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UMA PROPOSTA ESTRUTURANTE PARA O MATERIAL DIDÁTICO DA DISCIPLINA DE CIÊNCIAS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Autor: Francisco Carlos Pierin Mendes1 Orientador: Hilton J. S. de Azevedo2

RESUMO Esse trabalho discute uma proposta diferenciada para o trabalho com a disciplina de Ciências na Educação de Jovens e Adultos, por meio da utilização de um material didático diferenciado, com conteúdos escolhidos levando-se em consideração critérios de contemporaneidade e significância como elementos motivadores para os alunos. A escolha do tema decorre de inquietações provocadas pela falta de materiais didáticos atualizados e adequados ao trabalho com jovens e adultos, materiais que possam melhor promover o desenvolvimento de conceitos científicos mais elaborados por parte dos alunos. Buscou-se averiguar possíveis avanços na aprendizagem de conteúdos da disciplina de Ciências Naturais dos alunos de uma escola de EJA que utilizaram no trabalho com a disciplina uma unidade didática especialmente produzida para este estudo – Atmosfera e meio Ambiente. Os alunos foram divididos em dois grupos, um teve acesso a uma Unidade Didática produzida que contempla os critérios de contemporaneidade e significância e outro grupo trabalhou com materiais disponibilizados pela Secretaria de Educação do Estado do Paraná. O trabalho desvelou que no primeiro grupo houve uma melhor compreensão dos diferentes fenômenos apresentados, comprovada por meio de avaliação realizada junto aos alunos. Houve também aprovação, por parte dos alunos, da forma de apresentação dos conteúdos na referida unidade didática, expressada em questionário específico. A presente pesquisa permite inferir que materiais didáticos que atendem aos critérios de contemporaneidade e significância contribuem de maneira mais efetiva para a aprendizagem dos alunos.

PALAVRAS-CHAVE Aprendizagem de Ciências, Produção de Material Didático, Educação de Jovens e Adultos. 1 INTRODUÇÃO

1 Professor de Ciências na Rede Estadual de Educação, Mestre em Educação (UFPR), Biólogo (PUC-PR), Especialista em Metodologia do Ensino no 1º e 2º Graus. 2 Professor Doutor, atuando no Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade e no Programa de Pós-graduação em Engenharia Biomédica, ambos da UTFPR, câmpus Curitiba

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O exercício profissional na Educação de Jovens e Adultos (EJA), seja nos

mais de quinze anos de docência da disciplina de Ciências, seja como gestor de

escola de EJA, nos faz pensar e refletir, principalmente, nas peculiaridades da

aprendizagem dos conteúdos desta disciplina, por parte de alunos jovens e adultos.

Educandos da EJA constituem uma parcela significativa da população. Estes

alunos procuram a EJA para concretizar uma formação interrompida na escola

regular ou para buscar uma formação que ainda não tiveram. Normalmente, buscam

na EJA o conhecimento que poderá permitir a sua entrada ou retorno ao mundo do

trabalho.

Para Oliveira (1999), não se pode desconsiderar os diferentes saberes que

esses alunos trazem consigo, frutos de uma história longa de vida, de experiências,

de conhecimentos acumulados e de reflexões sobre o mundo, sobre si e sobre

outras pessoas.

Aprender ciências no contexto de turmas de alunos Jovens e Adultos é algo

complexo, dinâmico e desafiador, envolvendo diferentes conceitos que se somam

para explicar fenômenos naturais, físicos e químicos.

Para que a aprendizagem se efetive o professor conta com o apoio de

diferentes recursos, entre eles, o material didático, o material de apoio, os cadernos

de estudo, como são denominados os materiais nas escolas de EJA. Neste

contexto, cabe perguntar se os cadernos de estudo da disciplina de Ciências, mais

precisamente da unidade didática “Atmosfera e Meio Ambiente”, podem contribuir

mais para a aprendizagem dos conteúdos da disciplina pelos alunos que frequentam

a Educação de Jovens e Adultos?

O presente trabalho busca averiguar possíveis avanços na aprendizagem de

conteúdos da disciplina de Ciências Naturais junto a alunos de uma escola de EJA,

que utilizaram uma unidade didática em que os diferentes elementos foram tratados

considerando-se a contemporaneidade e significância.

A pesquisa foi realizada com alunos matriculados na disciplina de Ciências,

num Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos da rede estadual de

educação no ano 2011, como parte do Projeto de Pesquisa do Programa de

Desenvolvimento da Educação - PDE 2010.

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Os alunos foram divididos em dois grupos, para os alunos do grupo teste foi

apresentado a Unidade Didática intitulada “Atmosfera e Meio ambiente, material que

sugere uma proposta diferenciada de trabalho com os conteúdos da disciplina de

Ciências, onde critérios como contemporaneidade e significância dos conteúdos são

apresentados como elementos motivadores para os alunos da EJA.

O grupo de controle, formado por alunos cujo trabalho foi desenvolvido

com o auxilio dos materiais disponíveis na escola, principalmente os Cadernos de

Estudo da disciplina de Ciências Naturais, elaborados em 2001 pela SEED-PR e

disponibilizados gratuitamente aos alunos.

Uma avaliação foi aplicada aos dois grupos, abordando conteúdos Atmosfera

e Meio ambiente, com o objetivo de identificar avanços no nível de compreensão dos

fenômenos, entre outros processos tratados diferentemente nos dois materiais

didáticos.

Aos alunos do grupo teste foi aplicado um questionário com perguntas

relacionadas a unidade didática – Atmosfera e meio ambiente – onde puderam

expressar suas opiniões sobre o material.

Questões a serem respondidas:

- Os materiais didáticos (cadernos de estudo) da disciplina de ciências têm

seus conteúdos compreendidos pelos alunos da EJA de maneira clara e de fácil

entendimento?

- Que tipos de contribuições a adoção do enfoque de contemporaneidade e

significância na produção dos textos, imagens e atividades de uma Unidade Didática

da disciplina de Ciências podem ser observados na aprendizagem dos alunos de

uma EJA?

- A unidade didática Atmosfera e meio ambiente, construída com enfoque na

contemporaneidade e significância, com textos, imagens e atividades diferenciadas

pode ter impacto na motivação dos alunos.

Foram apresentadas algumas hipóteses para verificação:

Os cadernos de estudos utilizados pelos alunos matriculados na disciplina de

Ciências na Educação de Jovens e Adultos, fornecidos pela Secretaria Estadual de

Educação apresentam uma abordagem tradicional e fragmentada dos conteúdos

que pode ser comprovada, por exemplo, pela transcrição de uma parte que trata do

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conteúdo Atmosfera, onde uma sequencia tradicional é apresentada, com definição,

componentes do ar, poluição do ar e alguns elementos que abordam a química no ar

(PARANÁ, 2001, P. 32).

A Unidade Didática elaborada, para o experimento, apresenta os conteúdos

da disciplina de Ciências de forma mais contextualizada, apresentando experiências,

atividades entre outros elementos, que na abordagem do conteúdo Atmosfera e

meio ambiente podem contribuir para avanços na aprendizagem.

Devido às especificidades da modalidade, que busca atender o público jovem

e adulto – uma abordagem diferenciada dos conteúdos parece se fazer necessária.

A idéia é respeitar e valorizar os diferentes conhecimentos trazidos pelos alunos,

sem esquecer a principal função da escola, em especial na disciplina de ciências:

possibilitar ao aluno, por meio do conhecimento científico, interpretar e agir no seu

mundo de maneira a contribuir com a Sociedade (PARANÁ, 2008).

Fez-se a suposição de que para que esses objetivos possam ser atingidos, os

Cadernos de Estudo da disciplina utilizados na escola, assim como os diferentes

materiais utilizados pelos professores deveriam oferecer aos alunos, além da

riqueza de conteúdos pertinentes a disciplina, uma visão atualizada da Ciência e

suas implicações no mundo moderno, permitindo ao aluno desenvolver uma postura

crítica e autônoma.

Analisando os resultados obtidos por meio das avaliações realizadas junto

aos alunos, percebeu-se uma melhor compreensão dos diferentes fenômenos

apresentados, no grupo de alunos que trabalhou com a Unidade Didática produzida

pelo autor do artigo. Neste grupo os alunos apresentaram respostas

contextualizadas, mais ricas em elementos científicos.

No grupo de alunos em que o trabalho foi desenvolvido com o apoio dos

materiais didáticos da SEED, as deficiências na aprendizagem são maiores, visto a

falta de contextualização e de exemplos práticos, o excesso de objetividade e forma

sintética como é apresentado.

Espera-se que esse trabalho contribua para a reflexão sobre a importância de

um material diferenciado que atenda as necessidades de alunos jovens e adultos,

contribuindo para que a escola reforce a sua missão de ser um lugar privilegiado de

construção do saber.

