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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE-UFRN ESCOLA DE MÚSICA-EMUFRN CURSO DE GRADUAÇÃO EM MÚSICA LICENCIATURA PLENA UMA ANÁLISE SOBRE O ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVSIONADO OBRIGATÓRIO DO CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA DA UFRN: reflexões e desafios para uma reformulação ANNE CHARLYENNE SARAIVA CAMPOS NATAL-RN 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE-UFRN

ESCOLA DE MÚSICA-EMUFRN

CURSO DE GRADUAÇÃO EM MÚSICA – LICENCIATURA PLENA

UMA ANÁLISE SOBRE O ESTÁGIO CURRICULAR

SUPERVSIONADO OBRIGATÓRIO DO CURSO DE LICENCIATURA

EM MÚSICA DA UFRN: reflexões e desafios para uma reformulação

ANNE CHARLYENNE SARAIVA CAMPOS

NATAL-RN

2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE-UFRN

ESCOLA DE MÚSICA-EMUFRN

CURSO DE GRADUAÇÃO EM MÚSICA – LICENCIATURA PLENA

ANNE CHARLYENNE SARAIVA CAMPOS

UMA ANÁLISE SOBRE O ESTÁGIO CURRICULAR

SUPERVSIONADO OBRIGATÓRIO DO CURSO DE LICENCIATURA

EM MÚSICA DA UFRN: reflexões e desafios para uma reformulação

Monografia apresentada à Universidade

Federal do Rio Grande do Norte – UFRN,

como requisito parcial para obtenção do título

de Licenciada em Música.

Orientador: Prof. Dr. Jean Joubert Freitas

Mendes

NATAL/RN

2010

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Catalogação da publicação na Fonte

Biblioteca Setorial da Escola de Música

C198a Campos, Anne Charlyenne Saraiva.

Uma análise sobre o estágio curricular supervisionado

obrigatório do Curso de Licenciatura em Música da UFRN:

reflexões e desafios para uma reformulação / Anne Charlyenne

Saraiva Campos. – Natal, 2010.

66 p.: il.

Orientador: Jean Joubert Freitas Mendes.

Monografia (Graduação) – Escola de Música, Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, 2010.

1. Educação Musical. 2. Música – estágio curricular. I. Título.

CDU 78:37

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ANNE CHARLYENNE SARAIVA CAMPOS

UMA ANÁLISE SOBRE O ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVSIONADO

OBRIGATÓRIO DO CURSO DE LICENCIATURA EM MÚSICA DA UFRN: reflexões

e desafios para uma reformulação

Monografia apresentada à Universidade

Federal do Rio Grande do Norte – UFRN,

como requisito parcial para obtenção do título

de Licenciada em Música.

Aprovada em dezembro de 2010.

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________

Prof.º Dr. Jean Joubert Freitas Mendes

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

_____________________________________________

Prof.ª Dr.ª Valéria Lazaro de Carvalho

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

_____________________________________________

Prof.ª Drda. Amélia Martins Dias Santa Rosa

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

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Ao meu preocupado pai Antonio Fernandes

Campos e minha cautelosa mãe Nereide

Saraiva Campos que com muito amor

investiram na minha educação a fim de

possibilitar a realização de todas as minhas

aspirações; A minha generosa e talentosa irmã

Adele Saraiva Campos que com muito

altruísmo me protegeu e guiou em tantos os

caminhos da minha existência; A minha

resignada avó Palmira Maria da Cruz pela

credibilidade em mais uma conquista; A

Nathalya Freire Campos minha sobrinha que

com um sorriso dá novo sentido à minha vida.

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AGRADECIMENTOS

À Jeová Deus, soberano sobre todas as coisas, pela inspiração a mim outorgada para a

conclusão deste projeto;

Aos meus pais Antonio e Nereide pelo amor incondicional e amparo em minhas

batalhas na vida e pela vida;

A minha irmã Adele que me orientou e incentivou sempre que precisei. Aos meus

irmãos Ailson e Ailton que depositaram fé em mais uma formação;

As minhas avós Palmira e Elvira, minha cunhada Kátia e minha amada sobrinha

Nathalya pelo carinho e compreensão;

À direção e a administração do Espaço Cultural da Zona Norte – Núcleo de

Aprendizagem Musical pelo envolvimento na elaboração desta tarefa;

À direção e coordenação do Complexo Cultural de Natal pela compreensão pela minha

distância durante a elaboração deste trabalho;

À Direção, Coordenação e Corpo Docente da Universidade Federal do Rio Grande do

Norte, por oferecer conhecimentos a seus graduandos, pautados em compromisso e

responsabilidade com a Educação, com a Arte, com a Música e com a Cidadania;

À equipe do Curso de Iniciação Artística – Ciart, pelas parcerias e pelo enorme

carinho e preocupação, em especial as minhas companheiras Aninha Morais e Evandra

Zanetti, que em todos os momentos me apoiavam e me estimulavam a prosseguir e à todas as

coordenadoras pela credibilidade em meu trabalho;

Ao professor orientador Dr. Jean Joubert Freitas Mendes por acreditar em mais um

desafio em meio a tantos compromissos e obrigações pelo seu grau de estima na instituição e

desenvolveu conjuntamente este trabalho;

À Balzachel Cunha Marques pela preocupação e comprometimento em auxiliar a

concluir este curso;

Aos meus tios, meus primos pela dedicação;

Aos meus colegas de sala de aula, pois juntos estamos vencendo mais um obstáculo;

À minha eterna gratidão a todos pelo apoio e parceria na realização deste sonho.

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O caminho passa pela educação. É na escola que está a

esperança da formação de sujeitos mais críticos e equilibrados,

e a arte, a música, como área de conhecimento, contribui para

essa ação.

Valéria Gobbi

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RESUMO

Compreende-se o Estágio Curricular Supervisionado como momento de fundamental

importância para a articulação entre a teoria e a prática, e para o desenvolvimento da

formação do licenciando em música. A aproximação com a realidade estará colaborando

espontaneamente com a atuação do estudante universitário na constituição de sua identidade

como futuro profissional. Este trabalho constitui-se dos seguintes procedimentos: pesquisa

bibliográfica, pesquisa documental e pesquisa em documentos eletrônicos, cujo objetivo é

analisar a prática do Estágio Curricular Supervisionado Obrigatório do Curso de Música

Licenciatura da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Ressaltando a necessidade de

refletir sobre o desafio em desenvolver uma reformulação que venha a contribuir para a

aprendizagem dos licenciandos. Com esse objetivo foi imprescindível conhecer a visão dos

envolvidos através de uma abordagem qualitativa por meio de questionários e conversas

informais. Fomentando então questões que remetam a uma reflexão acerca do modelo e

procedimentos atuais, na perspectiva de contribuir com o fortalecimento das práticas do

estágio supervisionado desta instituição. As relações Estágio Supervisionado foram

subsidiadas pelas contribuições de Mateiro, Souza, Penna, Fialho e Mendes.

Palavras-Chave: Música, Licenciatura, Estágio Supervisionado, EMUFRN/UFRN.

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ABSTRACT

It is understood the Supervised Practices as a moment of fundamental importance to the

relationship between theory and practice, and for the development of training in music

licensing. The approximation to reality will be collaborating spontaneously with the

performance of a university student in establishing his identity as a professional future. This

work is made up of the following: literature, documentary research and research in electronic

documents, aiming to examine the practice of the Mandatory Supervised Practices of Music

Degree Course at the Federal University of Rio Grande do Norte. Emphasizing the need to

reflect on the challenge of developing a new version that will contribute to the learning of

undergraduates. With this objective was essential to understand the vision of those involved

through a qualitative approach through questionnaires and informal conversations. Leading

questions then referring to a reflection on the current model and procedures, in order to

contribute to the strengthening of supervised practice of this institution. Supervised relations

were supported by contributions from Groundskeeper, Souza, Penna, and Mendes Fialho.

Key-Word: Music, graduation, Supervised Stage, EMUFRN/UFRN.

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LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

ABEM – Associação Brasileira de Educação Musical

CCHLA – Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes

CES – Câmara de Educação Superior

CIART – Curso de Iniciação Artística

CNE – Conselho Nacional de Educação

CP – Conselho Pleno

EMUFRN – Escola se Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

LDBEN – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

SESu – Secretaria de Educação Superior

MEC – Ministério da Educação e Cultura

PPP – Projeto Político Pedagógico

UFBA – Universidade Federal da Bahia

UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul

UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte

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APÊNDICE

APÊNDICE A....................................................................................................................................

APÊNDICE B....................................................................................................................................

APÊNDICE C....................................................................................................................................

APÊNDICE D....................................................................................................................................

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO.........................................................................................

CAPÍTULO 2 - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA....................

2.1. Aproximação com o tema.............................................................................................

2.2. Metodologia do Trabalho.............................................................................................

2.2.1. Instrumentos de Coleta de Dados........................................................................

2.2.2. Organização e Análise de Dados.........................................................................

CAPÍTULO 3 - UM ESTUDO SOBRE A LEGISLAÇÃO DO ESTÁGIO

SUPERVISIONADO...........................................................................................................

3.1. A Legislação do Estágio no Brasil................................................................................

3.2. O Estágio Supervisionado nos Cursos de Licenciatura.................................................

3.3. O Estágio Supervisionado na Licenciatura em Música.................................................

CAPÍTULO 4 - A REALIDADE DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO DA

ESCOLA DE MÚSICA DA UFRN..............................................................................

4.1. Apresentando o Estágio Curricular Supervisionado.....................................................

4.2. Traçando um Panorama da EMUFRN.......................................................................

4.3. Dialogando com Outros Modelos de Estágio................................................................

4.4. Refletindo sobre uma reformulação..............................................................................

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................................

6. REFERÊNCIAS...............................................................................................................

APÊNDICE.....................................................................................................................

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CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

Dada a importância da prática do Estágio Supervisionado Obrigatório na estrutura

curricular dos ursos de licenciatura e consequentemente da atuação do estudante universitário

como futuro educador, torna-se um desafio analisar a atual proposta de estágio do Curso de

Música Licenciatura da UFRN, de maneira que possa contribuir com questões que

possibilitem uma reflexão acerca dos processos educativos que são apresentados para a

formação docente, adequando-os às necessidades atuais.

O Estágio Supervisionado é visto como um momento fundamental para a

aprendizagem do aluno e que, por diversas vezes, se apresenta como a primeira oportunidade

de aplicação dos conhecimentos adquiridos durante a formação superior. Desta forma, é a

ocasião adequada para que o aluno, ao se confrontar com a realidade da sala de aula, faça

reflexões acerca da sua prática, visto que “o estágio curricular supervisionado é um

componente que ocupa lugar de destaque nos cursos superiores de formação de professores”

(BUCHMAN; BELLOCHIO, 2007), auxiliando até mesmo a análise de sua própria prática de

ensino.

Esse componente curricular é apresentado como uma atividade de grande

importância no desenvolvimento das características práticas e metodológicas do aluno

estagiário, visto que beneficia o seu desempenho como futuro profissional. Considerando que

a observação resulta numa auto-analise e como se dará posteriormente a esta experiência, o

planejamento e as atividades compartilhadas desenvolvem a estruturação do conhecimento e a

sua abordagem, enquanto que a regência amplia o modo de visão da realidade profissional.

Sobre a realização do Estágio como momento fundamental para a articulação entre a

teoria e a prática, Fialho (2008, p. 52) declara que “é no estágio que o acadêmico coloca em

prática os saberes musicais e pedagógico-musicais aprendidos durante sua licenciatura,

testando, analisando e comprovando as informações assimiladas teoricamente”.

Naturalmente debate-se sobre os diversos objetivos do Estágio Curricular e

parafraseando Mateiro (2008), para alguns o enfoque está no desenvolvimento da experiência

profissional. Em determinados momentos estará atuando como facilitador de emprego,

podendo simplesmente ser o complemento da formação geral, ou mesmo para o

aprofundamento dos conhecimentos. Este questionamento é bastante pertinente, no entanto o

que dizer da união dos conhecimentos acadêmicos que são complementados com o

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desenvolvimento das atividades práticas no ambiente profissional, posto que são experiências

bastante significativas.

A respeito do Estágio como forma de contribuir no desenvolvimento de novas

habilidades do aluno em formação, Buchmann e Bellochio (2007), declaram que “a

importância do estágio no processo formativo de educadores deve-se às suas inúmeras

possibilidades de contribuição para a formação de professores”.

De qualquer modo, fica apropriado dizer que, independentemente do propósito ou

modelo a que se aplique, o Estágio visa o desenvolvimento das habilidades do aluno que

almeja um aprofundamento de seus conhecimentos. De acordo com Bellochio e Beineke

(2007) o Estágio não pode ser considerado apenas a ocasião onde serão aplicados os

conhecimentos teóricos absorvidos durante o curso de licenciatura, mas deve se constituir

como um “momento de produção reflexiva de conhecimentos, em que a ação é

problematizada e refletida no contexto presente e, após sua realização, momento este que

envolve a discussão com a orientação do estágio e pares da área” (BELLOCHIO; BEINEKE,

2007, p.75). O conhecimento adquirido e a experiência obtida com a aproximação com a

realidade de trabalho favorecem no processo de construção do perfil profissional.

Partindo dessa questão, é necessário um olhar a respeito do Estágio Curricular

Supervisionado Obrigatório, do Curso de Licenciatura em Música da UFRN, sediado na

Escola de Música – EMUFRN1, ressaltando assim como ocorrem as ações para a sua

realização, fomentando então questões que remetam a uma reflexão acerca do modelo e

procedimento em vigor.

O presente trabalho estrutura-se em uma introdução, contextualizando sobre o objeto

de estudo considerando características pertinentes que fortalecem e norteiam esta pesquisa,

tomando como base interlocutores através de suas pesquisas e estudos na área da educação

musical.

No segundo capítulo, apresenta os procedimentos metodológicos utilizados para a

realização desta pesquisa, fundamentados nos processos necessários para compreender a

ampla área de investigação.

Desta forma, por entender que os procedimentos do Estágio enfrentaram um longo

percurso para a concretização do modelo atual, torna-se pertinente apresentar no terceiro

1 Em 1962 a EMUFRN foi incorporada à Universidade Federal do Rio Grande. No ano de 1997 iniciou o curso

de bacharelado em música (habilitação em instrumento e canto) e no ano seguinte o Ministério da Educação e

Cultura autorizou o funcionamento do curso técnico em música. Em 2002 a escola se tornou unidade

especializada. O curso de licenciatura em música só foi criado no ano de 2004 para a formação de professores

profissionais nessa área.

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capítulo, um breve desenrolar da legislação, perpassando pelas nuances do Estágio

Supervisionado. Desse modo, pode-se observar como ocorreu o desenvolvimento das

trajetórias das leis, decretos e resoluções em busca de estabelecer diretrizes norteadoras para o

aprimoramento da educação básica por meio dos cursos de formação de professores de todo o

país.

O quarto capítulo trata dos desafios encontrados para o desenvolvimento da atividade

de Prática de Estágio, mediante a realidade do Curso de Música Licenciatura da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, realizando um diálogo entre esta instituição e modelos

executados em estabelecimentos de ensino superior de outros estados.

Nas considerações finais, sobre a temática proposta, são apresentados os aspectos

que demonstraram relevância, subsidiados ao longo deste trabalho, na perspectiva de

contribuir com o fortalecimento das práticas do estágio supervisionado desta instituição de

ensino superior.

