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Uma Plataforma para a Valorização Sustentável de Resíduos ANTÓNIO TADEU JOÃO ALMEIDA, Mª INÊS SANTOS INTERNATIONAL CONFERENCE – “RENOVATION AND SUSTAINABLE CONSTRUCTION - A GLOBAL CHALLENGEUM CAMINHO PARA A INOVAÇÃO

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Uma Plataforma para a Valorização

Sustentável de Resíduos

ANTÓNIO TADEU

JOÃO ALMEIDA, Mª INÊS SANTOS

INTERNATIONAL CONFERENCE – “RENOVATION AND SUSTAINABLE CONSTRUCTION - A GLOBAL CHALLENGE”

UM CAMINHO PARA A INOVAÇÃO

• DESAFIOS DO HABITAT

• PRIORIDADES E METAS

• OBJETIVOS ESTRUTURANTES E ESTRATÉGICOS

• IMPORTÂNCIA DA VALORIZAÇÃO DE RESÍDUOS

• EXEMPLOS DE VALORIZAÇÃO DE RESÍDUOS

• LIMITAÇÕES E CONDICIONALISMOS EXISTENTES

• PLATAFORMA “SHARED WASTE SOLUTIONS”

‒ OBJETIVOS

‒ IDENTIDADE VISUAL

‒ INTERFACE

‒ ESTRUTURA

‒ FUNÇÕES

• CONSIDERAÇÕES FINAIS

ESTRUTURA DA APRESENTAÇÃO

• A construção e o espaço construído são responsáveis por significativos impactes ambientais -

consumo de recursos/energia e produção de resíduos/emissões

• O Habitat envolve atividades desde a extração de matérias primas até à utilização do espaço

construído - potencialmente geradoras de grandes quantidades de resíduos

• Impõe-se, numa perspetiva de ciclo de vida, a necessidade de:

‒ Utilizar os recursos naturais de forma eficiente

‒ Reduzir a produção de resíduos e proceder à sua valorização

‒ Utilizar tecnologias mais sustentáveis

DESAFIOS DO HABITAT

• A Europa estabeleceu um conjunto de prioridades e metas para os próximos anos, onde se inclui o

crescimento sustentável, baseado em conhecimento e eco-inovação

• A “Estratégia Europa 2020” impõe:

‒ A intensificação do recurso a fontes de energia renováveis

‒ A conceção de soluções mais eficientes em termos do consumo energético

‒ Uma significativa redução da emissão de gases com efeitos de estufa

PRIORIDADES E METAS

• O novo regulamento dos produtos da construção prevê um novo requisito básico relativo à

utilização sustentável dos recursos naturais que pretende assegurar:

‒ A reutilização ou a reciclabilidade das obras de construção, dos seus materiais e das suas

partes após a demolição

‒ A durabilidade das obras de construção

‒ A utilização, nas obras de construção, de matérias-primas e materiais secundários

compatíveis com o ambiente

PRIORIDADES E METAS

• Consolidação da articulação dos agentes com relevância no Habitat

• Promoção da cooperação entre empresas e instituições I&D

• Aumento da intensidade tecnológica

• Promoção do empreendedorismo e da inovação

• Promoção da transferência e circulação do conhecimento

• Transição para uma economia de baixo teor de carbono

OBJETIVOS ESTRUTURANTES E ESTRATÉGICOS

• Diminuição da procura e, consequente extração, de matérias-primas virgens

• Diminuição da quantidade de resíduos encaminhados para aterro sanitário ou incineração

• Melhoria das propriedades de soluções por via da incorporação de resíduos

• Possibilidade de estabelecer redes empresariais integradas (simbioses) para valorização de

materiais e energia

IMPORTÂNCIA DA VALORIZAÇÃO DE RESÍDUOS

EXEMPLOS DE VALORIZAÇÃO DE RESÍDUOS

• ECO-PAINÉIS CONSTRUÍDOS A PARTIR DE MADEIRA E PALHA/CASCA DE ARROZ

• BLOCOS DE ALVENARIA EM BETÃO COM INCORPORAÇÃO DE REGRANULADO DE CORTIÇA

EXPANDIDA

• ARGAMASSAS INDUSTRIAIS COM INCORPORAÇÃO DE GRANULADO DE CORTIÇA

• ARGAMASSAS DE CAL PARA REABILITAÇÃO DE REBOCOS ANTIGOS COM INCORPORAÇÃO DE

RESÍDUOS DE CERÂMICA

• ISOLAMENTO ACÚSTICO COM INCORPORAÇÃO DE FIBRA DE COCO

• ARGAMASSAS TÉRMICAS/LEVES COM INCORPORAÇÃO DE CASCA DE ARROZ

ECO-PAINÉIS CONSTRUÍDOS A PARTIR DE MADEIRA E

PALHA/CASCA DE ARROZ

• Desenvolvimento de uma solução de painel de parede (eco-painel)

