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IIIAXXO DOMinsrG-O, 5 DE AGOSTO DE 1903 N AT io3 SEMANARIO NOTICIOSO, LITTE RARIO E AGRÍCOLA Assign»t»rii ■\nno, iS°00 rt>>s; semestre, 5pò réis. Pagamento adeantado. par;' 0 Brazil, anno. 2.$5oo réis Imoeda for ej. Avulso, no dia da publicação. 20 réis. EDITOR — José Augusto Saloio lIlM iOETIl RUA DIREITA — 19, i.« A LlíE íiA LLK G A . ~ B*uJ>licações Annuncios— 1.* publicação, 40 réis a linha, nas seguintes, Q 20 réis. Annuncios na 4.“ pagina, contracto especial. Os autò- tf graphos não se restituem quer sejam ou não publicados. PROPRIETÁRIO — José Augusto Saloio e x p e d ie n t e 4cceitam-se cona grati dáo qaaaesqaaer uoticias que sejaiia de interesse piibiieo. ISogasssos aos saossos estimáveis assigaaa3Et.es a 0 aeaca de aEÍÍS |»a«*í.icipa rem qaialqaBer fa lta 55 a re messa do joraai. para de prompto provideaeiar- mos. UMA 1M0WDADE Tão grande, tão flagran temente revoltante, que não ha nada que a desculpe, que lhe atue um pouco a sombra que projecta na so ciedade que a tolera. En cerra em si todos os sof- frimentos e todas as tortu ras que o despotismo gera e alimenta, consubstancia na sua essencia, o germen dissolvente da miséria e da ociosidade, effeitos úni cos que ella produz, que delia emanam com uma expontaneidade que aterrorisa. Pois não será tudo isto aquelía disposição legal que obriga a maioria dos reservas a apresentarem- se ao serviço militar no mez de agosto? Como po de comprehender-se que no momento historico que atravessamos, tão cheio de perigos, tão ouriçado de espinhos cortantes como espadas, em que uma crise agrícola terrível ameaça o nosso paiz, se lhes robem inopinadamente quatro mil homens, cujos braços ro bustos tão necessários são para luctarem contra a mi séria em que se debate o nosso povo, para afugen tarem para longe a fome que ameaça vencel-o? Em mez dagosto é o periodo em que a agricul tura necessita de mais bra- Ços, é o mez das colheitas, e por consequencia dum trabalho insano. E é exa ctamente num periodo de lucta, que se lhes rouba es sa enorme quantidade de homens, para os lançar em lubregas casernas sem hz, sem ar, onde existem 0s germens de todas as doenças e de todos os ví cios. Arr.,ncam-nos ao traba lho, para ensinal-os a se rem ociosos, para lhes in cutirem no espirito as idéas de odio e destruição, que presidem a tudo que se re laciona com o militarismo. Não os instruem, besteali- sam-nos, deprimem-nos e humilham-nos apenas, em Iogar de lhes radicarem no espirito o sentimento da d i gnidade e da liberdade hu manas. De livres que eram, transformam-nos em entes ■passivos, a quem negam a faculdade de sentir e racio cinar, cie se queixarem quando os torturam e sa crificam. Elles que nas suas aldeias onde nasceram são livres como as aves que cortam o azul d este rutilante céo peninsular, veem-se d’um mommto para outro, sem transição sensivel, arreba- nhados como carneiros, sob um jugo que os ator menta, sem liberdade de movimentos, sem pode rem accionar livremente, membros duma escrava tura bem mais odiosa do que a outra que já não existe. Digam o que disserem os defensores d esta dispo sição legal, apresentem em seu favor todos os ar gumentos possíveis, que ella nunca deixará de ser iníqua; e terá sempre a con- demnal-a as lagrimas das mães que vêem partir os filhos, os protestos das al mas que um grande ideal de justiça e bondade taz vibrar ainda, numa áncia de paz e de amor, de má xima felicidade possível, que a idéa nova lhes deixa antever num futuro ainda distante. O militarismo já em si encerra a maior affronta que póde ser lançada á fa ce das sociedades moder nas. O s seus princípios de obediencia cega a ordens que nem mesmo pódem ser discutidas por aquelles que devem executal-as, são a negação tfbsoluta da li berdade e da dignidade, que transformam um ho mem numa machina facil mente dirigível, n’um irra cional emfim. Porém quando essa ins tituição odiosa é agravada por uma disposição tão revoltante como aquella a que ora venho referindo, torna-se tão iníqua que devemos expor bem alto a indignação, que ella nos causa, que ella faz nascer nos espíritos rectos e jus tos. E em frente da crise fi nanceira que o nosso paiz atravessa, será justo que se gaste tanto dinheiro com estes caprichos de íi- dalgote arruinado, com os desejos de prurido insatis feito que o