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UNIDADE TEMÁTICA:
PINTURA ANALÓGICA X PINTURA DIGITAL
INTRODUÇÃO
Este trabalho se propõe a estudar a importância que a imagem assume no dia a dia
da sociedade e as mudanças que vem ocorrendo na produção destas formas de
representação. Com o advento das tecnologias, a História da Arte viu diversas
mudanças acontecerem e hoje se passa por um novo renascimento com relação às
pinturas: o uso de softwares. A indagação sempre é: tais pinturas são Arte? Estes
pintores são realmente artistas? Se o problema está emergindo, uma coisa é certa:
vamos discutir e estudar sobre este tema. O trabalho trata dos estudos das técnicas
de pinturas analógicas e digitais, suas semelhanças e diferenças. Pretende-se desta
forma, o desenvolvimento de uma capacidade maior de “ver”, pois muitos olham sem
observar. E, com esta visão melhorada, os alunos terão condições de propor um
melhor tratamento em seus trabalhos artísticos. No percurso haverá discussões que
levem a pensar como serão os caminhos da Arte nesta revolução que emerge todos
os dias: como serão as próximas produções artísticas advindas deste tecnologismo
sem fim? Como serão as aulas de Arte futuras? Como conceber uma aula de Arte
que venha de encontro aos anseios das novas gerações? Os professores de Arte
saberão lidar com estas mudanças? Os mais radicais saberão entender que o
mundo da Arte acompanha a tecnologia presente?
PALAVRAS CHAVE: Imagem; Arte; Tecnologia; Imagem Analógica; Imagem
Digital.
VAMOS COMEÇAR FALANDO CONCEITUALMENTE DE IMAGEM...
“O processo mais elementar dos tempos modernos é a conquista do
mundo como imagens” (Martins Heidgger, Holzwege, 1980, p.92)
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Disponível em www.diadiaeducacao.pr.gov.br
As imagens estão permeando a história da humanidade há muito tempo. A
imagem precedeu a palavra e foi a partir dos desenhos que a representação em
forma de alfabeto surgiu. Hoje em dia ainda existem os que desprezem a imagem
como uma fonte inesgotável de conhecimento. Preferem ver na imagem uma
simples ilustração. Mas, sabe-se que não é assim. Firma-se constantemente a
necessidade de provar que as imagens valem mais do que palavras. Mas, firma-se
também a necessidade de fazer com que os estudos sobre as imagens se ampliem
de forma com que, assim como as palavras, as imagens possam falar de si e per si.
Conforme foi observado pela semioticista Emile Benveniste (in Santaella,
2008, p.13):
(...) as imagens são um sistema semiótico ao qual falta uma
metassemiótica: enquanto a língua, no seu caráter metalingüístico,
pode servir, ela própria, como meio de comunicação sobre si mesma,
transformando-se assim num discurso auto-reflexivo, imagens não
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podem servir como meios de reflexão sobre imagens. O discurso
verbal é necessário ao desenvolvimento de uma teoria da imagem.
Porém, a separação dos dois códigos, do verbal e do visual, não é
tão radical quanto a observação de Benveniste pode sugerir.
E Santaella complementa o pensamento, concluindo que o código verbal não
se realiza sem as imagens, pois o discurso verbal está repleto de iconicidade.
Assim, a busca da teorização da imagem sempre implica o uso de imagem, tendo
etimologicamente uma aproximação de si mesma, pois teoria vem de theorein que
significa ver, olhar, contemplar, mirar. Portanto, como ela afirma nada melhor do que
usar a teoria para falar da imagem. E quanto à imagem, que se deixem os nossos
olhos desfrutarem delas conforme a curiosidade apresentada.
Estas imagens que permeiam a vida existem em dois domínios, sendo o
primeiro o domínio das representações visuais tais como desenhos, pinturas,
gravuras, fotografias, imagens televisivas; elas são objetos materiais e signos que
representam o ambiente visual. Já o segundo domínio corresponde ao imaterial,
aquelas imagens que estão em nossa mente: são as visões, fantasias, esquemas.
Estes dois domínios não existem separados e os conceitos unificadores que
fazem a sua ligação são o signo e a representação.
O conceito de representação tem sido uma questão chave no estudo da
semiótica e se refere de maneira geral aos signos, símbolos e imagens e a várias
formas de substituição.
Atualmente o conceito se encontra no centro da teoria da ciência cognitiva
que trata das representações analógica, digital, proposicional, de maneira geral a
representação mental. Na semiótica geral, os conceitos de representação são vastos
e variados. Estes conceitos se situam entre apresentação e imaginação, estendendo
a conceitos como signo, veículos do signo, imagens, significação e referência. O
signo seria definido tendo-se como ponto de partida as teorias de Ferdinand de
Saussure e Charles Sanders Peirce. Saussure afirma que o signo está ligado ao
signo verbal e para Peirce é o signo em geral não importando a sua espécie.
Estas imagens tão vastamente estudadas por teóricos preocupados no
desvendamento de seu valor levam a imaginar o quanto a imagem é uma forma
representativa bastante complexa e não algo tão simples de ser trabalhado.
A imagem tem sido vista na sociedade por tanto tempo que muitas pessoas
ao observarem qualquer uma delas, sequer se dão ao trabalho de entendê-la. Isto
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pode ocorrer porque ninguém jamais as informou de que uma imagem pode ser lida
assim como qualquer texto. Pois ler uma imagem se aprende. A imagem tem
especificidades a serem entendidas assim como a palavra escrita também as tem. O
que não se pode deixar de compreender, é a imagem como uma forma de
comunicação e instrumento imprescindível na sociedade.
