETI

Pesquisadora

___________________________________

MARIA HELENA PALMA DE OLIVEIRA

Orientadora

Pesquisadora: Adriana Vieira Basseti – RG 25170692-8 – fone: (11)7102-4108

Orientadora: Professora Dra. Maria Helena Palma de Oliveira

Telefone da Comissão de Ética: (11) 2972-9000

E-mail: [email protected]

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ANEXO 3 - CONTEÚDOS DE MATEMÁTICA POR SÉRIE DO 1º BIMESTRE DO ENSINO FUNDAMENTAL – CICLO II

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ANEXO 4 - CONTEÚDOS DE MATEMÁTICA POR SÉRIE DO 2º BIMESTRE DO ENSINO FUNDAMENTAL – CICLO II

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ANEXO 5 - CONTEÚDOS DE MATEMÁTICA POR SÉRIE DO 3º BIMESTRE DO ENSINO FUNDAMENTAL – CICLO II

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ANEXO 6 - CONTEÚDOS DE MATEMÁTICA POR SÉRIE DO 4º BIMESTRE DO ENSINO FUNDAMENTAL – CICLO II

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ANEXO 7 – PROPOSTA CURRICULAR DO ESTADO DE SÃO PAULO

Competências e Habilidades - Matemática

Matriz de Competências e Habilidades de Matemática

Ensino Fundamental

EIXOS COGNITIVOS I- Dominar a norma culta da Língua Portuguesa e fazer uso das linguagens matemática, artística e científica. II- Construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão de fenômenos naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica e das manifestações artísticas. III- Selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações representados de diferentes formas, para tomar decisões e enfrentar situações-problema. IV- Relacionar informações, representadas em diferentes formas, e conhecimentos disponíveis em situações concretas, para construir argumentação consistente. V- Recorrer aos conhecimentos desenvolvidos para elaboração de propostas de intervenção solidária na realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.

COMPETÊNCIAS GERAIS M1 - Compreender a Matemática como construção humana, relacionando o seu desenvolvimento com a transformação da sociedade. M2 - Ampliar formas de raciocínio e processos mentais por meio de indução, dedução, analogia e estimativa, utilizando conceitos e procedimentos matemáticos. M3 - Construir significados e ampliar os já existentes para os números naturais, inteiros e racionais. M4 - Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da realidade, e agir sobre ela. M5 - Construir e ampliar noções de grandezas e medidas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano. M6 - Construir e ampliar noções de variação de grandeza para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano. M7 - Construir e utilizar conceitos algébricos para modelar e resolver problemas. M8 - Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de gráficos e tabelas, realizando previsão de tendência, extrapolação, interpolação e interpretação. M9 - Compreender conceitos, estratégias e situações matemáticas numéricas para aplicá-los a situações diversas no contexto das ciências, da tecnologia e da atividade cotidiana.

