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0 UNIP - Universidade Paulista - Campus Ribeirão Preto APS-Atividades práticas supervisionadas. Geraldo Domingos Cossalter RA B35759-2 Ribeirão Preto Maio de 2015

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UNIP - Universidade Paulista - Campus Ribeirão Preto

APS-Atividades práticas supervisionadas.

Geraldo Domingos Cossalter – RA B35759-2

Ribeirão Preto

Maio de 2015

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Geraldo Domingos Cossalter

APS – Atividades práticas supervisionadas

Trabalho “Os Princípios do Direito Tributário”,

apresentado ao Professor Rodrigo Forcenette,

da disciplina APS – Atividades práticas

supervisionadas, do curso de Direito, período

noturno.

Unip – Universidade Paulista - Campus Ribeirão Preto

Ribeirão Preto, 17 maio de 2015.

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SUMÁRIO:

Introdução.....................................................................................................pg 03

Os princípios do Direito Tributário................................................................pg 04

1 – Das limitações ao poder de tributar........................................................pg 04

2 – Princípio da Legalidade....................................................................pg 04, 05

3 – Princípio da igualdade e da capacidade contributiva........................pg 05, 06

4 – Princípio da progressividade.............................................................pg 06, 07

5 – Princípio da proporcionalidade razoável.................................................pg 07

6 – Princípio da anterioridade.................................................................pg 07, 08

7 – Princípio a irretroatividade dos tributos.............................................pg 08, 09

8 - Princípio da liberdade de tráfego de pessoas ou bens......................pg 09, 10

9, 9.1, 9.2, 9.3, 9.4 - Princípio da imunidade recíproca.........................pg 10, 11

10 – Princípio da uniformidade tributária......................................................pg 11

11 – Princípio da não diferenciação tributária...............................................pg 11

12 – Princípio da transparência....................................................................pg 12

13 – Considerações finais.............................................................................pg 13

14 – Bibliografia............................................................................................pg 14

15 – Fichas APS...................................................................................pg 15 a 20

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INTRODUÇÃO

Este trabalho tem a finalidade de analisar de forma prática os Princípios

Tributários, que são os pilares do Direito Tributário, bem como do atual sistema

de tributação adotados em nosso país. Eles garantem limitações ao poder de

tributar do Estado, bem como, vários deles, encontram-se expressamente

previstos na Constituição Federal. Na verdade, os princípios dão parâmetros

para uma justa interpretação das leis que regem o Direito Tributário, bem como

fundamentam as normas que formam todo o sistema tributário nacional. Assim,

tais garantias são a contrapartida do poder de tributar do Estado, em face do

contribuinte, considerado a “parte mais frágil” do sistema, o que irá garantir

limitações ao Estado e garantias ao particular.

"Violar um princípio é muito mais grave que transgredir uma norma qualquer. A desatenção ao princípio implica ofensa

não apenas a um específico mandamento obrigatório, mas a todo o sistema de comandos. É a mais grave forma de

ilegalidade ou inconstitucionalidade, conforme o escalão do princípio atingido, porque representa insurgência contra

todo o sistema, subversão de seus valores fundamentais, contumélia irremissível a seu arcabouço lógico e corrosão de

sua estrutura mestra. Isto porque, com ofendê-lo, abatem-se as vigas que o sustêm e alui-se toda a estrutura nelas

esforçada."

Celso Antônio Bandeira de Melo

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OS PRINCÍPIOS DO DIREITO TRIBUTÁRIO

1 – Das limitações ao poder de tributar

A competência tributária encontra limites na CF (arts. 5º, II, 150 a 152

etc.) e no CTN (arts. 9º a 11) – A competência tributária que a União, os

Estados-Membros, DF, e Municípios têm não é ilimitada, ao contrário,

encontra limites na Constituição Federal e no Código Tributário Nacional,

merecendo destaque os princípios gerais que aparecerão na sequência

deste trabalho. Podemos afirmar sem medo de errar, que os princípios

que regem o Direito Tributário, formam uma espécie de código de defesa

do contribuinte.

2 – Princípio da Legalidade

Art. 150, I da CF – Nenhum tributo será instituído, nem aumentado, a

não ser por lei.

Os impostos devem ser instituídos mediante medidas provisórias,

observando o § 2º do art. 62 da CF.