Rossi (2009) menciona em seu livro uma citação interessante de Régis
Debray que ilustra o quanto as imagens têm o poder de imposição sobre os
indivíduos:
Debray (1993) conta que certa vez, um imperador chinês pediu ao pintor de sua corte para apagar a cascata que havia pintado na parede do palácio, porque o ruído da água não deixava dormir. Parece que, desde sempre, a imagem teve o poder de se impor a nós. Ela nos seduz por sua própria presença; já a palavra pressupõe uma linearidade na sua leitura. A palavra evoca algo que está ausente; a imagem é (já) presença, aqui e agora.
O poder da imagem jamais será diminuído, muito ao contrário, hoje a invasão
imagética é muito maior e com a crescente presença da tecnologia na produção das
imagens, as crianças estão lidando com elas desde muito cedo, aprendendo a
produzir e consumir imagens de todos os tipos. A criança aprende a ver antes de
falar e isso não é mero fato biológico, pois para se poder falar é necessário
visualizar sobre o que se falará. Não se fala sem antes ter percebido a situação em
sua totalidade.
O erro cometido pelas escolas é valorizar apenas o ensino da palavra no
momento da alfabetização, e também posteriormente, deixando de lado o trabalho
com as imagens. Portanto, é de suma importância que a disciplina Arte saiba se
posicionar nas escolas e mostre o quanto o alfabetismo visual como assim chama a
autora Donis Dondi, possa realmente existir.
A falta de conhecimento do desenvolvimento estético dos alunos leva os
professores a não saberem se a proposta oficial recebida para ser trabalhada, se
encontra de acordo com o que os alunos precisam. A maioria das propostas estão
reduzidas à análise de elementos formais e princípios de composição (linha, cor,
forma, ritmo), não favorecendo a expressão das idéias (que seriam as teorias) sobre
o que os alunos estão vendo.
Porisso, como diz Rossi (2009), está na hora de perguntar:
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• O que o aluno vê numa imagem? • O que enfatiza quando analisa uma imagem? • Como ele interpreta? • Que perguntas faz frente à imagem? • Que critérios usa para julgar a qualidade da imagem? • O que diferencia a leitura de cada aluno? • Quais são os pressupostos que o aluno traz? • Como é, realmente, a leitura do aluno no contexto brasileiro? • Pode se impor uma leitura?
No afã de propiciar o acesso à cultura, em nome da democratização cultural, estamos desrespeitando as condições de construção de conhecimento do aluno. É certo que o educador deve levar o aluno a romper limites, para buscar o acesso ao patrimônio cultural da humanidade. No entanto, existem fatores que precisam ser considerados no processo educacional. Entre estes estão: idade, estrutura cognitiva, nível de escolaridade, familiaridade com atividades de leitura estética na escola e no ambiente familiar, contextos sociais, econômicos, culturais, psicológicos.
As questões postas sobre a leitura das imagens é relevante e preocupante,
portanto não se pode acreditar que o estudo da imagem é algo simples e sem
necessidade de aprofundamento. Só porque se leva uma imagem de Pablo Picasso
ou qualquer outro artista famoso, para a sala de aula, nada garante que o trabalho
desenvolvido pelo professor junto aos alunos será adequado ao que se espera em
termos de alfabetismo visual.
Quem avalia que a imagem é importante apenas agora em nosso cotidiano
repleto de imagens, comete grave engano.
A produção das imagens vem passando historicamente por momentos
variados, pois após a representação clássica, viveu-se a era da representação
moderna e aí houve o que estudiosos como Foucault (in Frank, 1983) chamam de
perda de representação, pois:
A episteme clássica se baseia na condição de que uma dissolução total do signifiant ocorre no signifié: nada no signo resiste à idéia que se representa por meio dele, sobretudo quando a ordem das idéias é pensada na sua idéia como atemporal: algo é verdadeiro, de acordo com o pensamento clássico, simplesmente porque não pode ser visto de outra forma (...). Esta premissa deixa de vigorar quando o tempo (...) intervém na síntese da representação. (SANTAELLA, 2008, p.24)
A História da Arte, portanto, vive constantes momentos de alterações na
forma de produção imagética que provocam constantes discussões de como os
artistas representam as suas imagens. Pois, como não poderia deixar de ser, os
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avanços tecnológicos influem de maneira primordial na forma da criação artística,
uma vez que o artista estará ligado á sociedade em que está inserido. Um dos
embates que se presencia atualmente é a discussão entre a pintura tradicional e a
pintura digital. Muitos acreditam que a existência da pintura digital vem denegrir a
tradicional pintura em que se usam a tela e as tintas.
Levar os alunos a discutirem o conceito de ambas as pinturas, bem como as
suas formas de produção permitindo-se a eles entenderem os avanços que ocorrem
nas produções imagéticas como sendo naturais á sua época, é uma necessidade da
disciplina. Observar e refletir sobre pintura tradicional e digital, compreender as suas
semelhanças e diferenças, suas aplicações e possibilidades para o entendimento da
história das imagens e seu confronto com a contemporaneidade.
Pintura Tradicional X Pintura Digital
A ARTE EM TEMPOS DE CULTURA DIGITAL...
“No interior de grandes períodos históricos, a forma de percepção das
coletividades humanas se transforma ao mesmo tempo que seu modo de
existência. O modo pelo qual se organiza a percepção humana, o meio em que
ela se dá, não é apenas condicionado naturalmente, mas também
historicamente.” ( Walter Benjamin, A obra de arte na era de sua
reprodutibilidade técnica, 1994)
Quem avalia que a imagem é importante apenas agora em nosso cotidiano
repleto de imagens, comete grave engano. A produção de imagens teve início na
pré-história quando o homem de maneira rústica e com bastante dificuldade vem a
usar as próprias mãos para dar início a uma representação. Porque não dizer que
ele usou a própria boca, onde colocou tintas para soprá-las na mão e retratá-la. Em
se tratando de representar, o homem não mede recursos, utiliza-se da tecnologia
possível e produz a imagem desejada.
