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Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XVIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste – Bauru - SP – 03 a 05/07/2013
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Uma introdução à temática das indústrias criativas: definições, características e
panorama brasileiro 1
Natália Fernanda Dário
2
Juliana Marques de Carvalho3
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Bauru, SP
RESUMO
O conceito de indústrias criativas teve início na Austrália, na década de 90, mas foi na
Inglaterra que ele ganhou mais força, a partir de um mapeamento do setor criativo do
país. A partir de então, essas indústrias que têm sua origem na criatividade e capacidade
de geração de riquezas por meio da exploração da propriedade intelectual têm ganhado
cada vez mais atenção por parte dos governos. No Brasil, foi lançado em 2011 o Plano
Brasil Criativo, uma iniciativa para a produção de políticas públicas para a área. Esse
artigo tem a intenção de fazer uma introdução ao tema, sendo resultado de pesquisa
bibliográfica realizada em um projeto de iniciação científica financiado pelo CNPq.
PALAVRAS-CHAVE: indústrias criativas; economia criativa; diversidade;
propriedade intelectual.
INTRODUÇÃO
O presente artigo é resultado de pesquisas bibliográficas desenvolvidas durante o
segundo semestre de 2012 no projeto de iniciação científica. Através desse artigo serão
expostas as informações e dados coletados com o objetivo de apresentar o projeto e
fazer uma introdução ao tema das indústrias criativas.
O projeto PIBIC (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica) “A
mediação crítica: o desenho institucional da diversidade e propriedade intelectual para
as indústrias criativas” é financiado pelo CNPq (Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e está sendo desenvolvido na Universidade
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, campus de Bauru. A pesquisa, que teve início
em agosto de 2012, término em julho de 2013 e possibilidade de renovação, conta com
orientação do Professor Doutor Juliano Maurício de Carvalho4 e é dividida em duas
frentes: uma responsável por pesquisar a questão da propriedade intelectual para as
1 Trabalho apresentado no IJ08 no XVIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste realizado de 3 a 5 de julho de 2013. 2 Estudante de Graduação do curso de Comunicação Social – Jornalismo da FAAC/UNESP, email:
[email protected] 3 Mestranda em Comunicação pela FAAC/UNESP, email: [email protected] 4 O presente artigo contou com colaboração e co-autoria do Professor Doutor Juliano Maurício de Carvalho.
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indústrias criativas e outra responsável pelo macrodescritor diversidade nesse tipo de
indústria.
O projeto baseia-se na busca por referências bibliográficas relacionadas às palavras-
chave “indústrias criativas” escritas entre os anos de 2003 e 2012, a fim de formular um
material que sirva de referência a futuras buscas sobre o tema.
Os referenciais coletados - documentos oficiais do Governo, artigos de periódicos,
teses, dissertações, apresentações em congressos, dentre outros possíveis - abordam
tanto a Economia Criativa quanto as Indústrias Criativas, permitindo traçar referenciais
teóricos sobre o assunto principal da pesquisa, assim como de tópicos pertinentes a este
– como a questão da carreira, o significado do trabalho, creative clusters e
aglomerações produtivas, empreendedores e gestores culturais, entre outros.
A pesquisa bibliográfica foi feita em sua maior parte com o auxílio da internet, nos
sites Scielo5, Google Acadêmico
6, Portal de Periódicos Capes
7 e Biblioteca Digital
Brasileira de Teses e Dissertações8. A procura por artigos também se deu em sites de
revistas e periódicos de Comunicação. Porém, o que se notou ao longo das buscas, foi
que o tema é bem recorrente em revistas que tratam sobre Cultura e Administração de
Empresas. Para complementar às buscas por artigos, foi feito um levantamento de
universidades brasileiras que possuem cursos de Pós-Graduação em Comunicação. A
partir desse levantamento, foram encaminhados e-mails para os responsáveis pelos
cursos a fim de verificar a existência de artigos, porém essa etapa não foi bem sucedida,
pois poucos e-mails foram respondidos e nenhum artigo foi encontrado.