O princípio da legalidade aqui apresentado, define claramente a

necessidade da criação de lei específica para que o tributo possa ser

instituído. Ademais, para se criar a lei, existem regras que

necessariamente devem ser cumpridas, para assim ter validade a lei que

instituirá o tributo. Para que a lei tenha validade, obrigatoriamente

deverá ser explicitado o Art. 146, III, a, da CF, ou seja, o fato gerador, a

base de cálculo, a alíquota ou outro critério a ser estabelecido para

definição do valor devido, os critérios de identificação do sujeito passivo

da obrigação tributária, e por fim, o sujeito ativo, se diverso da pessoa

pública da qual emanou a lei. O Código Tributário Nacional normalmente

utiliza a palavra “lei” em seu sentido restrito, ou seja, é a norma geral e

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abstrata editada pelo ente político competente, que deverá ser criada

mediante processo exigido pela Constituição Federal.

Decretos – Estes só podem ser regulamentares ou de execução (art.

99), aliás, critério que confirma o enquadramento constitucional dos

decretos (arts. 49, V, e 84, IV, da CF).

Medidas Provisórias – Em casos relevantes e de urgência poderá o

Presidente de República adotá-las, com força de lei, devendo submetê-

las de imediato ao Congresso Nacional (art. 62 da CF). O Supremo

Tribunal Federal tem o entendimento que os Governados dos Estados e

Prefeitos podem editar medida provisória, desde que exista autorização

na Constituição Estadual e na Lei Orgânica Municipal (Adin 425 e 812)

Normas complementares – Assim como os decretos, as normas

complementares integram o conceito de legislação tributária e não

podem extrapolar os limites da lei que explicitam. O art. 100 do Código

Tributário Nacional estabelece que a observância, pelo contribuinte, de

normas complementares isenta-o de sanções, inclusive multa e juros

moratórios.

3 – Princípio da igualdade e da capacidade contributiva

Art. 150, II, da CF. É vedado instituir tratamento desigual entre

contribuintes de situação equivalente. Este princípio explicita que a

uniformidade de tratamento deve ser observada entre aqueles que têm

situação equivalente, cabendo ao legislador instituir normas que

garantam aos iguais tratamento igualitário, e aos desiguais, tratamento

que leve em consideração as desigualdades, ou seja, igualdade na lei e

por meio da lei. A igualdade perante a lei é formal e visa garantir que

todos se submetam às normas vigentes. É vedada qualquer distinção

em razão de ocupação profissional ou função exercida pelo contribuinte.

José Maurício Conti leciona que:

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“A expressão capacidade contributiva, pode ser vista por dois ângulos -

estrutural e funcional -, gerando conceitos distintos. Sob o ângulo

estrutural, a capacidade contributiva pode ser definida como aptidão

para suportar o ônus tributário, que é a capacidade de arcar com a

despesa decorrente do pagamento de determinado tributo. Sob o ângulo

funcional, pode ser visto como critério destinado a diferenciar as

pessoas de modo a fazer com que se possa identificar quem são os

iguais, sob o aspecto do Direito Tributário, e quem são os desiguais e à

medida que os iguala, a fim de que se possa aplicar o princípio da

igualdade com justo tratamento a cada um deles”.

(sistema constitucional tributário interpretado pelos tribunais, São Paulo,

Oliveira Mendes, 1997, p.24)

4 – Princípio da progressividade

Arts. 145, § 1º, 150 II, 153, § 4º e 182, §4, II, todos da CF. Permite que

as alíquotas sejam graduadas de acordo com a capacidade econômica

do contribuinte. A alíquota cresce à medida que a base de cálculo

aumenta. Este princípio é a extensão do princípio da capacidade

contributiva, já que permite que as alíquotas sejam graduadas de acordo

com a capacidade econômica do contribuinte. Exemplo costumeiro é o

da alíquota do IR, que é progressiva de acordo com a faixa da renda do

contribuinte, que pode ser de 0%, 7,5%, 15%, 22,5% e 27,5%. Os

impostos reais e pessoais são uma obrigação pessoal, já que está

vinculada ao fato gerador daquele que é o responsável pela renda. A

pessoa pode ser designada diretamente, como no caso do IR, já que o

tributo incidirá sobre o rendimento do responsável pela renda. Já no

ICMS, por exemplo, o tributo incidirá sobre a prática dos atos praticados,

o que não irá ocorrer caso não haja o ato, já que o tributo incide sobre a

circulação do serviço ou da mercadoria, diferentemente da renda, do

rendimento, que independe de qualquer tipo de ato. Existe ainda uma

ampla discussão, que surge como oportuna a sua citação no contexto

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deste trabalho, que é a progressividade na cobrança do IPTU. A

