uma onda de ternura

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Uma onda de Ternura Excertos dos Escritos de Bahá'u'lláh Báb 'Abdu'1-Bahá, Shoghi Effendi e da Casa Universal de Justiça sobre Vida em Família.

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Page 1: Uma onda de ternura

Uma onda de Ternura

Excertos dos Escritos de Bahá'u'lláh Báb 'Abdu'1-Bahá, Shoghi Effendi e da Casa Universal de Justiça sobre Vida em Família.

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UMA ONDA DE TERNURA

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UMA ONDA DE TERNURA

Compilação feita pelo Departamento de Pesquisa da Casa Universal de Justiça

Sobre a Vida em Família

1986 Editora Bahá'í

Page 6: Uma onda de ternura

© Copyright Assembléia Espiritual Nacional dos Bahá'ís do Brasil

Título original em inglês: Family Life

Tradução: Rolf von Czékus

Revisão: Ceres Araújo

Capa: Mary Daliri Milani

Editora Bahá'í R. Eng. Gama Lobo, 267 Rio de Janeiro — RJ

Page 7: Uma onda de ternura

SUMARIO

Excertos das Escrituras de Bahá'u'lláh 9

Excertos das Escrituras do Báb 13

Excertos das Escrituras de 'Abdu'1-Bahá 14

Excertos das Cartas escritas por Shoghi Effendi . . . 35

Excertos das Cartas escritas em nome de Shoghi Effendi 37

Excertos de Mensagens da Casa Universal de Justiça 66

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UMA ONDA DE TERNURA

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EXCERTOS DAS ESCRITURAS DE BAHAUXLÁH

1. Bem-aventurado é o lugar, a casa, e o co­ração, e bem-aventurada a cidade, a monta­nha, o refúgio, a caverna e o vale, a terra e o mar, o prado e a ilha, onde se haja feito men­ção de Deus, e celebrado Seu louvor.

BP, página título

* * *

2. Os pais devem envidar todos os esforços para levar seus filhos a serem religiosos, pois, se as crianças não atingirem este que é o maior de todos os ornamentos, não obedecerão a seu pais, o que, de certo modo, significa que não obedecerão a Deus. Com efeito, tais crian­ças não terão consideração potf ninguém ,e farão exatamente o que lhes aprouver.

EB, p. 17

* * *

Todas as citações são excertos de Epístolas ainda não tra­duzidas, a menos que a fonte da publicação esteja citada.

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3. Prescrevemos a todo filho o dever de servir a seu pai. Por conseguinte, decretamos esta ordem no Livro.

4. Os frutos da árvore da existência são fide-dignidade, lealdade, veracidade e pureza. De­pois do reconhecimento da unicidade do Se­nhor, exaltado seja Ele, o mais importante de todos os deveres é o de se ter a devida consi­deração para com os direitos de seus pais. Es­te assunto tem sido mencionado em todos os Livros de Deus.

^ íf! ^

5. Abençoada é a casa que alcançou a Minha carinhosa mercê, onde Minha recordação é ce­lebrada, e que é enobrecida pela presença de Meus amados, que proclamaxam Meu louvor, se seguraram firmemente à corda de Minha graça e foram honrados por entoarem Meus versos. Verdadeiramente, são eles os enalteci­dos servos, aos quais Deus louvou no Qayyú-mu'1-Asmá e em outras escrituras. Verdadei­ramente, Ele é O que tudo ouve, O que res­ponde, Aquele que percebe todas as coisas.

* *

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6. Estas abençoadas palavras foram proferi­das pela Língua da Grandeza na Terra do Mis­tério (Adrianopolis), exaltada e glorifiçada seja Sua elocução:

Uma das características distintivas desta maior Dispensação, é que os parentes daque­les que reconheceram e abraçaram a verdade desta Revelação e que, na glória de Seu no­me, o Senhor Soberano, sorveram o seleto, se­lado vinho, do cálice do amor do Deus Verda­deiro e Uno, por ocasião de sua morte, se forem aparentemente não-crentes, serão bondosamente agraciados com o perdão divi­no e participarão do oceano de Sua Mercê.

Esta benção, contudo, somente será con­cedida àquelas almas que não inflingiram da­no a Ele Que é o Senhor do Trono nas Altu­ras e o Governante deste mundo e do mun­do vindouro.

* * *

7. Nós te motivamos a retornar a teu lar co­mo um sinal de Nossa mercê para com tua mãe, pois Nós a encontramos acabrunhada pe­la tristeza. Nós vos prescrevemos no Livro "a, adorar tão somente a Deus e a mostrar bon­dade a vossos pais." x Assim falou o Deus uno

1 Alcorão, 46:15

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e verdadeiro e o decreto foi cumprido pelo To-do-Poderoso, o Sapientíssimo. Consequente­mente, Nós te motivamos a retornar para ela e para tua irmã, a fim de que os olhos de tua mãe desse modo se possam alegrar e ela pos­sa estar entre os gratos.

* * *

8. Dize: Ó Meu povo! Honrai e homenageai vossos pais. Isto motivará bênçãos a caírem sobre vós das nuvens da generosidade de vos­so Senhor, o Exaltado, o Grande.

Quando soubemos de sua tristeza, Nós te instruímos a, retornar para ela, como um sinal de mercê a ti de Nossa presença, e como uma admoestaçao para outros.

Acautelai-vos, a fim de não cometerdes aquilo que causaria tristeza aos corações de vossos pais e mães. Segui o caminho da Ver­dade, que é, verdadeiramente, um caminho re­to. Se alguém vos der a escolha entre a opor­tunidade de prestar um serviço à Mim ou a eles, escolhei servi-los, e deixai que tal servi­ço seja um caminho guiando-vos à Mim. Es­ta é Minha exortação e Meu mandato a ti. Observa, portanto, o que teu Senhor, o Pode­roso, o Bondoso, te prescreveu.

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EXCERTOS DAS ESCRITURAS DO BAB

1. Convém ao servo, após cada oração, su­plicar a Deus que conceda a seus pais mise­ricórdia e perdão. Com isso se erguerá o cha­mado de Deus: "Milhares sobre milhares da­quilo que pediste para teus pais será tua re­compensa!" Bem-aventurado quem se lembra de seus pais quando ele com Deus comunga. Em verdade, nenhum Deus há, senão Ele, o Poderoso, o Bem-Amado.

SEB, p. 99

* * *

2. Ó meu Deus! Que os eflúvios de Tua ge­nerosidade e de Tuas bênçãos desçam sobre as casas cujos ocupantes tenham abraçado Tua Fé, como sinal de Tua graça e indício de be­nevolência de Tua presença.

SEB, p. 202

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EXCERTOS DAS ESCRITURAS DE ABDUL-BAHÁ

1. Quanto à terminologia que usei em minha carta solicitando que te consagrasses ao servi­ço da Causa de Deus, o significado é este: limi­ta teus pensamentos ao ensino da Fé. Age de dia e de noite de acordo com os ensinamentos, os conselhos e as admoestações de Bahá'u'lláh. Isto não impede o casamento. Podes ter um es­poso e ao mesmo tempo servir a Causa, de Deus; um não impede o outro. Saibas o valor destes dias; não deixes esta oportunidade te escapar. Implores a Deus para te tomares uma vela acesa., de modo a que possas guiar uma multidão através deste mundo sombrio.

SWA, p. 100

* * *

2. O matrimônio, entre a generalidade do po­vo, é um laço físico, e essa união só pode ser

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temporária, desde que é predestinada a uma separação física no fim.

Entre o povo de Bahá, porém, o casamen­to deve ser uma união tanto física quanto es­piritual, pois aqui ambos os cônjuges estão extasiados com o mesmo vinho, amam a mes­ma Face incomparavel, e ambos vivem e se movem através do mesmo espírito, sendo ilu­minados pela mesma glória. Essa relação en­tre eles é espiritual e é portanto, um laço que durará para todo o sempre. Igualmente, no mundo físico, desfrutam laços fortes e durá­veis, pois se o casamento se baseia tanto no espírito como no corpo, essa é uma união ver­dadeira e por isso haverá de durar. Se, entre­tanto, o laço é apenas físico e nada mais, é cer­to que será só temporário, tendo, inexoravel­mente, que terminar em separação.

Quando, pois, o povo de Bahá tenciona ca­sar, a união deve ser uma relação verdadeira, uma aproximação espiritual bem como física, de modo que, através de todas as fases da vida e em todos os mundos de Deus, sua união se conservará, porque essa verdadeira unidade é uma cintilação do amor de Deus.

SWA, p. 117 (UP, p. 16)

* * *

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3. O casamento bahál é o compromisso das duas partes, uma à outra, e a ligação mútua de coração e mente. Cada um deve, porém, exercer o máximo cuidado para conhecer a fundo o caráter do outro, para que o irrevogá­vel convênio entre eles seja um laço que dure para sempre. Seu propósito deve ser tornarem-se amorosos companheiros e amigos, unidos por todo o tempo, para a eternidade...

