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volume 12, 2017 13 A Sala de Recursos e a famiília: Uma Proposta de Parcerias nas Séries Iniciais Karenina Maria Ferreira Porto Monteiro e Ricardo Gauche

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volume 12, 2017 13

A Sala de Recursos e a famiília: Uma Proposta de Parcerias nas Séries Iniciais

Karenina Maria Ferreira Porto Monteiroe Ricardo Gauche

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Por: KARENINA MONTEIRO

Fonte: Mural da escola

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Caro colega docente, este documento é uma sugestão sobre como

conduzir um trabalho diversificado na sala de recursos, que envolva a família da

criança, no intuito de promover situações de aprendizagem e letramento

científico. Apesar do meu trabalho ter sido desenvolvido pensando em

especificidades de alunos/as surdos/as das classes iniciais do ensino

fundamental, acredito que ele seja fundamentado em procedimentos universais,

facilmente adaptável a outras necessidades específicas dos que frequentam a

sala de recursos.

Essa pequena experiência em forma de revista é fruto do trabalho

desenvolvido no Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências (PPGEC),

Mestrado Profissional em Ensino de Ciências que reúne o Instituto de Ciências

Biológicas, o Instituto de Física, o Instituto de Química e a Faculdade UnB

Planaltina, todos da Universidade de Brasília (UnB).

A dissertação que produzimos tem o título “A SURDEZ NA FAMÍLIA

E NA SALA DE RECURSOS: UMA PROPOSTA DE PARCERIA” e foi

desenvolvida com a intenção de propiciar elementos para auxiliar o trabalho

docente ou orientar aqueles que de alguma forma estejam interessados em

fazer com que o processo ensino-aprendizagem conte com a parceria da

família.

Espero que a descrição da minha prática, fruto de inquietações no

exercício pleno da docência, possa ser um norte sobre como proceder, ou, ao

menos, um ponto de partida para que você supere seus próprios obstáculos.

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Autora: Karenina Monteiro

Por quê? Sempre que vamos trabalhar na sala de recursos,

ideias são bem vindas, e se essas ideias foram testadas, melhor

ainda para adaptá-las à nossa realidade.

Para quem? Professores que trabalham com atendimento

educacional especializado, gestores de escolas e familiares de

crianças atendidas em salas de recursos.

Como foi desenvolvido numa escola pública inclusiva, com sala

de recursos, o texto apresenta:

• uma breve contextualização sobre o atendimento

educacional especializado (AEE);

• uma percepção da família e da escola como as primeiras

instituições de convivência da criança com necessidades

educacionais específicas;

• um pouco sobre didática e a importância de se trabalhar

ciências;

• uma sugestão de como trabalhar ciências, respeitando a

bagagem de conhecimento e a cultura da família envolvida

no processo.

O que contém?

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• Introdução.......................................................................................................05

• Histórico do Atendimento Educacional Específico (AEE)...............................06

Conceito de Atendimento Educacional Específico..................................06

Estatuto da Pessoa com Deficiência......................................................06

Um pouco da História da Inclusão em uma breve linha do tempo..........07

Carta dos Anos 80..................................................................................08

• A Escola e a Família.....................................................................................09

Instituição Família, Instituição Escola e convivências..................... ......09

Família na Sala de Recursos................................................................10

• O Estudo das Ciências da Natureza..............................................................11

Ciências da Natureza, importância para cidadania.................................11

O olhar da criança sob o conhecimento.................................................12

Pensando Ciências da Natureza............................................................12

Roteiro para elaboração de plano de aula..............................................13

Sugestão de como trabalhar Ciências da Natureza na Sala de

Recursos com a Família........................................................................13

A prática de uma aula............................................................................14

• Algumas Atividades aplicadas.......................................................................15

Corpo Humano: partes do Corpo...........................................................15

Sentido do Tato: Quente e Frio..............................................................17

Sentido da Visão: Luz e Sombra............................................................27

o Sugestão de material para a família desenvolver atividade em casa..................29

• Onde começar a procurar mais atividades....................................................32

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Há várias possibilidades de a família e a escola trabalharem juntas e promoverem a aprendizagem de habilidades cognitivas que são importantes para a criança tais como:

• observar fenômenos e obter informações sobre o que observa;

• refletir sobre o fenômeno e sobre como ele acontece;

• vivenciar situações para categorização;

• fazer inferências, dedução e abstração, entre outras habilidades essenciais para o letramento científico.

Com os conhecimentos que a família tem sobre seu filho(a) e a bagagem didático-pedagógica que o(a) professor(a) da Sala de Recursos adquiriu ao longo dos anos de estudo e trabalho, é possível apresentar ideias de como transformar o espaço formal escolar em um ambiente de aprendizagem e também de colaboração.

Aqui conhecemos o corpo com suas partes e funções, exploramos o sentido do tato e da visão. Os sentidos da audição, paladar e olfato poderão ser aplicados em trabalhos futuros.

