uma publicaÇÃo do instituto brasileiro de anÁlises … · da cidadania tem sido importante...

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UMA PUBLICAÇÃO DO INSTITUTO BRASILEIRO DE ANÁLISES SOCIAIS E ECONÔMICAS VENDA PROIBIDA IMPRESSO ESPECIAL CONTRATO Nº 050200487-8/2001 ECT/DR/RJ IBASE (INSTITUTO BRASILEIRO DE ANÁLISES SOCIAIS E ECONÔMICAS) ENVELOPAMENTO AUTORIZADO – PODE SER ABERTO PELA ECT CULTURA Arte e fragmentação em debate Pág. 4 MEIO AMBIENTE Mudanças climáticas Qual o futuro do mundo? Pág. 8 Nº 140 – OUTUBRO DE 2007 – ANO 11 LEIA E PASSE ADIANTE BIDU – RAÍZESEMMOVIMENTO ESPORTE Basquete de rua Pág. 11

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Page 1: UMA PUBLICAÇÃO DO INSTITUTO BRASILEIRO DE ANÁLISES … · da Cidadania tem sido importante veículo de comunicação, estudo e pesquisa para professores e alunos da rede pública

UMA PUBLICAÇÃO DO INSTITUTO BRASILEIRO DE ANÁLISES SOCIAIS E ECONÔMICAS VENDA PROIBIDA

IMPRESSO ESPECIALCONTRATO

Nº 050200487-8/2001ECT/DR/RJ

IBASE(INSTITUTO BRASILEIRO DE ANÁLISES

SOCIAIS E ECONÔMICAS)

ENVELOPAMENTO AUTORIZADO – PODE SER ABERTO PELA ECT

CULTURAArte e fragmentação em debate

Pág. 4

MEIO AMBIENTEMudanças climáticasQual o futuro do mundo?

Pág. 8

Nº 140 – OUTUBRO DE 2007 – ANO 11

LEIA E PASSE ADIANTE

BIDU – RAÍZESEMM

OVIMENTO

ESPORTEBasquete de rua

Pág. 11

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02 JORNAL DA CIDADANIA | Nº 140 | OUTUBRO ’07

O Jornal da Cidadania passou por uma transformação radical no visual e na

linha editorial. Nosso objetivo é fi car cada vez mais perto de vocês na lingua-

gem, nas imagens, dúvidas e certezas. Queremos estabelecer diálogo perma-

nente, trocar idéias, escutar anseios e impressões do mundo; mostrar que a

juventude tem propostas e pode ser protagonista de iniciativas importantes.

O JC, como é carinhosamente chamado aqui na redação, pode e deve servir

de meio de troca de experiências entre escolas, alunos(as) e professores(as).

Várias páginas estão dedicadas a isso, como as vinhetas Fala aí e Na fi la. A

participação do leitor e da leitora do Jornal da Cidadania é fundamental. Por

meio de cartas, e-mails ou telefonemas, todas as pessoas são bem-vindas em

propor temáticas para debates e matérias, pessoas para serem entrevistadas.

Também podem enviar trabalhos feitos com o jornal em sala de aula e/ou

resultados de debates realizados. Queremos ouvir vocês.

Estamos a pleno vapor com o projeto “Ibase vai às escolas”. Com ele,

pretendemos levar filmes, promover debates nos estabelecimentos de

ensino. Basta a escola interessada agendar uma visita.

Outra novidade é a comunidade do Jornal da que são importantes para

a juventude, para o professorado, fazer sugestões e críticas. É mais um

canal de diálogo. Participe!

Esperamos que vocês gostem.

CONSELHO EDITORIAL

André Guimarães (Educafro)Elaine Ramos (jornalista)Eliane Ribeiro (Uerj)Marina Maria (Escola de Gente Comunicação em Inclusão)Mario Osava (IPS) Mônica Francisco Santos (Agenda Social Rio) Paulo Carrano (Observatório Jovem/UFF)Professoras Sonia Américo de Mello (Coordenadoria Metro-politana/RJ) e Inalva Mendes (E. M. Finlândia)Pelo Ibase: Marina Ribeiro (coord. do Pré-vestibular Popular CJ/Campo) e Luciano Cerqueira (cientista social)

Diretora responsável: Dulce Pandolfi Edição: Jamile Chequer Subedição: Flávia Mattar Revisão: AnaCris BittencourtEstagiários: Carlos Daniel da Costa e David da SilvaProdução: Geni MacedoDistribuição: Elaine Amaral de MelloProjeto gráfico e diagramação: DotzdesignIlustrações: Guto MirandaDivulgação: Diego HerediaTiragem: 61.000 exemplares

Uma publicação do Ibase – Instituto Brasileiro de Análises Sociais e EconômicasAv. Rio Branco, 124 / 8º - Centro - 20040-916 Rio de Janeiro/RJ - Tel.: (21) 2178 9400Fax: (21) 2178 9401

[email protected] www.ibase.br

As matérias assinadas não traduzem, necessariamente, a posição do Ibase.

O JC MUDA DE CARA!PALAVRA DA REDAÇÃO

O Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econô-

micas (Ibase), criado em 1981 pelo sociólogo Beti-

nho, é uma organização não-governamental, sem

fins lucrativos, sem vinculação religiosa e a partido

político. Sua missão é a construção da democracia,

combatendo desigualdades e estimulando a partici-

pação cidadã. Um de nossos objetivos é contribuir

para uma cultura democrática de direitos. Defen-

der, valorizar e fortalecer a participação social e polí-

tica como direito e responsabilidade cidadã de todos

e todas, sem desigualdades ou discriminações, sem

racismo ou machismo.

Venho expressar o meu agradecimento pelo belíssimo trabalho informativo e formativo que é o Jornal da Cidadania,

especialmente para as classes menos favorecidas. A variedade e seriedade com que são apresentadas as suas matérias têm

conscientizado e apoiado os movimentos de base de que uma nova sociedade é possível. Gostaria de ressaltar que o Jornal

da Cidadania tem sido importante veículo de comunicação, estudo e pesquisa para professores e alunos da rede pública

municipal de ensino de Lagoa Real, que muito se identifica com o Ibase no que diz respeito à formação de cidadãos e cida-

dãs comprometidos com uma sociedade mais justa e igualitária.

O jornal tem beneficiado o trabalho dos professores do Programa Brasil Alfabetizado/ AJA Bahia.

Gilmar Teixeira dos Santos – Orientador pedagógico do Programa Brasil Alfabetizado/AJA Bahia – Lagoa Real, BA.

Dê a sua opinião sobre o novo

Jornal da Cidadania.

[email protected]

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03JORNAL DA CIDADANIA | Nº 140 | OUTUBRO ‘07

Pi PLANETA IBASE

BIDU – RAÍZESEMM

OVIMENTO

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04 JORNAL DA CIDADANIA | Nº 140 | OUTUBRO ’07

Em 22 de junho deste ano, o jornal O Globo

divulgou a estréia da ópera eletrônica O Guarani

– baseada na opera-balé do brasileiro Carlos

Gomes, que, por sua vez, é baseada no romance,

de mesmo título, de José de Alencar. O diretor

e idealizador da novidade, Coy Freitas, definiu a

adaptação como uma festa-espetáculo. A “ver-

são eletrônica” contou com parceria entre o DJ

Mau Mau e o maestro Fabio Gomes de Oliveira.

