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0 UNINGÁ UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR INGÁ FACULDADE INGÁ CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PERIODONTIA GRASIELA PERONI DUARTE DESINFECÇÃO FULL-MOUTH: TRATAMENTO PERIODONTAL NUM CURTO PERÍODO DE TEMPO PASSO FUNDO 2009

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0

UNINGÁ – UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR INGÁ FACULDADE INGÁ

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PERIODONTIA

GRASIELA PERONI DUARTE

DESINFECÇÃO FULL-MOUTH: TRATAMENTO PERIODONTAL

NUM CURTO PERÍODO DE TEMPO

PASSO FUNDO 2009

1

GRASIELA PERONI DUARTE

DESINFECÇÃO FULL-MOUTH: TRATAMENTO PERIODONTAL

NUM CURTO PERÍODO DE TEMPO

PASSO FUNDO 2009

Monografia apresentada à unidade de Pós-graduação da Faculdade Ingá – UNINGÁ – Passo Fundo-RS como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Periodontia. Orientadora: Prof . Ms. Marisa Maria Dal Zot Flôres

2

GRASIELA PERONI DUARTE

DESINFECÇÃO FULL-MOUTH: TRATAMENTO PERIODONTAL

NUM CURTO PERÍODO DE TEMPO

Aprovada em ___/___/______.

BANCA EXAMINADORA:

________________________________________________ Prof . Ms. Marisa Maria Dal Zot Flôres - Orientadora

________________________________________________

Prof . Ms. Paula Branco

________________________________________________ Prof . Ms. Lilian Rigo

Monografia apresentada à comissão julgadora da Unidade de Pós-graduação da Faculdade Ingá – UNINGÁ – Passo Fundo-RS como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Periodontia.

3

À minha família, que tanto me incentivou na

realização dessa especialização

À minha mãe, que nunca deixou de ser um exemplo

pra mim

Ao meu namorado, pela compreensão durante esse

ano

Aos meus avós, pelo amor e pela preocupação que

sempre tiveram durante as minhas viagens a Passo

Fundo

A Thaís e a Marti, por estarem sempre disponíveis

para me ajudar

Ao meu pai, por me dar o suporte necessário e pelo

apoio que nunca deixou de me dar.

4

AGRADECIMENTOS Aos meus queridos colegas do curso de Periodontia do CEOM, que foram sempre amigos e tranformaram o curso algo ainda mais agradável À professora Lilian Rigo, pelo entusiasmo de suas aulas, que tanto me ajudaram na realização dessa monografia À professora Paula Branco, pelo apoio e pelo exemplo À professora Dayse Von Meusel, pela pessoa maravilhosa que é, pela dedicação e pelo interesse em nos transmitir seus conhecimentos na clínica E, em especial, à professora Marisa Maria Dal Zot Flôres, pelo exemplo de pessoa que é, pelo enorme conhecimento transmitido ao longo de todo o curso e pela orientação na confecção desse trabalho.

5

"Há homens que lutam um dia e são bons. Há outros que lutam um ano e são melhores.

Há os que lutam muitos anos e são muito bons. Porém, há os que lutam toda a vida.

Esses são os imprescindíveis."

Bertolt Brecht.

6

RESUMO

A terapia periodontal clássica é feita com raspagens e alisamento radicular por quadrantes ou sextantes com intervalos de uma ou duas semanas entre as sessões. A possibilidade de reinfecção dos sítios periodontais já tratados por patógenos presentes em outros sítios não tratados ou até em outros nichos intrabucais, como língua, saliva, mucosa bucal e tonsilas, tem sido especulada. Considerando essa possibilidade, vem sendo proposto um novo protocolo de terapia periodontal por meio da desinfecção da boca toda em 24 horas, associada à terapia antimicrobiana supra e subgengival com clorexidina: o método full-mouth. Com base nessa discussão, foi realizada uma revisão bibliográfica com o objetivo de analisar e comparar as vantagens, benefícios e desvantagens dos métodos propostos. Conclui-se que ambas as terapias são eficientes no tratamento da doença periodontal, e que cabe ao profissional decidir qual a mais adequada ao seu paciente.

Palavras-chave: Doenças periodontais. Clorexidina. Desinfecção. Raspagem

dentária. Raspagem radicular.

7

ABSTRACT

The classic periodontal therapy is made with scaling and root plaining for quadrants or sextants with intervals of one or two weeks between the sessions. The possibility of reinfection of the periodontal sites already treated by patogens gifts in other not treat sites or even in other intrabucais niches, as tongue, saliva, buccal mucosa and tonsilas, has been speculated. Considering this possibility, it comes being considered a new protocol of periodontal therapy by means of the disinfection of the mouth all in 24 hours, associated the antimicrobiana therapy supplies and subgingival with chlorexidine: the method full-mouth. On the basis of this quarrel, was carried through a bibliographical revision with the objective to analyze and to compare the advantages, benefits and disadvantages of these considered methods. Concluding that both the therapies are efficient in the treatment of the periodontal illness and that it fits to the professional to decide the most adequate which to its patient.

Key words: Periodontal diseases. Chlorexidine. Disinfection. Root planing. Periodontitis. Clinical protocols.

8

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 9

2 REVISÃO DE LITERATURA.....................................................................

11

2.1 PROTOCOLO DE QUIRYNEN.................................................................. 13

2.2 ESTUDOS CLÍNICOS COMPARATIVOS DO MÉTODO FULL-MOUTH COM A TERAPIA CONVENCIONAL.........................................................

14

2.3 ESTUDOS COMPARANDO A IMPORTÂNCIA DA CLOREXIDINA NO MÉTODO DE DESINFECÇAO FULL-MOUTH..........................................

22

3 DISCUSSÃO ............................................................................................. 27

4 CONCLUSÃO............................................................................................ 30

REFERÊNCIAS......................................................................................................

31

ANEXOS ............................................................................................................... 33

9

1 INTRODUÇÃO

O conhecimento sobre a etiologia das doenças periodontais vem crescendo nas

últimas décadas. O p rogresso no conhecimento da patologia das doenças

periodontais abriu caminho para o surgimento de novos meios de prevenção, e um

aperfeiçoamento no diagnóstico, tratamento e prognóstico das mesmas.

A periodontite é uma doença inflamatória e contínua, com períodos de

progressão variáveis, que podem ser confirmados por exames clínicos regulares,

mas é seguro e correto afirmar que sem tratamento essas lesões sofrerão evolução

(KINANE; LINDHE, 2005).

