unity and struggle - 5 formas para construir um movimento depois de ferguson

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5 formas para construir um movimento depois de Ferguson26 de dezembro de 2014Categoria:Ideias & DebatesComentar|ImprimirEste movimento sobre a luta contra a opresso do povo negro. Mas, ao mesmo tempo, esse movimento carrega uma promessa para todos: acabar com o racismo e com a polcia ajudar todas as pessoas pobres e a classe trabalhadora, e valorizar nossa humanidade em comumPor Unity and StruggleO seguinte artigo faz parte de uma srie de reflexes publicadas pelo coletivoUnity and Strugglesobre a onda de protestos que varreu os Estados Unidos depois do assassinato de Mike Brown e Eric Garner pela polcia.1. Trabalhar paraabolira polcia e as prises, no para reform-las.O Presidente Obama passou uma lei para colocar cmeras no uniforme dos policiais, mas isso no impediu os policiais de continuarem matando pessoas negras. O assassinato de Eric Garner foi flagrado pela cmera assim como muitos outros e isso no salvou a vida dele. Muito pior, essa reforma pode ser usada contra as pessoas que supostamente deveria proteger: um estudo recente revelou que ascmeras no uniforme ajudam muito mais a polciado que suas vtimas.A polcia e o sistema prisional no podem ser reformados, pois sua regra bsica manter uma sociedade capitalista, racista, injusta, desigual e isso requer violncia. Como Kristian Williams documentou emOs nossos inimigos de azul, as foras policiais se desenvolveram nos Estados Unidos para capturar escravos fugitivos, acabar com greves e prevenir multides famintas de tomar aquilo que precisavam para viver. O sistema no est falido quando mata algum como Mike Brown, ele est funcionando como se pretende.Ao invs de correr atrs de reformas, ns deveramos trabalhar para abolir a polcia e as prises. No acontecer tudo ao mesmo tempo, mas ns podemos guiar nossos esforos com essa consigna:desempoderar, desarmar e desmantelar. Ns podemos desempoderar a polcia nas ruas, ao construir grupos de vizinhos que respondam ao abuso policial, e impedi-los de nos aterrorizar. Ns podemos exigir que a polcia seja desarmada, retirando seus equipamentos militares e armas de fogo. E ns podemos trabalhar para desmantelar as unidades policiais uma por uma, comeando pelas mais violentas.

2. Construir grupos democrticos, onde ns possamos criar nossos prprios lderes.Os velhos lderes da Era dos Direitos Civis esto recuando. Jesse Jackson foi vaiado no palco, quando ele tentou passar um prato de arrecadao. Al Sharpton foi vaiado quando disse para todos votarem nos Democratas. A mudana est muito atrasada: esses lderesganharam proeminnciaapenas quando o movimento dos anos 70 foi derrotado, ao substituir os interesses daqueles que diziam representar pelos seus prprios, e ficaram sob os holofotes desde ento.Agora ns temos a oportunidade de construir diretamente grupos, eventos e atividades democrticos, conduzidos coletivamente por pessoas da classe trabalhadora e pobres. Sim, o movimento necessita de lderes. Mas os lderes reais no existem apenas para ficar no poder ou virarem famosos. Ao invs disso, eles ajudam o movimento a se desenvolver e ajudam novos lderes a surgir para lidar com novos problemas. Ns precisamos de lderes das nossas vizinhanas e espaos de trabalho, que lutem nas lutas conosco e que se faam desnecessrios com o tempo.

3. Julguem as pessoas pelo que elaspropemefazem, no por sua identidade ou retrica.O movimento pauta a luta contra a opresso do povo negro. Mas, ao mesmo tempo, esse movimento carrega uma promessa para todos: acabar com o racismo e com a polcia ajudar todas as pessoas pobres e a classe trabalhadora, e valorizar nossa humanidade em comum. O movimento deve acolher todos os que realmente estejam comprometidos com esses objetivos com o mximo de igualdade possvel.Nem todo mundo pensa dessa forma. Com boas intenes, muitas pessoas usam as polticas de aliados ou privilgios para tentar corrigir as desigualdades do capitalismo e do racismo dentro do movimento. Mas na maior parte do tempo isso apenas faz com que aqueles que no esto no centro dessas lutas (frequentemente, pessoas brancas) se envolvam por conta de um sentimento de culpa ou autossatisfao. As pessoas constantemente pensam sobre sua prpria identidade e como elasno podemtrabalhar juntas, ao invs de encontrarem um jeito de podermos trabalhar juntos e o que ns precisamos fazer para vencer. Em vez de nos unir para destruir o capitalismo e o racismo, esses mtodos na verdade nos reduzem quilo que nssomossob esses sistemas. Como recentemente defendido emzineseblogs, isso nos torna neurticos, divididos e separados.Ainda pior, os falsos lderes da classe mdia e os conservadores usam essa culpa para traar fronteiras de acordo com a identidade, e dividem aqueles de ns que esto lutando nas ruas. Culpados, os aliados confusos no sabem se apoiam a rebelio radical negra ou os (falsos) lderes, que trabalham para reprimir a militncia de base e encerrar o debate. Quando ns decidimos se algum est certo baseando-se apenas na sua identidade, ns impedimos o movimento de crescer atravs da experincia e do debate. Ao invs de julgar as pessoas dessa forma, ns devemos pesar se suas propostas e aes realmente contribuem para libertar os pobres e a classe trabalhadora negra e, portanto, para libertar todos ns.