O verdadeiro casamento de bahá'ís é este, que os cônjuges estejam unidos física e espiri­tualmente, que sempre melhorem a vida espi­ritual um do outro e que desfrutem unidade sempiterna em todos os mundos de Deus. É este o casamento bahá'í.

SWA, p. 118 (VP, p. 17)

* * *

4. E acima de todas as outras uniões está aquela entre seres humanos, especialmente quando sucede por amor a Deus. Assim, a uni-cidade primária é relevada; assim, o alicerce do amor é lançado no espírito.

SWA, p. 119

* * *

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5. Tua esposa não está em harmonia contigo, mas, louvado seja Deus, a Abençoada Beleza está satisfeita contigo e está conferindo-te as maiores generosidades e bênçãos. Porém, ainda assim, tenta ser paciente com tua espo­sa pois, talvez, ela poderá ser transformada e seu coração poderá ser iluminado.

SWA, p. 121

* * *

6. Quanto a teu respeitado esposo: incumbe-te tratá-lo com grande bondade, considerar os seus desejos e ser conciliatória em relação a ele em todos os momentos, até que ele veja que em virtude de te ter es volvido para o Reino de Deus, teu carinho por ele e teu amor por Deus tão so­mente aumentaram, assim como, sob todas as condições, tua preocupação por seus desejos.

SWA, p. 122

* * *

7. Ó vós dois, crentes* em Deus! O Senhor, incomparável é Ele, fez com que o homem e a mulher convivessem um com, o outro no mais íntimo companheirismo e corrio se tivessem uma única alma. Eles são dois colaboradores,

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dois íntimos amigos, que devem estar preo­cupados com o bem-estar um do outro.

Se assim viverem, passarão através deste mundo em perfeito contentamento, bem-aven-turança, e paz de coração, e tornar-se-ão objeto da graça e favor divino no Reino dos céus. Mas, se em vez disso outra coisa fizerem, viverão o resto de suas vidas em grande amargura, ane-lando a cada momento pela morte, e sentir-se-ão envergonhados no reino celestial.

Esforçai-vos, portanto, a conviver um com o outro, de coração e alma, como duas pombas no ninho, porque isto é estar abençoado em ambos os mundos.

SWA, p. 122

* * *

8. Ó vós, amorosas mães! Sabei que aos olhos de Deus, a melhor de todas as maneiras para adora-Lo é a de educar as crianças e trei­ná-las em todas as perfeições da humanidade; e nenhum ato mais nobre do que este, pode ser imaginado.

SWA, p. 139

* * *

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9. ó querido de 'Abdu'1-Bahá! Sê o filho de teu pai e o fruto dessa árvore. Sê um filho de sua alma e de seu coração, e não apenas da água e do barro. Um verdadeiro filho é aquele que brotou da parte espiritual de um homem. Peço a Deus que possas ser confirmado e for­talecido em todos os tempos.

SWA, p. 140 (EB, p. 73)

* * *

10. Notei, quão facilmente, quando existe unidade numa dada família, os assuntos desta família são conduzidos; que progresso os mem­bros desta família fazem, como prosperam no mundo. Seus assuntos estão em ordem, desfru­tam de conforto e tranqüilidade, têm seguran­ça, sua posição está assegurada, vêm a ser in­vejados por todos. Tal família, à medida em que os dias se sucedem, só cresce em posição e du­radoura honra.

SWA, p. 279

* * *

11. Conforta tua mãe e esforça-te para fazer o que seja condizente à felicidade de seu co­ração.

TAB, p. 74 * * *

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12. Transmite minhas saudades e minhas saudações ao consolo de teus olhos.. . (1), e ao teu filho mais novo.. . Em verdade, amo os dois como um pai compassivo ama os seus queridos filhos. Quanto a ti, tem para com eles abundante amor e faz o possível por sua educação, para que os seus seres possam cres­cer com o leite do amor de Deus, já que é de­ver dos pais orientar perfeita e completamen­te seus filhos.

Existem também alguns deveres sagrados da parte dos filhos para com os pais, deve­res estes que se encontram registrados no Livro de Deus e provêm Dele (2). A prosperi­dade (dos filhos) neste mundo e no Reino de­pende do beneplácito dos pais e sem este, es­tarão em perda manifesta.

TAB, p. 262-263 (EB, p. 72-73)

13. Quanto a tua pergunta referente a mari­do e mulher, sobre o vínculo entre eles e sobre

(1) "Consolo de teus olhos" — expressão idiomática persa significando "filho ou filha''.

(2) Veja a 3.a seleção das Escrituras de Bahá'u'lláh nesta compilação.

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os filhos lhes dado por Deus: Sabe tu, vera­mente, que o marido é aquele que sinceramen­te se volveu para Deus, está desperto pelo cha­mado da Beleza do Todo-Glorioso e entoa os versos da Unidade em grandes assembléias; a esposa é um ser que deseja estar transbordan­do com os atributos de Deus e Seus nomes e se encontra a procura deles, e o vínculo entre eles não é outro senão a Palavra de Deus. Ver­dadeiramente, isto motiva as multidões a se reunirem e os remotos a estarem unidos. Assim, o marido e a esposa são levados a en­contrar afinidade, são unificados e harmoniza­dos, como se fossem uma só pessoa. Através de sua mútua união, companheirismo e amor, são produzidos no mundo grandes resultados tanto no campo material como espiritual. O resultado espiritual é o surgimento de recom­pensas divinas. O resultado material são os fi­lhos que nascem no berço do amor de Deus são nutridos pelo seio do conhecimento de Deus, são criados no peito da dádiva de Deus, e são cuidados no regaço do treinamento de Deus. Tais crianças são aquelas de quem Cris­to disse: "Verdadeiramente, são os filhos do Reino!"

TAB, p. 605-606

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14. Os amigos de Deus devem viver e com­portar-se de tal modo, e evidenciar um grau de excelência de caráter e conduta a um ponto tal, que provoquem a admiração dos outros. O amor entre o marido e a mulher não deve­ria ser puramente físico, não somente isso, de­ve ser espiritual e celestial. Estas duas almas devem ser consideradas como uma só alma. Quão difícil seria dividir uma só alma! Sim, grande seria a dificuldade!

Resumidamente, o alicerce do Reino de Deus é baseado em harmonia e amor, unidade, afinidade e união, e não sobre diferenças, es­pecialmente entre marido e mulher.

CD, p. 2

* * *

15. Perguntas se um esposo seria capaz de impedir sua esposa de abraçar a luz divina ou uma esposa de dissuadir seu esposo de ganhar entrada no Reino de Deus. Na verdade, ne­nhum deles poderia impedir o outro de entrar no Reino, a não ser que o esposo tenha um ex­cessivo afeiçoamento à esposa ou a esposa ao esposo. De fato, se qualquer um dos dois ado­rasse o outro a ponto de excluir Deus, então

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cada um deles poderia impedir o outro de pro­curar admissão em Seu Reino.

^c ^ ^

16. Suplico a Deus, de benevolamente fazer de teu lar um centro para a difusão da luz de guia divina, para a disseminação das Palavras de Deus, e para acender em todos os momen­tos o fogo do amor nos corações de Seus fiéis servos e servas. Sabe tu, com certeza, que ca­da casa, onde o hino de louvor é elevado ao Domínio da Glória, em comemoração do No­me de Deus, é verdadeiramente um lar celes­tial e um dos jaxdins de delícia no Paraíso de Deus.

* * *

17. Se tu fosses demonstrar bondade e con­sideração a teus pais, de modo a que se sen­tissem comumente satisfeitos, isto também Me agradaria, pois pais devem ser sumamente res­peitados e é essencial que eles se sintam con­tentes, desde que não te impeçam de ganhar acesso ao Limiar do Todo-Poderoso, nem te de­tenham de andar no caminho do Reino. Na verdade, convém a eles de te encorajar e es­timular nesta direção.

* * *

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18. Ó Senhor! Nesta, a Maior Revelação, Tu aceitas a intercessão dos filhos pelos pais. É esta uma das graças especiais, infinitas, des­ta, Revelação. Aceita, pois, Ó Tu, Senhor Bon­doso, o pedido deste, Teu servo, no limiar de Tua unicidade e submerge seu pai no oceano de Tua graça, porque esse filho se levantou para Te prestar serviço e, em todos os tem­pos, se esforça no caminho de Teu amor. Ver­dadeiramente; és Quem dá, o Perdoador e Bon­doso.

(OM, p. 18-19)

* * *

19. Trata a todos os teus amigos e parentes, até mesmo aos estranhos, com espírito de má­ximo amor e bondade.

20. Ó Servas do Senhor, O que Sustenta a Si Próprio! Esforçai-vos, para que possais al­cançar a honra e o privilégio determinado pa­ra as mulheres. Indubitavelmente, a glória das mulheres, a maior de todas, é serviço ao Seu limiar e submissão ante Sua porta; é pos­suir um coração vigilante e louvor ao incom-parável Deus; é sincero amor para com as ou-

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trás servas e imaculada castidade; é obediên­cia e consideração para com seus esposos e o cuidado de seus filhos; e é tranqüilidade e dig­nidade, perseverança na recordação do Senhor, e o maior entusiasmo e atração.