As infecções periodontais têm uma etiologia multifatorial que envolve a

suceptibilidade do hospedeiro, a presença de periodontopatógenos, a ausência de

bactérias benéficas e um adequado meio ambiente bucal. Como é impossível se

modificar a genética do hospedeiro, a terapia periodontal está restrita a redução ou

eliminação desses patógenos periodontais em combinação com a reestabilização de

um meio ambiente bucal adequado para uma microbiota benéfica. E o crescimento

excessivo por reinfecção de espécies patógenas pode colocar em risco o sucesso do

tratamento (BOLLEN et al., 1998).

A terapia periodontal clássica é realizada por debridamente supra e subgengival

com a manutenção de uma higiene oral adequada. Esta intervenção pode ser

definitiva ou ser uma fase inicial antes da terapia cirúrgica nos casos mais severos

de periodontite.

Um tratamento convencional clássico para periodontite crônica consiste em 4 a 6

consultas consecutivas para os procedimentos de raspagem e alisamento radicular

com 1 ou 2 semanas de intervalo entre elas. A terapia clássica do quadrante ou

sextante pode resultar em uma reinfecção causada provavelmente pelas bactérias

vindas das áreas não-tratadas (VANDEKERCKHOVE et al., 1996).

Baseado na literatura, a área da orofaringe deve certamente ser considerada

como uma entidade microbiológica. Porque as bolsas não-tratadas colocam em risco

a saúde dos sítios tratados recentemente. O tratamento da periodontite deve

envolver a aproximação de um estágio para tratar todas as bolsas patológicas

(desinfecção full-mouth) ou deve pelo menos considerar o uso de anti-sépticos

durante os intervalos entre as consecutivas sessões de instrumentação, a fim de

10

impedir a translocação microbiológica de periodontopatógenos durante um período

(QUIRYNEN et al., 2001).

O método de desinfecção full-mouth proposto por Quirynen, em 1995, sugere um

debridamento da boca todo em um curto período, de 24 horas, com o auxílio da

irrigação com clorexidina para se evitar a contaminação cruzada entre os nichos

tratados e os não-tratados.

O propósito desta revisão bibliográfica é avaliar, com base na literatura, o uso do

método full-mouth em relação ao método de terapia de raspagem e alisamento

radicular convencional, levando em consideração as pesquisas já realizadas.

11

2 REVISÃO DE LITERATURA

A periodontite é iniciada e mant ida por microorganismos que estão presentes na placa supra e subgengival na forma de biofilme não- calcificado e calcificado (cálculo). A terapia periodontal inicial ou o tratamento básico da periodontite envolve a remoção da placa sub- e supragengival. O resultado clínico depende muitíssimo da destreza do operador na remoção da placa subgengival e da motivação e habilidade do paciente no seu adequado cuidado diário. Uma variável adicional é a suscetibilidade inata do paciente, que esta relacionada ao modo como os sistemas imunológicos e inflamatórios herdados atuam em resposta ao desafio microbiano. Além disso, fatores de risco locais e sistêmicos podem influenciar em quantidade e qualidade do desafio microbiano, bem como na resposta do hospedeiro a estes elementos patogênicos. A contribuição relativa destes fatores de risco ainda tem que ser determinada completamente, mas sua influência seria neutralizada se o periodonto fosse mantido livre de placa bacteriana; assim sendo, a curetagem subgengival e os cuidados caseiros desempenham um papel fundamental (KINANE; LINDHE, 2005, p.209).

Socransky et al. (1999) acreditam que o tratamento e a prevenção de

doenças periodontais é um problema ecológico. Não importa qual o regime utilizado,

a microbiota se restabelecerá após a modalidade de intervenção ter sido executada.

Os autores consideram que a microbiota, tanto pode ser compatível com o

hospedeiro como pode, potencialmente, causar-lhe danos, ou seja, a ausência das

espécies benéficas abrirá espaço para a colonização por patógenos causadores da

destruição periodontal. A razão da terapia é simples: eliminar espécies patogênicas

e alimentar espécies compatíveis ou benéficas para o hospedeiro. A forma para se

conseguir esse objetivo não esta totalmente esclarecida, embora o profissional

disponha de estratégias suficientes para que seja mantido um equilíbrio ecológico

favorável à saúde periodontal.

Teughels et al. (2009) consideram que a destruição periodontal acontece

quando a carga microbiológica dentro das bolsas periodontais excede os

mecanismos de defesa locais e sistêmicos do hospedeiro. Tal desequilíbrio pode

12

ocor rer em duas diferentes situações: o aumento específico de bactérias

patogênicas na quantidade total de bactérias em relação ao nível inicial, ou devido à

mudança na eficiência da resposta do hospedeiro (hiper-resposta ou hipo-resposta),

explicada por fatores hereditários e por fatores ambientais (higiene oral pobre, o

hábito de fumar), assim como medicamentos imunosupressivos, estresse e mais

uma série de outros fatores podem danificar ainda mais os mecanismos de defesa

do hospedeiro.

Badersten et al. (1984), apud Kinane e Lindhe (2005), realizaram um trabalho

para analisar e estudar a terapia periodontal associada à causa. Os pacientes

selecionados tinham bolsas profundas (até 12 mm) em vários sítios. Foram

realizadas duas a três instruções de higiene oral durante o primeiro mês. E durante

os 2 anos de estudos, foram realizados reforços nas instruções de higiene e exigido

ao paciente um controle de placa durante todo o período. Foram realizadas

raspagem e alisamento radicular aos 3, 6 e 9 meses, e os resultados avaliados

durante os dois anos. Observou-se que apenas pequenas melhoras foram vistas nos

primeiros 3 meses, nos quais não foi realizada nenhuma curetagem. Nos 12 meses

seguintes, seguindo com raspagem e alisamento radicular, foram sendo observadas

melhoras clínicas significativas crescentes. E no último ano da pesquisa não foram

observadas melhoras nas condições clínicas. Mostrando que a terapia periodontal

não-cirúrgica pode tratar a periodontite crônica e que o resultado deve ser mantido

com terapia periodontal de suporte.

Quirynen et al., em 1995, introduziram o tratamento periodontal não-cirúrgico

da boca inteira (desinfecção full-mouth) em 24 horas. Esse conceito de desinfecção

da cavidade bucal inteira está baseado na noção de que na terapia periodontal de

raspagem e alisamento radicular de apenas um quadrante, as bolsas debridadas

podem ser recolonizadas por bactérias patogênicas presentes em outras bolsas não-

tratadas ou até mesmo por outros sítios da cavidade bucal, ocorrendo uma

contaminação cruzada entre esses nichos.

Nesse trabalho serão revisados os estudos feitos pelos pesquisadores da

Universidade Católica de Leuven (Quirynen, Vanderkerchove, Bollen e Mongardini)

e serão analisados junto com outros estudos feitos por outros centros que utilizaram

o método full-mouth como objetivo de pesquisa.