O artista sempre buscou os recursos tecnológicos que dispunha à sua volta,
assim como o homem pré-histórico fez. Se na pré-história já existisse o computador,
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será que o homem não o teria utilizado? Se desta forma tivesse sido, hoje a história
da Arte e da humanidade seria contada de forma diferente. Porém, naquele tempo
ele dispôs do barro, sangue, carvão e demais produtos naturais que tinha às mãos.
Atualmente a humanidade passou e ainda passa por uma revolução: a força
do digital. Tudo o que se conhecia anteriormente em termos de produção analógica
vem sendo substituído pela produção digital. O mundo digital vem invadindo toda a
área da sociedade e na Arte não é, nunca foi e com certeza nunca será diferente. A
Arte, como já dito, acompanha as tecnologias de que dispõe em dado momento
histórico para poder elaborar a sua representação através das imagens.
Hoje em dia o artista vem dispondo cada vez mais do uso das tecnologias
para produzir suas representações artísticas e isso é bom. Não se deve pensar que
o uso das tecnologias como, por exemplo, produzir a Arte usando o computador
possa ser algo ruim. Nenhuma tecnologia pode ser considerada negativa. Se o
homem não tivesse evoluído ainda estar-se-ia vivendo na época das cavernas.
O mundo da Arte vem presenciando o surgimento de muitos pintores digitais
que anteriormente eram pintores que utilizavam técnicas tradicionais de pintura. E
por que isso acontece? Porque a Arte é um campo de muita experimentação e
mutação. Ao artista cabe procurar desenvolver as produções artísticas de forma a
sempre buscar apresentar um trabalho criativo e inovador. Sendo assim, a busca por
experimentações é uma constante na vida do artista e não se deve julgar que este
artista seja um produtor de Arte com maior valor ou não.
Ao se trabalhar a importância das imagens para a vida social e para os
indivíduos, é levar à discussão estas mudanças ocorridas com a Arte e que acabam
trazendo em si muitos preconceitos. Tais preconceitos devem ser rejeitados. A Arte
é uma área que por ser aberta a experimentos e mudanças, não pode se mostrar
preconceituosa.
Como afirma Lemos (in Claudia Guimarães, 2010):
A evolução humana é fruto do movimento perpétuo e infindável onde a técnica torna-se responsável pela criação da cultura; o meio natural sofre transformações impondo limites às atividades técnicas. As novas tecnologias, presentes em todas as práticas contemporâneas, tornam-se vetores das experiências estéticas, no sentido de arte, do belo, promovendo a comunhão e o compartilhamento de emoções. (Lemos, 2008: 17)
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A pintura tradicional, onde o pintor usa as tintas e os pincéis sobre uma tela,
papel ou qualquer outra superfície não está com os dias contados,assim como na
época em que surgiu a máquina fotográfica, ela também não desapareceu. Quem
acredita que a pintura digital fará com que a pintura tradicional se esgote, não
compreendeu ainda como funcionam as novas tecnologias na Arte. A Arte é como a
natureza, nela nada se perde tudo se recria. A pintura tradicional continua tendo os
seus encantos e ao conviver com a pintura digital, só terá muito a ganhar. Muito dos
artistas tradicionais que renegam a arte feita no computador através dos softwares,
com certeza também rejeitou muitos outros movimentos que posteriormente
assimilou. Na Arte há espaço para todos, principalmente aqueles que têm qualidade
posta no seu trabalho.
Mas, esta discussão é muito salutar: saber quais os rumos que a Arte tomará
diante desta tecnologia aí posta. Como serão as próximas produções artísticas
advindas deste tecnologismo sem fim? Como serão as aulas de Arte futuras? Como
conceber uma aula de Arte que venha de encontro aos anseios das novas
gerações? Os professores de Arte saberão lidar com estas mudanças? Os mais
radicais saberão entender que o mundo da Arte acompanha a tecnologia presente?
Uma atitude é certa: continuar-se-á a discutir-se sobre o conceito de Arte,
pois estamos diante de um novo renascimento sem a presença de artistas como
Leonardo da Vinci, Michelangelo ou Rafael, porém temos novos visionários sentados
em frente a um computador. Este novo conceito de Arte indaga e perturba fazendo
com que muitos saiam da zona de comodismo. E isso é bom.
Quem trabalha com Arte precisa aprender a se renovar e se reconstruir a
cada dia, para que possa acompanhar as mudanças que nunca pararam de vir.
Cabe sempre a discussão de cada dúvida que surja para que se possam encontrar
caminhos satisfatórios. O que não se pode é estar estático diante dos fatos e negá-
los. Muito ao contrário, devemos pensar a respeito e indagar a si mesmo e ao outro:
o que fazer? Como fazer? Por que fazer?