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CAPÍTULO 2

PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS DA PESQUISA

2.1. APROXIMAÇÃO COM O TEMA

O envolvimento com o tema ocorreu em certo sentido devido à experiência vivida

nos Estágios Supervisionados, durante a minha graduação no Curso de Musica Licenciatura,

visto que tive o privilégio em executá-los na própria instituição, no Curso de Iniciação

Artística – CIART2, e com isso pude desenvolver um trabalho bastante significativo para a

minha formação docente. É importante ser ressaltado que, a própria estrutura física adequada

proporciona um aproveitamento das aulas, a tradição, a credibilidade do ensino de música na

instituição e principalmente o acompanhamento dos professores do curso, auxiliando no

planejamento e na realização das atividades. Ao ser constituída a equipe de trabalho, as

tarefas são desenvolvidas em conjunto visando o crescimento e o aprendizado do alunado bem

como dos estagiários e dos monitores.

Nessa perspectiva, percebeu-se que nem todos os estudantes de licenciatura

obtiveram esse benefício, notando uma determinada fragilidade no seu procedimento e no

direcionamento das atividades, visto que a instituição não possuía a quantidade de docentes

necessários para acompanhá-los e por se ter uma estrutura de estágio ainda em

desenvolvimento.

Diante dessa realidade e das atuais experiências no campo de Estágio Supervisionado

questões rondaram meu pensamento para a estruturação deste trabalho. Indagações como:

qual a realidade geral do estágio supervisionado do curso de música licenciatura da UFRN?

Quais os documentos que regulamentam esses procedimentos? Que legislação rege o

funcionamento das instituições de ensino superior? Como poderia melhorar esta realidade?

Essas questões me fizeram refletir e buscar subsídios necessários para a busca de

informações, me levando a articulação de procedimentos que desenvolvessem esta pesquisa.

O trabalho teve sua origem efetivamente no segundo semestre de 2010, quando o seu

objetivo foi focado. As pesquisas sobre o tema se iniciaram com conversas informais que

proporcionaram uma gama de informações e consequentemente teceram diversas vertentes

para o desenrolar da investigação.

2 Curso de extensão da EMUFRN, com duração de três anos, voltado para a formação artística musical de

crianças a partir de seis anos de idade.

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Assim, para compreender os principais aspectos que circundam o Estágio

Supervisionado, a metodologia desta pesquisa foi estruturada baseada na coleta de

informações resolvendo as indagações sobre este tema.

2.2. METODOLOGIA DO TRABALHO

A preparação da metodologia utilizada se deu a partir da Pesquisa Bibliográfica na

área de Educação Musical e Estágio Supervisionado que se mostraram pertinentes por

contemplar estudos e reflexões sobre o principal intuito deste trabalho. A pesquisa

documental indicou subsídios importantes, com aspectos históricos que nortearam o seu

desenvolvimento. Como também a pesquisa em documentos eletrônicos que possibilitou o

acesso a materiais de extrema importância para a apuração das informações. O método de

pesquisa utilizado foi a Pesquisa Qualitativa. Esta abordagem foi realizada a fim de conhecer

as informações e opiniões dos participantes da investigação. Por meio de questionário

estruturado com perguntas abertas, fechadas e de múltipla escolha estabeleceu-se uma

aproximação com a realidade aqui apresentada.

Foram elaborados quatro tipos de questionários (APÊNDICE A, B, C e D) para tornar

possível a obtenção de informações das fontes diferenciadas, que forneceram embasamento

comprobatório dos dados colhidos. O enfoque no Estágio Supervisionado, como objeto de

investigação e a escolha de ferramentas apropriadas para aquisição do material que

contemplasse o objetivo principal deste trabalho foi primordial para a sua realização. Na

descrição do questionário optou-se por não citar nomes para resguardar as identidades dos

participantes da pesquisa.

A metodologia se estruturou em três etapas: instrumentos de coleta de dados e na

organização, análise e confecção desse material.

2.2.1. INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Foram aplicados questionários em diferentes públicos com o objetivo de conhecer os

pontos fundamentais em cada etapa de realização dos estágios.

Questionário para orientadores que estão acompanhando os estudantes na

realização do Estágio Curricular Supervisionado Obrigatório (APÊNDICE A): o relato do

professor orientador é extremamente importante, já que é através dele que a instituição

formadora, busca desenvolver uma prática de maneira adequada mediante sua realidade. Por

meio do orientador foi possível ter um panorama da quantidade total de alunos orientados e a

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periodicidade desta ação, bem como a dificuldade encontrada nas circunstâncias atuais.

Tornou-se pertinente a busca de informações de professores que embora atualmente não

façam parte do corpo docente da instituição contribuíram com orientações durante seu período

de trabalho, como também durante esta coleta de dados tornou possível tomar conhecimento

da situação da orientação em outra instituição de ensino superior.

Questionário para alunos que realizaram Estágio Curricular Supervisionado

Obrigatório em anos anteriores da UFRN e outras instituições (APÊNDICE B): possibilitou

um comparativo entre os fatos ocorridos em anos anteriores e a realidade do sistema atual. A

coleta de dados de estudantes de outras instituições também possibilitou a confiabilidade dos

elementos coletados durante a pesquisa bibliográfica, subsidiando com informações sobre a

importância das aulas práticas, o acompanhado das atividades teóricas e informando sobre os

procedimentos das orientações e planejamento.

Questionário para alunos que estão realizando Estágio Curricular Supervisionado

Obrigatório (APÊNDICE C): com o preenchimento destes questionários, foi possível

conhecer os acontecimentos desta atividade. Através dos depoimentos, foi possível

compreender o olhar dos licenciandos que buscam acompanhamento da instituição formadora.

Suas opiniões e sugestões para a melhoria desta prática, focando no modo como é

desenvolvido o estágio, com informações sobre o acompanhamento por parte do orientador e

supervisor.

Questionário para supervisores que estão acompanhando os estudantes na

realização do Estágio Curricular Supervisionado Obrigatório nas instituições de ensino

(APÊNDICE D): possibilitou o conhecimento da prática do professor da instituição

concedente do estágio e a relação existente frente às problemáticas da sua estrutura diante da

situação experienciada, promovendo mediante a visão deste professor, um paralelo entre o

trabalho desenvolvido por ele, e recíproco processo de ensino e aprendizagem, juntamente

com o estagiário.

2.2.2. ORGANIZAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS

A organização e disposição dos assuntos de maneira sistemática possibilitou o

desenvolvimento do tema, na medida em que surgiam elementos que se mostravam relevantes

para a compreensão da totalidade da temática. A obtenção das informações através da

pesquisa de documentos eletrônicos foi bastante significativa, pois se apresentaram de

fundamental importância para a contextualização do processo de desenvolvimento do Estágio

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Supervisionado no Brasil. Além da obtenção das informações, a seleção dos dados ocorreu

durante toda a elaboração deste trabalho, pois buscava-se sempre confrontar os elementos

encontrados com a realidade na qual se encontra o objeto de pesquisa. O acesso aos dados no

que diz respeito à pesquisa documental foi essencial para subsidiar as indagações existentes

no decorrer do trabalho, tornando possível uma comparação entre a realidade de Estágio

realizado na EMUFRN e de outros modelos de estágios em instituições de ensino superior

renomadas no País.

As informações obtidas através dos questionários respondidos pelos interlocutores

possibilitaram a materialização de subsídios que asseguram as informações apresentadas nesta

pesquisa, por considerar pertinente a expectativa de mudança no estabelecimento das

atividades de Estágio no Curso de Música Licenciatura da UFRN. Porém, em virtude do

pouco tempo para a realização da pesquisa, foi encontrada dificuldade em obter essas

informações por parte dos estudantes, que muito embora façam parte deste contexto, não

estiveram todos disponíveis para participar.

A etapa de análise do material se deu através da apreciação dos questionários, que foi

percebido durante o diagnóstico, a comparação de elementos de diversos teores. No entanto,

havia uma similaridade, caracterizando pontos em comum que permitiu o confronto de

informações e a análise dos dados.

Sendo assim, este trabalho visa contribuir para o encaminhamento de reflexões que

servirão como sugestões de melhorias, que auxiliem nos futuros processos de consolidação

dos Estágios Supervisionados desta instituição.

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CAPÍTULO 3

UM ESTUDO SOBRE A LEGISLAÇÃO DO ESTÁGIO

SUPERVISIONADO

Considera-se que as instituições de ensino superior contemplam em suas estruturas

curriculares o Estágio Supervisionado ou prática de ensino a fim de aproximar os estudos

teóricos às atividades práticas, buscando uma formação dos educandos de maneira integrada

com base nas propostas das Diretrizes Curriculares Nacionais, com passos significativos para

o desenvolvimento da prática docente. É importante destacar que, a legislação brasileira

apresenta consideráveis alterações em seus documentos com a intenção de regulamentar seus

procedimentos incluindo-os nas atividades acadêmicas, atuando no sentido de aprimorar a

aplicação destas disciplinas no plano de curso.

3.1. A LEGISLAÇÃO PARA O ESTÁGIO NO BRASIL

A busca pela normatização vem acontecendo ao longo dos tempos. É possível

perceber esse interesse desde o Decreto-Lei de 1942 na Lei Orgânica da Educação Industrial,

que muito embora não tratasse claramente dos cursos de graduação, com uma educação

voltada para a formação profissional, já se percebia a preocupação com a atividade de Estágio

e a tentativa de estabelecer relações entre os cursos e esses espaços.

Está descrito no Decreto-Lei nº 4.073/42, Art. 47, o estabelecimento das bases de

organização para a preparação profissional, designando que:

Constituirá o estágio em um período de trabalho, realizado por um aluno,

sob o controle da competente autoridade docente, em estabelecimento

industrial. Parágrafo único. Articular-se-á a direção dos estabelecimentos de

ensino com os estabelecimentos industriais cujo trabalho se relacione com os

seus cursos, para o fim de assegurar aos alunos a possibilidade de realizar

estágios, sejam estes ou não obrigatórios (BRASIL, 2010a).

Neste documento é identificado o interesse em aproximar as instituições de ensino

com os estabelecimentos concedentes dos estágios, bem como a preparação do aluno, a

qualificação profissional e a formação humana com conhecimentos teóricos específicos, para

excursões3 em locais que exerciam atividades relacionadas com seu curso e práticas em

situação real.

3 Denominação anteriormente adotada para se referir às visitas realizadas para a observação das práticas em

estabelecimentos industriais aos quais eram desenvolvidas as atividades de estágio.

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Já nos anos de 1970 a 1975, foram sancionados documentos para a regulamentação

do Estágio em situações específicas, que contemplaram desde a implementação de programas

de estágios à sua realização em serviço público e privado. É oportuno frisar que, no Decreto

nº 66.546/70, Art. 1º, foi previsto o Estágio prático para estudantes apenas dos cursos de

engenharia, tecnologia, economia e administração, decretando que:

Fica instituída a Coordenação do "Projeto Integração", com o objetivo de

implementar programas de estágios destinados a proporcionar a estudantes

do sistema de ensino superior de áreas prioritárias, [...], a oportunidade de

praticar em órgãos e entidades públicos e privados o exercício de atividades

pertinentes às respectivas especialidades (BRASIL, 2010b).

Embora este decreto não considere outras áreas, é demonstrada a preocupação com

os locais oficiais, campo de estágio, que apresentem condições necessárias para receber os

estagiários e assim possibilitar a realização das suas atividades. E também dentre as melhorias

deste mesmo decreto institui-se em seu Art. 2º, a criação de um programa de auxilio aos

estudantes através da distribuição de bolsas de estudo, garantindo “aos estudantes recursos

financeiros não reembolsáveis para sua manutenção e aquisição de livros, instrumentos e

materiais” (BRASIL, 2010b). Sua aplicação envolve cursos de ensino superior nessas áreas

prioritárias, como também a realização de Estágios em órgãos públicos e privados, a fim de,

desempenharem as tarefas relacionadas às suas habilidades.

Em 1971 com a LDB, Lei 5.692, foram estabelecidas as regras sobre as diretrizes e

bases para o ensino de 1º e 2º graus, hoje respectivamente denominados de ensino

fundamental e médio, onde no Art. 6º prever, que as “[...] habilitações profissionais poderão

ser realizadas em regime de cooperação com as empresas” (BRASIL, 2010c), sendo assim, os

Estágios poderiam ser realizados como forma de parceria entre as escolas e as empresas.

Como se pode perceber o enfoque continua sendo a formação profissional qualificada,

associada com a preparação necessária para o exercício da cidadania. Desta forma, a

concepção especial do currículo destina-se a iniciação e habilitação profissional para o

mercado de trabalho. Contudo, ainda não é afixada a disposição da carga horária para a

aplicação desses Estágios.

O Decreto 69.927/72 constitui um instrumento de grande importância, propiciando

oportunidades de Estágio educativo em caráter nacional, instituindo:

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Art. 1º Os Ministérios da Educação e Cultura e do Trabalho e Previdência

Social disciplinarão, em portaria conjunta, o funcionamento de um programa

assistencial denominado “Bôlsa4 de Trabalho” [...] (BRASIL, 2010d).

Ainda se tratando deste programa e da relação entre a formação escolar e as

atividades execidas pelos estudantes, o Art. 2º afirma que:

Caberá ao Programa “Bôlsa de Trabalho” proporcionar a estudantes de todos

os níveis de ensino oportunidades de exercício profissional em órgãos ou

entidades públicas ou particulares, nos quais possam incorporar hábitos de

trabalho intelectual ou desenvolver técnicas de estudo e de ação nas

diferentes especialidades (BRASIL, 2010d)

Este documento desperta para a necessidade da valorização do trabalhador brasileiro,

com a oportunidade de assumir parcerias entre entidades educacionais, orgãos públicos do

governo e empresas privadas interessadas, podendo ser firmado convênios para assegurar o

funcionamento deste projeto, portanto visa a importância da educação e consequentemente a

formação do educando resultando em uma oportunidade de um trabalho educativo.

A essa altura surge a indicação de carga horária em seu Art. 9º, § 1º, estabelecendo:

“O trabalho do estagiário não excederá de quatro horas diárias, nem vinte horas semanais,

devendo conciliar-se com o seu horário escolar” (BRASIL, 2010d), mediante ao contrato de

trabalho sem vínculo empregatício. Este decreto apresenta uma organização determinada

diretamente para o exercício do Estágio, como complementação das atividades escolares,

considerando assim a necessidade de “integração do estudante brasileiro no processo de

desenvolvimento econômico-social do País” (BRASIL, 2010d). Ainda assim menciona a

possibilidade do estudante desempenhar tarefas não necessariamente relacionadas as

atividades escolares, mediante a um contrato de trabalho, porém resguardando o horário

escolar.

No Decreto nº 75.778/75 no Art. 1º, foram definidas além das modalidades de

ensino, a possibilidade de auxílio financeiro através de bolsa para “[...] estudantes de

estabelecimento de ensino superior e de ensino profissionalizante de 2º grau, no Serviço

Público Federal [...]”, e detalhando no Art. 3º, que “o estágio, que se revestirá da forma de

bolsa, se destina à complementação educacional e de prática profissional e será planejado e

desenvolvido em harmonia com os programas escolares (BRASIL, 2010e).

Em conformidade com o Decreto nº 66.546/70, a aplicação do Estágio será conferida

em estabelecimentos que proporcionem experiência prática aos estudantes (BRASIL, 2010b).

Contudo, ainda no Decreto de 75, além do direcionamento ao estabelecimento apropriado, é

4 A escrita está de acordo com as regras ortográficas da época, atualmente mediante as reformas ortográficas a

escrita foi modificada.