Fonte: Mural da escola

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Atendimento Educacional Especializado (AEE)

O AEE é oferecido de várias formas, entre elas, na sala de recursos (SR). Nosso

principal documento a ser conhecido é a LBI, que visa orientar familiares e pessoas em

geral sobre os direitos relativos à cidadania da pessoa com deficiência.

A LBI traz em seu texto capítulos sobre a igualdade e a erradicação da

discriminação, sobre o direito a habilitação e/ou reabilitação. Reafirma o direito a

saúde, moradia e educação que são direitos já garantidos pela constituição. O trabalho,

assistência social, lazer, cultura, entre outros direitos que promovem a dignidade da

pessoa humana.

Podemos destacar também a importância da mobilidade, da acessibilidade, do

acesso à informação e à tecnologia assistiva, que também estão contidos nesse

estatuto.

LBI: Lei n.º

1.146/2015 se

trata do atual

Estatuto da

Pessoa com

Deficiência.

Art. 1.º

É instituída a Lei Brasileira

de Inclusão da Pessoa com

Deficiência (Estatuto da Pessoa com

Deficiência), destinada a assegurar e a

promover, em condições de igualdade,

o exercício dos direitos e das liberdades

fundamentais por pessoa com

deficiência, visando à sua inclusão

social e cidadania.

(BRASIL, 2015)

No capítulo IV, que trata do direito à educação, temos no Art. 27:

A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados sistema educacional inclusivo em todos

os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de

seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses

e necessidades de aprendizagem.

Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da comunidade escolar e da sociedade assegurar educação

de qualidade à pessoa com deficiência, colocando-a a salvo de toda forma de violência, negligência e

discriminação. (BRASIL, 2015)

CONCEITOS IMPORTANTES

Sala de Recursos é um espaço de AEE com objetivo de receber e atender de forma complementar e

suplementar os estudantes com necessidades específicas. (DISTRITO FEDERAL, 2010)

Atendimento Educacional Específico é o conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos

organizados institucionalmente, prestado de forma complementar ou suplementar à formação dos alunos no

ensino regular. (BRASIL, 2008)

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Um pouco da história da inclusão em uma breve...

Instituto Benjamin Constant – IBC Criação do Institudo dos Meninos Cegos

Instituto Nacional da Educação dos Surdos - INESCriação do Instituto dos Surdos Mudos

Instituto PestalozziCriação de um Instituto para cuidar de pessoas com Deficiência Mental

Sociedade PestalozziInício do atendimento educacional especializado às pessoas com superdotação

APAEFundação da 1ª Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais

Lei n.° 4.024/61O direito dos 'excepcionais' à educação, preferencialmente dentro do sistema geral de ensino

Lei n.° 5.692/71"Tratamento especial" para quem tem atraso considerável

Centro Nacional de Educação Especial - CENESPGerenciar a educação especial no Brasil

CEAL-LPCriação do Centro Educacional de Audição e Linguagem - Ludovico Pavoni

APADA DFCrianção da Assoc. de Pais e Amigos dos Def. Auditivos do Distrito Federal.

Carta dos Anos 80OS DEFICIENTES SÃO PARTE DA SOCIEDADE E NÃO, UMA SOCIEDADE À PARTE

CONADECriação do Comitê Nacional para a Educação Especial

Decreto n.º 93.481Criação da Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa com Deficiência (CORDE)

Constituição Federal do Brasil, Art. 208, inc. IIIAEE aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino

Política Nacional de Educação EspecialIntegração instrucional só para quem consegue acompanhar no ritmo dos alunos "normais"

Lei n.° 9.394 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB)Oferta, quando necessário, dos serviços de apoio especializado em escola regular

Resolução CNE/CEB n.º 2 Art. 7.º O atendimento aos ANEE deve ser realizado em classes comuns

CAS/DFInauguração do C de Cap. de Prof. da Educ. e Atendimento às Pessoas com Surdez

Lei n.º 3.218/2003Visa transformar os sistemas de ensino em sistemas educacionais inclusivos

Decreto n.º 5.626/2005, regulamentou Lei n.º 10.436/2002O conj. de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos, prestado ao ensino regular

Resolução n.º 01/2005 - DFDivide a EE em estimulação precoce, SR, centros especializados e temporalidade

Decreto n.° 6.571/2008AEE com recursos prestado à formação dos alunos no ensino regular.

DECRETO Nº 7.611SR multifuncionais: espaço com equipamentos, mobiliários e materiais didático-pedagógicos.

projeto de lei (PL) 725/2012Criação da Escola Bilíngue Libras e Português Escrito De Taguatinga

Lei n.° 13.005/2014 aprova o Plano Nacional de Educação (PNE).

Art. 2º Diretrizes do PNE III - superação das desigualdades educacionais, com ênfase na

promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação.

Lei n.º 1.146/2015 Estatuto da Pessoa com Deficiência.Assegurar e a promover o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais visando à sua

inclusão social e cidadania

1954

Linha do Tempo

1854

1857

1926

1945

2002

1961

1971

1973

1974

1975

1981

1986

1988

1994

1996

2001

2015

2003

2005

2008

2011

2012/13

2014

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Continuando nossa breve linha do tempo...