Os brasileiros e as brasileiras que acompanham

A Voz do Brasil escutam, diariamente, um trecho de

O Guarani. O de Carlos Gomes, é claro. Nossa polí-

tica ainda não entrou na era da música eletrônica.

Chama a atenção, sobretudo, o objetivo do

projeto: “levar novos públicos a apreciar a música

erudita, mas de forma inovadora e contemporâ-

nea”. No site do Ministério da Cultura, o maestro

Gomes de Oliveira declara: “A música erudita já

tentou de tudo. Agora, estamos oferecendo um

caminho novo”.

Mas pera aí. O que favorece o surgimento de

tal novidade? Por que a música erudita se abriria

para o eletrônico? Nada melhor do que o desper-

tar de perguntas para que possamos desenvol-

ver uma reflexão crítica acerca das informações

e dos fatos que nos cercam.

O Guarani original conta com quatro atos. A his-

tória se passa nos arredores do Rio de Janeiro

por volta de 1560, quando indígenas Aimorés e

Guaranis travavam uma guerra.

Cecília, filha do colonizador português Dom

Antônio de Mariz, apaixona-se pelo índio Peri, líder

dos Guaranis. Contra a concretização do amor

está Gonzáles, aventureiro português que pla-

neja seqüestrá-la, e o cacique dos Aimorés, que

se apaixona por ela. Ciente do amor entre Peri e

Ceci, o cacique resolve sacrificá-los, assassinato

impedido pelo pai da moça.

Em seguida, Gonzáles faz com que Dom Antô-

nio e Cecília sejam encarcerados em seu próprio

castelo. Peri, sabendo que Dom Antônio pretende

se matar e levar Ceci consigo, implora pela vida

da dama. O pai, emocionado com a força do senti-

mento que une os amantes, batiza Peri, tornando-o

cristão. Ceci e Peri fogem e, ao longe, contemplam

a explosão do castelo onde está Dom Antônio, que

sacrifica a vida para salvar a filha.

O Guarani, de Carlos Gomes, estreou em

março de 1870, em Milão, na Itália. Ou seja,

137 anos o separam da ópera eletrônica ide-

alizada por Coy Freitas. Tempo suficiente para

transformações na forma como percebemos o

mundo, transformações essas apoiadas, entre

outros fatores, no desenvolvimento tecnológico

e científico.

Podemos ver a tecnologia invadindo e trans-

formando O Guarani. Na obra de Coy Freitas,

Peri e Ceci vivem num mundo imaginário onde

a selva invadiu a cidade. As crises ambientais

foram dominadas pela evolução da tecnologia.

Os(as) indígenas não são representados como

pertencentes a povos, mas como personagens

no estilo Matrix, Mad Max. Durante a apresen-

tação que ocorreu em São Paulo, 17 telões pro-

jetaram animações, vídeos, imagens manipula-

das ao vivo por VJs (visual jóquei, um DJ de

imagens), design gráfico. Personagens reais

contracenaram com virtuais. Ou seja, uma ver-

dadeira revolução na concepção da obra de

Carlos Gomes.

Longe de defender ou atacar a iniciativa ele-

trônica, de questionar seu valor artístico, o que

interessa é pensarmos um pouco sobre o mundo

onde vivemos, mundo este que possibilitou o

surgimento de uma ópera eletrônica e de tantas

outras criações e novidades.

Seria interessante nos voltarmos para a Segunda

Guerra Mundial (1939–1945). Tratou-se de uma

guerra de máquinas: aviões, tanques, colunas

motorizadas, artilharia pesada, navios e submari-

nos. Antes da explosão do conflito, os Estados Uni-

dos esforçaram-se por desenvolver a indústria de

guerra. Nos anos de 1943 e 1944, fabricavam um

navio por dia e um avião a cada cinco minutos.

As artes, assim como outros âmbitos da vida,

foram impactadas pela guerra de diferentes formas.

Entre as transformações ocorridas, podemos citar

o que se passou com o cinema. A forma como era

Flávia Mattar

TÚNEL DO TEMPO QUE MUNDO É ESTE?

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05JORNAL DA CIDADANIA | Nº 140 | OUTUBRO ‘07

concebido durante a ascensão (1933) e após a

queda de Hitler mudou de forma relevante. E não

é para menos. O ditador apostou na sétima arte

com fi ns de propaganda política. Ele contou com

o trabalho da cineasta alemã Leni Riefenstahl, que

realizou, entre outras obras, o fi lme O triunfo da

vontade, considerado uma das melhores obras de

cinema já produzidas. Nela, Leni faz crer na ade-

são em peso de um povo ao Nazismo. Não se sabe

ao certo se a adesão de fato ocorreu, mas o fi lme

nos seduz nesse sentido.

Como continuar fazendo cinema da mesma

forma depois do uso, muito eficiente, que foi

feito por Hitler? Os(as) cineastas verdadeiramente

comprometidos com a arte precisavam se dedi-

car a uma estética condizente com uma ética

totalmente distanciada da empregada por Hitler.

Disso dependia o futuro do cinema. E foi isso que

muitos diretores fizeram, tornando a arte cinema-

tográfica ainda mais rica. O grande pontapé foi o

neo-realismo italiano, movimento artístico e cul-

tural surgido na Itália ao final da Segunda Guerra

Mundial, que teve como pai-maior o cineasta

Roberto Rossellini.

A resposta dos(as) cineastas após a guerra é a

fragmentação. Os fi lmes não apresentam imagens

bem articuladas, uma “história bem contada”, que

possui começo, meio e fi m. Uma história possível

de ser reproduzida numa roda de amigos(as). A

montagem cinematográfi ca muda de rumo. Parece

não querer mais dar respostas, mas suscitar novas

perguntas, sempre. Uma arte fragmentada para

seres humanos fragmentados – traumatizados(as)

por idéias totalitárias, pela venda de supostas ver-

dades, pelo pensamento único –, pertencentes a

um tempo no qual a dúvida permeia a nossa rela-

ção com o mundo. Uma tensão constante, que

não se resolve.

O surgimento de O Guarani eletrônico é bem

condizente com o pós-guerra. A música eletrônica,

cujo surgimento remonta ao início do século 20 –

caracterizada pela colagem de sons de outros com-

positores, pela criação de novos ritmos e timbres

com o auxílio dos computadores, num processo

de apropriação, recorte e reciclagem de informa-

ções –, representa uma revolução na música feita

até então. E essa revolução foi possibilitada por

inúmeros fatores: o avanço tecnológico, as fendas

escancaradas por adventos incontestáveis como

uma guerra. Enfi m, fatores capazes de redimen-

sionar a forma de estar no mundo. E esse, como

qualquer redimensionamento, vai se dando lenta-

mente, num crescente, como uma gestação que

chega num clímax: o nascimento do novo, sempre

carregado do que o precede.