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2 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO BRASIL E NO PARANÁ: UMA

CONSTRUÇÃO HISTÓRICA

A Educação de Jovens e Adultos, ao longo de toda a história da educação

brasileira vem sendo alvo de preconceito e até mesmo de discriminação (COSTA,

2009). Durante muitos anos, manteve-se a idéia de que a educação de adultos

poderia ser apenas supletiva, no sentido de suprimir o tempo e, conseqüentemente,

os conteúdos trabalhados (BRASIL, 2000)

No Brasil, desde o período colonial, veem existindo ações restritas em relação

à Educação de Jovens e Adultos, ações essas voltadas principalmente às elites,

educação com cunho religioso, cujo objetivo era estender as idéias da Igreja

Católica e impor os modelos de cultura europeus (PARANÁ, 2006).

O final do Séc. XIX e início do XX apresentam-se como um período

caracterizado pelo início do desenvolvimento industrial, das aglomerações urbanas,

e ainda sobre a influência econômica européia, determinando que projetos de Leis

que tratam da obrigatoriedade da EJA fossem aprovados, num contexto onde o

objetivo principal era alfabetizar, habilitando para o voto.

Na seqüência é instituído o ensino noturno, como forma de diminuir os índices

de analfabetismo neste primeiro momento, apresentado também como elemento

fundamental para o progresso e desenvolvimento da nação.

A Constituição Federal de 1934, institui no Brasil, a obrigatoriedade e

gratuidade do ensino primário para todos, com oferta insuficiente para atender a

demanda crescente e os altos índices de analfabetismo da população (PARANÁ,

2008).

Nas décadas de 40 e 50, podemos citar como uma das principais ações a

criação do Fundo Nacional de Ensino Primário (FNEP), considerado por PAIVA,

(1983) e BEISEGEL, (1992), citados nas Diretrizes Curriculares de EJA do Paraná,

como marco profundo de uma política publica de Educação de Adultos, de cunho

popular. Fundo este destinado a alfabetização e continuidade da educação da

população adulta.

Na década de 60, com as idéias transformadoras de Paulo Freire, houve uma

sensível mudança neste sentido. Analfabeto ou pouco escolarizado, o cidadão passa

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a ser visto como um sujeito de culto, que possui conhecimento, agente de sua

própria formação (FREIRE, 1983).

Uma pedagogia voltada para as camadas populares, que em um ambiente de

efervescência social, busca através da escolarização melhoria nas condições de

vida da população, trabalho desenvolvido a partir da história de vida do indivíduo, da

sua realidade social, tendo como princípio uma metodologia popular libertadora e

emancipadora (FREIRE, 1983).

Com o Golpe Militar em 1964 encerram-se muitas iniciativas neste campo. O

Próprio Governo Militar cria seu programa, o MOBRAL – Movimento Brasileiro de

Alfabetização, que se apresenta como uma proposta descontextualizada, com

resultados pouco expressivos em relação à diminuição do analfabetismo.

Em 1971, com a Lei 5692, é atribuído um capitulo para o Ensino Supletivo,

regulamentando cursos e exames, com uma proposta curricular cuja matriz seria a

mesma do ensino regular, diferenciando-se apenas por uma forma de apresentação

dos conteúdos mais compactada, não atendendo as especificidades dos jovens e

adultos em processo de escolarização. Ensino considerado como solução para o

analfabetismo e de suplência para os que necessitam de certificação.

Nos anos 80, com a abertura democrática do país, os debates sociais

principalmente no campo da educação retornam com muita força, pensando-se na

trágica realidade educacional vivida pelo Brasil. Neste período ocorre um

rompimento com as políticas de EJA do período militar, em 1985 com o fim do

MOBRAL, surge a Fundação Educar – Fundação Nacional para Educação de

Jovens e Adultos, que com alguns recursos incentiva Prefeituras, Estados e

Sociedade Civil a desenvolver ações buscando ofertar EJA com qualidade à

população.

A década de 90 foi marcada pela publicação da lei 9394/96, Lei de Diretrizes

e Bases da Educação, que passa a considerar a EJA como modalidade de

educação básica, no ensino fundamental e médio, com especificidades próprias.

Neste contexto e período, no estado do Paraná, além do Ensino Supletivo

Seriado; são criados os NAES – Núcleos Avançados de Ensino Supletivo,

substituídos ma seqüência pelos CES _ Centros de Estudos Supletivos, CEAD –

Centro de Educação a Distancia e finalmente os CEEBJA’s – Centros Estaduais de

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Educação Básica para Jovens e Adultos, descentralizando o atendimento e levando

ao jovem e adulto uma proposta diferenciada de atendimento as suas necessidades.

Os CEEBJA’s constituem-se em escolas que oportunizam ao aluno a matricula

por disciplina, tanto no atendimento coletivo, onde o aluno tem a oportunidade de

interagir com os colegas e com o professor, dentro de um espaço escolar formal,

como no atendimento individual, que possibilita uma atenção maior por parte do

professor, porém que inibe um trabalho interativo maior, ofertam os Exames

Supletivos, que conforme prevê a Lei 9394/96 tem como principal objetivo principal,

propiciar ao aluno possibilidade de adequar o seu tempo as necessidades de

estudo e trabalho.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN nº. 9394/96

apresenta a EJA como modalidade de Educação Básica, destinada àqueles que não

tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade

própria. Perceberemos adiante, na análise dos dados a diversidades desses

educandos em relação a diferentes elementos analisados.

Apresentando as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de

Jovens e Adultos, o PARECER CNE/CEB 11/00 se constitui em importante

documento fundamentando as funções da EJA: reparadora, equalizadora e

qualificadora, funções que visam abranger diferentes papéis da modalidade na

sociedade atual.

Primeiramente, o documento relata, que analisando a média de escolaridade

do brasileiro, percebeu-se a necessidade de levar um atendimento a jovens e

adultos que por inúmeras dificuldades tiveram sua trajetória educacional

interrompida, com o objetivo de restaurar um direito negado: o direito a uma escola

de qualidade, mas também o reconhecimento daquela igualdade ontológica de todo

e qualquer ser humano( BRASIL, 2000, P.5).

Como o objeto de nossa pesquisa é o Ensino Fundamental Fase II, CURY

(2000) afirma no PARECER 11/00, que a universalização do Ensino Fundamental,

abre caminho para que mais cidadãos possam se apropriar dos conhecimentos

científicos tão necessários à consolidação de pessoas mais solidárias e de países

mais autônomos e democráticos. Num momento histórico em que a necessidade do

Ensino Médio vai se tornando requisito fundamental para inserção no mundo do

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trabalho, a universalização do Ensino Fundamental ocorre em um tempo de

exclusão não mais tolerável.

A partir do momento que a igualdade perante a lei é atingida, objetivo

principal da função reparadora3, temos a função equalizadora, a equidade é a forma

pela qual se distribuem os bens sociais de modo a garantir uma redistribuição e

alocação de bens em vista mais igualdade (BRASIL, 2000).

A reentrada no sistema, de pessoas que tiveram uma interrupção forçada

pelas dificuldades de acesso, reprovação ou pela evasão, principalmente em

cidades do interior, cuja área rural é predominante, o que determina dificuldades de

acesso à escola, e muitas vezes a necessidade do trabalho dos jovens para o

sustento da família, de ser vista como “reparação corretiva, ainda que tardia, de

estruturas arcaicas, possibilitando aos indivíduos novas inserções no mundo do

trabalho, na vida social, nos espaços da estética e na abertura dos canais de

participação” (BRASIL, 2000, P.6,7).

Com trabalho desenvolvido nos últimos anos no estado do Paraná, pelos

CEEBJA’s através de significativas ações voltadas ao Ensino Fundamental e Médio,

oportunizando o acesso aos jovens e adultos, respeitando suas diferenças,

apresenta-se a função permanente da EJA, que foi denominada qualificadora4 .

Mais do quem uma função, ela é o próprio sentido da Educação de Jovens e

Adultos, tem como base o caráter incompleto do ser humano cujo potencial de

desenvolvimento e de adequação pode se atualizar em quadros escolares ou não

escolares (BRASIL, 2000, p. 8).

A Comissão Internacional sobre a educação para o século XXI, Relatório

Delors para a UNESCO citado no PARECER 11/00, p.8, diz:

Uma educação permanente, realmente dirigida às necessidades das sociedades modernas não pode definir-se a um período particular da vida- educação de adultos, por oposição a dos jovens por exemplo _ ou a uma finalidade demasiado circunscrita _ a formação profissional, distinta da formação geral. Doravante, temos de aprender durante toda a vida e uns saberes penetram e enriquecem os outros (BRASIL, 2000, p.89).

3 Grifos do autor. 4 Grifos do autor

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De acordo com a função qualificadora5, o trabalho com jovens e adultos

pode acontecer em qualquer época da vida, sendo possível à formação, o

conhecimento e o desenvolvimento de diferentes habilidades e competências, entre

outros valores que transcendem os espaços formais da escola e levam a realização

pessoal e ao reconhecimento do outro como sujeito.

2.1 Quem é o aluno adulto?

O Trabalho com a Educação de Jovens e Adultos exige um olhar diferenciado

na perspectiva de compreender os anseios desta parcela da população em relação à

escola, visto que a grande maioria teve pouco um nenhum acesso ao saber

sistematizado.