Carta dos Anos 80

Dos principais objetivos desta carta que embasou ações importantes

para pessoas com necessidades específicas, vale lembrarmos o propósito

de:

Assegurar aos deficientes, bem como a sua família, serviços de

reabilitação ou de apoio e assistência que possam necessitar, a fim de que

possam ter uma vida digna e desempenhem um papel construtivo na

sociedade. (ALMEIDA, et al., 1981, p. 2).

Essa linha do tempo foi apresentada para chamar a atenção para as

várias mudanças aplicadas à sala de recursos, que antes estava distante

da família. Inicialmente, desenvolveu seu papel num perfil considerado

terapêutico; atualmente atua muitas vezes como um mero local para fazer

as tarefas de casa. O AEE já foi uma escola de ensino especial, passou a

ser sala de apoio, depois, sala de reforço e, atualmente, é chamado de

sala de recursos; e a escola passou a ser percebida como Escola Inclusiva.

Reconhecer isso é reconhecer o valor da família e de algumas instituições

que lutaram para chegar até aqui e que continuam lutando...

Para saber mais sobre o texto que gerou essa linha do tempo, você pode acessa a dissertação,

em PPGEC-UnB A SURDEZ NA FAMÍLIA E NA SALA DE RECURSOS: UMA PROPOSTA DE PARCERIA

Instituto Benjamin Constant – IBC

Criação do Institudo dos Meninos Cegos

Instituto Nacional da Educação dos Surdos - INES

Criação do Instituto dos Surdos Mudos

Instituto Pestalozzi

Criação de um Instituto para cuidar de pessoas com Deficiência Mental

Sociedade Pestalozzi

Início do atendimento educacional especializado às pessoas com superdotação

APAE

Fundação da 1ª Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais

Lei n.° 4.024/61O direito dos 'excepcionais' à educação, preferencialmente dentro do sistema geral de ensino

Lei n.° 5.692/71"Tratamento especial" para quem tem atraso considerável

Centro Nacional de Educação Especial - CENESPGerenciar a educação especial no Brasil

CEAL-LPCriação do Centro Educacional de Audição e Linguagem - Ludovico Pavoni

APADA DFCrianção da Assoc. de Pais e Amigos dos Def. Auditivos do Distrito Federal.

Carta dos Anos 80OS DEFICIENTES SÃO PARTE DA SOCIEDADE E NÃO, UMA SOCIEDADE À PARTE

CONADECriação do Comitê Nacional para a Educação Especial

Decreto n.º 93.481Criação da Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa com Deficiência (CORDE)

Política Nacional de Educação EspecialIntegração instrucional só para quem consegue acompanhar no ritmo dos alunos "normais"

Lei n.° 9.394 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB)Oferta, quando necessário, dos serviços de apoio especializado em escola regular

Constituição Federal do Brasil, Art. 208, inc. IIIAEE aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino

Resolução CNE/CEB n.º 2 Art. 7.º O atendimento aos ANEE deve ser realizado em classes comuns

CAS/DFInauguração do C de Cap. de Prof. da Educ. e Atendimento às Pessoas com Surdez

Lei n.º 3.218/2003Visa transformar os sistemas de ensino em sistemas educacionais inclusivos

Decreto n.º 5.626/2005, regulamentou Lei n.º 10.436/2002O conj. de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos, prestado ao ensino regular

Resolução n.º 01/2005 - DFDivide a EE em estimulação precoce, SR, centros especializados e temporalidade

Decreto n.° 6.571/2008AEE com recursos prestado à formação dos alunos no ensino regular.

DECRETO Nº 7.611SR multifuncionais: espaço com equipamentos, mobiliários e materiais didático-pedagógicos.

projeto de lei (PL) 725/2012Criação da Escola Bilíngue Libras e Português Escrito De Taguatinga

Lei n.° 13.005/2014 aprova o Plano Nacional de Educação (PNE).

Art. 2º Diretrizes do PNE III - superação das desigualdades educacionais, com ênfase na

promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação.

Lei n.º 1.146/2015 Estatuto da Pessoa com Deficiência.Assegurar e a promover o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais visando à sua

inclusão social e cidadania

2015

2005

2008

2011

2014

2012/13

1998

1996

2001

2003

1994

2002

1986

1971

1973

Linha do Tempo

1974

1981

1854

1857

1926

1945

1954

1961

1975

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Instituição Família, Instituição Escola e convivências

A família é a primeira instituição de convivência para trocas e aprendizagem.

Essa aprendizagem envolve sentimentos que podem ser demonstrados por gestos,

palavras, toques, olhares ou expressões faciais, é pela convivência que a comunicação

se inicia.

Esperamos da família interações para promover a segurança e a formação de

autoconfiança como um processo natural. A chegada de uma criança com deficiência

leva a família a procurar por auxílio. Em um primeiro momento, tal auxílio é

médico/hospitalar e, posteriormente, a família é encaminhada, conforme a deficiência

da criança, para o AEE.