constituída por madeira e subprodutos/resíduos da cultura do arroz

do Baixo Mondego – Palha e Casca

• Avaliação do desempenho térmico, acústico e ambiental dos painéis:

‒ Bom desempenho térmico

‒ Eficaz isolamento a sons aéreos

‒ Bom desempenho ambiental e energético quando comparado

com o de soluções de lã de rocha

Eco-painel com palha

de arroz triturada

Eco-painel com casca

de arroz

Condutibilidade térmica

(palha/casca)W/(m.°C) 5,62E-02 6,42E-02

Condutibilidade térmica

(total)W/(m.°C) 6,30E-02 7,00E-02

Resistência térmica (total) W/(m.°C) 2,31 2,46

Índice de isolamento a sons

aéreosdB 38 36

BLOCOS DE ALVENARIA EM BETÃO COM INCORPORAÇÃO

DE REGRANULADO DE CORTIÇA EXPANDIDA

• Desenvolvimento de blocos de betão com incorporação de regranulado

de cortiça expandida em substituição parcial de agregados tradicionais:

‒ Adequado desempenho mecânico

‒ Significativa melhoria do comportamento térmico e acústico

‒ Bom desempenho ambiental quando comparado com soluções

com betão de referência

Bloco BloCork

Condutibilidade térmica (λ) W/(m.°C) 0,56

Coeficiente de transmissão

térmica (U)W/(m2.°C) c/reboco (*) 0,75

Índice de isolamento a sons

aéreosdB 47

Resistência à compressão N/mm2 6

* camada de reboco (argamassa

tradicional) com 15 mm em cada face

ARGAMASSAS INDUSTRIAIS COM INCORPORAÇÃO DE

GRANULADO DE CORTIÇA

• Desenvolvimento de uma argamassa de reboco para projeção

mecânica e uma argamassa de alvenaria leve para aplicação manual

ou mecânica

• Caracterização do comportamento mecânico, higrotérmico e acústico:

‒ Baixa condutibilidade térmica

‒ Bons desempenhos do ponto de vista da retração, da exposição à

água e a ciclos de gelo-degelo

‒ Bom comportamento acústico

Espessura de assentamento mm 10 15

Argamassa tradicionalλ = 1,30

W/(m.°C)

RT Global m2.°C/W 0,96 0,93

UGlobal W/(m2.°C) 1,04 1,07

Argamassa não

convencional

λ = 0,40

W/(m.°C)

RT Global m2.°C/W 1,08 1,08

UGlobal W/(m2.°C) 0,93 0,93

Argamassa de

alvenaria com cortiça

λ = 0,1247

W/(m.°C)

RT Global m2.°C/W 1,14 1,14

UGlobal W/(m2.°C) 0,88 0,88

Para um bloco de betão leve com uma

resistência térmica de 0,89 m2.ºC/W

ISOLAMENTO ACÚSTICO COM INCORPORAÇÃO DE

FIBRA DE COCO

• Desenvolvimento de isolamento acústico com incorporação de

fibra de coco proveniente da indústria agroalimentar:

‒ Rigidez dinâmica baixa

‒ Baixa condutibilidade térmica

‒ Bom comportamento de absorção sonora – gama das altas

frequências

‒ Eficaz isolamento a sons aéreos e a sons de percussão

0

5

10

15

20

S15

T25

T10

Fibras Côco

Rig

idez d

inâm

ica a

pare

nte

, S

' t(M

N/m

3)

Rig

idez d

inâm

ica a

pare

nte

, S‘ t

(MN

/m3)

13,0

23,0

33,0

43,0

53,0

63,0

73,0

100

125

160

200

250

315

400

500

630

800

1000

1250

1600

2000

2500

3150

4000

5000

S-15

T8

T10

Frequência (Hz)