O impacto de um estágio, no procedimento de desinfecção full-mouth foi

explorado em quatro estudos em perspectiva (Quadro 1). Esses estudos foram

13

considerados como experimentos “prova do princípio”. No grupo controle, a

recolonização das bolsas tratadas foi provocada por um intervalo de tempo mais

longo entre as consultas antes de terminar o debridamento de todos os quadrantes

(num total de 6 semanas) e pela falta de higiene oral nos quadrantes não tratados.

Além disso, somente os pacientes com uma periodontite mais grave (bolsas 7 mm)

e com uma quantidade significante de placa e cálculo supra e subgengival foram

selecionados. Em outras palavras, a probabilidade de contaminação cruzada era

muito alta. No grupo teste, em contraste, o debridamento de todas as bolsas

periodontais foram feitos em 2 dias consecutivos, junto com uma extensiva aplicação

de clorexidina em todos os nichos, que foi aplicada com objetivo da redução

extensiva da carga bacteriana dentro da orofaringe.

Todos os quatro estudos reportaram significante melhoria mais considerável

de ganhos clínicos no grupo teste, incluindo: redução na profundidade de sondagem,

aumento no nível clínico de inserção e significante redução no sangramento a

sondagem.

Essas observações clínicas foram suportadas mais pelos dados

microbiológicos destes estudos cegos (Quadro 2). O procedimento de estágio único,

desinfecção full-mouth, resulta em uma redução adicional estatisticamente mais

significante na prevalência de periodontopatógenos, especialmente subgengival e

em uma menor extensão nos nichos intra-orais, o último especialmente durante o

período em que o paciente estava realizando bochechos com clorexidina

(TEUGHELS et al. 2009).

2.1 PROTOCOLO DE QUIRYNEN

Baseado no conceito que as bactérias presentes na saliva, na língua, nas

tonsilas e na mucosa oral podem ter um impacto na recolonização subgengival das

bolsas periodontais após a terapia periodontal, ou mesmo as bactérias vindas das

bolsas não tratadas, um grupo da Universidade Católica de Leuven, Bélgica,

elaboraram uma nova estratégia de tratamento. O objetivo da desinfecção full-mouth

era erradicar, ou ao menos suprimir, todos patógenos periodontais em um curto

período de tempo, não apenas das bolsas periodontais, mas de toda cavidade

orofaríngea. Assim como, a recolonização das bolsas tratadas por bactérias vindas

de outros sítios não tratados podem prejudicar a melhora periodontal das mesmas.

14

O conceito da desinfecção full-mouth consiste na combinação de alguns efeitos

terapêuticos. Full-mouth raspagem e alisamento radicular de toda a dentição em 24

horas para reduzir o número de organismos patogênicos subgengivais. Uma

adicional irrigação subgengival de todas as bolsas com gel de clorexidina a 1% é

uma maneira de manter a supressão bacteriana. Escovar a língua do paciente por 1

minuto com gel de clorexidina a 1% para suprimir as bactérias nesse nicho.

Bochecho com solução de clorexidina a 0,2% para reduzir o número de bactérias na

saliva e na faringe, incluindo as tonsilas, com spray local ou gargarejos, antes e

depois de cada sessão de raspagem. Excelente higiene, com suporte do bochecho

de clorexidina, nos primeiros 2 meses para retardar a recolonização das bolsas.

O protocolo inicial de Quirynen, em 1995, para o método full-mouth foi o

seguinte:

ü Raspagem e alisamento radicular da boca completa, remoção de toda

placa e cálculo (dentição completa em 2 visitas em 24 horas, 2 dias

consecutivos) com anestesia local

ü Escovação do dorso da língua por 1 minuto com de gel de clorexidina

1% e bochechos de solução de clorexidina 0,2% por 2 minutos

ü Bochechos 2 vezes ao dia com 0,2% clorexidina por 1 minuto (durante

os últimos 10 segundos, o paciente deve gargarejar para atingir

também as tonsilas com o enxaguatório)

ü Irrigação subgengival em todas as bolsas 3 vezes em 10 minutos com

clorexidina 1% gel depois de ambas as sessões de raspagem,

repetindo no oitavo dia

ü O paciente deve bochechar 10 ml de solução de clorexidina 0,2% duas

vezes ao dia por 1 minuto por um período de 2 semanas

ü Instrução de higiene oral incluindo escova dental, limpeza interdental

com escovas interdentais ou outros métodos e escovação da língua

2.2 ESTUDOS CLÍNICOS COMPARATIVOS DO MÉTODO FULL-MOUTH COM A

TERAPIA CONVENCIONAL

Quirynen et al. (1995) introduziram o conceito da desinfecção full-mouth em

um estudo piloto, onde compararam a desinfecção full-mouth com a terapia

periodontal por quadrante em 10 pacientes com doença periodontal, pois

15

acreditavam que poderia ocorrer reinfecção de uma área desinfectada acontecer

antes da conclusão do tratamento, na terapia convencional. Cinco pacientes

receberam instruções de higiene bucal com raspagem e alisamento radicular em 4

visitas com duas semanas de intervalo (referente à desinfecção parcial) e os outros

5 pacientes receberam o método full-mouth conforme o protocolo. Exame clínico e

amostras microbiológicas foram retirados do maxilar quadrante direito 1 mês e 2

meses após o tratamento. Redução no índice de placa e profundidade de sondagem,

assim como redução de espécies patogênicas, foram significativamente melhores

após 1 mês no grupo de desinfecção full-mouth. Nas bolsas profundas (7 a 8 mm)

exibiram uma melhor resposta quando comparadas as bolsas moderadas (5 a 6 mm)

até o fim do estudo. As diferenças no número de espiroquetas e organismos móveis

não alcançou diferença estatisticamente significativa na análise microbiológica

diferencial. Mas na análise de culturas mostrou que amostras do grupo teste

guardaram significativamente poucas espécies patogênicas em 1 mês e

significativamente mais espécies benéficas após 2 meses. Além disso, todos os

locais do grupo teste que abrigavam inicialmente Porphyromonas gingivalis ficaram

negativos após o tratamento, porém alguns nichos periodontais foram positivos para

Actinomices actinomycetemcomitans remanescentes após 2 meses. Estes

resultados sugeriram que foi possível alcançar uma melhoria significante do

resultado de tratamento (clínico e microbiológico) com o método full-mouth em um

curto período de tempo.

Vanderkerckhove et al. (1996) realizaram um estudo em 10 pacientes com

periodontite crônica comparando o método full-mouth com o método de desinfecção

parcial. O grupo controle recebeu o tratamento clássico, consistindo em raspagem e

alisamento radicular por quadrante com intervalos de 2 semanas entre as consultas.