* *

21. A respeito de tua pergunta, sobre con­sulta de um pai com seu filho, ou de um fi­lho com seu pai, em assuntos de negócio ou comércio: consulta é um dos elementos fun­damentais do alicerce da Lei de Deus. Esse tipo de consulta é seguramente aceitável, quer seja entre pai e filho, ou com outros. Não há nada melhor que isso. O homem deve consul­tar sobre todos os assuntos, porque isso o le­vará à origem de cada problema e o capacita­rá a encontrar a solução correta.

^ íK ^

22. Ó dois, carinhosos irmãos! Vosso afetuo­so irmão escreveu e mencionou vossos nomes, e muito os louvou e elogiou. Observai, o quan­to ele se sente atraído a vós e como os ama. Assim deveria ser um irmão, tão afetuoso e elevado espiritualmente, ao contrário do irmão

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de 'Abdu'1-Bahá, que é mais amargo do que veneno.

* * *

23. O pai deve sempre se esforçar para edu­car seu filho e de familiarizá-lo com os ensi­namentos celestiais. Deve sempre aconselhar e exortá-lo, ensinar-lhe uma conduta e cará­ter louváveis, capacitá-lo a receber treina­mento escolar e de ser instruído em tais ar­tes e ciências que sejam consideradas úteis e necessárias. Em resumo, que instile em sua mente as virtudes e perfeiçoes do mundo da humanidade. Acima de tudo, deveria continua­mente lembrá-lo de se recordar de Deus, de modo que suas palpitantes veias e artérias, possam pulsar com o amor de Deus.

* * *

24. O filho, por outro lado, deve demonstrar a máxima obediência para com seu pai, e de­veria comportar-se como um servo humilde e modesto. Dia e noite, deveria procurar diligen­temente de garantir o conforto e o bem-estar de seu amoroso pai e de se assegurar de sua boa-vontade. Deve esquecer-se de seu próprio descanço e prazer e constantemente se esfor-

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çar para levar alegria aos corações de seu pai e de sua mãe, para que assim possa alcançar a boa-vontade do Todo-Poderoso e ser bene-volamente ajudado pelas hostes invisíveis.

25. Tenhas teu esposo em alta estima e sem­pre lhe mostres um temperamento amigável, não importa quão mal-humorado esteja. Mes­mo que tua amorosa, bondade o torne mais amargo, manifestes tu mais bondade, mais ca­rinho, sejas amorosa e tolere suas ações cruéis e maus-tratos.

* * *

28. A variedade nas qualidades herdadas tem sua origem na força ou fraqueza da constitui­ção; isto quer dizer que, se os pais são fracos, os filhos serão fracos; se forem fortes, os fi­lhos serão robustos. Do mesmo modo, a pure­za do sangue exerce um grande efeito, pois o embrião puro é como a estirpe superior que existe nas plantas e animais. Por exemplo, ve­de como as crianças nascidas de pais e mães fracos e frágeis terão, naturalmente, uma constituição frágil e nervos fracos; serão an-

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gustiados e precipitadas; não terão paciência, nem resistência, nem resolução, nem perseve­rança, pois os filhos herdam a fraqueza e a de­bilidade dos seus pais.

Além disso, uma bênção especial é con­cedida a algumas famílias e gerações. Assim, é uma bênção especial que entre os descen­dentes de Abraão tenham vindo todos os Pro­fetas dos filhos de Israel. É uma bênção con­cedida por Deus a esta descendência: a Moisés, por parte de seu pai e sua mãe, a Cristo, por parte da linhagem materna, e também a Mao-mé e ao Báb, e a todos os Profetas e às San­tas Manifestações de Israel. A Abençoada Be­leza (1) é também um descendente direto de Abraão, pois Abraão teve além de Ismael e Issac, outros filhos, que, naqueles tempos, mi­graram para as terras da Pérsia e do Afega­nistão, sendo a Abençoada Beleza um dos seus descendentes.

Portanto, é evidente que também existe o caráter herdado em tal grau que, se os carac­teres não estiverem em conformidade com sua origem, embora fisicamente pertençam a essa linhagem, espiritualmente não são considera­dos membros da família, como Canãa (2), que

(1) BaháVl láh (2) Conforme Gênesis, 9:25

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não é reconhecido como pertencente à raça de Noé.

"Mas a diferença das qualidades no que se refere à cultura, é muito grande, pois a edu­cação tem grande influência. Através da edu­cação, o ignorante se torna erudito, o covarde se torna valente; através do cultivo, o ramo torto endireita-se, o fruto amargo e azedo das montanhas e florestas torna-se doce e delicio­so, e a flor de cinco pétalas adquire cem. Atra­vés da educação, nações selvagens se tornam civilizadas e mesmo os animais domesticados. A educação deve ser considerada de suma im­portância pois, assim como as moléstias no mundo dos corpos são extremamente contagio­sas, as qualidades do espírito e coração são do mesmo modo, extremamente contagiosas. A educação tem uma influência universal e suas conseqüências são muito grandes."

SAQ, p. 213-4 (EB p. 33-35)

% % %•

27. Assim também, pai e mãe suportam as maiores preocupações e privações por seus fi­lhos e, freqüentemente, quando estes alcan­çam a idade da maturidade, os pais partem

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para o outro mundo. Raramente acontece de verem neste mundo a recompensa do cuidado e da preocupação que tiveram com seus filhos. Os filhos, portanto, em retribuição a este cui­dado e a esta preocupação, devem ser caridosos e beneficientes, e devem implorar o perdão e a absolvição para seus pais. Assim sendo, em re­tribuição ao amor e carinho demonstrado por vosso pai, deveis dar aos pobres em seu no­me, implorar perdão e remissão de seus peca­dos com a maior submissão e humildade, e pe­dir para ele a suprema misericórdia.

SAQ, p. 231-232

* * *

28. Se, em uma única família, amor e con­cordância forem manifestadas, esta família progredirá, tornar-se-á iluminada e espiritual; mas, se inimizade e ódio existirem em seu seio, a destruição e dispersão serão inevitáveis.

PUP, p. 144-145

* * *

29. De acordo com os ensinamentos de Ba-há'u'lláh, sendo a família uma unidade huma­na, deve ser educada em conformidade com

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as regras de santidade. Todas as virtudes de­vem ser ensinadas à família. A integridade do laço familiar deve ser constantemente consi­derada, e os direitos dos membros individuais não devem ser transgredidos. Os direitos do filho, do pai, da mãe, nenhum deles deve ser transgredido, nenhum deles deve ser arbitrá­rio. Assim como o filho tem certas obrigações para com seu pai, do mesmo modo, o pai tem certas obrigações para com seu filho. A mãe e os outros membros da casa têm suas pró­prias prerrogativas. Todos estes direitos e prer­rogativas devem ser preservados e, ainda assim, a unidade da família tem de manter-se. A injúria de um deve ser considerada a in­júria de todos; o conforto de cada um, o con­forto de todos; a honra de um, a honra de todos.

PUP, p. 168 (EB, p. 104-105)

% % ^

30. A criança não deve ser oprimida ou cen­surada por estar pouco desenvolvida. Ela de­ve ser pacientemente treinada.

PUP, p. 180-181 (EB, p. 105)

* * *

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31. Quando amardes um membro de vossa família ou um compatriota, que o seja com um raio do Amor Infinito! Que o seja em Deus e por Deus. Se em qualquer um encontrardes os atributos de Deus, amai essa pessoa, seja ela de vossa família ou de outra.

PT, p. 38 (PAP, p. 33)

* * *

32. Esta é na realidade uma casa bahá'í. Ca­da vez que se inaugura tal casa ou local de reunião, ela se torna uma das maiores ajudas ao desenvolvimento geral da cidade e do país a que pertence. Encoraja o progresso das le­tras e da ciência, e é conhecida por sua inten­sa espiritualidade e pelo amor que espalha entre as pessoas.

PT, p. 72-76 (PAP, p. 60)

* * *

33. Considerai os maléficos efeitos da discór­dia e dissenção em uma família; em seguida refleti sobre os favores e bênçãos que recaem sobre essa família quando existe unidade en­tre seus diversos membros. Que incalculáveis benefícios e bênçãos recairiam sobre a grande

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família humana, se unidade e irmandade fos­sem estabelecidas! Neste século, quando os be­néficos resultados da unidade e os maléficos efeitos da discórdia são tão óbvios, os meios para alcançar e realizar a camaradagem hu­mana apareceram no mundo. Sua Santida­de Bahá'u'lláh proclamou e proveu o cami­nho pelo qual hostilidade e dissenção possam ser removidos do mundo humano .Ele não dei­xou lugar ou possibilidade para contenda e discórdia. Primeiro Ele proclamou a unidade da humanidade e ensinamentos religiosos es­pecializados para as condições humanas exis­tentes,

SW, vol. 17, n° 7, p. 232

* * *

34. Meu lar, é o lar da paz. Meu lar, é o lar de alegria e deleite. Meu lar, é o lar de risos e exaltação. Quem quer que entre pelos por­tais deste lar, tem que sair com um coração jovial. Este é o lar de luz; quem quer que aqui entre, tem que se tornar iluminado.