Assim como a arte cinematográfi ca fortalecida

no pós-Segunda Guerra Mundial, a música eletrô-

nica, com seus sons desconexos, que parecem não

fazer sentido, só poderia ter surgido neste mundo

de fragmentos, de paradoxos, repleto de informa-

ções ambígüas. Neste espaço, neste tempo que

não são piores nem melhores do que aqueles que

os antecedem. São apenas diferentes.

Cc CANAL CULTURAL

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06 JORNAL DA CIDADANIA | Nº 140 | OUTUBRO ’0706 JORNAL DA CIDADANIA | Nº 140 | OUTUBRO ’07

A organização Criar Brasil abre espaço na programação de emis-

soras de rádio para abordagem de temas ligados à juventude e

à cidadania. O projeto Rede de Cidadania nas Ondas do Rádio já

capacitou jovens de projetos sociais ligados(as) à comunicação e

a rádios comunitárias de todo o país para atuarem diretamente na

produção e execução de programas, e conta com corresponden-

tes fora do estado do Rio.

Segundo Vinícius Sacramento, estagiário de produção, o pro-

jeto está sendo um grande aprendizado. “Tive a chance de conhe-

cer certos equipamentos e adquirir experiência que seria quase

impossível fora do Criar Brasil. A Rede de Cidadania é muito inte-

ressante porque tivemos a oportunidade de conhecer gente nova,

de vários estados. É um trabalho extremamente dinâmico e muito

gratificante”, diz.

Já foram produzidos 21 programas em formato jornalístico e 21

radionovelas, que são distribuídos gratuitamente para 600 rádios

comunitárias e educativas no Brasil. A idéia é que esses programas

sirvam de modelo para outros que serão feitos por cada emissora.

Segundo a coordenadora geral do Criar Brasil, Rosangela Fernan-

des, o projeto é feito para jovens e por jovens e este é o principal

motivo dos bons resultados. “É bem interessante porque eles fazem

sugestões e trazem materiais que têm a ver com a realidade que vivem.

Os programas têm a cara deles. E o retorno das rádios comuni-

tárias também está sendo ótimo”, anima-se. A coordenadora

prevê o crescimento do projeto, ampliando a oportunidade para

um número maior de jovens, por meio das escolas. “Nossa inten-

ção é ampliar a participação de jovens em 2008. Muitos profes-

sores entraram em contato conosco pedindo para receber o mate-

rial. Enviaremos os programas e radionovelas em CD para essas

escolas e, principalmente, para as rádios”, conclui. A idéia é que

os(as) professores(as) possam promover debates após a audição

de alunos(as) em sala de aula.

Para participar da rede, as emissoras de rádio devem acessar o

site do Criar Brasil <www.criarbrasil.org.br> e preencher um ques-

tionário de adesão. Os programas serão enviados pelo correio em CD

ou podem ser baixados pela Internet em MP3.

Professores(as) interessados(as) devem entrar em contato pelo

e-mail: [email protected] ou tel: (21) 2242-867 / 2508-5204.

O CENTRO DE IMPRENSA, ASSESSORIA E RÁDIO (CRIAR BRASIL) TEM POR OBJE-TIVO APOIAR ORGANIZAÇÕES E MOVIMENTOS SOCIAIS NA DEMOCRATIZAÇÃO DA COMUNICAÇÃO NO BRASIL. ANTES DE ADOTAR O NOME CRIAR, HÁ 12 ANOS, A ONG SE CHAMAVA CENTRO DE IMPRENSA ALTERNATIVA (CRIA), E ERA UM SETOR DO IBASE. EM 1994, COMEÇOU A TRABALHAR DE FORMA INDEPENDENTE. A EQUIPE É COMPOSTA POR RADIALISTAS E JORNALISTAS COM EXPERIÊNCIA EM CAPACITAÇÃO E NA PRODUÇÃO DE PROGRAMAS DE RÁDIO.CR

IAR

BRAS

IL

Beatriz GredilhaColaborou: Carlos Daniel da Costa

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07JORNAL DA CIDADANIA | Nº 140 | OUTUBRO ‘07

Maioridade

PENALA Comissão de Constituição e Justiça do Senado

(CCJ) aprovou proposta de emenda constitucional

(PEC), que reduz de 18 para 16 anos a maioridade

penal no Brasil. Segundo a emenda, seriam passí-

veis de cumprir regime prisional jovens que come-

teram crimes hediondos. A PEC ainda precisa de

aprovação em segundo turno no Senado e em dois

turnos na Câmara dos Deputados. As votações

estão previstas para este semestre.

A pesquisadora do Ibase, Manoela Roland,

defende que a redução da idade penal não pode-

ria ser tema de pauta no Congresso Nacional,

já que é inconstitucional. “A Constituição prevê

garantia ao menor de 18 anos, que se encontra

na seara dos direitos e garantias fundamentais”,

argumenta. Ela destaca trecho do artigo 60, que

dispõe: “Não será objeto de deliberação a pro-

posta de emenda tendente a abolir: IV – os direi-

tos e garantias individuais”.

Somado à declaração de inconstitucionali-

dade, seria importante conhecer dados divulga-

dos pela Secretaria Nacional de Direitos Huma-

nos em 2004. A pesquisa revela que, nesse ano,

apenas 0,2% de jovens de 12 a 18 anos cometeu

ato infracional. Destes(as), 73,8% eram crimes

contra o patrimônio, e não contra a vida.

Para a presidenta do Conselho Nacional de

Juventude e representante da Pastoral da Juven-

tude, Elen Lilith, tais dados praticamente não são

levados em conta. “A discussão é feita no calor

das emoções”, diz.

Levantamento da Universidade de São Paulo

(USP) mostra que, de 1980 a 2002, a população

de 0 a 19 anos foi alvo de 110.320 homicídios.

Um aumento de 316% nesse período, resultando

em pouco mais de 13 homicídios diários contra

crianças ou adolescentes.

Apesar dessas estimativas – mostrando que

jovens têm sido alvos constantes de violência e

que seus atos infracionais não estão de acordo

com o que pensa o senso comum –, boa parte da

população tem anseios por medidas drásticas, de

curto prazo.

Divulgada em abril, pesquisa realizada pelo ins-

tituto DataSenado mostra que 69% das pessoas

entrevistadas desejam o aumento da pena máxima

de 30 anos. Outras 93% são favoráveis à pena inte-

gral para crimes hediondos, sem concessão de

benefícios. Na opinião de 87%, jovens infratores(as)

devem receber punição igual a pessoas adultas.

Em relação à maioridade penal, para 36%, jovens

devem adquirir maioridade penal aos 16 anos. Para

29%, a partir dos 14 anos. A punição aos 12 anos é

defendida por 21%. De acordo com 14%, a maiori-

dade penal sequer deveria existir, com infratores(as)

sendo punidos em qualquer idade.

