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Pitoco 17 de abril de 2020 | 1 45 99921-0456 45 3333-9999 www.hyundaivetor.com.br Cascavel, 17 de abril de 2020 - Ano XXIV - Nº 2.243 - R$ 12,00 ANÁLISE Na raiz do populismo, frustrado e frustrantes UMA CHAVE DIGITAL PARA REABRIR AS PORTAS Epidemia pegou comércio cascavelense no meio do caminho entre o mundo analógico e o digital. Alerta foi dado três anos atrás; delivery redimiu reputação dos motoboys, os “cachorros loucos”. ECONOMIA Um plano para a retomada do crescimento Foto: Júlio Szymanski

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Pitoco 17 de abril de 2020 | 1

45 99921-045645 3333-9999

www.hyundaivetor.com.br

Cascavel, 17 de abril de 2020 - Ano XXIV - Nº 2.243 - R$ 12,00

ANÁLISENa raiz do populismo, frustrado e frustrantes

UMA CHAVE DIGITAL PARA REABRIR AS PORTAS

Epidemia pegou comércio cascavelense no meio do caminho entre o mundo analógico e o digital. Alerta foi dado três anos atrás; delivery redimiu reputação dos motoboys, os “cachorros loucos”.

ECONOMIAUm plano para aretomada do crescimento

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REPORTAGEM DE CAPA

MERCADO ANALÓGICO

Jairo EduardoEditor do Pitoco

“Atente para a seguinte ocorrência, extraída de um caso real: determinada rede de farmácias de Cascavel investe pesado em mídia, no intervalo do Jornal Nacional. Depois, repete a dose na no-vela das 21 horas. O valor por inserção de 30 segundos é de R$ 3,5 mil.

“Anunciou oferta imbatível de um revolucionário depilador feminino. No impulso do consumo, dezenas de vai-dosas cascavelenses vão ao celular si-multaneamente para efetuar a compra no site da anunciante. Frustração total: não é possível efetuar a compra por ali. A varejista não dispõe desta ferramenta em seu portal.

“Pior, a concorrente nacional tem. A consumidora, seduzida pela propaganda

A epidemia do Covid-19 revela a lenta e sofrida transição do empresariado para o e-commerce; reportagem de três anos atrás alertava para “pré-história” digital do comércio cascavelense

daqui, compra de lá, de outra praça, São Paulo, talvez. As-sim, além de investir mal seu dinheiro em televisão aberta, o anunciante local vendeu para o concorrente e desperdiçou seu principal ativo e diferencial competitivo: entregar o pro-duto aqui, na sua cidade, sem frete e no mesmo dia”.

O texto acima não é de hoje. Foi re-portagem de capa na revista Pitoco em 24 de março de 2017. O texto trazia números que sustentavam a lenta tran-sição do mundo analógico para o digital. E mostrava uma Cascavel engatinhando no e-commerce (confira os números no quadro).

O alerta lançado lá atrás se confirma-ria agora, em 2020, diante de um cenário impensável, o fechamento de pratica-

mente todos os estabeleci-mentos em longo processo de isolamento somente ago-ra flexibilizado, ainda assim de forma precária.

CONFLITO GERACIONALPara o ex-presidente da Acic e dirigente da Fiep, Edson Vasconcelos o diagnós-tico da lentidão na transição já estava dado. Ele vê um conflito de gerações na gestão das empresas. “A visão dos pais não era entendida pela nova geração. E os pais, por sua vez, desconfiam da in-clinação on line dos filhos. É como se os sucessores não tivessem pegada para dar conta da direção da empresa. Relutam em aceitar que esses meninos conecta-dos podem ser tão bom empreendedo-res quanto os fundadores do negócio”,

n Vasconcelos: conflito de gerações na gestão das empresas

n Comércio de Cascavel com portas cerradas e outras entreabertas: epidemia vai acelerar a mudança de hábitos de consumo

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REPORTAGEM DE CAPA

afirma. Para Vasconcelos, há toda uma geração ainda à frente das operações que precisa ver a carga de mercadoria sendo carregada, o cliente entrar na loja e to-car nos produtos. “O projeto deles é ter uma boa vitrine, impressionar no layout de entrada da loja”.

PLATAFORMAS VIRTUAISSegundo o líder empresarial, já havia

uma tendência de fechamento de lojas físicas e escalada de plataforma virtu-ais de venda. “A pandemia irá acelerar esse processo, pois tem o poder de mu-dar o comportamento do consumidor”, salienta.