efeminado Ma- vorte hysterico que presi de aos destinos do nosso exercito, constantemente alimenta? Mas, meus senhores, o governo do senhor Hintze é coherentè. Ao povo que lhe fornece o dinheiro ne cessário para a manuten ção da orgia em que tem vivido, tem tirado todas as regalias, tem-lhe negado todos os direitos, mandan do fuzilar quando reage submisso. Suga-lhe tudo o que el le ganha á custa de inaudi tos sacrifícios: e depois de tudo isto, entende que até dos seús proprios filhos pode dispor livremente. Por isso lhos arrebata as sim, sem comteinplaçÕes pela sua miséria, sem co miseração de nenhuma es- pecie. Pode haver maior iniquidade? JOAO G 1 L Cirandes festejos ao fiís- pirito Síassto A commissãò promotora dos festejos em honra do Espirito Santo, orago da freguezia, tem envidado to dos os esforços possíveis, afim de que sejam, como os mais annos, revestidos do maior brilhantismo. Es tes festejos durarão quatro dias, sendo abrilhantados por quatro das melhores bandas, sendo duas regi- mentaes e duas marciaes, devendo-se encorporar na procissão seis bandas. Em consequencia dos im portantes melhoramentos na Prata Serpá Pinto e rua Direita, mandados fazer pe la ex.,MCamara Municipal, ainda não estão definitiva mente deliberados os dias para estes sumptuosos fes tejos. A tourada Com todas as difliculda- des que sempre- acarretam estes divertimentos, conse guiu a digna commissão promotora c I qs Grandes Festejos ao Espirito Santo, realisar no dia 2:j do pro- ximo passado, conforme noticiámos, a tourada em favor dos referidos festejos. Os touros, offerta do ca prichoso lavrador, ex.mo sr. José Maria dos Santos, eram muito bonitos e de _bravura correspondente. Os amadores foram coa djuvados pelos distinctos artistas Augusto Gualdino Salgado, Torres Branco, que prestaram desinteres sadamente este favor á com missão dos festejos, e José Martins 0 A\cildro. Com o ban da r iI heiros dis- tinguiram-se.: Eugênio Sa- coutó e Manuel Mira. O consciencioso bandarilhei- ro, d'esta villa, Augusto Gualdino Salgado, no tou ro que lhe coube a sós (5 .°) collocou com toda a sua perícia quatro pares de ban- darilhas, conquistando por isso os applausos do pu blico. Os mocos de forcado fi- ; ;> zeram pegas regulares, so- brésáhindo Manuel Calca- > da com uma boa péga de cara. O moço de forcado José Serrador, na occasião que prestava auxilio aos seus collegas, metteu no lado direito do ventre uma far pa, sendo-lhe immediata- mente tirada pelo nosso amigo, ex.mo sr. dr. Manuel Fernandes da Costa Mou ra. Oscavalleiros Domingos de Aqui nó Marques, de 12 !annos de edade, deixou tres farpas no touro que lhe coube, mostrando ar rojo e habilidade e Justinia- no Antonio Gouveia nada poude fazer em consequen cia do cavallo não se pres tar. Abrilhantou este espe ctáculo a distincta phylar- monica i.° de Dezembro, desta villa, sob a regencia do seu habil mestre, sr. Bal- thazar Manuel Valente. No final da corrida hou ve um touro para ós:curio sos que bastantes trabalhos deu aos médicos e phar- maceuticos. Era engraçado vêr os mais atrevidos de nariz escangalhado, corren do para a botica e dizendo mal á sua sorte. A PROSTITUIÇÃO Como o polvo gigantes co de que fala Victor Hugo e que, com os enormes ten- taculos empolga a sua des graçada victima, assim a prostituição se apodera da fraca'* e desprotegida mu lher. Desprovida completa mente de recursos, procu ra no trabalho os meios de subsistência; mas o traba lho da mulher é geralmen te mal pago; apenas ga nha o necessário para não morrer de fome. Vem de pois um homem com pa lavras mellifluas, insinua- se-lhe no animo, infiltra-lhe em todo o seu ser o fluido magnético do amor; ella cede, entrega-se-lhe, com a inconsciência de que vê nelle um amparo, um pro tector para o futuro que se lhe antolha coberto de es pinhos e dá o primeiro pas so no caminho da desgra ça. A s vezes esse homem é honesto, cumpre as suas promessas, faz cfella a mãe dos seus filhos, a doce com panheira do lar, o anjo que compartilha as suas dôres e as suas alegrias; mas es ses casos poucas vezes se dão. Em geral, depois de cevar os seus instinctos bestiaes, abandona-a co bardemente, sem remorsos sequer da acção indigna que praticou. O que ha de fazer essa mulher, sem ter quem a auxilie, sem ter quem lhe estenda a mão para a sal var ao abysmo ? Procurar na prostituição vergonha-