Como afirma Grennwald (1993, p.25):
A grande conquista do período Neolítico, ou da ‘pedra nova’ (8.000 a 1.500 AC) foi o desenvolvimento de comunidades permanentes e da agricultura. A conquista do Neossilicato (de 1971, quando foi fabricado o primeiro microprocessador, até os dias de hoje) é a Revolução digital. A noção de que todos os nossos dados sobre o universo – desde a assinatura de uma supernova em raios X até as texturas visuais de um Van Gogh – podem ser transpostas para o
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código binário é uma das idéias mais úteis, emocionantes e arrogantes que a nossa espécie já produziu. . . . O modelo binário hoje informa cada um dos campos da ciência e da mesma maneira está redefinindo a cultura contemporânea. (VERLE, 1996, p.97)
E este pensamento é complementado pelo designer gráfico Eric Martin (in
Greiman 1993, p.10):
O significado da palavra ‘implodir’ é ‘irromper para dentro’. Esta definição captura o espírito e a dinâmica da revolução digital e o seu profundo impacto em disciplinas existentes, entre outras o design gráfico. Eu digo ‘entre outras’, cautelosamente, uma vez que o efeito mais amplo desta revolução é o de tornar várias coisas muito mais próximas do que já estiveram desde que a revolução industrial fez de todos nós especialistas: idéia e realização, produtor e cliente, criação e revisão, lavra/imagem/ som/movimento. Em resumo, a tecnologia digital não respeita os limites existentes, sejam eles espaciais, temporais, conceituais ou profissionais. (VERLE, 1996, p.97)
Cabe sempre à educação trabalhar de forma diferenciada, pois os
professores sabem o quanto as gerações mudam e se faz necessário fazer tais
adaptações. Não é possível querer professar se não se está ligado ao presente, ao
que está acontecendo hoje. Trabalhar com sentido na vida não é privilegiar só o
passado ou só presente. O ideal é estar no limítrofe entre os dois tempos: é
necessário mostrar o passado com vistas ao presente, traçando ações para o futuro.
Ser professor na sociedade de hoje é mais do que nunca, ser aquele que irá
possibilitar aos alunos, tornarem-se capaz de encontrarem em si os seus potenciais.
Com as mudanças tecnológicas ocorridas nas últimas décadas, o professor está
precisando rever a si mesmo, bem como rever a metodologia usada em sala. Não
basta mais o quadro-negro e o discurso. As formas de ensinar estão mudando e
como diz Moran (2010, p.11):
Todos estamos experimentando que a sociedade está mudando nas suas formas de organizar-se, de produzir bens, de comercializá-los, de divertir-se e de aprender. Muitas formas de ensinar hoje não se justificam mais. Perdemos tempo demais, aprendemos muito pouco, desmotivamo-nos continuamente. Tanto professores como alunos temos a clara sensação de que muitas aulas convencionais estão ultrapassadas. Mas para onde mudar? Como ensinar e aprender em uma sociedade mais interconectada?
A tecnologia assusta, pois ela representa a priori, tudo aquilo que muitos não
conhecem e por não conhecerem, acabam preconceituando, ao invés de pesquisar
e aprender a respeito. É óbvio que o professor nunca saberá tudo, pois o
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conhecimento é um campo vasto, e mesmo dentro da sua área de formação, há
muito sempre para se aprender. Mas, também não adianta se fechar num casulo e
não aceitar as mudanças que já vieram e as que ainda virão.
O professor precisa estar sempre se atualizando e pesquisando o como
realizar a aprendizagem em sala de aula de forma a garantir um dos grandes
princípios educacionais que é tornar o cidadão inserido em seu tempo histórico e
capaz de criticar sobre variados assuntos, nunca se esquecendo que acompanhada
da crítica vem sempre uma sugestão.
É como diz Lévi-Strauss:
O homem é como um jogador que tem nas mãos, ao se instalar à mesa, cartas que ele não inventou, pois o jogo de cartas é um dado da história e da civilização (...). Cada repartição das cartas resulta de uma distinção contingente entre os jogadores e se faz à sua revelia. Quando se dão as cartas, cada sociedade assim como cada jogador as interpreta nos termos de diversos sistemas, que podem ser comuns ou particulares: regras de um jogo ou regras de uma tática. E sabe-se bem que com as mesmas cartas, jogadores diferentes farão partidas diferentes, ainda que, limitados pelas regras, não possam fazer qualquer partida com determinadas cartas. (Pan Horam Arte, s/d)
Neste jogo que representa a nossa sociedade, jogar é um ato tão comum
como sempre foi, resta saber qual o objetivo final que cada um tem. Por isso, não
pode o professor abrir mão dos direitos que a tecnologia lhe dá, mas sim aproveitá-
la para melhor preparar os alunos.
Como afirma Borba (2001):
O acesso à Informática deve ser visto como um direito e, portanto, nas escolas públicas e particulares o estudante deve poder usufruir de uma educação que no momento atual inclua, no mínimo, uma‘alfabetização tecnológica’. Tal alfabetização deve ser vista não como um curso de Informática, mas, sim, como um aprender a ler essa nova mídia. Assim, o computador deve estar inserido em atividades essenciais, tais como aprender a ler, escrever, compreender textos, entender gráficos, contar, desenvolver noções espaciais etc. E, nesse sentido, a Informática na escola passa a ser parte da resposta a questões ligadas à cidadania.
Assim visto, é preciso que estas ações possam ser ao menos, realizadas na
escola. Pois, uma vez que o governo investe tanto em informática nada mais justo
que realmente o aluno usufrua disso. De nada adianta um laboratório de informática
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na escola se o mesmo não puder servir de apoio pedagógico e meio de
aprendizagem.
Em muito a informática na educação pode colaborar, só não se pense que
poderá mudar a educação e os seus resultados numa ação imediata. Se somente as
tecnologias fizessem o ato de ensinar e aprender a salvação para os problemas de
aprendizagem, eles já estariam há muito tempo resolvidos. Porém, não se deve
negar que a aprendizagem através da informática será um ato cidadão de larga
extensão na vida dos alunos.
VAMOS FALAR DE PINTURA...