Esse levantamento bibliográfico rendeu um número de 37 artigos selecionados –
dentre os quais 7 foram separados como pertinentes à políticas públicas, próxima etapa
da pesquisa – e 4 livros.
O que pode ser notado com as buscas é que as indústrias criativas constituem uma
temática de crescente interesse tanto no campo internacional quanto nacional. Com o
decorrer do artigo serão expostas as definições e características desse tipo de indústria,
assim como a situação dessas no cenário brasileiro.
Indústrias Criativas: o conceito e suas definições
5 http://www.scielo.org 6 http://scholar.google.com.br/ 7 http://www.periodicos.capes.gov.br/ 8 http://bdtd.ibict.br/
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O conceito de indústrias criativas teve sua origem na Austrália, no ano de 1994,
a partir do documento “Creative Nation”, que defendia a importância de aproveitar a
globalização e as mídias digitais a fim de enriquecer a criatividade dos indivíduos
contribuindo para um maior desenvolvimento do país9. Porém, foi no Reino Unido, ao
final da década de 90, que o termo “indústrias criativas” ganhou mais força. Diante da
problemática situação econômica global para a indústria tradicional foi promovido um
mapeamento do setor criativo no país, a fim de identificar os setores com maior
potencial de crescimento econômico e conhecer a participação desse setor no PIB, o
número de empregados, os investimentos públicos e privados, entre outros dados
(FIRJAN, 2008).
A definição mais utilizada por quem estuda as indústrias criativas, segundo Latoeira
(2007) é a proposta pelo Departamento de Cultura, Mídia e Esporte10
do Reino Unido
como “indústrias que têm sua origem na criatividade, habilidade e talentos individuais e
que apresentam um potencial para a criação de riqueza e empregos por meio da geração
e exploração da propriedade intelectual” (DCMS, 1998, p.5). No estudo desenvolvido
pela UNCTAD11
(2004) as indústrias criativas não se restringem somente nas atividades
de forte componente artístico, mas envolvem“any economic activity producing symbolic
products with heavy reliance on intellectual property and for aswide a market as
possible.”12
(UNCTAD, 2004).
Para o DCMS (1998), as atividades que compõe as indústrias criativas são: mercado
de artes e antiguidades, artesanato, design, indústria editorial, música, artes cênicas,
televisão, rádio, cinema e vídeo, softwares e sistemas de informática, softwares
interativos de entretenimento, publicidade, arquitetura e moda. Há de se ressaltar que
essas atividades econômicas não são relativamente recentes, mas que adquiriram
dimensões econômica e social novas a partir do surgimento da sociedade da informação
(JAGUARIBE, 2009) e que passam a conceituar a criatividade como principal fonte
(GOMES; COSTA; NASCIMENTO; HASS, 2012).
Como destaca Bendassolli (2008) o surgimento das indústrias criativas deve-se, ao
que ele denominou de “virada cultural”, ou seja, uma transformação de valores sociais e
culturais promovida pela emergência da sociedade da informação e a transição para
9 http://www.criaticidades.com.br/economia-criativa/ 10 DCMS, sigla original para Department for Culture, Midia and Sport. 11 Sigla de Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento. 12 “Qualquer atividade econômica produzindo produtos simbólicos com uma forte dependência da propriedade intelectual e para mercados tão amplos possíveis” (Trad. In: BUAINAIN, A. M.; MENDES, C. I. C.; SILVA, A. B. O.; CARVALHO, S. M. P. Indústria Criativa: direitos de autor e acesso à cultura.).
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valores pós-materialistas, ou bens-simbólicos (BENDASSOLLI; WOOD JR;
KIRSCHBAUM; CUNHA, 2008). Ou como determinam Costa e Souza-Santos (2011,
p.2), “as expressões „indústrias criativas‟ e „economia criativa‟ são relativamente
recentes, pois constituem produtos da „terceira revolução industrial‟”. Vale ressaltar que
as indústrias criativas têm ganhado cada mais vez atenção de estudiosos e dos Estados,
gerando diversas definições.