Nesta perspectiva, busca-se refletir sobre quem é o educando da EJA, quais

as suas expectativas, a possível vergonha de voltar aos bancos escolares, um

espaço não apenas destinada as crianças, mas a todos que desejam ampliar sua

visão e compreensão do mundo, por meio do acesso ao conhecimento cientifico,

fundamental na sociedade moderna.

O adulto, para a educação de jovens e adultos, não é o estudante universitário, o profissional qualificado que frequenta cursos de formação continuada ou de especialização, ou a pessoa adulta interessada em aperfeiçoar seus conhecimentos em áreas como artes, línguas estrangeiras ou música, por exemplo. Ele é geralmente o migrante que chega às grandes metrópoles proveniente de áreas rurais empobrecidas, filho de trabalhadores rurais não qualificados e com baixo nível de instrução escolar (muito frequentemente analfabetos), ele próprio com uma passagem curta e não sistemática pela escola e trabalhando em ocupações urbanas não qualificadas, após experiência no trabalho rural na infância e na adolescência, que busca a escola tardiamente para alfabetizar-se ou cursar algumas séries na EJA (OLIVEIRA, 1999, p.2).

As Diretrizes Curriculares Nacionais (2000, p.5) os apresentam como

(...) adultos ou jovens adultos, via de regra mais pobres e com vida escolar mais acidentada. Estudantes que aspiram a trabalhar, trabalhadores que precisam estudar, a clientela do ensino médio tende a tornar-se mais heterogênea, tanto etária quanto socioeconomicamente, pela incorporação crescente de jovens adultos originários de grupos sociais, até o presente, sub – representados nessa etapa da escolaridade. Para Soek (2010), falar dos jovens e adultos que frequentam a EJA, é falar da

sua realidade social, da sua condição de trabalhador no contexto econômico vigente,

onde a exclusão e as oportunidades são oferecidas aos que tem escolaridade maior.

5 Grifos do autor

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Arroyo (2001, p.15), quando faz referência aos educandos de EJA, diz que se

constituem, sobretudo de jovens, adultos, trabalhadores, pobres, negros, oprimidos

e excluídos, estabelecendo uma relação entre a exclusão e dificuldade de acesso,

onde esses grupos historicamente constituídos têm poucas oportunidades de

participação efetiva na sociedade, com acesso restrito aos bens econômicos

produzidos.

Na EJA não se pode deixar de falar das mulheres, que em determinados

momentos da história foram discriminadas, tratadas como pessoas que não

necessitavam estudar, se escolarizar, pois a sociedade lhes reservava um papel a

ser cumprido, o casamento e a atenção aos filhos.

Atualmente, constata-se a presença marcante de adolescentes, com

diferentes vivências escolares, muitos com 6ª e até 7ª séries incompletas, o que

conforme as Diretrizes Curriculares de EJA do estado do Paraná (2008) tem origem

no processo escolar fragmentado, marcado por constantes reprovações e

consequente evasão no Ensino Fundamental e Médio regulares, determinando um

rejuvenescimento da população que busca na modalidade a oportunidade de

concluir seus estudos.

O educador comprometido com a Educação de Jovens e Adultos deve

respeitar o conhecimento dos alunos, suas vivências, sua bagagem adquirida em

diferentes instâncias sociais, por meio de experiências significativas, principalmente

vinculadas ao mundo do trabalho. Para Freire (1997), “ensinar exige respeito aos

saberes dos educandos”.

Desta forma, ressalta-se a importância de conhecer os educandos, saber das

suas necessidades, para que por meio de um trabalho diferenciado, respeitando

especificidades, resultados significativos possam ser alcançados, com ampliação da

compreensão de mundo e acesso ao conhecimento cientifico.

3 AS CIÊNCIAS DA NATUREZA NA EJA: PERSPECTIVA DAS DIRETRIZES CURRICULARES ESTADUAIS As Diretrizes Curriculares Estaduais para a Educação de Jovens e Adultos

apresentam os encaminhamentos que orientam a organização curricular de todas as

escolas do estado que ofertam a modalidade.

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Propõem como eixos articuladores para o desenvolvimento do currículo na

EJA, a cultura, o trabalho e o tempo. Eixos definidos, conforme as Diretrizes

Curriculares Nacionais (BRASIL, 2000), a partir da concepção de currículo como

processo de seleção de cultura e do perfil do educando de EJA.

O eixo do trabalho, para o jovem e adulto possui uma grande significação, é

por meio dele que o homem transforma a natureza e transforma-se a si mesmo

(PARANÁ, 2008). No contexto da EJA, o trabalho não deve ser reduzido a preparar

o trabalhador para atender as demandas de mercado na sociedade moderna, mas

sim numa perspectiva mais ampla, considerarando a história de vida do ser humano,

os seus valores, determinando autonomia e liberdade, numa perspectiva de busca

da emancipação (FREIRE,1997).

A cultura é outro elemento articulador apresentado pelas Diretrizes vigentes

no estado do Paraná, que compreende elementos de produção material e imaterial,

produto da atividade humana numa dimensão histórica se apresenta como elemento

importante no trabalho pedagógico, contribuindo para a mediação entre o individuo e

a sociedade.

A diversidade cultural produzida nas interações sociais, sua valorização

devem determinar uma ampliação do universo cultural a partir do acesso ao

conhecimento e da diferentes formas de manifestações presentes no cotidiano

desses alunos, valorizando a produção humana ao longo de sua história.

O documento apresenta o tempo na dimensão escolar, compreendido em três

dimensões: tempo físico, tempo vivido e tempo pedagógico. O primeiro diz respeito

ao calendário escolar, dias letivo, carga horária das disciplinas, visto a EJA estar

com seu estudo organizado por disciplina, organizam e controlam o tempo da ação

pedagógica (PARANÁ, 2008). O tempo vivido refere-se às experiências pedagógicas

do professor, a ação docente, seus cursos de formação, contemplando também o

tempo dos educandos, suas experiências sociais e escolares. O ultimo compreende

o tempo destinado pela organização escolar para a escolarização e socialização do

conhecimento.

Pensar uma prática pedagógica que articule os três eixos, cultura trabalho e

tempo, com o conhecimento científico é o grande desafio. Neste contexto, percebe-

se a importância da disciplina de Ciências, cujo papel é apresentar o conhecimento

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cientifico como resultado da investigação da natureza, “através de uma prática

pedagógica que leve à integração dos conceitos científicos e valorize o pluralismo

metodológico” (PARANÁ, 2008, p. 68).

O documento (PARANÁ, 2008), apresenta conteúdos de grande amplitude,

que organizam os campos de estudo da disciplina escolar, os Conteúdos

Estruturantes (construtos históricos e atrelados a uma concepção política de

educação), que são: Astronomia, Matéria, Sistemas Biológicos, Energia,

Biodiversidade.

Proposta na qual o professor deve trabalhar os cinco conteúdos estruturantes

durante todo o Ensino Fundamental, respeitando o nível cognitivo dos educandos, e

no que diz respeito à Educação de Jovens e Adultos, respeitando suas

especificidades.

Pensando o ensino da disciplina de Ciências na EJA, a prática pedagógica

deve buscar a integração dos conceitos científicos através do pluralismo

metodológico (PARANÁ, 2008). Práticas centradas no tradicionalismo, ou na

apresentação dos conteúdos como algo pronto, acabado devem ser superadas.

Na EJA, onde tempo, trabalho e diversidade cultural são elementos que

devem ser respeitados pelo professor, a contemporaneidade e a significância se

constituem em perspectivas reais para uma abordagem diferenciada dos conteúdos

das ciências.

4 O PAPEL DO MATERIAL DIDÁTICO NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM DAS CIÊNCIAS NATURAIS

O material didático se constitui em um recurso estratégico que instiga

aprendizagens significativas e fundamentais, facilitando assim, tanto as atividades

de ensino quanto as de aprendizagem.

Segundo Santos (2001), o material didático pode ser definido como todo e

qualquer recurso de apoio às interações pedagógicas, no contexto de uma relação

educativa, tenha sido ele desenvolvido com fins educativos ou não.

Além dos livros didáticos, são considerados materiais didáticos os diferentes

recursos impressos e audiovisuais, utilizados em sala de aula ou fora dela. Inclui-se,

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neste contexto, desde o suporte de multimídia, um aquário de laboratório ou uma

visita a um museu.

Entre as diversas funções do material didático, pode-se afirmar que ele

contribui com aprendizagens ativas e construtivas, proporcionar o estabelecimento

de elos entre a informação e o conhecimento científico, apoiar uma organização

constante dos conhecimentos e articular conhecimentos.

Para Santos (2001), no contexto das relações educativas convencionais, o

material didático tem seu papel de apoio bastante evidenciado, para que o professor

possa dinamizar suas intervenções.

Embora haja o desenvolvimento das novas tecnologias de mídia, textos

digitais de Educação a Distância, no Ensino Fundamental e Médio das escolas

básicas, o livro didático continua sendo o mais fiel aliado do professor além de um

recurso imprescindível para os alunos. Os livros são, na maior parte das vezes,

escolhidos pelos professores, a partir de listas pré-determinadas, tendo como

mecanismo jurídico que regulamenta legalmente a escolha, o Programa Nacional do

Livro Didático.