constitucionalidade deste dispositivo que está elencado na Emenda

Constitucional nº 29/2000, sob o argumento de que a progressividade de

um imposto real, que é o caso do IPTU, em razão do valor do imóvel,

fere o princípio da capacidade contributiva. Outros acreditam não ser

inconstitucional, todavia, ressalta-se que se deve cuidar para que a

gradação do imposto reflita a capacidade contributiva do contribuinte.

5 – Princípio da proporcionalidade razoável ou da razoabilidade da carga

tributária

Art. 150, IV, da CF. É vedado à União, aos Estados-membros, ao Distrito

Federal e aos Municípios utilizar tributo com efeito de confisco. Significa

que é vedado à União, aos Estados-Membros e aos Municípios utilizar

tributo com efeito de confisco, já que tal circunstância nega vigência ao

direito de propriedade, que é garantia expressa no art. 5º, XXII, da

Constituição Federal. Entende-se como confiscatório o tributo que

consome grande parte da propriedade, ou inviabiliza o exercício da

atividade lícita. Assim foi a decisão proferida pelo Supremo Tribunal

Federal, ao apreciar a medida cautelar na Ação Direta de

Inconstitucionalidade nº 2010. Ainda em tempo, vemos a lição de

Eduardo de Moraes Sabbag: “O princípio da vedação do confisco não se

aplica aos tributos extras fiscais, que, conforme a emergência da

situação posta poderão conter alíquotas exageradamente gravosas em

abono ao princípio do privilegio da regulação econômica.”

(Direito Tributário, 7ª edição, São PAULO, Premier Máxima, 2005, p. 40.)

6 – Princípio da anterioridade

Art. 150, III, b da CF. Anterioridade comum ou anterioridade do exercício

financeiro: É vedada a cobrança de tributos no mesmo exercício

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financeiro em que haja sido publicada a lei que instituiu ou aumentou.

Vale citar que existem tributos não sujeitos à anterioridade comum, bem

como os tributos não sujeitos a anterioridade nonagesimal. Assim, com

a tabela abaixo é possível se obter um entendimento prático e rápido:

Matéria/Tributo Segue anterioridade de exercício?

Segue anterioridade mínima (90 dias-nonagesimal)?

Empréstimo compulsório (calamidade, guerra externa)

Não Não

Imposto de Importação Não Não

Imposto de Exportação Não Não

Imposto sobre Produtos Industrializados

Não Sim

Imposto de Renda Sim Não

IOF (op. Crédito, Câmbio, Seguros, Títulos e Valores Mobiliários)

Não Não

Imposto extraordinário de guerra Não Não

Fixação Base de Cálculo do IPTU e IPVA

Sim Não

Redução/restabelecimento alíquotas CIDE Combustíveis

Não Sim

Redução/restabelecimento das alíquotas do ICMS Monofásico sobre Combustíveis

Não Sim

Contribuições Sociais para a Seguridade Social

Não Sim

Assim, pode-se claramente interpretar quais são os tributos sujeitos a

cada tipo de anterioridade, bem como os que não estão sujeitos. Vale

ressaltar que, embora havendo aumento na contribuição, o contribuinte

sempre será beneficiado pelo princípio da anterioridade, haja vista que a

vedação da sua aplicação de imediato é vedada pela lei.

7 – Princípio a irretroatividade dos tributos

Art. 150, III, c, da CF. A lei nova não se aplica aos fatos geradores já

consumados. Os fatos ocorridos antes do início da vigência da lei que

instituiu ou aumentou um determinado tributo não acarretam obrigações.

