uma homenagem merecida na faculdade de ......muito obrigado, kanimambo” 03 dia da língua...

16
Número: 008 • Director: H. Eliseu Sueia • Maio 2018 • Distribuição Gratuita • Email:[email protected][email protected] Site: www.up.ac.mz .com/pages/Universidade-Pedagógica-UP flickr.com/photos/universidadepedagogica/sets U N I V E R S I D A D E P E D A G Ó G I C A M O C A M B I Q U E UMA HOMENAGEM MERECIDA NA FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E FILOSÓFICAS MOÇAMBIQUE NÃO ESTÁ PERDIDO, HÁ SINAIS DE RETORNO DO ENTÃO BOM ALUNO AO FMI. Ari Aisen, representante residente do FMI em aula aberta na UP CARLOS MACHILI, REITOR 1996 - 2007 ANICETO DOS MUCHANGOS, REITOR 1986 - 1988 ALCIDO NGUENHA, VICE - REITOR 1988 - 1996 RADICALIZAÇÃO ISLÂMICA NO NORTE DE MOÇAMBIQUE: O CASO DA MOCÍMBOA DA PRAIA Estudo do MASC problematizado na UP Pág. 09 PUB. Pág. 04 Pág. 02

Upload: others

Post on 05-Jul-2020

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UMA HOMENAGEM MERECIDA NA FACULDADE DE ......Muito obrigado, Kanimambo” 03 Dia da língua portuguesa D ecorreu na Biblioteca Central da Universidade Pedagógica (UP) um Simpósio

Número: 008 • Director: H. Eliseu Sueia • Maio 2018 • Distribuição Gratuita • Email:[email protected][email protected]: www.up.ac.mz .com/pages/Universidade-Pedagógica-UP flickr.com/photos/universidadepedagogica/sets

UNI

VE

RSIDADE PEDAGÓGICA

MOCAMBIQUE

UMA HOMENAGEM MERECIDANA FACULDADE DE CIÊNCIAS

SOCIAIS E FILOSÓFICAS

MOÇAMBIQUE NÃO ESTÁ PERDIDO, HÁ SINAIS DE RETORNO DO ENTÃO BOM ALUNO AO FMI.Ari Aisen, representante residente do FMI em aula aberta na UP

CARLOS MACHILI, REITOR 1996 - 2007ANICETO DOS MUCHANGOS, REITOR 1986 - 1988

ALCIDO NGUENHA, VICE - REITOR 1988 - 1996

RADICALIZAÇÃO ISLÂMICA NO NORTE DEMOÇAMBIQUE: O CASO DA MOCÍMBOA DA PRAIAEstudo do MASC problematizado na UP

Pág. 09

PUB.

Pág. 04Pág. 02

Page 2: UMA HOMENAGEM MERECIDA NA FACULDADE DE ......Muito obrigado, Kanimambo” 03 Dia da língua portuguesa D ecorreu na Biblioteca Central da Universidade Pedagógica (UP) um Simpósio

02 UPNOTÍCIASNº 008 • MAIO – 2018

www.up.ac.mz - EM FOCO

desaceleração da actividade económica e retração do investimento directo estran-geiro. Falando para um auditório com-pletamente lotado de estudantes, docentes e convidados de luxo, numa aula aberta com o título: Conjuntura Económica em Moçambique - Para além das estatísticas e políticas económicas, o representante residente do FIM, não fugiu a nenhuma questão apresentada pelos presentes, res-pondeu a tudo e a todos, do alto do seu conhecimento dos problemas complexos

porque passa a economia de Moçambique e apontou as saídas para a crise, referin-do-se de forma repetida a necessidade de uma boa governação, compromisso com o desenvolvimento, melhores escolhas nos gastos públicos, contenção da dívida pública e gastar bem cada Metical do di-nheiro público. Disse, igualmente, que é preciso mais esforço fiscal para melhorar a economia. Foi uma aula aberta simpáti-ca e de alto nível, desta forma a UP, abriu espaço para discutir a saída da crise.

O representante residente do FMI em Moçambique, Ari Aisen, dis-se na Universidade Pedagógica,

10.05.18, que o Fundo Monetário Interna-cional está atento e aprecia o esforço que o Governo de Moçambique tem vindo, desde 2017 a implementar com vista ao retorno da estabilidade macroeconómica.

O FMI, aprecia as políticas macroeco-nómicas que estão a produzir resultados positivos, sobretudo na política monetá-ria, onde são visíveis os resultados com a apreciação do Metical, em relação ao Dólar norte-americano e a restituição do stock de reservas internacionais que nes-te momento podem cobrir até sete meses de importação, é um colchão que garante algum conforto, disse Ari Aisen, numa fala pedagógica onde fez uma incursão sobre os diversos aspectos que arrastaram a economia de Moçambique para níveis de quase caos, com a inflação a atingir 25 por cento ao ano, e o défice público a situar-se em 112% do PIB, tendo aponta-do os choques de finais de 2015 e início de 2016 como parte do problema, aliado a queda dos preços das comoditis, produc-tos que o país exporta, choque dos pro-ductos agrícolas, e sobretudo a contrata-ção de dívida até então oculta. Segundo Aisen, estes foram os factores que contri-buíram para desvalorização do Metical, aumento da dívida pública e inflação,

Moçambique não está perdido, há sinais de retorno do então bom aluno ao FMI

Texto: Eliseu Sueia Foto: João Chapo

Texto da Aula Aberta do Representante residente do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Moçambique, Prof. Doutor Ari Aisen.

“Magnífico Reitor da Universidade Pedagógica Dr. Jorge Ferrão,

Estimado Corpo Docente e Acadê-mico, Caros Estudantes, Minhas Senho-ras e Meus Senhores.

1. Foi com grande satisfação que acolhi ao convite por parte do Magnífico Reitor para discursar sobre a Conjuntura Econômica em Moçambique. Este tema está presente na mente (e nos bolsos) de todos Moçambicanos e nada mais opor-tuno ao FMI que brindar este momento único com algumas reflexões.

2. Para melhor compreensão da con-juntura econômica atual, me parece rele-vante voltarmos ao fim do ano de 2015 e ano de 2016. A economia moçambicana foi sacudida por sucessivos e expressi-vos choques que afetaram negativamen-te a evolução dos indicadores econômi-cos de forma significativa. O primeiro choque foi a queda no preço das com-modities que o país exporta afetando as contas externas, seguido de fortes intem-péries climáticas (secas e alagamentos) que afetaram os preços de produtos agrí-colas, o recrudescimento do conflito po-lítico-militar que dificultou a circulação de bens e pessoas por grandes extensões do território nacional, e o surgimento de dívidas, até então ocultas, que afetaram a confiança culminando com a suspen-são do apoio orçamental dos parceiros externos e retração de investidores ex-

ternos. De particular relevância, estes choques simultâneos atingiram a econo-mia moçambicana num momento quan-do as políticas macroeconômicas não estavam apropriadamente desenhadas para lidar com esta situação. Este qua-dro complexo gerou uma desvalorização forte do Metical, aumento substancial da inflação que corroeu o poder de compra da população, aumento da dívida públi-ca para patamares insustentáveis e uma significativa desaceleração da atividade econômica.

3. Diante de um quadro tão adverso, e como esperado em qualquer economia, o Governo decidiu responder aos cho-ques ajustando o seu marco de políticas macroeconômicas no último trimestre de 2016. O Banco de Moçambique ajus-tou as taxas de juros e de reservas obri-gatórias para enxugar o excesso relativo de Meticais na economia. A política fis-cal também reagiu para conter o déficit público. Enquanto a Autoridade Tributá-ria trabalhou para manter a arrecadação de impostos já afetados pela desacelera-ção do crescimento, o Governo buscou reduzir as despesas do setor público, eliminando vários subsídios gerais (e.g. combustíveis, pão, trigo) e permitindo o reajuste tarifário de energia para que estivesse mais alinhado aos custos de produção. Além disso, o Governo to-mou algumas medidas de contenção de

benefícios aos servidores públicos para evitar o aumento da folha salarial que vi-nha crescendo de forma substancial nos últimos anos.

4. O ajuste das políticas macroeco-nômicas teve resultados positivos que se vislumbraram em 2017. O Metical se apreciou e estabilizou-se por volta dos atuais níveis de 60 Meticais por dólar. As contas externas melhoraram devido a uma queda nas importações e retomada das exportações, apoiadas pelo aumen-to dos preços e produção do carvão, do alumínio e alguns outros produtos tradi-cionais de exportação (e.g. castanha de caju, tabaco, açúcar, banana). O Banco de Moçambique aproveitou a entrada de recursos para reconstituir reservas inter-nacionais em mais de 1 bilhão de dóla-res, estas que agora se traduzem em mais de 7 meses de cobertura de importações (excluindo aquela relativa aos grandes projetos); um colchão bem-vindo para aumentar a resiliência da economia moçambicana frente a eventuais novos choques. A inflação que atingiu um pico acima de 25 porcento ao ano, caiu for-temente, voltando a níveis abaixo de 4 porcento, o que protege o poder de com-pra das famílias moçambicanas.

5. No entanto, o crescimento econô-mico não voltou a níveis mais elevados. O crescimento do PIB caiu de 6,6 por-cento em 2015 para cerca de 3,7 porcen-

to em 2016 e 2017 (dados preliminares). As altas taxas de juro contribuíram para uma queda na concessão de crédito para a economia, dificultando o acesso das empresas, principalmente pequenas e médias, a esse importante insumo para suas atividades. As condições socioe-conômicas deterioraram-se apesar da preocupação do Governo em garantir alocações orçamentarias para despesas na área social e de infraestrutura básica. Apesar do esforço fiscal realizado, os déficits continuaram a ser altos e, com o financiamento mais restringido, o Go-verno acumulou atrasados com fornece-dores e credores externos. A dívida pú-blica se encontra insustentável ao redor de 112 porcento do PIB em 2017.

6. Um esforço adicional no âmbito das políticas macroeconômicas ajuda-ria a melhorar mais rapidamente os in-dicadores socioeconômicos. No recente relatório escrito pelos economistas do FMI após a visita mais recente ao país, recomenda-se, por exemplo, um melhor balanceamento do menu de políticas ma-croeconômicas. O ajuste fiscal deveria se aprofundar em linha com as condições de financiamento da economia. Este esfor-ço fiscal daria espaço para uma redução mais expressiva das taxas de juro. Isso permitiria uma melhoria das condições de credito na economia em benefício do setor privado, que será o principal mo-tor de crescimento econômico inclusivo e geração de empregos no país. Por ou-tro lado, discussões entre os credores e o Governo que permitissem a dívida públi-ca atingir uma trajetória mais sustentável também contribuiriam para a estabilida-de macroeconômica, bem como a nego-ciação exitosa dos atrasados do Governo com fornecedores domésticos. O relató-rio também contempla várias sugestões de reformas estruturais para fortalecer a gestão de recursos públicos com boa governação e transparência, incluindo no setor empresarial do Estado, e identi-fica a melhoria do ambiente de negócios como essencial para o desenvolvimento do setor privado.

7. Minhas senhoras e meus senhores. Um futuro promissor aguarda Moçam-bique com o advento de grandes inves-timentos na produção de gás natural e outros recursos naturais. Este futuro somente estará salvaguardado através de uma gestão transparente destes re-cursos, com boa governação num marco institucional robusto. Como parceiro de Moçambique, o FMI continua compro-metido em apoiar o povo Moçambicano a desenvolver ainda mais as instituições econômicas do país. Contamos com um vasto programa de assistência técnica e treinamento de servidores públicos Mo-çambicanos que trabalham no Ministé-rio de Economia e Finanças, Banco de Moçambique, Autoridade Tributaria e Instituto Nacional de Estatísticas. Se-guiremos também nossa parceria com as instituições públicas no intercâmbio de informações e diagnósticos que sus-tentam nossas recomendações de políti-ca. Nosso compromisso continua sendo apoiar uma gestão econômica eficiente e transparente, incluindo a gestão dos recursos naturais, com o objetivo de promover o bem-estar social com um crescimento inclusivo, prosperidade partilhada e redução da pobreza.

Muito obrigado, Kanimambo”

Page 3: UMA HOMENAGEM MERECIDA NA FACULDADE DE ......Muito obrigado, Kanimambo” 03 Dia da língua portuguesa D ecorreu na Biblioteca Central da Universidade Pedagógica (UP) um Simpósio

03

Dia da língua portuguesa

Decorreu na Biblioteca Central da Universidade Pedagógica (UP) um Simpósio alusivo ao

dia da língua portuguesa que se celebra a 05 de Maio de cada ano. Esta data visa enaltecer a importância cultural e histórica da língua portuguesa para a Comunidade de Países de Língua Por-tuguesa (CPLP). O evento foi organi-zado pela UP através da Faculdade de Ciências de Linguagem Comunicação e Artes e o Instituto de Cooperação e da Língua de Portugal, tendo participa-

do professores da língua portuguesa de Moçambique e de Portugal, e também estudantes.

O simpósio composto de conferên-cias e oficinas sobre a língua portugue-sa, um veículo que une os países da CPLP, tinha como tónica, a Literatura, língua (portuguesa) e cidadania; dos textos às práticas pedagógicas de lei-tura: actividades de análise e produção de materiais; para além da apresenta-ção sobre as ambivalências, os lugares e as identidades da língua portuguesa em Moçambique.