A pintura quando descrita de forma não filosófica e sim, de maneira a
configurar a sua conceituação prática e direta, consiste na atividade artística que
tem como princípio a colocação de pigmentos coloridos sobre uma superfície. A
superfície na qual se vai pintar pode variar bastante, indo de murais e paredes, até
as tão famosas telas. A pintura pode estar ligada às questões de imagem
representacional ou decorativas e estas por sua vez, podem ser abstratas ou
figurativas. Muitas vezes as pessoas confundem um pouco a pintura com o desenho
ou imaginam que a pintura é apenas o desenho que ganha cor. Ou também ocorre a
confusão entre cor e colorido. Como fala Lichtenstein (2006, p.48):
(...) Ao falar sobre pintura, muitas pessoas utilizam indistintamente as palavras cor e colorido para dizer a mesma coisa; e, embora elas não deixem de se fazer entender por isso, ainda sim é bom evitar a confusão entre os dois termos e explicar o que se deve entender por um e outro. A cor é o que torna os objetos sensíveis à visão. E o colorido é uma das partes essenciais da pintura, por meio da qual o pintor imita a aparência das cores de todos os objetos naturais e aplica aos objetos artificiais a cor mais adequada para iludir os olhos. Essa parte da pintura abrange o conhecimento das cores particulares, a simpatia e antipatia que existem entre elas, a maneira de empregá-las e a inteligência do claro e escuro.
Existem variadas técnicas de pintura, como os afrescos, pinturas a óleo,
onde pigmentos são colocados num solvente e posteriormente diluídos para se obter
a pasta de pintura, a pintura mural, aplicada nas paredes, a pintura à têmpera,
constituída pela diluição dos pigmentos em materiais como a cola. Há os mosaicos
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que também são considerados pinturas. Os mosaicos consistem na arrumação de
pequenos pedaços de vidro colorido ou pedras, cerâmicas ou outros, numa placa de
plástico ou cimento, preparada para receber tais materiais. Os romanos foram os
primeiros a se preocuparem em aprimorar esta técnica para ser usada em suas
construções, principalmente na realização de seus pavimentos. Porém, na idade
Média encontram-se exemplos de mosaicos famosos no interior das igrejas.
Mas, esta pintura de que se está falando, utilizando pigmentos para a sua
concretização, tem seu marco inicial nas pinturas rupestres, que, aliás, não ficam a
desejar se comparadas às pinturas modernas: as belezas dos traçados revelam uma
grande capacidade de representação. Muito já se estudou a respeito destas
pinturas; sua maneira de produção, a fabricação das tintas e a forma como
aplicavam estas tintas nas paredes das cavernas. Este estudo sempre traz
resultados interesses para quem aprecia o mundo da Arte.
Estudos indicam que as tintas utilizadas neste período eram obtidas de
materiais coloridos conseguidos em plantas, argila em pó diluída em água, carvão e
sangue. Nessa época os homens trituravam tais matérias e os pressionavam entre
os dedos ou usando pedras. Para aplicá-las, uma grande tecnologia para a época foi
a descoberta da confecção de pincéis. Pode se observar exemplos dessas pinturas
nas cavernas de Altamira (Espanha) e Lascaux (França). E o porquê destas
pinturas? As teorias são muitas, portanto cabe o estudo destas teorias. Vejamos
uma delas, o que diz Ernst Fischer, autor do livro A necessidade de Arte (in Coelho,
p.36):
A arte rupestre surge como uma espécie de vitalismo humano, é o homem tentando desesperadamente representar a sua relação com um mundo tão estranho, tão temível e tão desconhecido. A arte, diz Fischer, é, sem dúvida, o substituto da vida. O mundo apresentou-se mágico para o homem chamado primitivo, mágico porque emerge do desconhecido.
Outra opinião a respeito das pinturas rupestres é a de Raí T. Rio (s/d):
O fato é que o homem, extremamente influenciado pelo seu meio ambiente – nem sempre propício á vida humana- ao longo dos tempos, sempre foi levado por este a tomar decisões na vida, como fazer deslocamentos constantemente, por exemplo. Esta condição levou o homem paleolítico a refletir seu meio, imbuindo sua arte com sua experiência pessoal, como tem sido até hoje. Por isso, os temas da arte paleolítica focam, sobretudo, elementos do seu meio ambiente (como o reino animal, principalmente, o alvo da sua caça-
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manadas de renas das planícies e vales), fazendo surgir, assim, a Arte e Pintura Rupestre ou ainda a Gravura Rupestre, nome que se dá às mais antigas representações pictóricas conhecidas deste período.
Muito interessante observar que o homem criava e usava toda a tecnologia
que dispunha à sua volta e conseguiu conquistar amantes de sua Arte por todo o
mundo e em todos os tempos. A tecnologia é uma busca constante do homem em
todos os tempos e quando acontece uma nova descoberta, ela faz desenvolver
todas as áreas da sociedade e fazendo uso dela, o progresso é inevitável. Se não
fosse este constante estado de busca em que o homem sempre se encontrou, talvez
ainda se estivesse ao redor de uma fogueira e bem distante de tudo o que de bom
hoje se possui. Quem consegue imaginar voltar atrás depois de tantos avanços
conseguidos?
Esta pintura que foi evoluindo com o passar do tempo e nos fez chegar até os
dias atuais, é uma forma de representação bastante apreciada pela humanidade. A
pintura usando tintas, cavalete, pincéis, apaixona aqueles que entram em contato
com ela. Há certa unanimidade em afirmar que esta é a forma artística mais
apreciada pela maioria das pessoas, pois a grande totalidade das pessoas ao serem
indagadas sobre o que é Arte seja em alguma entrevista ou questionamentos em
geral no dia a dia, a pintura surge como resposta primeira ás indagações.
E nesta história tão bonita que a pintura nos conta, encontra-se hoje em
destaque, a pintura digital. Ela está inclusa entre todas as outras categorias de
pintura mencionadas. Atualmente a humanidade passou e ainda está passando por
uma revolução: a força do digital. A pintura analógica, anteriormente sem
concorrentes tão diretos, se vê agora dividindo espaço com a pintura digital.