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Page 1: UMA 1M0WDADE...rem ociosos, para lhes in cutirem no espirito as idéas de odio e destruição, que presidem a tudo que se re laciona com o militarismo. Não os instruem, besteali-

IIIAXXODOMinsrG-O, 5 DE AGOSTO DE 1903 NAT.° io3

S E M A N A R I O N O T I C I O S O , L I T T E R A R I O E A G R Í C O L A

Assign»t»rii■\nno, iS°00 rt>>s; semestre, 5pò réis. Pagamento adeantado. par;' 0 Brazil, anno. 2.$5oo réis Imoeda for ej.Avulso, no dia da publicação. 20 réis.

EDITOR— José Augusto Saloio

l I l M i O E T I lRUA DIREITA — 19, i.«

A L l í E í i A L L K G A . ~

B*uJ>licaçõesAnnuncios— 1.* publicação, 40 réis a linha, nas seguintes,

Q 20 réis. Annuncios na 4.“ pagina, contracto especial. Os autò- tf graphos não se restituem quer sejam ou não publicados.

PROPRIETÁRIO — José Augusto Saloio

e x p e d i e n t e

4cceitam-se cona grati dáo qaaaesqaaer uoticias que sejaiia de in teresse piibiieo.

ISogasssos aos saossos estimáveis assigaaa3Et.es a 0aeaca de aEÍÍS |»a«*í.icipa­rem qaialqaBer falta 55a re­messa do joraa i. para de prompto provideaeiar- mos.

UMA 1M0WDADETão grande, tão flagran­

temente revoltante, que não ha nada que a desculpe, que lhe atue um pouco a sombra que projecta na so­ciedade que a tolera. En­cerra em si todos os sof- frimentos e todas as tortu­ras que o despotismo gera e alimenta, consubstancia na sua essencia, o germen dissolvente da miséria e da ociosidade, effeitos úni­cos que ella produz, que delia emanam com uma expontaneidade que aterrorisa.