Texto: Vasco Davane Foto: João Chapo

Academia vai além das lições dos mestres na sala de aula*

Em 2009, O XIV Conselho Or-dinário de Ministros da CPLP, realizado em Cabo Verde,

instituía o dia 5 de Maio como o dia internacional da língua portuguesa. A universidade Pedagógica antecipa a comemoração desta efeméride através da realização deste simpósio académi-co que celebra e discute a língua por-tuguesa como uma língua da diversi-dade.

Celebrar o dia da língua portuguesa não é celebrar o dia de Portugal, onde, há quase mil anos, esta língua cortou o cordão umbilical com o latim. Cele-brar o dia da língua portuguesa não é celebrar o dia do Brasil, onde diaria-mente mais de 200 milhões de falan-

tes se comunicam em português. Ce-lebrar a língua portuguesa é celebrar uma língua que é nossa, por opção, e pelo direito de posse que o seu uso nos concede. Celebrar o dia da língua por-tuguesa é celebrar a possibilidade de comunicação e de construção de pro-jectos comuns na riqueza da diversida-de cultural moçambicana. Celebrar o dia internacional da língua portuguesa é, também, celebrar a nossa pertença a esta enorme família de mais de 260 milhões de falantes espalhados pelos cinco cantos do mundo e o privilégio de nos comunicarmos na língua que tem o maior número de falantes no he-misfério sul, ou seja, de nos comuni-carmos numa língua de muitos lugares

e identidades.Num momento em que a língua

portuguesa assume um relevo cada vez maior na região e no mundo, é neces-sário que os seus falantes tenham cons-ciência da importância que esta língua tem na sua vida pessoal e comunitária e das oportunidades locais e globais que o domínio do português propor-ciona. É igualmente necessário que se assumam e implementem políticas de ensino e de promoção do português que tornem a sua aprendizagem aces-sível a todos os moçambicanos.

O ensino e aprendizagem da língua portuguesa em Moçambique não pode esquecer o riquíssimo contexto multi-lingue e multicultural que caracteriza este país e enriquecer-se com essa di-versidade linguística e cultural. A dig-nificação e a promoção das nossas lín-guas nacionais através do seu ensino e do seu uso devem ser acompanhadas por um ensino de qualidade da língua portuguesa. O bilinguismo é uma ri-queza em qualquer sociedade, pelo que o preconceito linguístico deve ser vigorosamente combatido, desde logo, a partir da academia.

Preocupa-me, como Reitor da UP, uma instituição de ensino superior tradicionalmente vocacionada para a formação de professores, a quali-dade do ensino da língua portuguesa em Moçambique. Esta preocupação fundamenta-se na constatação das difi-culdades sentidas pelos estudantes uni-versitários, mesmo ao nível dos cursos de pós-graduação, em se exprimirem, sobretudo ao nível da escrita, com cor-recção e eficácia.

Numa comunicação apresentada no âmbito do ciclo de debates sobre a Qualidade do Ensino Superior, a Pro-fessora Carla Maciel, nossa ilustre docente e uma especialista na área da escrita académica, alertava para a re-levância cada vez maior que a escrita assume para as instituições de Ensino Superior e para o facto de escrever

bem e com frequência ser uma condi-ção sinequanon de sobrevivência na e da academia. Nessa mesma comunica-ção, a Professora Carla Maciel relacio-na as dificuldades de escrita sentidas pela generalidade da comunidade aca-démica com o número extremamente reduzido de estudantes que optam pela redacção de monografias de licencia-tura, com a não conclusão das teses de mestrado, com a prática do plágio e com o baixo número de publicações científicas por parte dos professores e investigadores moçambicanos. Esta é uma realidade que exige soluções urgentes por parte de quem ensina, pensa e planifica o ensino da língua portuguesa. Deixo este desafio a todos os participantes e intervenientes neste simpósio académico.

As diversas actividades que cons-tituem o programa deste evento cien-tífico oferecem-nos uma excelente oportunidade para reflectirmos sobre os grandes desafios que, em Moçam-bique, se colocam à língua portugue-sa, uma língua que também é nossa e à qual todos os moçambicanos têm o direito de aceder através de um ensino de qualidade.

As minhas palavras finais são de elogio e incentivo aos organizadores. À Faculdade de Ciências da Lingua-gem, Comunicação e Artes e ao Ca-mões, parceiro de longa data e de mui-tos projectos, dou os meus parabéns por esta iniciativa. A academia vai muito além das lições dos mestres na sala de aulas. Eventos como este sim-pósio académico criam momentos de partilha, discussão e debate que impul-sionam o avanço do conhecimento. E é com o desejo e a certeza de que hoje se produzirão aqui conhecimentos novos que declaro abertos os trabalhos deste Simpósio Académico.

*Discurso do reitor da UP, Prof. Doutor Jorge Ferrão,

no dia da Língua Portuguesa

UPNOTÍCIAS Nº 008 • MAIO – 2018

- www.up.ac.mz EM FOCO

Page 4: UMA HOMENAGEM MERECIDA NA FACULDADE DE ......Muito obrigado, Kanimambo” 03 Dia da língua portuguesa D ecorreu na Biblioteca Central da Universidade Pedagógica (UP) um Simpósio

04 UPNOTÍCIASNº 008 • MAIO – 2018

www.up.ac.mz - ACONTECE

BREVES

Direcção Pedagógica realiza XXII fórum

Decorreu nos meados de Abril último, em Maputo, o XXII fórum de Planificação da

Universidade Pedagógica (UP), um evento que tinha como objectivos apre-sentar e reflectir sobre os resultados de desempenho pedagógico das unidades académicas do ano 2017 e apresentar os resultados da avaliação do corpo do-cente, para além de reflectir sobre o de-curso dos exames de admissão para o ano académico 2018 e também acom-panhar a situação de implementação do plano de superação dos cursos após a avaliação externa, bem como reflectir sobre as taxas de graduação na UP.

No decurso do fórum, o reitor da UP, Prof. Doutor Jorge Ferrão, afirmou que os encontros têm em vista orientar a universidade nos processos acadé-micos e no ensino de diferentes cursos de graduação, para além de se pensar também na pós-graduação, e de todo processo envolvente na formação dos graduados, porque a dinâmica do ensi-no assim obriga.

“Estes encontros devem servir para aprimorar a nossa maneira de estar na academia e melhor actuar no campo de ensino, queremos reflectir em relação aos cursos que continuamos a oferecer, a questão da avaliação da qualidade, o Gabinete de Avaliação e Qualidade deve ser actuante e presente e tem que se fazer sentir em cada uma das nossas

delegações”, apontou Ferrão.No outro desenvolvimento, Ferrão

instou aos participantes a melhorar o aproveitamento dos graduandos, no âmbito académico e científico. “Gos-taria que apresentassem resultados de avaliação do corpo docente, reflectir sobre o processo de creditação dos cur-sos sujeitos a avaliação pela Comissão Nacional Avaliação e Qualidade, gos-taríamos de socializarmos as práticas profissionalizantes na UP”.

Ainda de acordo com o reitor, a uni-versidade é desafiada juntamente com a Turquia para o lançamento de pu-blicações conjuntas, não só apenas da Sede, mas também das delegações, são publicações que poderão merecer men-ção na gala científica.

Para os Professores Boaventura Aleixo e José Castiano, vice-reitor e assessor para área académica, respec-tivamente, o fórum constitui um espa-ço de debate e planificação académica,

dentro de uma postura de objectividade nas acções. “Temos que analisar a bai-xa taxa de graduação na UP, em relação ao esforço da universidade e do Esta-do”, disse Castiano.

No fórum em que participaram os directores pedagógicos das delegações e das faculdades serviu também para homenagear o director cessante, Pro-fessor Hipólito Sengulane que assume actualmente a direcção da delegação de UP Massinga.

Biodiversidade como fonte de vida e resiliência  

Numa breve mensagem sobre o dia mundial da Biodiversidade, Jorge Fer-rão, Reitor da UP escreveu:

Todos anos e desde 1993 se celebra o 22 de Maio como o dia mundial da biodiversidade. A UP integra na sua grelha curricular diferentes matérias que se respaldam no estudo da biodi-versidade, nas suas múltiplas e comple-xas formas. Temos, portanto, respon-sabilidades, acrescidas, na celebração e divulgação deste importante marco e fonte de vida. A data foi instituída pe-las Nações Unidas, como resultado da adopção da convenção da Diversida-de Biológica, na Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente, em 1992. Os Cientistas são unânimes em afirmar que a extinção das espécies animais e vege-tais são uma realidade, 7% da espécie animal já está extinta e cerca de 17% está em vias de extinção. Estes dados chamam atenção para a necessidade de preservação da Biodiversidade, pois está constitui o pilar da sustentabilida-de e evita, naturalmente, perda de re-cursos naturais que sustentam o plane-ta. Assim, a sua conservação requer a contribuição de todos nós com vista ao combate feroz de ações que contribuem para o aquecimento global, mudanças climáticas, desmatamento, queimadas descontroladas, caça furtiva, pesca ilí-cita, entre outros. Os nossos estudantes e pesquisadores são chamados, mais que nunca, a incentivar uma reflexão ao nível da UP sobre como repensar nas práticas e modelos sustentáveis de con-servação da biodiversidade. Bem-haja a nossa UP.

Sala cheia na Apresentação do Estudo: RADICALIZAÇÃO ISLÂMICA NO NORTE DE MOÇAMBIQUE: O Caso da Mocímboa da Praia

Aconteceu na Biblioteca Cen-tral da UP – Sede e teve como oradores, João Pereira e Sheik Saide Habibe que explicaram os contornos da formação, susten-tação, motivação e actuação dos grupos radicais que actuam no Norte de Moçambique.

Que lições o fenômeno traz para o processo de construção Es-tado em Moçambique?

De que tipo de políticas, in-cluindo segurança, o país precisa parra fazer face ao fenómeno?

Em que medida as dinâmicas regionais (Tanzânia, Quênia, So-mália) podem influenciar a evo-lução do fenômeno em Moçambi-que?

Em que medida o fenómeno da radicalização islâmica afecta os esforços actuais da estabilização política e económica do país?

São alguns das questões levan-tadas e apresentadas, que mere-cem a reflexão continuada. A UP, está a fazer a sua parte

Moçambique solidário com a causa Palestina

A Universidade Pedagógica foi palco, no passado dia 14.05.18, de uma palestra sobre a Solidariedade dos Moçambicanos ao Povo Palestino, em particular aos es-tudantes que não têm oportunidade de dar continuidade aos estudos, devido a guerra que lá se vive. A palestra foi organizada em parceria com a União dos Estudantes Moçambicanos (UNE) e a Associação dos estudantes da UP (AEUP), e teve como pa-lestrante principal o embaixador da Pales-tina em Moçamique, Fayez Abdu Jawad, que garantiu que esforços estão sendo fei-tos, a diferentes níveis para garantir a paz e estabilidade na Palestina, estando a de-correr conversações com vista a dar fim a triste situação que o país enfrenta.

Por seu turno, os estudantes da UP, e outros presentes, reiteraram o sentimento de irmandade e solidariedade para com o povo Palestino e em particular a camada estudantil.

Biblioteca móvel, mutukate-ca,  já roda em montepuez

A UP Montepuez lançou o projecto de biblioteca móvel com vista a promover a literacia e numeracia junto das crianças da cidade de Montepuez.

Está actividade esteve inserida no Dé-cimo Aniversário da Delegação de Monte-puez, em Cabo Delgado.

A UP Montepuez iniciou com cerca de 11 docentes e 130 estudantes, hoje conta com quase 100 docentes e mais de 2900 estudantes, tendo graduado perto 370 estu-dantes. Apoiar as escolas locais, num vasto programa de extensão, será o maior desa-fio da delegação nos próximos 10 anos, considerou Jorge Ferrão, Reitor da UP, que presidiu a cerimônia comemorativa dos 10 anos e inauguração da MUTUKATECA.

Page 5: UMA HOMENAGEM MERECIDA NA FACULDADE DE ......Muito obrigado, Kanimambo” 03 Dia da língua portuguesa D ecorreu na Biblioteca Central da Universidade Pedagógica (UP) um Simpósio

05UPNOTÍCIAS Nº 008 • MAIO – 2018

- www.up.ac.mz ACONTECE

Texto: Vasco Davane Foto: João Chapo

Hipólito Sengulane

Dezasseis anos nos corredores do poder

Professor e quadro sénior da Uni-versidade Pedagógica (UP), Hipólito Sengulane é o novo di-

rector da UP Massinga. Depois de lon-gos anos nos corredores da UP-Sede em Maputo, Prof. Doutor Hipólito Sengula-ne ruma para Massinga, para liderar os destinos daquela delegação da UP. Em conversa com o UP Notícias, o Professor aborda questões relativas ao seu percurso académico, e defende a gestão e adminis-tração conjunta como forma de envolver todos no trabalho. Sengulane assume os destinos de Massinga vindo da liderança da Direcção Pedagógica, da Faculdade de Ciências Sociais e do Registo Académi-co.

Vindo da Escola Comercial onde era docente de História, depois de ter per-corrido as terras de Homoine, a leccionar na Escola Agrária de Inhamussua, Sen-gulane ingressa na UP em 1990, como estudante de licenciatura, mais tarde, do-cente, e director do Registo Académico, cerca de três anos. No Registo Académi-co impulsionou a criação de um banco de dados dos estudantes, desde o primeiro estudante da UP até ao mais recente. Em 2003 é convidado para dirigir a Facul-dade de Ciências Sociais, depois do seu doutoramento.