No grupo teste, full-mouth, raspagem e alisamento radicular foram feitos nos quatro

quadrantes em 24 horas. Imediatamente após a raspagem, foi aplicado gel de

clorexidina a 1% subgengival. Após escovar a língua com clorexidina 1% gel por 60

segundos, realizaram bochechos com 0,2% de clorexidina solução 2 vezes por 60

segundos, repetindo subgengival irrigação em todas as bolsas com clorexidina 1%

gel (3 vezes em 10 minutos), e bochecho 2 vezes ao dia com solução de clorexidina

0,2% durante 2 semanas. A placa visível, índice gengival, profundidade de

sondagem, recessão gengival, sangramento a sondagem foram medidos 1, 2, 4 e 8

meses depois. Embora no grupo teste os índices de placa tenham sido superiores

16

em relação ao grupo controle, especialmente 2 e 4 meses após, o índice gengival e

sangramento a sondagem mostraram resultados similares com o tempo. Para as

bolsas 7 mm, a desinfecção full-mouth mostrou uma redução significativamente

maior nas bolsas profundas em cada visita, uma redução de 4 mm em comparação

aos 3 mm de redução da bolsa observado no grupo controle. O aumento da

recessão gengival no grupo full-mouth foi abaixo 0.7 mm, enquanto no grupo

controle alcançou 1.9 mm após 8 meses. Este resultado mostrou um ganho clínico

de 3.7 mm no grupo teste versus 1.9 mm no grupo controle. Este estudo piloto

sugere que a desinfecção full-mouth em um dia resulta numa melhora clínica na

periodontite crônica em comparação às raspagens por quadrantes realizadas em

algumas semanas, com intervalos de 2 semanas entre as mesmas.

Bollen et al. (1996) realizaram um estudo cujo objetivo foi examinar, a longo

prazo, os efeitos microbiológicos da desinfecção full-mouth. Dez pacientes com

periodontite crônica foram randomizados e distribuídos em 2 grupos. Amostras de

placa foram retiradas no início da pesquisa e 1, 2, 4 e 8 meses após o início do

tratamento. Microscopicamente constatou-se uma significativa redução nas

espiroquetas e organismos móveis no grupo teste (full-mouth) maior no mês 2 para

dente unirradicular e maior no oitavo mês para dentes multirradiculares, mostrando

efetividade nessa nova estratégia de tratamento. Em ambos os grupos, o número de

anaeróbicos diminuiu ao redor de dentes unirradiculares e ao redor de dentes

multirradiculares. O número de anaeróbicos decresceu mais no grupo teste, em

contraste com o grupo controle. Após 1 mês, o grupo teste mostrou uma significativa

redução nos organismos patogênicos, mas essa diferença desapareceu com o

tempo. Contudo, observou-se um significativo aumento na proporção de micro

organismos benéficos maior no mês 4. Esse estudo sugere que a desinfecção full-

mouth mostrou um melhor desempenho microbiológico no mês 2, contudo isso foi

mudando, e não sendo mais significante nos próximos 6 meses.

Bollen et al. (1998) realizaram um estudo para examinar os efeitos da

desinfecção full-mouth na microbiota bucal de alguns nichos e também analisar os

benefícios clínicos dessa terapia. 16 pacientes com periodontite crônica foram

colocados num grupo controle de forma randomizada, e foram tratados com

raspagem e alisamento radicular, por quadrante, com 2 semanas de intervalos,

recebendo instruções de higiene bucal. Os pacientes do grupo teste receberam a

desinfecção full-mouth, que consistia em raspagem e alisamento radicular de todas

17

as bolsas em 2 visitas em 24 horas, combinadas com escovação da língua com gel

de clorexidina 1% por 1 minuto, bochechos com solução de clorexidina 0,2% por 2

minutos e subgengival irrigação em todas as bolsas com gel de clorexidina 1% (3

vezes em 10 minutos). Receberam instruções de higiene oral. O grupo teste realizou

bochechos com clorexidina 0,2% 2 vezes ao dia e utilizou um spray com clorexidina

0,2% nas tonsilas por 2 meses. Amostras de placa (das bolsas, língua, mucosa e

saliva) foram retiradas no início da pesquisa e após 2 e 4 meses, e a profundidade

da bolsa, inserção gengival e sangramento a sondagem foram reportados. O método

full-mouth de desinfecção resultou em uma significativa redução e eliminação de

patógenos periodontais, especialmente nas bolsas subgengivais, mas também nos

outros nichos bucais. Essa melhora microbiológica refletiu em uma estatística

diminuição na profundidade das bolsas nos pacientes do grupo teste. Sugerindo que

nesse estudo a desinfecção dos nichos intra-orais em um curto período de tempo

mostra um resultado positivo tanto clínico como microbiológico por até 4 meses.

Notar que, diferente dos outros protocolos nesse foi utilizado clorexidina para

bochecho num período mais longo do que o convencional de 2 semanas, sendo

utilizado por 2 meses, assim como foi utilizado uma adicional desinfecção nas

tonsilas com spray de clorexidina 2 vezes ao dia por 2 meses.

No grupo teste, imediatamente após a instrumentação:

ü Escovar o dorso da língua por 1 minuto com gel de clorexidina 1% (Corsodyl®

gel, Smith Kline Beecham Consumer Brands SA, Genval, Bélgica)

ü Bochechar 2 vezes com clorexidina 0,2% (Corsodyl® solução, Smith Kline

Beecham Consumer Brands SA, Genval, Bélgica) por 1 minuto

ü Aplicar 2 vezes ao dia spray de clorexidina 0,2% (aproximadamente 0.30ml)

(Corsodyl® gel, Smith Kline Beecham Consumer Brands SA, Genval, Bélgica)

na área da tonsila

ü Irrigação subgengival repetida (3 vezes em 10 minutos) com gel de

clorexidina 1% (Corsodyl® gel) em todas as bolsas com uma seringa de

agulha obtusa, sem corte, que foi inserida na bolsa até que se sentisse

alguma resistência; 2 seringas e agulhas diferentes foram usadas para irrigar

todas as bolsas da maxila e mandíbula, para reduzir a possibilidade de

recontaminação dos nichos tratados; a aplicação subgengival foi repetida 3

vezes no oitavo dia pós-instrumentação.