Numa perspectiva histórica, os diferentes materiais do Ensino Fundamental,

produzidos nas décadas de 70 e 80, constituíam a face conservadora e

uniformizadora do ensino de Ciências, pode-se destacar como características:

(...) vazios de informações, que induzem à memorização, apresentação do conhecimento de forma compartimentalizada, experimentação como palavra final e sem vínculo com modelos teóricos, exposição da natureza como fonte inesgotável de recursos, universo e homem vivendo em perfeita harmonia e desenvolvimento e técnica como sempre benéficos (AGUIAR JR., 2004, p.4). O conservadorismo característico do cenário escolar da época, dominado

pelo ensino tradicional, dificultava a esforços de renovação e inovação. Tendência

determinava como função do professor transmitir conhecimento acumulado pela

humanidade, cabendo aos alunos a reprodução dessas informações, num ambiente

escolar em que a verdade científica era inquestionável.

Para Aguiar Jr., (2004), os livros didáticos teriam tido nos anos 70 um papel

significativo na construção de um modelo de distribuição dos conteúdos, nas quatro

últimas séries do Ensino Fundamental, com a predominância das Geociências na 5ª

série, conteúdos de Biologia na 6ª e 7ª séries, e Química e Física na 8ª, divisão que

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constitui um modo propriamente escolar dos saberes reconhecidos pelos

professores

Os materiais carregavam nos elementos motivadores, como cores e

ilustrações, figuras caricaturescas, as quais supostamente agradavam os alunos,

além de exercícios tradicionais, primários na sua demanda intelectual, e outros

extensos, que exigiam a transcrição de trechos do próprio livro, ocupando assim,

boa parte do tempo dos alunos (KRASILCHIK, 1987).

A partir dos anos 90, temos assistido a uma veemente e louvável discussão

crítica sobre os livros didáticos no Ensino Fundamental e Médio. Muitas reformas

curriculares aconteceram e estão acontecendo, mas, segundo Soares (2001), o

momento determina a necessidade de que os novos livros didáticos correspondam

com as atuais exigências de uma educação no século XXI, na qual o conhecimento

de valores, as capacidades de resolver problemas, aprender a aprender, assim

como a alfabetização científica e tecnológica são elementos essenciais.

Nessa perspectiva, o livro não pode continuar apenas como fonte de

conhecimento (por vezes equivocadas) a serem transmitidos pelo professor e

memorizados, repetidos pelos alunos. Afirma que o livro didático, longe de ser a

única referência de acesso ao conteúdo disciplinar de escola, tem que ser uma

“fonte viva de sabedoria”, capaz de orientar os processos do desenvolvimento da

personalidade integral da criança (SOARES, 2001).

Pesquisas realizadas por Núñez; Ramalho, et al, (2003), Francalanza; Megid-

Neto (2003) no Brasil e em outros países, sobre o livro didático, demonstram que ele

passou a ser o principal controlador do currículo. Professores e professoras utilizam

esse material como o instrumento principal que orienta as atividades de

aprendizagem e avaliação para o ensino de Ciências (SOARES, 2001), o autor

argumenta que o livro didático nasce com a própria escola e está presente ao longo

da história, em todas as sociedades, em todos os tempos.

A seleção dos livros didáticos, para o Ensino de Ciências, constitui uma

responsabilidade de natureza social e política. Porém, com uma quantidade cada

vez maior de livros circulando no mercado, a seleção torna-se uma tarefa ainda mais

complexa, exigindo muito profissionalismo de quem requer estes livros, para a

utilização nas escolas.

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5 ANÁLISE DOS DADOS

Os dados que fundamentam esta pesquisa, foram obtidos a partir de

avaliações realizadas por dois grupos em separado de alunos matriculados na

disciplina de Ciências num Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos da

rede publica estadual do Paraná.

5.1 O Grupo de Teste

No primeiro grupo de alunos, o trabalho com os conteúdos Atmosfera e Meio

Ambiente foi desenvolvido com apoio da Unidade Didática intitulada “Atmosfera e

Meio ambiente”, parte da proposta apresentada pelo autor ao Programa de

Desenvolvimento da Educação turma - PDE- 2010, do estado do Paraná.

O material sugere uma proposta diferenciada de trabalho com os conteúdos

da disciplina de Ciências, procurando considerar a contemporaneidade e

significância dos conteúdos como elementos motivadores para os alunos da EJA.

Foi organizado com fundamentos teóricos e exemplos práticos, permitindo debates e

discussões.

Nas atividades práticas as experiências não foram esquecidas, estão

dispostas de maneira a permitir a reflexão e a busca de uma compreensão maior

dos diferentes fenômenos da natureza.

5.2 O Grupo de Controle

Num segundo grupo de alunos, também matriculados na disciplina de

Ciências na mesma escola, o trabalho foi desenvolvido, com o auxilio dos materiais

disponíveis na escola, principalmente os Cadernos de Estudo da disciplina de

Ciências Naturais, elaborados em 2001 pela SEED-PR e disponibilizados

gratuitamente aos alunos.

Composto por dois volumes foi produzido por professores da Rede Estadual

de Ensino, atuantes na Educação de Jovens e Adultos, e é subdividido em unidades,

com os seguintes temas: O Homem e a Natureza; Astronomia; A Estrutura da Terra;

O Espetáculo da Biodiversidade; Os Seres Vivos no Ecossistema; O Organismo

Humano; Integração do Organismo; Evitando a Destruição de Nosso Organismo:

Primeiros Socorros. Os conteúdos “ATMOSFERA E MEIO AMBIENTE” avaliados

com o objetivo de fornecer dados para a pesquisa estão contidos no tema A

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estrutura da Terra volume 1 do referido material fornecido pela SEED aos alunos da

EJA.

A primeira edição chegou às escolas em 2001, com o Projeto Gráfico e

edição feitos pela Imprensa Oficial do Estado do Paraná. Submetido à análise e à

revisão, foi impresso e reeditado em 2003 e 2005. A reprodução foi feita em preto e

branco, sendo que o texto apresenta fácil legibilidade. Entretanto, a baixa resolução

das ilustrações dificulta a diferenciação de pequenos detalhes, muitos deles

fundamentais para a compreensão de conceitos tratados na disciplina de Ciências.

Para Mendes (2009), outro aspecto diz respeito à reprodução do material, que

ocorreu no ano de 2005. Essa reprodução, talvez por questões de economia, foi feita

em papel 14X21cm e fonte 10. Isso determinou que os referidos cadernos tivessem

um tamanho igual a 50% do original, provocando dificuldade para a leitura por parte

de alunos, alguns com idade mais avançada e dificuldades de visão.

Independentemente do material em si, mas contribuindo para a dificuldade da

sua leitura, a deficiência de iluminação na sala de aula não pode deixar de ser

considerada. Esse fato foi constado por este pesquisador e comunicado,

posteriormente, a coordenação de EJA da Secretaria de Estado da Educação.

Fazendo uma breve leitura desses cadernos, percebe-se que não estão de

acordo com os encaminhamentos metodológicos propostos nas Diretrizes

Curriculares da Educação de Jovens e Adultos (PARANÁ, 2008), desprezando a

articulação com os eixos cultura, trabalho e tempo presentes na proposta da

Secretaria. Ainda, apresenta os conteúdos de forma fragmentada, sem a

interdependência necessária para a compreensão dos fenômenos tratados.

Fracalanza e Megid Neto (2003), autores de materiais didáticos, defendem a

necessidade dos materiais incorporarem fundamentos conceituais e avanços

educacionais na área de Ciências, o que nos cadernos de EJA não é observado. Os

cadernos não contemplam esses avanços, pois há oito anos não são atualizados,

principalmente no que diz respeito às relações sociais, econômicas, políticas e

culturais, que possibilitam a compreensão e a construção histórica dos conteúdos

apresentados (MENDES, 2009). No inicio do ano de 2012, chega a escola a coleção

Tempo de aprender –Educação de Jovens e Adultos 6º ao 9º Ano do Ensino

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Fundamental, cujos conteúdos, organização e encaminhamentos não foram

analisados neste trabalho.

5.3 Coleta dos Dados

Uma avaliação foi apresentada aos dois grupos com conteúdos relacionados

à atmosfera e meio ambiente. As questões foram elaboradas de maneira a identificar

se houve diferenças no nível de compreensão dos fenômenos e processos tratados

diferentemente nos dois materiais didáticos. Por exemplo, a análise de uma

experiência descrita no material em que uma ilustração apresenta uma vela acessa

sobre um prato, e na sequência, um copo sendo colocado de forma a encobrir a

vela. A avaliação pergunta o que acontecerá com a vela? Qual o gás imprescindível

para que a queima da vela continue?