Isto significa que os fatos geradores já consumados, não serão objeto de

retroatividade. Poderá ocorrer, entretanto, que o fato gerador não tenha

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sido consumado antes do decurso de determinado espaço de tempo, se

aceita a teoria do fato gerador periódico. Temos como exemplo o caso

do imposto sobre a renda periodicamente apurada, que terá no seu

conjunto a realização do fato gerador. Como exemplo, temos os

ingressos financeiros e a s despesas de um determinado contribuinte,

que serão os provocadores, serão em conjunto os realizados do fato

gerador. Assim, pela súmula 584 do STF, considera-se consumado o

fato gerador no fim do ano-base. Continuando a explanação, o princípio

da irretroatividade é uma limitação à cobrança de tributos. Portanto, leis

exclusivamente interpretativas, tem que ser interpretada pelo Poder

Judiciário (a lei interpretativa) e assim afastar o seu efeito retroativo se

verificar indevida inovação. A irretroatividade é regra que se extrai da Lei

Maior, já que o Código Tributário Nacional não é contundente neste

sentido. Por fim, deve-se observar o item 5.3 e o § 1º do art. 144 do

CTN, que estabelece novos procedimentos de apuração e fiscalização.

8 - Princípio da liberdade de tráfego de pessoas ou bens

Art. 150, v, da CF, e art. 9º, III, do CTN. Veda-se que o tributo tenha

como hipótese de incidência o ir e vir dentro do território nacional.

Admite-se o pedágio pelo uso de vias especialmente conservadas pelo

Poder Público e o ICMS. Tal princípio não impede a cobrança de

impostos sobre a circulação de mercadorias em operações

interestaduais ou intermunicipais. Ao contrário. Também não afasta a

cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder

Público ou pelas empesas concessionárias de tais vias. O que se

pretende vedar, é o tributo que tenha como hipótese de incidência do

tráfego intermunicipal ou interestadual de pessoas ou de bens. Ir ou vir

não pode ser tributado dentro do território nacional. Assim a ADI/TJSP

135.661-0/6-00, fundada no art. 160 da Constituição do Estado de São

Paulo, proibiu a cobrança da taxa de manutenção turística que era

cobrada pelo Município de Aparecida. Portanto, cobrar ICMS ou pedágio

é perfeitamente legal, enquanto tributar pessoas e bens que estas

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portam de um estado ou município para outro é ilegal. Será o mesmo

que pagar para frequentar uma determinada localidade ou pagar por

estar usando um relógio em outra localidade que não a de origem do

contribuinte.

9 – Princípio da imunidade recíproca

Art. 150, VI, a, da CF, e arts. 9º, 11 e s. do CTN. É vedado à União, aos

Estados-membros, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos

sobre o patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros, bem como sobre

as autarquias e fundações mantidas pelo Poder Público (naquilo que

está vinculado às suas atividades essenciais)

9.1 – Art. 150, VI, b, da CF - Imunidades de templos de qualquer culto.

9.2 – Imunidade dos partidos políticos e suas fundações, das entidades

sindicais de trabalhadores, inclusive as centrais sindicais, e das

instituições de educação ou de assistência social sem fins lucrativos,

observados os requisitos previstos em lei.

9.3 – Imunidade dos livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua

impressão.

9.4 – Art. 150, VI, e, da CF. Imunidade fonográfica. A Emenda

Constitucional nº 75 introduziu nova imunidade tributária, de forma que

CDs e DVDs musicais ou literomusicais de autores ou intérpretes

brasileiros, e que sejam produzidos no Brasil, não sofram a incidência de

impostos.

A imunidade é uma hipótese de não incidência prevista e qualificada na

Carta Magna. A Constituição Federal impede que a lei de tributação

inclua certos fatos na hipótese de incidência de impostos. Só há

imunidade, em regra, quanto aos impostos. Vale ainda lembrar que a

imunidade sobe os bens, rendas e serviços, só poderá ser desfrutada

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pelas autarquias e fundações públicas, se estas estiverem vinculadas às

atividades essenciais de tais pessoas jurídicas de direito público.

10 – Princípio da uniformidade tributária (ou geográfica, ou postulado da

defesa da identidade de alíquotas)

Art. 151 da CF. É vedado à união instituir tributo que não seja uniforme

em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em

relação a Estado, ao Distrito Federal ou aos Municípios, em detrimento

de outro. Tal princípio decorre o critério da limitabilidade da tributação de

renda das obrigações da dívida pública estadual ou municipal e dos

proventos de agentes dos Estados e Municípios, expostos no art. 151, II

da Lei maior. Tal critério impede que as rendas auferidas dos Estados,

Distrito Federal e Municípios sejam tributadas pela União em níveis

superiores ao da tributação da renda paga por ela própria. Conforme nos

ensina Hugo de Brito Machado: “é um reconhecimento de que, em face

do fenômeno da repercussão, o tributo terminaria por atingir as próprias

pessoas jurídicas pagadoras da renda tributável.” (Curso, cit., p. 200)