FONTE DEFINIÇÃO ATIVIDADES E SETORES
ENVOLVIDOS
DCMS
(1998)
São aquelas baseadas na criatividade,
habilidade e talento individuais. São
também aquelas que têm o potencial para gerar riqueza e trabalho por intermédio do
desenvolvimento da propriedade
intelectual.
Mercado de artes e antiguidades,
artesanato, design, indústria editorial,
música, artes cênicas, televisão, rádio, cinema e vídeo, softwares e
sistemas de informática, softwares
interativos de entretenimento, publicidade, arquitetura e moda.
UNCTAD
(2008)
Os ciclos de criação, produção e
distribuição de bens e serviços que usam a
criatividade e o capital intelectual como insumos primários. Compreendem um
conjunto de atividades baseadas no
conhecimento, que produzem bens tangíveis e serviços intangíveis
intelectuais ou artísticos, com conteúdos
criativos, valor econômico e objetivos de mercado.
Campo vasto e heterogêneo lidando
com a interação de várias atividades
criativas que vão desde artesanato, artes tradicionais, indústria editorial,
música, artes visuais e cênicas aos
setores com tecnologia mais intensiva e mais orientados para
serviços, como cinema, televisão,
rádio, novas mídias e design.
UNESCO
(2006)
O termo indústrias criativas abrange as
indústrias culturais mais toda a produção
cultural ou artística. As indústrias criativas são aquelas em que o produto ou
o serviço contém um elemento substancial
do esforço artístico ou criativo.
Compreendem as atividades das
indústrias culturais mais toda a
produção cultural ou artística, incluindo atividades como a
arquitetura e publicidade.
Wood Jr. et al.
(2009a,
2009b)
O termo indústrias criativas designa os setores nos quais a criatividade é uma
dimensão essencial. Essas indústrias se
destacam das demais pela sua ênfase na dimensão simbólica.
Teatro, cinema, publicidade, arquitetura, mercado de artes e de
antiguidades, artesanato, design,
design de moda, softwares interativos para lazer, música, indústria editorial,
rádio, TV, museus, galerias e
atividades ligadas às tradições
culturais.
Hartley
(2005)
A idéia de indústrias criativas busca
descrever a convergência conceitual e
prática das artes criativas (talento individual) com as indústrias culturais
(escala de massa), no contexto de novas
tecnologias midiáticas (TIs) e no escopo
de uma nova economia do conhecimento, tendo em vista seu uso por parte de novos
consumidores cidadãos interativos.
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Howkins (2005)
Indústria onde o trabalho intelectual é preponderante e onde o resultado
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alcançado é a propriedade intelectual.
Jaguaribe
(2006)
Indústrias criativas produzem bens e
serviços que utilizam imagens, textos e
símbolos como meio. São indústrias guiadas por um regime de propriedade
intelectual e [...] empurram a fronteira
tecnológica das novas tecnologias da
informação.
Música, audiovisual, multimídia,
software, broadcasting e todos os
processos de editoria em geral.
Jeffcut
(2000)
As indústrias criativas são formadas a
partir da convergência entre as indústrias
de mídia e informação e o setor cultural e das artes, tornando-se uma importante (e
contestada) arena de desenvolvimento nas
sociedades baseadas no conhecimento.
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Borges (2005)
Basicamente, são indústrias formadas pela convergência conceitual e prática entre as
artes criativas ou tradicionais, como a
joalheria e a dança; as indústrias culturais, à escala de massa, como a televisão, a
fotografia, o cinema e o rádio; e as novas
tecnologias de informação, principalmente
as de base digital ou eletrônicas, como a Internet, o DVD e assim por diante.
Indústrias que apresentam convergência entre artes criativas,
escala de massa e novas tecnologias.
Yúdice
(2007)
Indústrias que tem sua origem na
criatividade e cujo valor se mede na rentabilidade dos direitos de propriedade
intelectual que se vendem ou licenciam no
mercado, cada vez mais mercado de
exportação de bens e serviços voltados ao crescimento econômico.