Na faculdade, segundo a nossa fonte o que lhe marcou durante a sua passagem daquele sector foi a organização dos pro-cessos pedagógicos, fundamentalmente, o currículo, pois, a partir de 2008 começou--se com a reforma curricular. “Tivemos que renovar os cursos que oferecíamos, para além de criarmos condições para do-centes em termos de salas de aulas, meios para os docentes, recorremos aos fundos de pós-laboral para melhorar condições.”

“Em relação à Direcção Pedagógica, o ponto mais alto foi a implantação do cur-rículo novo, o controlo do mesmo atra-vés de supervisão e monitoria, e a criação de condições para limar tudo o que era a incompreensão do currículo. Quando fechamos o ciclo de cinco anos promove-mos uma avaliação do currículo que esta-va a ser implementado e propomos uma

revisão curricular e que foi completada. E os curricula em funcionamento são os revistos que têm uma nova roupagem me-lhorada em relação aos de 2010.”, indi-cou o Professor Sengulane.

Durante a conversa, Sengulane afir-mou que a sua estadia na Direcção Pe-dagógica foi desafiante tendo em conta a dimensão deste sector, “construímos o modelo de monitoria e supervisionamen-to pedagógico, organizamos as capacita-ções nacionais de docentes. Promovemos avaliação do corpo docente, para além dos fóruns pedagógicos de prestação de contas e de planificação do ano subse-quente.”

No que diz respeito à UP a Massinga, novo destino do Professor Sengulane, in-dicou que não leva uma varinha mágica, mas dar continuidade ao trabalho desen-volvido pela Dra. Verónica Mapatse, an-tiga directora da delegação. “Há bons processos que ela desenvolveu, mas haverá inovações à medida que va-mos implementando as políticas ela-boradas pela direcção cessante. Não criaremos coisas inéditas, mas todos devemos trabalhar e inovar, e an-darmos com segurança, inclusive no que diz respeito ao campus de Maguezane que precisa de uma intervenção profunda, mas es-tas acções só podem ter sucesso dentro do lema trabalho e ino-vação”. Sendo assim, de acor-do com o nosso interlocutor, o primordial para o sucesso é a colaboração e criação de um bom ambiente de trabalho.

Quem é Sengulane

Oriundo das terras de Zavala, onde nascera no longínquo ano de 1962, Sen-gulane é professor de carreira. Fez os seus estudos primários em Lourenço a partir em 1968, Escola da Missão José de Lhanguene, até terceira classe, mais tar-de frequentou a Escola Primária da Zona Verde. “Ingressei na Escola General Joa-quim Machado, onde funciona a Sede da UP, e frequentei a quinta e a sexta classe,

depois fui para Es-cola Secundária Jo-sina Machel, onde frequentei a nona classe do antigo sis-tema, e mais tarde fui para a Faculdade de Educação para a formação de professores de sétima, oita-va e nona classe para professor de histó-ria e geografia, e em 1983 fui destacado para a escola agrária de Inhamussua, até 1986, quando fui transferido para escola comercial de Maputo, tendo ficado até

1996, como professor de história, minha formação”.

Casado e pai de três filhos, Sengulane está há dezasseis anos nos cargos de di-recção, três anos no Registo Académico, cinco anos na faculdade, oito na Direcção Pedagógica.

Reitor envia mensagem à UP Gaza e UP Niassa pela celebração do Décimo Terceiro Aniversário

Caros colegas! 17 de Maio, dia da UP GAZA e UP NIASSA

As nossas delegações do Niassa e Gaza celebram o seu 13 aniversário. Tem sido um percurso simpático plural e de-sinibido. Na linguagem corrente, anos resilientes e desafiantes. Acima de tudo, caros colegas, estes anos tem sido de te-rapia conectiva e intelectual colectiva. Vosso empenho e entrega, à semelhança dos colegas de Montepuez e Manica, tem servido para exorcizar os fantasmas de uma educação global e cidadania, porém desprovida do essencial, fantasmas, dizia, de ontem, de hoje e de todos os tempos. Gostaria de poder enviar, de forma par-

ticular, uma mensagem para cada um de vós! Reiterar o quanto vocês, ontem e hoje, tem sido árvores de raízes fortes e profundas, que se dobram diante das di-ficuldades, mas que não vergam e nem se deixam destruir. Na impossibilidade de fazer de forma mais personalizada, aproveito o ensejo para expressar, mais aberta e coletivamente, as minhas mais cordiais felicitações e desejos de muitas felicidades e sucesso. Continuem firmes e coerentes! As grandes mulheres e homens como vocês, não nasceram na grandeza, porém souberam engrandece-la. Não es-queçam nunca, não queremos fazer uma universidade grande, mas uma grande universidade! Parabens!

Page 6: UMA HOMENAGEM MERECIDA NA FACULDADE DE ......Muito obrigado, Kanimambo” 03 Dia da língua portuguesa D ecorreu na Biblioteca Central da Universidade Pedagógica (UP) um Simpósio

06 UPNOTÍCIASNº 008 • MAIO – 2018

www.up.ac.mz - NOTICIÁRIO

O Centro de Ensino à Distância (CEAD) orga-nizou formações de tutores de especialidade e tutores gerais em matéria de uso de plataforma

electrónica do ensino aberto e a distância. A formação com duração de 4 horas por dia, foi orientada pelos téc-nicos do Departamento de Informática da Universidade Pedagógica (UP) Beira.

O Ensino à Distância na UP-Beira vem se desenvol-vendo nos últimos anos. No entanto, uma das discussões, diz respeito ao papel do tutor do CEAD como sendo uma figura determinante no processo de consolidação de um modelo ideal de educação.

Com o avanço da tecnologia, a internet constitui uma oportunidade para os estudantes dos mais variados centros de instrução da UP-Beira ter acesso a qualquer tipo de conhecimento sem necessitar a presença de um professor. Segundo os formadores, o papel do tutor do CEAD nos cursos online deve ser como o de um regente numa orquestra, onde ele irá observar e organizar todo o fluxo de conhecimento, além de tirar as dúvidas dos estudantes. Participaram nesta formação tutores de es-pecialidade e gerais afectos nos centros de recursos de Caia, de Búzi e da Beira.

O jornalista e escritor moçambicano, António Emílio Couto, conhecido por Mia Couto, abriu uma sessão de venda da maior parte das suas

obras na Cidade da Beira, particularmente no Centro Universitário de Cultura e Artes (CUCA), tendo como público os estudantes e docentes da Universidade Peda-gógica da Beira.

Na ocasião Mia Couto falou dos seus 35 anos de car-reira e das suas perspectivas para o futuro, entre as quais a escrita de uma obra que retrata a cidade da Beira, sua terra natal onde em si despertou o dom da escrita que segundo ele, era antes um refúgio onde se podia exprimir com mais tranquilidade.

Jornal Mensal * DISP.REG/GABINFODEC/2008 * PROPRIETÁRIO: Universidade Pedagógica * Director: Eliseu Sueia * Chefe da Redacção: Vasco Davane * Redacção: Eliseu Sueia, Diogo Homo, Vasco Davane, Elísio Mandlate * Sub Editor: Diogo Homo *Colaboração: Aissa Mithá Issak, Jorge Ferrão e Filimone Meigos *Revisão: GCI * Fotografia: Sebastião Guiamba e Armando Mutombene * Projecto Gráfico: Danúbio Mondlane * Paginação e Grafismo: Danúbio Mondlane * Marketing e Publicidade: Elísio Mandlate *Direcção, Redacção e Administração: Rua João Carlos Raposo Beirrão 135 * Tel.: (+258) 21 30 38 27; Fax: (+258) 21 32 21 13 * Email: [email protected] | [email protected] * www.up.ac.mzFI

CHA

TÉC

NIC

A

No seu estilo característico, calmo, como se não quisesse falar, parecendo haver uma

força externa que o impressiona para expressar, foi assim que, o Ministro de Industria e Comércio, Regendra de Sousa orientou um show palestra, na Escola Superior de Gestão e Con-tabilidade (ESCOG) da Universidade Pedagógica (UP) alusiva aos 10 anos daquela escola, com o tema: Empreen-dedorismo e Desenvolvimento. O mi-nistro classificou a economia como sendo família, empresas onde as pes-soas produzem quaisquer produtos que a sociedade compra no mercado de bens e serviços. Existem mercadorias que somente o Estado pode oferecer e vender, através do governo que é o ges-tor do Estado providencia a segurança, defesa, a saúde e educação, sendo que a educação e saúde pode ser oferecer pelos particulares.

O titular do comércio fez notar que, para que haja desenvolvimento é preciso ter em conta quatro compo-nentes importantes, nomeadamente, recursos humanos qualificados e edu-cados, munidos de disciplina, recursos naturais, a terra, minerais entre outros, formação de capitais e tecnologia/ins-tituições. Em outras palavras o desen-volvimento seria o mesmo que dizer terra, instituições e inovações.

O orador explicou que, o desenvol-vimento se alcança com uma socie-dade moral e eticamente protestante e o empresariado moçambicano para lograr seus objectivos precisa de se comunicar com os parceiros com ho-nestidade e sinceridade, esses são ele-

Ragendra de Sousa desafia estudantes à serem empreendedores

mentos fundamentais do negócio e de quem queira vencer na vida. Pois, se não se ter em conta estes componen-tes facilmente os nossos empresários serão demandados por uma sociedade ética protestante.

Dando destrinça entre empresário e empreendedor, o ministro da Industria e Comércio disse que, empresário é um agente económico, trás novos produtos para o mercado por meio de combi-nações, mais eficientes de factores de produção, assume risco por conta pró-pria, enquanto empreendedor é aquele que cheira oportunidade e permanente-mente a olhar o que esta em volta.

Entretanto, para ser um empreende-dor é necessário combinar três elemen-tos essenciais, como sejam, factores pessoais que é capacidade de vencer na vida e com valores morais, ética e deontológicos, factores sociológicos, pertencendo a um grupo com vontade de ser empresários e por último fac-tores ambientais que tem a ver com a competitividade, disponibilidade de recursos, existência de incubadores, bem com a política governamental de desenvolvimento.

O ministro falou ainda de determi-nantes para um empreendedor de su-cesso e o fundamental é o insaciável de identificar oportunidade e sonho. Não obstante, a fonte alerta que o sucesso se alcança com uma relação cordial, simples e clara com os colaboradores, uma estrutura clara e equipa de traba-lho, bem com baixar custos e aumentar a produtividade e cima de tudo assu-mir o comando na organização, prestar atenção no planeamento e evitar ser pródigo.

Não palestra estiveram presentes estudantes, Corpo Técnico e Adminis-trativo (CTA), docentes e outras indi-vidualidades que se fizeram ao local para ouvir uma verdadeira aula de sa-piência.

Texto:Diogo Homo Foto: João Chapo

Texto: Delegação-UP-Beira

UP-BeiraCEAD forma tutores para ensino à distância

Mia Couto vende suas obras na cidade da Beira

Alusivo ao dia do livroUP Beira e Kulemba organizam mesa redonda

A Associação Kulemba em parceria com o Curso de Português da Uni-versidade Pedagógica - Delegação da

Beira, realizaram uma Mesa Redonda, alusivo às comemorações do dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor celebrado no dia 23 de Abril.

O encontro visava abordar questões asso-ciadas à importância e utilidade do livro, bem como incentivar hábitos de leitura. Os painelis-tas afirmaram que a sociedade deve ter o gosto pela leitura de livros de qualquer área científi-ca e não só, porque é um importante meio de transmissão de cultura e informação.

O sarau realizou-se no anfiteatro da UP com participação de vários painelistas, docentes, es-tudantes dos Cursos de Português, Jornalismo e convidados. Destacavam-se como membros do painel os seguintes: António Urbano, Danito Wambire (mais conhecido por Dany) escrito-res residentes na cidade da Beira, e docentes do Curso de Português da área de Literatura, Aní-sio Páscoa, Amândio P. Abacar, Joaquim Dina e Meque Saguate como moderador.

Page 7: UMA HOMENAGEM MERECIDA NA FACULDADE DE ......Muito obrigado, Kanimambo” 03 Dia da língua portuguesa D ecorreu na Biblioteca Central da Universidade Pedagógica (UP) um Simpósio

07UPNOTÍCIAS Nº 008 • MAIO – 2018

- www.up.ac.mz NOTICIÁRIO

Texto: Vasco Davane Foto: Chapo

UP palco central da celebração do dia da malária

A Universidade Pedagógica (UP) foi palco das cerimónias centrais da celebração do dia mundial de

luta contra malária que se celebra a 25 de Abril de cada ano e do lançamento da campanha de doação de sangue, para per-mitir que as unidades sanitárias estejam preparadas para atender doentes graves e prevenir a mortalidade, sendo anemia a que mais complica crianças e mulheres grávidas. O evento foi liderado pela Mi-nistra da Saúde, Dra. Nazira Abdula, pelo reitor da UP, Prof. Doutor Jorge Ferrão, e pelo Embaixador dos Estados Unidos da América (EUA), Dr. Dean Pittman.

O reitor da UP indicou que o papel da universidade é sempre o mesmo, formar, pesquisar e ter actividades de extensão, e esta universidade tem a particularidade de estar em todo o país. “Nós fazemos acti-vidades de extensão em diferentes áreas em particular, nas artes, na cultura. Temos um curso de saúde, e nada melhor que estarmos envolvidos nesta campanha”, disse o reitor para depois acrescentar que, “a campanha precisa de gerar um efeito multiplicador em todas as delegações, nos próximos dias estaremos a sensibili-zar os colegas sobre a malária e mais do que isso, vamos doar sangue em todo o país, um acto de solidariedade, os nossos irmãos necessitam do nosso apoio”.