SW, vol. 20, n° 2, p. 52

* * *

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35. Criar uma família é sumamente impor­tante para o homem. Enquanto é jovem, de­vido à auto-complacência juvenil, não se dá conta de seu significado, mas isso será uma fonte de arrependimento quando envelhe­cer. . . Nesta gloriosa Causa, a vida de um ca­sal deveria assemelhar-se à vida dos anjos no céu — uma vida cheia de alegria e delícia es­piritual, uma vida de unidade e concórdia, uma amizade tanto mental como física. O lar deve ser ordeiro e bem organizado. Suas idéias e pensamentos devem ser como raios do sol da verdade e a radiância das brilhantes estre­las nos céus. Como dois pássaros, devem tri-nar melodias sobre os ramos da árvore da ca­maradagem e harmonia. Devem sempre estar exultantes de alegria e contentamento e se­rem uma, fonte de felicidade para os corações dos outros. Devem ser um exemplo para os outros homens, manifestar verdadeiro e since­ro amor um pelo outro e educar seus filhos de tal maneira, que proclame a fama e glória de sua família.

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EXCERTOS DE CARTAS ESCRITAS POR SHOGHI EFFENDI A CRENTES

INDIVIDUAIS

1. Solicito a se concentrar durante certo tempo sobre quaisquer meios que possa even­tualmente assegurar a boa-vontade, tole­rância e simpatia de seu esposo. Demonstre-lhe a máxima bondade e consideração e tente, no momento oportuno, fazer com que se dê conta do propósito e espírito da Fé. Orarei pe­lo sucesso de seus esforços neste contexto e de­sejo sua felicidade de todo o meu coração.

(20 de março de 1928)

* * *

2. Não me posso conter, em virtude do gran­de amor e simpatia que lhe dedico, a acrescen­tar eu mesmo, algumas poucas palavras, a fim de lhe enfatizar a necessidade de continua­mente mostrar o máximo respeito, considera-

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ção e amor a seu querido e respeitado esposo. Tenho grandes esperanças de que dependa, principalmente, de sua atitude e de sua con­sideração para como ele, a aceitação definitiva por parte dele da Causa que tanto ama e tão bem serve. Minha profunda solidariedade está consigo em suas ansiedades familiares que sei oprimem pesadamente seu coração. Oro para que possa alcançar em suas múltiplas ativi­dades o mais almejado desejo de seu coração.

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EXCERTOS DE CARTAS ESCRITAS EM NOME DE SHOGHI EFFENDI

(A menos que citado de forma diferente, os extratos a seguir são de cartas a crentes individuais)

1. É muito triste quando tais diferenças de opinião e crença ocorrem entre marido e mu­lher e, indubitavelmente, em tempos de difi­culdade. Entretanto a maneira como poderia ser remediado não é agindo de tal modo a que se aliene a outra pessoa. De fato, um dos obje­tivos da Causa é de ocasionar um laço mais ín­timo nos lares. Portanto, em todos os casos desta natureza, o Mestre costumava aconse­lhar obediência aos desejos da outra pessoa e oração. Ore para que seu esposo possa gradual­mente ver a luz e ao mesmo tempo aja de tal modo a atraí-lo para mais perto em vez de criar prevenção. Assim que esta harmonia es­teja assegurada então será capaz de servir sem impecilhos.

(15 de julho de 1928)

* * *

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2. Sob tais circunstâncias, o Mestre costu­mava solicitar aos amigos para serem pródigos em seu amor e se tornarem excepcionalmente obedientes a seus esposos. Tais indivíduos têm que ver por meio de atos que a Causa não veio para romper laços familiares mas para fortalecê-lo; não foi criada para enfraquecer instituições sociais mas para fortalecê-las.

(14 de outubro de 1928)

* * *

3. Seguramente Shoghi Effendi gostaria de vê-la e aos outros amigos, darem todo o seu tempo e energia para a Causa, pois estamos com grande necessidade de trabalhadores com­petentes, mas o lar é uma instituição que Ba-há'u'lláh veio para fortalecer e não para en­fraquecer. Muitas coisas infelizes acontece­ram em lares bahá'ís justamente por se ne­gligenciar este ponto. Sirva a Causa mas tam­bém lembre-se de seus deveres para com o seu lar. Compete-lhe encontrar o equilíbrio e ver que um não a faça negligenciar o outro. Te­ríamos muito mais esposos na, Causa se as es­posas fossem mais ponderadas e moderadas em suas atividades bahá'ís.

(14 de maio de 1929) * * *

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4. Um lar verdadeiramente bahá'í é uma verdadeira fortaleza na qual a Causa pode con­fiar enquanto planeja suas campanhas. Se . . . e . . . amam um ao outro e gostariam de se casar Shoghi Effendi não deseja que pensem que por fazê-lo estão privando-se do privilégio do serviço; de fato tal união intensificará sua habilidade para servir. Não há nada mais belo que ter jovens bahá'ís se casando e fundando lares verdadeiramente bahá'ís, do tipo que Ba-há'u'lláh deseja que sejam. Por favor dê a am­bos as amorosas saudações do Guardião.

(6 de novembro de 1932)

* * *

5. Um Deus que é somente amoroso ou so­mente justo não é um Deus perfeito. A divin­dade tem que possuir ambos os aspectos da mesma forma como todo pai deveria expres­sar ambos em sua atitude em relação a seus filhos. Se ponderarmos por algum tempo, ve­remos que nosso bem-estar pode, tão somente, ser assegurado quando ambos os atributos di­vinos são igualmente enfatizados e praticados.

(29 de abril de 1933)

* * *

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6. Não há limite para nossas ofertas para o Templo. Quanto mais damos, melhor o é para a Causa e para nós mesmos. Todavia, o seu ca­so é um caso especial, desde que seu esposo não é um crente. Se tiver sucesso em conven­cê-lo da importância de suas doações para a Causa tanto melhor. Porém, jamais deveria opor-se a ele neste assunto e permitir que qualquer coisa perturbe a paz e a unidade de sua vida doméstica.

(21 de setembro de 1933)

* * *

7. O Guardião deseja que eu a solicite espe­cialmente a permanecer paciente e confiante e, acima de tudo, a, que demonstre a seu espo­so a máxima bondade e amor em troca de toda a oposição e ódio que recebe dele. Uma atitude conciliatória e amistosa em tais casos não é somente o dever de todo o bahá'í mais também, é a maneira mais efetiva de conquistar para a Causa a simpatia e admiração de seus antigos adversários e inimigos. O amor é, em verdade, um elixir potentíssimo que pode transformar as pessoas mais vis e desprezíveis em almas celestiais. Possa seu exemplo servir para con-

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firmar ainda mais a verdade deste belo ensi­namento de nossa Fé.

(6 de dezembro de 1935)

* *

8. O Guardião... soube com profunda preo­cupação de suas dificuldades e contratempos familiares. Ele deseja que eu a assegure de suas orações fervorosas em seu nome e em nome de seus entes queridos em casa, paxá que possa ser guiada e ajudada do alto a conciliar suas diferenças e de restaurar completa harmonia e companheirismo entre vocês. Ao mesmo tempo que ele a solicitaria a fazer qualquer sa­crifício a fim de ocasionar a unidde em sua fa­mília, ele não deseja que se sinta desencora­jada se seus esforços não derem quaisquer re­sultados imediatos. Deve fazer sua parte com absoluta fé de que assim fazendo está cum­prindo com seu dever como um bahá'í. O resto está seguramente, nas mãos de Deus.

* * *

9. Quanto à atitude de seu esposo em rela­ção à Causa; por mais inamistosa que possa

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ser, deve sempre ter esperança que através de meios conciliatórios e amigáveis, e com esfor­ço sábio, diplomático e paciente, pode gra­dualmente ter sucesso em conquistar sua sim­patia para com a Fé. Sob nenhuma circuns­tância deve tentar ditar ou impor a ele pela força suas convicções religiosas pessoais. Nem tão pouco deve permitir que sua oposição à Causa, impeçam seriamente suas atividades... Deve agir pacientemente, diplomaticamente e com confiança que seus esforços estão sendo guiados e reforçados por Bahá'u'lláh.

(23 de julho de 1937)

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10. Tornou-o muito feliz saber da recente confirmação de sua amiga.. . e de seu sincero desejo de servir e promover a Fé. Ele certa­mente orará em seu nome para que possa, ape­sar da oposição de seus pais e parentes, cada vez mais ganhar em conhecimento e compre­ensão dos Ensinamentos e tornar-se tão ani­mada com um zelo tal, a ponto de se levantar e trazer à Causa um grande número de seus antigos correligionários.