Os profissionais envolvidos na escola, bem como os alunos e suas famílias, têm

vivências que se relacionam em vários âmbitos sociais. Nesses encontros e

desencontros, família e escola trazem consigo valores, necessidades e interpretações

próprias de suas ideias sobre os fenômenos da inclusão (TUNES; PEDROZA, 2007).

Observamos que a responsabilidade pelo compartilhamento e construção do

conhecimento, de forma organizada, pode ser favorecida pela relação entre a família e

a escola, a depender de como esta relação é construída ao longo da convivência.

Alguns exemplos corriqueiros da família inserida na escola:

• na própria sala de aula, ao trazer seus conhecimentos, profissões e

curiosidades, incrementando as aulas em classes comuns;

• ao intervir em momentos em que os professores que se tornam impotentes

diante da indisciplina de alguns alunos;

• em reunião de pais que cuidam de acompanhar notas e conteúdos

ministrados (CAMPOS-RAMOS, 2016).

Há ainda outras participações como em festas juninas, apresentações culturais,

feiras de ciências, dia das mães, dia da família e até festivais de encerramento do ano

letivo. São datas muito importantes, sem dúvidas, mas apenas isso não é suficiente

para o nosso caso. Queremos uma ação mais concreta da família e é dentro da sala de

recursos que se pode partilhar este conhecimento.

CONCEITOS IMPORTANTES

Família: é uma rede complexa, mas com interações de significados e relacionais. Como

primeira mediadora entre o homem e a cultura, a família constitui a unidade dinâmica das relações de

cunho afetivo, social e cognitivo que estão imersas nas condições materiais, históricas e culturais de

um dado grupo social. Ela é a matriz da aprendizagem humana, com significados e práticas culturais

próprias que geram modelos de relação interpessoal e de construção individual e coletiva.

(DESSEN; POLONIA, 2007, p. 22)

O termo Escola deriva do latim schola e refere-se ao estabelecimento onde se dá qualquer

género de instrução. Hoje em dia, as escolas dividem-se entre as públicas e as privadas. As primeiras

encontram-se sob a alçada do Estado e são gratuitas, ao passo que as escolas privadas são

administradas por particulares ou empresas, que cobram uma quota pelos serviços educativos

prestados.

(https://conceito.de/escola )

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Família na Sala de Recursos

Para que a família esteja na sala de recursos, é necessário um conjunto de ações

que proporcione à família o conhecimento das atividades realizadas na SR e, nesta mesma

convivência, é preciso que o professor perceba como muito importante:

• o reconhecimento da família e da escola como contextos que propiciam o

desenvolvimento, e que se relacionam entre si;

• a identificação de papéis, funções e tarefas desses contextos, especialmente na

realidade das crianças pequenas brasileiras com quem atuamos;

• a compreensão das expectativas e da participação de cada envolvido, desde a

própria

criança;

• e as suposições a respeito de como poderia ser a educação brasileira, hoje, para que

atendesse às necessidades de desenvolvimento e educação das crianças.

(CAMPOS-RAMOS, 2016, p. 98).

Atividade sobre o corpo humano, exercício

desenvolvido em casa, proposto pela mãe

da criança.

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A necessidade de estratégias para desenvolver a criança deve incluir a família

(CAMPOS-RAMOS, 2016). A Sala de Recursos precisa promover a acolhida do aluno e

da sua família. Sendo a escola uma instituição que prioriza atividades educativas, ainda

que em espaços formais, também pode aproveitar os conhecimentos e vivências da

família, na construção do conhecimento científico (DESSEN; POLONIA, 2007).

CONCEITOS IMPORTANTES

Conceitos são uma espécie de “lente” pela qual compreendemos os fenômenos sociais e naturais:

“conceitos cotidianos, alternativos, espontâneos, ou pré-conceitos, que vão dando lugar aos conceitos

científicos” (NÉBIAS,1999, p.133-134)

Pela natureza do conhecimento científico, não se pode pensar no ensino de seus conteúdos de forma

neutra, sem que se contextualize o seu caráter social, nem há como discutir a função social do

conhecimento científico sem uma compreensão do seu conteúdo. (SANTOS, 2007, p. 478)

Tornar a educação científica uma cultura científica é desenvolver valores estéticos e de sensibilidade,

popularizando o conhecimento científico pelo seu uso social como modos elaborados de resolver

problemas humanos. (SANTOS, 2007, p. 487)

).

Para Santos (2007) visitas a museus, planetários, zoológicos, parques de proteção

ambiental e outros ambientes naturais ou virtuais, como páginas de museus ou

programas de TV, são oportunidades importantes para percebermos a Ciência na

prática.

Ciências da Natureza: importância para cidadania

A formação de conceitos é importante para a compreensão do mundo e de seu

funcionamento. Essa formação de conceitos começa desorganizada e por agregação,

passando a pensamentos complexos, que são mais organizados e têm relações entre si.

O desenvolvimento socioafetivo é fruto de um contexto que se define por princípios de

liberdade, respeito e responsabilidade, sendo o mundo social a fonte e o limite de

suas realizações (SMEHA e OLIVEIRA, 2014, p. 235).