E o que vem a ser a pintura digital? É o cruzamento entre a pintura e o uso de
softwares que são trabalhados no computador. A pintura digital trabalha com a
manipulação de pixels, compondo com eles imagens, textos sons ou conjuntos
multimídias. Estes pixels podem ser compostos, recompostos, ordenados ou
desordenados, comentados ou associados com outros quaisquer. A digitalização
inclui em seu conceito qualquer forma de arte cuja constituição seja manipulável
eletronicamente.
Os dois tipos de imagem digitais utilizadas são a imagem vetorial e a
imagem bitmap. Apesar de parecerem semelhantes, elas têm diferenças. A imagem
bitmap consiste em centenas de linhas e colunas compostas por pequenos
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elementos, chamados pixel, abreviatura de Picture element. Estes pixels possuem
sua própria cor. A imagem vetorial surge a partir de descrições geométricas de
formas, tais como curvas, elipses, polígonos e outros. Estas descrições usam
vetores matemáticos para a sua descrição. Uma diferença existente entre estes dois
tipos de imagem fica evidente quando comparadas ampliadas. A imagem bitmap
quando ampliada aumenta o tamanho dos pixels produzindo imagens quadriculadas
e desfocadas. Já a ampliação das imagens vetorizadas não perde a definição, pois
cada elemento pode ser recalculado em função da nova resolução. Alguns softwares
utilizados para criação de arquivos bitmap são: Adobe Photoshop e Corel
Photopaint, e para arquivos em vetores são utilizados Corel Draw e Illustrator, entre
outros.
Existem diversas categorias de Arte Digital: pintura digital, gravura,
modelação 3D, edição de fotografias e imagens, animação e outras mais. Os
resultados obtidos são apreciados em impressões em papéis especiais ou no próprio
ambiente gráfico computacional.
A História da Arte, como já mencionado, vive constantes momentos de
alterações na forma de produção imagética que provocam constantes discussões de
como os artistas representam as suas imagens. Pois, como não poderia deixar de
ser, os avanços tecnológicos influem de maneira primordial na forma da criação
artística, uma vez que o artista estará ligado á sociedade em que está inserido.
O interessante nos trabalhos digitais é o fato de um artista poder trabalhar
junto a outro simultaneamente numa mesma imagem. Deste encontro surge como
resultado, uma espécie de debate feito através de imagens. Uma situação assim, se
encontra mencionada no livro A Arte no século XXI: a humanização das tecnologias.
Neste livro Diana Domingues descreve uma situação vivida por dois artistas
japoneses que trabalham com pintura digital: Anzai e Nakamura. Ambos utilizam o
trabalho em rede há anos. Ambos os artistas tiveram uma idéia de colocar na rede
um programa ao estilo café na rede, semelhante ao que os artistas faziam nos cafés
parisienses: um local para se encontrarem, discutirem sobre pintura, colaborarem
uns com os outros e também um espaço para apresentações.
Numa determinada ocasião, Anzai num momento de workshop do Digital
Image, sentou-se em frente a um computador onde estava um trabalho de
Nakamura e começou a modificar a imagem do colega inconscientemente. Percebeu
posteriormente que a imagem do amigo serviu de base para o seu trabalho e assim
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nascia um trabalho híbrido dos dois estilos diferentes que tinham. Para Anzai a
experiência foi tão gratificante que propôs ao amigo que realizassem uma atividade
neste formato, um trabalho de colaboração em rede, conforme segue no relato:
O RENGA original foi desenvolvido como se segue. Um artista prepara uma imagem que é enviada para o outro artista via rede. O outro artista modifica a imagem livremente, transformando-a em seu próprio trabalho. Então é enviada de volta para o outro. As sessões continuam até que eles achem que a série está saturada. Enquanto o próprio processo é uma pintura em colaboração, o conceito de RENGA está conectado profundamente com a natureza da pintura digital e com a idéia de originalidade. De modo geral, um artista hesitaria naturalmente em modificar o trabalho de outro artista. Isso significa destruir o trabalho de alguém. Mas, no caso das pinturas digitais, pode-se fazer facilmente uma cópia de uma imagem e dá-la para outra pessoa. O original e a cópia são idênticos. Não há diferença entre eles. Além do mais, pode-se fazer tantas cópias quanto se desejar sem degradar a qualidade do original. É totalmente diferente do caso das impressões, como a litografia. O sistema tradicional que apóia o valor dos trabalhos de arte perde sua base. (DOMINGUES, A Arte no século XXI: a humanização das tecnologias)p.254)
Como pode se perceber neste relato é o fato de que alguns preceitos da
pintura tradicional começam a ser alterados no trabalho com a pintura digital. A
discussão que hoje se faz em torno de qual pintura tem mais valor, parece que não
afeta os artistas digitais ou tradicionais. Eles próprios estão encantados com este
vislumbrar que a tecnologia está proporcionando. Discutir o que a pintura tradicional
e a pintura digital possuem de valores e o que será daqui para frente no mundo da
Arte é uma discussão importante.
Depois do que se percebeu na citação acima, as pinturas tendem a se
modernizar e os artistas é que vão dar o tom de tais mudanças. Nunca haverá a
morte desta ou daquela forma de produção: o que pode haver são reflexões e
posteriormente adaptações. Pode-se mudar o modo como determinados padrões
sempre foram seguidos e iniciar-se uma forma nova, mais colaborativa e
socialmente aceita pelos artistas.
CONCLUSÃO...