4. Mude a marcha: de protestos que quebram a ordem para poder e cuidado coletivo.Tomar as ruas e avenidas proporcionou um imenso salto adiante para o movimento, mas todas as tticas tm limites. Se ns pararmos de construir nossa capacidade de lutar e nos manter, ento mesmo a ocupao de vias expressas poder tornar-se um tipo de reformismo militante, simplesmente causando uma perturbao para ganhar a ateno daqueles que nos governam. Para continuar construindo a fora do movimento, ns precisamos de novas formas para afirmar nosso poder coletivo e tomar o controle de mais e diferentes espaos, para o nosso prprio bem.Um pequeno passo apoiar um ao outro quando ns estamos revidando. Algumas pessoasenfraquecem e colocam em perigoo movimento quando elas impedem os manifestantes de confrontar os policiais, de danificar a propriedade, de soltar seus amigos detidos ou retirando objetos da rua. Mas o sistema violento conosco todos os dias, por definio. Pedir por no violncia e protesto pacfico apenas perpetua essa condio, ao reafirmar que somente o Estado capitalista pode usar a fora contra ns. Em vez de policiar um ao outro, ns precisamos ter um guardando as costas do outro.Ns tambm precisamos revidar contra o capitalismo e o Estado, e nos apoderar dos meios que sustentam as nossas vidas e resistncias. Acampamentos ao redor do mundo, da Praa Tahrir ao Occupy Oakland, fizeram isso em miniatura. Agora ns precisamos comear a pensar maior e a agir. Para superar a polcia, a supremacia branca e o capitalismo, ns teremos que ocupar os escritrios do Estado, as prefeituras, as estaes da polcia; tomar as nossas escolas, locais de trabalho e sistemas de transporte; e prover educao, sade, transporte, bens e servios de graa para nossas comunidades. Ns podemos comear construindo grupos com outros que esto protestando e com pessoas com quem ns trabalhamos, aprendemos e vivemos.

5. Aprofundar nosso conhecimento sobre raa, capitalismo e revoluo.Se os policiais assassinos no so umas poucas mas podres ou frutos de um sistema falido, mas, pelo contrrio, o resultado lgico de um sistema, ento ns precisamos entender como esse sistema funciona. As experincias do povo negro, mulheres equeerse da classe trabalhadora como um todo, so todas fundamentalmente moldadas pelo capitalismo e pelo Estado. Para aprender como esse mundo funciona, ns podemos exploraras ideias de Marxe muitos outros na histria das revolues. Para aprender como transform-lo, ns podemos olhar para oscomunistas que se opuseramao autoritarismo e ao Estado e muitos outros grandes revolucionrios, lanando mo da histria da revoluo mundial.As revolues passadas podem nos mostrar as caractersticas gerais de como o capitalismo pode ser derrubado. A Rssia de 1917, a Espanha de 1936, os pontos altos das revolues anticoloniais e mais recentemente o Egito em 2011, nos oferecem boas e ms lies. Ns sabemos que essas formas de contrapoder tendem a surgir, primeiro como pequenas sementes, e ento em larga escala em momentos de crise. Ns sabemos que divises internas entre os oprimidos se transformam em barreiras para o crescimento do movimento e devem ser superadas. Ns sabemos que h movimentos que podem gerar novos grupos dirigentes, que tentam parar a revoluo e consolidar o seu poder de classe separada. Ns sabemos que novas formas de vida social e criatividade tendem a surgir no calor da luta.Ns podemos extrair lies gerais como essas das revolues passadas, mas cada uma diferente. Qual ser a nossa?O artigo original5 Ways To Build a Movement after Fergusonpode ser acessado no site doUnity and Struggle. A traduo doPassa Palavra.Etiquetas:Estados Unidos,Racismo,Revolues