Fumagalli (1998) alerta que as crianças, por terem modos de aprendizagem

diferentes daqueles dos adultos, ressignificam o mundo ao redor delas de forma singular

e, também, defende o direito da criança aprender Ciências. O papel da escola é de

significar e compartilhar o conhecimento científico e seu valor social, considerando a

bagagem cultural da família.

A criança tem um desejo natural de procurar explicações para as situações ao

seu redor. Com sua curiosidade, ela busca saber como as coisas são produzidas,

sentindo prazer em buscar a cooperação e em produzir conhecimento coletivo.

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O olhar da criança sob o conhecimento

A aprendizagem da criança pode vir da exploração de suas ideias prévias, elas

podem “começar a tomar consciência de suas teorias implícitas através da reflexão sobre

suas próprias ideias” (FUMAGALLI, 1998, p. 24). A autora complementa destacando que as

crianças não modificam seus conceitos iniciais, mas ampliam e enriquecem sua teorias

espontâneas. Os estudantes no Ensino Fundamental I necessitam de uma proposta de

ensino que favoreça o confronto de significados.

Sabendo-se que o professor deve promover situações de aprendizagem, algumas

considerações são importantes para esse papel, pois o professor deverá ser capaz de

reconhecer as dificuldades, preferências de estudo e facilidades de aprendizagem de seu

aluno. Assim como também deve aproveitar os valores e costumes da família para reforçar

os conceitos estudados.

Afinal, o importante é levar as crianças a encontrarem caminhos e processos para

alcançarem o desenvolvimento cognitivo pleno. Para cada idade e etapa de ensino, o

conhecimento científico é apresentado com suas especificidades, mas não podemos deixar

de apresentá-lo.

Um cidadão,

para fazer uso social da

ciência, precisa saber ler e

interpretar as informações cientí-

ficas difundidas na mídia escrita.

Aprender a ler os escritos científicos

significa saber usar estratégias para

extrair suas informações; saber fazer

inferências, compreendendo que um

texto científico pode expressar dife-

rentes ideias; compreender o papel

do argumento científico

na construção

das teorias.

(SANTOS, 2007, p. 485).

Pensando Ciências

Pozo e Gómez Crespo (2009) apresentam vários enfoques de ensino de Ciências e

sinalizam vantagens e desvantagens deles. Acreditamos que no nosso caso de ensino-

aprendizagem para crianças surdas acompanhadas de suas famílias, o enfoque em

Aprendizagem por Descoberta tem características interessantes que queremos aproveitar.

Essas atividades não devem promover o método científico como o foco mais

importante, esse foco é para o aluno. E, seguindo esse modelo de aprendizagem,

sabemos que o papel do(a) professor(a) é de ser guia e facilitador(a) do desenvolvimento

das atividades.

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A atividade começa confrontando os alunos com uma situação-problema,

entendendo como tal um fato surpreendente ou inesperado.

A seguir, a criança e seus familiares devem colher a maior quantidade de

informação possível sobre esse fato, observando, medindo e identificando as variáveis

relevantes.

Uma vez identificadas essas variáveis, o passo seguinte seria experimentar com

elas, separando e controlando seus efeitos e medindo sua influência, o que permite

interpretar e organizar a informação colhida, relacionando os dados encontrados com

diversas hipóteses explicativas.

Finalmente, as crianças e sua família refletem não apenas sobre os resultados

obtidos e suas implicações teóricas, mas também sobre o método seguido. (adequando

à sua idade e linguagem)

(POZO e GÓMEZ CRESPO, 2009).

Fases de uma atividade de descoberta segundo

Joyce e Weil (1978)

Fonte: (POZO e GÓMEZ CRESPO, 2009, p. 254).

5. Reflexão sobre o processo seguido e os resultados obtidos.

1. Apresentação de uma situação-problema.

2. Observação, identificação de variáveis e coleta de dados.

3. Experimentação para comprovar as hipóteses formadas

sobre as variáveis e os dados.

4. Organização e interpretação dos resutados.

Roteiro para elaboração de plano de aula

• Tema (Título do experimento)

• Conceitos que deseja enfocar

• Materiais

• Procedimento

Observação, interpretação e Representação

• Resposta à pergunta inicial

• Relacionar com Interface Ciência-Tecnologia-Sociedade

• Avaliação (generalização da aprendizagem para outra situação da vida real, recapitulando os conceitos

enfocados)

• Material didático para a família trabalhar com sua criança

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A prática de uma aula

Inicia-se com uma pergunta que gere curiosidade na criança. O professor pode

conduzir a atividade de forma que o conhecimento aconteça, por:

• Observação e manuseio - que é a descrição do material e do que acontece

durante a experiência;

• Interpretação - que é a explicação do fenômeno baseando-se nas teorias

científicas, lembrando da adequação à idade da criança;

• Representação – são modelos, desenhos e outros códigos ligados à

linguagem da Ciência, para representar o fenômeno estudado.

(Etapas nomeadas com base nos NÍVEIS DE COMPREENSÃO DO CONHECIMENTO QUÍMICO

de Johnstone, 1993) Fonte: Alterações nos sistemas em equilíbrio químico.