* * *

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11. Sob nenhuma circunstância, entretanto, dever permitir que seus pais se tornem com­pletamente alienados dela, sendo seu penho-rado dever de esforçar-se através de esforço paciente, contínuo e amoroso, por conquistar a simpatia deles para com a Fé, e até, talvez, ocasionar sua confirmação...

(6 de julho de 1938)

* * *

12. Com respeito a seus planos; o Guardião, de fato, aprova totalmente a sua visão de que;

não importa quão urgente e vital possam ser as exigências do trabalho de ensino, não deva, de maneira nenhuma, negligenciar na educa­ção de seus filhos, pois em relação a eles tem uma obrigação não menos sagrada que em re­lação à Causa.

Qualquer plano ou arranjo que possa atin­gir que combine seus deveres duplos em rela­ção à sua família e à Causa, e a lhe permitir de reassumir trabalho ativo no campo de en­sino pioneiro, e também de cuidar bem de seus filhos de modo a não pôr em risco o futuro deles na Causa, teria a irrestrita aprovação do Guardião.

(17 de julho de 1938) ^ ifc ^

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13. A Instituição do casamento, como esta­belecida por Bahá'u'lláh, ao mesmo tempo que dá a devida importância ao aspecto físico da união marital, considera-o como subordi­nado aos propósitos e às funções morais e espi­rituais com que foi investido por uma Provi­dência onisciente e amorosa. Somente quando a cada um destes diferentes valores é dada sua devida importância, e somente com base na subordinação do físico ao moral, e do carnal ao espiritual, podem ser evitados tais excessos e falta de firmeza nas relações maritais, como nossa época está tão lamentavelmente teste­munhando, e a vida doméstica será restituída à sua pureza original, preenchendo a verda­deira função para a qual foi instituída por Deus.

(8 de maio de 1939)

* * *

14. Ao mesmo tempo em que o Guardião aprecia muito o seu desejo de participar mais ativamente no campo de ensino, ele também dá-se conta que em deferencia aos desejos de seu esposo, para com quem tem deveres não menos sagrados e obrigatórios que aqueles que enfrenta como um crente, deve empenhar-se em fazer seus planos de tal modo a não estar

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muito distante dele, particularmente desde que ele mesmo está ansioso de que não dissol­va, por mais temporário que seja, sua vida em família.

(5 de junho de 1939) * * *

15. Apesar disto, o Guardião é grato que ele (seu esposo) em princípio não objeta a que participe de reuniões bahá'ís e lhe dá total liberdade para participar de todas as ati­vidades locais bahá'ís. Ainda que possa in­sistir em que obtenha seu consentimento em tais assuntos, não deve se sentir magoada ou desencorajada, mas preferivelmente deve con­tinuar, de maneira amistosa e conciliatória, a empenhar-se em conquistar sua simpatia para com a Causa. Não pode ter nenhuma razão séria paxá qualquer ressentimento real con­tra ele, a menos que ele interfira indevida­mente em seu trabalho bahá'í e a impeça de desimcumbir-se de suas vitais obrigações espi­rituais e administrativas para com a Fé.

No entretempo o Guardião orará para que suas esperanças de vê-lo bem confirmado e ati­vo na Causa possam se realizar, e que também possa ser guiada a adotar em relação a ele uma verdadeira atitude baháí tal, que venha a ajudar a despertar ainda mais suas simpa-

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tias para com a Fé e acelerar as energias espiri­tuais latentes em seu coração ao ponto de oca­sionar sua total confirmação na Causa. Tenha certeza e confiantemente persista em seus es­forços.

(5 de agosto de 1939)

* * *

16. A tarefa de criar uma criança ba-há'í, como enfatizado repetidamente nos es­critos baháls, é a principal responsabilidade da mãe, cujo privilégio incomparável é, ver­dadeiramente o de criar em seu lar condições tais como as que seriam mais conducentes tanto para o seu bem-estar material e espiri­tual como para o seu progresso. O treinamen­to que uma criança inicialmente recebe por intermédio de sua mãe constitue a mais rija fundação para o seu futuro desenvolvimento e portanto deve ser a preocupação preeminen-te de sua esposa... de doravante empenhar-se em dar a seu filho recém-nascido um trei­namento espiritual tal que venha a capacitá-lo mais tarde a totalmente assumir e adequa­damente se desincumbir de todas as responsa­bilidades e deveres da vida bahá'í.

(16 de novembro de 1939)

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17. Ele notou com sentimentos de admiração genuína seu anseio de servir no campo de en­sino pioneiro, mas está pesaroso de ouvir que suas circunstâncias domésticas não permitem que realize este querido desejo de seu coração.

Ao mesmo tempo em que entusiastica-mente aprecia seu anseio de trabalhar para a Fé em territórios distantes e até então vir­gens, ele sente que, em vista da oposição de seu esposo, e também em consideração às necessi­dades de seus filhos por uma ajuda e guia próxima, deve, no momento presente, empe­nhar-se em vez disto, em trabalhar em locali­dades virgens nas proximidades de . . . ou das cidades próximas.

(7 de novembro de 1940)

* * *

18. A questão do treinamento e da edu­cação de crianças no caso em que um dos pais não é bahá'í é algo que concerne tão somente aos próprios pais, que devem decidi-lo do mo­do que considerarem melhor e mais conducen-te à manutenção, a unidade de sua família, e ao bem-estar futuro de seus filhos. Entretan­to, uma vez que a criança alcance a maturida-

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de deve lhe ser dada total liberdade para esco­lher sua religião irrespectivamente dos desejos e anseios de seus pais.

(14 de dezembro de 1940, para a Assem­bléia Espiritual Nacional dos Bahá'ís da Índia)

* * *

19. . . . agora que ambos sentem o sincero de­sejo de se unirem em seus esforços para tornar feliz sua vida de casados, Shoghi Effendi acon­selha-a a fazer tudo que esteja em seu poder, através de amor e bondade, para conquistar o seu esposo para o seu lado e de remover seu preconceito contra a Causa.

(27 de novembro de 1941)

* * *

20. Sem dúvida ela não deveria se afligir se verificar que sua família não é receptiva aos ensinamentos — pois nem toda alma é espiri­tualmente iluminada. Na realidade, numero­sos membros das famílias dos próprios Profe­tas permaneceram sem se converterem, mes­mo em face do exemplo e da persuasão dos Manifestantes de Deus; portanto, os amigos não deveriam se angustiar por tais coisas, po­rém, preferivelmente, deixar o futuro daqueles

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a quem amam na mão de Deus, e por meio de seus serviços e devoção à Fé, conquistarem o direito de suplicarem por seu renascimento espiritual final.

(9 de março de 1942)

* * *

21. Por profundas que sejam os laços fami­liares, devemos sempre lembrar que os laços espirituais são muito mais profundos; são pe­renes e sobrevivem à morte, enquanto que la­ços físicos, a menos que apoiados por vínculos espirituais, estão confinados a esta vida. Deve fazer tudo que estiver em seu poder através da oração e do exemplo, para abrir os olhos de sua família para a Fé Bahá'í, mas não se aflija demasiadamente em virtude de suas ações. Volva-se para seus irmãos e irmãs ba-há'ís que estão vivendo consigo na luz do Rei­no.

(8 de maio de 1942)

* * *

22. Nossa Fé é tanto para crianças como para pessoas mais velhas, e seu coração se regozija

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quando vê ambos trabalhando juntos para le­var esta grande Mensagem de bem para toda humanidade.

(30 de novembro de 1942)

* * *

23. Com respeito à declaração do Guardião de que pioneirismo está condicionado ao con­sentimento dos pais e que seria necessário que eles concordassem, perguntastes se esta regra se aplica igualmente a filhos que são maiores de idade e àqueles que ainda não são maiores de idade.

(18 de janeiro de 1943 à Assembléia Es­piritual Nacional dos Bahá'ís do Irã — traduzida do persa)

* * *

24. Bahá'u'lláh recomendou com insistência o casamento a todas as pessoas como a manei­ra natural e correta de vida. Entretanto, Ele também deu grande ênfase em sua natureza espiritual, a qual, embora de modo algum im­pedindo uma vida física normal, é o aspecto mais essencial do casamento. Que duas pes­soas devam viver suas vidas em amor e har-

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monia é de importância muito maior do que serem consumidas pela paixão mutuamente. Um é uma grande rocha de arrimo para nela se apoiar em tempo de necessidade; a outra, a coisa puramente temporária que pode fenecer a qualquer tempo.