Pois não será tudo isto aquelía disposição legal que obriga a maioria dos reservas a apresentarem- se ao serviço militar no mez de agosto? Como po­de comprehender-se que no momento historico que atravessamos, tão cheio de perigos, tão ouriçado de espinhos cortantes como espadas, em que uma crise agrícola terrível ameaça o nosso paiz, se lhes robem inopinadamente quatro mil homens, cujos braços ro­bustos tão necessários são para luctarem contra a mi­séria em que se debate o nosso povo, para afugen­tarem para longe a fome que ameaça vencel-o?

Em mez dagosto é o periodo em que a agricul­tura necessita de mais bra- Ços, é o mez das colheitas, e por consequencia dum trabalho insano. E é exa­ctamente num periodo de lucta, que se lhes rouba es­sa enorme quantidade de homens, para os lançar em lubregas casernas sem hz, sem ar, onde existem 0s germens de todas as

doenças e de todos os ví­cios.

Arr.,ncam-nos ao traba­lho, para ensinal-os a se­rem ociosos, para lhes in­cutirem no espirito as idéas de odio e destruição, que presidem a tudo que se re­laciona com o militarismo. Não os instruem, besteali- sam-nos, deprimem-nos e humilham-nos apenas, em Iogar de lhes radicarem no espirito o sentimento da d i ­gnidade e da liberdade hu­manas. De livres que eram, transformam-nos em entes ■passivos, a quem negam a faculdade de sentir e racio­cinar, cie se queixarem quando os torturam e sa­crificam.

Elles que nas suas aldeias onde nasceram são livres como as aves que cortam o azul d este rutilante céo peninsular, veem-se d’um mommto para outro, sem transição sensivel, arreba- nhados como carneiros, sob um jugo que os ator­menta, sem liberdade de movimentos, sem pode­rem accionar livremente, membros duma escrava­tura bem mais odiosa do que a outra que já não existe.

Digam o que disserem os defensores d esta dispo­sição legal, apresentem em seu favor todos os ar­gumentos possíveis, que ella nunca deixará de ser iníqua; e terá sempre a con- demnal-a as lagrimas das mães que vêem partir os filhos, os protestos das al­mas que um grande ideal de justiça e bondade taz vibrar ainda, numa áncia de paz e de amor, de má­xima felicidade possível, que a idéa nova lhes deixa antever num futuro ainda distante.

O militarismo já em si encerra a maior affronta que póde ser lançada á fa­ce das sociedades moder­nas. O s seus princípios de obediencia cega a ordens que nem mesmo pódem ser discutidas por aquelles que devem executal-as, são a negação tfbsoluta da li­berdade e da dignidade, que transformam um ho­mem numa machina facil­

mente dirigível, n’um irra­cional emfim.

Porém quando essa ins­tituição odiosa é agravada por uma disposição tão revoltante como aquella a que ora venho referindo, torna-se tão iníqua que devemos expor bem alto a indignação, que ella nos causa, que ella faz nascer nos espíritos rectos e jus­tos.

E em frente da crise fi­nanceira que o nosso paiz atravessa, será justo que se gaste tanto dinheiro com estes caprichos de íi- dalgote arruinado, com os desejos de prurido insatis­feito que o efeminado Ma- vorte hysterico que presi­de aos destinos do nosso exercito, constantemente alimenta?

Mas, meus senhores, o governo do senhor Hintze é coherentè. Ao povo que lhe fornece o dinheiro ne­cessário para a manuten­ção da orgia em que tem vivido, tem tirado todas as regalias, tem-lhe negado todos os direitos, mandan­do fuzilar quando reage submisso.

Suga-lhe tudo o que el­le ganha á custa de inaudi­tos sacrifícios: e depois de tudo isto, entende que até dos seús proprios filhos pode dispor livremente. Por isso lhos arrebata as­sim, sem comteinplaçÕes pela sua miséria, sem co­miseração de nenhuma es- pecie. Pode haver maior iniquidade?