11 – Princípio da não diferenciação tributária

O art. 152 da CF e o art. 11 do CTN vedam aos Estados-Membros, ao

Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferenças tributárias entre

bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou

destino. Geralmente, tratados internacionais trazem em seu bojo a

conhecida “Cláusula de Tratamento Nacional”, de forma que o produto

importado já inserido no mercado nacional passa a ter o mesmo

tratamento do produto similar nacional. Destarte, as sumulas 20 e 71 do

STJ e a súmula 575 do STF, editadas ainda quando do vigor do GATT,

que era o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio, que garantiam, por

exemplo, o mesmo tratamento tributário ao bacalhau importado, que era

dispensado ao peixe seco nacional.

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12 – Princípio da transparência

O art. 150, § 5º, da CF estabelece que os consumidores, tem que ser

esclarecidos acerca dos impostos incidentes sobre produtos e serviços,

matéria ora disciplinada pela lei 12.741/2012. Dita a lei que todo

consumidor deve ser informado por meio de documentos oficiais

emitidos por ocasião da venda ao consumidor, painel, meio eletrônico ou

impresso, do valor ou percentual, ambos aproximados, dos seguintes

tributos que incidem sobre produtos ou serviços expostos à venda:

ICMS, ISS, IPI, IOF, PIS, PASEP, COFINS e CIDE. Quanto aos produtos

oriundos de operações no comércio exterior e que representem

percentual maior que 20% do preço da venda, serão informados ainda

os valores relativos ao imposto de importação, PIS/PASEP importação e

COFINS importação. Pode-se afirmar que a imposição da lei da

transparência quanto aos outros tributos, que não os impostos, está

respaldado no princípio republicano e no arts. 5º, XXXII, e 170, V, ambos

da Constituição Federal.

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13 - Considerações finais

Os princípios do Direito Tributário são ferramentas necessárias e de

extrema importância para o operador do Direito bem como para o

particular e ou todo contribuinte, já que limitam o poder de tributar do

Estado. Como um exército de “vigias”, eles estabelecem limites e

garantias! Expressamente elencados na CF, o constituinte originário

preocupou-se em garantir orientações ao legislador e dar garantias ao

contribuinte. Ao analisar o Direito Tributário, necessariamente se deve

começar pelos seus princípios, já que o desequilíbrio do Poder do

Estado ante a fragilidade do particular desaguará em uma forma

harmoniosa de equilíbrio se aplicados os princípios aqui descritos. A

ideia de tributo é bastante rejeitada pela sociedade em razão de uma

visão equivocada, já que parece não haver limites ao Estado. É de fato

um equívoco, já que o uso apropriado dos princípios tributários pelo

profissional do Direito, certamente fará suscitar resultados positivos em

prol do contribuinte. Importante lembrar, que os Tribunais tem decidido

de forma bastante equilibrada, já que os litígios que surgem em nossa

sociedade capitalista exigem interpretações cada vez mais minuciosas.

Bem explorados, certamente irão possibilitar resultados relevantes e

justos diante também das diferenças sociais que existem em nosso país.

Por fim, caberá ao profissional do Direito ter a devida sensibilidade ante

o problema apresentado, bem como deverá ter uma desenvoltura

apropriada para atingir objetivos reais e justos. A princípio, nos parece

ser algo ruim quando se fala em Direto Tributário, em tributos, em

tributar, todavia, explorar os Princípios do Direito Tributário de forma

ampla, possibilitará a garantia da devida segurança ao profissional e ao

seu cliente e, por consequência, a realização da tão desejada Justiça

Social!

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14 - Bibliografia

Chimenti, Ricardo Cunha - Direito Tributário - 17ª edição - São Paulo – Saraiva

– 2014.

Sabbag, Eduardo – Manual de Direito Tributário – 7ª edição – São Paulo –

Saraira – 2015.

Vade Mecum Acadêmico de Direito Rideel, Anne Joyce Angher, organização

– 14ª edição, atualizada e ampliada, São Paulo, Rideel, 2012 (série Vade

Mecum)

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FICHAS APS

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