Disponível em: www.spq.org.br

O professor pode identificar as concepções prévias da criança na interação com a

família. O professor pode promover um trabalho de forma dialógica e estimular o exercício

das habilidades argumentativas.

A finalização do trabalho se dará com a com a resposta à pergunta formulada

inicialmente, pode ser usada a interface CTS (Ciência-tecnologia-sociedade).

A avaliação dessa atividade pode se dar em uma proposição de situações análogas,

próprias à vivência das crianças, em que elas explicarão os fenômenos usando os

conceitos aprendidos durante a aula, em casa ou na rua, com auxílio dos pais. Isso será

relatado à sala de recursos, inclusive com fotos, quando necessário.

Experiência Luz e Sombra, atividade

desenvolvida em casa com texto auxiliar:

Ciência dentro de Casa

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Plano de Aula: CORPO HUMANO

Objetivos: Nível de Ensino: Fundamental I

• Desenhar o corpo humano. Componente curricular: Ciências

• Nomear as principais partes

do corpo. Tema: Consciência corporal

• Comparar as partes do corpo

humano com as partes do

corpo de alguns animais.

Recursos / Materiais de apoio:

• Filme: George, o curioso (O filme foi escolhido porque é

do centro de interesse da criança que fez parte do estudo

de caso e por ter vários animais e pessoas para

comparar os corpos e suas características externas)

Conceitos envolvidos:

• Folha de 2 metros de comprimento por 70 centímetros

de largura;

Nome das partes do corpo e

principais funções. • Caneta hidrocor para contornar o corpo e escrever o

nome das partes;

Braço; Perna; Dedos; Mão;

Cabeça; Olho; Boca (dente,

língua, lábios); Nariz; Cabelo;

Barriga; Peito etc.

Duração da Aula: 50 minutos

Procedimentos (adaptado conforme a necessidade específica da criança)

•Perguntas iniciais: O que você vê em seu corpo quando se observa no espelho?

Como está dividido o nosso corpo?

•Observação:

Explorar as características dos corpos das pessoas que estão na sala

(professora, membros da família e da própria criança)

Pedir que um membro da família se deite sobre a folha e pedir que a criança

contorne o corpo deitado sobre a folha de papel e complete com os nomes das partes

do corpo.

•Interpretação:

Nomear as partes do corpo.

•Representação:

Escrever os nomes das partes do corpo.

•Resposta à pergunta inicial:

Verificar se a criança consegue identificar,

nomear e dar a função de cada parte do corpo.

•Interface Ciência-Tecnologia-Sociedade:

Higiene do corpo, nutrição e saúde.

•Avaliação:

Perceber mudanças nas atitudes diárias

de banho, alimentação e saúde.

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O CORPO HUMANO (texto complementar para a família)

O corpo humano é dividido em três partes: cabeça;

tronco e membros.

A cabeça tem olhos, boca, nariz, cabelo,

sobrancelhas , dentes, língua.

O tronco tem pescoço, peito, barriga, costas

Os membros inferiores são pernas, pés, coxas,

dedos e joelhos.

Os membros superiores são braços, antebraços,

cotovelos, mãos e dedos.

Adaptado de Série Plano de Aula: Ciências – Como é meu

corpo, encontrado no site do MEC.

Atividade desenvolvida na escola,

sobre o corpo humano

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Plano de Aula: SENSAÇÕES TÉRMICAS – Sentido do tato

Objetivos:

Nível de Ensino: Fundamental I

•Perceber a diferença de

temperatura da água nas

vasilhas.

Componente curricular: Ciências

Tema: Quente ou frio

•Reconhecer as figuras e

fotos apresentadas e

classificá-las conforme a

temperatura.

Duração da Aula: 50 minutos

Recursos /Materiais de apoio:

•Três bacias de plástico;

Conceitos envolvidos: •Água quente (que a mão possa suportar);

Calor; Frio •Água à temperatura ambiente;

Morno; Gelado •Água gelada (se possível com gelo);

Primavera; Verão; Outono;

Inverno •História da turma da Mônica adaptada;

Roupas apropriadas ao

clima (Agasalhos, Roupas

leves)

•Figuras e ilustrações de alimentos quentes, frios e gelados

para a criança classificar junto com a mãe.

PROCEDIMENTOS

Apresentar os personagens da história e seus nomes e características (versão

adaptada de uma história em quadrinhos da Turma da Mônica), essa história precisa ser

completada, pois os diálogos estão em branco.

Explorar a história da Turma da Mônica sobre as férias da Mônica e outras situações de

férias.

Explorar o clima dos lugares que já conheceu e como se vestiu neles.

Observar roupas, climas e paisagens dos quadrinhos.

Perguntar sobre as férias da família.

Perguntar se faz frio ou calor na casa da criança e que roupas usa quando está frio ou

quando está quente.

Voltar à história para explorar os quadrinhos finais sobre a experiência de frio e calor.