(20 de janeiro de 1943)

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25. O Guardião, em seus comentários... a respeito do relacionamento de pais e filhos, es­posas e esposos, na América, quis dizer que há uma tendência neste país a que os filhos se­jam demasiadamente independentes dos dese­jos de seus pais e falhos no respeito que lhes é devido. Esposas, também, em alguns casos, têm a tendência de exercer um grau injusto de dominação sobre seus esposos, o que, natu­ralmente, não está correto, tanto quanto que o esposo deva injustamente dominar sua es­posa.

(22 de julho de 1943)

* * *

26. Ele sente que deve mostrar por todos os-modos a seu esposo o maior amor e simpatia;:

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se estivermos em dúvida quanto a como de­vemos nos comportar como bahá'ís, deve­mos nos lembrar de 'Abdu'1-Bahá e estudar Sua vida e perguntar a nós mesmos o que Ele teria feito, pois Ele é nosso exemplo perfeito sob todos os aspectos. E saber quão terno Ele era e como Sua afeição e bondade brilhava qual a luz do sol sobre todos.

* * *

27. Seu esposo e sua criança têm direito a seu amor e lhes dão uma oportunidade maravi­lhosa de demonstrar sua fé na Causa.

Deveria também orar à Bahá'u'lláh para ajudar a uni-la com seu esposo e tornar seu lar um lar verdadeiro e feliz.

(9 de março de 1946)

* * *

28. Ele ficou muito triste de ver que está ten­do problemas em seu lar em virtude da Fé Bahál. Ele sente que deve fazer tudo que es­tiver em seu poder para promover o amor e a harmonia entre seu esposo e si mesma, em, be­nefício de vocês mesmos e em benefício de seus filhos. Entretanto, deve salientar para ele que todo homem é livre de procurar Deus por si próprio e que jamais procurará influenciá-lo

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ou até mesmo discutir a Fé Bahá'í com ele, se não o desejar, deverá deixá-la livre para par­ticipar nas reuniões. O Guardião espera que através de paciência, tato e oração, gradual­mente superará seu preconceito.

(16 de março de 1946)

* * *

29. Um bahá'í nunca é forçado a permanecer em um lugar especial; se não podia ganhar a vida em. . . e desejava estar perto de seus pais idosos estava muito certo em partir.

(1.° de abril de 1946)

* * *

30. Shoghi Effendi deseja que eu adicione esta nota com relação a seu casamento; ele não sente que qualquer crente, sob quaisquer que sejam as circunstâncias, pode jamais usar a Causa ou serviço à ela, como uma razão para abandonar seu casamento; o divórcio, como sabemos, é muito rigorosamente condenado por Bahá'u'lláh e somente premissas de ex­trema gravidade o justificam.

(7 de abril de 1947)

* * *

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31. Ele sente, com relação a seus problemas familiares, que deveria levantar estes assun­tos com sua assembléia, se deseja conselho; um dos deveres destas assembléias é de acon­selhar e ajudar os amigos e é seu privilégio de recorrer a sua assembléia.

(10 de abril de 1947)

* * *

32. Ele ficou muito feliz de ouvir de seu de­sejo de ajudar o trabalho de pioneirismo... Entretanto, ele não sente que suas atividades neste campo devam ser uma causa de desar-monia entre si e seu estimado esposo, e ele lhe assegura que orará por ele nos Sepulcros Sa­grados, para que Deus possa despertá-lo para uma percepção do significado de nossa Fé e es­timulá-lo em seu serviço.

(30 de abril de 1947)

33. Bahá'u'lláh declarou claramente que o> consentimento de todos os pais vivos é exigido para um casamento bahá'í. Isto tanto se apli­ca, se os pais são bahá'ís ou não-bahá'ís, di­vorciados a anos ou não. Ele estabeleceu esta,

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grande lei para fortalecer a estrutura social, para entrelaçar mais os vínculos do lar, para depositar uma certa gratidão e respeito nos corações dos filhos para com aqueles que lhes deram a vida e enviaram suas almas na via­gem eterna em direção ao seu Criador. Nós baháls, devemos compreender que na socieda­de atual está ocorrendo o processo exatamente oposto: pessoas jovens importam-se cada vez menos com os desejos de seus pais, o divórcio é considerado um direito natural e obtido sob os pretextos mais insignificantes, injustificá­veis e indignos. As pessoas separadas, especial­mente se uma delas tem a custódia total dos filhos, estão muito dispostas a menosprezar a importância do companheiro de casamento, também responsável, como um dos pais, por ter trazido estas crianças a este mundo.

Os baháls devem, através da rígida ade­rência às leis e ensinamentos bahá'ís, comba­ter estas forças corrosivas que estão tão rapi­damente destruindo a vida em família e a be­leza dos relacionamentos familiares, e arra­sando a estrutura moral da sociedade.

(25 de outubro de 1947, à Assembléia Espi­ritual Nacional dos Bahá'ís dos Estados Unidos)

* * *

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34 A respeito das perguntas que lhe fez: ele está seguro que, ainda que sob certos aspectos possa ser um encargo financeiro para seus fi­lhos, é para eles um privilégio de cuidar de si; é a mãe deles e lhes deu vida, e através da generosidade de Bahá'u'lláh estão agora atrai-dos à Sua Fé. Qualquer coisa que façam por si é recompensa pequena por tudo que fez por eles.

(20 de setembro de 1948)

# * #

35. Sua responsabilidade em relação a seu fi­lho e seu esposo é muito grande e o Guardião* espera que seu trabalho em breve alcançará um ponto em que possa retornar, pelo menos por algum tempo, para eles e lhes dar aquele amor e encorajamento que é a grande contribuição da mulher para a vida em família.

(5 de agosto de 1949)

* * *

36. Ele ficou particularmente satisfeito em ouvir que suas relações familiares são tão satis-

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fatórias e sente que está fazendo a coisa certa acatando aos desejos de seu esposo e permane­cendo no exterior por mais tempo.

A muito tempo o Guardião sente que os bahá'ís americanos ,em alguns casos, não estão vivendo de acordo com o ideal do casamento exposto por Bahá'u'lláh. Eles são propensos a serem influenciados pela atual atitude superfi­cial e egoísta das pessoas em relação ao laço matrimonial. Conseqüentemente, ao ver que está vivendo com êxito de acordo com o padrão bahá'í, dando o melhor de si e preservando este vínculo sagrado que tem com seu esposo, ele está realmente muito feliz. Ele espera que ve­nha a estar em uma situação para ser um exemplo para outros. Pois ele desaprovava a maneira como alguns baháls, em nome do ser­viço à Causa, se desembaraçaram de seus es­posos, ou vão e conseguem outros novos!

(2 de abril de 1950)

* *

37. É um dos ensinamentos essenciais da Fé que a unidade aeve ser mantida no lar. Natu­ralmente, isto não significa que qualquer membro da família tem o direito de influenciar a fé de qualquer outro membro; e se isto é com-

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preendido por todos os membros, então parece certo que a unidade seria exeqüível.

(6 de julho de 1952)

* * *

38. O Guardião orará para que sua mãe possa se tornar uma bahá'í e muito ativamen­te servir a Causa de Deus. Deve-se ter em mente que por viveres uma devotada vida bahá'í, sua mãe talvez será afetada tanto ou mais que por ler ou estudar. Quando se vê os efeitos dos Ensinamentos Bahá'ís na vida de outra pessoa, isto, freqüentemente, tem um resultado muito grande.

(12 de julho de 1952)

* * *

39. Ele sente que deva, de todas as manei­ras, fazer todo esforço para manter seu casa­mento intacto, especialmente para o bem de seus filhos, que, como todos os filhos de pais divorciados, podem tão somente sofrer de leal-dades conflitantes pois estão privados das bênçãos de um pai e uma mãe em um lar, para zelar por seus interesses e amá-los con­juntamente.

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Agora que compreende que seu esposo está doente, deve ser capaz de se reconciliar com as dificuldades que enfrentou emocionalmen-te com ele e, por mais que sofra, não tomar uma atitude implacável.

Sabemos que Bahá'u'lláh mui rigorosa­mente desaprovou o divórcio; e incumbe, real­mente, aos bahá'ís de fazer um esforço quase sobre-humano a fim de não permitir que um casamento seja dissolvido.

(6 de março de 1953)

^ ^ ^

40. O Guardião valoriza plenamente o seu desejo de sair como pioneira no momento pre­sente e ajudar a estabelecer a Fé em áreas vir­gens; todavia, não deve ir contra os desejos de seu esposo e forçá-lo a abandonar tudo a fim de que possa servir a Fé desta forma. Deve­mos ter em mente os desejos e direitos daque­les que estão intimamente ligados às nossas vidas.

Se seu esposo deseja que permaneça onde está, certamente há um vasto campo para en­sino lá.

(31 de julho de 1953)

* * *

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41. Seus filhos, ainda que inicialmente não sejam capazes de servir consigo no pioneiris-mo, estão certamente ajudando-a a assim o fa­zer, em virtude do espírito devotado e completa cooperação deles. A vida, na melhor das hipó­teses, está tão repleta de vicissitudes inespera­das' que deixar seus filhos em casa, não apre­senta, ele sente, quaisquer riscos adicionais. Eles são devotados à Causa e, sem dúvida, se­rão inspirados por seu exemplo.