A data foi instituída pela Organiza-ção Mundial da Saúde (OMS) como dia de luta contra malária, momento para re-flexão e renovação de esforços no com-bate a doença. É ocasião para destacar o compromisso contínuo para controlo e eliminação da doença, é uma ocasião para o governo, parceiros de cooperação, so-ciedade civil, e todos os actores para apre-sentar os avanços e desafios na luta contra malária bem como reflectir sobre as novas

estratégias para a sua eliminação.De acordo com a ministra da saúde, a

malária continua a ser problema de saúde pública no país, sendo mais frequente no período entre Dezembro e Abril de cada ano, onde se assiste maiores enchentes nas unidades sanitárias, com maior desta-que para as enfermarias e consulta de pe-diatria, isto decorre no ano em que a OMS declarou no seu relatório que o mundo está a registar um retrocesso na redução de casos de malária, mesmo em países que estão próximos de eliminar a doença.

“Moçambique registou um aumento de 17% de casos de malária e as provín-cias com mais casos são Tete, Manica, Inhambane e Gaza, este número de casos constitui grande preocupação para o go-verno de Moçambique uma vez que inter-fere negativamente no desenvolvimento do país, exortando-se à sociedade juntar esforços para erradicar a malária, refor-çando a comunicação para a mudança de comportamento na comunidade e con-tribuindo para a criação de um ambiente saudável para os moçambicanos”, disse a governante.

Num outro desenvolvimento, a timo-neira da saúde manifestou o comprometi-

mento do governo no fortalecimento das áreas de prevenção e curativas, “o país tem estado a implementar políticas de diagnóstico e tratamento mais eficazes baseadas em testes de diagnósticos rápi-das e combinações terapêuticas o intuito de garantir a cura mais rápida e também para retardar o surgimento da resistência. Conseguimos alocar testes de diagnósti-cos e de tratamento até ao nível comuni-tário através dos agentes polivalentes ele-mentares que conseguem diagnosticar e tratar casos de malária simples reduzindo deste modo casos de malária grave morta-lidade e as sequelas desta doença”.

Para as comemorações deste ano, foi adoptado como lema: “preparados para vencer a malária”, representando uma oportunidade para todos os sectores e par-ceiros demonstrarem o seu cometimento na disponibilização continuada de recur-sos para a luta contra a malária.

O embaixador dos EUA, Dr. Dean Pit-tman, um dos parceiros do governo mo-çambicano e do ministério da saúde em particular, reconheceu o sucesso de Mo-çambique no seu esforço para alcançar um Moçambique livre da malária. “Este ano estamos juntos para assinalar o pro-

gresso alcançado na luta contra a malária e para renovar o compromisso de reduzir a infecção desta doença em Moçambique, estamos num progresso”, destacou o di-plomata norte-americano.

Desde 2007 o governo dos EUA, através da iniciativa do presidente norte--americano na luta contra a malária, tem trabalhado com o fundo global das Na-ções Unidas e outros parceiros para apoiar o MISAU no esforço de controlo da ma-lária, tendo desembolsado cerca de 330 milhões de dólares ao país. Neste ano os EUA assistiram o país na luta contra a ma-lária apoiando na aquisição e na distribui-ção de 1.6 milhões de redes mosquiteiras.

Os EUA estão a fortalecer o sistema de saúde para capacitar os quadros de MI-SAU e também apoia as comunidades na prevenção e combate a malária através dos voluntários do corpo da paz e organiza-ções de base comunitária. “Tem-se alcan-çado sucessos no combate à malária mas muito há por se fazer, esta doença consti-tui um grande problema de saúde pública e uma barreira ao desenvolvimento econó-mico do país. Afecta a educação, manten-do as crianças sempre longe da escola. A malária é consequência da pobreza sendo as famílias mais pobres as mais sofredoras na prevenção e controlo da doença, é uma doença global”, indicou Pittman.

Referir que para este ano o governo dos EUA prevê contribuir com cerca de 500 milhões de dólares nas áreas de ener-gia, educação, agricultura, ambiente.

Nesta cerimónia que marcou o lança-mento da campanha de recolha de sangue e também do dia de luta contra a malária, esteve patente no campus de Lhanguene uma feira de saúde, para além de activi-dades lúdicas, música, doação de sangue, onde participaram docentes, entidades da sociedade civil, estudantes, corpo diplo-mático, e demais convidados.

UP-Beira celebra semana da Francofonia

N o âmbito da celebração da 21ª edição da francofonia, o curso de Francês da UP-Beira realizou diversas actividades

culturais e científicas no CUCA, nas quais parti-ciparam estudantes das escolas secundárias Ma-teus Sansão Mutemba, Estrela da Manhã, Estoril e Ponta-gêa.

O ponto mais alto das actividades foi marcado pela apresentação da palestra intitulada, “oralida-de no meio multilingue: toda uma criatividade”, proferida pelo Prof. Doutor Thierry Gaillat da Universidade da Ilha da Reunião.

Na sua explanação, o Professor Gaillat centrou a sua atenção na criatividade que ocorre ao nível do léxico, facto que acontece quando a língua francesa entra em contacto com diferentes línguas nacionais e estrangeiras. A apresentação feita pelo palestrante, vai ao encontro da realidade moçam-bicana, pois Moçambique é um país multilingue onde a língua francesa com estatuto de língua estrangeira, coabita o mesmo espaço geográfico com línguas nacionais de origem bantu e com as línguas portuguesa e francesa.

O palestrante sublinhou que no futuro a língua francesa falada em Moçambique, será um pouco diferente das variantes faladas em outros países africanos, nomeadamente Madagáscar, Ilhas das reuniões, Ilhas das Comores, etc., devido a criati-vidade lexical do falante.

Na Biblioteca da UP-BeiraDetido cidadão indiciado de roubo

Foi detido cidadão que se dedicava ao roubo de material informático na bi-blioteca da UP-Beira, em número de

sete computadores. O acusado que se decla-rou ser professor na Escola Primária e Com-pleta de Metuchira, em Nhamatanda, afirmou segundo o jornal diário, ter sido o autor do furto. Referir foi neutralizado pelos guardas da instituição quando se preparava para per-petuar mais um furto no CEAD (Centro de Ensino a Distância.

Devido ao esforço da autoridade policial todos os computadores roubados foram recu-perados, embora parte destes danificados.

Prof. Doutor Jacinto Banze, chefe do de-partamento de documentação e informação da UP-Beira lamentou o facto de todos os programas neles instalados e todas as infor-mações da instituição terem sido suprimidas, “os computadores equipados de sistema de gestão e informático da Biblioteca, do repo-sitório e da plataforma de aprendizagem auto dirigida de línguas já não existem, pois os discos duros foram formatados”.

Referir que o mesmo aconteceu com os programas específicos para pessoas com de-ficiência visual.

UP BeiraDocentes na pesquisa da World Bank

A World Bank realizou um encontro no anfiteatro da UP--Beira com vista a seleccionar treze docentes da área de ciências naturais e matemática, nomeadamente biolo-

gia, química, física e matemática, para fazer um inquérito junto as escolas secundárias localizadas em alguns distritos da provín-cia de Sofala.

A formação visa numa primeira fase incentivar os professo-res da mesma área a se observarem em pleno acto da lecciona-ção, através de uma ficha de observação a serem fornecidos pela equipa responsável pela pesquisa.

Segundo a World Bank, a pesquisa não pretende avaliar o desempenho do professor no acto da leccionação, mas tentar en-contrar de uma maneira geral o erro de leccionação nas matérias acima indicadas através da análise dos itens patentes na ficha de observação. A pesquisa sobre a problemática do ensino para área de ciências naturais e matemática já vem sendo levado a cabo na cidade de Maputo, em particular em algumas escolas secundárias.

No encontro, o orador do World Bank apresentou um vídeo sobre uma aula de química, onde mostrava precisamente como é o ambiente na sala de aula e quais os pontos a levar em conside-ração, como o professor dá a continuidade de sua aula anterior; como faz o uso de exemplos para melhor compreensão da ma-téria; como estimulação a participação e discussão dos alunos; como monitora as actividades; como faz comentários em rela-ção a performance do aluno; como age perante um erro cometi-do pelo estudante; como é o clima de respeito e não só.

Page 8: UMA HOMENAGEM MERECIDA NA FACULDADE DE ......Muito obrigado, Kanimambo” 03 Dia da língua portuguesa D ecorreu na Biblioteca Central da Universidade Pedagógica (UP) um Simpósio

08 UPNOTÍCIASNº 008 • MAIO – 2018

www.up.ac.mz - DESPORTO

O presidente do Clube desportivo da UP-Manica, Charnaldo Ndai-pa (CN), em entrevista concedi-

da ao UPNotícias (UPN), garante que o clube está num bom caminho e os resulta-dos estão a vista “porque temos um bom ambiente no balneário, um treinador muito experiente e conhecido de referência no panorama nacional e internacional, por isso acreditamos que teremos melhor desempe-nho durante o campeonato e estamos tra-balhar para defender a bandeira upeniana”. O presidente Ndaipa, enalteceu igualmente o apoio incomensurável da Universidade UP e da Província de Manica que se reflete nas despesas logísticas, pois na sua opinião o clube ainda não se ressente de crise de alimentação, água e alojamento. Leia na íntegra os excertos da entrevista.

UPN – Qual é a saúde do clube despor-tivo de UP-Manica?

CN – O clube está num bom caminho, posso dizer que estamos saudáveis à 95%, porque temos um plantel repleto de mistu-ra de jogadores de nova e velha geração que nos transmite confiança no trabalho que fazem dentro e fora das quatro linhas. Portanto, desta mistura de jogadores te-mos alguns que estão a estrear-se no mo-çambola e alguns vindos da UP-Lichinga e todos têm muita sede de ganhar títulos individuais e colectivos e têm sob o seu comando um treinador experiente, o mis-ter Aleixo Fumo ,sobejamente conhecido a nível nacional e internacional. Entretanto, vamos caminhando a passos bem aperta-dos para alcançarmos posições cimeiras na tabela classificativa do moçambola e esta-mos a trabalhar arduamente para o deside-rato, visto que nos últimos confrontos nos impusemos aos colossos do campeonato.

UPN – Qual é avaliação que faz do desempenho de UP-Manica no cam-peonato?

CN – Avaliação é positiva, contudo para quem está distante do clube ou dos ra-pazes pode fazer uma avaliação negativa, mas quem vive o dia-a-dia dos trabalhos do clube faz uma boa apreciação, uma vez que nós não nos avaliamos pelos resulta-dos, mas sim pelo desempenho, perfor-mance, entrega, luta, dedicação e isso ve-rifica-se na equipa. Embora nos primeiros jogos não tenhamos conseguido ganhar, mas ganhamos um conjunto depois de três derrotas e um empate, porque consegui-mos identificar as nossas fragilidades nos primeiros confrontos e por isso demos uma volta por cima nos últimos três jogos, onde ganhamos Ferroviário de Maputo por uma bola sem resposta,Liga Desportiva de Ma-puto por duas bolas à uma, ganhamos Fer-roviário de Nampula por três a duas bolas e na décima jornada empatamos com Tex-táfrica. Importa referenciar que as derro-tas que sofremos nos primeiros jogos ser-viram de lição, mas o clube mostrou que é mais que um clube estreante pelo nível de futebol apresentado nesses jogos.

UPN – Depois da saída do mister Mati-ne, qual é o ambiente do balneário?

CN – Olha, os meninos vinham com

uma filosofia diferente típica do mister Matine, agora têm um novo treinador, Aleixo Fumo e já se encaixaram a sua filosofia de abordagem do jogo, e pre-tendemos continuar no rítimo de vitórias. Ademais o Fumo é um treinador muito conhecido de referência do futebol nacio-nal e internacional pelo trabalho que vem fez nos clubes por onde passou e compe-tições externa que fizera como treinador do Ferroviário da Beira. Por isso acredi-tamos que teremos melhor desempenho durante o campeonato, pois há um bom ambiente de trabalho e os rapazes mos-tram-se confiantes.

UPN – No âmbito das boas relações, que experiência a UP-Manica terá colhido do seu homólogo de Lichinga?

CN – A UP-Lichinga sempre abriu portas à UP--Manica e gozamos das boas relações, porque tivemos vários encontro com o clube e negocia-mos a transferência dos melhores jogadores que militavam na UP-Lichinga e fomos apon-tados 8 jogadores, que estão a trabalhar connosco e mostram crescimento e matu-ridade a cada jogo que realizam. Outros-sim, a técnica da UP-Lichinga juntou a nós e mostrou um trabalho excelente antes da vinda do Mister Aleixo Fumo.

UPN – Sr. Presidente, o plantel é com-posto apenas por estudantes ou tem outros intervenientes?

CN – O plantel é composto por 28 jo-gadores, dos quais 3 são universitários, 25 não são estudantes. A nossa filosofia tem que ver com enquadramento de poucos es-tudantes, uma vez que alguns jogos do mo-çambola se realizam ao longo da semana e traz desvantagem para quem está estudar, porque não está a estudar para ser jogador precisa de ter mais tempo para investiga-ção e com jogos seria difícil. No entanto, optamos em incluir menos jogadores estu-dantes para não empatarmos o seu desem-penho académico. Apesar de termos outros estudantes talentosos não queremos lhes prejudicar e por isso trabalhamos menos com estudantes na equipa principal.

UPN – Como é que é feita a contrata-ção de jogadores no clube?