MÍDIA E CRIMINALIZAÇÃOEpisódios que causam comoção na população,

como o assassinato do menino João Hélio Vieites,

de 6 anos, em fevereiro, no Rio, têm sido decisi-

vos para aquecer as questões sobre juventude e

EM FOCO

Alfredo Boneff, jornalista, colaborador do Ibase

criminalidade. Na ocasião, o menino ficou preso

ao cinto de segurança do carro de sua mãe,

quando os assaltantes – entre eles, um com 16

anos – arrancaram com o veículo.

O crime instiga reflexões acerca da participa-

ção da mídia neste debate. O historiador e mem-

bro do Fórum de Juventudes do Estado do Rio de

Janeiro, Fransergio Goulart, não hesita em credi-

tar à abordagem dos grandes veículos de comu-

nicação o preconceito sofrido por jovens negros

e pobres. “O jovem sempre é colocado de forma

negativa e vinculado à questão da criminalidade

e violência, principalmente o jovem negro, pobre

e morador de comunidades”, critica.

Manoela Roland tem opinião semelhante: “A

abordagem da mídia sobre o tema da violência

como um todo é alarmista e preconceituosa, ali-

mentando um clima de pânico, que não propor-

ciona o debate sobre as causas da violência; na

verdade, prejudica-o, pois apenas aumenta a

onda de radicalização em direção a preconceitos

já arraigados na sociedade”.

Para o deputado estadual Alessandro Molon

(PT–RJ), o componente da comoção termina por

gerar distorções. “A abordagem da mídia normal-

mente é apaixonada. É mobilizada pelo excesso,

em alguns casos. E, mesmo que nem todos os

envolvidos sejam menores, a atenção recai mais

sobre o menor”, diz.

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08 JORNAL DA CIDADANIA | Nº 140 | OUTUBRO ’07

Há 15 bilhões de anos, o universo começou a ser

formado por uma explosão, conhecida como Big

Bang. No começo do universo, o espaço era pre-

enchido com matéria, que estava muito quente

e densa. Essa expandiu, esfriou e produziu as

estrelas e as galáxias que vemos hoje.

A Terra foi formada e, cerca de 1 bilhão de anos

após essa formação, a evolução molecular já havia

dado origem à vida. Durante milhares de anos, a

temperatura no planeta foi se alterando, assim como

as formas de vida que foram se adaptando a essas

mudanças. O Homo Sapiens aparece 3,8 bilhões de

anos (ou há 300 mil anos) depois de a Terra ter pas-

sado por muitas mudanças climáticas. Nós, Homo

Sapiens Sapiens, temos apenas cerca de 130 mil

anos de existência e, uma das conseqüências de

nossa existência, a civilização, tem apenas 10 mil

anos. Surge após o fim da última era do gelo.

A nossa espécie e seus ancestrais viveram

em cavernas, construíram ferramentas de pedra,

descobriram o fogo e a roda. Por muitos milê-

nios, a tecnologia não avançou muito. O avanço a

plenos vapores – literalmente – vem com a Revo-

lução Industrial, na segunda metade do século

18, na Inglaterra. Seu impacto foi tão grande que

influenciou o processo produtivo econômica e

socialmente. Foi com ela que a era agrícola foi

superada pela máquina e o capitalismo se tornou

o sistema econômico vigente.

Se antes a Terra havia passado por transfor-

mações climáticas naturais, a partir da Revolução

Industrial, boa parte das transformações seriam

– e são – sua conseqüência. A queima de com-

bustíveis fósseis para abastecer veículos, aque-

cer casas, produzir e vender produtos, e gerar

energia lança na atmosfera gases de efeito estufa,

dentre eles o dióxido de carbono (CO2), cuja con-

centração na atmosfera aumentou em 31% desde

a Revolução Industrial. O efeito estufa é um fenô-

meno natural para manter o planeta aquecido. É

assim que a vida na Terra é possível. Mas ao lan-

çar muitos gases de efeito estufa na atmosfera, o

planeta se torna cada vez mais quente e o resul-

tado pode ser a extinção da vida.

Hoje, a quantidade de CO2 na atmosfera é

maior que em qualquer outro período nos últi-

mos 420 mil anos. Sendo ele o responsável por

mais de 80% da poluição que gera o aqueci-

mento global. De acordo com a organização

WWF Brasil, são várias as conseqüências das

mudanças climáticas: aumento da intensidade

de eventos de extremos climáticos (furacões,

tempestades tropicais, inundações, ondas de

calor, seca ou deslizamentos de terra); esta-

ções de esqui com menos neve; derretimento

das calotas polares, causando o aumento do

nível do mar – na Ásia, um quinto das geleiras

do Himalaia estará derretido até 2030 – e até o

aumento da temperatura média do planeta em

0,8ºC desde a Revolução Industrial.

Além de confirmar uma informação que há

muito se imaginava, mas pouco se tinha cora-

gem de dizer – o ser humano é responsável

pelas mudanças climáticas –, o recente relató-

rio do Painel Intergovernamental sobre Mudan-

ças Climáticas (IPCC), órgão das Nações Uni-

das (ONU), revela que, até o fim do século 21, a

temperatura da Terra pode subir de 1,8ºC a 4ºC.

Nada comparado aos 0,8ºC que já tem efeitos

catastróficos suficientes. E ainda que, nos pró-

ximos 30 anos – é isso mesmo que você leu –,

a chapa vai mais do que esquentar, vai ferver.

No ritmo que estamos, até 2040, a temperatura

média global passará dos 15ºC. Uma tempera-

tura que parece amena, mas que influencia, e

muito, o sensível equilíbrio do planeta.

VILÕES DA HISTÓRIAO coordenador da Campanha de Energias Reno-

váveis do Greenpeace Brasil, Ricardo Baitelo,

explica que os países industrializados são os

responsáveis pelo consumo de mais de 70% da

energia global, logo, os maiores emissores de CO2

do planeta. Os países em desenvolvimento seriam

responsáveis pelos outros 30%. Porém, Brasil e

China estariam no bloco dos grandes poluidores,

em quarto e primeiro lugares, respectivamente.

“Cabe a eles uma parcela de contribuição pela

redução de emissões globais”, defende.

Ele diz que, no caso do Brasil, o Ministério

de Ciência e Tecnologia identifica a mudança

no uso da terra e das florestas como responsá-

vel por 75% das emissões nacionais e o setor de

energia por outros 23%. “Dessa forma, as prio-

ridades para a mitigação das emissões nacionais

estão direcionadas ao fim do desmatamento e ao

Jamile Chequer

Page 9: UMA PUBLICAÇÃO DO INSTITUTO BRASILEIRO DE ANÁLISES … · da Cidadania tem sido importante veículo de comunicação, estudo e pesquisa para professores e alunos da rede pública

09JORNAL DA CIDADANIA | Nº 140 | OUTUBRO ‘07

aumento de energias limpas na matriz energética.

A composição dessa matriz deve incluir a diversi-

ficação de energias renováveis, a redução de uti-

lização de combustíveis fósseis e o aumento da

eficiência energética”, indica.

Essa roupagem de vítima e vilão dá ao Brasil

uma responsabilidade enorme. O desmatamento

cresce a passos largos. Já perdemos 17% da Flo-

resta Amazônica, por exemplo. De 2000 a 2005,

o desmatamento na Amazônia significou 42% da

perda líqüida de áreas florestais no mundo.