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HABILIDADES

I II III IV V

F1 H1 H2 H3 H4 H5

F2 H6 H7 H8 H9 H10

F3 H11 H12 H13 H14 H15

F4 H16 H17 H18 H19 H20

F5 H21 H22 H23 H24 H25

F6 H26 H27 H28 H29 H30

F7 H31 H32 H33 H34 H35

F8 H36 H37 H38 H39 H40

F9 H41 H42 H43 H44 H45

H1 - Identificar e interpretar, a partir da leitura de textos apropriados, diferentes registros do conhecimento matemático ao longo do tempo. H2 - Reconhecer a contribuição da Matemática na compreensão e análise de fenômenos naturais, e da produção tecnológica, ao longo da história. H3 - Identificar o recurso matemático utilizado pelo homem, ao longo da história, para enfrentar e resolver problemas. H4 - Identificar a Matemática como importante recurso para a construção de argumentação. H5 - Reconhecer, pela leitura de textos apropriados, a importância da Matemática na elaboração de proposta de intervenção solidária na realidade. H6 - Identificar e interpretar conceitos e procedimentos matemáticos expressos em diferentes formas. H7 - Utilizar conceitos e procedimentos matemáticos para explicar fenômenos ou fatos do cotidiano. H8 - Utilizar conceitos e procedimentos matemáticos para construir formas de raciocínio que permitam aplicar estratégias para a resolução de problemas. H9 - Identificar e utilizar conceitos e procedimentos matemáticos na construção de argumentação consistente. H10 - Reconhecer a adequação da proposta de ação solidária, utilizando conceitos e procedimentos matemáticos. H11 - Identificar, interpretar e representar os números naturais, inteiros e racionais. H12 - Construir e aplicar conceitos de números naturais, inteiros e racionais, para explicar fenômenos de qualquer natureza. H13 - Interpretar informações e operar com números naturais, inteiros e racionais, para tomar decisões e enfrentar situações-problema. H14 - Utilizar os números naturais, inteiros e racionais, na construção de argumentos sobre afirmações quantitativas de qualquer natureza. H15 - Recorrer à compreensão numérica para avaliar propostas de intervenção frente a problemas da realidade. H16 - Identificar e interpretar fenômenos de qualquer natureza expressos em linguagem geométrica. H17 - Construir e identificar conceitos geométricos no contexto da atividade cotidiana. H18 - Interpretar informações e aplicar estratégias geométricas na solução de problemas do cotidiano. H19 - Utilizar conceitos geométricos na seleção de argumentos propostos como solução de problemas do cotidiano.

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H20 - Recorrer a conceitos geométricos para avaliar propostas de intervenção sobre problemas do cotidiano. H21 - Identificar e interpretar registros, utilizando a notação convencional de medidas. H22 - Estabelecer relações adequadas entre os diversos sistemas de medida e a representação de fenômenos naturais e do cotidiano. H23 - Selecionar, compatibilizar e operar informações métricas de diferentes sistemas ou unidades de medida na resolução de problemas do cotidiano. H24 - Selecionar e relacionar informações referentes a estimativas ou outras formas de mensuração de fenômenos de natureza qualquer, com a construção de argumentação que possibilitem sua compreensão. H25 - Reconhecer propostas adequadas de ação sobre a realidade, utilizando medidas e estimativas. H26 - Identificar grandezas direta e inversamente proporcionais, e interpretar a notação usual de porcentagem. H27 - Identificar e avaliar a variação de grandezas para explicar fenômenos naturais, processos socioeconômicos e da produção tecnológica. H28 - Resolver problemas envolvendo grandezas direta e inversamente proporcionais e porcentagem. H29 - Identificar e interpretar variações percentuais de variável socioeconômica ou técnico-científica como importante recurso para a construção de argumentação consistente. H30 - Recorrer a cálculos com porcentagem e relações entre grandezas proporcionais para avaliar a adequação de propostas de intervenção na realidade. H31 - Identificar, interpretar e utilizar a linguagem algébrica como uma generalização de conceitos aritméticos. H32 - Caracterizar fenômenos naturais e processos da produção tecnológica, utilizando expressões algébricas e equações de 1° e 2° graus. H33 - Utilizar expressões algébricas e equações de 1° e 2° graus para modelar e resolver problemas. H34 - Analisar o comportamento de variável, utilizando ferramentas algébricas como importante recurso para a construção de argumentação consistente. H35 - Avaliar, com auxílio de ferramentas algébricas, a adequação de propostas de intervenção na realidade. H36 - Reconhecer e interpretar as informações de natureza científica ou social expressas em gráficos ou tabelas. H37 - Identificar ou inferir aspectos relacionados a fenômenos de natureza científica ou social, a partir de informações expressas em gráficos ou tabelas. H38 - Selecionar e interpretar informações expressas em gráficos ou tabelas para a resolução de problemas. H39 - Analisar o comportamento de variável expresso em gráficos ou tabelas, como importante recurso para a construção de argumentação consistente. H40 - Avaliar, com auxílio de dados apresentados em gráficos ou tabelas, a adequação de propostas de intervenção na realidade. H41 - Identificar e interpretar estratégias e situações matemáticas numéricas aplicadas em contextos diversos da ciência e da tecnologia. H42 - Construir e identificar conceitos matemáticos numéricos na interpretação de fenômenos em contextos diversos da ciência e da tecnologia. H43 - Interpretar informações e aplicar estratégias matemáticas numéricas na solução de problemas em contextos diversos da ciência e da tecnologia.

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H44 - Utilizar conceitos e estratégias matemáticas numéricas na seleção de argumentos propostos como solução de problemas, em contextos diversos da ciência e da tecnologia. H45 - Recorrer a conceitos matemáticos numéricos para avaliar propostas de intervenção sobre problemas de natureza científica e tecnológica.