(10 de agosto de 1953)

* * *

42. A respeito de sua pergunta quanto a sair como um pioneiro... o Guardião sente, em vis­ta da aversão de Bahá'u'lláh ao divórcio, que não é correto para um bahá'í, ainda que para o propósito de pionerismo, dissolver um casa­mento. Portanto, ele a urge a empenhar-se com todas suas capacidades a reconciliar-se com seu esposo, desde que ele considera que isso é mais importante do que saia para um território vir­gem como pioneira.

(27 de agosto de 1953)

* * *

43. . . . ele deseja que eu diga que ele favo­rece seu pioneirismo. Entretanto, se conside-

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rar que sua ida, para uma das Ilhas do Pací­fico como pioneiro, irá destruir seu relaciona­mento com seu pai, neste caso ele daria a su­gestão que talvez sua esposa possa ir agora e poderá então ver como as coisas se solucionam para reunir-se a ela mais tarde.

(27 de setembro de 1953)

* * *

44. O Guardião, em vista do fato de que seu esposo na realidade não deseja estar separado de si, mas ao contrário, está desejoso de man­ter seu casamento intacto, sente que, como um bahá'í, não tem o direito de destruí-lo em vir­tude de seu desejo de servir a Fé.

O casamento é uma instituição muito sa­grada. Bahá'u'lláh disse que seu propósito é o de promover a unidade. Se os amigos negli­genciarem, por amor à Causa, esta, instituição, colocam a Fé sob um prisma desfavorável an­te o público. Nestes dias os povos do mundo são tão imorais e tratam a instituição do ca­samento tão levianamente; e nós, os bahá'ís, em contraste com os povos do mundo, esta­mos tentando criar um alto padrão moral e reinstalar a santidade do casamento.

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Se seu esposo lhe permitir realizar uma certa quantidade de trabalho de ensino e oca­sionalmente viajar em prol do interesse da Fé, tanto melhor; entretanto, ele não pensa que a Fé deva ser transformada no objeto que destrói sua vida familiar.

(6 de junho de 1954)

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45. Ele sente, em vista das condições e dos sentimentos de seu esposo e considerando também que seus dois filhos mais velhos na­turalmente desejarão lhe ver, e, na verdade, devem vê-la de vez em quando, de modo que possa ajudá-los em suas vidas bahá'ís, que a coisa sábia para fazer é ir como pioneira com seu esposo para algum lugar dos Estados Uni­dos, onde seus serviços serão do maior valor.

(29 de julho de 1954)

* * *

46. Ele aprecia muito os serviços de pionei-rismo que prestou. Ele espera que doravante a senhora e seu esposo estarão aptos a servir a Fé juntos, unidos e devotadamente, por esta ser

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a mais alta forma de cooperação bahá'í no ca­samento.

(3 de março de 1955)

* * *

47. Se a condição de saúde de seus pais é tal que sua presença é realmente necessária, então não deveria deixá-los. Entretanto, se existe algum outro parente que poderia cui­dar deles, então poderia ajudar com o traba­lho em. . . e ajudar os amigos a estabelecerem a Fé em bases sólidas ali.

(28 de outubro de 1955)

* * *

48. Ele orará para que a oposição de seu esposo e irmã possa ser transformada, através de seus próprios atos de amor, bondade e a paciência e tolerância que lhes demonstre.

(20 de março de 1956)

* * *

49. Onde quer que haja uma família bahá'í, aqueles envolvidos devem de todas as manei­ras fazer tudo que podem para preservá-la, porque o divórcio é rigorosamente condenado

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nos Ensinamentos, enquanto que harmonia unidade e amor são mostrados como os mais altos ideais nas relações humanas. Isto deve sempre se aplicar aos bahá'ís, quer estejam servindo no campo de pioneirismo ou não.

(9 de novembro de 1956, à Assembléia Espiritual Nacional dos Bahá'ís da Amé­rica Central)

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50. Ele sente que agora que encontrou o ob­jeto de sua procura interior e tem como uma alegria adicional em sua vida a nossa glorio­sa Fé, deve ser mais bondosa com seu esposo e ter mais do que nunca consideração, e fazer tudo que estiver em seu poder para fazê-lo sentir que isto não a afastou dele, mas so­mente fez o seu amor por ele, e seu desejo de ser uma boa esposa para ele, maior. Se finalmente ele será capaz de se tornar um bahá'í ou não, é algo que somente o tempo pode dizer; todavia, não há dúvida onde está seu dever, e isto é de fazer com que aprecie o fato de que sua nova afiliação não interfe­riu de qualquer forma com a vida doméstica e o casamento dele, mas, ao contrário, forta­leceu a ambos.

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É muito difícil, quando se encontra o que se sabe ser a verdade, de ficar inativo e ver um parente próximo completaimente cego para isto. A tentação é de tentar "despertá-los e fazer com que vejam a luz", porém isto é freqüentemente desastroso. O silêncio, o amor e a paciência conquistarão maiores vi­tórias em tais casos. Entretanto, seu esposo não tem o direito de lhe pedir que deixe de ser bahá'í. Isto é ir longe demais. Ninguém deve violar o vínculo sagrado que todo ser humano tem o direito de ter com seu Criador.

(20 de abril de 1957)

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51. Entretanto, como sem dúvida sabe, Ba-há'u'lláh afirmou que o propósito do casa­mento é o de promover unidade, de modo que deve ter isto em mente quando tratar com seus parentes nãobahá'ís; não se pode espe­rar que sintam do modo como nós o fazemos em questões de amizade racial e não devemos impor nossos pontos de vista a eles, mas, pre-ferivelmente, tratar de educá-los com amor e sabedoria.

(30 de agosto de 1957)

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EXCERTOS DE MENSAGENS DA CASA UNIVERSAL DE JUSTIÇA

(Os extratos a seguir, a não ser quando in­dicado de modo diverso, foram dirigidos a crentes individuais)

1. A respeito de sua outra pergunta rela­tiva ao relacionamento tenso entre a senhora e sua sogra e o que pode fazer para aliviar a situação, sentimos que deva, com a ajuda e em consulta com seu esposo, perseverar em seus esforços para alcançar a unidade na fa­mília. Da, descrição da atitude inamistosa que sua sogra demonstra para consigo, é óbvio que não terá uma tarefa fácil. Entre­tanto, a questão importante é que, como um bahá'í, está consciente da admoestaçao de 'Abdu'1-Bahá para que se concentre nas boas qualidades do indivíduo e que esta maneira de tratar sua sogra pode fortalecê-la em sua re­solução de alcançar a unidade. E além disso

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perseverança na oração lhe dará a força para continuar em seus esforços.

(6 de setembro de 1970)

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2. Um bahá'í que tem um problema pode desejar tomar sua própria decisão a respeito, depois de orar e depois de pesar todos os as­pectos do mesmo em sua própria mente; ele pode preferir procurar o conselho de amigos individualmente ou de conselheiros profissio­nais tais como seu médico ou advogado, de modo que possa considerar tal conselho ao tomar sua decisão; ou num caso em que di­versas pessoas estão envolvidos como per exemplo numa situação de família, ele pode desejar reunir aqueles que são afetados de mo­do que possam chegar a uma decisão coletiva.

(19 de março de 1973, à Assembléia Es­piritual Nacional dos Bahá'ís do Canadá)

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3. Que o primeiro educador da criança é a mãe, não deveria ser surpreendente pois a orientação primária do infante é para sua mae. Esta provisão da natureza de modo algum

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diminui o papel do pai na família bahá'í. Além do mais, igualdade de status não signi­fica identidade de função.

(23 de junho de 1974)

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4 Ao considerar os problemas que o senhor e sua esposa estão passando, a Casa de Jus­tiça salienta que a unidade de sua família deve ter prioridade quanto a qualquer outra consideração... Por exemplo, serviço à Cau­sa não deve gerax desatenção para com a fa­mília. É importante que disponha seu tempo de tal modo que sua vida doméstica seja har­moniosa e seu lar receba a atenção que ne­cessita.

Bahá'u'lláh também frisou a importân­cia da consulta. Não devemos pensar que es­te método digno de valor na procura de solu­ções está confinado às instituições adminis­trativas da Causa. Consulta em família em­pregando completa e franca discussão e animada pela conscientização da necessidade de moderação e equilíbrio, pode ser a pana-céia de conflitos domésticos.

(l.° de agosto de 1978)

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5. Ainda que serviços bahá'ís devam ser em­preendidos com um espírito de sacrifício, não se pode perder de vista a importância dada em nossos Escritos Sagrados às responsabilidades depositadas nos pais em relação a seus filhos, assim como aos deveres dos filhos em relação a seus pais.