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determinada a aplicação do Estágio apenas na fase final de conclusão do curso, estabelecido

assim no Art. 2º, “O estágio somente poderá verificar-se em unidades que tenham condições

de proporcionar experiência prática na linha de formação devendo o estudante, para esse fim,

estar freqüentando um dos dois últimos períodos” (BRASIL, 2010e).

A instituição concedente do Estágio, juntamente com a unidade interessada, seriam

então responsáveis pela articulação entre o planejamento, o acompanhamento, a avaliação, a

quantidade de estudantes envolvidos e o fornecimento do programa de atividades a serem

desenvolvidos, mostrando interesse no desenvolvimento do aprendizado e na necessidade de

acompanhamento por parte da instituição formadora e por profissionais especialistas. Já no

que se refere à duração total, seria no mínimo sessenta à no máximo cento e oitenta dias para

a conclusão do Estágio, pois “se destina à complementação educacional e de prática

profissional” (BRASIL, 2010e). Embora continue estabelecida a carga horária de vinte horas

semanais, os horários diários só seriam determinados de acordo com o funcionamento da

repartição.

Entretanto a Lei 6.494 de 07 de dezembro de 1977 adiciona o supletivo às

modalidades de ensino existentes com a apresentação de pontos importantes, porém

realizando-se apenas quando estiver em conformidade com o currículo escolar, propiciando a

complementação do ensino e a aprendizagem através do planejamento, execução e avaliação

da duração do trabalho.

O Estágio poderia assumir também a forma de atividade de extensão com uma

jornada de trabalho complementando o horário escolar mediante a assinatura de um termo de

compromisso, embora a expressão jornada de Estágio tenha sido citada, não se explicita a

quantidade de horas ao qual seria realizada, ficando possivelmente a cargo da instituição

acolhedora do estudante. Ao passo que no Art. 5º parágrafo único, indica que “nos períodos

de férias escolares a jornada de atividade de estágio será estabelecida de comum acordo entre

o estagiário e a parte concedente do estágio, sempre com interveniência da instituição de

ensino” (BRASIL, 2010f).

Sendo que no ano de 1982 foi conferido o Decreto nº 87.497, que trata sobre o

Estágio para ensino superior, o supletivo e o 2º grau agora determinado como “regular”, não

mais estabelecendo como profissionalizante. Desta forma em seu Art. 2º, descreve:

Considera-se estágio curricular, para os efeitos deste Decreto, as atividades

de aprendizagem social, profissional e cultural, proporcionadas ao estudante

pela participação em situações reais de vida e trabalho de seu meio, sendo

realizada na comunidade em geral ou junto a pessoas jurídicas de direito

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público ou privado, sob responsabilidade e coordenação da instituição de

ensino (BRASIL, 2010g).

Desse modo no documento é agregada a palavra Estágio o termo curricular,

significando que esta prática esteja em conformidade com o procedimento didático-

pedagógico da estrutura curricular do curso. É proporcionada também a autonomia sobre a

associação do Estágio a disciplinas apropriadas, todavia para o desempenho dessa função os

estudantes deveriam estar devidamente matriculados e assíduos. Mesmo que a aplicação da

carga horária seja de competência da instituição, o seu cumprimento foi previamente

determinado, para ser efetuado durante um semestre inteiro. Além disso, em seu Art. 4º,

alínea “d” (BRASIL, 2010g), o documento dispõe que os procedimentos de “sistemática de

organização, orientação, supervisão e avaliação de estágio curricular”, também serão de

responsabilidade da instituição de ensino.

Percebe-se então que no Art. 12º, Parágrafo único, proporciona o incentivo para a

criação dos agentes de integração5, no qual o Ministério da Educação e Cultura previa a

articulação entre eles as “instituições de ensino, agentes de integração e outros Ministérios,

com vistas à implementação das disposições previstas neste Decreto” (BRASIL, 2010g).

Na medida em que a redação da legislação sofre pequenas alterações, a realidade do

país sofre profundas modificações, acompanhando as tendências do mercado, as

transformações na vida da população, a oferta de cursos de educação profissional e superior, e

ofertas de vagas em estabelecimento perante formação profissional qualificada. Portanto,

cresce a importância do Estágio para a qualificação profissional. Pode-se dizer que a visão da

educação que preparava o aluno para o trabalho vem tomando outro rumo, considera-se uma

formação integrada do aluno potencializado pelas mudanças econômicas, sociais e culturais

no país.

A Constituição Federal promulgada em 1988 surge como parâmetros que norteiam as

decisões e estruturas do país, destinando deveres, bem como os direitos para a população. No

Art. 23 e inciso V a educação é frisada inicialmente como direito social e de “competência

comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios [...] proporcionar os

meios de acesso à cultura, à educação e à ciência” (BRASIL, 2010h)

Assim sendo o Art. 205º, declara:

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida

e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno

5 Prestam serviços intermediando relações entre as instituições e os concedentes do estágio cadastrando-os a fim

de oportunizar condições de estágio.

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desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua

qualificação para o trabalho (Constituição Federal, 1988). (BRASIL, 2010h).

Mesmo que a Constituição de 1988 não cite o Estágio Curricular, ela foi referência

para a criação e o desenvolvimento da Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1996.

Norteando as modificações nas estruturas curriculares das modalidades de ensino, nos cursos

de educação superior e também na elaboração do Plano Nacional de Educação que regulariza

o sistema de acordo com as normas nela descritas.

É necessário ressaltar que base na Constituição (1988), a atual LDBEN6, a Lei

9.394/96, surgiu com alterações em seu contexto, no qual reafirma em seu Art. 2º, que a

educação é “dever da família e do Estado [...] tem por finalidade o pleno desenvolvimento do

educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação profissional”

(BRASIL, 2010i), não sendo mais direcionada apenas para a valorização profissional,

tornando-se assim, de maneira mais ampla, para uma formação cidadã. Além disso,

estabeleceu também a disposição dos níveis da educação básica e a responsabilidade por cada

etapa do seu desenvolvimento.

No que se refere ao Estágio, dá-se a continuidade e a responsabilidade, da instituição

formadora, em direcionar a carga horária e em estabelecer os padrões para seu funcionamento

de modo que, assim foi sancionada no seu Art. 82º: “Os sistemas de ensino estabelecerão as

normas de realização de Estágio em sua jurisdição, observada a lei federal sobre a matéria”

(BRASIL, 2010i). Neste documento no Art. 84º também apresenta, aos estudantes de cursos

de nível superior, a possibilidade em “ser aproveitados em tarefas de ensino e pesquisa pelas

respectivas instituições, exercendo funções de monitoria, de acordo com seu rendimento e seu

plano de estudos” (BRASIL, 2010i), desde que seja dentro da própria instituição. Mesmo não

se tratando do Estágio propriamente dito, a monitoria também faz parte da pratica da

docência, como aplicação dos conteúdos teórico-metodológicos.

De modo similar em seu Art. 65º, a LDB apresenta informações sobre a Prática de

Ensino como disciplina obrigatória para os Cursos de Educação Artística com habilitação

específica: “a formação docente, exceto para a educação superior, incluirá prática de ensino

de, no mínimo, trezentas horas” (BRASIL, 2010i). Todavia no Parecer CNE/CES nº 744/97,

aprovado em 03 de dezembro de 1997, orienta sobre o cumprimento deste artigo, no qual as

atividades devem ser desenvolvidas com a supervisão da instituição formadora, porém não

ultrapassando 25% do total da carga horária prevista para a prática de ensino.

Ainda com referência a prática de ensino, o Parecer CNE/CES nº 744/97, resolve:

6 Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional regulariza o sistema de educação brasileiro.

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Art. 1º A prática de ensino é definida como as atividades desenvolvidas com

alunos e professores na escola ou em outros ambientes educativos em, no

mínimo, 300 horas, sob acompanhamento e supervisão da instituição

formadora. (BRASIL, 2010j)

Esta atividade deveria articular a formação teórica com a prática pedagógica, além

das atividades de observação, regência, planejamento e avaliação das ações relacionadas com

o processo da prática de ensino.

Ao final do parecer foi relatado sobre sua aplicação nos cursos de licenciatura, em

conformidade com a lei, descrevendo: “Art. 5º - Licenciaturas que habilitem para mais de uma

disciplina afim poderem limitar a prática de ensino às 300 horas prescritas pela Lei.”

(BRASIL, 2010j). Percebe-se, porém, que foi mencionado apenas sobre a carga horária total,

da disciplina prática de ensino, permanecendo a autonomia da instituição formadora para sua

organização, possibilitando a realização de maneira fracionada.

Ao passo em que é crescente a participação de estudantes em atividades de Estágios,

surge a necessidade de se adequar as regras para seu funcionamento. Algumas medidas

provisórias foram sancionadas visando adaptar-se a tais acontecimentos e as modificações

ocorridas no desenvolvimento da sociedade brasileira. Desta forma, tornam-se significativas

as mudanças na legislação para o estabelecimento de diretrizes nos diferentes níveis da

educação básica, as necessidades de qualificação profissional especializada e no

melhoramento da qualidade educacional do país.

3.2. O ESTÁGIO SUPERVISIONADO NOS CURSOS DE LICENCIATURA

No ano de 2001 o Parecer CNE/CP 009, contribui para a modificação também da

estrutura dos cursos de graduação, resolvendo:

O processo de elaboração das propostas de diretrizes curriculares para a

graduação, conduzido pela SESu7, consolidou a direção da formação [...]

Dessa forma, a Licenciatura ganhou, como determina a nova legislação,

terminalidade e integralidade própria em relação ao Bacharelado,

constituindo-se em um projeto específico. Isso exige a definição de

currículos próprios da Licenciatura que não se confundam com o

Bacharelado ou com a antiga formação de professores que ficou

caracterizada como modelo “3+1”8 (BRASIL, 2010l).

7 A Secretaria de Educação Superior (Sesu) é a unidade do Ministério da Educação responsável por planejar,

orientar, coordenar e supervisionar o processo de reformulação e implementação da Política Nacional de

Educação Superior. 8 Nas Licenciaturas segundo o modelo 3+1, as disciplinas de conteúdo comum às áreas de educação eram

realizadas nos três primeiros anos do curso, sendo que no último ano eram acrescentadas juntamente às

disciplinas de natureza pedagógica específica para cada especialidade. Assim fazendo, nos Cursos de

Licenciaturas em Educação Artística, os três primeiros anos eram oferecidos disciplinas das áreas de Arte de

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Dessa maneira é possível fazer uma relação entre os cursos de Educação Artística

com habilitação específica nas áreas de Arte, e o surgimento posteriormente dos cursos de

Licenciatura Plena. A proposta também integra competências sobre o desenvolvimento

profissional e a formação de professores com sugestões de mudanças. Contém também,

importantes reflexões sobre o planejamento das atividades de Estágio, no qual é sugerido que

a avaliação não seja de responsabilidade exclusivamente do supervisor de Estágio.

Há de se convir que a estruturação da carga horária, adequada para a observação dos

locais de estágio, aparece no texto fazendo pensar sobre a idealização das atividades, assim

afirmando: “O planejamento e a execução das práticas no estágio devem estar apoiados nas

reflexões desenvolvidas nos cursos de formação” (BRASIL, 2010l). De maneira a se fazer

pensar sobre o desenvolvimento de um plano que contenha uma estrutura base de etapas a

serem seguidas.

Em conformidade sobre a preocupação com o momento e o modo de aplicação das

fases do Estágio, o Parecer CNE/CP 009/2001, relata:

Outro problema refere-se à organização do tempo dos estágios, geralmente

curtos e pontuais: é muito diferente observar um dia de aula numa classe

uma vez por semana, por exemplo, e poder acompanhar a rotina do trabalho

pedagógico durante um período contínuo em que se pode ver o

desenvolvimento das propostas, a dinâmica do grupo e da própria escola e

outros aspectos não observáveis em estágios pontuais. Além disso, é

completamente inadequado que a ida dos professores às escolas aconteça

somente na etapa final de sua formação, pois isso não possibilita que haja

tempo suficiente para abordar as diferentes dimensões do trabalho do

professor, nem permite um progresso progressivo de aprendizado (BRASIL,

2010).

Cabe frisar que durante o texto, no que se refere a execução do Estágio, é sugerido

que ele não seja realizado apenas na fase final da graduação, por exemplo no último período,

como nos cursos de Educação Artística com a habilitação específica, distanciando ainda mais

os conhecimentos teóricos específicos e a prática docente. A realização das fases durante o

Estágio é extremamente importante, pela aplicabilidade que é proporcionada ao estagiário

observar, compartilhar, desenvolver e avaliar os resultados obtidos. Outro fato importante é a

conscientização para a continuidade do processo metodológico das atividades, pois constitui a

formação docente.

Ainda nesse contexto no item 3.6, alínea “c” deste Parecer de 2001, o cumprimento

do Estágio aparece de maneira bem específica, nos seguintes termos:

modo geral e no último ano eram disponibilizados disciplinas para as habilitações específicas: Música, Teatro,

Dança e Artes Plásticas.

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Nos estágios a serem feitos nas escolas de educação básica. O estágio

obrigatório deve ser vivenciado ao longo de todo o curso de formação e com

tempo suficiente para abordar as diferentes dimensões da atuação

profissional. Deve acontecer desde o primeiro ano, reservando um período

final para a docência compartilhada, sob a supervisão da escola de formação,

preferencialmente na condição de assistente de professores experientes. Para

tanto, é preciso que exista um projeto de estágio planejado e avaliado

conjuntamente pela escola de formação e as escolas campos de estágio, com

objetivos e tarefas claras e que as duas instituições assumam

responsabilidades e se auxiliem mutuamente, o que pressupõe relações

formais entre instituições de ensino e unidades dos sistemas de ensino. Esses

“tempos na escola” devem ser diferentes segundo os objetivos de cada

momento da formação. Sendo assim, o estágio não pode ficar sob a

responsabilidade de um único professor da escola de formação, mas envolve

necessariamente uma atuação coletiva dos formadores (BRASIL, 2010l).

Torna-se evidente a preocupação com a formação dos estudantes no desempenho do

Estágio Obrigatório, no qual deveriam ser realizados na escola de educação básica, desde o

primeiro ano de curso, mediante o acompanhamento e orientação de professores da instituição

formadora. Porém, estes professores não devem se responsabilizar sozinhos pela orientação.

Fazendo-se necessária a formação de uma equipe entre as instituições envolvidas que acolha e

planeje cada momento. Assim sendo, pode-se perceber claramente a necessidade de

desenvolver uma orientação aos estagiários de maneira que auxiliem no desenvolvimento das

atividades, pois tratam-se de estudantes em fase de desenvolvimento.

É pertinente ressaltar, a importância da formação específica dos docentes, com um

preparo adequado para algumas áreas de conhecimento. Ainda destacando o Parecer CNE/CP

009/2001 no item 3.2.6, sobre o quadro curricular da educação básica, compreendendo:

Há ainda a necessidade de se discutir a formação de professores para

algumas áreas de conhecimento desenvolvidas no ensino fundamental, como

Ciências Naturais e Artes, que pressupõe uma abordagem equilibrada e

articulada de diferentes disciplinas [...] e diferentes linguagens (da Música,

da Dança, das Artes Visuais, do Teatro, no caso de Arte), que, atualmente,

são ministradas por professores preparados para ensinar apenas ema dessas

disciplinas ou linguagens. A questão a ser enfrentada é a da definição de

qual é a formação necessária para que os professores dessas áreas possam

efetivar as propostas contidas nas diretrizes curriculares (BRASIL, 2010l).