As conseqüências também chegarão por aqui.

Além de possibilidade de aumento do nível do

mar, prejudicando as cidades costeiras, a produ-

ção de grãos pode ficar comprometida, a vazão

dos rios diminuirá por falta de chuva. A própria

região Norte poderá se tornar um grande cer-

rado. “Esperam-se também impactos severos no

semi-árido brasileiro, que tenderia a ficar mais

seco, atingindo diretamente 25 milhões de habi-

tantes da região”, explica o professor da Univer-

sidade Federal de Pernambuco (UFPE) e coor-

denador de Projetos da ONG Naper Solar, Heitor

Scalambrini Costa, em artigo para a Articulação

no Semi-Árido Brasileiro (ASA).

Politicamente, um dos entraves para que

medidas mais sérias de prevenção – e por que

não dizer, de remediação – sejam tomadas pelos

países mais ricos está no fato de, por exemplo, os

Estados Unidos não terem assinado o Protocolo

de Quioto (principal mecanismo de negociação

global de redução de emissões de gases de efeito

estufa). Não se identificam – ou não querem se

assumir – como grandes poluidores e alegam que

não há ligação direta com as mudanças climáti-

cas. O Brasil ratificou o documento no dia 23 de

agosto de 2002.

Apesar do clima catastrófico – mais uma vez,

temos que dizer, literalmente –, ainda existem

possibilidades de, no futuro, vivermos um cenário

não tão sombrio. É preciso mudar de atitude. Isso

começa dentro de casa, na escola, na rua. Lem-

bra daquele celular novo? Se o seu velho ainda

funciona, para quê comprar outro? Pense onde a

bateria do seu celular vai parar. Lembra do banho

demorado; da luz acesa sem ninguém estar na

sala; de escovar os dentes com a torneira aberta;

de lavar calçada com mangueira?

Parece pouco, mas imagine se cada cidadão

e cidadã brasileira começasse a separar o lixo de

casa para ser reciclado, se cada pessoa fizesse a

sua parte. Comece hoje. Comece agora.

FRITANDO OVONa era do “ano mais quente que já vi”, em

ordem crescente, foram 1998, 2002 e 2003

(juntos); 2001, 1997, 1995, 1990 e 1999

(juntos); 1991 e 2000 (juntos); e 2005.

Quando a temperatura passou a ser compa-

rada de dois em dois anos, 2002 e 2003

se tornaram os mais quentes da história.

Fonte: WWF Brasil.

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JORNAL DA CIDADANIA | Nº 140 | OUTUBRO ’0710

dias confusos de milicoDAVID DA SILVA

Braço forte,

mão amiga. Até hoje, não entendo

isso. O Exército foi minha primeira experiência

real de emprego. Já tive outras, mas nessa fui

obrigado a permanecer por um ano. Por uma

grande influência paterna, queria muito entrar,

mas, logo na primeira semana, percebi que a dis-

ciplina rígida da vida militar estava distante do

que imaginara inicialmente.

No armário, entre fotos eróticas e ferrugens,

mantive um calendário para viver um dia de cada

vez, almejando, ansioso, o último. “Acorde!”, o

corneteiro anuncia a alvorada. Meu uniforme

está suado, ainda do dia anterior. Meu corpo

cansado física e mentalmente. Uma voz invade

e ecoa no ambiente, trazendo um ar de superio-

ridade e incontestabilidade: “Não é mais hora de

dormir, cães!”. Torço para meus cadarços esta-

rem no lugar correto, torço para não me atrasar

para a primeira refeição do dia. Que, por sinal,

sempre foi a melhor.

Íamos até o rancho vibrando, em fila e com

cadência, cânticos da infantaria ou cavalaria,

mas sem molengar, isso podia comprometer

horas, você passa a

desconhecer o que acontece no seu interior,

são sentimentos raros em seu coração e mente.

É necessário saber equilibrá-los. Imagine: flexões

com as pontas dos dedos até esmorecer.

Se não fosse o bom humor, os dias seriam

mais longos, as refeições não seriam saborosas,

a saudade do elo familiar seria mais profunda.

Tentava encarar os fatos corriqueiros e estar-

recedores de forma alegre. O sorriso estampado

na face do soldado recruta é sinal de plena felici-

dade. Acredite, talvez seja o sorriso mais sincero

que já vi até hoje.

Amizades saudáveis e verdadeiras são feitas.

Todos vivem a mesma ansiedade e dificuldade.

Compartilham as mesmas dores e alegrias. Ape-

lidamos cada um do nosso ano de inserção e

grande parte dos oficiais. As menininhas adora-

vam nos ver fardados pela rua. No fim dos dias,

o cansaço estava estampado no olhar, mas, de

certo modo, valia a pena. Valeu a pena viver

esses momentos: 300 dias de aprendizado.

O tempo é rei. Quando se está prestando ser-

viço militar obrigatório e sem vontade, deve-se

acreditar nesse conceito sobre o tempo. É nele

que se concentra a maior parte de nossos pensa-

mentos. É ele que acompanha o recruta nas bata-

lhas, na madrugada fria e chuvosa, na solidão do

posto a cada hora de serviço, o tempo passa a

ter mais valor. Não posso negar uma coisa: saí

de lá diferente.

nosso sono. Afinal, qualquer equívoco levava,

no mínimo, a uma noite inteira em alojamento

fechado. A lua não era a mesma, seu brilho era

ofuscado pelo nevoeiro trazido pelas lágrimas nos

olhos. Talvez saudade da família ou até mesmo

dos amigos. Percebo o valor que eles têm na

minha vida. Mas não me preocupo, a solidão é

ilusória, além dos ratos e insetos, terei sempre a

companhia dos pensamentos.

O dia amanhece, o camuflado das roupas pesa-

das, acessórios de guerra, a postura ereta e sem-

pre séria dos oficiais, parecendo árvores secas,

passam uma sensação de inferioridade, de domi-

nação. O respeito se soma ao medo e a vibra-

ção de alguns se amplia ao anseio do comando.

O silêncio ou o “Sim, senhor!” entoado em bom

som são as melhores e únicas respostas a serem

dadas em qualquer situação em que um recruta

se encontra. Nunca esqueça da continência.

Cara na lama, marcha sem fim ao redor de

árvores, “sentado um, dois, de pé um, dois”. Cenas

inesquecíveis. O soldado deve aprender a ter

controle. A dor é a maior inimiga nessas

NESTA COLUNA, O ASSUNTO É O PRIMEIRO EMPREGO. NESTE NÚMERO, DAVID CONTA A SUA EXPERIÊNCIA NO EXÉRCITO. QUAL DEVE SER O ASSUNTO NA PRÓ-XIMA EDIÇÃO? ESCREVA, LIGUE, PARTICIPE! O QUE VOCÊ QUER SABER SOBRE O PRIMEIRO EMPREGO?

NfNA FILA

JORNAL DA CIDADANIA | Nº 140 | OUTUBRO ’0710

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JORNAL DA CIDADANIA | Nº 140 | OUTUBRO ‘07 11

Um basquete inovador está tomando conta das ruas.