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HNPT
(2000)
Uma gama de negócios orientados
comercialmente, cujos recursos primários são a criatividade e a propriedade
intelectual, e cuja sustentação se dá por
meio da geração de lucro.
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Tabela 1: Definições e setores que compõem as indústrias criativas
As várias definições encontradas para as indústrias criativas podem ser
explicadas pelo fato de que o termo varia de acordo com o contexto, país e estratégia
política em que é utilizado (UNESCO, 2006 in PEREIRA).
Para Borges (2005), as trocas nas indústrias criativas são o ponto culminante do
processo onde não há obra acabada ou uma conclusão, mas sim que o produto final são
as próprias conversações. Dessa forma o que passa a importar, mais que a produção de
commodities e produtos industriais, é a capacidade de criar, que coloca a criatividade
como fator relevante para as relações comerciais e a inserção econômica (COSTA;
SOUZA-SANTOS, 2011).
Mas além da criatividade, as indústrias criativas também apresentam
peculiaridades no que dizem respeito às características dos seus produtos, sua forma de
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produção e seu consumo, como destacam Bendassoli, Wood Jr., Kirschbaum e Cunha
(2008).
Componentes das indústrias criativas: Criatividade como elemento principal e
necessária para a geração de propriedade
intelectual;
Cultura tratada na forma de objetos
culturais;
Transformação dos significados em
propriedade intelectual e, portanto, em
valor econômico;
Convergência entre artes, negócios e
tecnologias.
Características da produção: Criatividade: expressão do potencial
humano de realização. Capacidade de
manipular símbolos e significados para
gerar algo inovador;
Arte pela arte: concepções estéticas e
artísticas têm forte influência sobre a
escolha e direcionamento dos recursos;
Uso intensivo de novas tecnologias:
descentralização das atividades. Pequenas empresas e comunidades usam das
Tecnologias da Informação e
Comunicação para disseminar as
criações;
Uso excessivo de equipes polivalentes:
coordenação de diferentes competências,
especialidades e recursos;
Características do produto: Variedade infinita: não há limites para a
produção;
Diferenciação vertical;
Perenidade: os produtos não são
exauridos em seu consumo.
Características do consumo: Artefatos de cultura: quando atendidas as
necessidades básicas, os indivíduos
passam a buscar bens ou serviços
supérfluos ou de luxo;
Reconstrução mercadológica: o
consumidor passa a ser agente ativo dos
ciclos de geração de valor econômico;
Instabilidade da demanda: capacidade
limitada de prever o sucesso comercial. Por outro lado a demanda dos
consumidores por novidades é ilimitada. Tabela 2: Características das indústrias criativas
Já a UNESCO (2008) destaca que essas indústrias possuem três tipos de
manifestações, que são: patrimônio cultural – representado pela identidade cultural
influenciada por aspectos sociais, étnicos, antropológicos, estéticos e históricos, e
subdividido em manifestações culturais tradicionais e locais culturais -; artes – valores
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de identidade e símbolos subdivididas em artes visuais e artes performáticas -; e mídia –
baseada na comunicação de grande audiência e subdividida em publicações e mídia
impressa, e audiovisual (COSTA; SOUZA-SANTOS, 2011)
A questão do trabalho nas indústrias criativas
As diversas literaturas existentes sobre as indústrias criativas proporcionam
informações referentes à formação e perfil dos trabalhadores das indústrias criativas e
de empreendedores culturais, às aglomerações produtivas, dentre outros.
Com relação aos trabalhadores nas indústrias criativas, Cunningham (2001)
aponta quatro dificuldades na sua identificação: os trabalhadores das indústrias criativas
são não-colaboradores entre si; há uma dificuldade de se identificar um padrão na mão-
de-obra; dentro de cada grupo profissional há muitas subcategorias e nenhuma das
ocupações tem massa suficientemente necessária para atrair uma atenção econômica ou
uma política contínua (FLACH; ANTONELLO, 2011).