18

ü Bochechar em casa 2 vezes ao dia por 1 minuto com solução de clorexidina

0,2% (Corsodyl® solução) pelos próximos 2 meses

ü Aplicar 2 vezes ao dia clorexidina 0,2% spray (Corsodyl® spray) na área da

tonsila pelos próximos 2 meses

Quirynen et al. (1999) realizaram mais um estudo comparativo, porém

utilizando pacientes com periodontite crônica e periodontite agressiva. Seu objetivo

era comparar o método full-mouth com o método convencional de acesso por

quadrantes investigando as vantagens microbiológicas com especial atenção pelos

patógenos presentes nos nichos intra-orais e também avaliar a percepção por parte

dos pacientes para essa nova estratégia de tratamento. Dezesseis pacientes com

periodontite agressiva e 24 pacientes com periodontite crônica foram utilizados na

pesquisa, randomizados e colocados em um grupo teste (full-mouth) e um grupo

controle. No início do estudo, 1, 2, 4 e 8 meses após o início do tratamento,

amostras microbiológicas foram extraídas de todos os nichos orais (língua, mucosa,

saliva, dentes uni e multirradiculares). A percepção dos pacientes sobre o tratamento

foi avaliada usando um questionário. Nos resultados em comparação com a terapia

convencional, o método full-mouth resultou em uma significante melhora

microbiológica. O grupo teste mostrou uma larga redução nas proporções de

espiroquetas e organismos móveis na flora subgengival, e uma maior redução

ocorreu na densidade dos patógenos chave, especialmente na redução de

Porphyromonas gingivalis. Os efeitos dos benefícios nos outros nichos ficaram

restritos ao número de formação de colônias de bactérias de pigmento negro,

especialmente na mucosa e na saliva e numa menor extensão na língua. Ambos os

tratamentos foram bem tolerados pelos pacientes. Essa pesquisa suporta o benefício

do método de desinfecção full-mouth no tratamento dos pacientes com periodontite

crônica e periodontite agressiva.

Mongardini et al. (1999) realizaram um estudo durante 8 meses cujo objeto foi

investigar os benefícios clínicos da desinfecção full-mouth no controle da

periodontite. 16 pacientes com periodontite agressiva e 24 pacientes com

periodontite crônica foram randomizados e distribuídos em um grupo teste e um

grupo controle. O grupo teste recebeu instruções para o uso 2 vezes ao dia de

solução de clorexidina 0,2% e spray nas tonsilas com clorexidina a 0,2%, por 2

meses. A desinfecção full-mouth em um estágio resultou, em comparação com a

19

terapia convencional, em uma significante redução na profundidade de sondagem e

ganho de inserção maior após 8 meses. Essa adicional melhora foi observada em

todos os subgrupos (periodontite crônica, casos de periodontite agressiva e

pacientes fumantes), com grandes diferenças nos casos de periodontite crônica nos

casos de não-fumantes. Sugerindo que nesse estudo a desinfecção full-mouth

resultou em uma melhora clínica tanto sobre os casos com periodontite crônica

como nos casos com periodontite agressiva se comparados aos casos tratados com

raspagem e alisamento radicular por quadrantes com 2 semanas de intervalo,

especialmente nas bolsas inicialmente mais profundas. As desvantagens

ergonômicas (2 consultas de 2 horas em 2 dias) devem ser consideradas.

De Soete et al. (2001) realizaram um estudo para comparar os resultados

microbiológicos do método de desinfecção de um estágio full-mouth versus a terapia

convencional. Dezenove pacientes com periodontite crônica e 12 pacientes com

periodontite agressiva foram randomizados em um grupo teste e um grupo controle.

No grupo controle (9 pacientes com periodontite crônica e 6 pacientes com

periodontite agressiva) foi feito raspagem e alisamento radicular, por quadrante, com

2 semanas de intervalo. O grupo teste (10 pacientes com periodontite crônica e 6

pacientes com periodontite agressiva) foi tratado com o método de desinfecção full-

mouth. No início da pesquisa, 2, 4 e 8 meses foram coletadas amostras de placa

subgengival retiradas de dentes uni e multirradiculares. Os dados foram analisados

utilizando amostras genéticas de DNA e checando com hibridização DNA-DNA.

Ambos os tratamentos resultaram em uma importante redução de espécies

patogênicas maior no oitavo mês após a terapia, ambos para os níveis e freqüência

de detecção. O grupo de desinfecção full-mouth resultou em uma melhoria adicional,

especialmente no grupo de pacientes com periodontite crônica. P.gingivalis e B.

forsythus foram reduzidos abaixo do nível de detecção. O número de espécies

benéficas permaneceu quase inalterado. O grupo de desinfecção full-mouth resultou

em uma redução suplementar de patógenos periodontais mesmo após 8 meses de

tratamento em pacientes com periodontite agressiva.

Eren, Gurgan e Bostanci (2002) realizaram um estudo cujo objetivo foi avaliar

a efetividade da instrumentação mecânica não-cirúrgica com 2 intervalos de tempo

diferentes. O estudo consistia em 100 pacientes (31 mulheres e 69 homens) com

doença periodontal, que foram distribuídos em dois grupos. Um grupo com intervalos

diários e outro grupo com intervalos semanais. O grupo com intervalos diários

20

recebeu raspagem e alisamento radicular da boca inteira por 4 dias consecutivos. O

grupo com intervalos semanais recebeu um tratamento por quatro semanas. Todos

pacientes foram questionados pelas reações apresentadas objetivamente

(linfodenopatia, estomatites aftosas e edema) e subjetivamente (fadiga, dor, prurido,

sensação de queimação e dentalgia). Exames clínicos de índice de placa, índice

gengival, profundidade de sondagem, sangramento a sondagem e recessão gengival

foram colhidos no início do estudo e 3 meses pós-tratamento. Todas as reações

subjetivas e objetivas foram colhidas após cada sessão de tratamento. Todos

pacientes foram tratados dividindo a boca em 4 quadrantes, recebendo anestesia

local e as raspagens foram feitas com curetas Gracey. Todos pacientes também

foram instruídos para realizar bochechos com clorexidina 0,2% duas vezes ao dia.

Os resultados desse estudo revelaram uma significante redução no índice de placa,

no índice gengival, no sangramento a sondagem e na profundidade de sondagem no

final de 3 meses, apenas apresentando uma piora na recessão gengival. A

incidência das reações objetivas e subjetivas foram maiores no grupo com consultas

diárias do que no grupo com consultas semanais. Concluindo que não foram

observadas diferenças entre os grupos nos parâmetros clínicos avaliados. Porém,

quando as reações subjetivas e objetivas foram consideradas, esse estudo

recomenda que se utilize um intervalo semanal entre as sessões do tratamento

periodontal.