Apresentar a experiência e deixar a criança, acompanhada de um membro da família

fazerem juntos:

– Colocar as três bacias sobre uma superfície, enfileiradas;

– Colocar na primeira bacia água gelada, na do meio, água na temperatura

ambiente e na última, água quente;

– Colocar a mão direita na água gelada e a esquerda, na quente, por um minuto;

– Colocar, então, as duas mãos na água à temperatura ambiente.

Explorar as ilustrações e figuras para classificá-las conforme a temperatura.

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Realização da atividade sobre quente e frio, na escola

Essa família

fala espanhol e a mãe

ajudava a escolher as

figuras conforme sua

cultura.

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Plano de Aula: SENTIDOS HUMANOS – Visão

Objetivos: Nível de Ensino: Fundamental I

• Perceber a luz acesa

da lanterna.

• Reconhecer as

formas das sombras

na parede.

• Perceber o aumento

ou diminuição das

sombras.

Componente curricular: Ciências

Tema: Luz e Sombra

Duração da Aula: 50 minutos

Recursos /Materiais de apoio:

Conceitos envolvidos: • Uma lanterna para cada participante;

• Pedaços de plástico celofane de cores variadas,

15 cm x 15 cm;

• Papel vegetal A3;

• Caixa de papelão grande;

• Pente de cabelo;

• Espelhos variados;

• Objetos que brilham com luzes de LED coloridas ou

brancas;

• Velas artificiais (LED);

• Miniaturas diversas de animais, bonecos e meios de

transportes;

• Personagens do desenho George, o curioso para

recortar;

• Cartolina preta;

• Espetinhos de madeira para churrasco;

• Copos de plástico opacos e transparentes coloridos;

• Tesoura, fita crepe e cola;

• Caixa de sapatos (caixa para colocar as miniaturas,

lanternas e plásticos coloridos);

• Vídeo do episódio George, o curioso e o abajur

(encontrado no YouTube, com o seguinte código:

8O1OyAjsGkM).

Luz

Sombra

Noite

Dia

Sol

Variação de tamanho

das sombras

Cores do feixe de luz

Transparente e opaco

PROCEDIMENTOS

• Assistir, junto com a família, o Episódio de George, o curioso e o abajur.

• Explorar as cenas do vídeo recontando a história e registrando a parte que mais gostou em

desenhos espontâneos.

• Entregar a caixa de sapatos para a família explorar as lanternas e demais objetos da caixa.

• Auxiliar na exploração dos objetos da caixa para formar sombras, alterar a cor do feixe de luz

com os plásticos coloridos, caso a família ainda não tenha experimentado essas

possibilidades.

• Sugerir que usem as luzes dentro dos copos e percebam a diferença entre transparência e

opacidade.

• Explorar os espelhos e outras superfícies refletoras, usando o feixe de luz da lanterna.

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Desenvolvendo a atividade na sala e em casa, um pouco mais de detalhes

Propor a construção de um teatro de sombras.

Montar as marionetes para usar no teatro de sombras.

Explorar as figuras no teatro montado, fotografar e enviar as

fotos da família trabalhando juntas (as fotos serão utilizadas

na próximo encontro, para recontar a história e fazer o registro

por redação ou desenhos).

Pergunta: Como aparece uma sombra?

Roteiro

- Observar a diferença da lanterna quando a luz está acesa, quando está

apagada ou intermitente.

- Observar o acender da luz através de objetos transparentes com cores

diferentes. (O que poderia acontecer se colocarmos o vermelho e o amarelo

juntos?)

- Encorajar as crianças a acender a luz através dos objetos transparentes

contra uma parede branca (ou com painel branco) e tentar misturar cores.

- Explorar as sombras quando afastar e aproximar a lanterna dos objetos e

espelhos.

- Manipular uma grande variedade de objetos conhecidos e desconhecidos para

observar, descrever e comparar suas propriedades, usando uma linguagem

apropriada.

- Apresentar com figuras ilustrativas legendadas os conceitos de:

Transparência e fosco ou opaco.

Luz acesa e luz apagada.

Luz solar e penumbra noturna, percepção de dia e noite.

Mudança de cor no feixe de luz, mistura de cores na frente do feixe de luz

da lanterna para nomear as cores.

Sombra, tamanho da sombra em relação à distância da fonte de luz.

Retomada à pergunta inicial: Como aparece uma sombra?

Como produzir uma sombra? (Esperar que a criança use gestos naturais ou

dramatização para responder a questão ou até mesmo um desenho.)

Interface Ciência-Tecnologia-Sociedade

Ambientes iluminados por luz natural (sol) e por luz artificial (lâmpadas), com

associação das ilustrações apresentadas.

Avaliação

Conforme texto em anexo, explorar situações

de luz e sombra em casa. Perceber, quando

estiver ao ar livre, as sombras projetadas pela

luz solar.

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MATERIAL DIDÁTICO PARA A FAMÍLIA

DESENVOLVER EM CASA

Descrever as atividades a serem desenvolvidas indicando os

objetivos de aprendizagem.

Incentivar a utilização de materiais e ferramentas simples para criar

uma estrutura que corresponda a uma necessidade, bem como o

reforço da compreensão de luz e sombra.