Já com relação à formação dos profissionais que atuam nas indústrias criativas,
Flach e Antonello (2011), apontam que no Brasil, não há disciplinas em universidades –
tanto em graduação quanto em pós-graduação – que tratem do tema gestão cultural,
sendo que a alternativa para esses profissionais tem sido o investimento em MBAs
(Master in Business Administration). Limeira (2008) complementa que no Brasil há
uma ausência de tradição na formação de gestores, e que esses – também chamados de
empreendedores – são articuladores e forjadores de redes que expandem suas atividades
ao longo da cadeia criativa, preocupando-se com a venda e distribuição de produtos,
bens ou serviços culturais. Assim como destaca Souza (2011)
Nas indústrias criativas, a criatividade é a essência do negócio e são os
indivíduos criativos que dão origem à concepção e desenvolvimento dos produtos. Entretanto, a produção depende de outros atores, como promotores,
gestores, produtores, trabalhadores técnicos e distribuidores. Além disso, a
valorização do produto depende do trabalho de outras pessoas, como críticos e
outros profissionais dos meios de comunicação. (SOUZA, 2011, p. 31)
Esses produtores culturais e de atividades correlacionadas tendem a se aglomerar
em certos locais ou regiões o que possibilita relações sociais baseadas na
complementaridade, cooperação e interdependências. Nas indústrias criativas a
aglomeração produtiva mais encontrada é o que se chama de creative cluster, onde há
aglomerações de atividades de produção e circulação de bens e serviços simbólicos,
amparadas nas múltiplas criatividades dos indivíduos, tais como artística, de inovação e
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empreendedora, a fim de criar um novo valor econômico (LOIOLA; LIMA, 2008). Essa
criação de espaços direcionados para a implementação de indústrias criativas tem papel
fundamental na dinamização dessas áreas, uma vez que cria novas dinâmicas
populacionais, novas acessibilidades e novas centralidades, podendo ajudar também na
revitalização de espaços degradados (LATOEIRA, 2007).
A aposta nas indústrias criativas como factor dinamizador das cidades é uma atitude de afirmação de uma política baseada no homem e no seu poder de
criação, interagindo com o território para que este aumente a sua capacidade de
atractividade e se posicione num patamar superior de inovação e competitividade no contexto internacional. (LATOEIRA, 2007, p. 231).
Um estudo feito por Bendassolli e Borges-Andrade (2011) através de um
questionário 451 trabalhadores de diversas indústrias criativas do estado de São Paulo,
mostrou que para os trabalhadores dessa área, o trabalho possui um grande peso e
elevada centralidade sendo um importante fator de identidade. Nessa pesquisa conclui-
se que a maioria dos empregados no setor criativo, julga seu trabalho útil para a
sociedade e que muitos consideram que igualdade de tratamento, justiça e respeito são
valores pouco praticados no ambiente de trabalho (BENDASSOLLI; BORGES-
ANDRADE, 2011), além de
(...)Estudos mostram que a autonomia é uma faceta bastante desejada do trabalho das indústrias criativas, sendo uma das razões de escolha por essa
carreira (MENGER, 1999).
(...) para esses indivíduos, seu trabalho propicia crescimento por meio de
aprendizagem, além de ser prazeroso (...) (...) outro aspecto do ambiente de trabalho que poderia melhorar é a qualidade
das relações que nele são estabelecidas, ao lado do aspecto concernente à ética
(...) (...) Nas indústrias criativas, podemos pensar na possibilidade de uma
identificação emocional mais forte com a atividade realizada, quando
comparada com outros domínios laborais. (...) As outras duas variáveis antecedentes, sexo e concomitância de carreira,
não exerce influência na determinação do significado do trabalho.
(...) observamos que os profissionais atribuem maior utilidade a seu trabalho
quando pertencem a domínios das indústrias criativas que estabelecem um contato direto com o público.
(...) Para os profissionais pesquisados, seu trabalho tem significado na medida
em que lhes permite expressar-se, fazer-se ouvir e pôr em exercício suas competências e aspirações. (BENDASSOLLI; BORGES-ANDRADE, 2011, p.
