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Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XVIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste Bauru - SP 03 a 05/07/2013 1 Uma introdução à temática das indústrias criativas: definições, características e panorama brasileiro 1 Natália Fernanda Dário 2 Juliana Marques de Carvalho 3 Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Bauru, SP RESUMO O conceito de indústrias criativas teve início na Austrália, na década de 90, mas foi na Inglaterra que ele ganhou mais força, a partir de um mapeamento do setor criativo do país. A partir de então, essas indústrias que têm sua origem na criatividade e capacidade de geração de riquezas por meio da exploração da propriedade intelectual têm ganhado cada vez mais atenção por parte dos governos. No Brasil, foi lançado em 2011 o Plano Brasil Criativo, uma iniciativa para a produção de políticas públicas para a área. Esse artigo tem a intenção de fazer uma introdução ao tema, sendo resultado de pesquisa bibliográfica realizada em um projeto de iniciação científica financiado pelo CNPq. PALAVRAS-CHAVE: indústrias criativas; economia criativa; diversidade; propriedade intelectual. INTRODUÇÃO O presente artigo é resultado de pesquisas bibliográficas desenvolvidas durante o segundo semestre de 2012 no projeto de iniciação científica. Através desse artigo serão expostas as informações e dados coletados com o objetivo de apresentar o projeto e fazer uma introdução ao tema das indústrias criativas. O projeto PIBIC (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica) “A mediação crítica: o desenho institucional da diversidade e propriedade intelectual para as indústrias criativas” é financiado pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e está sendo desenvolvido na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, campus de Bauru. A pesquisa, que teve início em agosto de 2012, término em julho de 2013 e possibilidade de renovação, conta com orientação do Professor Doutor Juliano Maurício de Carvalho 4 e é dividida em duas frentes: uma responsável por pesquisar a questão da propriedade intelectual para as 1 Trabalho apresentado no IJ08 no XVIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste realizado de 3 a 5 de julho de 2013. 2 Estudante de Graduação do curso de Comunicação Social Jornalismo da FAAC/UNESP, email: [email protected] 3 Mestranda em Comunicação pela FAAC/UNESP, email: [email protected] 4 O presente artigo contou com colaboração e co-autoria do Professor Doutor Juliano Maurício de Carvalho.

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Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XVIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste – Bauru - SP – 03 a 05/07/2013

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Uma introdução à temática das indústrias criativas: definições, características e

panorama brasileiro 1

Natália Fernanda Dário

2

Juliana Marques de Carvalho3

Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Bauru, SP

RESUMO

O conceito de indústrias criativas teve início na Austrália, na década de 90, mas foi na

Inglaterra que ele ganhou mais força, a partir de um mapeamento do setor criativo do

país. A partir de então, essas indústrias que têm sua origem na criatividade e capacidade

de geração de riquezas por meio da exploração da propriedade intelectual têm ganhado

cada vez mais atenção por parte dos governos. No Brasil, foi lançado em 2011 o Plano

Brasil Criativo, uma iniciativa para a produção de políticas públicas para a área. Esse

artigo tem a intenção de fazer uma introdução ao tema, sendo resultado de pesquisa

bibliográfica realizada em um projeto de iniciação científica financiado pelo CNPq.

PALAVRAS-CHAVE: indústrias criativas; economia criativa; diversidade;

propriedade intelectual.

INTRODUÇÃO

O presente artigo é resultado de pesquisas bibliográficas desenvolvidas durante o

segundo semestre de 2012 no projeto de iniciação científica. Através desse artigo serão

expostas as informações e dados coletados com o objetivo de apresentar o projeto e

fazer uma introdução ao tema das indústrias criativas.

O projeto PIBIC (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica) “A

mediação crítica: o desenho institucional da diversidade e propriedade intelectual para

as indústrias criativas” é financiado pelo CNPq (Conselho Nacional de

Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e está sendo desenvolvido na Universidade

Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, campus de Bauru. A pesquisa, que teve início

em agosto de 2012, término em julho de 2013 e possibilidade de renovação, conta com

orientação do Professor Doutor Juliano Maurício de Carvalho4 e é dividida em duas

frentes: uma responsável por pesquisar a questão da propriedade intelectual para as

1 Trabalho apresentado no IJ08 no XVIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste realizado de 3 a 5 de julho de 2013. 2 Estudante de Graduação do curso de Comunicação Social – Jornalismo da FAAC/UNESP, email:

[email protected] 3 Mestranda em Comunicação pela FAAC/UNESP, email: [email protected] 4 O presente artigo contou com colaboração e co-autoria do Professor Doutor Juliano Maurício de Carvalho.