Vasconcelos saliente que a transição geracional dolorida não está restrita a uma cidade ou região. Ele cita o exemplo da tecnológica capital catarinense, Flo-rianópolis. Ali inicialmente ofereceu-se uma aceleradora de tartups, implantada em Cascavel com o nome AcicLabs, ini-ciativa inicialmente refutada pelas enti-dades empresariais catarinenses.

“Então as pessoas que formataram a plataforma desenvolveram o proje-to à parte da associação comercial de Florianópolis. E a posterior montamos a AcicLabs em Cascavel, também com alguma resistência pontual. O momento que vivemos mostra que acertamos, pois nunca a performance on line, o mundo virtual, as plataformas de vendas via e-commerce se fizeram tão necessárias”, complementa o empresário.

LOJAS ÀS MOSCASEmbora o decreto mais recente ema-

nado do Paço Municipal tenha permitido a operação de estabelecimentos, de di-versos setores - com algumas restrições e cuidados - o que se percebeu foi um movimento inicialmente mais intenso, que aos poucos foi se dissipando. Agora, em uma rápida passada pelos principais centros comerciais da cidade observa-se um esvaziamento, com escassos clientes e lojas “às moscas”. A explicação mais ponderada para o fenômeno é relativa-mente simples: o movimento inicial está explicado por um represamento gerado nas semanas de isolamento. Vencido o represamento, o que parece preponde-rar agora é uma crise de demanda, um consumidor inseguro, amedrontado, com medo de endividar-se em um mo-mento nunca antes vivenciado. Se isso for verdadeiro, é preciso admitir: não há plataforma digital que dê jeito.

l GILBERTO MARTIGNONI“A pizzaria e o restaurante Yuu, que já tinham tradição de entrega, estamos

mantendo. Nos finais de semana o movimento até aumenta um pouco. Operações que não tinham tradição nesta área, era mais presencial mesmo, como a Martig-noni Bier, estamos adaptando para entregas. Não é uma adaptação fácil. E muitos outros concorrentes passaram a oferecer o delivery também. Tá meio estranho. Estamos tentando segurar...”

Cenário desoladorl A pesquisa da Amex Comunica-

ção, realizada três anos atrás, estudou um universo de 327 empresas casca-velenses de três segmentos (moda, casa e saúde). 87% delas, quase nove em cada 10, se enquadram no caso real da rede de farmácias descrito acima: ou seja não possuiam e-com-merce (a condição de efetuar uma venda no site).l Portanto, quando investem em

publicidade nas plataformas conven-

cionais, acabam emprestando alguns de seus clientes para os concorrentes. l 66% do segmento moda sequer

website possuiam. Na saúde, o mo-vimento dos sem site eram 37% e no segmento casa, 25%. Entre as que possuiam websites, 58% não aten-diam requisitos mínimos de conteú-do e qualidade. 15% dos sites foram criados, mas jamais movimentados. Nada de conteúdo. Eram como pla-cas de rua no meio digital, estanques, mortinhas.

Como eles estão se virando?

l MAURELIO VIVIAN“Fechamos as portas e aprimoramos o processo de entrega pelo sistema de de-

livery. Temos uma clientela bastante fiel, porém aumentou bastante a concorrên-cia no sistema de entrega e percebemos um abatimento psicológico no consumi-dor. Comparando com os lojistas e outros setores, podemos dizer que o ramo de alimentação resiste, todos precisam se alimentar. Adiar a compra de um sapato é possível, deixar de comer não.”

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O manto da noite caiu sobre Casca-vel. Boa parte da população aderiu

ao toque de recolher. Poucos veículos singram as ruas, e, paulatinamente, vão se recolhendo. Chega um momento que só é possível ouvir o “ronco” de motores de poucas cilindradas. São os “cegezei-ros”, como são conhecidos os pilotos da motocicleta mais vendida do Brasil.

Trata-se de uma tribo bem singular. Em regra são jovens, a maioria com me-nos de 30 primaveras e do sexo mascu-lino. Eles nunca foram tão necessários como nestes tempos de isolamento.