Considerando que a legislação dos cursos de licenciatura e do Estágio vai sendo

alterada, consequentemente a visão sobre o desenvolvimento do aluno futuro professor

também é questionada. No que se refere à formação do professor na área de Arte ainda como

polivalente9, demonstra-se o interesse em desenvolver uma formação abrangente que

contemple todas as disciplinas separadamente de forma especifica. A construção do

9 Refere-se à idéia de um profissional contemplar no Ensino de Artes todas as áreas (Música, Dança, Teatro e

Artes Visuais) na mesma disciplina, formação do extinto curso de Educação Artística.

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conhecimento deste futuro profissional se dá também pela troca de experiências, entre as

relações de professor regente e aluno observador, ressaltando a importância da construção da

personalidade deste educando.

Em conformidade com a formação de professores, o Parecer CNE/CP 9/2001, expõe:

Os indivíduos constroem seus conhecimentos em interação com a realidade,

com os demais indivíduos e colocando em uso suas capacidades pessoais. O

que uma pessoa pode aprender em determinado momento depende das

possibilidades delineadas pelas formas de pensamento de que dispõe naquela

fase de desenvolvimento, dos conhecimentos que já construiu anteriormente

e das situações de aprendizagem vivenciadas. É, portanto, determinante o

papel da interação que o indivíduo mantém com o meio social e,

particularmente, com a escola (BRASIL, 2010l).

De certo modo esta declaração é facilmente associada à realização do Estágio

supervisionado e a importância das fases de sua execução como a preparação, a observação do

ambiente ao qual se almeja trabalhar, o planejamento das atividades que serão desenvolvidas,

a aplicação na fase de regência, culminando assim na avaliação de sua performance. A

interação entre indivíduos e estes em ambientes diferentes, promove a construção de novos

conhecimentos, o amadurecimento de outros já existentes e a experiência em desenvolver

novas habilidades.

Ainda em 2001 o Conselho Nacional de Educação em 02 de outubro, no Parecer

CNE/CP 027, decidiu alterar a redação, do Parecer CNE/CP 9/2001, esclarecendo sobre o

Estágio nos seguintes termos:

No estágio curricular supervisionado a ser feito nas escolas de educação

básica. O estágio obrigatório definido por lei deve ser vivenciado durante o

curso de formação e com tempo suficiente para abordar as diferentes

dimensões da atuação profissional. Deve de acordo com o projeto

pedagógico próprio, se desenvolver a partir do início da segunda metade do

curso, reservando-se um período final para a docência compartilhada, sob a

supervisão da escola de formação, preferencialmente na condição de

assistente de professores experientes. Para tanto, é preciso que exista um

projeto de estágio planejado e avaliado conjuntamente pela escola de

formação e as escolas campos de estágio, com objetivos e tarefas claras e

que as duas instituições assumam responsabilidades e se auxiliem

mutuamente, o que pressupõe relações formais entre instituições de ensino e

unidades dos sistemas de ensino. Esses “tempos na escola” devem ser

diferentes segundo os objetivos de cada momento da formação. Sendo assim,

o estágio não pode ficar sob a responsabilidade de um único professor da

escola de formação, mas envolve necessariamente uma atuação coletiva dos

formadores. (BRASIL, 2010m).

Como se pode observar, este Parecer possui algumas alterações no início do texto no

qual referia, “Nos estágios a serem feitos nas escolas de educação básica” (BRASIL, 2010l),

generalizando os estágios. Porém a sua nomenclatura sofre alterações, passando a uma nova

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redação que diz, “No estágio curricular supervisionado a ser feito nas escolas de educação

básica” (BRASIL, 2010m). A modificação na terminologia deixa claro que se refere ao

componente da estrutura curricular do curso.

O período para a realização desses Estágios foi transferido de “desde o primeiro ano”

(BRAIL, 2010l) para o “início da segunda metade do curso” (BRASIL, 2010m). No entanto,

as atividades compartilhadas e a supervisão da escola de formação se apresentam tão

importantes que não são alteradas. Reafirmando a necessidade de um planejamento e da

unidade entre as instituições a trabalhar de maneira integrada, de uma “atuação coletiva” entre

os formadores (BRASIL, 2010l). Apesar das alterações ocorridas, a carga horária novamente

deixa de ser citada, dando ênfase ao modo como os Estágios devem ser conduzidos e não

mencionando o tempo necessário para sua aplicação.

Em busca de uma melhor adequação no ano de 2002 surgem novas resoluções com

diretrizes para os cursos e também sobre a carga horária para os cursos de licenciatura. No

Parecer CNE/CP 1, de 18 de Fevereiro de 2002, foi Instituída Diretrizes Curriculares

Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de

licenciatura, de graduação plena.

Ainda em conformidade com o CNE/CP 27/2001, a Resolução CNE/CP 1/2002,

sobre o Estágio curricular supervisionado, promovendo a articulação entre os diversos

procedimentos, numa atuação contextualizada, onde no seu Art. 13º, § 3º, institui:

O estágio curricular supervisionado, definido por lei, a ser realizado em

escola de educação básica, e respeitando o regime de colaboração entre os

sistemas de ensino, deve ser desenvolvido a partir do início da segunda

metade do curso e ser avaliado conjuntamente pela escola formadora e a

escola campo de estágio (BRASIL, 2010n).

Como se pode ver, a resolução reafirma a segunda metade do curso como período

para a realização das atividades, conjuntamente entre a instituição formadora e a escola

campo de estágio.

Em consequência disso, a Resolução CNE/CP 2, de 19 de fevereiro de 2002, é

direcionada exatamente a instituir a duração de carga horária dos cursos de licenciatura, de

graduação plena, de formação de professores da Educação Básica em nível superior,

homologando assim em “400 (quatrocentas) horas de Estágio Curricular Supervisionado a

partir do início da segunda metade do curso” (BRASIL, 2010o). Então, reafirmando o período

para a sua realização e acrescenta a quantidade total para o cumprimento, podendo ser

fracionado segundo a resolução e as normas da instituição formadora. É preciso ressaltar que

surge também a possibilidade de redução da carga horária do Estágio Curricular

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Supervisionado em no máximo 200 (duzentas) horas em virtude do estudante já “exercer a

atividade docente regular” (BRASIL, 2010o).

3.3. O ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA LICENCIATURA EM MÚSICA

Dada a importância dessas melhorias nos currículos dos cursos de formação de nível

superior, logo o CNE aprova diretrizes direcionadas diretamente para o curso de Graduação

em Música e resolve sobre a organização do projeto pedagógico, o currículo e o Estágio

curricular supervisionado além de outros aspectos. Devido à transição que o curso atravessava

no período, declara em seu Art. 1º, que “O Curso de graduação em Música observará as

Diretrizes Curriculares Nacionais aprovadas nos termos desta Resolução” (BRASIL, 2010p).

Assim, o curso de Educação Artística com habilitação em música sofria alterações para dar

lugar a Graduação em Música, Licenciatura Plena, de acordo com as novas diretrizes

estabelecidas em anos anteriores.

A respeito dessas alterações a Resolução CNE/CES 2/2004, no Art. 2º descreve:

A organização do curso de que trata esta Resolução se expressa através do

seu projeto pedagógico, abrangendo o perfil do formando, as competências e

habilidades, os componentes curriculares, o estágio curricular

supervisionado, as atividades complementares, o sistema de avaliação, a

monografia, o projeto de iniciação científica ou o projeto de atividade, como

trabalho de conclusão de curso – TCC, componente opcional da instituição,

além do regime acadêmico de oferta e de outros aspectos que tornem

consistente o referido projeto pedagógico (BRASIL, 2010p).

Fica demonstrado que esta resolução trata de todos os pormenores sobre o curso de

graduação em música, deixando clara a autonomia quanto aos procedimentos de execução das

atividades que fica a cargo do projeto político pedagógico da instituição, desde que sua

elaboração seja estabelecida segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais.

Parafraseando o Art. 7º o Estágio Supervisionado é componente curricular e cabe ao

colegiado, aprovar o regulamento de Estágio e as modalidades ao qual serão desenvolvidas as

atividades, visto que pode ser realizado dentro da própria instituição, congregando

conhecimentos, regência e outras atividades específicas de música (BRASIL, 2010p).

Ainda em conformidade com a prática de Estágio o Art. 7º, § 2º, determina:

As atividades de estágio poderão ser reprogramadas e reorientadas de acordo

com os resultados teórico-práticos gradualmente revelados pelo aluno, até

que os responsáveis pelo acompanhamento, supervisão e avaliação do

estágio curricular possam considerá-lo concluído, resguardando, como

padrão de qualidade, os domínios indispensáveis ao exercício da profissão

(BRASIL, 2010p).

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Cabe frisar que além dos procedimentos para a realização de Estágio esta resolução,

também estabelece as normas específicas para condução do curso e os procedimentos que

regulamentam o funcionamento da instituição.

Em 2006 surge um novo Decreto nº 5.773 de 9 de maio, sobre as funções que

regulamentam, supervisionam e avaliam as instituições de educação superior do sistema

federal. Contendo informações e determinando dados para a elaboração do Plano de

desenvolvimento institucional, que deveria contemplar a preparação do projeto pedagógico, a

organização didático-pedagógica, informações da infra-estrutura física e outros requisitos

administrativos, além de determinar as funções de cada orgão público. Foi considerado

também os procedimentos relacionados com a Educação Nacional, no qual determina,

incentiva e fiscaliza as atividades das instituições educacionais. Além disso é fornecido

instruções para o desenvolvimento e funcionalmento das atividades de todas as instituições de

educação superior do país, sendo ela pública ou privada.

O Estágio é apenas mencionado, incluso no plano de desenvolvimento institucional,

de maneira que segundo o Decreto nº 5.773/2006, Art. 16º, inciso IV, deveria conter os

seguintes elementos:

Organização didático-pedagógica da instituição, com a indicação de número

de turmas previstas por curso, número de alunos por turma, locais e turnos

de funcionamento e eventuais inovações consideradas significativas,

especialmente quanto a flexibilidade dos componentes curriculares,

oportunidades diferenciadas de integralização do curso, atividades práticas e

estágios, desenvolvimento de materiais pedagógicos e incorporação de

avanços tecnológicos (BRASIL, 2010q).

Pode-se perceber através deste artigo que a resolução não diz respeito apenas às

atividades pedagógicas, mas a todos os procedimentos de funcionamento da instituição,

contendo pontos importantes para a unificação e qualificação da educação superior brasileira.

Em consequênica a todas as modificações ocorridas nessas últimas décadas ainda

assim, passa a existir a necessidade de um regulamento que condense os detalhes dos

procedimentos para a realização dos Estágios curriculares supervisionados, nota-se que as

alterações ocorridas foram de grande importância para a regulamentação dos formatos dos

cursos de graduação, licenciatura plena, bem como uma reforma estrutural curricular que

contemplasse as novas diretrizes estabelecidas pelos órgãos de educação nacional.

Ainda hoje os cursos de licenciatura sofrem transformações na estrutura curricular a

fim de melhor exercer as funções educacionais e adaptarem-se às novas vertentes do mercado

de trabalho, além de uma formação ampla e unificada, principalmente no que diz respeito aos

cursos de graduação em música.

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Em função das inúmeras alterações ocorridas durantes este período, fez-se necessário

a disposição da Lei nº 11.788 de 25 de setembro de 2008, no qual alterou a redação de leis

anteriores e deu outras providências a respeito do Estágio de estudantes. Embora em seu

enunciado não apresente a lei para os cursos, em seu Art. 1º define o Estágio em suas

modalidades, sancionando:

Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de

trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que

estejam freqüentando o ensino regular em instituições de educação superior,

de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos

finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de

jovens e adultos (BRASIL, 2010r).

Esta Lei vem a reafirmar a presença do Estágio no projeto pedagógico do curso, a

importância da contextualização curricular, visando o aprendizado juntamente integrado à

atividade profissional. O Estágio Curricular Supervisionado é parte integrante da estrutura

curricular dos cursos de licenciatura plena e por isso é de grande estima sua execução, pois no

Art. 2º § 1º, além de ser “estágio obrigatório [...] definido como tal no projeto do curso, cuja

carga horária é requisito para aprovação e obtenção de diploma” (BRASIL, 2010r), também

faz parte da formação do perfil do estudante de graduação, futuro professor. Ainda no Art. 1º,

agora no § 3º, é mencionada a monitoria como atividade de extensão podendo também ser

nivelada ao Estágio desde que esteja prevista no projeto pedagógico do curso (BRASIL,

2010r).

Em seguida no Capítulo II, Art. 7º, são designadas as obrigações da instituição de

ensino com relação ao Estágio e ao estudante estagiário, no qual no inciso III, estabelece, que

é de competência da instituição de formação “indicar professor orientador, da área a ser

desenvolvida no estágio, como responsável pelo acompanhamento e avaliação das atividades

do estagiário” (BRASIL, 2010r), como elaborar normas, comunicar o calendário letivo,

avaliar as instalações do cedente do estágio, detalhando as funções a serem desempenhadas

para o período de sua realização.

Esta Lei também prevê as funções do estabelecimento concedente quanto a suas

obrigações para o recebimento dos estagiários, declarando no Art. 9º, que além de fornecer

ambiente adequado para o exercício das atividades, deve-se “indicar funcionário de seu

quadro de pessoal, com formação ou experiência profissional na área de conhecimento

desenvolvida no curso do estagiário, para orientar e supervisionar até 10 (dez) estagiários

simultaneamente” (BRASIL, 2010r), e entre outras providências enviar o relatório das

atividades.

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O Capítulo trata sobre as funções dos estagiários, onde altera a carga horária, no caso

dos cursos de graduação, para até 06 (seis) horas diárias e 30 (trinta) horas semanais, bem

como dá outras providências que devem ser realizadas juntamente com os estabelecimentos

envolvidos. Esta Lei vem a consolidar a aplicação do Estágio das demais leis, resoluções,

decretos anteriormente sancionados. No que diz respeito à aplicação do Estágio, disponibiliza

a responsabilidade sobre o termo de compromisso, sobre a realização e ainda o acordo entre

as instituições e o estagiário e retrata a necessidade de um diálogo entre as partes interessadas.

Diante dessas fundamentações, é pertinente citar a Resolução do Curso de Graduação

em Música da Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Nº

02/2010 de 16 de agosto, que regulamenta os procedimentos para a realização dos Estágios,

licenciatura. Desse modo no item 2, institui a duração da carga horária com base na Resolução

CNE/CP 2/2002, onde no item 2.2, informa a carga horária:

2.1. Estrutura curricular (CÓDIGO 01A) – 400h divididas em Estágio

Supervisionado I (100h); II (100); III (100h) e IV (100h).

2.2. Estrutura curricular antiga (CÓDIGO 01) – 405h divididas em Estágio

Supervisionado I (90h); II (90); III (90h) e IV (135h). (CGM, 2010)

Ainda com base no CNE/CP 2/2002, a resolução do curso de música da UFRN, teria

como estruturação base para a conclusão do curso a duração de 08 (oito) semestres, no qual

foi determinado o início da prática do Estágio supervisionado obrigatório a partir do 5º

período. Porém deixa claro que o aluno tendo “cumprido todas as disciplinas obrigatórias

previstas nos 04 (quatro) primeiros períodos da sua estrutura curricular ele poderá iniciar o

cumprimento dos Estágios Supervisionados” (CGM, 2010), sendo possível sua realização

antes da segunda metade do curso.