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indústrias criativas e outra responsável pelo macrodescritor diversidade nesse tipo de

indústria.

O projeto baseia-se na busca por referências bibliográficas relacionadas às palavras-

chave “indústrias criativas” escritas entre os anos de 2003 e 2012, a fim de formular um

material que sirva de referência a futuras buscas sobre o tema.

Os referenciais coletados - documentos oficiais do Governo, artigos de periódicos,

teses, dissertações, apresentações em congressos, dentre outros possíveis - abordam

tanto a Economia Criativa quanto as Indústrias Criativas, permitindo traçar referenciais

teóricos sobre o assunto principal da pesquisa, assim como de tópicos pertinentes a este

– como a questão da carreira, o significado do trabalho, creative clusters e

aglomerações produtivas, empreendedores e gestores culturais, entre outros.

A pesquisa bibliográfica foi feita em sua maior parte com o auxílio da internet, nos

sites Scielo5, Google Acadêmico

6, Portal de Periódicos Capes

7 e Biblioteca Digital

Brasileira de Teses e Dissertações8. A procura por artigos também se deu em sites de

revistas e periódicos de Comunicação. Porém, o que se notou ao longo das buscas, foi

que o tema é bem recorrente em revistas que tratam sobre Cultura e Administração de

Empresas. Para complementar às buscas por artigos, foi feito um levantamento de

universidades brasileiras que possuem cursos de Pós-Graduação em Comunicação. A

partir desse levantamento, foram encaminhados e-mails para os responsáveis pelos

cursos a fim de verificar a existência de artigos, porém essa etapa não foi bem sucedida,

pois poucos e-mails foram respondidos e nenhum artigo foi encontrado.

Esse levantamento bibliográfico rendeu um número de 37 artigos selecionados –

dentre os quais 7 foram separados como pertinentes à políticas públicas, próxima etapa

da pesquisa – e 4 livros.

O que pode ser notado com as buscas é que as indústrias criativas constituem uma

temática de crescente interesse tanto no campo internacional quanto nacional. Com o

decorrer do artigo serão expostas as definições e características desse tipo de indústria,

assim como a situação dessas no cenário brasileiro.

Indústrias Criativas: o conceito e suas definições

5 http://www.scielo.org 6 http://scholar.google.com.br/ 7 http://www.periodicos.capes.gov.br/ 8 http://bdtd.ibict.br/

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O conceito de indústrias criativas teve sua origem na Austrália, no ano de 1994,

a partir do documento “Creative Nation”, que defendia a importância de aproveitar a

globalização e as mídias digitais a fim de enriquecer a criatividade dos indivíduos

contribuindo para um maior desenvolvimento do país9. Porém, foi no Reino Unido, ao

final da década de 90, que o termo “indústrias criativas” ganhou mais força. Diante da

problemática situação econômica global para a indústria tradicional foi promovido um

mapeamento do setor criativo no país, a fim de identificar os setores com maior

potencial de crescimento econômico e conhecer a participação desse setor no PIB, o

número de empregados, os investimentos públicos e privados, entre outros dados

(FIRJAN, 2008).

A definição mais utilizada por quem estuda as indústrias criativas, segundo Latoeira

(2007) é a proposta pelo Departamento de Cultura, Mídia e Esporte10

do Reino Unido

como “indústrias que têm sua origem na criatividade, habilidade e talentos individuais e

que apresentam um potencial para a criação de riqueza e empregos por meio da geração

e exploração da propriedade intelectual” (DCMS, 1998, p.5). No estudo desenvolvido

pela UNCTAD11

(2004) as indústrias criativas não se restringem somente nas atividades

de forte componente artístico, mas envolvem“any economic activity producing symbolic

products with heavy reliance on intellectual property and for aswide a market as

possible.”12

(UNCTAD, 2004).