152)
Também com relação ao trabalho nas indústrias criativas, Souza (2011) destaca
outras características pertinentes ao processo de criação no caso dos criadores
autônomos:
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“Perspectivas financeiras – instabilidade, baixas remunerações, carreira
incerta, diferenças substanciais em termos de reputação e ganhos (as
desigualdades de remuneração não são apenas toleradas, mas asseguradas ou
mesmo celebradas); Motivação - forte motivação intrínseca, a criação é um elemento essencial na
vida do artista, recompensas não-econômicas (a satisfação pessoal, intelectual e
estética é mais importante do que outras necessidades, como satisfazer um cliente ou pagar as contas);
Necessidade de reconhecimento - importância da exposição do trabalho e da
criação de obras reconhecidas como de um criador particular (o reconhecimento do nome no campo é um dos únicos meios de fazer valer o status profissional e
é a demonstração de que a arte é legítima e valorizada pela sociedade em geral);
Condições de trabalho – individualismo, autonomia, responsabilidade, risco,
flexibilidade, adaptabilidade, habilidades de pensamento divergente e intuitivo, valorização do talento individual como fator essencial da produção.” (SOUZA,
2011, p. 69)
Bendassolli e Wood Jr. (2010) em outro estudo relacionado ao trabalho nas
indústrias criativas, analisaram a carreira dos trabalhadores. A pesquisa consistiu em
entrevistas com 20 profissionais do setor criativo que residem e trabalham na cidade de
São Paulo encontrando os seguintes resultados:
Escolha profissional Influência da família;
Precocidade;
Migração de atividade paralela para
atividade principal;
Socialização na carreira Processos de identificação e construção
de identidade no trabalho:
- singularidade
- inspiração
- necessidade vital
Aprendizado necessário para exercer a
atividade criativa: - auto-aprendizado
Competências necessárias para exercer a
profissão:
- talento
- ascetismo
-cognição
-comunicação
Condução do trabalho e da carreira Maneira como lidam com o ambiente:
-atividade paralela
- diversificação da produção
-buscar prêmios e reconhecimento
Formação de redes e relacionamentos;
Características do trabalho (divergências
nas respostas);
Processo criativo:
-insight
- brainstorm
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-pesquisa
-reprodução
Mudanças na trajetória de carreira Alteração de estilo;
Cena independente;
Estratégias de restabelecimento ou busca
de um novo posicionamento;
Continuidade da carreira Reconhecimento;
Remuneração. Tabela 3: Resultados da pesquisa realizada por Bendassoli e Wood Jr. sobre a carreira nas indústrias criativas
Panorama das Indústrias Criativas no Brasil
No Brasil o debate sobre as Indústrias Criativas iniciou-se com a realização da
XI reunião ministerial da UNCTAD, em 2004. Apesar do potencial criativo e da
diversidade cultural que o país possui, este setor ainda está em desenvolvimento13
. Um
dos maiores obstáculos para o seu aumento é a baixa distribuição de recursos para o
financiamento dos negócios nesta área, pouca infraestrutura na distribuição e difusão
dos bens e serviços e a destinação de baixos recursos para a capacitação dos que atuam
na cadeia produtiva deste tipo de indústrias (LEITÃO; GUILHERME; OLIVEIRA;
GONDIM, 2011). Nesta perspectiva, o Estado tem papel fundamental no fortalecimento
dessas indústrias, tanto na destinação de recursos, quanto na elaboração de políticas
públicas que propiciem o desenvolvimento de pólos responsáveis por articular os
arranjos produtivos locais.
Porém, há de se perceber um avanço no modo como o Governo Brasileiro vem
dando atenção à cultura e mais recentemente às indústrias criativas. Como ressalta
Barbalho (2007), a partir do primeiro mandato de Lula como Presidente da República,
junto com o comando de Gilberto Gil no Ministério da Cultura, o país passou a
participar mais de debates a respeito de políticas culturais e diversidade. Atualmente,
com o governo de Dilma Rousseff foi criada a Secretaria da Economia Criativa
(Decreto 7743 de 1º de junho de 2012) e lançado o Plano Brasil Criativo, demonstrando
um maior interesse do Governo para com essa “nova economia”.