CN – A princípios os jogadores são contratados através da equipa técnica usando vários canais como treinadores e agentes desportivos. Portanto, actualmen-te o clube conta com jogadores nacionais, pois para contratar um jogador estrangeiro envolve burocracia desde a sua inscrição que requer visto de trabalho, documento do INSS, Carta de desvinculação de clu-bes anteriores e visto de residência. No entanto, é um processo complexo que, não se circunscreve apenas ao clube inter-namente ou a província . A título de exem-plo, recentemente o clube falhou a contra-tação de dois reforços internacionais por causa do processo burocrático e na próxi-ma janela de transferências vamos tentar inscrever um camaronês muito talentoso que ajudará a equipa a crescer mais no

campo, porque precisamos do homem--golo e o processo já está bem avançado.

UPN – Sr. Presidente, qual é o apoio institucional, governamental e empre-sarial que o clube tem?

CN – A UP-Manica recebe apoio de várias instituições, nomeadamente: a UP--Sede que cobre em 50% das despesas do clube e a UP-Manica participa em 50%. Temos igualmente ajuda do governo pro-vincial que apoia no apetrechamento do complexo Gondola, onde realizamos os jogos e os nossos treinos. Neste momento o clube está à pagar a mão-de-obra pro-veniente de receitas clube, temos um dos melhores balneário e isso é fruto do apoio do governo e o empresariado local, que não medem esforços para o crescimento do desporto, fundamentalmente futebol.

UPN – Sr. Presidente o que tem a dizer em relação a avaliação logística do clube?

CN – Avaliação logístistica é anima-dora, porque os jogadores estão num bom lar, os treinadores estão numa boa casa, é verdade que precisamos de mais apoio, mas neste momento não há crise de ali-mentação, água e alojamento. Estão no lar 15 jogadores numa casa rés-do-chão e primeiro andar.

As nossas despesas mensais estão or-çadas aproximadamente em 5030000 mil meticais para alojamento e alimentação além de despesas de jogos que custam 70000 à 100000 jogos internos para pa-gar hotéis, onde os jogadores eleitos e a equipa técnica se concentram para o jogo. Muitas dessas despesas são suportadas pela própria receita de jogo. A UP-Manica foi primeiro clube que abriu cedo as ofi-cinas em Setembro de 2017. Embora os resultados não revelem como iniciamos, mas estamos a dar gás para mudar o rumo de resultados, porque o campeonato ainda é criança vamos para 8 jornada, temos jo-gos difíceis, porque todos querem pontuar, contudo vamos trabalhar para defender a bandeira upeniana.

UPN – Qual é o legado que o presi-dente pretende deixar até ao final do campeonato?

CN – Um clube bem estruturado, que tenha condições de se manter no campeo-nato e garantir que as parcerias da Uni-versidade continuem, de modo que se prossiga com trabalho de excelência que é foco de todos nós, mas principalmen-te um clube bem organizado, bem admi-nistrado para que os presidentes que me sucederem possam trabalhar bem e com profissionalismo. Então, é esse legado que quero deixar.

UPN – Qual é o grande aprendizado tirado neste primeiro ano de competi-ção no moçambola?

CN – Muitos. A gente aprende de di-versas maneiras, o clube desportivo de UP-Manica profissionalmente está num bom caminho, se relaciona bem com a equipa técnica e todo staff da universida-de, então isso profissionalmente é uma satisfação muito grande. Pessoalmente também é um aprendizado imensurá-vel, porque dou tudo pelo clube, razão pela qual, quando se avalia o trabalho da equipe técnica avalia-se igualmente trabalho do presidente e isso para mim é um desafio pois sou uma pessoa de per-sonalidade forte é uma experiência úni-ca, prazerosa. Embora seja extremamen-te desgastante, porque tenho que prestar contas do trabalho ao clube, adeptos e todos aqueles que se identificam com o trabalho do Clube Desportivo da UP--Manica.

UPN – Como é que o clube pensa é reerguer-se da actual classificação?

CN – Com mais trabalho, humildade, simplicidade, entrega e dedicação e muita crença, porque temos bons treinadores e temos que reforçar o nosso ataque, porque a equipa está bem na parte defensiva e no meio campo, mas não temos os homens de golos e estamos a trabalhar para que ter-mos bons finalizadores na próxima janela de transferência.

Charnaldo Ndaipa, faz radiografia do Clube Desportivo da UP-Manica no moçambola

Texto: Elísio Manjate Foto: Chapo

Page 9: UMA HOMENAGEM MERECIDA NA FACULDADE DE ......Muito obrigado, Kanimambo” 03 Dia da língua portuguesa D ecorreu na Biblioteca Central da Universidade Pedagógica (UP) um Simpósio

09UPNOTÍCIAS Nº 008 • MAIO – 2018

- www.up.ac.mz EM CONVERSA

Timbane e o desafio da informática na UP

O timoneiro do Centro de Informá-tica da Universidade Pedagógica (CIUP), Sansão Timbane tem

em manga como desafios a melhoria da qualidade da internet, apostando-se na for-mação contínua dos técnicos, bem como

a rede cooperativa fornecida aos utiliza-dores da Universidade. Este reforço das capacidades devem ser também estendidas as delegações, provendo uma internet de qualidade, apetrechando os laboratórios de informática para disciplinas especializada, nomeadamente, laboratório de desenvol-vimento Software, de programação e de redes.

Timbane considera que, uns dos itens para que uma universidade esteja no ranking é a melhoria da qualidade serviços prestados aos seus utentes, daí a necessida-de de se investir em sistemas e ferramentas bastante interessante e uma página na in-

ternet da UP mais dinâmico com actualiza-ções constantes.

Entende ainda, a fonte que, a pareceria entre o Centro de Informática e o Gabinete de Comunicação, Imagem e Imprensa vai vitalizar e dinamizar o desenvolvimento de aplicações e projectos para actualização de informação, embora com algum défice em relação ao canal para fazer correr de forma mais célere os eventos.

“É necessário pensar-se num meio al-ternativo, aproveitando das tecnologias existentes para criação do Web rádio no Youtube ou numa outra ferramenta em que poderia comunicar-se e que através dessa

hiperligação fosse possível ter acesso as informações instantâneas e com muita ra-pidez colocadas nas plataformas e visuali-zadas no Site da UP”, rematou o director.

Fez notar Timbane que, investindo também na Cloud que é uma tecnologia muito vendido porque tende a reduzir os investimentos em memória e os custos da aquisição dos equipamentos, como tam-bém aos utilizadores pouco gastam na me-mória física do computador, portanto essa tecnologia já existe na UP, não obstante, ela é pouco explorado porque exige treina-mento de técnicos.

Entretanto, para o director há que uni-ficar os produtos, sistemas, plataformas e actualizar constantemente a página de to-das unidades orgânicas, e a vantagem de actualização dessas páginas é que os doa-dores ou os potenciais parceiros das Uni-versidades antes de uma visita física con-sultam por via de canais sobre as pesquisas e extensão dos projectos.

“A necessidade de olhar para as infra--estruturas para melhor redefinir as nos-sas capacidades em termos do hardware e eventualmente o Software, mas também precisamos de rever o estágio dos técnicos, assim como solicitar junto ao Gabinete do Reitor e Direcção dos Recursos Humanos um reforço no pessoal técnico, porque ti-vemos transferências de colegas para re-forçar outros órgãos”, disse Timabane.

Esses são as linhas mestres que vão nortear a acção do titular do CIUP durante o seu mandato.

...uns dos itens para que uma universidade esteja no ranking é a melhoria da qualidade serviços prestados aos seus utentes, daí a necessidade de se investir em sistemas e ferramentas bastante interessante e uma página na internet da UP mais dinâmico com actualizações constantes....

Os mágicos do salto à corda cogi-tam dar basta à sua participação nas competições internacionais,

em causa está a falta do patrocínio, estágio entre outra necessidade primárias. Além do mais, os rapazes maravilha clamam pelo reconhecimento e valorização depois de terem escrito com letra de ouro o nome de Moçambique, em Portugal, França e Estados Unidos de América, conquistando medalhas de ouro em três anos consecuti-vos, uma proeza que merece respeito de todos os moçambicanos.

Entretanto, apesar de todos os obstá-culos, os mágicos do salto à corda com estóico conseguiram representar condig-namente o país e afastaram precisamente os mais significantes emblemas do Roppe Skiping.

Trata-se de uma paragem até que se-jam criadas condições e ao mesmo tempo que lançam um grito aos dirigentes des-portistas da necessidade de prestar mais atenção à modalidade. Falando ao UP-No-tícias Eleves Tembe disse que, a permane-cer a situação preferimos trabalhar com a pequenada das escolas na massificação da modalidade.

A fonte não deixou de revelar o cari-nho pela Universidade Pedagógica, pois segundo ele a UP ofereceu-lhes bolsas de estudo, como também treinos nas instala-ções da instituição. Quem diria que os pu-tos iriam ponderar abandonar as competi-ções internacionais, como se diz, a vida é

um encadeamento de histórias sem final, de fios, de argumentos soltos, como des-creve Ovejero. Há coisas inconfessáveis, aqui jamais se menciona é aqui tem a ver com o próprio prazer Vasquez. Há amores que acabam sem que se pronuncie um ve-redicto final, Gimeénez.

Se é verdade que o prazer não se con-fessa por mais tortuoso, doloroso e uma impressão flutuante silenciosa, um rasto de qualquer coisa imprecisa dolorosa e funda, contudo, os rapazes não podiam continuar alimentando um silêncio peran-te os problemas que a seleção enfrenta, a saída airosa foi colocar o travão as compe-tições internacionais até que sejam criadas condições condignas, a título de exemplo, os tricampeões não irão fazer parte do campeonato mundial a realizar em Junho deste ano nos EUA, em causa está a falta de verbas para custear as despesas de des-locação, alojamentos, alimentação entre outras necessidades.

Em todos os campeonatos mundiais por onde participaram chegavam atra-sados, às vezes sem estágio e sem viajar com a delegação completa, mas mesmo assim conseguiram chegar ao pódio e ele-var o nome de Moçambique bem alto nos campeonatos mundiais que participaram, como sejam Portugal, França e EUA. Para Tembe, o que a selecção necessita são às condições favoráveis de trabalho compa-rado com das outras galáxias e a neces-sidade ter uma selecção bem constituída, incluindo atletas das províncias do país.

Mágicos do salto à corda desistem das competições internacionais

Texto:Diogo Homo Foto: Chapo

Texto: Armando Mutombene Foto: J. Carlos

Page 10: UMA HOMENAGEM MERECIDA NA FACULDADE DE ......Muito obrigado, Kanimambo” 03 Dia da língua portuguesa D ecorreu na Biblioteca Central da Universidade Pedagógica (UP) um Simpósio

10

UP-Gaza debate Pesquisa Científica

UP – Maxixe e o sector da Cultura e Turismo firmam memorando

Aula Inaugural na UP-MaxixeRacionalizemos a água que temos hoje, porque amanhã pode ser motivos de conflitosDefende Gustavo Dgedge

A Universidade Pedagógica delega-ção de Gaza (UP Gaza), no cum-primento do Plano Estratégico da

UP e na assunção dos princípios de Acade-mia de Volta, em que o Ensino, a Pesquisa, e a Extensão devem ser de qualidade, tem vindo a promover debates científicos atra-vés de diferentes tipos de eventos.

Através de Seminário de Pesquisa, a UP Gaza tem vindo a criar oportunidades para que a comunidade académica (docen-tes e Corpo Técnico Administrativo) dis-cuta e construa o conhecimento científico.

O Seminário é o lugar em que todos os mestrandos e doutorandos, docentes apresentam de modo telegráfico o estágio da sua formação. Dentre vários aspectos, o elemento que constitui foco e principal objecto a ser analisado pela audiência apreciadora é o conteúdo dos projectos de pesquisa para as dissertações e teses.

O resultado e o ganho com estes deba-tes, por um lado, é que os formandos par-

tilham a sua experiência em matérias de pesquisa, os desafios e dificuldades, bem como as soluções ou vias para dar vazão a problemas passíveis de serem encontrados num processo de pesquisa científica. Por outro lado, os formandos beneficiam-se de observações instrutivas, em perspectivas como: concepção do tema da pesquisa, sua relevância, modo de abordagem, metodo-logia usada, etc.

Este tipo de eventos científicos têm como objectivo aperfeiçoar a acção de pesquisa dos docentes, que por sua vez, através das várias formas de orientar a aprendizagem, passarão estas habilidades, atitudes e experiências aos seus discentes o que certamente culmina com uma educa-ção de qualidade desejada por todos os sis-temas educativos, nesta sequência foram apreciados sete projectos de doutoramento e uma tese.

A Direcção Provincial da Cultura e Turismo (DPCT) de Inhambane e a Universidade Pedagógica (UP)

– Maxixe firmaram um memorando de en-tendimento. O convénio foi rubricado pelo Pe. Ézio Lorenzo Bono, em representação da UP-Maxixe e por Fredson Victor Bravo, em representação da DPCT de Inhambane. Falando no momento da assinatura do con-vénio, o Director da UP – Maxixe referiu que o acordo vai permitir que estudantes de algumas áreas, como gestão, passem a realizar as suas práticas e estágios profis-sionalizantes naquele sector, bem como nas estâncias turísticas de Inhambane, “dotando-os, desta forma, de ferramentas e experiência prática, necessária e indispen-sável para a execução das actividades para as quais estão a ser formados” – destacou.