Para o DCMS (1998), as atividades que compõe as indústrias criativas são: mercado

de artes e antiguidades, artesanato, design, indústria editorial, música, artes cênicas,

televisão, rádio, cinema e vídeo, softwares e sistemas de informática, softwares

interativos de entretenimento, publicidade, arquitetura e moda. Há de se ressaltar que

essas atividades econômicas não são relativamente recentes, mas que adquiriram

dimensões econômica e social novas a partir do surgimento da sociedade da informação

(JAGUARIBE, 2009) e que passam a conceituar a criatividade como principal fonte

(GOMES; COSTA; NASCIMENTO; HASS, 2012).

Como destaca Bendassolli (2008) o surgimento das indústrias criativas deve-se, ao

que ele denominou de “virada cultural”, ou seja, uma transformação de valores sociais e

culturais promovida pela emergência da sociedade da informação e a transição para

9 http://www.criaticidades.com.br/economia-criativa/ 10 DCMS, sigla original para Department for Culture, Midia and Sport. 11 Sigla de Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento. 12 “Qualquer atividade econômica produzindo produtos simbólicos com uma forte dependência da propriedade intelectual e para mercados tão amplos possíveis” (Trad. In: BUAINAIN, A. M.; MENDES, C. I. C.; SILVA, A. B. O.; CARVALHO, S. M. P. Indústria Criativa: direitos de autor e acesso à cultura.).

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valores pós-materialistas, ou bens-simbólicos (BENDASSOLLI; WOOD JR;

KIRSCHBAUM; CUNHA, 2008). Ou como determinam Costa e Souza-Santos (2011,

p.2), “as expressões „indústrias criativas‟ e „economia criativa‟ são relativamente

recentes, pois constituem produtos da „terceira revolução industrial‟”. Vale ressaltar que

as indústrias criativas têm ganhado cada mais vez atenção de estudiosos e dos Estados,

gerando diversas definições.

FONTE DEFINIÇÃO ATIVIDADES E SETORES

ENVOLVIDOS

DCMS

(1998)

São aquelas baseadas na criatividade,

habilidade e talento individuais. São

também aquelas que têm o potencial para gerar riqueza e trabalho por intermédio do

desenvolvimento da propriedade

intelectual.

Mercado de artes e antiguidades,

artesanato, design, indústria editorial,

música, artes cênicas, televisão, rádio, cinema e vídeo, softwares e

sistemas de informática, softwares

interativos de entretenimento, publicidade, arquitetura e moda.

UNCTAD

(2008)

Os ciclos de criação, produção e

distribuição de bens e serviços que usam a

criatividade e o capital intelectual como insumos primários. Compreendem um

conjunto de atividades baseadas no

conhecimento, que produzem bens tangíveis e serviços intangíveis

intelectuais ou artísticos, com conteúdos

criativos, valor econômico e objetivos de mercado.

Campo vasto e heterogêneo lidando

com a interação de várias atividades

criativas que vão desde artesanato, artes tradicionais, indústria editorial,

música, artes visuais e cênicas aos

setores com tecnologia mais intensiva e mais orientados para

serviços, como cinema, televisão,

rádio, novas mídias e design.

UNESCO

(2006)

O termo indústrias criativas abrange as

indústrias culturais mais toda a produção

cultural ou artística. As indústrias criativas são aquelas em que o produto ou

o serviço contém um elemento substancial

do esforço artístico ou criativo.

Compreendem as atividades das

indústrias culturais mais toda a

produção cultural ou artística, incluindo atividades como a

arquitetura e publicidade.

Wood Jr. et al.

(2009a,

2009b)

O termo indústrias criativas designa os setores nos quais a criatividade é uma

dimensão essencial. Essas indústrias se

destacam das demais pela sua ênfase na dimensão simbólica.

Teatro, cinema, publicidade, arquitetura, mercado de artes e de

antiguidades, artesanato, design,

design de moda, softwares interativos para lazer, música, indústria editorial,

rádio, TV, museus, galerias e

atividades ligadas às tradições

culturais.

Hartley

(2005)

A idéia de indústrias criativas busca

descrever a convergência conceitual e

prática das artes criativas (talento individual) com as indústrias culturais

(escala de massa), no contexto de novas

tecnologias midiáticas (TIs) e no escopo

de uma nova economia do conhecimento, tendo em vista seu uso por parte de novos

consumidores cidadãos interativos.

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Howkins (2005)

Indústria onde o trabalho intelectual é preponderante e onde o resultado

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alcançado é a propriedade intelectual.