E, pode-se dizer, aquele garoto atre-vido que empina a moto (dá um grau, como eles dizem), e que arrebenta nos-sos tímpanos no “corredor” da via, é a tábua de salvação de inúmeros estabe-lecimentos de Cascavel, principalmente no setor de alimentação. A maioria dos cegezeiros atua em diferentes níveis para aplicativos disruptivos, como o Ifood, ontem uma inexpressiva startup, hoje um negócio de 1 bilhão de dólares.

É possível estabelecer distintos vín-culos com o aplicativo. Em um nível de adesão denominado “operador logísti-co”, o motoqueiro é praticamente um funcionário do Ifood, com carga horária estipulada. Já larga ganhando até R$ 80 por dia, mais o pagamento dos “corres” realizados, variáveis conforme a quilo-metragem demandada.

Já o cegezeiro “nuvem” estabelece um vínculo solto, algo mais parecido com o Uber. Ele faz seu horário ou o dia em que prestará o serviço. E quanto mais horas dedicar à causa, mais ganha.

CACHORROS LOUCOSNão é incomum encontrar pilotos

obtendo ganhos entre R$2 mil e R$ 2,5 mil. Para um jovem solteiro e sem filhos para criar, não é um salário ruim, se con-sideradas as opções disponíveis no mer-cado de trabalho para essa faixa etária e respectivo grau de instrução.

REPORTAGEM DE CAPA

Vida de cachorro

A tribo que eles compõem permite também outras alcunhas. O cegezeiro não se importa de ser chamado de “ca-chorro louco”. Antes pelo contrário, al-guns trazem adesivos com esta inscrição

Quando tudo silencia no toque de recolher das noites escuras de Cascavel, só se ouve uma sinfonia: ela vem dos motores de baixas cilindradas dos entregadores de alimentos, os cegezeiros,

ou “cachorros loucos”, promovidos a heróis da “linha de frente” dos tempos de guerra pandêmica

em suas caixas ou sacolas.

E há uma razão de ser aqui. O “cachorro” raiz é muito louco mesmo. Não existe quebra-molas ou si-nal vermelho para eles. A pilotagem se dá no limite do “deus o livre”, já que a velocidade da entrega per-mite outra chamada pelo aplicativo e mais ganhos.

O Ifood desestimula essa correria toda e ado-tou práticas de segurança também com o advento do novo coronavírus. Os meninos não tocam no dinheiro (tudo digital) e nem mesmo no alimento (quando seguem as regras recomendadas).

Importante: o cliente pode arrancar um sorriso de orelha a orelha do “ca-chorro louco”, basta aper-

tar um botão no celular e pagar uma gorjeta. Olhando de perto para esses meninos que arriscam a vida nas ruas da cidade, é possível dizer que se trata de um agrado merecido.

Depoimentol “Passamos por

adaptações, pois nos-so maior faturamen-to sempre foi a ven-da presencial. Até 90 dias atrás nem entregas tínhamos. Quando o Ifood passou a operar em Cascavel, imple-mentamos o sistema. É bom para todos, não temos víncu-lo empregatício com o motoboy. E o delivery passou a representar de 10 a 15% do faturamento. Com a epi-demia, passamos a abrir no horário do almoço com as restrições de segu-

rança. Investimos no marketing para divulgar as entregas. O pessoal das mo-tos tem trabalhado bem. Temos uma pontuação muito boa no aplicativo pelo produto que chega quentinho, pela rapidez e cor-

dialidade dos motoboys. Eles são mui-to elogiados. Hoje 80% das vendas é via Ifood e 20% retirados no balcão, sempre com toda a segurança garan-tida pela sanitização permanente”.l Jean Carlo Weber, gerente do Brasa Burger

n “Cachorro louco” sai para entrega: meninos batalhadores

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ANÁLISE

Nós, os frustradosFrustrações em série explicam ascensão de líderes populistas. O populista sabe se

comunicar com o frustrado. Até porque ele, o oportunista, também é um frustrado

Tentativa a) - Cidadão de meia idade para idoso, nascido nos anos 50 ou

60, em algum momento da vida devora livros de auto-ajuda, talvez o mais cé-lebre deles, “Como fazer amigos e in-fluenciar pessoas”, ou qualquer outro na linha “Seja um milionário amanhã, pergunte-me como”.

Tentativa b) - Malogrado no êxito de influenciar pessoas ou ganhar muita grana, decide congregar em um culto da linha “teologia da prosperidade”.