O grupo de alunos que utilizou nos seus estudos a unidade didática –

Atmosfera e Meio Ambiente – apresentou respostas que sugerem uma compreensão

mais ampla do fenômeno, como, “a vela apaga porque ela queima o resto de

oxigênio que está dentro do copo, sem oxigênio não há queima, para que haja

queima é fundamental ter oxigênio” (Aluno 5). Outro aluno responde, “falta oxigênio,

sem oxigênio não há queima” (Aluno 8).

No grupo que teve acesso aos cadernos de estudo da disciplina

disponibilizados pela escola, as respostas a questão anterior, foram apresentadas

pelos alunos de forma mais sintética, como “oxigênio”(Aluno 2);; “porque acaba

oxigênio” (Aluno 3); “acaba o oxigênio” (Aluno 8); “para que a vela continue acessa é

preciso oxigênio para queima” (Aluno9).

Percebe-se uma aproximação nas respostas dos dois grupos, porém deve-se

ressaltar que o quê parece ter ocorrido, por parte dos alunos que trabalharam com a

Unidade Didática – Atmosfera e Meio ambiente, foi uma reelaboração e

reorganização de um conhecimento que muitos provavelmente já possuíam,

conforme sustenta Duarte (1998).

Outra questão apresentada aos alunos sonda o conhecimento, a

compreensão e entendimento do fenômeno da fotossíntese, solicita a descrição

resumida desse processo, fundamental para manutenção da vida na Terra. Os

alunos que utilizaram a Unidade Didática –Educação e Meio Ambiente –

apresentaram como respostas: “as plantas é quem produzem seu próprio alimento e

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produzem o oxigênio”(Aluno 2); ou a “planta...”(Aluno 1); “a planta absorve gases

como gás carbônico libera oxigênio através da luz solar. Raiz absorve nutrientes da

terra junto água”(Aluno 3); “para que a planta cresça ela precisa fazer fotossíntese

isto é do solo retira água e sais minerais, com a luz solar e oxigênio ela produz

glicose que fica em suas folhas, ela também respira, ela suga gás carbônico e libera

oxigênio”(Aluno 5). Mesmo utilizando um material que explicita claramente o

processo da fotossíntese e com o trabalho do professor, percebeu-se também uma

grande dificuldade de alunos, na elaboração das respostas, que são incompletas,

onde percebe-se também muita dificuldade em expressar na forma escrita o

conceito.

Por sua vez, os alunos do grupo de controle que continuaram a utilizar o

material elaborado pela SEED, também não conseguiram explicitar o fenômeno de

forma correta, apresentaram respostas mais incompletas que o grupo anterior, como

por exemplo, “as plantas buscam a água da terra para ter vida e gás carbônico”

(Aluno 1); não responderam a questão (Aluno3); outros responderam apenas

escrevendo “oxigênio” (Aluno 5); “a planta retira do solo água gás carbônico e com a

luz solar retira seus alimentos e sais minerais e emite o nosso oxigenio”(Aluno 6);

“sobre seu próprio alimento água e sais minerais em presença de luz do sol e do

oxigênio a planta glicose e ela respira o gás carbônico e sobra mais oxigênio”(Aluno

2). Percebeu-se neste grupo respostas mais completas, o que pode ser justificado

pela presença de alunos com 6º e 7º e 8º anos completos, egressos do Ensino

regular, com uma bagagem de conhecimento maior e portadores de parte de um

saber sistematizado pela escola. Porém, a explicitação completa do conceito da

fotossíntese também não ocorre.

Quando questionados sobre o efeito estufa, sobre qual gás é apontado como

principal responsável pela sua ocorrência e também sobre os efeitos que poderão

ser percebidos pelo homem com o aquecimento do planeta, os alunos do grupo

teste, que utilizou a unidade didática – Atmosfera e Meio Ambiente, em sua

totalidade apontaram o gás carbônico como principal responsável pelo efeito estufa.

O também ocorreu com os alunos do grupo de controle. Fato que justifica-se pela

presença desse conteúdo em grande parte dos livros didáticos, materiais de estudo

e também grande exploração da temática pela mídia.

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Na mesma questão apresentada aos alunos, foi solicitado que relacionassem

três efeitos que poderiam ser percebidos pelo homem com o aquecimento do

planeta, as resposta do grupo teste dizem “aumento da temperatura, mudanças

climáticas”(Aluno 1); “furacões, muita chuva e falta de chuva. Muito frio e muito

quente”(Aluno 3); A resposta do aluno 3, aproxima-se dos efeitos descritos na

Unidade didática Atmosfera e Meio Ambiente, “como graves mudanças no clima do

planeta, como derretimento de gelo nos pólos e do alto das montanhas, um possível

aumento do nível do oceanos,..., desequilíbrio das chuvas,...” (MENDES, 2011, p.

17). O aluno 7, também responde de forma a apresentar um aproximação correta

dos efeitos “o aumento da temperatura, muita chuva ou muito calor” (Aluno 7).

Os alunos do grupo de controle, com acesso ao material da SEED, percebem

como efeitos do aquecimento do planeta, “o aumento da temperatura e mudança no

clima” (Aluno 2); Uma resposta que chama atenção pela sua organização e clareza

na idéias, é a do aluno 7, que relata “o aumento da temperatura da Terra de 1,8ºC a

4ºC esse aumento provoca grandes mudanças climáticas com efeito desastroso no

planeta que provocaria aumento do nível dos oceanos provocando inundações e

chuvas torrenciais” . Resposta que expressa de forma clara os efeitos do

aquecimento global sobre o planeta e como poderão ser percebidos pelo homem

Para Mendes, (2009, p. 73) “o processo cognitivo evolui sempre numa

reorganização do conhecimentos do mundo concreto, por aproximações sucessivas

que vão permitindo chegar ao conhecimento cientifico”, fato que justifica a resposta

do aluno 7, onde um conhecimento já dominado se aproxima da compreensão

correta do fenômeno, permitindo uma melhora na percepção dos efeitos sobre o

planeta.

5.4 Material na Perspectiva do Aluno- Impressões

A pesquisa buscou conhecer as impressões dos alunos sobre a Unidade

Didática – Educação e Meio Ambiente, material elaborado dentro de uma nova

perspectiva de trabalho com a disciplina de Ciências com parte do projeto

apresentado pelo autor do artigo ao PDE-2010.

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Para os alunos que fizeram uso da Unidade Didática, foi aplicado um

questionário com o objetivo de obter as impressões dos alunos em relação a esse

material diferenciado.

Dados demonstrados conforme os quadros abaixo:

QUADRO 1 – DIFERENÇAS NA APRESENTAÇÃO DOS CONTEÚDOS

Você percebe diferença na apresentação dos conteúdos no material elaborado pelo Professor Francisco, comparado com o material das outras disciplina.

Muita diferença Pouca diferença Nenhuma diferença

3 alunos 6 alunos Nenhum aluno

Analisando o quadro, observa-se que para a maioria dos alunos o material

traz pouca diferença em relação à apresentação dos conteúdos. Uma possível razão

para isso é que, matriculando-se em até quatro disciplinas simultâneas, os alunos

podem ter tomado como referência para julgamento, além dos dois materiais do

experimento, outros relativos a disciplinas concomitantes. Três alunos declararam

perceber muita diferença entre a “Unidade Didática – Atmosfera e Meio Ambiente” e

os “Cadernos de Estudo”, declaração relevante, que demonstra a importância de

uma apresentação diferenciada dos conteúdos para os alunos.

No quadro 2, observa-se a percepção dos alunos quanto a importância de

aprender os conteúdos presentes no material didático.

QUADRO 2 – OS CONTEÚDOS PRESENTES NO MATERIAL

Você considera importante os conteúdos estudados no material

Muito importantes Pouco importantes Não são importantes

9 alunos Nenhum aluno Nenhum aluno

Segundo a totalidade dos respondentes do grupo de teste, os conteúdos

presentes na Unidade Didática são importantes. Supomos que eles têm consciência

da importância de conhecer alguns fenômenos e processos da ciência. A atmosfera,

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a sua composição, algumas propriedades dos gases, previsão do tempo, poluição

ambiental e suas relações com o cotidiano dos alunos.

O aluno é portador de conceitos construídos a partir da observação, da sua

vivencia em contextos diferenciados e da manipulação no seu dia a dia, conceitos

cotidianos (REGO, 2007), porém expressam a importância de conhecer os conceitos

científicos sistematizados pela escola, que podem ser apresentados de diferentes

formas.

O quadro 3 apresenta as respostas dos alunos, quanto a importância da

apresentação do material, o tamanho das letras, ilustrações e exercícios.

QUADRO 3 – APRESENTAÇÃO DO MATERIAL

A ilustração, o tamanho das letras, os exercícios ajudam a entender o que está sendo estudado

Ajudam bastante Ajudam pouco Não ajudam

9 alunos Nenhum aluno Nenhum aluno

Pelo perfil do alunado jovem e adulto das escolas de EJA, a importância de

um material com fácil visualização, leitura e com exercícios contextualizados é

fundamental para o estudo, visto as aulas ocorrerem geralmente a noite e em

ambientes com déficit de iluminação como foi comprovado pelo autor do artigo,

professor da disciplina de ciências. Destaca-se a importância do tamanho das letras,

da fonte impressa, facilitando, assim a leitura e entendimento.