Jaguaribe

(2006)

Indústrias criativas produzem bens e

serviços que utilizam imagens, textos e

símbolos como meio. São indústrias guiadas por um regime de propriedade

intelectual e [...] empurram a fronteira

tecnológica das novas tecnologias da

informação.

Música, audiovisual, multimídia,

software, broadcasting e todos os

processos de editoria em geral.

Jeffcut

(2000)

As indústrias criativas são formadas a

partir da convergência entre as indústrias

de mídia e informação e o setor cultural e das artes, tornando-se uma importante (e

contestada) arena de desenvolvimento nas

sociedades baseadas no conhecimento.

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Borges (2005)

Basicamente, são indústrias formadas pela convergência conceitual e prática entre as

artes criativas ou tradicionais, como a

joalheria e a dança; as indústrias culturais, à escala de massa, como a televisão, a

fotografia, o cinema e o rádio; e as novas

tecnologias de informação, principalmente

as de base digital ou eletrônicas, como a Internet, o DVD e assim por diante.

Indústrias que apresentam convergência entre artes criativas,

escala de massa e novas tecnologias.

Yúdice

(2007)

Indústrias que tem sua origem na

criatividade e cujo valor se mede na rentabilidade dos direitos de propriedade

intelectual que se vendem ou licenciam no

mercado, cada vez mais mercado de

exportação de bens e serviços voltados ao crescimento econômico.

-----

HNPT

(2000)

Uma gama de negócios orientados

comercialmente, cujos recursos primários são a criatividade e a propriedade

intelectual, e cuja sustentação se dá por

meio da geração de lucro.

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Tabela 1: Definições e setores que compõem as indústrias criativas

As várias definições encontradas para as indústrias criativas podem ser

explicadas pelo fato de que o termo varia de acordo com o contexto, país e estratégia

política em que é utilizado (UNESCO, 2006 in PEREIRA).

Para Borges (2005), as trocas nas indústrias criativas são o ponto culminante do

processo onde não há obra acabada ou uma conclusão, mas sim que o produto final são

as próprias conversações. Dessa forma o que passa a importar, mais que a produção de

commodities e produtos industriais, é a capacidade de criar, que coloca a criatividade

como fator relevante para as relações comerciais e a inserção econômica (COSTA;

SOUZA-SANTOS, 2011).

Mas além da criatividade, as indústrias criativas também apresentam

peculiaridades no que dizem respeito às características dos seus produtos, sua forma de

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produção e seu consumo, como destacam Bendassoli, Wood Jr., Kirschbaum e Cunha

(2008).

Componentes das indústrias criativas: Criatividade como elemento principal e

necessária para a geração de propriedade

intelectual;

Cultura tratada na forma de objetos

culturais;

Transformação dos significados em

propriedade intelectual e, portanto, em

valor econômico;

Convergência entre artes, negócios e

tecnologias.

Características da produção: Criatividade: expressão do potencial

humano de realização. Capacidade de

manipular símbolos e significados para

gerar algo inovador;

Arte pela arte: concepções estéticas e

artísticas têm forte influência sobre a

escolha e direcionamento dos recursos;

Uso intensivo de novas tecnologias:

descentralização das atividades. Pequenas empresas e comunidades usam das

Tecnologias da Informação e

Comunicação para disseminar as

criações;

Uso excessivo de equipes polivalentes:

coordenação de diferentes competências,

especialidades e recursos;

Características do produto: Variedade infinita: não há limites para a

produção;

Diferenciação vertical;

Perenidade: os produtos não são

exauridos em seu consumo.

Características do consumo: Artefatos de cultura: quando atendidas as

necessidades básicas, os indivíduos

passam a buscar bens ou serviços

supérfluos ou de luxo;

Reconstrução mercadológica: o

consumidor passa a ser agente ativo dos

ciclos de geração de valor econômico;

Instabilidade da demanda: capacidade

limitada de prever o sucesso comercial. Por outro lado a demanda dos

consumidores por novidades é ilimitada. Tabela 2: Características das indústrias criativas

Já a UNESCO (2008) destaca que essas indústrias possuem três tipos de

manifestações, que são: patrimônio cultural – representado pela identidade cultural

influenciada por aspectos sociais, étnicos, antropológicos, estéticos e históricos, e

subdividido em manifestações culturais tradicionais e locais culturais -; artes – valores

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de identidade e símbolos subdivididas em artes visuais e artes performáticas -; e mídia –

baseada na comunicação de grande audiência e subdividida em publicações e mídia

impressa, e audiovisual (COSTA; SOUZA-SANTOS, 2011)

A questão do trabalho nas indústrias criativas

As diversas literaturas existentes sobre as indústrias criativas proporcionam

informações referentes à formação e perfil dos trabalhadores das indústrias criativas e

de empreendedores culturais, às aglomerações produtivas, dentre outros.