A FIRJAN – Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro - elaborou
em 2008, de forma pioneira, um documento com estudos e dados sobre as indústrias
criativas no país. Esse documento divide a chamada “cadeia da indústria criativa” em
três grandes áreas:
Em primeiro lugar, tem-se o que se denominou de núcleo da indústria criativa, que são basicamente uma adaptação dos 13 segmentos do estudo britânico,
13Plano da Secretaria da Economia Criativa (2011).
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referendados pelo documento da UNCTAD. A definição do núcleo da indústria
criativa adotada neste estudo inclui os segmentos de Expressões Culturais, Artes
Cênicas, Artes Visuais, Música, Filme & Vídeo, TV & Rádio, Mercado
Editorial, Software & Computação, Arquitetura, Design, Moda e Publicidade. Depreende-se, assim, que o núcleo é composto essencialmente de serviços, que
têm a atividade criativa como parte principal do processo produtivo.
Em seguida, encontram-se as áreas relacionadas, envolvendo segmentos de provisão direta de bens e serviços ao núcleo e compostos em grande parte por
indústrias e empresas de serviços fornecedoras de materiais e elementos
fundamentais para o funcionamento do núcleo. Finalmente, observou-se que a cadeia é composta de um terceiro grupo de atividades, de provisão de bens e
serviços de forma mais indireta. (...) Desta forma, para avaliar a importância
econômica da indústria criativa, é fundamental percebê-la como uma cadeia,
onde se incluem os setores de provisão direta ao núcleo – denominadas atividades relacionadas – e os setores de provisão indireta – ou apoio. (FIRJAN,
2008, p. 13)
Esse mesmo estudo da FIRJAN traz informações importantes relacionadas às
indústrias criativas brasileiras, contendo dados como número de empregados no núcleo,
renda, número de estabelecimentos dentre outros. Em 2011, a FIRJAN lançou uma nota
técnica complementar a esse primeiro estudo atualizando os dados fornecidos.
Categorias avaliadas 2008 2010
Emprego 638 mil trabalhadores formais no núcleo do setor
criativo (em todo o país)
771 mil trabalhadores formais no núcleo do setor criativo (em todo
o país)
Remuneração Média Mensal Renda média mensal dos trabalhadores do núcleo é de
R$1.666,00
Renda média mensal dos trabalhadores do núcleo é de
R$2.296,00
Número de estabelecimentos 52,3 mil empresas que atuavam no núcleo criativo
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Participação no PIB (de toda a cadeia criativa)
16,4%, o equivalente a
381,3 bilhões
18,2%, o equivalente a R$667
bilhões
Tabela 4: Comparação dos dados apresentados pela Firjan em 2008 e 2011
O relatório da FIRJAN de 2008 também aponta que os setores que apresentam a
maior parcela da indústria criativa nacional são a Arquitetura, Moda e o Design, em
ordem decrescente, seguidos por Software, Mercado Editorial, Televisão, Filme e vídeo,
Artes visuais, Música, Publicidade, Expressões culturais e Artes Cênicas.
Porém a economia criativa no Brasil não figura nem entre as 20 maiores do
mundo (COSTA; SOUZA-SANTOS, 2011), mas como aponta o relatório da FIRJAN, o
cenário criativo tem crescido nos últimos anos. Com a gestão de Gilberto Gil no
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Ministério da Cultura, o país passou a dar grande atenção ao papel da cultura na relação
com o desenvolvimento, especialmente no que se refere à questão da economia da
cultura (MIGUEZ, 2008). Outro grande passo dado para despertar a atenção do Governo
para as indústrias criativas foi a indicação da brasileira Edna dos Santos-Duisenberg
para o posto mais alto do programa de Economia e Indústrias Criativas das Nações
Unidas pra o Comércio e Desenvolvimento (COSTA; SOUZA-SANTOS, 2011).