Em seguida sugere os espaços bem como as modalidades de ensino para a realização,

permitindo uma ampliação da visão do futuro campo de atuação, visando uma formação

abrangente. Logo os Estágios Supervisionados ficam determinados:

Nesse sentido, independente da estrutura curricular a qual esteja vinculado o

aluno, os Estágios deverão acontecer nos seguintes níveis e espaços:

Estágio supervisionado I – Ensino Infantil

Estágio supervisionado II – Escola Especializada de Música

Estágio supervisionado III – Ensino Fundamental (preferencialmente o

fundamental II)

Estágio supervisionado IV – Ensino Médio (CGM, 2010)

Nota-se que em seguida, a possibilidade de aplicação do Estágio em espaços que

disponibilizem o ensino da música, embora não se trate de escola regular, seja considerada

unidade especializada, projetos sociais e ONG’s, desde que sejam devidamente registrados e

mediante o consentimento do coordenador do curso. Muito embora seja possível realizar os

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Estágios em ambientes diferenciados a resolução não consente cumprir mais de um Estágio na

mesma modalidade ou público.

Com relação à orientação é de responsabilidade do coordenador do curso a indicação

de um profissional, um professor orientador da instituição, que seguirá as atividades do aluno

e também que seja “acompanhado por um Professor Supervisor que irá direcionar o

planejamento de suas atividades e sua atuação no ensino de música” (CGM, 2010). Nesse

sentido é atribuído ao professor orientador do Estágio, acompanhar o planejamento das

atividades e elaboração do relatório final. Como previsto na Lei nº 11.788/2008 (BRASIL,

2010r) é de responsabilidade da instituição a designação de um profissional habilitado o

acompanhamento das fases do Estágio, auxiliando e direcionando o estudante para melhor

exercer sua função no campo de estágio.

A redução de carga horária também é citada em conformidade com Art. 1º da

Resolução CNE/CP Nº 2/2002, indicando que o estudante poderá ter a redução até o máximo

de 200 (duzentas) horas. A avaliação se dá a partir da apresentação do relatório associado ao

julgamento do professor orientado e do supervisor, baseado na pratica desenvolvida durante a

realização do Estágio.

Como foi demonstrada, a legislação brasileira visando estabelecer novas diretrizes e

o desenvolvimento da população através da educação, fez reformulações na tentativa de

adequar as modalidades de ensino à realidade atual do país. As Normas orientadas pelas

propostas de ensino e pelos planos de Educação, permitem ações que desenvolvam na

sociedade brasileira em aspectos sociais, culturais e educacionais.

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CAPÍTULO 4

UMA ANÁLISE SOBRE A REALIDADE DO ESTÁGIO

SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO DA ESCOLA DE MÚSICA

DA UFRN

E não está, esta hora, em vias de soar, quando tantos artistas isolados sentem

a necessidade de se agrupar para se conhecer, para o progresso e o triunfo do

bem? [E ele mesmo responde:] Sim, chegou a hora em que, pelo esforço das

vontades reunidas, impor-se-ão as ideias comuns. E o tempo necessário para

impô-las, nós o passaremos confiantes e felizes, pois marcharemos em

falange cerrada, os olhos fixos no mesmo ideal e os corações batendo dentro

do mesmo espírito.

(DALCROZE apud FONTERRADA, 2005)

Até o ano de 2004, os Cursos de Graduação em Música da UFRN consistiam

habilitações: Bacharelado, na EMUFRN e em Educação Artística com Habilitação em Música

mantido pelo CCHLA10

e oferecido pelo Deart/UFRN11

. Para a conclusão no Curso de

Educação Artística era necessário o cumprimento de dois Estágios Curriculares: Prática de

Ensino em Educação Artística e Prática de Ensino em Música, com aulas presenciais e com

atividades de observação e regência no local do Estágio. Em virtude da reformulação dos

cursos de licenciatura e, por conseguinte da extinção dos cursos de artes com a formação

polivalente, no ano de 2005 a Escola de Música agregou em sua estrutura o curso de

licenciatura, já que a instituição desenvolvia há anos o ensino de música em diferentes

modalidades. Assim sendo, foram oferecidas vinte vagas e estas totalmente preenchidas.

O contexto atual apresenta a Escola de Música como responsável pela formação de

seis turmas de licenciatura, com a oferta de cento e setenta e cinco12

vagas no período de 2005

a 2010. Hoje a escola acolhe todas as turmas desde 2005, tendo em vista que ainda possui um

aluno em processo de conclusão, parte da turma de 2006 e as demais até a de 2010.

10

Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da UFRN. 11

Deart – Departamento de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, atualmente oferece os

cursos de Dança, Artes Visuais, Design Teatro e atualmente é responsável pela última turma de Educação

Artística (2004.1) da Instituição. 12

Total de vagas para as respectivas turmas: 2005 (20), 2006 (20), 2007 (30), 2008 (30), 2009 (35) e 2010 (40).

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4.1. APRESENTANDO O ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO

O Projeto Político Pedagógico – PPP, do Curso de Música Licenciatura da UFRN,

entrou vigor em agosto de 2004, baseado nas sugestões das Diretrizes Curriculares

estabelecidas pelo Ministério da Educação, de acordo com este documento o Curso de

Licenciatura visa considerar no processo de construção do conhecimento o contexto de vida

dos alunos, “desse modo, pressupõe integrar ao processo de ensino- aprendizagem, tanto o

cotidiano dos alunos como a tradição do conhecimento musical, abrindo espaços para eclosão

de um contexto sócio-cultural mais rico e pleno” (PROJETO, 2004, p. 10).

Parafraseando o conteúdo presente no PPP, um ponto importante é a necessidade de

articulação entre os níveis de ensino que viabilize a aprendizagem significativa também com o

Ensino Básico e a sua relação com a atividade de Prática de Ensino, em diferentes espaços

assumindo algumas tarefas, “participando de planejamentos, projetos de pesquisa

acompanhados de reflexões, seminários e leituras”. E durante a fase final com uma atuação

intensiva do estudante como regente de classe. Assim o aluno pode vivenciar espaços

diferenciados promovendo uma aprendizagem significante. (PROJETO, 2004, p. 10).

Os Estágios Curriculares do Curso de Música Licenciatura dos anos de 2005 a 2008

possuem uma carga horária diferenciada da atual e estão distribuídos segundo a área de

conhecimento Humanístico Pedagógico e Pesquisa, com status de disciplina obrigatória, nas

quais são articuladas com a seguinte estrutura: Estágio Supervisionado I – (90h/a), II –

(90h/a), III – (90h/a), IV– (135h/a), totalizando quatrocentas e cinco horas, designados

respectivamente um para cada semestre.

Nesse período ainda não possuía uma resolução específica para sua aplicação em

modalidades distintas. Dessa forma os Estágios poderiam ser cumpridos em qualquer campo e

até no mesmo nível de ensino. Todavia, ainda sem existir tal documento, as orientações

apresentadas pelo coordenador do curso, eram direcionadas para a aplicação em modalidades

de ensino diferenciadas. Assim, no primeiro Estágio, o estudante faria apenas uma observação

sem participação nas atividades, sendo designado preferencialmente na educação infantil ou

em um espaço voltado para esse público. Os Estágios posteriores seriam distribuídos em

outras modalidades de ensino em escola regular de educação básica, dentro da disciplina de

artes, ou em escolas especializadas de ensino de música, desde que existisse, naquele

contexto, um professor com graduação em música, sendo habilitado em Educação Artística ou

Licenciatura.

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Em conformidade com a possibilidade de enriquecimento da aprendizagem do aluno

estagiário nas variadas modalidades de ensino da escola regular, Mateiro (2008, p. 24) diz:

Realizar o estágio nas diferentes etapas e modalidades da educação básica

não só implica a atividade em sala de aula como pressupõe ultrapassar essas

fronteiras buscando conhecer o contexto escolar e a comunidade local. A

questão do estágio na escola e na comunidade há muito é tema de debate,

dada a necessidade do futuro professor conhecer melhor a realidade de seus

alunos, muitas vezes com características culturais e valores diferentes aos

seus.

É de extrema importância a aproximação do licenciando em música nos diversos

espaços educacionais, visto que atualmente é vasto o campo de ensino da música, pois

contempla uma quantidade diversificada de públicos e de faixas etárias diferenciadas,

podendo ser considerado os conservatórios e escolas de educação básica, e os espaços

formais13

e não-formais14

, reconhecendo as distintas realidades e variados níveis de ensino,

enriquecendo a aprendizagem.

Ainda sobre o ensino de música em diversos espaços, Mateiro (2008, p. 24), declara:

A heterogeneidade cultural tem provocado novas demandas e espaços de

ensino e aprendizagem. Nesse sentido, surgem outros campos de estágio,

além das instituições escolares. Especificamente, na área de educação

musical, ensinar música há muito não é uma tarefa somente da escola. O

aprender música vem acontecendo tanto em espaços formais como não-

formais. Essas constatações nos levam a refletir sobre a importância de estar

atuando nesses diversos locais onde os indivíduos de alguma maneira se

relacionam com música.

Mesmo que a resolução nº 02 do colegiado de música (CGM, 2010), tenha sido

estabelecida oficialmente apenas em 2010, regulamentando os procedimentos para a

realização do Estágio do curso de música, desde 2008, a sua aplicação, ainda que não-oficial,

vem sendo realizada em diferentes modalidades de ensino. Desta maneira, tornou-se possível

a aproximação com variados espaços para a prática da educação musical.

Este novo modelo viria a ampliar a visão para os diversos contextos de ensino da

música além das escolas especializadas, mas principalmente para as escolas regulares. Porém

pela falta de tradição do ensino da educação musical15

na escola, os alunos-estagiários

sentiram dificuldade em encontrar um campo de estágio no qual pudesse desenvolver este

trabalho e até mesmo certa resistência por parte dos professores das instituições concedentes

dos estágios, pois até há pouco tempo, não existia esta tradição e, portanto uma articulação

13

Espaços formais são ambientes legítimos politicamente. 14

Espaços não-formais são aqueles que não têm reconhecimento político. 15

É um termo utilizado relacionado ao ensino de musica.

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entre a universidade e os estabelecimentos da escola de educação básica que facilitasse esta

aproximação.

A respeito da dificuldade em encontrar um local adequado que permita a realização

do Estágio, Sobreira (2008, p. 3) declara:

Um ponto problemático na questão dos estágios diz respeito à falta de

contato que as instituições formadoras têm, na maioria das vezes, com as

escolas que atendem os graduandos. Caso a instituição não tenha um colégio

de aplicação, o que ocorre durante o estágio do licenciando, fica a cargo da

boa vontade do professor que atende o estagiário. [...] A parceria

estabelecida propicia que as especificidades e os objetivos da aula de música

sejam explicitadas à equipe escolar.

Sabe-se, porém que nem sempre as parcerias são fáceis ao desenvolver um programa

de cooperação entre as instituições. É possível trazer um melhoramento significativo e o

desenvolvimento de um trabalho aprofundado em conjunto com a universidade por meio da

escola de música, os professores orientadores, os estudantes-estagiários, os professores

regentes e os estabelecimentos de ensino concedentes do estágio.

Em função do estabelecimento da Lei nº 11.788/2008 em concordância com a

Resolução CNE/CP 02/2002, a grade curricular da turma de 2009, foi alterada no que diz

respeito a carga horária do Estágio Curricular Supervisionado e consequentemente a

quantidade total de horas, assumindo uma nova formatação, cujo Estágio deverá ser realizado

diante de uma estrutura igualitária: Estágio Supervisionado I - 100h/a, II – 100h/a, III –

100h/a, IV– 100h/a, com o total de quatrocentas horas.

Com referência à resolução do Conselho Nacional de Educação, sobre a distribuição

de carga horária, Mateiro (2008, p. 21-22) relata:

Não cabe dúvida que essa estrutura organizacional de currículo implica em

uma concepção para tratar os conteúdos que se consideram fundamentais à

formação de professores. Dessa maneira, as instituições formadoras têm

autonomia para decidir o perfil profissional desejado e elaborar a estrutura

curricular que atenda às exigências e às demandas sociais.

4.2. TRAÇANDO UM PANORAMA DA EMUFRN

A problemática deste cenário está principalmente na designação de tarefas junto ao

corpo docente, posto que a instituição atualmente recebe uma turma de licenciatura por ano,

acolhendo cerca de quarenta novos alunos, embora hoje grande parte dos alunos tenham

concluído ou está em fase final do curso, ainda assim a clientela é aproximadamente de cento

e trinta e seis alunos matriculados em disciplinas variadas.

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O quadro de docentes da área de educação musical, que ministram aulas nas turmas

de licenciatura, soma o total de cinco educadores, entretanto a instituição faz o

remanejamento dos professores do curso de Bacharelado e Técnico que somam cinquenta e

quatro docentes. Sabe-se, porém que esta desproporcionalidade de professores se dá em

virtude do histórico da instituição que compreendia inicialmente os cursos: básico16

e

Técnico17

em instrumento, canto e regência; e o Bacharelado com as habilitações em canto e

instrumento. A instituição atualmente conta com o total de cinqüenta e quatro docentes

efetivos no quadro geral de funcionários, embora apenas aproximadamente 10% seja da área

de educação musical, ou seja, professores da licenciatura.

Em virtude da criação deste curso e ainda da necessidade de adaptação, existe uma

iniciativa de reestruturação curricular por parte da atual gestão e coordenações envolvidas.

Como foi demonstrado, trata-se de um curso recente que demonstra interesse em desenvolver

um trabalho voltado para a formação docente, tornando aparente o interesse em aprimorar o

trabalho educacional, mesmo porque durante esses cinco anos de existência do curso já houve

pequenos ajustes e em 2008 ocorreu uma reformulação na estrutura curricular a fim de

desenvolver uma atividade que proporcionasse de forma abrangente um aproveitamento dos

estudos na formação dos futuros educadores musicais.

Além das modificações curriculares, percebe-se a necessidade de mudanças para o

desenvolvimento apropriado do modelo de Estágio atual, sabendo-se que nem todas essas

transformações serão possíveis de imediato, pois é de conhecimento de todos que esta unidade

especializada, não é independente, ela está interligada a outros departamentos da

universidade. Com isso muitas das providências serão estabelecidas a médio e longo prazo.

Os dados mostram que a dificuldade está referente à preparação da prática de ensino,

ou seja, a elaboração das propostas para o cumprimento das etapas do Estágio, os processos

de planejamento didático-metodologico, o acompanhamento juntamente com a orientação e

avaliação da prática em sala de aula.

É preciso acentuar que independente da estruturação curricular, é fundamental um

trabalho integrado entre os membros do corpo docente, a fim de investir no acompanhamento

e aplicação das orientações. Podendo ser consideradas profundas mudanças na atuação dos

professores, de forma a fortalecer a participação dos alunos de licenciatura nas instituições,

16

O curso Básico em Música surgiu em 1999 direcionados ao estudo em música para público iniciante, sem

necessidade de conhecimento prévio. O curso possui duração de 04 semestres ou módulos, cada um com duas

disciplinas, conta-se com aulas de linguagem musical básica e prática instrumental/canto. 17

Curso com duração média de três anos, com seleção anual através de provas de conhecimentos específicos:

teoria musical e prática no instrumento/canto/regência.

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reconhecendo a importância do Estágio Supervisionado na formação dos alunos futuros

professores.