Com relação aos trabalhadores nas indústrias criativas, Cunningham (2001)

aponta quatro dificuldades na sua identificação: os trabalhadores das indústrias criativas

são não-colaboradores entre si; há uma dificuldade de se identificar um padrão na mão-

de-obra; dentro de cada grupo profissional há muitas subcategorias e nenhuma das

ocupações tem massa suficientemente necessária para atrair uma atenção econômica ou

uma política contínua (FLACH; ANTONELLO, 2011).

Já com relação à formação dos profissionais que atuam nas indústrias criativas,

Flach e Antonello (2011), apontam que no Brasil, não há disciplinas em universidades –

tanto em graduação quanto em pós-graduação – que tratem do tema gestão cultural,

sendo que a alternativa para esses profissionais tem sido o investimento em MBAs

(Master in Business Administration). Limeira (2008) complementa que no Brasil há

uma ausência de tradição na formação de gestores, e que esses – também chamados de

empreendedores – são articuladores e forjadores de redes que expandem suas atividades

ao longo da cadeia criativa, preocupando-se com a venda e distribuição de produtos,

bens ou serviços culturais. Assim como destaca Souza (2011)

Nas indústrias criativas, a criatividade é a essência do negócio e são os

indivíduos criativos que dão origem à concepção e desenvolvimento dos produtos. Entretanto, a produção depende de outros atores, como promotores,

gestores, produtores, trabalhadores técnicos e distribuidores. Além disso, a

valorização do produto depende do trabalho de outras pessoas, como críticos e

outros profissionais dos meios de comunicação. (SOUZA, 2011, p. 31)

Esses produtores culturais e de atividades correlacionadas tendem a se aglomerar

em certos locais ou regiões o que possibilita relações sociais baseadas na

complementaridade, cooperação e interdependências. Nas indústrias criativas a

aglomeração produtiva mais encontrada é o que se chama de creative cluster, onde há

aglomerações de atividades de produção e circulação de bens e serviços simbólicos,

amparadas nas múltiplas criatividades dos indivíduos, tais como artística, de inovação e

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empreendedora, a fim de criar um novo valor econômico (LOIOLA; LIMA, 2008). Essa

criação de espaços direcionados para a implementação de indústrias criativas tem papel

fundamental na dinamização dessas áreas, uma vez que cria novas dinâmicas

populacionais, novas acessibilidades e novas centralidades, podendo ajudar também na

revitalização de espaços degradados (LATOEIRA, 2007).

A aposta nas indústrias criativas como factor dinamizador das cidades é uma atitude de afirmação de uma política baseada no homem e no seu poder de

criação, interagindo com o território para que este aumente a sua capacidade de

atractividade e se posicione num patamar superior de inovação e competitividade no contexto internacional. (LATOEIRA, 2007, p. 231).

Um estudo feito por Bendassolli e Borges-Andrade (2011) através de um

questionário 451 trabalhadores de diversas indústrias criativas do estado de São Paulo,

mostrou que para os trabalhadores dessa área, o trabalho possui um grande peso e

elevada centralidade sendo um importante fator de identidade. Nessa pesquisa conclui-

se que a maioria dos empregados no setor criativo, julga seu trabalho útil para a

sociedade e que muitos consideram que igualdade de tratamento, justiça e respeito são

valores pouco praticados no ambiente de trabalho (BENDASSOLLI; BORGES-

ANDRADE, 2011), além de

(...)Estudos mostram que a autonomia é uma faceta bastante desejada do trabalho das indústrias criativas, sendo uma das razões de escolha por essa

carreira (MENGER, 1999).