Atualmente com o governo de Dilma Rousseff, a criação da Secretaria da
Economia Criativa e a elaboração do Plano Brasil Criativo, o setor criativo brasileiro
começou a ganhar mais atenção do Estado, passando a ser objetivo de políticas públicas.
Contudo, no Plano proposto são apontados quatro desafios nessa área:
1. Levantamento de informações e dados da economia criativa: ausência de
pesquisas que contemplem de modo amplo os diversos setores desta economia, permitindo conhecer e reconhecer dados relativos às vocações e oportunidades
de empreendimentos criativos para a definição de políticas públicas;
2. Articulação e estímulo ao fomento de empreendimentos criativos: baixa disponibilidade de recursos financeiros para o financiamento de
empreendimentos desta natureza; desenvolvimento de tecnologias sociais para a
organização em redes e coletivos; 3. Educação para competências criativas: baixo investimento em capacitação
dos agentes atuantes nas cadeias produtivas destes setores, agentes cuja atuação
exige visão de mercado, capacidade de gestão e conhecimentos técnicos e
artísticos; 4. Produção, circulação/distribuição e consumo/fruição de bens e serviços
criativos: pouca infraestrutura no que se refere à produção,
circulação/distribuição e consumo/fruição de bens e serviços. (COSTA; SOUZA-SANTOS, 2011, p. 155)
Nesse cenário de desafios e boas expectativas para o setor criativo brasileiro, foi
criada em 2011 a Federação Nacional da Economia Criativa, que tem como objetivo
integrar trabalhadores e empreendedores da área, visando à capacitação e formação dos
profissionais, a criação de estudos e pesquisas sobre o tema e o desenvolvimento
regional (COSTA; SOUZA-SANTOS, 2011).
Assim, diversas áreas criativas brasileiras têm encontrado maneiras de firmar sua
importância. Na música o mercado alternativo tem se lançado em nichos e passou a usar
a rede de modo favorável. O cinema tem apostado em realizações digitais e festivais
nacionais. Na literatura vê-se um boom de pequenas editoras e autores novos, quase
todos figurados na internet. E nas artes plásticas as exposições virtuais têm ganhado
mais espaço (BORGES, 2005).
A Copa do Mundo de Futebol de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, que serão
realizados em solos brasileiros (SEVERO, 2010), assim como outros eventos esportivos
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de futebol e automobilismo, produções artísticas e turismo (COSTA; SOUZA-
SANTOS, 2011) terão a capacidade de desenvolver a economia criativa brasileira,
garantindo no futuro uma continuação do crescimento da mesma.
Conclusão
Pode-se perceber, através dos resultados obtidos durante a pesquisa, que a
temática das indústrias criativas vem ganhando cada vez mais atenção nos cenários
cultural e econômico mundiais, mas que o seu conceito ainda não está totalmente
definido – fato comprovado pelas diversas definições encontradas. Esse levantamento
bibliográfico possibilitou também a compreensão de que a criatividade é o conceito-
chave desse tipo de indústria e que as atividades que as compõe não são recentes, mas
que ganharam outra visão com o surgimento da sociedade da informação. Também é
possível pontuar que o setor criativo no Brasil está em crescimento, tanto em número de
trabalhadores, quanto em renda e participação no PIB, sendo possível destacar que esse
setor passou a ser alvo de políticas públicas por parte do Estado.
Através das pesquisas atuais, é possível concluir que a cultura, cada vez mais,
será vista como setor com vasto potencial econômico e com oportunidades para geração
e expansão de pequenos negócios e que atividades ligadas ao tema, em breve,
representarão um dos setores mais dinâmicos da economia mundial (SANTOS, 2006). É
também interessante destacar que a criatividade será capaz de impulsionar o
crescimento econômico, constituindo-se em uma alternativa de desenvolvimento, uma
vez que seus benefícios são tais como a geração de emprego e promoção da diversidade
cultural; entrelaçamento de economia, cultura, tecnologia e propriedade intelectual; um
sistema econômico baseado no conhecimento; e o desenvolvimento da inovação através
de políticas multidisciplinares (UNESCO, 2008).
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