O Quadro 4, apresenta a atividades praticas, experiências como elementos

que facilitam a aprendizagem.

QUADRO 4 – ATIVIDADES PRÁTICAS

As atividades práticas, as experiências contribuíram para o seu aprendizado

Contribuíram bastante Pouco contribuíram Não contribuíram

9alunos Nenhum aluno Nenhum aluno

As experiências, atividades práticas na perspectiva dos alunos contribuem

com a aprendizagem. Na Unidade didática fica claro a preocupação em apresentar

os conteúdos da disciplina de forma a permitir que os alunos façam as relações

entre os fenômenos da ciência e seu conhecimentos cotidianos.

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Para Mendes (2010), as experiências despertam interesse nos alunos,

propiciam situação de investigação, constituindo-se em momentos ricos no processo

de ensino-aprendizagem.

“A experiência é um elemento essencial nas aulas de ciências, mas [...] por si

só, não garantem um bom aprendizado (BIZZO, 2007, p.75). Neste tipo de atividade,

com o auxilio do professor o aluno pode rever o que pensa sobre determinado

fenômeno, ampliar sua compreensão e incorporar novos elementos na busca de

uma explicação que se aproxime do conhecimento cientifico, objeto da disciplina

conforme as Diretrizes Curriculares Estaduais (PARANÁ, 2008).

A relação do conhecimento com a prática cotidiana apresentada é

apresentada no quadro 5.

QUADRO 5 – RELAÇÃO COM O CONHECIMENTO PRÁTICO

Você conseguiu fazer a relação entre o conhecimento apresentado no material e a prática no dia a dia

sim Não

8 1

Os resultados demonstram que os alunos com o auxilio do material intitulado

Atmosfera e Meio Ambiente, conseguiram fazer a relação dos conteúdos estudados

com a sua pratica do dia a dia. Conteúdos como fotossíntese, o ar, suas

propriedades, previsão do tempo, sendo abordados dentre de uma perspectiva de

contemporaneidade e buscando fazer com que o aluno perceba a significância na

sua vida, tem sua aprendizagem reforçada. A aproximação do conhecimento

cientifico com o conhecimento cotidiano na Educação de Jovens e Adultos é

facilitada pela maior experiência dos alunos.

Outro dado importante é apresentado no quadro 6, com aspectos culturais,

muitas vezes representados por ditos populares, crendices.

QUADRO 6 – Aspectos Culturais

O material apresentado pelo professor fala dos aspectos culturais e sociais

sim Não

9 0

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Os dados nos permitem dizer que o material apresenta aspectos culturais e

sociais, que o aluno identifica diferentes elementos culturais do seu cotidiano.

Esses elementos podem ser exemplificados pelos ditos populares sobre o

aspecto do céu e a previsão do tempo e pela atividade que pede aos alunos que

conversem sobre o comportamento dos animais, sobre a observação do céu e das

nuvens e de forma esses percepções contribuem para uma possível previsão das

condições do tempo contidas na Unidade Didática –Atmosfera e Meio Ambiente (

MENDES, 2010, p. 11-12).

O quadro 7, trata da leitura e compreensão do material, da sua linguagem

como facilitadora do entendimento.

QUADRO 7 –Leitura e Compreensão

O material apresentado pelo professor é de fácil leitura e compreensão, usa linguagem de fácil entendimento

sim Não

9

0

Para a totalidade dos alunos o material apresentado pelo professor é de fácil

leitura e compreensão, usa linguagem que facilita o entendimento. Para Vygotsky

(2005), os signos e palavras são elementos importantes no contato social com

outras pessoas, na comunicação. Nos adultos, que já dominam a linguagem, pode-

se dizer que é uma grande aliada, pois permite novas formas de se relacionar com o

mundo que o cerca (Duarte, 1998).

6 CONCLUSÃO

O Apoio de diferentes materiais didáticos é fundamental para o sucesso no

processo de ensino-aprendizagem das diferentes disciplinas, especificamente em

Ciências, em que a integração dos conceitos científicos por meio de um pluralismo

metodológico se faz necessário (PARANÁ, 2008).

Este trabalho teve como questão norteadora averiguar a contribuição de

materiais didáticos que considerem a contemporaneidade e a significância. O

contexto de estudo foi a disciplina de Ciências Naturais em uma escola de Educação

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de Jovens e Adultos. O objeto de estudo foi uma unidade didática intitulada

Atmosfera e Meio Ambiente, em que os diferentes elementos foram tratados

considerando-se a contemporaneidade e significância. Para tanto, foram

constituídos dois grupos, um grupo teste que utilizou o material proposto e um grupo

de controle que utilizou o material atualmente disponibilizado pela Secretaria de

Educação.

Pode-se perceber, analisando os resultados obtidos por meio das avaliações

realizadas junto aos alunos, uma melhor compreensão dos diferentes conceitos

tratados no grupo teste, apresentando respostas mais contextualizadas, com maior

riqueza da explicitação de detalhes e elementos científicos.

Foi possível perceber também, a presença de muitas respostas incompletas

tanto no grupo teste quanto no grupo de controle, memorização de elementos

isolados e a ausência de expressão, nas respostas apresentadas, de alguns

conceitos básicos da unidade didática.

No grupo que trabalhou com o material didático disponibilizado pela SEED

(Cadernos de Estudos), percebem-se dificuldades maiores em relação a

compreensão dos fenômenos, o que pode ser justificado pela organização e

apresentação do material didático, com um tratamento excessivamente sucinto dos

temas tratados, ausência proposição de atividades práticas que incitem o raciocínio

sobre os fenômenos estudados e a preponderância de atividades de memorização

(questionário para enumeração simples dos elementos do texto didático).

Ainda, foi apresentado aos alunos um questionário com o objetivo de

conhecer as impressões em relação a Unidade Didática – Educação e Meio

Ambiente – sobre a contribuição da inclusão de atividades práticas e a mudança na

apresentação do conteúdo (i.e. ilustrações, esquemas, tamanho maior de fonte na

impressão) para a melhora da aprendizagem.

As respostas possibilitam constatar que para a maioria absoluta dos alunos

observados, um material diferenciado, com atividades práticas e experiências que

permite aproximação e melhor entendimento de fenômenos simples das ciências

físicas e biológicas, auxilia e motiva o ato de aprender. Para os alunos, o material

auxilia no estabelecimento de relações entre o conhecimento científico e prática

cotidiana.

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A pesquisa e a prática educativa revelaram que o trabalho com a Unidade

Didática contribuiu para melhorar a aprendizagem dos conteúdos das Ciências

Naturais pelos alunos da Educação de Jovens e Adultos.

Principalmente, este trabalho de pesquisa permitiu que este pesquisador

aprimorasse sua visão da importância dos materiais de apoio didáticos e das

práticas pedagógicas conduzidas em aula para tornar o processo de ensino-

aprendizagem mais instigante e cheio de sentido para os alunos da EJA.

Apesar da importância observada dos materiais diferenciados quanto a

contemporaneidade e significância. Nossa experiência permitiu vivenciar que é a

dinâmica imposta pelo docente, em aula, que torna esse material efetivamente

transformador do processo de ensino-aprendizagem. Assim, cabe ao professor

manter-se sempre atendo para revestir os temas tratados de “novo” e de

“significado”, sinalizando e propondo atualizações quando necessário.

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ANEXO 1 – AVALIAÇÃ0

AVALIAÇÃO 

1. Analise a experiência: Vela com copo  

Sobre  um  prato  coloque  uma  vela  acessa,  posicione  o  copo de  forma  que  a  vela  fique acessa dentro do copo. Pode utilizar um pouco de água sobre o prato. Análise: 

 

 

Fonte: http://aproximar.drealentejo.pt/SFrancisco/grupos/teresa/experienciavela.htm 

Olhando a vela acesa dentro do  copo, podemos perceber que a  chama vai diminuindo até apagar. Por que isso acontece? Qual o gás indispensável para que a queima continue ocorrendo? 

_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 

2.Escreva  na  figura  os  nomes  e  as  proporções  corretas  dos  gases  que  compõem  a atmosfera. 

Unidade Didática Ciências  (na figura deixar a faixa estreita um pouco mais larga)  colocar números nos pontilhados para o aluno responder. 

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____________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 

 

3. Analisando a figura que você acabou de completar, responda: 

a.  Que componentes da atmosfera estão incluídos na faixa descrita como outros? São gases? Explique. 

b. Dos gases da atmosfera, qual é fixado pelas bactérias nas raízes das plantas?  

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 

4. A cada dia, novos equipamentos são empregados na tentativa de prever as condições do  tempo,  sendo  fundamentais  para  a  agricultura,  para  o  transporte  aéreo,  entre outros. Comente sobre a importância da previsão do tempo, abordando os benefícios que  ela  pode  trazer  para  a  agricultura  e  para  a  segurança  pública  (prevenção  das enchentes, de tempestades, entre outros problemas),visto que a precisão da previsão do tempo vem aumentando? 