(...) para esses indivíduos, seu trabalho propicia crescimento por meio de

aprendizagem, além de ser prazeroso (...) (...) outro aspecto do ambiente de trabalho que poderia melhorar é a qualidade

das relações que nele são estabelecidas, ao lado do aspecto concernente à ética

(...) (...) Nas indústrias criativas, podemos pensar na possibilidade de uma

identificação emocional mais forte com a atividade realizada, quando

comparada com outros domínios laborais. (...) As outras duas variáveis antecedentes, sexo e concomitância de carreira,

não exerce influência na determinação do significado do trabalho.

(...) observamos que os profissionais atribuem maior utilidade a seu trabalho

quando pertencem a domínios das indústrias criativas que estabelecem um contato direto com o público.

(...) Para os profissionais pesquisados, seu trabalho tem significado na medida

em que lhes permite expressar-se, fazer-se ouvir e pôr em exercício suas competências e aspirações. (BENDASSOLLI; BORGES-ANDRADE, 2011, p.

152)

Também com relação ao trabalho nas indústrias criativas, Souza (2011) destaca

outras características pertinentes ao processo de criação no caso dos criadores

autônomos:

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“Perspectivas financeiras – instabilidade, baixas remunerações, carreira

incerta, diferenças substanciais em termos de reputação e ganhos (as

desigualdades de remuneração não são apenas toleradas, mas asseguradas ou

mesmo celebradas); Motivação - forte motivação intrínseca, a criação é um elemento essencial na

vida do artista, recompensas não-econômicas (a satisfação pessoal, intelectual e

estética é mais importante do que outras necessidades, como satisfazer um cliente ou pagar as contas);

Necessidade de reconhecimento - importância da exposição do trabalho e da

criação de obras reconhecidas como de um criador particular (o reconhecimento do nome no campo é um dos únicos meios de fazer valer o status profissional e

é a demonstração de que a arte é legítima e valorizada pela sociedade em geral);

Condições de trabalho – individualismo, autonomia, responsabilidade, risco,

flexibilidade, adaptabilidade, habilidades de pensamento divergente e intuitivo, valorização do talento individual como fator essencial da produção.” (SOUZA,

2011, p. 69)

Bendassolli e Wood Jr. (2010) em outro estudo relacionado ao trabalho nas

indústrias criativas, analisaram a carreira dos trabalhadores. A pesquisa consistiu em

entrevistas com 20 profissionais do setor criativo que residem e trabalham na cidade de

São Paulo encontrando os seguintes resultados:

Escolha profissional Influência da família;

Precocidade;

Migração de atividade paralela para

atividade principal;

Socialização na carreira Processos de identificação e construção

de identidade no trabalho:

- singularidade

- inspiração

- necessidade vital

Aprendizado necessário para exercer a

atividade criativa: - auto-aprendizado

Competências necessárias para exercer a

profissão:

- talento

- ascetismo

-cognição

-comunicação

Condução do trabalho e da carreira Maneira como lidam com o ambiente:

-atividade paralela

- diversificação da produção

-buscar prêmios e reconhecimento

Formação de redes e relacionamentos;

Características do trabalho (divergências

nas respostas);

Processo criativo:

-insight

- brainstorm

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-pesquisa

-reprodução

Mudanças na trajetória de carreira Alteração de estilo;

Cena independente;

Estratégias de restabelecimento ou busca

de um novo posicionamento;

Continuidade da carreira Reconhecimento;

Remuneração. Tabela 3: Resultados da pesquisa realizada por Bendassoli e Wood Jr. sobre a carreira nas indústrias criativas

Panorama das Indústrias Criativas no Brasil

No Brasil o debate sobre as Indústrias Criativas iniciou-se com a realização da

XI reunião ministerial da UNCTAD, em 2004. Apesar do potencial criativo e da

diversidade cultural que o país possui, este setor ainda está em desenvolvimento13

. Um

dos maiores obstáculos para o seu aumento é a baixa distribuição de recursos para o

financiamento dos negócios nesta área, pouca infraestrutura na distribuição e difusão

dos bens e serviços e a destinação de baixos recursos para a capacitação dos que atuam

na cadeia produtiva deste tipo de indústrias (LEITÃO; GUILHERME; OLIVEIRA;

GONDIM, 2011). Nesta perspectiva, o Estado tem papel fundamental no fortalecimento

dessas indústrias, tanto na destinação de recursos, quanto na elaboração de políticas

públicas que propiciem o desenvolvimento de pólos responsáveis por articular os

arranjos produtivos locais.