Tentativa c) - Como a prosperidade ficou apenas com o dono da seita, o jei-to foi encarar algo na linha Telex Free, BBom ou qualquer outra pirâmide dis-farçada de marketing multinível.

n Boris Johnson, o negacionista anti-estrangeiros que teve a humildade de agradecer ao português que lhe salvou a vida

Jairo EduardoEditor do Pitoco

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ANÁLISE

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Três tentativas frustradas. E nada. Esses brasileiros fazem lembrar os nor-te-americanos do Cinturão da Ferrugem, região outrora industrializada e hoje decadente, com milhares de empregos perdidos para a Ásia.

Os cabelos dos frustrados estão prateando e escasseando, sem que eles tenham realizado os mais comezinhos sonhos de consumo que alimentaram por uma vida. É fácil incendiá-los. Eles estão de mal com a vida e precisam pôr a culpa em alguém. Aqui entra o políti-co populista, seja ele canhoto, seja ele destro, mas populista. Como explica o colunista Helio Schwartsman, “gente oportunista que teve duas ou três intui-ções corretas e muita sorte”.

Neste cenário desolado, os oportu-nistas podem ocupar os mais elevados cargos de uma nação. O populista sabe se comunicar com o frustrado. Até por-que ele, o oportunista, também é um frustrado. Jamais foi reconhecido em razão de suas debilidades intelectuais.

Ele apresenta soluções simplórias

para temas complexos. Em regra o po-pulista produz discursos nacionalistas, se apropriam de palavras caras ao ci-vismo, como “patriotismo”, alimenta reações saudosistas e melancólicas na linha “antigamente que era bom”. Ele sabe usar a fé religiosa do povo para obter votos e poder.

O fenômeno populista é internacio-nal. Boris Johnson, o primeiro-ministro britânico, parece ser um deles. Navegou na frustração para devolver ao Reino Unido a condição de ilha. Ilhados dos europeus, longe dos “estrangeiros”, jus-tamente em um dos países mais cosmo-politas do planeta.

Curiosamente, no pior momento de sua vida, após fazer pouco caso do vírus, Boris foi salvo na UTI de um hospital pú-blico por uma enfermeira neozelandesa e um enfermeiro português, ou seja, por “estrangeiros”. A experiência o tornará menos oportunista? A ver. Arquétipos universais à parte, e sem julgar o Boris ou qualquer outro populista, vale dizer: “Os maus não têm amigos, tem cúmpli-ces”. Não sejamos cúmplices de sandi-ces políticas.

Máscaras l De traz para frente: 2) Másca-

ras mais protegem quem visitamos do que nos protegem. 1) O decre-to municipal determina o uso de máscaras. l Partindo destas premissas, a

decisão de usá-la ou de não usá-la ao transitarmos nas ruas, permite duas aferições rápidas:

1) Não usar é optar por agir fora da lei.

2) Não usar é uma decisão ego-ísta, na medida que expomos ou-tras pessoas.

ERRATAS - O texto que publicamos na edição de 27 de março, intitulado “Confina-do no Porto”, foi indevidamente creditado ao psiquiatra Carl Gustav Jung. O autor dos diálogos é o italiano Alessandro Frezza. Agradecemos à senhora Lucia Reolon por nos permitir a correção.

Diferente do que publicamos na edição da última sexta-feira, o atual presidente da Cotriguaçu é o engenheiro agrônomo Irineo da Costa Rodrigues. O cascavelense Dilvo Grolli foi o antecessor de Rodrigues no cargo.

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Só por hojeVocê está no Titanic fazendo água, o que faria mais sentido: 1) parar para ouvir um

discurso político no convés, de um inconformado com a presença de um iceberg no caminho? 2) mobilizar as pessoas em direção aos botes salva-vidas?

PÁGINA 13

JAIROEDUARDO

Jornalista, editor do Pitoco e cronista nas Rádios Colméia e T. Interaja com o editor: [email protected]. WhatsApp: 991131313

Postei na rede social na quinta--feira santa: “Sei que este ges-

to é meio utópico, como utópicos eram Lennon, Gandhi e Luther King... Abrimos uma campanha que será permanente no meu jornal e demais plataformas em que atuo: pacto entre os brasileiros, coesão nacional para enfrentar a epidemia. Você pode aderir hoje com um ges-to muito simples: Comece por não compartilhar, nem que somente por hoje, nenhu-ma mensagem política que estimule o confronto entre brasileiros. Não custa tentar...#paz.”