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5.A  fotossíntese  é  um  processo  que  a  planta  realiza  a  partir  da  água,  gás  carbônico  e presença da  luz. Procure descrever resumidamente esse processo que é fundamental para a manutenção da vida na Terra. 

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6.  Sobre  o  efeito  estufa,  fenômeno  que  vem  promovendo  o  aquecimento  do  planeta, responda: 

a.  Qual o gás apontado como principal responsável? 

b.  Relacione três efeitos que poderão ser percebidos pelo homem com o aquecimento do planeta. 

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7. Sabemos que há gases considerados os principais poluidores do meio ambiente, e que são eliminados pelas indústrias e automóveis. Na atmosfera podem reagir com a água, formando  ácidos.  Liste  ao menos  três  destes  poluentes  que  podem  causar  a  chuva ácida. 

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ANEXO 2

Avaliação do material feita pelos alunos

Prezado aluno,

Esse instrumento de pesquisa visa conhecer o pensamento dos educandos matriculados na disciplina de Ciências Físicas e Biológicas do CEBJA PAULO LEMINSKI da Lapa, sobre a Unidade Didática, apresentada e trabalhada pelo professor Francisco Carlos Pierin Mendes. O Objetivo é avaliar o referido material, que aborda os conteúdos previamente selecionados de maneira significativa e contextualizada, permitindo aos educandos construir relações entre o seu conhecimento e o conhecimento cientifico.

Nos comprometemos manter sigilo absoluto das informações levantadas, tanto que as mesmas não serão identificadas, ficando no anonimato. Gostaríamos que respondessem com a maior autenticidade possível.

1. Você percebe diferença na apresentação dos conteúdos no material

elaborado pelo professor Francisco comparado com os materiais das outras disciplinas?

( ) muita diferença ( ) pouca diferença ( ) nenhuma diferença 2. Você considera importante os conteúdos estudados no material ( ) muito importantes ( ) pouco importantes ( ) não são importantes 3. As ilustrações, o tamanho da letras, os exercícios ajudam a entender os que está sendo estudado: ( ) ajudam bastante ( ) ajudam pouco ( ) não ajudam 4. As atividades prática, as experiências contribuíram para o seu aprendizado? ( ) contribuíram bastante ( ) pouco contribuíram ( )não contribuíram 5. Você conseguiu fazer relação entre o conhecimento apresentando no material

e a prática no dia-a-dia: ( ) sim ( ) não 6. O material apresentado pelo professor Francisco para o trabalho com a

disciplina de ciências fala dos aspectos culturais, sociais: ( ) sim ( ) não

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7. O material apresentando pelo professor Francisco é de fácil leitura e compreensão , usa uma linguagem de fácil entendimento.

( ) sim ( ) não

ANEXO 3

RESPOSTAS contidas nas avaliações dos alunos que trabalharam com o material – unidade didática - Atmosfera e Meio ambiente.

PERGUNTA 1 Olhando a vela acessa dentro do copo, podemos perceber que a chama vai diminuindo até apagar. Por que isso acontece? Qual o gás indispensável para que a queima continue ocorrendo. Aluno 1. Isso acontece por causa da diminuição de gás, o gás indispensável é o gás nitrogenio. Aluno 2. O oxigênio Aluno 3. Falta do ar o gás indispensável é o oxigênio. Aluno 4. Por que falta do ar, gás carbônico. Aluno 5. A vela apaga porque ela queima o resto de oxigênio que está dentro do copo, sem oxigênio não há queima, para que haja queima é fundamentar ter oxigênio.. Aluno 6. falta ar, oxigênio Aluno 7. Porque acaba o ar. É o oxigênio. Aluno 8. Falta oxigênio, sem oxigênio a chama se apaga Aluno 9. porque falta oxigênio, sem oxigênio não haveria essa queima PERGUNTA 2 Insira no gráfico os gases que compõem a atmosfera nas proporções corretas: Aluno 1 . oxigênio, nitrogênio (na mesma faixa do gráfico), gás carbônico, ozoni e outros. Aluno 2. nitrogênio, oxigênio, outros gases Aluno 3. nitrogênio, oxigênio, outros Aluno 4. nitrogênio, oxigênio, gás carbônico entre outros gases. Aluno 5. nitrogênio, oxigênio, outros gases. Aluno 6. gaz nitrogênio, oxigênio, gás carbônico Aluno 7. nitrogênio, oxigênio, outros gases, vapor de água, poeira, microbios Aluno 8. nitrogênio, oxigênio, gás carbônico Aluno 9. nitrogênio, oxigênio, gás carbônico PERGUNTA 3 Analisando a figura que você acabou de completar, responda:

a. Que componentes da atmosfera estão incluídos na faixa descrita como outros? São gases? Aluno 1. Sim, gás carbônico e vapor e água. Aluno 2. sim Aluno 3. Sim, porque é pouca quantidade Aluno 4. radiações, camada de ar que parte bate na terra e parte volta para o ar. Aluno 5. sim, são gases como vapor de água gás carbônico. Aluno 6. outros gases Aluno 7. não, são vapor de água, poeira, microbios Aluno 8. nitrogenio, gás carbônico e outros é vapor de água. Aluno 9. sim, vapor de água poeira micróbios b. Dos gases da atmosfera, qual é fixado pelas bactérias nas raízes das plantas? Aluno 1 .nitrogênio Aluno 2. gás carbônico Aluno 3. nitrogênio, Aluno 4. Aluno 5. O gás fixado pelas bactérias nas raízes das plantas é o nitrogênio. Aluno 6.oxigenio, nitrogênio, gaz carbonico Aluno 7. sais minerais Aluno 8. gás carbônico Aluno 9. gás carbonico PERGUNTA 4

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A cada dia novos equipamentos são empregados na tentativa de prever as condições do tempo, sendo fundamentais para a agricultura, para o transporte aéreo, entre outros. Comente sobre a importância da previsão do tempo, abordando os benefícios que ela pode trazer para a agricultura, para a segurança pública (prevenção das enchentes, de tempestades, entre outros problemas), visto que a precisão vem aumentando. Aluno 1 . Para os agricultores se prevenirem contra secas, e perderem suas plantações. E também para segurança publica para prevenir desmatamentos, enchentes e outros problemas que ocorrem por causa da chuva. Aluno 2. Aluno 3. É importante para a agricultura, evitar o enchente e incêndios. Aluno 4. sim Aluno 5. A previsão do tempo é fundamental para nós, porque podemos nos proteger caso tenha enchentes, até quando iremos viajar precisamos da previsão, se chover ou esquentar, nós podemos nos preparar antes. Na agricultura também é fundamental, pois se houver algum previsto o agricultor pode proteger sua plantação. Aluno 6. É muito importante agricultores se previnir em prantar ou não, Em não perder em enchentes seus produtos sim.. Aluno 7. É muito importante como isso podemos nos previnir e conseguimos proteger nossas plantações e também as cidades. Aluno 8. Eles prevê por meio e satélites e pelos mapas Estação metereologica para ver a direção dos ventos. Sim. Aluno 9. A previsão do tempo é importante para a agricultura, com isso os agricultores podem se preparar para plantar ou colher, é importante para provinir das enchentes e tempestade. PERGUNTA 5 A fotossíntese é um processo que a planta realiza a partir da água, gás carbônico e presença da luz solar. Procure descrever resumidamente esse processo que é fundamental para a manutenção da vida na Terra. Aluno 1 . A planta. Aluno 2. As plantas é que produzem seu próprio alimento e produzem oxigênio Aluno 3. A planta absorve gases como gás carbônico libera oxigênio através da luz solar. Raiz absorve nutriente da terra junto água. Aluno 4. água é importante para a sobrevivência da planta, oxigênio para ela poder respirar e ela produz gás carbônico e glicose.. Aluno 5. Para que a planta cresça é preciso fazer fotossíntese, isto é do solo ela retira água e sais minerais, com a luz solar e oxigênio ela produz glicose que fica em suas folhas, ela também respira, ela suga gás carbônico e libera oxigênio. Aluno 6. nitrogênio e oxigênio . Aluno 7. A planta precisa da água e sais minerais para crescer junto com o gás carbônico que esta no ar e com a luz solar. A planta produz seu próprio alimento e nos dá o oxigênio. Aluno 8. A planta absorve água do solo depois gás carbônico glicose e oxigênico. Aluno 9. água, sais minerais, gás carbônico, glicose energia solar, oxigênio. PERGUNTA 6 Sobre o efeito estufa, fenômeno que vem promovendo o aquecimento do planeta, responda: a. Qual o gás apontado como principal responsável? Aluno 1 gás carbônico Aluno 2. gás carbônico Aluno 3. gás carbonico Aluno 4. gás carbonico Aluno 5. O gás responsável pelo efeito estufa é o gás carbônico. Aluno 6. gás carbonico Aluno 7. gás carbonico Aluno 8. gás carbonico Aluno 9. gás carbonico

b.Relacione três efeitos que poderão ser percebidos pelo homem com o aquecimento do planeta Aluno 1. aumento da temperatura , mudanças climáticas. Aluno 2. A temperatura aumenta, a poluição vem prejudicando nossa saúde e há riscos de temperaturas cada vez mais fortes. Aluno 3. Furacões muita chuva e falta de chuva. Muito frio e muito quente Aluno 4. poluição do ar, desmatamento, poluição da água. Aluno 5. NO aumento da temperatura, pode secar rios, ou causar enchentes. Aluno 6. muito calor. Diferença no crima. Aluno 7. o almento da temperatura, muita chuva ou muito calor.