Por seu turno, o Director Provincial da Cultura e Turismo destacou o contributo científico deste acordo, pois “da UP – Ma-xixe esperam-se pesquisas e actividades de carácter académico que contribuam para

impulsionar práticas turísticas e culturais e, por conseguinte, o desenvolvimento so-cioeconómico da província de Inhambane”.

À margem do acto de assinatura do acordo, a Directora para Pós-graduação, Pesquisa e Extensão da UP – Maxixe, Isa-bel Vilanculos, que afiançou à reportagem da UP – Notícias que, actualmente, estão em curso actividades inseridas na Pesqui-sa e Extensão visando a viabilização do acordo. Acrescentou que “está-se no pro-cesso de preparação das equipas que vão trabalhar no terreno: docentes, estudantes e pesquisadores”.

Refira-se que uma das apostas da UP para o presente quinquénio é o fortaleci-mento da cooperação multilateral com o objectivo de tornar realidade um dos seus mais importantes desideratos que é a in-ternacionalização, de modo particular, e o desenvolvimento da instituição em todas frentes, do ponto de vista geral.

O Geógrafo e ambientalis-ta Prof. Doutor Gujstavo Dgedge foi o orador da

aula de sapiência, na UP – Maxixe. Dgedge focou a sua abordagem na relação entre a água e o desenvolvi-mento sócio-ambiental, para quem não se pode falar de desenvolvi-mento sem tomar em conta o valor da água, como elemento indispen-sável para a sobrevivência humana.

Numa cerimónia concorrida por docentes, estudantes, pesquisado-res autoridades políticas e religio-sas locais, o orador não poupou críticas às formas correntes e des-leixadas de uso e gestão dos recur-sos hídricos. “Não é crível que se fale de escassez de água para o con-sumo num país rico e abundante de recursos hídricos, o problema está na forma como usamos e gerimos esses recursos”, concluiu. Questio-nado sobre se a dessalinização da água não seria uma alternativa viá-vel para as constantes escassez de água, Dgedge apontou alguns paí-

ses que estão num nível bastante avançado, contudo, diz o Professor “é um processo dispendioso, o qual é necessário, mas do qual ainda te-mos um percurso a percorrer para chegarmos, devido a fundos”.

Para solucionar os actuais pro-blemas de escassez do precioso líquido, Gustavo Dgedge que tam-bém é Director da Faculdade de Ciências da Terra e Ambiente da UP, exortou a sociedade moçam-bicana sobre a necessidade de ra-cionalizar a água, muitas vezes mal usada. Nesse sentido, sugeriu que houvesse disciplinas sobre a educa-ção hídrica, à semelhança de cursos sobre educação ambiental já cursa-dos em várias instituições d ensino superior em Moçambique. Essas disciplinas ou temas transversas contribuiriam em grande para mi-nimizar os actuais problemas de gestão da água. Dado que, “a ges-tão começa em casa, na família”.

UP- MAXIXEDocentes lançam obra científica na área dafilologia das línguas Bantu

O auditório da Escola Superior de Hotelaria e Turismo da Uni-versidade Eduardo Mondlane,

na cidade de Inhambane, acolheu a ce-rimónia do lançamento do Plano Estra-tégico de Combate à Violência Domésti-ca, ao nível da Província de Inhambane. A cerimónia serviu, igualmente, para o lançamento da obra: “Acomodação Lin-guístico – Cultural da Lei de Violências Doméstica Praticada Contra a Mulher à Comunidade Tshwa”, da autoria de Danifo Ismael Chutumiá e Salomão Massingue, docentes e pesquisadores do Departamento Ciências de Linguagem, Comunicação e Artes, da UP – Maxixe. A obra é uma contribuição científica no ramo da filologia das línguas bantu.

Na ocasião, o Director da Delegação da UP – Maxixe, Pe. Ézio Bono, referiu que esta obra é fruto da parceria estraté-gica que a UP – Maxixe firmou com a organização não-governamental “Agên-cia Catalã para o Desenvolvimento” e

“Arquitectos Sem Fronteiras”. A parce-ria, “está dentro de um novo plano estra-tégico de cooperação que UP – Maxixe vem desenvolvendo com vista a tornar viáveis projectos de Pesquisa, Extensão, Pós-graduação, governação, entre ou-tras.”

Para os autores, foi um desafio que foi possível com a colaboração de en-tidades parceiras e falantes da língua tshwa. Assim, fica o repto de estender a pesquisa para as outras línguas fala-das em Inhambane, principalmente o Tsonga, como uma das apostas não só dos pesquisadores, mas também da UP – Maxixe, visando, igualmente, a valori-zação do substrato linguístico bantu.

A cerimónia contou com a presen-ça de representantes do Governo Pro-vincial de Inhambane, do Município, das Instituições de Ensino Superior em Inhambane, entre outras.

UPNOTÍCIASNº 008 • MAIO – 2018

DELEGAÇÕES www.up.ac.mz -

Texto: Ana David Verdial & Elísio A. Tivane

Texto: Salomão Massingue

Texto: Salomão Massingue

Texto: Salomão Massingue

Page 11: UMA HOMENAGEM MERECIDA NA FACULDADE DE ......Muito obrigado, Kanimambo” 03 Dia da língua portuguesa D ecorreu na Biblioteca Central da Universidade Pedagógica (UP) um Simpósio

11UPNOTÍCIAS Nº 008 • MAIO – 2018

- www.up.ac.mz ACONTECE

A Universidade Pedagógica jun-tou-se aos jornalistas nas ce-lebrações do dia 11 de Abril,

alusivo ao jornalista moçambicano. A data foi vivenciada num ambiente tur-vo, devido as sevícias que marcam o dia-a-dia do jornalista moçambicano no exercício da sua árdua tarefa, o de informar e formar.

Há certos quadrantes da socieda-de moçambicana que tentam, a todo o custo, coarctar a liberdade de ex-pressão e imprensa em Moçambique. Esta liberdade embora seja um direito constitucionalmente tutelado, vários são os tentáculos para a restrição desse direito – recordemos que, na filosofia, por exemplo, os estudiosos socráticos recordam, como se de hoje se tratasse, a morte deste pensador quando acusa-do de corromper a juventude, sem – do mesmo modo – descurar a morte de Jesus Cristo acusado de desvirtuar a moral social da sociedade judaica. Por-tanto, desde os tempos avoengos a luta pela liberdade de expressão e imprensa vem sendo limitado por aquele que de-tém o poder político e económico.

A vida torna-se muito mais difícil de prever e de controlar, mas isso não deve abater aos que lutam dia após dia pela liberdade da expressão e impren-sa. É preciso fazer do acaso um aliado e transformar um acidente num caso de sucesso aproveitando o acaso como ponto de partida para algo novo.

Falando da saúde do jornalismo em Moçambique, o secretário do Sindi-cato Nacional dos Jornalista, Eduardo Constantino, disse que o grande desa-fio é continuar a levar a informação isenta com rigor e responsabilidade a todos os cidadãos, reconhecendo, em-bora, as dificuldades em aceder às fon-

tes, “elas se fecham, mesmo com todos os requintes que a lei da imprensa pre-coniza na abertura das fontes de infor-mação – tendo em conta o princípio do contraditório”.

A liberdade da imprensa e expres-são tendem a degradar-se cada vez mais, contudo, apesar dos golpes, mantendo, entre jornalistas, há neces-sidade de se continuar a exercer com profissão e brio, profissionalismo e éti-ca, sublinhou Constantino, para depois acrescentar que, é urgente expurgar aqueles que ele os apelidou de pseudo-jornalistas que exercem a profissão ile-galmente, chantagistas das fontes para

tirar dividendos em benefício próprio, e isso mancha a classe jornalística.

Debruçando quem pode ser jorna-lista em Moçambique, o secretário dis-se que a lei da imprensa é peremptória ao afirmar que, só pode ser jornalista aquele indivíduo que recolhe, processa e divulga a informação e vive, os ren-dimentos provém tão exclusivamente desta actividade. E sobre a perseguição de jornalista, o secretário sublinhou que a constituição define claramente que no país há liberdade de expressão e imprensa por um lado e por outro a lei da imprensa estabelece que o jor-nalista tem direito a criação, então im-

portunar jornalista para não realizar a sua actividade é violação da lei e isso consubstancia é crime, sendo urgente denunciar essas pessoas para que a jus-tiça toma conta deles.

As celebrações do dia do jornalis-mo moçambicano tiveram lugar na sala da Biblioteca Central da UP, onde estiveram futuros escribas, estudantes que frequentam o curso de jornalismo em diversas instituições, docentes e outras individualidades, ouviu-se em in loc o desabafo de jornalistas, princi-palmente das Rádios comunitários que se sentem lesados por não ser conside-rados jornalistas.

UP junta-se aos escribas da comunicação

UP renova cooperação com a Universidade Otto von Guericke de Magdeburg

Texto:Diogo Homo Foto: João Chapo

A Universidade Pedagógica (UP) e a Universidade Otto von Guericke de Magde-

burg, da Alemanha, que mantém relações antigas nas áreas de trei-namento e formação de docentes renovaram o seu compromisso com o foco na formação de docentes em cursos de graduação e de pós-gra-duação, assistência na produção de material de ensino e em publicações, intercâmbio de docentes, pesquisa-dores, organização de simpósios, seminários, conferências internacio-nais e cooperação no desenvolvi-mento da educação no geral. Para a implementação desse objecto, ambas universidades prontificaram-se em preparar um programa de trabalho relativo às formas de execução, aos meios para a sua operacionalização e às responsabilidades das partes, que servirá como guião para sua materia-lização.

O Magnífico Reitor da UP, Prof. Doutor Jorge Ferrão, considerou a cooperação como momento único, porque volta a projectar e dinamizar

a relação que une as duas universi-dades há 32 anos e espera que a coo-peração seja capitalizada de modo a fortificar institucionalmente o inter-câmbio entre as mesmas. Por seu tur-no, a Profª. Doutora Franziska Anna Scheffler, Pró-Reitora da Universi-

dade Otto von Guericke de Magde-burg, apontou que a cooperação trará benefícios mútuos em diversas áreas de formação de professores e de in-tercâmbio estudantil entre as duas universidades. Ressaltou ainda que esta cooperação dará continuidade

aos eixos tradicionais de intercâmbio e projecta desenvolver novas áreas de actuação.

Fez parte da cerimónia de assi-natura do Acordo de Cooperação o Prof. Doutor Matthias Tullner, também da Universidade Otto von Guericke de Magdeburg, professor alemão que fez parte de primeiros do-centes da UP durante os primórdios do seu surgimento. Ele agradeceu a oportunidade de voltar a instituição que viu nascer e crescer, tendo dito que acredita que trará mais subsí-dios para as duas partes. Mostrou-se igualmente satisfeito por saber que um dos estudantes que se formara na Universidade Otto von Guericke de Magdeburg, o Prof. Doutor Delfim de Deus Mombe, dirige actualmente a Escola Superior de Contabilidade e Gestão da UP. Para ele, tal feito só vem reforçar a convicção de que esta cooperação tem tudo para dar certo e deve posta em prática.

É de salientar que o Acordo de Coo-peração terá 5 anos de vigência, conta-dos a partir do dia da sua assinatura.

Texto: Elísio Manjate Foto: João Chapo

Page 12: UMA HOMENAGEM MERECIDA NA FACULDADE DE ......Muito obrigado, Kanimambo” 03 Dia da língua portuguesa D ecorreu na Biblioteca Central da Universidade Pedagógica (UP) um Simpósio

12

Up celebra 100 anos de MandelaSe estivesse vivo o lider histórico completaria 100 anos no dia 18 de Julho de 2018Nelson Mandela: dimensão humana e histórica

Horas antes de ser levado como prisioneiro para a Ilha do Robben, no dia 12 de Junho de 1964, Nelson Mandela declarou perante o mundo:

Lutei contra a dominação bran-ca, e lutei contra a dominação ne-gra. Sempre lutei por um ideal de uma sociedade livre e democrática. É um ideal que espero poder viver para ver realizado. Mas, se for ne-cessário, é um ideal pelo qual estou

preparado para morrer.Este grande filho de África

completaria, a 18 Julho deste ano (2018), 100 anos: herdeiro numa família real, advogado, guerrilheiro pela liberdade e fim do Apartheid, prisioneiro, presidente, laureado com o prémio Nobel da Paz e ac-tivista mais acérrimo contra o ví-rus da SIDA. Acerca deste flagelo, Mandela teria declarado que é uma

“questão de Direitos Humanos”.Como político, Nelson Rolihla-

hla Mandela transcendeu a dimen-são de um nacionalista de uma na-ção (África do Sul) assumindo-se como uma voz universal da Recon-ciliação; ele soube vergar a mes-quinhice de uma argumentação ra-cista para se impor perante os seus próprios inimigos ao ser capaz de sentar-se à mesa com eles e com-preender que a libertação do agres-sor dos Directos Humanos depen-dia do acto libertador do oprimido.

É um facto incontestável o reco-nhecimento da figura do líder sul africano, Nelson Mandela, como ícone e referência de humanismo e dimensão de liderança própria em África e no mundo inteiro. As-sim, homenagear Mandela ao nível mundial constitui-se num acto de digno e justo reconhecimento de uma figura que traçou fortemente os rumos e o percurso do continen-te africano, e, por consequência, de todo o mundo.

Moçambique, como país africa-no e vizinho da África do Sul, tendo sofrido directamente as consequên-cias do apartheid, deve encontrar em Mandela o símbolo maior pela luta que Moçambique atravessou.