Apatzidou e Kinane (2004a) realizaram um estudo utilizando 40 pacientes

com periodontite crônica não-tratada, de idade entre 37 e 70 anos, sem histórico de

doenças sistêmicas ou uso de antibióticos nos últimos 3 meses ou durante o

tratamento, que foram randomizados em 2 grupos. Num grupo foi realizado o

método full-mouth com raspagem e alisamento radicular no mesmo dia, 2 horas pela

manhã e 2 horas pela tarde, com intervalo de 1.5 horas entre as intervenções. E

esses mesmos indivíduos voltaram após 2 semanas para nova instrução de higiene

oral. Enquanto que no outro grupo foi realizado intervenções por quadrantes com 2

semanas de intervalos entre as 4 sessões. Após as duas modalidades terapêuticas

foram analisadas, 6 semanas após a última intervenção clínica e no final de 6 meses

após o exame inicial. As raspagens foram realizadas sob anestesia local com

curetas periodontais e instrumentos ultrassônicos. Esse estudo falhou ao mostrar

que o método full-mouth é mais efetivo que o método de tratamento periodontal

convencional. Contudo, ambas as terapias resultaram em melhorias significantes em

21

todos os exponentes clínicos. Assim como concluiu que o método full-mouth não

aumenta a sensibilidade, como era sugerido, mostrando que o protocolo foi bem

tolerado pelos pacientes. O presente estudo falhou em demonstrar qualquer

diferença significativa entre as terapias.

Apatzidou e Kinane (2004b) realizaram em estudo para analisar as diferenças

microbiológicas entre as terapias propostas. Selecionaram 40 pacientes e

randomizaram em 2 grupos, sendo coletadas amostras de placa subgengival dos

nichos. PCR (polymerase chain reaction) foi usada para determinar a presença de

Porphyromonas gingivalis, Actinobacillus actinomycetemcomitans, Prevotella

intermedia, Treponema denticola e Bacteroides forsythus na placa. Este estudo

falhou em confirmar que a terapia em um mesmo dia, full-mouth, resulta em um

melhor resultado microbiológico quando comparado com a terapia por quadrantes

com intervalos entre as consultas de 2 semanas até um período de 6 meses,

determinado pelo PCR.

Wenström et al. (2005) realizaram uma pesquisa para avaliar a eficácia

clínica de uma sessão única de debridamento com ultrassom com o método full-

mouth no tratamento inicial de uma periodontite crônica e na reinstrumentação das

bolsas que não responderam na instrumentação subgengival inicial. 41 pacientes

tendo em media 35 sítios com profundidade de sondagem 5 mm, forma

randomizados e estratificados por fumantes para dois diferentes protocolos de

tratamento. Um grupo teste de uma sessão única de full-mouth com instrumentação

subgengival utilizando um aparelho de ultrassom com água fresca e outro grupo

controle com raspagem e alisamento radicular com instrumentos manuais em 4

sessões de raspagem com uma semana de intervalo. Em 3 meses, todos sítios com

bolsas remanescentes 5 foram submetidas para um debridamento de reparo com

aparelho de ultrassom ou instrumentação manual. Placa, nível de inserção clínica e

sangramento a sondagem foram coletados no início da pesquisa, 3 e 6 meses.

Eficácia primária foi considerada como “bolsas fechadas” ( 4 mm). Os resultados

obtidos foram que a porcentagem de “bolsas fechadas” foi de 58% em 3 meses para

o grupo com instrumentação com ultrassom e de 66% para o grupo com

instrumentação manual. Ambos os tratamentos mostraram uma redução na

profundidade de sondagem de 1.8mm. O retratamento em 3 meses resultou em um

ganho médio de profundidade de sondagem de 0.4mm e nível de inserção clínica de

0.3mm no mês 6, independente do uso do ultrassom ou da instrumentação manual.

22

A eficiência na fase inicial (tempo usado para instrumentação/ número de bolsas

fechadas) foi maior o grupo full-mouth em comparação com o grupo de raspagem

manual: 3.3 versus 8.8 minutos para cada bolsa fechada. A eficiência do

retratamento no mês 3 foi 11.5 minutos para o uso do ultrassom e 12.6 minutos pra a

instrumentação manual. Concluindo que os resultados a sessão única com o método

de desinfecção full-mouth é justificada como um tratamento inicial para oferecer

benefícios para o paciente com periodontite crônica.

2.3 ESTUDOS CLÍNICOS COMPARANDO A IMPORTÂNCIA DA CLOREXIDINA NO

MÉTODO DE DESINFECÇÃO FULL-MOUTH

O anti-séptico utilizado no protocolo inicial de Quirynen, em 1995 para o

método full-mouth foi a clorexidina. Posteriormente começaram a surgir

questionamentos a respeito da importância desse antimicrobiano na terapia. Assim

como outros anti-sépticos foram testados para avaliar sua importância no método

full-mouth.

Quirynen et al. (2000) realizaram um estudo para avaliar a importância do uso

de clorexidina no protocolo de desinfecção da boca inteira em um período curto, de

24 horas, o protocolo full-mouth. Foram selecionados 36 pacientes com periodontite

crônica e divididos em 3 grupos, avaliados durante um período de 8 meses. Os

pacientes do grupo controle foram submetidos à raspagem e alisamento radicular

por quadrante, com duas semanas de intervalo entre as sessões. Os dois outros

grupos foram submetidos a full-mouth com e sem o uso adjunto de clorexidina.

Foram realizados exames clínicos, índice de placa, profundidade de sondagem,

índice de sangramento gengival após 1, 2, 4 e 8 meses. Amostras microbiológicas

foram extraídas de diferentes nichos intra-orais (língua, mucosa, saliva e de bolsas

de dentes multi e unirradiculares). Os pacientes receberam questionários para

relatarem a percepção a cada tratamento (dor pós-operatória, febre e inchaço). As 3

estratégias de tratamento tiveram satisfatórios parâmetros clínicos, mas os grupos

com protocolo full-mouth tiveram melhores resultados quando comparados ao grupo

controle, na redução de bolsas profundas. Contudo as análises microbiológicas não

mostraram diferenças significativas entre os grupos. As diferenças entre os dois

grupos full-mouth foram insignificantes. Concluindo que os benefícios do protocolo

full-mouth nos pacientes com periodontite crônica provavelmente resultam da

23

raspagem e alisamento radicular em 24 horas do que dos benefícios adicionais do

uso de clorexidina.

Koshy et al. (2001) realizaram um estudo randomizado para determinar se o

método de desinfecção full-mouth confere um benefício adicional no tratamento de

debridamento mecânico em pacientes com periodontite. Trinta e dois pacientes

saudáveis, não-fumantes, com idades entre 35 e 60 anos que tinham ao menos 2

sítios com bolsas profundas maior ou igual a 5 mm em cada quadrante foram

incluídos no estudo. O grupo teste recebeu o método full-mouth. O grupo controle

recebeu o debridamento em todos os dentes em uma única visita, mas não

utilizaram clorexidina em nenhum estágio, e receberam repetidas instruções de

higiene oral. Exames clínicos foram realizados: porcentagem de placa, porcentagem

de sangramento a sondagem, nível de inserção gengival, no início da pesquisa, 1

mês, 3 meses e 6 meses após. Análises estatísticas foram realizadas e analisadas

as variantes. Observou-se alguma diferença no primeiro mês, porém no mês 3 e 6

não foram observadas diferenças entre os grupos.