Nív

el s

on

oro

no

rmalizad

o L

n(d

B)

Fibras Côco

∆Lw=28dB

∆Lw=29dB

Nív

el so

no

ro n

orm

alizad

o L

n(d

B)

Fibras de coco, com cerca de 17, 26 e 15 mm de

espessura (Referências S-15, T25 e T10, respetivamente)

Fibras de coco, com cerca de 15, 8 e 13 mm de espessura

(Referências S-15, T8 e T10, respetivamente) sob lajeta

flutuante em betão armado, com 50 mm de espessura

ARGAMASSAS TÉRMICAS/LEVES COM INCORPORAÇÃO

DE CASCA DE ARROZ

• Desenvolvimento de argamassas leves com incorporação de casca

de arroz proveniente da cultura do arroz do Baixo Mondego

• Caracterização do comportamento higrotérmico e mecânico:

‒ Bom desempenho térmico

Argamassa com casca

de arroz

Argamassa com casca

de arroz e areia

Provetes Provete 1 Provete 2 Provete 1 Provete 2

Massa volúmica

aparenteKg/m3 686,402 676,974 1364,694 1330,807

Condutibilidade

térmica (λ)W/(m.ºC) 0,112 0,113 0,428 0,404

ARGAMASSAS DE CAL PARA REABILITAÇÃO DE

REBOCOS ANTIGOS COM INCORPORAÇÃO DE RESÍDUOS

DE CERÂMICA

• Desenvolvimento de argamassas de cal hidráulica e cal aérea para

reabilitação de rebocos antigos com incorporação de resíduos de

cerâmica em substituição parcial de:

‒ Agregados – resíduo mais grosseiro

‒ Ligante – resíduo em pó

• Caracterização química e física dos constituintes

• Caracterização do comportamento físico e mecânico das

argamassas:

‒ Adequadas características mecânicas

‒ Elevada permeabilidade ao vapor de água

‒ Bom comportamento face à água liquida

• Muito tem sido feito no sentido de identificar aplicações para resíduos/subprodutos da indústria,

sendo os principais constrangimentos para o sucesso destas ações:

‒ A ineficaz divulgação de resíduos/subprodutos disponíveis

‒ Reduzida caracterização dos resíduos

‒ Conotação do estatuto resíduo

‒ A ineficaz divulgação das soluções com incorporação de resíduos/subprodutos

LIMITAÇÕES E CONDICIONALISMOS EXISTENTES

PLATAFORMA “SHARED WASTE SOLUTIONS”

http://www.sws.uc.pt/

Plataforma a disponibilizar brevemente (Junho 2014)

Co-Promotores: Cofinanciamento:

Projeto aprovado no âmbito do Sistema de Apoio a Ações Coletivas - FCOMP-05-0128-FEDER-032969

• Visa a definição de estratégias de cooperação para a valorização de resíduos da indústria e a

aplicação de programas sustentáveis de gestão de resíduos

• Prevê a criação de um instrumento de credibilização, estímulo e divulgação que:

‒ Potencie a criação de valor a partir de resíduos e subprodutos disponíveis

‒ Promova a sustentabilidade económica das aplicações desenvolvidas

• Construção de uma rede de conhecimento, experiência e cooperação, entre empresas e entidades do

sistema científico e tecnológico

Promoção da eficiência produtiva e da perceção da qualidade da oferta nacional

PLATAFORMA “SHARED WASTE SOLUTIONS”

• Despertar o tecido empresarial para as oportunidades de valorização

de resíduos e escoamento de subprodutos

• Apoiar os produtores de resíduos na sustentação de pedidos de

reclassificação de resíduos em subprodutos

• Criar um fórum que concilie o interesse das entidades produtoras de

resíduos com a capacidade técnica do sistema científico e tecnológico

• Criar um “roadmap” de resíduos disponíveis, oportunidades de

valorização, soluções desenvolvidas, etc.