Com o objetivo de explorar os conceitos de luz, sombra e cores,

faremos:

• Uso de uma caixa cheia de miniaturas, lanternas, plásticos

transparentes coloridos, espelhos e velas artificiais.

• Um teatro de sombras, com personagens do desenho George,

O Curioso.

Roteiro com texto para a família

Explore a caixa de objetos com sua família.

Para montar o teatro de sombras:

• Corte a parte superior e a parte inferior das caixas e as

laterais para formar um retângulo, com auxílio dos

membros da família;

• Ajudem as crianças a colocar a fita para prender o papel

através de uma da abertura retangular;

• Coloque objetos diferentes na parte de trás da caixa e

acenda a lanterna.

• Deixe que as crianças selecionem os objetos e os outros

adivinhem o que cada objeto é ao ver do outro lado.

• Corte os personagens de George, O Curioso e monte os

fantoches.

• Deixe que as crianças contem histórias com os

personagens.

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CIÊNCIAS DENTRO DE CASA – (Texto adaptado da revista Ciência Hoje das Crianças)

Aceite um convite para produzir experimentos incríveis em seu próprio lar!

Atenção! Dentro de casa você tem situações de ciências por todos os lados! Em cada

cômodo podemos ver fenômenos químicos, físicos, biológicos e aplicalções

tecnológicas. Vamos brincar e aprender na sala, no banheiro, na cozinha e até no

quarto, mas sem muita bagunça, e com toda a família.

Sala: Cinema e teatro das sombras.

Vocês podem começar a diversão pela sala. Use a parede para fazer um cineminha de

sombras com a ajuda de uma luminária.

Apague as luzes da sala e acenda somente a luminária, faça

animais e outras figuras com as mãos para que os outros

possam imitar ou adivinhar o que são. Vocês também podem

aproveitar os fantoches e as miniaturas para contar histórias

no teatro de sombras que confeccionaram na escola.

Não se esqueça de deixar a plateia bem acomodada e de

oferecer pipoca e suco para eles!!

Vocês sabem por que se formam as sombras?

No teatro de sombras temos o papel vegetal que é um

material translúcido (que deixa a luz passar através dele,

mas não é transparente para que possamos ver com nitidez

o que tem por trás). Quando colocamos objetos ou nossas

mãos entre a luz e o papel (ou parede), impedimos a luz de

passar porque são objetos opacos. Assim vemos somente a

sombra desse objeto (parte não iluminada pela luz), como

um perfil, um contorno, mas não o objeto.

Dica: brinque com o tamanho das sombras, aproximando ou

afastando suas mãos da luminária. Cuidado para não se

queimar com lâmpadas quentes ou tomar um choque.

Fonte: Revista on-line Ciência Hoje das Crianças: http://chc.org.br/ciencia-dentro-de-casa

É assim que acontece com o nosso planeta, pois a Terra gira em torno dela mesma

(movimento de rotação) a cada 24 horas, o que chamamos de dia.

Fonte: Revista on-line Ciência Hoje das

Crianças: http://chc.org.br/ciencia-dentro-

de-casa

Você também pode entender o que são os dias e as noites!

Basta um globo escolar ou uma bola, de aproximadamente 20 centímetros de

diâmetro, e uma luminária. A luminária representará o sol, apague a luz do quarto e

observe o que o foco de luz ilumina, será o dia e o lado oposto será a noite.

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Esse é material produzido para auxiliar professores a explorar conceitos de Ciências

da Natureza:

Clarendon Early Education Services, Inc. (Aprendizagem Experiência E

Recursos Agora! Edição Especial Pré-escolar STEM !) do Departamento de

Educação e Cuidado Infantil de Massachusetts. Disponível em:

<http://www.mass.edu/stem/documents/preschoolcurricular/CEES%20Curriculum%20

Light%20and%20Shadows-Portuguese.pdf>

Revista on-line Ciência Hoje das Crianças.

Disponível em: <http://chc.org.br/ciencia-dentro-de-casa/>

Ciências – Como é meu corpo.

Disponível no site do MEC. Série Plano de Aula

ALMEIDA, M. D. C. et al. Ano Internacional das Pessoas Deficientes. Comissão Nacional de Relatório

de Atividades - Brasil. Brasília, p. 54. 1981. Carta dos Anos 80.

BRASIL. Estatuto da Pessoa com Deficiência. Lei n.º 13.146/2015, Brasília, 06 Julho 2015.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm acesso em 16 de outubro

de 2017.

CAMPOS-RAMOS, P. C. Família e Escola: a lição de casa como uma das possibilidades de parceria. In:

(ORG.), S. B.; (ORG.), M. F. F. Desenvolvimento Hummano e Educação: contribuições para a

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DESSEN, M. A.; POLONIA, A. D. C. A família e a Escola como Contexto de Desenvolvimento Humano.

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FUMAGALLI, L. O Ensino das Ciências Naturais no Nível Fundamental da Educação Formal: Argumentos

a seu Favor. In: WEISSMANN, H. Didática das Ciências Naturais: Contribuições e Reflexções. Porto

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