Cabe frisar que apenas um professor é responsável pela orientação de todos os

discentes que realizam Estágio atualmente. Ficando clara a desproporcionalidade do

acontecimento, chegando a ser impossível a orientação propriamente dita. É inviável a

realização do acompanhamento, por parte apenas, de um professor para cerca de cinquenta e

cinco alunos que estão executando Estágio hoje, em níveis e modalidades diferenciadas,

enquanto que este mesmo professor além da tarefa de orientar os estagiários contém

atribuições como ministrante de disciplinas em sala de aula, orientação de monografias e

ainda exerce outros cargos na própria instituição.

Entre as inúmeras dificuldades encontradas para a implementação deste modelo,

descrito na resolução CGM, 02/2010, está a carência de professores, que por muitas vezes

para suprir a necessidade das funções existentes na instituição, alguns possuem cargos

acumulativos.

Contudo a falta de professor para o acompanhamento das fases de Estágio resulta na

ausência de orientação adequada, dessa maneira apenas um único professor está responsável

por esta etapa, buscando desenvolver um trabalho através de sugestões e indicações na

medida do possível.

Partindo desse ponto é importante destacar Fialho (2008, p. 54), revelando a

importância nos aspectos da integração do Estágio e a responsabilidade do orientador, ao

estabelecer critérios de encaminhamento dos estudantes aos estabelecimentos de ensino, sobre

a estrutura e a presença do professor regente durante as aulas do estagiário, além de

estabelecer a autonomia do estudante com relação ao planejamento das aulas, que deveriam

ser abordados antes do início do Estágio.

Contudo ocorre outra dificuldade, a insuficiência de locais para a realização dos

Estágios, com professores habilitados a desenvolver a supervisão. Atualmente a EMUFRN,

não possui uma intermediação entre os estabelecimentos de ensino, entre os concedentes do

Estágio Supervisionado e a universidade, como nos casos dos agentes de integração. Embora

a EMUFRN possua uma listagem com as escolas que possuem professores especialistas, a

relação entre eles é apenas por meio dos estudantes, através de sua carta de encaminhamento,

sem conexões que possibilitem uma relação de cooperação entre as instituições, entre os

estudantes e os professores regentes.

Ainda sobre a intermediação do orientador, Fialho (2008, p. 54) expõe:

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É parte das atribuições do professor orientador compartilhar com o aluno

estagiário desde sua escolha e definição do campo de estágio, do projeto e do

plano de ensino a ser desenvolvido às relações político- pedagógicas como o

campo de estágio e o acompanhamento de toda a prática pedagógico-

musical.

Nesse contexto as fases do Estágio ficam comprometidas, pois em alguns casos, pela

falta de acompanhamento, não há uma preparação e nem planejamento prévio. A

descontinuidade no desenvolvimento das atividades é outro ponto de extrema atenção, mesmo

que os licenciandos estejam frequentando a segunda metade do curso, ainda assim alguns têm

pouca ou quase nenhuma experiência no campo da educação musical. Visto que alguns deles

escolhem o curso pela oportunidade de emprego, ou por serem instrumentistas e em alguns

casos nunca trabalharam ou nunca obtiveram inclinação para a docência, tornando-se

inexperientes.

Isso indica que a ausência de acompanhamento pode gerar uma preparação

inadequada, comprometendo a qualificação profissional e a formação docente do aluno de

licenciatura. Considerando as características atuais uma das maiores dificuldades encontradas

está na continuidade das atividades de maneira equilibrada e o confronto com os diferentes

níveis de educação.

A esse respeito Buchmann e Bellochio (2007), relatam que o Estágio é extremamente

importante para a concepção da imagem do profissional, na formação e reflexão da

responsabilidade do educador, assim sendo o orientador18

, é elemento-chave para o melhor

aproveitamento, aconselhamento e resolução de problemas ressaltando como tarefa do

professor orientador: “instruir, observar, voltar a instruir ou demonstrar”.

É importante ter em mente que é de responsabilidade do professor orientador detectar

os problemas relacionados com a prática docente do estagiário e desenvolver em conjunto um

diagnóstico, promovendo uma reflexão sobre o processo de ensino e suas abordagens,

contribuindo para o melhoramento do pensamento acadêmico. Buscando ampliar nos

estagiários uma visão acerca das possibilidades do trabalho com a música, relacionando além

do trabalho em escolas especializadas, também em escola de educação básica ao qual o curso

de licenciatura plena os habilita.

Sobre a preferência de atuação dos alunos formados em música em atuar nas escolas

especializadas em detrimento da escola regular Penna (2008, p.144), diz:

[...] indica uma certa preferência pela prática pedagógica e pelo exercício

profissional em estabelecimentos especializados em música, em detrimento

18

Este termo segundo a autora é utilizado no sentido de acompanhamento.

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da atuação nas escolas regulares de educação básica, onde a educação

musical poderia ter um maior alcance social.

Dentro deste contexto é pertinente ressignificar a visão a cerca das questões que

permeiam o Estágio Supervisionado, no que diz respeito a orientação e a necessidade de

acompanhamento de um orientador para os estudantes de licenciatura em música. Reconstruir

as iniciativas em desenvolver um trabalho amplo e sistemático com os alunos a fim de

estabelecer um programa de Estágio com vias de modelo em organização, contribuindo assim

para a prática do Estágio Curricular Supervisionado Obrigatório.

4.3. DIALOGANDO COM OUTROS MODELOS DE ESTÁGIO

Há de se considerar que diante do modelo vigente na EMUFRN, no qual cada etapa

de Estágio é executada em uma modalidade diferente, proporcionando um contato com a

realidade de trabalho que traz a diversidade cultural e social, presume-se que seja conveniente

uma carga horária que contemple determinadas fases de Estágio para serem cumpridas

durante a estadia na respectiva modalidade.

Segundo Mateiro e Souza (2008), o modelo curricular vigente no curso da

Universidade Federal da Bahia – UFBA é executado com a terminologia de Prática de Ensino

de Música, com carga horária total de cento e vinte horas, porém são divididas em duas partes

com sessenta horas para atividade em campo e sessenta horas com aulas com o professor

orientador. Todavia para a execução desta atividade é necessário o cumprimento de outras

duas disciplinas, se tornando assim pré-requisito para está prática, são designadas como

Iniciação Musical I e II, que são anuais. Essas disciplinas contemplam assuntos relacionados

com as metodologias e estudos pedagógicos da pedagogia musical, “o estudante entra em

contato com a dimensão pedagógica do curso, o que de forma sistemática equivale aos

estudos de fundamentos da educação musical” (MATEIRO e SOUZA, 2008, p. 41). Embora

com nomenclatura diferenciada, mas a disciplina prática de ensino é equivalente ao Estágio

supervisionado, sendo executada anualmente também no último ano do curso e além de ser

entregue um relatório final, é também apresentado para uma banca examinadora,

correspondendo assim ao trabalho de conclusão de curso.

Diante do que foi apresentado, percebe-se que além do acompanhamento constante

de um professor orientador, o estagiário possui disciplinas que contemplam fundamentos que

o auxiliam na apropriação de conhecimento para o desenvolvimento deste exercício.

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Dada a importância de conferir o modo como ocorrem os Estágios em outras

universidades brasileiras e a UFRN, é pertinente citar também o modelo de Estágio vigente da

Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS. Onde a organização curricular incluída

no projeto político pedagógico, dispõe disciplinas de acordo com a legislação, exigências da

nova LDBEN, procurando desenvolver uma atividade que “seja capaz de atuar

profissionalmente na docência de música nos diversos espaços da educação básica e em

outros espaços educacionais fora das escolas como projetos sociais, organizações não-

governamentais contemplando as diferentes faixas e contextos” (MATEIRO e SOUZA, 2008,

p. 45). A importância do Estágio na formação dos estudantes de licenciatura é vista de

maneira singular, onde ocorre o enriquecimento da aprendizagem através da integralização de

disciplinas de competências teórico-metodológicas com conteúdos fundamentados para a

formação pedagógica. De acordo com Souza e Mateiro o curso da UFRGS apresenta uma

preocupação com as competências que envolvem o ensino de música no ambiente real da sala

de aula e em suas diversas modalidades de ensino. Todavia esta prática não está diretamente

relacionada com o exercício da regência no cumprimento da carga horária total do Estágio.

Neste contexto torna apropriado apresentar como o Estágio é articulado como campo

de formação:

As disciplinas de estágio curricular supervisionado são ministradas pelos

professores do setor de educação musical do Departamento de Música, que

conta com cinco professores doutores na área. O Projeto Pedagógico do

Curso define os mecanismos de acompanhamento e de cumprimento do

estágio praticados na instituição. Assim, o papel dos professores-

orientadores é compartilhado com os professores das instituições onde é

realizado o estágio, permitindo, por exemplo, uma avaliação conjunta da

prática de ensino (SOUZA; MATEIRO, 2008, p. 46).

Isso demonstra a preocupação não só com o modelo, que apresenta ser flexível, mas

com a necessidade de acompanhamento que o licenciado precisa ter para desenvolver seus

objetivos.

Há de se considerar que o Curso de Licenciatura da UFRN, também possui na sua

grade curricular, disciplinas que visam o aprofundamento de conteúdos didáticos

metodológicos, denominados segundo o PPP de: Fundamentos Teóricos e Conhecimento

Humanístico Pedagógico e Pesquisa. A disciplina designada como Didática Musical visa o

aprofundamento em assuntos relacionados com o fazer musical. Ainda possuem as disciplinas

Atividades Orientadas– AOS: I, II, III E IV. Paras as turmas de 2005 a 2008 estas disciplinas

possuem terminologias diferenciadas: AOS I: Metodologia do Ensino da Música na Educação

Infantil e Fundamental, AOS II: Metodologia do Ensino da Voz e da Música Coral, III:

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Metodologia do Ensino da Música para Adolescentes e Adultos, obrigatória e AOS IV:

Metodologia do Ensino do Instrumento optativa, com aulas dentro de sala de aula e para ser

cumprida fora da instituição. A partir de 2009 a grade curricular foi reformulada, modificando

apenas AOS IV: Metodologia do Ensino da Música em Contextos não escolares, deixando de

ser optativa e passando a ser obrigatória. A presença destas disciplinas na estrutura curricular

não significa a existência da prática em sala de aula, visto que tratam da fundamentação

teórica. Ainda assim é necessário um envolvimento entre a teoria e a prática.

Em questionário aplicado durante a pesquisa para a consolidação das informações foi

possível ter contato com um professor de licenciatura em música da Universidade Federal da

Paraíba-UFPB, no qual foi perguntado sobre a quantidade de alunos por orientador e se na sua

visão este número era adequado, o professor respondeu, que atualmente orienta oito alunos-

estagiários e segundo ele, “geralmente é muito alta e não permite uma atenção mais

individual”. Foi questionado também sobre a periodicidade da orientação, que ele descreveu

que era realizado semanalmente, auxiliando na elaboração dos planos de aula para o

desenvolvimento mais amplo. E quando interrogado sobre a determinação deste período ele

expôs, “a necessidade de refletir e discutir com os alunos, práticas diversas para atuação

efetiva na escola, avaliando o processo e as dificuldades da turma do estágio”. Sobre a carga

horária de cada Estágio foi relatado que a mesma é prevista curricularmente. As sugestões

apresentadas por ele é, “o número de alunos adequado”, “mais tempo para se dedicar o

estágio previsto curricularmente”. Com base nas respostas apresentadas pode-se perceber que

a quantidade de alunos orientados é bem diferente da existente na UFRN e mesmo assim o

referido professor considera inadequado. Foi possível perceber também que a orientação

ocorre semanalmente, pois está previsto curricularmente, sendo necessária a presença do

professor para o atendimento dos alunos e confecção dos planos de aula.

Ainda sobre a aplicação do Estágio na UFBA, em questionário aplicado, foi

compreendido durante a análise das respostas que mesmo que o Estágio seja anual há um bom

aproveitamento e desempenho, visto que os estudantes têm regularmente orientação com

auxilio na elaboração dos planos de aula e atividades teóricas, no qual se mostra bastante

pertinente sua realização. E em relação a importância desta atividade foi demonstrando o

valor da fundamentação teórica, para a tomada de consciência e do aprendizado, “para que

haja a reflexão sobre o que é feito na prática. O professor deve ter consciência do porque de

cada atividade e cada atitude tomada em sala de aula”. O planejamento das aulas ocorre

“semanalmente, logo após a aula prática. De acordo com o desenvolvimento da turma. Para

isto, o orientador estava sempre presente para avaliar o andamento das aulas e a postura do

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professor estagiário”. Com relação a importância do envolvimento do orientador, “a presença

do orientador é essencial para formação de cada estagiário. Quanto mais presente for o

orientador, melhores são as possibilidades de crescimento na formação profissional do

estagiário”, pontos positivos “os orientadores têm um número limitado de estagiários o que

possibilita uma aproximação maior entre orientador e estagiário e uma atenção mais

individualizada. O estagiário conduz 100% das aulas de sua turma, proporcionando uma

preparação e uma formação muito mais eficiente, sendo munido de recursos didáticos e de

experiência para lidar com o mercado de trabalho”.

Por considerar relevante as declarações dos alunos estagiários, pois são sujeitos

ativos que integram diretamente esta atividade, julgou-se necessário apresentar trechos de

seus depoimentos coletados através da aplicação de questionário, para oferecer dados que

representam sua condição como estagiários atuantes ou pela experiência vivida durante o

curso na instituição. Assim sendo quando questionado sobre a forma como ocorria o

acompanhamento, foi percebido que as orientações muitas vezes ocorriam por parte do

supervisor de Estágio, ou seja, o professor do estabelecimento concedente do Estágio

realizava além do direcionamento das atividades dentro de sala de aula, o planejamento e o

acompanhamento para o cumprimento das atividades.

Pôde-se notar entre a maioria dos estudantes, em seus depoimentos no questionário,

sobre o Estágio Supervisionado do curso de música licenciatura da EMUFRN, quanto pedido

para dar sua sugestão para a melhoria da orientação, as respostas foram expressas de várias

maneiras, porém com a mesma essência, pode-se citar: “ter um dia fixo para reunir com os

orientadores e que essa reunião aconteça com freqüência”, outro aluno declarou: “formar

uma equipe disponível em ir aos estágios avaliar o andamento do mesmo, sendo essa também

uma forma de conhecer as escolas da cidade e os professores supervisores que estão

recebendo os estagiários”, ainda “o aumento do número de orientadores”, “1. interação e

diálogo maior da escola, professor, orientador com os alunos. 2. mais opção de atividades e

mostrar para o aluno. 3.um motivo financeiro (bolsa) ou ajuda para os alunos [...]”,

“Remuneração e ajuda de custo”, “Mais recursos para as aulas”, como também “acredito

que o orientador tem a função de conduzir o discente na sua formação profissional inicial,

contribuindo com sua experiência e habilidades em Educação Musical para que o aluno

diminua as dúvidas é erros decorrentes da falta de assistência do professor”.

Ainda assim, julgam necessária a prática do Estágio Supervisionado para a formação

docente, porém com algumas ressalvas, “reuniões periódicas com os supervisores [...]

Encontrar uma escola para o aluno estagiar e avaliar seu desempenho ao final do estágio”,

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além disso, “[...] creio que deveria ter maior acompanhamento em sala de aula por parte da

orientação, para avaliar a participação dos estagiários no estágio”, “não tive aula teórica,

mas acredito que seja de essencial importância”, “faltou uma volta [retorno] (reflexão dos

trabalhos) e tem [ter] acompanhamento mais de perto de um orientador”.