Atletas trocaram o piso liso dos ginásios por quadras de

cimento. A batida da bola, os jogadores, a torcida são

embalados pelo ritmo do hip hop em quadras improvisadas com diversidade

cultural predominante: skate, grafite, dança, capoeira etc. Tudo acontece

paralelamente às partidas, criando um espaço atraente para a juventude.

Por ter um perfil urbano, o basquete de rua já é considerado por muitos(as)

praticantes um dos elementos formadores da cultura hip hop, ao lado do

rap, do grafite e do break.

Mesmo com um bom número de adeptos(as), o basquete de rua demo-

rou a ganhar espaço. No Brasil, acabava ofuscado pelo futebol e pela difi-

culdade de espaços para a prática. Apesar disso, da zona Norte à zona Sul,

em quadras poliesportivas ou no asfalto cru, era possível presenciar par-

tidas informais. Oficializado desde 2001, carrega uma proposta que ultra-

passa o contexto de diversão: favorece maior liberdade nas criações das

jogadas, além de ter compromisso com a formação cidadã dos(as) que par-

ticipam dessa manifestação cultural.

Foi em 2001, em um dos galpões do Cais do Porto no Rio de Janeiro,

quando acontecia o Hutúz Rap Festival, evento de hip hop mais importante

do Brasil, promovido pela Central Única das Favelas (Cufa), que ganhou

força. Começa, então, a empreitada para o basquete de rua se tornar uma

atividade formal e reconhecida pela sociedade.

Uma das coordenadoras da Cufa, a rapper Nega Gizza, diz que tudo come-

çou de forma inusitada. “Gigantes jogavam basquete com um cesto de lixo.

Me chamaram para ver e eu achei que fosse alguma briga.” Não era. Eram

Aqueles(as) que pensam que esse basquete está restrito a homens se

enganam. As mulheres vêm se apropriando e ganhando espaço nas qua-

dras e nas competições, criando um estilo próprio. E, quando o assunto

é machismo, são bem objetivas: “Tem um pouco de preconceito, sim. Os

homens não gostam de jogar com as mulheres, mas com a gente não tem

essa, jogamos sempre de igual para igual”, argu-

menta Cristal, atuante da equipe paulista Red

Nose, time campeão feminino de 2007. A vontade

de romper com a barreira do preconceito torna

essas jogadoras lutadoras pela igualdade, não só

no basquete, mas em todos os âmbitos em que

haja diferenciação entre homens e mulheres.

Para quem está iniciando e quer se aperfei-

çoar nessa modalidade, a Cufa tem as escolinhas

no Viaduto de Madureira, no Rio, com aulas às segundas, quartas e sextas

a partir das 15h, com o professor Vanderson. E, para a galera que já está

dando seus saltos e enterradas, participe das “peladas”, às terças e quin-

tas, a partir das 19h, também no viaduto.

rapazes fazendo do cesto uma cesta de basquete. Era preciso pensar numa

solução que fosse, principalmente, inclusiva. “Na Cufa, falei com o pessoal

que a gente precisava dar atenção ao basquete de rua, ele estava crescendo

e tinha também a ver com o hip hop, também tem uma proposta social.”

O basquete deixou de ser uma simples brincadeira e foi incorporado

aos eventos e planejamento didático da Cufa. Em 2002, nasce o primeiro

campeonato carioca de basquete de rua. Em 2004, deixa de ser a única

disputa do gênero no Rio e passa a fazer parte do calendário nacional

de esportes. A manifestação cultural e social foi expandida. A Cufa cria

a Liga Brasileira de Basquete de Rua (Libbra), hoje reconhecida pela

Federação de Basquete do Estado do Rio de Janeiro e pela Confederação

Brasileira de Basquete.

O basquete de rua como transformação social e socialização de valores

culturais é o que mobiliza a Libbra a promover eventos e estimular ainda

mais a prática desse esporte no Brasil. Os(as) jogadores(as) também con-

cordam: “Com certeza! Isso aqui é um modo de socializar todas as classes,

independente de nível social, pobre, rico, branco, negro, quando entram em

quadra são unidos, todos em prol do basquete de rua”, afirma Tim, jogador

da equipe Cufa – campeã 2007.

LINKS INTERESSANTES:

Cufa – Central Única de Favelaswww.cufa.org.br

Libbra – Liga Brasileira de Basquete de Ruawww.libbra.com.br

Sebar – Seletiva Estadual de Basquete de Ruawww.realhiphop.com.br/sebar/index.html

Lub – Liga Urbana de Basquetewww.lub.org.br

And One Brasilwww.and1.com.br

Ja JOGO ABERTO

DAVI AMEM

BASQUETE DE RUA, um esporte que diverte e conscientizaDa redação – Colaborou: David da Silva

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JORNAL DA CIDADANIA | Nº 140 | OUTUBRO ’0712

Núcleo de Mulheres Jovens da Camtra* Nós, mulheres do século 21, vivemos em uma

sociedade onde nos parece haver igualdade

entre mulheres e homens. Natural, então,

podermos estudar, trabalhar, votar e, até

mesmo, usar calças. Mas nem sempre

foi assim. Você já parou para pensar

como éramos vistas e tratadas no

tempo de nossas avós e mães?

No Brasil, por exemplo, as mulheres só

conquistaram o direito ao voto em 1932. Con-

tudo, esse direito era assegurado apenas às

solteiras ou viúvas. Casadas só votavam

com autorização expressa do marido. A

garantia do direito pleno ao voto foi con-

quistada com muita luta e organização das

mulheres, sendo regulamentada por lei em 1934.

O acesso à educação foi vedado às mulhe-

res até 1827, quando passaram a ser admitidas

somente nas escolas elementares. Foram neces-

sários mais 50 anos para sermos aceitas nas ins-

tituições de ensino superior, ainda restritas às

“profissões consideradas femininas”.

De lá pra cá, o que mudou? Será que já alcan-

çamos a tão sonhada igualdade?

Apesar dos vários avanços, ainda existem mui-

tos casos de violência contra a mulher, repres-

são da sexualidade feminina, diferença salarial

entre os sexos, mercantilização do corpo femi-

nino... Quando nossos namorados(as) nos man-

dam trocar de roupa ou querem escolher nos-

sas amizades, com quem e para onde sairmos,

são situações cotidianas que nos parecem nor-

mais. Porém, atitudes que podem passar des-

percebidas, sob as alegação de amor e ciúmes,

escondem o sentimento de posse e dominação

do homem sobre a mulher, camuflando excesso

de cuidado que faz parte de um ciclo. Podemos

notar tarde demais, apenas quando se manifesta

na forma de violência física.

A sexualidade é ainda um limite para nós,

mulheres. Somos constantemente reprimidas,

principalmente as jovens. Você já percebeu que

os meninos, desde crianças, são estimulados a

sair com várias meninas? Ao contrário, escuta-

mos que devemos ser recatadas, e se não temos

relacionamento fixo, somos taxadas de “piranha,

galinha etc”. A obrigação de reprodução e do cui-

dado com a gravidez continua sendo da mulher.