Seria mais utópico ainda imaginar que não haveria contestação. A bandeira branca restou cravejada de balaços retóricos. Mas os concor-dantes com a trégua foram majoritários nos co-mentários. Talvez estes sejam guiados por um raciocínio que me persegue: a curva de ascensão do coronavirus põe o Brasil como um titanic con-tinental. O gráfico é semelhante ao dos EUA, com a diferença de que eles estão mais estruturados.

Vamos então retroagir exatamente 108 anos atrás: 14 de abril de 1912. O Titanic colidia com um iceberg gigante. Indique o que faria mais sentido naquele momento, caso você estivesse a bordo: 1) ouvir um discurso político no con-vés, de um inconformado com a presença de um iceberg no caminho? 2) mobilizar as pessoas

em direção aos botes salva-vidas, já que o naufrágio era inevitável?

Parece óbvio demais para as bo-lhas de fanáticos entender. Então o melhor a fazer é não dar plateia para eles. Se você não curtir, não compartilhar, o político vai tirar a

bunda obesa da cadeira. Vai largar o celular por um minuto, vai se desconectar do Twitter e do WhatsApp, e poderá até, em um glorioso minuto de lucidez, fazer aquilo para o que é muito bem pago para fazer: agir para proteger as pessoas da epidemia.

- A pandemia vai reconfigurar a disputa política?, perguntou o jornalista para o filósofo italiano Franco Berardi.

- O jogo político do passado, baseado na oposição direita-esquerda, acabou. Creio que o jogo geopolítico do século será a batalha fi-nal entre humanos e transumanos desumanos, respondeu o filósofo.

De que lado estamos na disputa entre huma-nos e desumanos? O que podemos fazer agora para mitigar os efeitos do naufrágio? Comece por não compartilhar mensagens de ódio polí-tico. Nem que seja só por hoje...

n “Passageiros” do Titanic em apuros: discursar ou agir?

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ECONOMIA

A humanidade vive um momento absolutamente distinto, ainda

não visto em sua trajetória. Um ví-rus praticamente parou o mundo, paralisando a economia, fechando postos de trabalho e retendo grande parte das pessoas dentro de casa. A crise é grave, mas a venceremos.

A pandemia de covid-19 atingiu o Oeste do Paraná em um de seus grandes momentos, com desenvolvimento no tu-rismo, na agricultura, na logística e no agronegócio. Mas são esses indicadores positivos que irão nos guiar pelo cami-nho da retomada integral da economia de nossa região.

O agronegócio, uma das forças eco-nômicas do Oeste, praticamente não foi impactado pelos reflexos do coronavírus. A produção segue no campo, e as coo-perativas e agroindústrias mantêm seu ritmo, sem demissões – algumas delas contratando em plena crise.

Os setores de aves, suínos, peixes e

lacticínios seguem tra-balhando dentro da nor-malidade. Em março, o Porto de Paranaguá teve a maior movimen-tação mensal já regis-trada, embarcando 2,4 milhões de toneladas de soja, em grão e farelo. E soja é uma das riquezas do Oeste.

A produção e o abate de animais, e a geração de proteínas, serão iguais aos de 2019, que foi superior em 10% ao ano de 2018. A previsão de investimentos na cadeia suína, aviária e da piscicultura é de um crescimento médio de 6% ao ano, durante os próximos três anos seguidos.

Por outro lado, o turismo, esteio da economia e dos empregos de cidades como Foz do Iguaçu, é um dos seg-mentos mais abalados pela crise gerada pela covid-19. Para vencê-la, a Terra das Cataratas conta com atrativos únicos, hotelaria e gastronomia de excelência, além de receber grandes investimentos, entre outros que estão programados. Modernização e ampliação do aeropor-

to, duplicação da BR-469, segunda ponte internacional entre o Brasil e o Para-guai, perimetral leste ligando a BR-277 à Rodovia das Cataratas e à ponte com a Argentina são alguns empreendimentos que ajudarão Foz do Iguaçu a superar as dificuldades do momento. Devemos incluir nessa lista a criação de um porto seco trimodal: rodoviário, ferroviário e aquaviário.

Mas as coisas ficam mais fáceis e pos-síveis com diálogo, participação e pla-nejamento. Para isso estamos reunindo amplos atores da sociedade civil organi-zada, em conjunto com o poder público, para a elaboração de um grande plano regional. Primeiro, vem o diagnóstico da dimensão de nosso problema; depois, ações de curto, médio e longo prazo a serem executadas pelos governos.