(19 de novembro de 1978)

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6. A Casa Universal de Justiça recebeu sua carta de 16 de outubro de 1980, anexando uma carta da Assembléia Espiritual de Howick fa­zendo perguntas que surgiram decorrentes da leitura do livro "Quando crescemos", de Ba-híyyih Nakhjavání, e nos instruiu a transmi­tirmos o seguinte:

A Casa de Justiça sugere que todas as de­clarações nas Escrituras Sagradas a respeito de áreas específicas de relacionamento entre homens e mulheres devem ser consideradas à luz do princípio geral da igualdade entre os sexos, que foi enunciado repetida e autoriza-damente nos Textos Sagrados. Em uma de Suas Epístolas 'Abdu'1-Bahá afirma: "Nesta era divina as bênçãos de Deus abarcaram o mundo das mulheres. Igualdade de homens

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e mulheres, exceto em alguns casos negligen-ciáveis, foi total e categoricamente anunciada. Diferenças foram completamente removidas." Que os homens e as mulheres diferem uns dos outros em certas características e funções é um fato inescapável da natureza; o fato im­portante é que 'Abdu'1-Bahá considera tais de­sigualdades, como as que ainda persistem en­tre os sexos, como sendo "negligenciáveis".

O relacionamento entre esposo e esposa tem que ser visto no contexto do ideal bahá'í da vida em família. Bahá'u'lláh veio para tra­zer a unidade ao mundo, e uma unidade fun­damental é a da família. Portanto, deve-se crer que a Fé é intencionada a fortalecer a família, não a enfraquecê-la, e uma das chaves para o fortalecimento da unidade é amorosa con­sulta. A atmosfera dentro de uma família bahá'í, da mesma forma que dentro da co­munidade como um todo, deve expressar "a idéia fundamental da Causa de Deus", a qual, o amado Guardião afirmou, '"não é autori­dade ditatorial, mas humilde companheiris­mo, nem poder arbitrário, mas espírito de franca e amorosa consulta."

A família, entretanto, é uma espécie de "comunidade" muito especial. O Departa­mento de Pesquisa não se deparou com qual­quer declaração que especificamente cita o

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pai como responsável pela, "segurança, pro­gresso e unidade da família", como está decla­rado no livro de Bahíyyih Nakhjavání, porém pode ser deduzido de várias responsabilidades a ele atribuídas, que o pai pode ser considerado como o "cabeça" da família. Os membros de uma família têm todos deveres e responsabi­lidades uns para com os outros e para com a família como um todo, e estes deveres e responsabilidades variam de membro para membro em virtude de seus naturais relacio­namentos. Os pais têm o dever inescapável de educar seus filhos — porém o inverso não se dá; os filhos têm o dever de obedecer a seus pais — os pais não obedecem aos filhos; a mãe — não o pai — dá à luz aos filhos, amamen-ta-os na infância, e é, assim, o seu primeiro educador, conseqüentemente as filhas têm um direito a educação anterior ao dos filhos e, como o secretário do Guardião escreveu em seu nome, "A tarefa de criar uma criança bahá'í como enfatizado repetidamente nos Es­critos Bahá'ís, é a principal responsabilidade da mãe, cujo privilégio incomparável é, ver­dadeiramente, o de criar em seu lar condições tais como as que seriam mais conducentes tanto para o seu bem-estar material e espiri­tual, como para o seu progresso. O treina­mento que uma criança inicialmente recebe

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por intermédio de sua mãe constitui a mais rija fundação para o seu futuro desenvolvi­mento." Um corolário desta responsabilidade da mãe é seu direito de ser sustentada por seu esposo — um esposo não tem direito explí­cito de ser sustentado por sua esposa. Este princípio da responsabilidade do esposo de prover para a família e protegê-la pode ser visto também aplicado na lei de falta de testamento que prevê que o local de residên­cia da família passa, por ocasião da morte do pai, não para sua esposa, mas para seu filho mais velho; o filho na mesma oportuni­dade, tom a responsabilidade de cuidar de sua mãe.

É neste contexto de deveres e responsa­bilidades mútuas e complementares que se deveria ler a Epístola em que 'Abdu'1-Bahá dá a seguinte exortação:

"Ó Servas do Senhor, O que Susten­ta a Si Próprio! Esforçai-vos, para que possais alcançar a honra e o privilégio determinado para as mulheres. Indubi­tavelmente, a glória das mulheres, a maior de todas, é serviço ao Seu limiar e submissão ante Sua porta; é possuir um coração vigilante e louvor ao incompa-

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rável Deus; é sincero amor para com as outras servas e imaculada, castidade; é obediência e consideração para com seus esposos e a educação e cuidado de seus fi­lhos; e é tranqüilidade e dignidade, per­severança na recordação do Senhor, e o maior entusiasmo e atração."

Esta exortação ao grau máximo de espi­ritualidade e auto-abnegação, não deve ser lida como uma definição legal dando ao es­poso autoridade absoluta sobre sua esposa, pois, em uma carta escrita a um crente indi­vidual em 22 de julho de 1943, o secretário do amado Guardião escreveu em seu nome:

"O Guardião, em seus comentários. .. a respeito do relacionamento de pais e fi­lhos, esposas e esposos na América, quis dizer que há uma tendência neste país a que os filhos sejam demasiadamente inde­pendentes dos desejos de seus pais e fa­lhos no respeito que lhes é devido. Espo­sas, também, em alguns casos têm a ten­dência de exercer um grau injusto de do­minação sobre seus esposos, o que, natu­ralmente, não está correto, tanto quanto que o esposo deva injustamente dominar sua esposa."

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Em qualquer grupo, por mais amorosa que seja a consulta, existem, não obstante, pontos em que, ocasionalmente, não se pode alcançar uma concordância. Numa Assem­bléia Espiritual este dilema é resolvido pelo voto da maioria. Entretanto, não pods haver maioria onde somente duas partes estão en­volvidas, como no caso de esposo e esposa. Existem, portanto, ocasiões em que a esposa deve submeter-se a opinião do seu esposo, e ocasiões quando o esposo deve submeter-se a opinião de sua esposa, porém nenhum deles deve jamais injustamente dominar o outro. Em resumo, o relacionamento entre esposo e esposa deve ser como exposto na oração reve­lada por 'Abdu'1-Bahá que é freqüentemente lida nos casamentos baháls: "Verdadeira­mente, casam-se em obediência a Teu man­damento. Faze-os sinais de harmonia e união até o fim dos tempos."

Todos estes são relacionamentos dentro da família, porém existe uma esfera muito mais ampla de relacionamentos entre ho­mens e mulheres que no lar, e isto também devemos considerar no contexto da sociedade bahá'í, não no das normas sociais do passado ou presente. Por exemplo, ainda que a mãe seja a primeira educadora da criança e a mais

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importante influência formativa em seu de­senvolvimento, o pai também tem a responsa­bilidade de educar seus filhos, e esta respon­sabilidade é tão importante que Bahá'u'lláh declarou que um pai que falha em desempe­nhar-se dela, perde seus direitos* à paterni­dade. Similarmente, ainda que a responsabi­lidade primordial de sustentar a família fi­nanceiramente é colocada sobre o esposo, isto não implica, de qualquer modo, que o lugar das mulheres é confinado ao lar. Ao contrá­rio, 'Abdu'1-Bahá declarou:

"Nesta Revelação de Bahá'u'lláh, as mulheres caminham lado a lado com os homens. Em nenhum movimento serão deixadas para trás. Seus direitos são iguais em grau aos dos homens. Elas in­gressarão em todos os ramos administra­tivos da política. Em tudo atingirão tal nível como o que será considerado a mais alta posição no mundo da humanidade e participarão de todos os afazeres."

Paris Talks, p. 182

e novamente:

"Assim, virá a acontecer que quando as mulheres participarem total e igual-

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mente nos afazeres do mundo, entrarem confiante e capazmente na grande arena das leis e política, a guerra cessará;..."

The Promulgation of Universal Peace, p. 135.

Na Epístola do Mundo, o Próprio Bahá'u'lláh considerou que mulheres assim como homens seriam arrimos de família, ao declarar que:

"Cada um, seja homem ou mulher, deve entregar a, uma pessoa de confiança uma parte daquilo que ele ou ela ganha — por meio de algum ofício, ou mediante agricultura ou outra ocupação — para o ensino e a educação das crianças, sendo tal quantia gasta para esse fim com o co­nhecimento dos membros da Casa de Jus­tiça."

Epístolas de Bahá'u'lláh, reveladas após o Kitáb-i-Aqdás, p. 90

Um elemento muito importante para alcançar tal igualdade é a provisão de Bahá'u'lláh que rapazes e moças devem seguir essencialmente o mesmo currículo nas escolas.

Espera-se que as explicações acima e os respectivos comentários ajudarão a Assembléia

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Espiritual de Howick a resolver as questões for­muladas em sua carta.

Com amorosas saudações bahá'ís, O Departamento do Secretariado.

(28 de dezembro de 1980, à Assem­bléia Espiritual Nacional dos Bahá'ís da Nova Zelândia)

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