Conseqüentemente, assumimos sozinhas as res-

ponsabilidades de ter ou não e criarmos as(os)

filhas(os), às vezes sendo necessário abandonar

a escola e o trabalho.

Nesta sociedade, alguns padrões de beleza

são impostos: mulheres bonitas são magras, têm

cabelos lisos, usam roupas da “moda”.

O importante ao ressaltarmos todas essas ques-

tões sutis, aos olhos deste modelo de sociedade

– onde tudo é mercadoria e que expõe o corpo

e a imagem das mulheres como objetos (atraen-

tes e disponíveis) –, é pensarmos o que queremos

e o que podemos fazer para mudar. Apesar das

inúmeras conquistas e avanços, ainda não temos

igualdade de oportunidades entre os sexos.

A organização das mulheres, no Brasil e no

mundo, em torno das bandeiras feministas, sim-

boliza bem isto: autonomia, direitos sexuais e

reprodutivos, oportunidades iguais de trabalho,

liberdade de sexualidade, escolher ter ou não

filhas(os) sem sentir-se culpada, ser bonita, inde-

pendentemente da cor da pele, do tipo de cabelo

e de quanto pesa. Enfim, livres. Tudo isso só será

possível com a superação do machismo e com a

construção de uma verdadeira igualdade de direi-

tos entre mulheres e homens.

Junte-se a nós!

Venha para esta luta também!!!!

A SEXUALIDADE É AINDA UM LIMITE

PARA NÓS, MULHERES. SOMOS

CONSTANTEMENTE REPRIMIDAS,

PRINCIPALMENTE AS JOVENS

(21) 2544-0808

[email protected]

www.camtra.org.br

*Uma organização não-governamental, que tem

como missão ir ao encontro de outras mulheres,

com a perspectiva de colaborar para o fortale-

cimento de sua autonomia e despertá-las para a

importância de sua participação na construção

de uma sociedade mais justa e igualitária.

AeAGORA É QUE SÃO ELAS

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JORNAL DA CIDADANIA | Nº 140 | OUTUBRO ‘07 13

INT

EG

RA

NT

E D

A:

AP

OIO

:

“Levamos nosso

afilhado de três

anos numa festa e

uma criança, da

mesma idade, disse

pra ele: minha mãe

detesta gente preta

e eu também.”

A história de Ana Carolina

Delgado e Luis Henrique

Mendes acontece todo dia, em

todos os cantos do Brasil. E é

para entender o preconceito

racial e descobrir como acabar

com ele que a campanha

"Onde você guarda o seu

racismo?" reúne dezenas de

instituições na iniciativa

Diálogos Contra o Racismo.

Entre em contato, conheça e

faça parte desse movimento.

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www.dialogoscontraoracismo.org.br

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JORNAL DA CIDADANIA | Nº 140 | OUTUBRO ’0714

No primeiro exame de qualificação da Uerj deste ano, cerca de 54,17%

de 61.877 vestibulandos(as) foram reprovados(as). Significa que 33.518

pessoas terão que esperar a segunda oportunidade de fazer a prova. E esses

dados ficam ainda mais assustadores se pararmos para pensar nas notas

dos(as) aprovados(as). Apenas 0,98% – ou seja, 606 candidatos(as) –

conseguiu alcançar o maior conceito da prova, acertando mais que 43 das

60 questões.

Esses dados demonstram que tais exames exigem, a cada dia, um conhe-

cimento maior. E um dos obstáculos das provas é a exigência da disciplina

de língua estrangeira. A dificuldade se dá porque esse estudo, principal-

mente nas escolas públicas, é diferente do de outras disciplinas. Ela é ensi-

nada de maneira instrumental, o(a) estudante só é capaz de ler, interpretar

e responder sobre textos simples. Muito diferente da maneira como a lín-

gua é abordada nas provas de vestibular, nas quais é pedida a interpreta-

ção de textos grandes e mais complexos do que o(a) vestibulando(a) está

acostumado(a) a lidar.

Segundo Mônica C.F.M. Brandão, licenciada em Português/Inglês, “o

interesse do aluno é primordial. A pesquisa feita fora de sala de aula é

importante para o nível vocabular se expandir. Até porque, o inglês apren-

dido na escola não é suficiente. Um curso extra é fundamental. Caso o

aluno não tenha condições financeiras para pagar, o melhor caminho é cor-

rer atrás, mesmo que seja sozinho”.

Geralmente, na primeira fase, aquela que elimina candidatos(as) com

provas de conhecimento geral, o(a) vestibulando(a) pode escolher o idioma.

Na maioria das universidades, as opções oferecidas são inglês, francês ou

espanhol. Passado esse momento, o candidato(a), se aprovado(a), sub-

mete-se a uma prova específi ca, na qual deverá responder a questões rela-

tivas ao curso escolhido. Comumente, as provas específi cas abordam duas

disciplinas, sendo uma delas língua estrangeira, sem direito de escolha.

Sendo assim, o(a) candidato(a) deverá fazer o exame discursivo no idioma

pré-determinado. Responder a questões em uma língua que, na maioria

das vezes, não se domina, é algo que aumenta a dificuldade.

Apesar desses obstáculos, não devemos desistir. Como diz Mônica

Brandão, quando não é possível apelar para cursos de línguas para melho-

rar nosso desempenho, precisamos nos apoiar em nós mesmos. A receita

para o sucesso é estudar, dedicar-se e nunca, jamais, desistir.

VESTIBULAR: LÍNGUA ESTRANGEIRA

AS ESTATÍSTICAS MOSTRAM QUE A PREOCUPAÇÃO DA JUVENTUDE EM NÃO PASSAR NO VESTIBULAR TEM FUNDAMENTO. APENAS 11% DE JOVENS ATÉ 29 ANOS NO BRASIL ESTÃO NA FACULDADE. E UM NÚMERO AINDA MAIS REDUZIDO CONSEGUE INGRESSAR EM UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA. O PROBLEMA COMEÇA ANTES DO INGRESSO NA UNIVERSIDADE, NA HORA DE ENFRENTAR AS PROVAS DE VESTIBULAR.

Daiana e Daniele Santos

Estudantes de pré-vestibular comunitário. Participaram do Grupo Focal

do JC para mudança gráfica e editorial.

COM A PALAVRA, OS(AS) VESTIBULANDOS(AS)Fernanda dos Santos Vieira,18 anos. Estudante do 3º ano da rede particular

de ensino. Nunca prestou vestibular – Curso pretendido: Direito – Cursou

inglês durante 6 meses.

“Vou escolher espanhol, acho bem mais fácil que o inglês. Acho que o inglês

que aprendo não me dá base, mesmo estudando em escola particular. Mas

estou um pouco mais adiantada do que alunos de escola pública, pois, nas

escolas particulares, as turmas são menores e os professores podem dar mais

atenção. Mesmo que soubesse que a minha disciplina específi ca seria língua

estrangeira, não deixaria de prestar vestibular para o curso que escolhi.”

Flávia Simplício André, 19 anos. Estudou na rede pública de ensino. Prestou

vestibular e, atualmente, estuda Serviço Social na Uerj. Nunca fez curso de

língua estrangeira.