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“Com o advento das novas técnicas para gerar, distribuir e apresentar
imagens, o computador transformou a imagem e agora sugere que é possível
“entrar” nela. Assim, estão lançadas as fundações para a realidade virtual
como um meio central da “sociedade da informação” incipiente. ( Oliver
Grau,p.16, Arte Virtual,2003)
Nesta unidade temática, estudou-se um pouco a respeito das mudanças que
estão ocorrendo em termos imagéticos e a sua produção. A História da Arte vem
presenciando uma nova fase de reprodutibilidade, só que desta vez ela não é
técnica, como intitulou Walter Benjamin. Desta vez é uma reprodutibilidade digital.
Ainda há muito a ser pesquisado e acrescentado, pois os avanços neste campo não
param. A sociedade se inventa e reinventa a cada dia e porisso toda a tecnologia
que está posta, precisa ser aplicada e pensada, independente da área de sua
aplicação. A tecnologia nunca poderá ser vista como negativa, nem mesmo no
campo da Arte. Existem pessoas na área artística que se opõem às novas
tecnologias aplicadas à Arte e parecem não acreditar na possibilidade de uma Arte
Digital. Mesmo que seja indiscutível o quanto as pinturas produzidas na forma
tradicional possam ser belas e possuidoras de uma técnica envolvente, igual
resultado pode-se obter na produção de uma imagem usando-se o computador.
Pois, nenhum artista faz uso do computador sem pensar numa maneira de
transgredir. Sempre foi assim na história da Arte.
Os artistas sempre buscaram a utilização das máquinas postas ao seu dispor,
porém sempre quebrando regras e tornando o seu trabalho com características
próprias. Como diz Machado (2010):
Existem, portanto, diferentes maneiras de se lidar com as máquinas semióticas cada vez mais disponíveis no mercado eletrônico. A perspectiva artística é certamente a mais desviante de todas, uma vez que ela se afasta em tal intensidade do projeto tecnológico originalmente imprimido às máquinas e programas que equivale a uma completa reinvenção dos meios. (...) O que faz, portanto, um verdadeiro criador, em vez de simplesmente submeter continuamente a função da máquina ou do programa que ele utiliza, é manejá-los no sentido contrário ao de sua produtividade programada.
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Ser artista nesta era da Cultura Digital vai impor uma série de necessidades
não só garantindo esta transgressão, como também a necessidade de não se
perder o foco na qualidade do trabalho artístico. As discussões que se fazem em
torno da obra de arte, devem continuar tendo como foco a estética e não apenas
no fascínio técnico usado.
É evidente que nesta época de trabalhos envolvendo a arte, a tecnologia e a
ciência, as parcerias venham a existir em abundância. E isto é bom. Pois, as
parcerias sempre são benéficas e provocam em si a aproximação dos indivíduos.
Isto acaba por gerar uma sobreposição de valores individuais, fazendo surgir a
possibilidade de compartilhamento. E, nesta partilha irá existir a presença do
sentimento de humildade, ao admitir que foi a parceria realizada que produziu o
efeito final. A obra artística trará à margem da discussão o quanto o resultado será
muito mais do que algo belo de ser visto: será também o resultado de uma
aprendizagem colaborativa. Cada vez que os indivíduos se aproximam, a tendência
é existir uma aprendizagem mútua, pois aprendizagem é algo que se faz junto a
outro.
Nestas épocas de uma Arte que está caminhando para direções ainda
incertas, é necessário que o arte-educador também esteja consciente que sua
tarefa também está sendo posta em evidência. A ele cabe conceber uma aula de
Arte também conectada a estas novas tecnologias. E aí entra a necessidade de
preparar-se constantemente, acompanhando os movimentos do seu tempo.
Muitos podem achar discutível a entrada do computador na escola enquanto
outros problemas emergem e muitas escolas carecem de mudanças físicas
urgentes, perpassando por uma reforma no prédio escolar até a contratação
urgente de professores. Porém, a necessidade de incluir as crianças, jovens e
adultos na era digital também é uma necessidade urgente. Muitos destes alunos só
terão na escola essa oportunidade de aprendizagem tecnológica.
Quanto ao fato da indagação com a qual iniciamos a conversa, será válida
toda pintura. Ela sempre será tema de discussões e as suas técnicas
questionadas. Tais discussões em torno da técnica utilizada para a pintura são
salutares e ajudam a enriquecer o campo artístico. Para as pessoas envolvidas
com a Arte, o que se há para entender é que ao artista cabe dispor de todo aparato
tecnológico que possa ter. Mesmo que por um tempo já tenha pintado de forma
tradicional, nada impede como muitos têm feito, entre eles podendo citar,
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aventurar-se num campo novo e descobrir o quanto há de interessante em
desfrutar de tantas formas possíveis de criação.
Sugestões para o trabalho com o tema
Pintura Analógica X Pintura Digital
1)Leitura e debate do texto apresentado nesta unidade temática, podendo o
mesmo ser trabalhado na íntegra ou apenas algumas partes que o professor
considere interessante para a turma em questão.
2)Realizar atividades com a pintura analógica e sua técnica tradicional,
usando pincéis e tintas, e posteriormente, o trabalho com um programa de
computador que oferece a pintura digital. Ao final da atividade, selecionar as
principais diferenças percebidas pelos alunos no uso das duas técnicas
utilizadas.
3)Ampliar o conceito de Cultura Digital utilizando alguns dos sites citados
abaixo:
SITES:
http://www.brasil.gov.br/sobre/cultura/cultura-brasileira/cultura-digital
Este site fala sobre as diversas questões envolvendo a tecnologia bem como
estes assuntos envolvendo a tecnologia vem sendo tratados pela sociedade
atual. Também contém questões voltadas para a cultura brasileira.
http://www.sala.org.br/
Ótimo site para ser usado em sala de aula. Este site fala da importância que
tem do professor atual pensar em novas formas de ensinar, visto que o aluno
atualmente é outro e sabe onde encontrar informações.