Nagata et al. (2001) realizaram uma pesquisa cujo propósito foi analisar os

efeitos clínicos da desinfecção full-mouth em comparação com o tratamento

convencional usando clorexidina ou uma combinação de óleos essenciais de fenol

como antimicrobianos. Vinte e nove pacientes com periodontite crônica foram

randomizados em 6 grupos:

1. Desinfecção full-mouth com clorexidina

2. Desinfecção full-mouth com óleos essenciais de fenol

3. Desinfecção full-mouth com placebo

4. Tratamento convencional com clorexidina

5. Tratamento convencional com óleos essenciais de fenol

6. Tratamento convencional com placebo

O tratamento convencional consistia em raspagem e alisamento radicular por

quadrantes em 4 semanas. Além disso, instruções de higiene oral e bochechos 2

vezes ao dia com antimicrobiano ou placebo por 6 semanas após a primeira sessão

de raspagem. A desinfecção full-mouth consistia em raspagem e alisamento

radicular de todas as bolsas, em combinação com a aplicação de antimicrobiano

para bochecho, subgengival irrigação e spray nas tonsilas, em 2 sessões em 24

horas. Além disso, receberam instruções de higiene oral para bochechar e

gargarejar 2 vezes ao dia com o antimicrobiano indicado ou o placebo indicado por

24

6 semanas após a primeira sessão de terapia. No início da pesquisa, 6 semanas, 3 e

6 meses pós-tratamento, parâmetros clínicos foram colhidos. Bolsas iniciais de 4 a 6

mm, e 7 mm foram analisadas separadamente. Após o tratamento, todos os 6

grupos mostraram significante redução nas bolsas e ganho de inserção clínica 6

meses pós-tratamento para todos dentes multi e unirradiculares. Contudo, as

diferenças na profundidade de sondagem e ganho de inserção clínica não foram

estatisticamente significantes comparando os 6 grupos. Os testes foram

processados estatisticamente por um sistema de software. Considerando as

limitações desse estudo, pode-se concluir que a desinfecção full-mouth e o

tratamento periodontal convencional apresentam resultados clínicos semelhantes.

Koshy et al., em 2005, realizaram mais uma pesquisa no sentido de avaliar os

efeitos de uma única visita com debridamento ultrassônico na desinfecção full-mouth

versus a terapia por quadrantes. Trinta e seis pacientes com periodontite crônica,

que foram randomizados e separados em 3 grupos, debridamento ultrassônico por

quadrante, sessão única full-mouth com debridamento ultrassônico e irrigação com

iodo-povidine e sessão única full-mouth com ultrassom e irrigação com água. No

grupo full-mouth com iodo-povidine, foi realizado debridamento em uma sessão

única com iodo povidine a 1% (Popiyodon Gargle®, Yishida, Tokyo, Japão) como

irrigação. Os pacientes desse grupo foram instruídos para realizar bochechos com

clorexidina a 0,05% duas vezes ao dia por 1 mês e para escovar a língua. Os outros

grupos não foram instruídos para realizar bochecho com qualquer outro

enxaguatório ou para escovação da língua. Quantidade de placa, sangramento a

sondagem, profundidade de sondagem e nível clínico de inserção foram retirados

antes do tratamento, 1, 3 e 6 meses pós-tratamento. Placa e saliva foram coletadas

para análises microbiológicas. Após o tratamento, todos os grupos mostraram

melhoras nos parâmetros clínicos. Tratamento full-mouth resultou em melhoras

similares em porcentagem de placa, sangramento a sondagem e nível clínico de

inserção em comparação com a terapia convencional. Quando foram analisadas

baseadas nas bolsas profundas e no tipo de dente, também não houve diferença

entre os grupos na redução da profundidade de sondagem e no nível clínico de

inserção. O grupo full-mouth demonstrou grande redução na porcentagem de

sangramento a sondagem e no número de bolsas 5mm e o total do tempo de

tratamento foi significantemente mais curto. A detecção da freqüência de patógenos

periodontais na placa e na saliva não mostrou diferença entre os grupos. Concluindo

25

que o debridamento full-mouth talvez tenha limites adicionais de benefícios sobre a

terapia por quadrantes no tratamento de periodontites, mas pode ser completa em

um tempo bem mais curto.

Quirynen et al. (2006) realizaram uma pesquisa com controle randomizado

para avaliar os benefícios dos diversos tipos de desinfecção full-mouth. Setenta e

um pacientes com periodontite moderada foram randomizados e colocados em um

grupo de cada tipo de estratégia de tratamento a ser comparada:

- raspagem e alisamento radicular, quadrante por quadrante, com duas

semanas de intervalo e sem uso de anti-sépticos

- full-mouth em 2 dias consecutivos sem o uso de anti-sépticos

- desinfecção full-mouth em 2 dias consecutivos com aplicação de anti-séptico

clorexidina 0,2% (Cordosil®, Glaxo-SmithKline, Genval, Bélgica) por 2 meses

- desinfecção full-mouth em 2 dias consecutivos com aplicação de fluoreto

estanhoso AmF/SnF2 ( Meridol mouthrinse®, GABA Internacional AG, Munchenstein,

Suíça) por 2 meses

- desinfecção full-mouth em 2 dias consecutivos utilizando clorexidina por 2

meses mais fluoreto estanhoso por outros 6 meses

Antes do tratamento, e após 2, 4 e 8 meses foram retirados uma série de

parâmetros periodontais. E os resultados obtidos foram que todas as estratégias de

tratamento resultaram em uma significante melhoria de todos os parâmetros clínicos

durante todo o estudo. Porém houve diferenças entre os grupos. O grupo controle

mostrou quase sempre melhorias significativamente menores do que os dois grupos

com o uso de clorexidina. Concluindo que os benefícios do protocolo de desinfecção

full-mouth é parcialmente devido ao uso de anti-sépticos e parcialmente devido à

conclusão da terapia em um período mais curto.