OBJETIVOS DA PLATAFORMA

• Tem por base o processo de valorização sustentável de resíduos - transformação de resíduos numa

solução nova, inovadora e com valor acrescentado

• Da sobreposição de 2 formas geométricas triangulares, como se de “resíduos” se tratassem, resulta

uma nova forma com uma nova cor - “solução”

• As sinergias entre as várias entidades da plataforma e a rede de conhecimento/experiência são

traduzidas através das múltiplas possibilidades ao nível da composição (polimorfismo gráfico)

IDENTIDADE VISUAL

INTERFACE DA PLATAFORMA

• A interface assenta de uma forma consistente num

conjunto de representações sobre o mapa

• A georreferenciação dos conteúdos permitirá reconhecer

a atividade da plataforma nas suas vertentes principais:

‒ Resíduos, soluções e instituições

• O valor de um resíduo depende significativamente da

distância ao local de valorização

ESTRUTURA DA PLATAFORMA

A plataforma apresenta uma estrutura a 4 níveis:

• Conteúdos principais:

‒ Resíduos, Soluções e Instituições

• Conteúdos secundários:

‒ Projeto, Parceiros, Casos de Estudo,

Legislação e Notícias

• Funções complementares:

‒ Área Reservada, Pesquisa, Idiomas e

Redes Sociais

• Função analítica:

‒ Sistematização da informação da

plataforma (rankings)

REGISTO NA PLATAFORMA

Uma instituição poderá registar-se na plataforma e

submeter contributos, utilizando para isso diferentes

formulários específicos:

• Ficha de resíduo

• Ficha de solução (produto/tecnologia)

• Perfil de investigação

• Caso de estudo

• Notícia

• Evento

Todos os contributos serão sujeitos a validação

pelos administradores da plataforma

MODOS DE VISUALIZAÇÃO

A informação é apresentada de uma forma

georreferenciada sobre o mapa

A informação é listada de uma forma intuitiva

através de galerias de imagens

PÁGINA DETALHES “RESÍDUOS”

• Informação sobre o Resíduo:

‒ Código LER, Tipo de Resíduo

‒ Origem do resíduo (setor, georreferenciação)

‒ Estimativa da quantidade produzida

‒ Características do resíduo

‒ Situação atual em termos de destino do

resíduo

‒ Identificação de oportunidades de valorização

‒ Resultados de eventuais estudos de

valorização

• Informação associada:

‒ Fichas de resíduos disponibilizados pelos

produtores

‒ Instituições

‒ Projetos de investigação

‒ Soluções (produtos/tecnologias) com

incorporação do resíduo

‒ Casos de estudo

‒ Publicações - artigos científicos, teses,

documentos técnicos

PÁGINA DETALHES “SOLUÇÕES”

• Informação sobre a Solução:

‒ Setor de aplicação

‒ Fornecedor

‒ Resíduo valorizado

‒ Origem do resíduo (setor, georreferenciação)

‒ Dados técnicos do produto/tecnologia

‒ Condições comerciais

‒ Aplicações de referência

• Informação associada:

‒ Fichas de produto/tecnologia

‒ Instituições

‒ Projetos de investigação

‒ Casos de estudo

‒ Publicações - artigos científicos, teses,

documentos técnicos

PÁGINA DETALHES “INSTITUIÇÕES”

• Informação sobre a Instituição:

‒ Setor de intervenção

‒ Projetos terminados e em curso

‒ Recursos físicos e humanos disponíveis

‒ Indicadores de produtividade e resultados

• Informação associada:

‒ Outras Instituições

‒ Projetos

‒ Casos de estudo

‒ Publicações/Teses - artigos científicos,

teses, documentos técnicos

FUNÇÃO ANALÍTICA

• Permite organizar e analisar a informação disponível na plataforma

de uma forma sistemática (ferramenta de apoio à decisão):

‒ Regiões e setores mais ativos

‒ Tipo de resíduos e resíduos mais frequentes e mais

consultados

‒ Tipo de soluções e soluções mais frequentes e mais

consultadas

‒ Tipo de instituições e instituições mais ativas

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Plataforma “Shared Waste Solutions” permitirá:

• Despertar o tecido empresarial para as oportunidades de valorização de resíduos e escoamento

de subprodutos

• Servir de meio de difusão de soluções já desenvolvidas que, por falta de divulgação, não

encontram sustentabilidade económica

• Ser um instrumento privilegiado na construção de uma rede de conhecimento e de cooperação,

entre empresas e entidades do sistema científico e tecnológico

• Promover a transferência e a circulação do conhecimento, bem como o aumento da intensidade

tecnológica

• Dinamizar a transição para uma economia de baixo teor de carbono

António TadeuJoão Almeida, Mª Inês Santos

Coimbra

30 de Maio de 2014