Pelos depoimentos dos alunos questionados, foi possível perceber a fragilidade no

acompanhamento das atividades de Estágio, embora a instituição disponibilize um professor

para esta tarefa torna-se insuficiente.

Com base nas respostas do questionário foi possível perceber o valor atribuído ao

supervisor, visto que em alguns casos da ausência do orientador o supervisor exerce esta

função, auxiliando os estudantes em suas atividades. Diante desta realidade foi percebida a

necessidade de tomar conhecimento das declarações de alguns supervisores que atualmente

estão prestando assistência aos estudantes de licenciatura.

Com base nos questionários apresentados é possível perceber que os supervisores

possuem formação em música e lecionam em escolas da rede pública de ensino. Relatam que

não sentem dificuldades em acompanhá-los, por remanejar a quantidade total em períodos

diferenciados “os alunos me procuram, sou eu que estabeleço quantidades. Dois por noite”, e

que realizam a supervisão perante a necessidade de acompanhamento, “porque os alunos se

sentem inseguros e despreparados na maioria das vezes” e também por considerar que “é de

suma importância este acompanhamento”, auxiliando no planejamento “para que se

mantenha a continuidade dos conteúdos”, relatando ainda “às vezes eles tem dúvidas quanto

à metodologia e conteúdos, e ficam receosos, então os ajudo a construir as aulas”,

possibilitando assim mais confiança. Quando questionados sobre a avaliação nenhum

demonstrou problemas, mas sobre a sugestão para a melhoria da supervisão, declaram “ter

mais tempo nos planejamentos” e de manter “acompanhamento direto dos orientadores”,

posto que algumas escolas não tenham parcerias então o contato se dá apenas através dos

estagiários e os supervisores.

Por se tratar de um tema que abrange bastantes indivíduos, direta ou indiretamente, é

pertinente apresentar a visão dos orientadores atuantes desta instituição, cujo desempenho está

comprometido pelo excesso de atividades e estagiários. Quando perguntado sobre a

quantidade de estagiários, percebemos a desproporcionalidade existente, por ter um orientador

para “33” alunos, consequentemente a declaração sobre a quantidade era adequada foi, “não é

possível orientar um grande número de alunos”. Indagamos sobre a periodicidade das

orientações, foi declarado, “Não há possibilidade de orientação periódica. Os atendimentos

ocorrem de acordo com a procura dos alunos”, deste modo a dificuldade de desenvolver esta

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orientação é declarado, “orientar estágio requer um contato direto com o aluno e seu espaço

de atuação, o que demanda dedicação”. Por reconhecer a dificuldade em orientar, quanto

pesquisado sobre a periodicidade, explica, “A demanda de cada aluno. Os alunos já sabem da

inviabilidade da orientação detalhada, então me procuram quando realmente não encontram,

por esforço próprio ou ajuda dos supervisores e colegas, as respostas necessárias”. A

respeito da elaboração dos planos de aula: “Tenho modelos de planos de aula e sempre que é

preciso compartilho os materiais e auxilio na sua elaboração. No entanto sou pouco

procurado para isso”, quando questionado sobre a dificuldade encontrada para a orientação,

foi respondido: “não temos tido oportunidade de traçarmos estratégias para a realização do

estágio”. E por fim sugere “[...] criando um programa de Estágio onde os alunos pudessem

ter laboratórios na própria escola. Pelo menos na fase inicial. É preciso fazer uma

reformulação para que o Estágio, que é um dos momentos mais importantes do curso,

cumpra seu papel na formação dos discentes. Um dos meios é aumentar o corpo docente

capaz de atuar na formação de professores e efetivamente fazer a orientação acontecer”.

Comparando as declarações dentre todos os questionários aplicados, pode-se

perceber que a falta de orientação, em virtude da grande demanda de discente e da escassez de

professores de Educação Musical, que desenvolvem esta atividade no Curso de Licenciatura é

o ponto de maior destaque nos relatos.

4.4. REFLETINDO SOBRE UMA REFORMULAÇÃO

Em certo sentido, os cursos de formação de professores idealizam contribuir para o

desenvolvimento dos licenciandos em música, com um trabalho em conjunto entre a prática e

a teoria. Todavia, desenvolver esta atividade demonstra uma necessidade de consolidação de

iniciativas para uma organização pedagógica, visando produzir um processo de ensino e

aprendizagem satisfatório.

Tendo em vista esse contexto, surge a necessidade de se discutir sobre um modelo de

um Estágio que esteja mais perto de um ideal, ou seja, o que é necessário para tornar possível

o seu cumprimento. Desse modo, possibilitando ao discente uma oportunidade de aprendizado

mais significativo, ao ter contato com a realidade na qual irá desenvolver suas habilidades

profissionais e entre a instituição por meio do orientador, que irá proporcionar

direcionamentos importantes, promovendo a integração entre a fundamentação teórica e a

realidade em sala de aula e sobre tudo uma reflexão sobre sua própria prática.

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Ainda sobre a importância em considerar a função do orientador em interceder frente

aos envolvidos no processo de realização do Estágio Supervisionado, Fialho (2008, p. 54)

descreve, que “[...] o orientador será o mediador entre a realidade social, a universidade, o

conhecimento [...]”.

Todavia entre as mudanças importantes está a necessidade de aumento na quantidade

de docentes da instituição. É possível notar a carência de professores no Curso de

Licenciatura, contribuindo para a ausência de orientação, a falta de parceria entre a

universidade e os concedentes de estágio, posto que esta impossibilita a distribuição de

estagiários entre os professores, resultando na concentração de uma grande quantidade de

orientandos para apenas um professor. Outro ponto importante é que embora a EMUFRN,

contemple cursos especializados para o ensino de música, ainda não possui um programa que

insira os licenciandos para desenvolver seu Estágio dentro da própria instituição.

De certa forma as propostas de Estágio confrontam-se com a diversidade de público

com ideais diferentes, e parte do pressuposto que existe a necessidade de um modelo que

contemple todos os movimentos. Dessa maneira, pode-se dizer que o atual modelo de Estágio,

permite ao estudante um contato com as diversas realidades no qual desenvolverá suas

atividades.

Convém ressaltar que mesmo com a distribuição das etapas do Estágio é oportuno

que os estudantes além de observar, também desempenhem a regência. Compreender o

Estágio Supervisionado no “formato observação-participação-regência” (AZEVEDO,

GROSSI E MONTANDON, 2008, p. 71), centrado na observação de aulas, atividades

compartilhadas e regência das aulas, como modelo de atuação integrando teoria e prática, traz

benefícios para a formação dos estagiários, podendo desenvolver diversas abordagens

formativas.

Seguindo as alterações que estabelecem as normas para a prática do Estágio

obrigatório, seria possível ser incluído para cada Estágio um modelo padrão de carga horária

para o cumprimento de todas as fases. Diante do modelo atual, no qual é prevista sua

realização em modalidades diferenciadas, torna-se pertinente o estabelecimento de uma carga

horária que compreenda a observação, o planejamento e a regência.

A fase de observação é de grande importancia no cumprimento de um Estágio, é o

momento em que é possível conhecer os alunos e se questionar sobre as possibilidades de

atividades a serem desenvolvidas em sala de aula. Momento este que é desenvolvido o

processo de reflexão acerca de qual o procedimento e como se dará sua participação neste

ambiente.

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As atividades compartilhadas19

proporcionam a continuidade do aprendizado da

turma, local onde o estagiário está inserido, possibilitando-os sua participação sem tanta

interferência no cotidiano dos alunos. Através do planejamento conjuntamente com o

professor efetivo, pode ser considerado o nivelamento e as características particulares de cada

seguimento ao qual se realizará os Estágios.

A regência é a fase onde são aplicados os conhecimentos adquiridos durante todas as

disciplinas de fundamentação teórica prevista para o curso, visto que o estudante já vinha de

um processo contínuo por meio da observação, tomando contato com os alunos, ponderando

suas particularidades, considerando cada ocasião. Assim no momento de desenvolver seu

planejamento pôde levar em consideração as peculiaridades existentes. Por fim no período de

sua regência estava adaptado com a realidade da turma, pois o processo desenvolvido

anteriormente a esta prática, possibilitou um contato e uma experiência que não seria possível

em outra ocasião.

Partindo do ponto, que o estagiário participa das diversas fases do Estágio, percebe-

se que esta prática se torna mais proveitosa, na medida em que se apresenta uma amplitude

considerável na formação do licenciando. O preparo adequado para as diversas realidades e

espaços voltados para o ensino da música, demonstra características que na atualidade se

apresentam importantes.

19

Atividade do aluno estagiário em conjunto com o professor regente do estabelecimento de ensino concedente

de estágio.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Enfim seja buscando novas formas de atuar na escola, seja construindo

propostas pedagógicas e metodológicas adequadas para esse contexto

educacional, seja ainda repensando a formação do professor, é preciso

aprofundar cada vez mais o compromisso com a educação básica, pois só

assim a educação musical pode de fato pretender o reconhecimento de seu

valor e de sua necessidade na formação de todos os cidadãos. Este é,

portanto, o grande desafio.

(PENNA, 2002, p. 18)

Diante do cenário apresentado por meio deste breve relato sobre as atuais condições

das estruturas do Estágio Curricular Supervisionados do Curso de Música Licenciatura da

UFRN, este trabalho reúne elementos a fim de contribuir com reflexões que possibilitem o

desenvolvimento de transformações na qualidade da formação educacional dos licenciando

em música.

Considerando como característica fundamental para as ações sistemáticas, a

realização de parceria entre os professores, a instituição e os estudantes estagiários, cabendo

frisar que essa alternativa torna possível o avanço no desenvolvimento de atuações que

promovam o compromisso com a seriedade da prática do Estágio Supervisionado na formação

do futuro professor. Isto é possível com a implementação de metodologias e estratégias que

almejem colaborar e que se adaptem a realidade cultural e social dos diferentes espaços para o

ensino da música. Haja vista que hoje não é só na escola, onde predomina um formato

tradicional, que há educação, mas em todos os ambientes onde possui troca de informações.

É importante destacar as mudanças necessárias para o fortalecimento da formação do

licenciando, através do Estágio Supervisionado, enfatizando a necessidade de integração dos

professores, com suas competências, para desenvolver um trabalho de acompanhamento com

os estagiários. Ressaltando também as iniciativas existentes, tomadas para a transformação do

processo de formação docente, pela flexibilidade e abertura de espaço para as novas

abordagens e experiências.

Com base na legislação de Estágio, Mateiro (2008, p. 23), expõe:

“A ressignificação da prática pedagógica presente nos documentos oficiais

destaca aspectos como: não reduzir a prática ao estágio a um espaço isolado

e desconectado das demais disciplinas do currículo; promover a articulação

da dimensão prática numa perspectiva interdisciplinar; realizar o estágio

curricular em escolas de educação básica e valorizar a atividade docente

regular na educação básica realizada pelo estudante em formação.

Parafraseando Fialho, o Estágio Supervisionado pode influenciar e enriquecer a

aprendizagem dos estudantes de música licenciatura, e é igualmente na prática que o perfil do

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futuro profissional dá início, sendo então construído o papel do que é ser professor. Neste

momento, durante as decisões, em seguida às reflexões é “onde as práticas pedagógicas já

consagradas e as práticas inovadoras, que vêm atender a demanda que a realidade de Estágio

requer, se encontram e dialogam entre si” (FIALHO, 2008, p. 56).

Merece ser ressaltado que este trabalho apresenta fatores que remetam a ponderação

sobre a forma de orientação do Estágio Supervisionado e o processo de desenvolvimento.

De acordo com Gobbi (2004, p. 13), é sempre bom recordar que o ensino da música

pode ocorrer em diversas situações e ambientes, tornando imprescindível que o estudante de

graduação esteja preparado para exercer sua prática em inúmeros espaços e é através do

Estágio Supervisionado onde ele, com auxílio e orientador, ou seja, um professor experiente,

que será desenvolvido este conhecimento.

É importante acentuar que para estes procedimentos resultarem nas modificações e

melhoramentos, demanda esforços por parte principalmente da instituição, voltando um olhar

aproximando aos ideais de formação dos estudantes e da complexidade em aumentar a

quantidades de professores da Licenciatura, a fim de assegurar a concretização deste ideal.

Tendo em vista essa realidade, espera-se promover uma reflexão para que de forma

sistemática, porém flexível, possa se realizar este desafio, a fim de desenvolver uma

reformulação no atual sistema de Estágio.

Parece conveniente dizer que a necessidade da pesquisa sobre o Estágio

Supervisionado é pertinente para refletir sobre a atual situação desta prática, enquanto análise

do contexto educacional, como processo de construção do conhecimento teórico e prático e

pelo encaminhamento na formação dos estagiários de música licenciatura.

Configura-se então um desafio em desenvolver uma estrutura, tendo em vista as

questões apresentadas, enfatizando a formação integral do estudante do Curso de Música

Licenciatura da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

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6. REFERÊNCIAS

AZEVEDO, Maria Cristina de Carvalho Cascelli de; GROSSI, Cristina; MONTANDON,

Maria Isabel. Formatos Alternativos para a prática de ensino em música: a experiência da

universidade de Brasília. In: MATEIRO, Teresa; SOUZA, Jusamara. (orgs.) Práticas de

ensinar: legislação, observação, orientações, espaços e formação. Porto Alegre: Sulina, 2008.

P. 52-64.

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53

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Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena. Brasília, DF,

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BRASIL. CNE. Conselho Pleno. Resolução nº 2, de 19 de fevereiro de 2002. Institui a

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BRASIL. Lei n. 11.788/2008 de 2 de setembro de 2008. Brasília, DF, 2 de set. de 2008.

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BELLOCHIO, Cláudia Ribeiro; BEINEKE, Viviane. A mobilização de conhecimentos

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FIALHO, Vania Malagutti. A orientação do estágio na formação de professores de música. In:

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FONTERRADA, Marisa Trench de Oliveira. De Tramas e Fios: um ensaio sobre música e

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GOBBI, Valeria. et. al. Questões de Música. Passo Fundo: UPF, 2004.

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MATEIRO, Teresa; SOUZA, Jusamara. (orgs.) Práticas de ensinar: legislação, observação,

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MENDES, Jean Joubert Freitas. Música e Religiosidade na caracterização identidária do

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PENNA, Maura. Música (s) e ensino. Porto Alegre. Sulina, 2008.

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SOUZA, Jusamara; MATEIRO, Tereza. As interpretações da legislação: o estágio curricular

em música nas universidades brasileiras. In: MATEIRO, Teresa; SOUZA, Jusamara. (orgs.)

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Periodico do Programa de Pós-graduação em Música da UFPB, João Pessoa, n. 2, p. 87-98.

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55

APÊNDICE A

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE-UFRN

ESCOLA DE MÚSICA-EMUFRN

CURSO DE GRADUAÇÃO EM MÚSICA – LICENCIATURA PLENA

ESTÁGIO SUPERVISIONADO - QUESTIONÁRIO PARA PROFESSORES

ORIENTADORES

Este questionário tem como objetivo coletar dados sobre o estágio curricular supervisionado

obrigatório do curso de licenciatura em música, para a pesquisa de monografia sobre estágio

supervisionado do curso de licenciatura em Música da UFRN.

1 – Atualmente você está orientando algum aluno/turma de estágio supervisionado?

Sim ( ) Por quê? ____________________________________________________________

Não ( ) Por quê? ____________________________________________________________

* Em caso afirmativo, responda a questão 3.