Porém, há de se perceber um avanço no modo como o Governo Brasileiro vem

dando atenção à cultura e mais recentemente às indústrias criativas. Como ressalta

Barbalho (2007), a partir do primeiro mandato de Lula como Presidente da República,

junto com o comando de Gilberto Gil no Ministério da Cultura, o país passou a

participar mais de debates a respeito de políticas culturais e diversidade. Atualmente,

com o governo de Dilma Rousseff foi criada a Secretaria da Economia Criativa

(Decreto 7743 de 1º de junho de 2012) e lançado o Plano Brasil Criativo, demonstrando

um maior interesse do Governo para com essa “nova economia”.

A FIRJAN – Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro - elaborou

em 2008, de forma pioneira, um documento com estudos e dados sobre as indústrias

criativas no país. Esse documento divide a chamada “cadeia da indústria criativa” em

três grandes áreas:

Em primeiro lugar, tem-se o que se denominou de núcleo da indústria criativa, que são basicamente uma adaptação dos 13 segmentos do estudo britânico,

13Plano da Secretaria da Economia Criativa (2011).

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referendados pelo documento da UNCTAD. A definição do núcleo da indústria

criativa adotada neste estudo inclui os segmentos de Expressões Culturais, Artes

Cênicas, Artes Visuais, Música, Filme & Vídeo, TV & Rádio, Mercado

Editorial, Software & Computação, Arquitetura, Design, Moda e Publicidade. Depreende-se, assim, que o núcleo é composto essencialmente de serviços, que

têm a atividade criativa como parte principal do processo produtivo.

Em seguida, encontram-se as áreas relacionadas, envolvendo segmentos de provisão direta de bens e serviços ao núcleo e compostos em grande parte por

indústrias e empresas de serviços fornecedoras de materiais e elementos

fundamentais para o funcionamento do núcleo. Finalmente, observou-se que a cadeia é composta de um terceiro grupo de atividades, de provisão de bens e

serviços de forma mais indireta. (...) Desta forma, para avaliar a importância

econômica da indústria criativa, é fundamental percebê-la como uma cadeia,

onde se incluem os setores de provisão direta ao núcleo – denominadas atividades relacionadas – e os setores de provisão indireta – ou apoio. (FIRJAN,

2008, p. 13)

Esse mesmo estudo da FIRJAN traz informações importantes relacionadas às

indústrias criativas brasileiras, contendo dados como número de empregados no núcleo,

renda, número de estabelecimentos dentre outros. Em 2011, a FIRJAN lançou uma nota

técnica complementar a esse primeiro estudo atualizando os dados fornecidos.

Categorias avaliadas 2008 2010

Emprego 638 mil trabalhadores formais no núcleo do setor

criativo (em todo o país)

771 mil trabalhadores formais no núcleo do setor criativo (em todo

o país)

Remuneração Média Mensal Renda média mensal dos trabalhadores do núcleo é de

R$1.666,00

Renda média mensal dos trabalhadores do núcleo é de

R$2.296,00

Número de estabelecimentos 52,3 mil empresas que atuavam no núcleo criativo

-----

Participação no PIB (de toda a cadeia criativa)

16,4%, o equivalente a

381,3 bilhões

18,2%, o equivalente a R$667

bilhões

Tabela 4: Comparação dos dados apresentados pela Firjan em 2008 e 2011

O relatório da FIRJAN de 2008 também aponta que os setores que apresentam a

maior parcela da indústria criativa nacional são a Arquitetura, Moda e o Design, em

ordem decrescente, seguidos por Software, Mercado Editorial, Televisão, Filme e vídeo,

Artes visuais, Música, Publicidade, Expressões culturais e Artes Cênicas.

Porém a economia criativa no Brasil não figura nem entre as 20 maiores do

mundo (COSTA; SOUZA-SANTOS, 2011), mas como aponta o relatório da FIRJAN, o

cenário criativo tem crescido nos últimos anos. Com a gestão de Gilberto Gil no

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Ministério da Cultura, o país passou a dar grande atenção ao papel da cultura na relação

com o desenvolvimento, especialmente no que se refere à questão da economia da

cultura (MIGUEZ, 2008). Outro grande passo dado para despertar a atenção do Governo

para as indústrias criativas foi a indicação da brasileira Edna dos Santos-Duisenberg

para o posto mais alto do programa de Economia e Indústrias Criativas das Nações

Unidas pra o Comércio e Desenvolvimento (COSTA; SOUZA-SANTOS, 2011).