Esse plano é coordenado pelo Progra-

ma Oeste em Desenvolvimento (POD), Coordenadoria das Associações Comer-ciais e Empresariais do Oeste do Paraná (Caciopar) e Associação dos Municípios do Oeste do Paraná (AMOP). O traba-lho tem a mediação técnica do Sebrae e do Parque Tecnológico Itaipu (PTI). O foco principal é o emprego e a preserva-

Um plano para a retomadaSetores da sociedade civil organizada e poder público precisam se unir em busca de

alternativas e soluções para o Oeste paranaense nestes tempos de pandemia de covid-19

Danilo Vendruscolo Empresário e presidente do Programa Oeste em Desenvolvimento

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ECONOMIA

Clipping News Agência de Notícias CNPJ 73.205.239/0001-71

F. 45 3037-5020 - 45 99113-1313Rua Souza Naves 3896 - 2° andar - centro

CEP 85.810-070 Cascavel - PRwww.pitoco.com.br

Editor: Jairo Eduardo e-mail: [email protected]

Comercial: Reginald ArmstrongR M Armstrong e Cia. Ltda.CNPJ 09.644.192/0001-43

F. 45 99972 7845 e-mail: [email protected]

Fundadores: Laidir Dalberto, Jairo Eduardo e Antonio Santos da Luz

Pitoco

ção de empresas. Ao se pensar a região, incluímos não só os 54 municípios do Oeste do Paraná, com sua população de quase 1,5 milhão de pessoas, como também buscamos medidas capazes de repercutir nas cidades vizinhas da Argentina e Paraguai, pois somos uma fronteira integrada.

O desafio é gigante e requer a inven-ção de alternativas e soluções. Lembre-mo-nos de Maringá, cidade que pratica-mente quebrou na década de 1990 e se reergueu com ainda mais força. Não te-mos receita pronta. O que temos é união e trabalho, os quais – somados a grandes doses de ousadia – nos levarão a retomar o caminho de desenvolvimento e pros-peridade em todo o Oeste do Paraná.

“O desafio é gigante e requer a invenção de alternativas e soluções. Lembremo-nos de Maringá, cidade

que praticamente quebrou na década de 1990 e se reergueu com ainda

mais força. Não temos receita pronta. O que temos é união e trabalho.”

l O grupo Havan, maior loja de departamentos do Brasil, com o ob-jetivo de manter os 22 mil colabora-dores empregados foi uma das pri-meiras empresas a utilizar a Medida Provisória 936/2020, que permite a suspensão do contrato de traba-lho por até 60 dias. Foi negociada a suspensão temporária dos contratos de 11 mil colaboradores, principal-mente, das lojas que estão fechadas. Alguns entraram em férias e outros estão trabalhando em home-office.l “Estamos fazendo tudo que é

possível para manter os empregos. É primordial que as empresas traba-lhem nesse sentindo. Somente as-sim, conseguiremos atravessar esse período de dificuldades, mantendo os empregos e a renda dos colabo-radores”, declara o proprietário das lojas Havan, Luciano Hang.l Nesse período, os funcionários

continuam recebendo os benefícios que cabem à empresa pagar e o go-

Grupo Havan suspende 11 milverno faz o depósito do salário. Além disso, os colaboradores ganham quatro meses de estabilidade.l Algumas fake news surgiram nos

últimos dias com manchetes dizendo que a Havan demitiu 2 mil pessoas. “É mentira. Isso é obra dos sites de esquer-da que estão articulados para desestabi-lizar o Brasil”, afirma Hang.

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“Aqueles que nada fazem estão sempre dispostos a criticar os que fazem alguma coisa” (Paul Deschanel)

Referência familiarl Seriedade. Essa é a palavra

que define Pedro Martendal, ro-tariano com 100% de presença e sempre disposto a servir sem medir esforços diante dos projetos que passam por sua responsabilidade.l Quando passou pela Câmara

Municipal de Cascavel, Martendal teve um mandato pautado por mui-ta transparência, ética e compro-metido na aprovação de projetos que vinham de encontro com nossa sociedade.l No campo familiar a dedica-

ção é redobrada, principalmente com o filho Pedro Leandro, um jo-vem especial. Pedro Martendal faz o estilo paizão, companheiro para todas as horas. A foto expressa essa convicção. Ladeado pela esposa Eliane, os filhos Pedro Leandro, Elaine e o neto Victor. Saúde e paz sempre para esta família!