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Aluno 8. atravéz da industria e carros e queimadas Aluno 9. aquecimento na temperatura desequilíbrio da chuvas PERGUNTA 7 Quanto aos gases considerados os principais poluidores do meio ambiente, sabemos que são eliminados pelas indústrias e pelos automóveis. Na atmosfera podem reagir com a água, formando ácidos. Liste ao menos três destes poluentes causadores da chuva ácida. Aluno 1.dióxido de carbono, dióxido enxofre e ácido sulfúrico. Aluno 2. dióxido de carbono dióxido enxofre sulfúrico. Aluno 3. gás carbônico, nitrogênio, oxigenio monoxio de carbono, Aluno 4.acidos de enxofre, acido nítrico, acido isofurico. Aluno 5. Os poluentes são gás carbônico, enchofre, nitrogenio eles se misturam com os vapores de água assim causa a chuva ácida. Aluno 6. poluição queimadas. Aluno 7. monóxido e carbono, acido sulfúrico, gás carbonico Aluno 8. oxido de inxofre, acido sufurico e acido nitrico Aluno 9. gás carbônico, monóxido de carbono, acido sulfúrico.

ANEXO 4

RESPOSTAS contidas nas avaliações dos alunos que não trabalharam com o material – unidade didática Atmosfera e Meio ambiente.

PERGUNTA 1 Olhando a vela acessa dentro do copo, podemos perceber que a chama vai diminuindo até apagar. Por que isso acontece? Qual o gás indispensável para que a queima continue ocorrendo. Aluno 1 . oxigênio Aluno 2. oxigênio Aluno 3. por que acaba o oxigênio. Aluno 4. Por que tirou o oxigênio do copo e a vela apaga sem oxigênio não há queima. Aluno 5. por caso do oxigênio e por que tirou o oxigênio do copo e não a queima com oxigênio. Aluno 6. oxigênio Aluno 7. por que não ocorre mais a entrada de oxigencio e a vela apaga e o gaz indispensável é o próprio oxigenio Aluno 8. acaba o oxigenio Aluno 9. para que a vela continue acesa é preciso oxigênio para queima PERGUNTA 2 Insira no gráfico os gases que compõem a atmosfera nas proporções corretas: Aluno 1 . oxigênio, nitrogênio (na mesma faixa do gráfico), gás carbônico, ozoni e outros. Aluno 2. nitrogênio, oxigênio, outros Aluno 3. nitrogênio, oxigênio, outros Aluno 4. nitrogênio, oxigênio, outros Aluno 5. nitrogênio, oxigênio, outros Aluno 6. nitrogênio, oxigênio, outros Aluno 7. nitrogênio, oxigênio, outros Aluno 8. nitrogênio, oxigênio, outros Aluno 9. nitrogênio, oxigênio, outros PERGUNTA 3 Analisando a figura que você acabou de completar, responda:

b. Que componentes da atmosfera estão incluídos na faixa descrita como outros? São gases? Aluno 1 gas ozoni e HNO3 Aluno 2. gás carbonio Aluno 3. gás carbônico e oxigênio Aluno 4. sim, dióxido de carbono, bacterias Aluno 5. Aluno 6. vapor dagua poeira microbio Aluno 7. são gases e o gaz carbônico e o vapor de água Aluno 8. oxigênio, nitrogenio, gascarbonico Aluno 9. gás carbnico, idrogenio vapor de agua

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b. Dos gases da atmosfera, qual é fixado pelas bactérias nas raízes das plantas? Aluno 1 . oxigênio, nitrogênio Aluno 2. oxigênio Aluno 3. não respondeu Aluno 4. nitrogênio, Aluno 5. gás carbonico Aluno 6. nitrogênio, Aluno 7. É o gás carbônico é retirado do ar pelas plantas que utilizam na fotossintese Aluno 8. as plantas precisa de nitrogenio Aluno 9. o nitrogencio é fixado nas raízes das planta PERGUNTA 4 A cada dia novos equipamentos são empregados na tentativa de prever as condições do tempo, sendo fundamentais para a agricultura, para o transporte aéreo, entre outros. Comente sobre a importância da previsão do tempo, abordando os benefícios que ela pode trazer para a agricultura, para a segurança pública (prevenção das enchentes, de tempestades, entre outros problemas), visto que a precisão vem aumentando. Aluno 1 . Com a chegada de novos aparelho com texnologia de ultima geração termômetros precisos e outros para nos prepararmos das tempestades e secas. Aluno 2. da poluisão que transforma o gás carbônico ozônio Aluno 3. da poluição que transforma o gás carbonico Aluno 4. É importante para o nosso plantio, para as áreas de riscos, com os casas que estão próximas as serras,aos rios e para as pessoas que pretendem viajar. Aluno 5. para a prevenção de riscos, para se preparar para o dia de amanhã. Aluno 6. Os beneficio de saber a privisao do tempo serve para prever as catástrofes nas cidades. Aluno 7. a importância da previsão do tempo e que muitas pessoas podem se prevenir das enchentes e para os agricultores pode ajudar para não aver perdas de grãos. Aluno 8. estações meteorológicas são locais onde fasem acompanhamento analises das mudanças do tempo e o satélite acompanhão pelo ar o que acontese. Aluno 9. Pasra se previnir de qualquer desastre que a natureza pode oferecer para a população. PERGUNTA 5 A fotossíntese é um processo que a planta realiza a partir da água, gás carbônico e presença da luz solar. Procure descrever resumidamente esse processo que é fundamental para a manutenção da vida na Terra. Aluno 1 . As plantas buscam água da terra para ter a vida gás carbônico Aluno 2. sobre seu próprio alimento água e sais minerais em presença da luz do sol e do oxigênio a planta produz a glicose e ela respira gás carbônico e sobra mais oxigênio. Aluno 3. Aluno 4. As plantas buscam a água e gás carbônico, a luz solar e produzem o seu próprio alimento e emitem o nosso oxigênio. Aluno 5. oxigenio Aluno 6. A planta retira do solo água gás carbônico e com a luz do sol e retira seus alimentos e sais minerais e produz nosso oxigeninio. Aluno 7. As plantas precisam de água e gaz carbônico do ar e produz glicose que libera oxigenio Aluno 8. Sol chueva o homem protege o meio ambiente não fazer quimadas Aluno 9. A planta precisa de água, terra, sol, gás carbônico para produzir seu próprio alimento pra poder crescer. PERGUNTA 6 Sobre o efeito estufa, fenômeno que vem promovendo o aquecimento do planeta, responda: a. Qual o gás apontado como principal responsável? Aluno 1 Aluno 2. gás carbonico Aluno 3. gás carbônico Aluno 4. gás carbonico Aluno 5. gás carbonico Aluno 6. gás carbonico Aluno 7. gaz carbonico Aluno 8. gás carbonico Aluno 9. o monóxido de carbono, combustível fossil

c. Relacione três efeitos que poderão ser percebidos pelo homem com o aquecimento do planeta Aluno 1. aumento da temperatura - polu

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Aluno 2. o aumento da temperatura e a mudãsa do crima Aluno 3. o aumento da temperatura e a mudança do clima. Aluno 4. A temperatura aumenta, apoluição vem prejudicando a nossa saúde, e há riscos de temporais cada vez mais fortes. Aluno 5. temperatura, poluição Aluno 6. queimadas e industrias e aterros sanitários a sel abertos Aluno 7. o aumento da temperatura da terra de 1,8 oC e 4oC esse aumento provoca grandes mudanças climáticas com efeito desastroso no planeta que provocaria aumento do nível dos ocenaos provocando inundações e chuvas torrenciais. Aluno 8. monóxido de carbono, fuma de usina, queimada Aluno 9. o desgelo, a falta de água e calor abafado PERGUNTA 7 Quanto aos gases considerados os principais poluidores do meio ambiente, sabemos que são eliminados pelas indústrias e pelos automóveis. Na atmosfera podem reagir com a água, formando ácidos. Liste ao menos três destes poluentes causadores da chuva ácida. Aluno 1.diaoxigenio gás carbônico inxofre e outros Aluno 2. enchofre gás carbônico nitrogenico oxigenio Aluno 3. enxofre, gás carbônico, nitrogenio oxigenio Aluno 4.dioxido de carbono, dióxido de enxofre, acido sulfurico Aluno 5. SO2 NO2 Aluno 6. dioxido de carbono, dióxido de enxofre acido sofurico Aluno 7. gz carbônico, monociclo organico Aluno 8. monóxido de carbono Aluno 9. monóxido e carbono, dióxido de enxofre e nitrogenio