“Eu acho que é uma forma de integração do vestibulando com a sociedade

e uma maneira de entender outras culturas. Na minha prova específica,

caiu espanhol, mesmo assim, não pensei em mudar de curso. A prova me

dificultou em parte, pois só tive contato com a língua pelo pré-vestibu-

lar. Isso fez com que não me sentisse preparada o suficiente. Eu diria aos

jovens para estudar pesquisando em livros, procurar aulas gratuitas.”

Bruno Pires Bezerra, 19 anos. Estudou na rede pública de ensino e já prestou ves-

tibular – Curso pretendido: Administração – Cursou inglês durante 7,5 anos.

“A língua estrangeira é importante, mas é um pouco desnecessária no ves-

tibular, porque não será o foco principal de estudo na faculdade. É válida

como conhecimento, mas não como critério de avaliação. Apesar disso,

considero-me preparado. Acho que o ensino das escolas com relação a

línguas estrangeiras, tanto públicas como particulares, é falho, servem só

para não ficar “perdido”.

A coluna é um espaço de expressão para professores(as), diretores(as),

estudantes. Use o espaço para contar algo legal sobre seu cotidiano na

escola ou fora dela, compartilhar dúvidas e certezas. É possível também uti-

lizar o espaço para um debate entre professor(a) e estudante sobre deter-

minado assunto. Pode ter letra de música, poesia, desenho. Nosso canal de

contato por e-mail é: [email protected]. Participe!

FaFALA AÍ

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JORNAL DA CIDADANIA | Nº 140 | OUTUBRO ‘07 15

JC - O que devemos avaliar na hora de escolher uma profissão?

Alexandre – O jovem deve buscar informações sobre as profissões e esco-

lher algo que goste de fazer. Ajudar na escolha deveria ser papel das esco-

las, dos cursos pré-vestibulares, mas, infelizmente, acaba não acontecendo.

Aquela história de escolher pelo mercado de trabalho quase sempre é ruim.

Fazer o que não gosta só porque há mais chances pode ser um grave erro.

JC – Quais são os assuntos que merecem maior atenção?

Alexandre – O vestibular ainda é um leque de várias disciplinas. Temas do

momento são sempre cobrados em redações. É preciso acompanhar os

conteúdos das disciplinas e também manter-se informado pelos jornais,

revistas e internet, formar opinião própria. O PAC [Programa de Aceleração

do Crescimento] e a questão aérea serão temas pedidos, com certeza.

JC – O que deve ser feito para que uma pessoa com dificuldades financeiras

consiga se manter na faculdade?

Alexandre – Programas de cotas, como o ProUni, e outros que têm por

aí, são resultado da luta de movimentos sociais. Sobretudo, da luta dos

movimentos negros, com parcela significativa do trabalho do pré-vestibular.

Os programas existem por causa dos próprios pré-vestibulares populares.

A existência de pré-vestibulares é, em si, a exigência de uma reforma uni-

versitária que ainda precisa ser completa. Outra questão, em termos de

políticas públicas, é que a universidade deve ter programas de permanên-

cia, bolsas de estudos para os mais necessitados, acesso a materiais, livros

e melhorias nas bibliotecas. Alguns estudantes não conseguem se manter

na universidade por causa de custos com transporte, alimentação, cópias e

outros materiais. Uma pessoa que estuda é produtiva para a sociedade. E,

a partir do momento que a sociedade entender isso como um investimento,

vai pagar uma bolsa para esse jovem que não tem condição.

Em novembro, o PVNC divulgará suas vagas para 2008. <www.pvnc.org>

UERJ

Todos(as) os(as) candidatos(as) que realizaram um dos dois exames de

qualificação, no dia 17 de junho e/ou no dia 16 de setembro, e realizaram

suas inscrições de 20 de setembro a 5 de outubro de 2007, farão prova dis-

cursiva no dia 2 de dezembro.

UFF

– A prova da 1ª etapa, em 15 de novembro (quinta-feira) de 2007, é elimi-

natória. Nela serão propostas 75 questões de múltipla escolha, que abran-

gerão conhecimentos de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, Biolo-

gia, Física, Geografia, História, Matemática, Química e Língua Estrangeira

(Francês, Inglês ou Espanhol).

– As provas da 2ª etapa, em 9 de dezembro (domingo) de 2007 – ou em

9 e 11 de dezembro de 2007, para candidatos(as) ao curso de Arquite-

tura e Urbanismo –, serão classificatórias.

Em 9 de dezembro, farão redação em Língua Portuguesa e duas provas

com questões predominantemente discursivas, que abrangerão conheci-

mentos de duas matérias pertencentes à base nacional comum dos currí-

culos do ensino médio, dependendo do curso pretendido.

Em 11 de dezembro, será realizada uma prova de Expressão Plástica.

UFRRJ

Inscrições no período de 3 de setembro a 11 de outubro de 2007. As provas

serão realizadas nos dias 15 e 16 de dezembro de 2007.

UFRJ

As provas serão realizadas nos dias 11 e 25 de novembro. No 1º dia, exames

de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, de Redação e das disciplinas

não-específicas para o grupo escolhido. No 2º, provas das disciplinas espe-

cíficas. A duração é de 5 (cinco) horas para cada dia e os portões de acesso

ao local de prova serão fechados às 9h. Será exigida a apresentação da iden-

tidade original.

Alguns cursos do Grupo 5 foram transferidos para o Grupo 6, composto

pelas graduações em Direito, Ciências Sociais, Filosofia, História e Música

e, para eles, está incluso prova de Filosofia.

IMPORTANTE

A partir deste ano, haverá coleta das impressões digitais de candidatos(as)

nos dias de prova para confrontação no ato da matrícula. O coordenador da

Comissão de Vestibular, Luís Otávio Teixeira, explica que essa medida é uma

forma de reforçar a segurança no concurso. “Isso evita que outra pessoa

venha fazer a prova no lugar do verdadeiro candidato.”

Por Marina Ribeiro,

Coordenadora e prof.ª do Pré-vestibular Popular CJ/Campo, estagiária do Ibase

Em ritmo de última fase e provas discursivas do vestibular das universida-

des públicas do Rio em 2008

VESTIBULAR É UM MOMENTO CRUCIAL. PREPARAR-SE PARA O MERCADO DE TRABALHO E ESCOLHER A PROFISSÃO “CERTA” SÃO PRESSÕES CONS-TANTES QUE TODO(A) JOVEM SOFRE PARA CHEGAR, UM DIA, AO SUCESSO PROFISSIONAL E PESSOAL. O PROFESSOR E UM DOS MEMBROS-FUNDA-DORES DO PRÉ-VESTIBULAR PARA NEGROS E CARENTES (PVNC), ALE-XANDRE NASCIMENTO, DÁ DICAS PARA AJUDAR A SE PREPARAR MELHOR PARA ESSE MOMENTO.

Da redaçãoColaborou: Carlos Daniel da Costa

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JORNAL DA CIDADANIA | Nº 140 | OUTUBRO ’0716