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Fag e São Lucas solidáriosl Com o objetivo de prestar um re-

levante serviço de saúde à comunidade, o Centro Universitário FAG e o Hospital São Lucas montaram uma estrutura ex-terna de triagem de pacientes com sinto-mas gripais. O objetivo é obter um perfil

mais apurado para o encaminhamento de pacientes a tratamento. Assim tere-mos mais segurança para a sociedade e para o próprio paciente neste período de pandemia. Para viabilizar o serviço, foram deslocados ônibus especialmente adaptados no entorno do hospital.

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dá por termos empresários com-prometidos com projetos que vêm de encontro ao desenvolvimento de nossa economia. Gente que re-almente faz gestão com carinho e muita dedicação. l Destacamos dois ex-presi-

dentes da Associação Comercial e Industrial de Cascavel (Acic) que nunca mediram esforços para dar suas parcelas de contribuição: Val-dinei Bobatto, diretor da Bel Plast, e Marcos Teixeira, da Kia Carelli.

Paraná Cooperativol Com a implantação do espaço

Paraná Cooperativo no Parque Tec-nológico do Show Rural Coopavel, o presidente Dilvo Grolli compro-va que trabalhando de forma coo-perada os resultados sempre são melhores.l E assim as cooperativas re-

gionais e nacionais passam a ter um espaço no parque tecnológico para expor seus produtos e propi-ciar trocas de experiências entre os funcionários e visitantes em geral. Parabéns à Coopavel e à diretoria pela iniciativa.

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Cestas básicasl Diretores, acionistas, colabo-

radores, patrocinadores e parceiros do clube uniram forças e em menos de 24 horas arrecadaram 300 ces-tas que foram doadas as famílias mais necessitadas de Cascavel.l Sob os mantras “futebol é um

esporte popular” e “do presidente ao porteiro somos todos iguais”, o FC Cascavel não poderia ficar de braços cruzados sabendo que há uma parcela significativa da popu-lação precisando de ajuda. As ces-tas básicas estão sendo distribuídas em parceria com a Igreja Católica e com algumas igrejas evangélicas.l O presidente do clube, Valdi-

nei Silva, comenta a ação: “O FC Cascavel esteve presente em todas as causas importantes da comu-nidade. Neste momento de grande dificuldade que estamos enfrentan-do, não poderíamos nos ausentar. Até agora foram arrecadadas 300 cestas básicas, com compromisso de mantê-las enquanto durar a qua-rentena. Ou seja, se for um mês, 300; se for dois meses, mais 300, e três meses outras 300”.l Para participar desta ação

basta efetuar um depósito ou trans-ferência de qualquer valor na conta do Irani Supermercados, que além de patrocinador do clube se pronti-ficou para apoiar esta ação. l Para outras informações,

envie mensagem para (45) 99931-8700 (Solange, responsável admi-nistrativa do clube) ou ainda pelas redes sociais do clube.

Raquel Pratti Contelle Comunicação

Com o objetivo de ajudar na campa-nha contra o Covid-19, o Futebol

Clube Cascavel em parceria e solida-riedade com a Secretaria Municipal de Saúde, emprestou 30 camas e igual nú-mero de colchões para equipar o Hos-pital de Campanha Nei Senter Martins, implantado no Centro de Convenções e Eventos de Cascavel.

Os materiais serão utilizados para montagens de leitos de média complexi-dade e também leitos com respiradores que estão sendo preparados para aten-der casos mais graves, já antevendo uma

FC Cascavel cede materiais para equipar o hospital de campanha e promove ação para distribuir alimentos a famílias vulneráveis

n Sebastião Marques: camas e colchões cedidos para o Hospital de Campanha

demanda sobre o leitos do Hospital Uni-versitário do Oeste do Paraná (HUOP).

“A diretoria do clube, sabendo que o hospital irá mudar muitas vidas, não poderia ficar de fora de mais esta ação para ajudar a população da cidade que tanto abraçou e acolheu o clube, fazendo dele o principal time da cidade”, afirma o presidente Valdinei Antonio da Silva.

“E da mesma forma pedimos para todos que acompanham e torcem pelo time, que façam sua parte e fiquem em casa, para que possamos todos juntos combater e acabar com o vírus”, com-plementa Sebastião Marques, diretor executivo da Serpente.

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