2 – Qual a quantidade de alunos que estão sendo orientados atualmente?

_______________________

3 – Você acha adequada a quantidade de alunos para cada professor orientador?

Sim ( ) Por quê? ____________________________________________________________

Não ( ) Por quê? ____________________________________________________________

4 – Quais as modalidades de ensino contempladas pelos estagiários atualmente?

Educação Infantil ( ) Ensino Fundamental I e II ( )

Ensino Médio ( ) Educação de Jovens e Adultos ( )

Escola Especializada ( ) Outra ( ) Qual: __________________________

5 – Qual a periodicidade desta orientação?

Diária ( ) Semanal ( ) Quinzenal ( ) Mensal ( )

Nunca aconteceu ( ) Outro ( ) Qual? ____________________________________

* Em caso afirmativo, responda as questão 6 e 7.

6 – Você sente dificuldades em desenvolver as orientações?

Sim ( ) Por quê? ____________________________________________________________

Não ( ) Por quê? ____________________________________________________________

7 – O que determinou a periodicidade desta orientação?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

8 – Descrimine a quantidade de horas das atividades realizadas no estágio:

Elaboração do Estágio: _____ Teóricas: _____ Observação: _____

Compartilhadas com supervisor: _____

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56

Compartilhadas com orientador: _____

Práticas: _____ Elaboração do Relatório: _____

Outro: _____________________________________________________________________

9 – A orientação de estágio é integrada a sua carga horária geral?

Sim ( ) Por quê? ____________________________________________________________

Não ( ) Por quê? ____________________________________________________________

10 – O estágio está vinculado a alguma disciplina?

Sim ( ) Qual? _________________________ Por quê? __________________________

Não ( ) Por quê? ____________________________________________________________

11 – Os planos de aula são elaborados a partir do plano de ensino desta disciplina?

Sim ( ) Por quê? __________________________________________________________

Não ( ) Por quê? __________________________________________________________

Outro ( ) Qual? ____________________________________________________________

12 – Você auxilia na elaboração dos planos de aula?

Sim ( ) Por quê? ____________________________________________________________

Não ( ) Por quê? ____________________________________________________________

13 – Você conhece os locais de estágios dos seus orientandos?

Sim ( ) Por quê? ____________________________________________________________

Não ( ) Por quê? ____________________________________________________________

14 – Quais os critérios para a escolha do local do estágio?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

15 – Qual sua opinião sobre o aluno realizar mais um estágio supervisionado por período?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

16 – Você encontrou dificuldade para a realização da orientação?

Sim ( ) Por quê? ____________________________________________________________

Não ( ) Por quê? ____________________________________________________________

17 – Qual a maior dificuldade encontrada na orientação?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

18 – Como você avaliaria o modo de orientação atual?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

19 – Qual sua sugestão para a melhoria da orientação do estágio supervisionado?

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APÊNDICE B

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE-UFRN

ESCOLA DE MÚSICA-EMUFRN

CURSO DE GRADUAÇÃO EM MÚSICA – LICENCIATURA PLENA

ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO - QUESTIONÁRIO

Este questionário tem como objetivo coletar dados sobre o estágio curricular supervisionado

obrigatório do curso de licenciatura em música, para a pesquisa de monografia sobre estágio

supervisionado do curso de licenciatura em Música da UFRN.

1 – Qual o ano de ingresso no curso? _________________

2 – Qual a instituição que você cursou sua graduação?

___________________________________________________________________________

3 – Você já concluiu seu curso?

Sim ( ) Ano de conclusão?______________

Não ( ) Por quê?___________________________________________________________

4 – Atualmente você esta executando algum estágio curricular supervisionado obrigatório?

Sim ( ) Por quê? ____________________________________________________________

Não ( ) Por quê? ____________________________________________________________

* Em caso afirmativo, responda as questão 5, 6 e 7.

5 – Se a resposta anterior for sim, qual o estágio que está sendo executado atualmente?

I ( ) II ( ) III ( ) IV ( )

** Se estiver realizando mais de um estágio explique o motivo:

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

6 – Você tem orientador20

de estágio?

Sim ( ) Por quê? ____________________________________________________________

Não ( ) Por quê? ____________________________________________________________

7 – Você tem orientação do supervisor21

na instituição ao qual está executando o estágio?

Sim ( ) Por quê? ____________________________________________________________

Não ( ) Por quê? ____________________________________________________________

8 – Durante sua graduação você realizou/realiza atividades de estágio?

Sim ( ) Por quê? ____________________________________________________________

Não ( ) Por quê? ____________________________________________________________

20

Orientador é a denominação do professor da instituição formadora (EMUFRN-UFRN) que acompanha o aluno

estagiário durante o processo de estágio. 21

Supervisor é denominado o professor regente que está recebendo o aluno estagiário em sala de aula.

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* Em caso afirmativo, responda as questões posteriores.

9 – Qual a terminologia utilizada na grade curricular do seu curso para se referir a esta

prática?

Estágio Curricular Supervisionado ( ) Prática de Ensino ( )

10 – Qual a periodicidade desta disciplina?

Semestral ( ) Anual ( ) Outro ( ) Qual?

_______________________

11 – Quantos estágios/prática de ensino você executou?

I ( ) I e II ( ) I, II e III ( ) I, II, III e IV ( )

12 – Para a realização desta disciplina existia pré-requisito?

Sim ( ) Não ( )

13 – Você julga necessária a existência de pré-requisito?

Sim ( ) Por quê? ____________________________________________________________

Não ( ) Por quê? ____________________________________________________________

14 – A disciplina era/é dividida em Teoria22

e Prática23

?

Sim ( ) Não ( )

15 – Se a resposta anterior for sim, explique como era/é realizada a divisão?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

16 – Existiam aulas teóricas?

Sim ( ) Não ( )

17 – Se a resposta anterior for sim, como era/é realizada a disciplina teórica?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

18 – Existiam aulas práticas?

Sim ( ) Não ( )

19 – Se a resposta anterior for sim, como era/é realizada a disciplina prática?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

20 – Você achou /acha importante a existência desta atividade teórica?

Sim ( ) Por quê? ____________________________________________________________

Não ( ) Por quê? ____________________________________________________________

21 – Existe/Existia orientação para o planejamento das atividades de regência24

?

Sim ( ) Por quê? ____________________________________________________________

Não ( ) Por quê? ____________________________________________________________

22

Aulas e/ou acompanhamento com o professor orientador em sala de aula. 23

Atividade de regência no local onde está sendo executado o estágio. 24

Regência denominação quando o aluno estagiário assume a aula.

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22 – Como ocorre/ocorria a orientação para o planejamento das atividades?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

23 – Qual sua opinião sobre a função do orientador para formação do aluno-estagiário?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

24 – Descreva pontos positivos e negativos sobre a forma de realização do estágio?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

25 – Qual sua sugestão para a melhoria da orientação?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

26 – Qual sua sugestão para a melhoria da realização do estágio?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

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APÊNDICE C

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE-UFRN

ESCOLA DE MÚSICA-EMUFRN

CURSO DE GRADUAÇÃO EM MÚSICA – LICENCIATURA PLENA

ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO - QUESTIONÁRIO

Este questionário tem como objetivo coletar dados sobre o estágio curricular supervisionado

obrigatório do curso de licenciatura em música, para a pesquisa de monografia sobre estágio

supervisionado do curso de licenciatura em Música da UFRN.

1 – Qual o ano de ingresso no curso? _________________

2 – Qual a instituição que você cursou sua graduação?

___________________________________________________________________________

3 – Você já concluiu seu curso?

Sim ( ) Ano de conclusão?______________

Não ( ) Porquê?_____________________________________________________________

4 – Atualmente você esta executando algum estágio curricular supervisionado obrigatório?

Sim ( ) Por quê? ____________________________________________________________

Não ( ) Por quê? ____________________________________________________________

* Em caso afirmativo, responda as questão 5, 6 e 7.

5 – Se a resposta anterior for sim, qual o estágio que está sendo executado atualmente?

I ( ) II ( ) III ( ) IV ( )

** Se estiver realizando mais de um estágio explique o motivo:

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

6 – Você tem orientador25

de estágio?

Sim ( ) Por quê? ____________________________________________________________

Não ( ) Por quê? ____________________________________________________________

7 – Você tem orientação do supervisor26

na instituição ao qual está executando o estágio?

Sim ( ) Por quê? ____________________________________________________________

Não ( ) Por quê? ____________________________________________________________

8 – Durante sua graduação você realizou/realiza atividades de estágio?

Sim ( ) Por quê? ____________________________________________________________

Não ( ) Por quê? ____________________________________________________________

25

Orientador é a denominação do professor da instituição formadora (EMUFRN-UFRN) que acompanha o aluno

estagiário durante o processo de estágio. 26

Supervisor é denominado o professor regente que está recebendo o aluno estagiário em sala de aula.

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* Em caso afirmativo, responda as questões posteriores.

9 – Qual a terminologia utilizada na grade curricular do seu curso para se referir a esta

prática?

Estágio Curricular Supervisionado ( ) Prática de Ensino ( )

10 – Qual a periodicidade desta disciplina?

Semestral ( ) Anual ( ) Outro ( ) Qual?

_______________________

11 – Quantos estágios/prática de ensino você executou?

I ( ) I e II ( ) I, II e III ( ) I, II, III e IV ( )

12 – Para a realização desta disciplina existia pré-requisito?

Sim ( ) Não ( )

13 – Você julga necessária a existência de pré-requisito?

Sim ( ) Por quê? ____________________________________________________________

Não ( ) Por quê? ____________________________________________________________

14 – A disciplina era/é dividida em Teoria27

e Prática28

?

Sim ( ) Não ( )

15 – Se a resposta anterior for sim, explique como era/é realizada a divisão?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

16 – Existiam aulas teóricas?

Sim ( ) Não ( )

17 – Se a resposta anterior for sim, como era/é realizada a disciplina teórica?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

18 – Existiam aulas práticas?

Sim ( ) Não ( )

19 – Se a resposta anterior for sim, como era/é realizada a disciplina prática?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

20 – Você achou /acha importante a existência desta atividade teórica?

Sim ( ) Por quê?____________________________________________________________

Não ( ) Por quê? ____________________________________________________________

21 – Existe/Existia orientação para o planejamento das atividades de regência29

?

Sim ( ) Por quê? ____________________________________________________________

Não ( ) Por quê? ____________________________________________________________

27

Aulas e/ou acompanhamento com o professor orientador em sala de aula. 28

Atividade de regência no local onde está sendo executado o estágio. 29

Regência denominação quando o aluno estagiário assumi a aula.

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22 – Como ocorre/ocorria a orientação para o planejamento das atividades?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

23 – Qual sua opinião sobre a função do orientador para formação do aluno-estagiário?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

24 – Descreva pontos positivos e negativos sobre a forma de realização do estágio?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

25 – Qual sua sugestão para a melhoria da orientação?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

26 – Qual sua sugestão para a melhoria da realização do estágio?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

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APÊNDICE D

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE-UFRN

ESCOLA DE MÚSICA-EMUFRN

CURSO DE GRADUAÇÃO EM MÚSICA – LICENCIATURA PLENA

ESTÁGIO SUPERVISIONADO - QUESTIONÁRIO PARA SUPERVISORES

Este questionário tem como objetivo coletar dados sobre o estágio curricular supervisionado

obrigatório do curso de licenciatura em música, para a pesquisa de monografia sobre estágio

supervisionado do curso de licenciatura em Música da UFRN.

1 – Qual sua formação? _______________________________________________________

___________________________________________________________________________

2 – Qual a disciplina que você leciona?____________________________________________

3 – Atualmente você é supervisor30

de algum aluno/ turma de estágio supervisionado

obrigatório?

Sim ( ) Não ( )

4 – Se a resposta anterior for sim, qual a quantidade de alunos está sendo supervisionado por

você? __________________

5 – A escola ao qual você leciona se encontra em qual rede de ensino?

Pública ( ) Qual? ___________________________________________________________

Privada ( ) Qual? ___________________________________________________________

Outra ( ) Qual? _____________________________________________________________

6 –Você acha adequada à quantidade de alunos para cada professor supervisor?

Sim ( ) Por quê? ____________________________________________________________

Não ( ) Por quê? ____________________________________________________________

7 – Quais as modalidades de ensino contempladas no estágio?

Educação Infantil ( ) Ensino Fundamental I e II ( )

Ensino Médio ( ) Educação de Jovens e Adultos ( )

Escola Especializada em Música ( ) Outra ( ) Qual: _________________________

8 – Durante a realização do estágio você desempenha supervisão31

com o(s) aluno(s)?

Sim ( ) Por quê? ____________________________________________________________

Não ( ) Por quê? ____________________________________________________________

9 – Se a resposta anterior for sim, qual a periodicidade desta supervisão?

Diária ( ) Semanal ( ) Quinzenal ( ) Mensal ( )

Nunca aconteceu ( ) Outro ( ) Qual? _________________________________________

30

Supervisor é denominado o professor regente que está recebendo o aluno estagiário na escola. 31

Supervisão é o acompanhamento junto ao aluno estagiário no decorrer das atividades de estágio, com o

planejamento das aulas, atividades compartilhadas e regência.

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10 – O que determinou a periodicidade desta supervisão?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________

11 – Você auxilia na elaboração dos planos de aula?

Sim ( ) Por quê? ____________________________________________________________

Não ( ) Por quê? ____________________________________________________________

12 – Os planos de aula são elaborados a partir do plano de ensino da escola?

Sim ( ) Por quê? ____________________________________________________________

Não ( ) Por quê? ____________________________________________________________

Outro ( ) Qual? ______________________ Por quê? _______________________________

13 – Os planos de aula são elaborados a partir do plano de ensino da disciplina?

Sim ( ) Qual?________________________ Por quê?_______________________________

Não ( ) Por quê? ____________________________________________________________

14 – Você conhece os orientadores32

de estágio do(s) aluno(s)?

Sim ( ) Por quê? ____________________________________________________________

Não ( ) Por quê? ____________________________________________________________

15 – Existe algum tipo de parceria entre a instituição formadora33

e a concedente de estágio34

?

Sim ( ) Qual? ________________________ Por quê? ______________________________

Não ( ) Por quê? ____________________________________________________________

* Em caso afirmativo, responda as questão 16 e 17.

16 – Esta parceria auxilia no desenvolvimento das atividades de estágio de modo geral?

Sim ( ) Por quê? ____________________________________________________________

Não ( ) Por quê? ____________________________________________________________

17 – Esta parceria auxilia no desempenho dos alunos na aplicação das atividades de estágio?

Sim ( ) Por quê? ____________________________________________________________

Não ( ) Por quê? ____________________________________________________________

18 – Existe alguma intervenção do orientador para a melhoria das etapas de estágio?

Sim ( ) Por quê? ____________________________________________________________

Não ( ) Por quê? ____________________________________________________________

19 – Você encontrou dificuldade para a realização da supervisão?

Sim ( ) Por quê? ____________________________________________________________

Não ( ) Por quê? ____________________________________________________________

20 – Qual a maior dificuldade encontrada para a supervisão dos alunos?

32

Orientador é denominado o professor da instituição formadora (EMUFRN-UFRN), que acompanha o aluno

durante o processo de estágio. 33

Instituição de ensino ao qual o aluno está vinculado. 34

Estabelecimento de ensino ao qual recebe o estagiário.

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___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

21 – Como você avaliaria a supervisão atualmente?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

22 – Qual sua sugestão para a melhoria da supervisão do estágio supervisionado?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________