Zanatta et al. (2006) realizaram um estudo para avaliar os efeitos clínicos do

debridamento periodontal full-mouth com ultrassom, associado com 0,5% de solução

de iodo-povidine em pacientes com periodontite crônica. Quarenta e cinco pacientes

foram randomizados em 3 grupos: um grupo controle, que recebeu raspagens por

quadrantes com 1 semana de intervalo entre as 4 sessões; debridamento

periodontal com iodo-povidine com desinfecção full-mouth com ultrassom; e

debridamento periodontal full-mouth com ultrassom e irrigação de NaCl. Após 3

meses de evolução, a média da profundidade de sondagem reduziu no grupo

controle 2.51mm, 2.53mm no grupo com iodo-povidine, e 2.58mm no grupo full-

26

mouth e irrigação de NaCl. Concluindo que não houve evidências que o iodo-

povidine é efetivo como adjunto para debridamento periodontal full-mouth.

O resumo desses estudos comparativos encontra-se no Apêndice A.

27

3 DISCUSSÃO

A estratégia de tratamento denominada método de desinfecção full-mouth

pelo grupo que a idealizou, desenvolveu, praticou e pesquisou (Universidade

Católica de Leuven, Bélgica) pode ser considerada muito jovem, pois o protocolo

inicial de Quirynen et al. foi publicado em 1995, portanto ainda recente. Apresentada

como uma nova forma de tratamento periodontal, está em processo de

sedimentação e confirmação, sofrendo críticas e contestações, conforme o próprio

grupo admite e, também contesta (TEUGHELS et al., 2009). Segundo Teughels et

al. (2009), alguns autores apresentaram revisões e revisões sistemáticas, nas quais

os dados contidos nos trabalhos apresentados por esse grupo de pesquisadores

foram avaliados e interpretados incorretamente. Os motivos listados estariam

relacionados à metodologia da pesquisa para o momento da tomada de medidas, o

grau de controle de placa pós-operatório e a motivação do paciente fora considerado

pobre para um tratamento cujo objetivo é evitar a reinfecção dos sítios tratados.

Os pesquisadores da Univerdade Católica de Leuven, como Quirynen et al.,

1995, quando desenvolveram o protocolo, e após Vanderkerchove, Bollen e

Mongardini que atrelaram mais pesquisas para verificar a utilização da desinfecção

full-mouth. Estes seguiram um protocolo similar durante os estudos: pacientes com

bolsas 7mm e também grande quantidade de placa e tár taro subgengival, o que

pode sugerir probabilidade de contaminação cruzada muito alta entre os nichos da

cavidade bucal. E quando se compara a outras escolas de pesquisa, tendo nomes

como Kosky, Eren, Gurgan, Bostanci, Apatzidou, Kinane, Wennstöm e Zanatta,

algumas diferenças de protocolo das pesquisas podem ser observadas e assim

deve-se discutir e analisar as diferenças nos resultados encontrados.

Por outro lado, existem algumas explicações para o sucesso dessa nova

estratégia de tratamento. Sob o ponto de vista de ganhos clínicos, os estudos

comparativos entre o tratamento tradicional e o novo, mostram tanto as médias de

redução de bolsa como as médias de ganho de inserção, favoráveis ao novo

tratamento. Sob o ponto de vista microbiológico, a maioria dos estudos realizados

sobre a microbiota periodontal mencionam a possibilidade da contaminação

microbiológica cruzada intra-oral cujo mecanismo ainda não foi esclarecido. A

passagem dos patógenos periodontais diretamente da bolsa periodontal para a

saliva e o fluido crevicular, onde algumas espécies bacterianas sobrevivem, pode

28

exercer um importante papel nesse questionamento. Com essa nova modalidade de

desinfecção da boca toda em um só estágio, a translocação das bactérias fica

reduzida.

Os questionamentos sobre o uso da clorexidina levaram os autores a iniciar

outros estudos para esclarecer o papel da clorexidina na desinfecção full-mouth.

Quirynen et al. (2000) realizaram talvez o primeiro estudo nesse sentido e acabaram

concluindo que talvez os benefícios sejam mais em função da desinfecção full-mouth

ser realizada em 24 horas, do que ao prórpio uso da clorexidina como anti-séptico.

Assim como reafirmado por Koshy et al. (2001). Nagata et al. (2001) fizeram um

estudo similar, porém testando o benefício do óleo essencial de fenol e da

clorexidina, não encontraram diferenças entre os grupos analisados. Os benefícios

adicionais no método full-mouth com a utilização de iodo-povidine e a clorexidina foi

testada por Koshy et al. (2005) e Zanatta et al. (2006), e mais uma vez não houve

evidências da eficiência dos mesmos. Quirynen et al. (2006) avaliaram o uso adjunto

de fluoreto estanhoso e novamente não encontraram suporte científico para validar

seu uso no tratamento periodontal em um curto período de tempo.

Com base na literatura encontrada pode-se concluir que talvez o papel dos

anti-sépticos no método de desinfecção full-mouth seja dispensável no protocolo.

Teughels et al. (2009) sugerem os candidatos ao tratamento full-mouth: os

portadores de periodontite agressiva que mostram presença elevada de

periodontopatógenos na saliva, esse tratamento resulta na redução imediata da taxa

de microorganismos presentes, podendo retardar a formação de nova placa.

Também os pacientes com altos níveis de depósitos de placa e cálculo são

candidatos à contaminação cruzada e poderão ser beneficiados. Os autores são

claros em demonstrar a ausência de riscos para a saúde do paciente ou que se

desenvolva a resistência bacteriana, como no caso da utilização de antibióticos

locais ou sistêmicos.

Outro fator a ser considerado na técnica proposta seria a ergonomia de

trabalho, mais tempo no consultório em um período curto, porém menos

deslocamentos ao mesmo. O que acarreta por sua vez em uma motivação de

instrução de higiene oral menor? Ou o resultado do tratamento em período mais

curto estimularia os cuidados com a higiene oral?

29

Outra análise cabível seria também a redução de custo que o protocolo full-

mouth traria ao paciente. Tornando a técnica mais viável também para o seu uso na

rede pública de saúde.

Considerando-se como uma nova estratégia de tratamento e a sua utilização

na rotina na clínica, fica evidente que são necessários mais estudos para confirmar

os benefícios que ora estão sendo relatados para que os profissionais se utilizem

dessa nova modalidade como rotina clínica.

30

4 CONCLUSÃO

De acordo com a pesquisa realizada, podemos relacionar as seguintes

conclusões:

ü ambas as terapias, tanto a convencional por quadrantes como o método full-

mouth, em um curto período de tempo, se mostraram eficientes no tratamento da

doença periodontal;

ü os tratamentos foram eficazes na melhora e manutenção na saúde periodontal;

ü o método (full-mouth) não apresenta riscos para o paciente;

ü são necessárias mais pesquisas para explorar, em detalhes, o potencial do

método full-mouth para sua aplicação como rotina clínica.

31

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