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www.casadaculturadigital.com.br
O projeto do site é discutir a contracultura dos anos 60 e chega à Cibercultura
do século XXI. Site com textos interessantes tanto para a leitura do professor
quanto do aluno.
http://linguagemtecdigital.blogspot.com
Ótimo site que se propõe a discutir sobre Linguagem e Tecnologia Digital e
compartilhar experiências. Excelente para os educadores, pois traz sugestões
de livros e materiais para serem trabalhados em sala de aula.
LIVROS ELETRÔNICOS
Cultura Digital. br
Autor: Sergio Cohn, Rodrigo Savazoni
O livro trata da Cultura Digital nas mais diversas áreas. Ele procura dar voz
àqueles que estão atuando nestas áreas utilizando a tecnologia.
Internautas e náufragos: a busca de sentido na Cultura Digital
Autor: Jose Antonio Perez Tapias
O livro trata dos paradoxos existentes entre a Cultura Digital e a civilização
tecnológica.
Educação e cultura contemporânea: articulações, provocações e transgressões
Autor: Luis Henrique Sommer
O livro disserta sobre a Cultura Contemporânea e como as imagens tem sido vistas e inseridas neste contexto.
4)Para trabalhar o conceito de Pintura Digital, sugere-se o uso de alguns
sites (que podem ser ampliados mediante a sua própria pesquisa) e alguns
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livros não constantes da referência bibliográfica, mas que são ótimos para
aumentar o cabedal de conhecimento sobre o assunto:
SITE
http://www.pinturadigital.net
Site do artista Jorge Portela onde ele focaliza para o internauta a
possibilidade de entender o conceito de pintura digital bem como mostra seus
trabalhos.
LIVROS ELETRÔNICOS
ARTE DA ANIMAÇÃO: TECNICA E ESTETICA ATRAVES DA HISTORIA
Autor: Alberto Lucena Júnior
O livro trata das mudanças que vem ocorrendo com as imagens e o uso da
computação gráfica.
Prazeres Digitais: Computadores, Entretenimento e Sociabilidade
Autor: Simone Pereira de Sá e Ana Lucia Enne
O livro mostra os debates e discussões sobre o estuda da Tecnologia e
Comunicação.
5) Para o trabalho com o conceito de Pintura Analógica, sugerem-se abaixo
alguns sites e livros.
SITE:
http://www.diretoriodearte.com
Site que possui tudo sobre a pintura: técnicas e artistas.
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LIVROS ELETRÔNICOS
MODERNIDADE CÁ E LÁ: TEXTOS ESCOLHIDOS IV
Autor: Mário Pedrosa, Otilia Beatriz Fiori Arantes
Este livro fala sobre os caminhos futuros da pintura tradicional em meio às
mudanças significativas pelas quais a Arte está constantemente
atravessando.
EXPERIÊNCIA CRÍTICA
Autor: Ronaldo Brito, Sueli de Lima
O livro enfoca ensaios e artigos de Ronaldo Brito sobre os últimos 30 anos da pintura, baseado na produção contemporânea brasileira.
LÉVI-STRAUSS, ANTROPOLOGIA E ARTE: MINÚSCULO, INCOMENSURÁVEL
Autor: Dorothea Voegeli Passetti
O livro destaca as idéias de Strauss a respeito do tempo e as produções artísticas.
6) Questionários a serem respondidos pelos alunos sobre a Arte feita no
computador: o primeiro foco visando as possibilidades fáceis ou difíceis do uso do
computador na escola. O segundo questionário visando a opinião deles sobre o
futuro das aulas de Arte tendo em vista o uso das tecnologias.
7) Praticar o RENGA, técnica de interferência realizada no trabalho dos
companheiros de sala. Esta técnica está descrita no texto da Unidade Temática.
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REFERÊNCIAS
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Matemática - coleção tendências em Educação Matemática. Belo Horizonte:
Autêntica. 2001.
COELHO, Vânia Cardoso. Ritos encantatórios: os signos que serpenteiam as chamadas bruxas. São Paulo: ANNABLUME, 1998. DOMINGUES, Diana. A arte no século XXI: a humanização das tecnologias. São Paulo: UNESP, 1997. _________________. Arte e vida no século XXI: tecnologia, ciência e criatividade. São Paulo: UNESP, 2003
GUIMARÃES, Claudia. Imagens do analógico ao digital. Disponível em
www.razonypalabra.org, mx. Acesso em 28.04.2011.
Lichtenstein, Jacqueline. A pintura: O desenho e a cor. São Paulo: Editora 34, 2006. MACHADO, Arlindo. Arte e Mídia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed. 2010.
MORAN, J. M., MASETTO, M. T. e BEHRENS, M. A. Novas tecnologias e mediação
pedagógica. São Paulo: Papirus, 2010.
PAN HORAM ARTE. 2007. Disponível em www.pan-horamarte.jor.br/arquivo.html.
Acesso em 29.03.2011.
RIO, Raí T. A Arte no Período Paleolítico. Disponível em
http://www.artes.raisites.com/historia-da-arte/71-a-arte-no-pero-aleolco.html
ROSSI, M.H.Wagner. Imagens que falam-Leitura da Arte na escola. Porto Alegre:
Mediação, 2009.
SANTAELLA, Lucia e Nöth, Winfried. Imagem: cognição, semiótica, mídia. São
Paulo: Iluminuras, 2008.
VERLE, Lenora. Branca de Neve e os sete pixels. Porto Alegre: Revista FAMECOS,
1996.