Por consequência, homenagear Mandela é uma obrigação. Por esta razão, homenagear Mandela é ao mesmo tempo discutir as relações entre Moçambique e a África do Sul que se apresentam como um movimento único e necessário para rever a história comum e recente de luta contra o regime racista do apar-theid e reafirmar o a luta comum pelo desenvolvimento económico rumo a uma sociedade próspera e democrática. Recordarmos a nos-sa história é uma forma de melhor direccionarmos as nossas relações para o futuro comum.

Entre os vários objectivos que apresentam nesta comemoração pode-se destacar:

Organizar na UP várias activida-des com o objectivo primeiro de ce-lebrar homenagear o centenário do aniversário deste grande homem;

Despertar na juventude moçam-bicana o valor reconciliação como pressuposto para a Paz e a Concór-dia efectivas em África;

Reconhecer a diversidade como um valor.

As actividades vão decorrer em todo o mês de Julho, na UP e em al-gumas escolas primárias e secunda-rias da cidade de Maputo e Matola.

UPNOTÍCIASNº 008 • MAIO – 2018

www.up.ac.mz - PANO DE FUNDO

O dom da maternidade dá-nos forçaAdvoga Carla Mabote

No âmbito das celebrações do mês da mulher, em particular da mu-lher moçambicana, o UP Notí-

cias conversou com a Profa. Doutora Carla Mabote, Assessora para Administração na Universidade Pedagógica (UP), depois de ter sido Pró-reitora para Administração e Recursos, uma administração que se centra nos recursos humanos, financeiros, e pa-trimoniais. Professora de Biologia fez pós--graduação em Ciências de Educação, e especializou-se em Didáctica de Biologia.

A nossa entrevistada afirma que apesar de se viver numa sociedade machista em que alguns homens não aceitam a capaci-dade feminina de dirigir e assumir cargos, muitas mulheres ocupam cargos, o que se pretende como mulher é um trabalho comum sem rivalidades e desenvolver a Instituição. “O trabalho do dia-a-dia é que vai mostrar quem é capaz e pode. Come-cei como Directora Adjunta de Delegação, éramos apenas duas mulheres a ocupar cargos de direcção. Mas ao longo do tem-po muitas mulheres começaram a assumir cargos de direcção, os dirigentes tendem a apostar nas mulheres.”

No que diz respeito à emancipação da mulher, em particular na UP, Mabote disse que um casal, são marido e mulher e tem que haver respeito, um homem tem que apoiar nas tarefas de casa, por sua vez a mulher também tem que fazer sua parte, não se abrindo uma situação de falta de respeito. “O homem é o chefe da família e a mulher está ali como sua parceira, companheira, mãe dos filhos e educadora, a emancipação é algo bom, ajuda a mulher a abrir-se mais, sem

olhar muito para questões de precon-ceitos e tabus, mas dentro dos limites”.

“É bom vermos casais que fazem actividades em conjunto, a esposa a co-zinhar e o marido a cuidar das crianças. Houve tempo que a emancipação foi mal interpretada e deve ter sido essa causa de muitos problemas de violência domésti-ca. Um dos desafios para a mulher é sa-ber conciliar o lado de ser profissional e ser esposa e mãe. Quando fiz a licencia-tura, na altura meus filhos tinham cinco anos de idade, tinha que me organizar de forma a não prejudicar as tarefas de casa, mãe e esposa presente”, defendeu Mabote.

Na opinião da Professora Mabote, o segredo para a rapariga/mulher alcan-çar o sucesso académico/profissional, é atitude e determinação, depois surgirá o apoio. “Hoje olho para o meu diploma e digo que valeu a pena. É uma questão de dedicação, se a pessoa não souber se ajustar no meio, perde-se e depois são problemas, doenças, stress, a mulher tem que dizer eu quero, eu posso e ai conse-gue; a mulher tem que batalhar, tem que se esforçar e ser determinada”.

“O dom da maternidade dá-nos uma força que é muito poderosa e que nos move em tudo aqui-lo que fazemos, a força que a mulher tem é inexplicável, porque conseguimos aguen-tar com todo tipo de dor, so-mos fortes, como seres huma-nos. Dizem que as mulheres são o elo mais fraco mas não são, por aquilo que uma mulher é capaz de fazer”, rematou a Professora Carla Mabote.

Texto: Taualia Neuara Foto: José Carlos

Page 13: UMA HOMENAGEM MERECIDA NA FACULDADE DE ......Muito obrigado, Kanimambo” 03 Dia da língua portuguesa D ecorreu na Biblioteca Central da Universidade Pedagógica (UP) um Simpósio

13

LANÇAMENTO DO LIVRO:

A “LIBERDADE” DO NEOLIBERALISMOLEITURAS CRÍTICAS

José P. Castiano

Data: 4 de Junho de 2018Local: Biblioteca Sede - UPHora: 16:00 horas • Entrada Livre

...o justo será então que os vencedores dessas eleições não se esqueçam daqueles que também exerceram o seu dever cívico como eleitores...

UPNOTÍCIAS Nº 008 • MAIO – 2018

- www.up.ac.mz REFLEXÃO

Da justiça à paz a partir de uma ética de responsabilidade

Justiça, paz e responsabilidade são três palavras que estão subjacentes na filosofia de Emmanuel Levi-nas (1906-1995), um filósofo francês nascido em

uma família judia na Lituânia. Embora não fale exacta-mente de paz, a sua filosofia liga claramente o homem, o cidadão e agente político por meio de um fundamento ético que os humaniza mutuamente e os torna livres. Sem a paz, a liberdade é limitada e errónea.

Trazer Levinas no contexto moçambicano pode pa-recer desconexo, contudo, a ideia da responsabilidade, justiça e paz está presente no contexto eleitoral em geral e de Moçambique em particular. Trata-se de uma apren-dizagem constante que ilumina não apenas aos filósofos, mas a todos aqueles amantes da sabedoria que procuram sucesso não apenas para si mas também para o outro.

Se os moçambicanos são agora chamados para se re-censearem, não é certamente para desempenharem um papel instrumental ao serviço dos políticos que logo em seguida como sustenta o filósofo moçambicano Severino Ngoenha, aqueles são esquecidos até ao próximo pleito eleitoral mas, a nosso ver, constitui um primeiro degrau do direito de cidadania inalienável num país democrático.

Todas as forças vivas da sociedade moçambicana são convocadas para mobilizarem para o exercício deste que é ao mesmo tempo um direito e um dever não só dos “po-litólogos” (emprestando o conceito de Ngoenha) como agentes mobilizadores, mas sim de todos os moçambica-nos sem excepção, incluindo os fiéis das igrejas.

Em Levinas no seu texto Totalidade e infinito, a res-ponsabilidade é um conceito que determina uma relação ética assimétrica, ou seja, ser responsável é responder pelo outro e até pela sua responsabilidade sem esperar que haja uma reciprocidade. É no contexto desta respon-sabilidade levinasiana que a Comissão Episcopal de Justi-ça e Paz em Moçambique criada pela CEM (Conferência Episcopal de Moçambique) em 1977 organizou o II Ciclo de Conferências subordinada ao tema: A Doutrina social da Igreja como força transformadora da sociedade tendo em vista as eleições autárquicas de 2018.

De recordar que as primeiras eleições autárquicas em 1998 aconteceram em 33 municípios onde o partido no poder governou em todas elas. Em 2003, tiveram lugar as segundas eleições autárquicas também ganhas pela Frelimo (87,87%) contra a Renamo (9,09%). As terceiras eleições autárquicas ocorreram em 2008 onde a Frelimo voltou a ganhar em quase todos os municípios excepto o da Beira que ficou com o MDM. As últimas eleições autárquicas aconteceram em 2013 onde, mais uma vez, o partido vencedor foi a Frelimo e o MDM ficou apenas com Beira, Nampula e Quelimane, a Renamo não parti-cipou.

A Igreja Católica Romana tem incentivado os seus crentes a participar activamente assuntos de cidadania para que todas as forças vivas da sociedade possam con-tribuir para a unidade nacional e, por via disso, serem obreiros da paz. Para tal, o conceito de responsabilidade deve ser aplicado não apenas na relação da intersubjecti-vidade (emprestando o conceito do filósofo moçambica-no José Castiano), mas também inter institucional, tanto partidária, assim como económica, social e comunitária.

Entendo assim a responsabilidade como sendo uma abertura incondicional ao outro, ou seja, recorrendo à me-táfora de Levinas que fala da epifania do outro, em que a presença do outro é considerada como uma visitação do “totalmente outro” que interpela não apenas a minha liberdade, mas e sobretudo a minha responsabilidade pelo outro.

Assim, reconhecendo o outro como um outro eu re-conheço nele a mesma humanidade que está em mim e partilho com ele a mesma finitude e instauro em mim um sentimento de solidariedade que é gratuita por exce-lência. Aqui nasce a ideia do bem comum (conceito de Rousseau) que, ao invés de semear a relação de tenções

e conflitos, devia ser um ponto de partida para se firmar um contrato social hobbesiano (de Thomas Hobbes) onde a confiança pela autoridade do soberano devia significar a garantia da paz entre os homens.

Ora, qualquer violência na quebra da confiança é eti-camente inaceitável em Levinas salvo em estrita obser-vância da lei. A justiça é um conceito que não se limita na jurisprudência, mas coloca o outro no verdadeiro cami-nho de cidadania cujo conteúdo não cabe apenas a partici-pação no sufrágio Universal, mas e sobretudo o bem-estar social, a dignidade no trabalho e a reforma justa.

Devemos nesse conceito actual de cidadania não so-mente à Revolução Gloriosa (séc. XVII) que reforçara o poder do parlamento na Inglaterra, nem apenas à Revo-lução Francesa em que os trabalhadores queriam também a terra, mas a Karl Marx que escreveu o Manifesto Co-munista (1848) que criticava não apenas a quem votava (burgueses), mas àqueles que detinham a posse de terra e de fábricas.

Os escritos de Marx inspiraram muitos movimentos na Europa e nos EUA tal como foi com as mulheres nos EUA lideradas por Bertha Lutz (1894-19-76). Hoje essa gratuidade acontece em pessoas anónimas ou mesmo colectividades privadas ou públicas reparam na face do outro não como uma face da moeda ou anti-moeda, mas como uma face do rosto que tem uma mensagem de paz e de progresso para mim.

Por isso, as eleições autárquicas de 2018 são expec-tantes na medida em que percebe-se, desde já essa gratui-dade em todos os cidadãos nacionais para permitir a par-ticipação de todos nesse exercício de cidadania tanto para eleger assim como para ser eleitos. O justo será então que os vencedores dessas eleições não se esqueçam daqueles que também exerceram o seu dever cívico como eleitores.

Texto: Luís Cipriano Manuel

Page 14: UMA HOMENAGEM MERECIDA NA FACULDADE DE ......Muito obrigado, Kanimambo” 03 Dia da língua portuguesa D ecorreu na Biblioteca Central da Universidade Pedagógica (UP) um Simpósio

14

Homenagem

FCSF junta reitores e ministros

Num evento que juntou antigos ministros e reitores da Uni-versidade Pedagógica (UP),

a Faculdade de Ciências Sociais e Fi-losóficas (FCSF) homenageou profes-sores e funcionários que deram os seus préstimos à faculdade em particular, e à universidade no seu geral. Dos home-nageados destacam-se, o Professor Ca-tedrático Aniceto dos Muchangos; Prof. Doutor Alcido Ngoenha; Prof. Doutor Carlos Machil; Profª Doutora Stela Duarte; Profª Doutora Rachel Thomp-son; Prof. Doutor Ernesto Chambisse; Prof. Doutor Zacarias Ombe.

Para o director da FCSF, Prof. Dou-tor Bento Rupia, o gesto não se esgota com o que os homenageados são, pois, são funcionários que serviram e ser-vem a instituição. Fica à memória de longos anos de trabalho árduo, das cor-das vocais que não resistem ao desgas-

te do tempo, mas mantém-se a necessi-dade de formar e capacitar, e transmitir conhecimentos, pois a função de pro-fessor e funcionário de instituição de ensino é digna e sem paralelo. Rupia, vincou a necessidade de solidariedade efectiva, reconhecendo os feitos das suas gentes, crianças, anciãos e pes-soas experimentadas.

Dos funcionários a distinguidos, dois foram reitores, e ocuparam car-gos de prestígio no país, um reitor em exercício de funções numa universi-dade privada, mas também director da Escola Doutoral na UP.

De acordo com o reitor da UP, Prof. Doutor Jorge Ferrão, os elogios são consequências de trabalho bem feito, obras por eles deixadas. “O reconhe-cimento pode ser pouco para as figuras que deram tudo em prol do país. Vocês devem servir de fontes de inspiração aos jovens, para além de ser a memó-ria institucional, e esta homenagem

é feita a um membro da família, mas em nome de todos, essas famílias que sempre foram o garante do sucesso profissional”.

Um dos homenageados foi o Mestre Ernesto Chambisse, Edil da cidade de Xai-Xai que ao falar à nossa reportagem afirmou que esta homenagem significa o reconhecimento da história depois da reforma como docente, embora o des-tino tenha o colocado em outras activi-dades políticas, pois, de acordo com o edil, citando Platão, os governantes tem que se virarem filósofos ou os filósofos tem que se virarem políticos.

Ainda na esteira das homenagens o Professor Alípio Siquisse disse que fez parte dos noventa jovens que seriam os primeiros formadores do país indepen-dente, que iam receber os outros que seriam professores, em 1978, depois de preparação em 1977. “Em 1978 com vinte anos fico director da Escola Industrial, e em 1991 ingresso na UP

como estudante, mais tarde docente, tendo começado como professor do ensino primário até ao superior”.