Atualmente com o governo de Dilma Rousseff, a criação da Secretaria da

Economia Criativa e a elaboração do Plano Brasil Criativo, o setor criativo brasileiro

começou a ganhar mais atenção do Estado, passando a ser objetivo de políticas públicas.

Contudo, no Plano proposto são apontados quatro desafios nessa área:

1. Levantamento de informações e dados da economia criativa: ausência de

pesquisas que contemplem de modo amplo os diversos setores desta economia, permitindo conhecer e reconhecer dados relativos às vocações e oportunidades

de empreendimentos criativos para a definição de políticas públicas;

2. Articulação e estímulo ao fomento de empreendimentos criativos: baixa disponibilidade de recursos financeiros para o financiamento de

empreendimentos desta natureza; desenvolvimento de tecnologias sociais para a

organização em redes e coletivos; 3. Educação para competências criativas: baixo investimento em capacitação

dos agentes atuantes nas cadeias produtivas destes setores, agentes cuja atuação

exige visão de mercado, capacidade de gestão e conhecimentos técnicos e

artísticos; 4. Produção, circulação/distribuição e consumo/fruição de bens e serviços

criativos: pouca infraestrutura no que se refere à produção,

circulação/distribuição e consumo/fruição de bens e serviços. (COSTA; SOUZA-SANTOS, 2011, p. 155)

Nesse cenário de desafios e boas expectativas para o setor criativo brasileiro, foi

criada em 2011 a Federação Nacional da Economia Criativa, que tem como objetivo

integrar trabalhadores e empreendedores da área, visando à capacitação e formação dos

profissionais, a criação de estudos e pesquisas sobre o tema e o desenvolvimento

regional (COSTA; SOUZA-SANTOS, 2011).

Assim, diversas áreas criativas brasileiras têm encontrado maneiras de firmar sua

importância. Na música o mercado alternativo tem se lançado em nichos e passou a usar

a rede de modo favorável. O cinema tem apostado em realizações digitais e festivais

nacionais. Na literatura vê-se um boom de pequenas editoras e autores novos, quase

todos figurados na internet. E nas artes plásticas as exposições virtuais têm ganhado

mais espaço (BORGES, 2005).

A Copa do Mundo de Futebol de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, que serão

realizados em solos brasileiros (SEVERO, 2010), assim como outros eventos esportivos

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de futebol e automobilismo, produções artísticas e turismo (COSTA; SOUZA-

SANTOS, 2011) terão a capacidade de desenvolver a economia criativa brasileira,

garantindo no futuro uma continuação do crescimento da mesma.

Conclusão

Pode-se perceber, através dos resultados obtidos durante a pesquisa, que a

temática das indústrias criativas vem ganhando cada vez mais atenção nos cenários

cultural e econômico mundiais, mas que o seu conceito ainda não está totalmente

definido – fato comprovado pelas diversas definições encontradas. Esse levantamento

bibliográfico possibilitou também a compreensão de que a criatividade é o conceito-

chave desse tipo de indústria e que as atividades que as compõe não são recentes, mas

que ganharam outra visão com o surgimento da sociedade da informação. Também é

possível pontuar que o setor criativo no Brasil está em crescimento, tanto em número de

trabalhadores, quanto em renda e participação no PIB, sendo possível destacar que esse

setor passou a ser alvo de políticas públicas por parte do Estado.

Através das pesquisas atuais, é possível concluir que a cultura, cada vez mais,

será vista como setor com vasto potencial econômico e com oportunidades para geração

e expansão de pequenos negócios e que atividades ligadas ao tema, em breve,

representarão um dos setores mais dinâmicos da economia mundial (SANTOS, 2006). É

também interessante destacar que a criatividade será capaz de impulsionar o

crescimento econômico, constituindo-se em uma alternativa de desenvolvimento, uma

vez que seus benefícios são tais como a geração de emprego e promoção da diversidade

cultural; entrelaçamento de economia, cultura, tecnologia e propriedade intelectual; um

sistema econômico baseado no conhecimento; e o desenvolvimento da inovação através

de políticas multidisciplinares (UNESCO, 2008).

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