Para o então vice-reitor e ministro da educação Prof. Doutor Alcido Ngoe-nha a homenagem constitui um senti-mento de felicidade para os que contri-buíram de forma positiva, “quando se compara o passado e o presente e ver se que valeu a pena os passos iniciados e às vezes de hesitação, o grande desafio da humanidade é inovação, a capacida-de de criação, e a criação é instrumento principal para a evolução. Na altura só tínhamos ideias, projectos, e pessoas comprometidas, mas a evolução da UP ultrapassou as expectativas”.

“A educação tem hoje outros de-safios complexos do que no passado, mas o país está à altura para responder os desafios e engajar-se nas definições de políticas para o seu crescimento e defesa dos seus interesses económi-cos e sociais do tipo do homem que se pretende que seja no futuro. Hoje fala-mos na sociedade inclusiva e que deve prosperar, não é possível construir uma sociedade sem cultura, ciência e domí-nio de tecnologia”.

Num outro desenvolvimento, a Profª Doutora Rachel Thompson que em Junho e Julho de 1983 esteve in-tegrada na comissão de da criação do Instituto Superior Pedagógico (ISP) em 1985, afirmou que a universidade cresceu muito, de uma instituição com o fito de formar professores passou a oferecer outros cursos. “em 1983 co-meçamos a fazer os estatutos do ISP, trabalhamos em 1984 e até metade de 1985 já tínhamos estatutos entregues ao ministério de educação. Depois fui integrado de novo na comissão da cria-ção da UP que nasce em 1995 quando o reitor era o Professor Paulus Gerdes”.

Referir que a juntaram-se ao gru-po dos homenageados, Profª Doutora Alda Romão Saúte Saide; Prof. Doutor Cândido Teixeira; Prof. Doutor Carlos Mussa; Prof. Doutor AlípioSiquisse; Cacilda André; Prof. Doutor José Pau-lino Castiano; Prof. Doutor SeverinoE-lías Ngoenha; Prof. Doutor Hipólito Sengulane. Também foram homena-geados a título póstumo os Doutores Francisco Fabião e Luís Nanjolo, que perderam a vida em pleno exercício das suas funções de docência.

Texto: Vasco Davane Foto: José Carlos

UPNOTÍCIASNº 008 • MAIO – 2018

www.up.ac.mz - EM FOCO

Page 15: UMA HOMENAGEM MERECIDA NA FACULDADE DE ......Muito obrigado, Kanimambo” 03 Dia da língua portuguesa D ecorreu na Biblioteca Central da Universidade Pedagógica (UP) um Simpósio

15

O programa “Envelhecer com Saúde” é de extensão universitária com 10 anos de existência na Universidade Pedagógica

de Moçambique (UP). Este programa é fruto de tra-balho de parceria entre a Faculdade de Educação Física e Desporto (FEFD) e o Centro de Investiga-ção e Desenvolvimento do Desporto e Actividade Física (CIDAF), com demais parceiros nacionais e internacionais, implementado pelo Núcleo de In-vestigação em Actividade Física e Saúde (NIAFS ). O princípio académico e universitário de ligar o ensino, a pesquisa e a extensão parece ter reper-cussão nesta empreitada academicamente profis-sionalizante. O objectivo principal do programa é, e sempre foi, de promover a pratica de Exercício Fisco (actividade física, planificada, estruturado, repetitiva com objectivo de desenvolver uma ou mais componentes de aptidão física) regular para a melhoria do bem-estar e qualidade de vida dos indivíduos de terceira idade para além de propor-cionar aos estudantes universitários uma orientação teórica e prática da investigação científica publicá-vel em revistas com factor de impacto.

Como é sobejamente conhecido que o Exercício Físico, neste caso entendido como Actividade Físi-ca (movimento corporal promovido pelo músculo esquelético com finalidade de dispêndio energético acima do níveis de repouso), é um elemento de pre-venção, inquestionáveis, das “co-morbidades” para as populações, em particular para os indivíduos da terceira idades que são os idosos. Neste senti-do a Actividade Física passa a ser um elemento de maior destaque de prevenção, principalmente para responder as consequências advindas da inactivi-dade. A Obesidade, Diabetes do tipo 2, Hiperten-são, Acidente Vascular Cerebral e alguns tipos de Câncer são algumas das doenças que actualmente tender a apresentar maior prevalência mundial, nas quais a Actividade Física orientada parece exercer um importante contributo de protecção em todos eles, mesmo de forma simultânea. Assim, em virtu-de das baixas prevalências dos níveis de Actividade Física nas populações, a promoção de comporta-mentos activos passou a fazer parte das estratégias de saúde pública, realidade que exige a necessidade que se estudo de forma continuada os problemas epidemiológicos, de intervenção e de validação de instrumentos de forma cada vez mais agressiva e contextual.

É o que nos propusemos fazer, com certa preci-são académica e científica, a mais de 10 anos con-tinuamos a faze-lo até a actualidade, o que pres-supõem existir uma certa superação da exaustão a cada dia que passa. Todavia o conhecimento cien-tífico produzido leva-nos a, obviamente, novos de-safios de superação, dai que as distintas actividades do programa tenham espaço científico reconhecido, não só na UP, mas sobretudo a nível da comunidade académica científica a nível nacional e internacio-nal onde se preza pela revisão de pares em revistas científicas indexadas e o cumprimento da ética in-vestigativa. Os resultados dos 10 anos da existência

do programa “Envelhecer com Saúde” é deveras animador, sobretudo de monitoria em dois eixos principais, a considerar: (1) para os benefícios di-rectos e em (2) segunda instância para universida-de na qual devo a minha lealdade científica. Para o primeiro eixo, o programa já beneficiou mais de 500 indivíduos da terceira idade (idosos), propor-cionando aulas regulares em dois turnos, três ve-zes por semana, com uma hora diária de duração por sessão, na razão de mais de 60 pessoas por dia. Para o segundo eixo, a da universidade, foram de-fendidas mais de 20 Monografias de licenciatura, 5 Dissertações de Mestrado e 1 tese de doutoramento. Para além disso, foram publicados 5 artigos cien-tíficos, apresentados 18 resumos em anais de con-gressos e conferências científicas nacionais e inter-nacionais. Mesmo assim, apesar destas realizações bibliometricamente reconhecidas, os desafios são deveras contínuos e exigem que o programa “En-velhecer com Saúde” seja massificado para outros locais deste vasto país que se chama Moçambique.

No âmbito da pesquisa, que é do nosso maior domínio, temos como desafios: (1) realizar ensaios randomizados planificados idosos com factores de risco específicos associados ou acumulados (Obe-sos, Diabéticos, AVC, Câncer) para testar efei-tos dos eventos clínicos ou seja para verificar se um aumento na Actividade Física, a intensidades controladas, reduz significativamente os eventos acumulados sem descartar o estudo das medidas adequada; (2) o risco reduzido de Doenças Cardio-vasculares (DCV) em idosos pode ser atribuído a melhoria combinada de vários processos biológi-cos a partir da captação de glicose pelo metabolis-mo da insulina e dilatação das artérias coronárias. A pergunta que se coloca pode ser, quais dessas ou outras mudanças biológicas são necessárias para reduzir os eventos clínicos das Doenças cardiovas-cular precisam ser estabelecidas em situações clíni-cas semelhantes para outros desfechos também do fórum clínicos; (3) Pouca pesquisa existente ainda, neste nosso domínio, demonstrou que os tecidos e órgãos desafiados pela Actividade Física regular se adaptam activando a transcrição de genes em vias chaves e atenuam a transcrição para diferentes está-gios. Dai que Diferentes tipos de Actividades Física ou modalidades de Exercício Físicos estão associa-dos a diferentes perfis de alterações na expressão genética e, portanto, na síntese proteica. Mesmo as-sim a pesquisa, nesta linha de investigação, princi-

palmente para o idoso, deve ser conduzida de forma continuada por enxergar a existência de um grande potencial para se estabelecer como o Exercício afecta as funções biológicas básicas, na adaptação aguda e crónica que ocorre ao nível molecular e ce-lular atingido pelo processo de envelhecimento. O que me parece que ainda precisa ser resolvido com recurso a métodos científicos inovadores e de fácil aquisição laboratorial.

Dados experimentais são necessários para que resultados de saúde sejam produzidos através da acumulação de 30 a 60 minutos de Actividade Fí-sica ao longo do dia em episódios de duração de vários minutos. Os benefícios específicos devem trazer indicações do contributo, também, de dois longos períodos de Actividade Física por semana, como 90 minutos de caminhada em cada dia de tra-balho ou no fim-de-semana; (4) a controvérsia que envolve a quantidade de Actividade Física necessá-ria para evitar ganho de peso indesejado ou contri-buir significativamente para a perda de peso deve ser um foco de interesse continuado. Porem, os be-nefícios relativos da resistência versus Exercício de Resistência na gestão da massa corporal e compo-sição continua não bem compreendido; (5) as ane-dotas e observações não científicas sugerem que alguns indivíduos parecem ser bastante sedentários, mas mantêm o peso ao longo do tempo. Outros in-divíduos são relativamente activos, mas continuam a ganhar também o peso corporal. Essas diferenças individuais são provavelmente atribuíveis a factores genéticos e familiares, por isso mais informações específicas sobre esses pontos são necessárias. Para realizar pesquisas mais efectivas sobre Actividade Física e obesidade, são necessárias ferramentas de medição que avaliem com precisão o consumo de energia e o gasto de energia em situações da vida real por longos períodos de tempo; (7) as pesquisas genéticas precisam ser continuadas usando técnicas avançadas para revelar a verdadeira base da hetero-geneidade da capacidade de resposta do exercício regular e para mover progressivamente o campo rumo à medicina preventiva individualizada; (8) uma das questões mais desafiadoras enfrentadas pelos profissionais de exercício e de saúde é como ajudar uma grande parte da população a alcançar um estilo de vida físico activo durante toda a sua vida; (9) pesquisas inovadoras são necessárias para avaliar intervenções de actividades baseadas em teoria que são direccionadas a subgrupos específi-cos da população; (10) a prioridade deve ser dada às pessoas em populações medicamente carentes, incluindo aquelas com baixa renda e com limitada educação formal e minorias étnicas; (11) é neces-sária aumentar a pesquisa, adicional, sobre o efeito do ambiente construído nos padrões de Actividade Física actuais e contextualizadas; e finalmente (12) também precisamos avaliar como as mudanças no ambiente acompanhadas por intervenções compor-tamentais e educacionais podem interferir a ponto de afectar os níveis de Actividade Física dos idosos do programa “Envelhecer com Saúde”.

...dai que Diferentes tipos de Actividades Física ou modalidades de Exercício Físicos estão associados a diferentes perfis de alterações na expressão genética e, portanto, na síntese proteica....

...mesmo assim, apesar destas realizações bibliometricamente reconhecidas, os desafios são deveras contínuos e exigem que o programa “Envelhecer com Saúde” seja massificado para outros locais deste vasto país que se chama Moçambique...

“Envelhecer com Saúde” um programa de extensão universitária com 10 anos

de existência na UPTexto: Timóteo Daca

UPNOTÍCIAS Nº 008 • MAIO – 2018

- www.up.ac.mz REFLEXÃO

Page 16: UMA HOMENAGEM MERECIDA NA FACULDADE DE ......Muito obrigado, Kanimambo” 03 Dia da língua portuguesa D ecorreu na Biblioteca Central da Universidade Pedagógica (UP) um Simpósio

UPNOTÍCIASNº 008 • MAIO – 2018

www.up.ac.mz - ÚLTIMA PÁGINA

UMA HOMENAGEM MERECIDA

A Faculdade de Ciências So-ciais e Filosóficas homena-geou, no dia 17 de Maio de

2018, no Anfiteatro da FCSF, Cam-pus da Lhanguene, em cerimónia solene quinze funcionários em se-raviço e aposentados que, de forma exemplar e meritória emprestam e emprestaram a está Unidade Orgâni-ca sua dedicação com zelo, atributos que contribuem para a visibilidade e o engrandecimento institucional.

Está ideia foi chancelada e legiti-mada pelo órgão superior da Facul-dade que votou favoravelmente para sua efectivação. Este gesto serve de estímulo aos demais funcionários para o seu esmero no exercício das funções que lhe estão adstritas.

O reconhecimento foi em três ca-tegorias: Distinção pela liderança, Distinção pela carreira e, Distinção pela inovação e pesquisa.

Liderança, nesta categoria foram

reconhecidas: Prof. Doutor Aniceto dos Mu-

changos, Prof. Doutor Carlos Ma-chili, Prof. Doutor Alcido Nguenha, Profª Doutora Stela Duarte, Profª Doutora Rachel Thompson, Prof. doutor Ernesto Chambisse e Prof. Doutor Zacarias Ombe.

Carreira, nesta categoria foram distinguidos:

Profª Doutora Alda Romão Saúte Saide, Prof. doutor Cândido Teixei-

ra, Prof. Doutor Carlos Mussa, Prof. doutor Alípio Siquisse e Srª Cacilda André.

Inovação e Pesquisa, nesta cate-goria foram distinguidas:

Prof. Doutor José Paulino Cas-tiano, Prof. Doutor Severino Elías Ngoenha e Prof. Doutor Hipólito Sengulane.

O colectivo de redação do UP Noticias curva-se aos homenagea-dos.