JOAO G1L

Cirandes festejos ao fiís- p irito Síassto

A commissãò promotora dos festejos em honra do Espirito Santo, orago da freguezia, tem envidado to­dos os esforços possíveis, afim de que sejam, como os mais annos, revestidos do maior brilhantismo. Es­tes festejos durarão quatro dias, sendo abrilhantados por quatro das melhores bandas, sendo duas regi- mentaes e duas marciaes, devendo-se encorporar na procissão seis bandas.

Em consequencia dos im­

portantes melhoramentos na Prata Serpá Pinto e rua Direita, mandados fazer pe­la ex.,M Camara Municipal, ainda não estão definitiva­mente deliberados os dias para estes sumptuosos fes­tejos.

A tourada

Com todas as difliculda- des que sempre- acarretam estes divertimentos, conse­guiu a digna commissão promotora cI qs Grandes Festejos ao Espirito Santo, realisar no dia 2:j do pro- ximo passado, conforme noticiámos, a tourada em favor dos referidos festejos.

O s touros, offerta do ca­prichoso lavrador, ex.mo sr. José Maria dos Santos, eram muito bonitos e de _bravura correspondente.

O s amadores foram coa­djuvados pelos distinctos artistas Augusto Gualdino Salgado, Torres Branco, que prestaram desinteres­sadamente este favor á com­missão dos festejos, e José Martins 0 A\cildro.

Com o ban da r i I heiros dis- tinguiram-se.: Eugênio Sa- coutó e Manuel Mira. O consciencioso bandarilhei- ro, d'esta villa, Augusto Gualdino Salgado, no tou­ro que lhe coube a sós (5.°) collocou com toda a sua perícia quatro pares de ban- darilhas, conquistando por isso os applausos do pu­blico.

O s mocos de forcado fi-; ;>zeram pegas regulares, so- brésáhindo Manuel Calca->

da com uma boa péga de cara.

O moço de forcado José Serrador, na occasião que prestava auxilio aos seus collegas, metteu no lado direito do ventre uma far­pa, sendo-lhe immediata-mente tirada pelo nosso amigo, ex.mo sr. dr. Manuel Fernandes da Costa Mou­ra.

Oscavalleiros Domingos de Aqui nó Marques, de 12 !annos de edade, deixou tres farpas no touro que lhe coube, mostrando ar­rojo e habilidade e Justinia- no Antonio Gouveia nada poude fazer em consequen­

cia do cavallo não se pres­tar.

Abrilhantou este espe­ctáculo a distincta phylar- monica i.° de Dezembro, desta villa, sob a regencia do seu habil mestre, sr. Bal- thazar Manuel Valente.

No final da corrida hou­ve um touro para ós:curio­sos que bastantes trabalhos deu aos médicos e phar- maceuticos. Era engraçado vêr os mais atrevidos de nariz escangalhado, corren­do para a botica e dizendo mal á sua sorte.

A P R O S T IT U IÇ Ã O

Com o o polvo gigantes­co de que fala Victor Hugo e que, com os enormes ten- taculos empolga a sua des­graçada victima, assim a prostituição se apodera da fraca'* e desprotegida mu­lher.

Desprovida completa­mente de recursos, procu­ra no trabalho os meios de subsistência; mas o traba­lho da mulher é geralmen­te mal pago; apenas ga­nha o necessário para não morrer de fome. Vem de­pois um homem com pa­lavras mellifluas, insinua- se-lhe no animo, infiltra-lhe em todo o seu ser o fluido magnético do amor; ella cede, entrega-se-lhe, com a inconsciência de que vê nelle um amparo, um pro­tector para o futuro que se lhe antolha coberto de es­pinhos e dá o primeiro pas­so no caminho da desgra­ça.

A s vezes esse homem é honesto, cumpre as suas promessas, faz cfella a mãe dos seus filhos, a doce com­panheira do lar, o anjo que compartilha as suas dôres e as suas alegrias; mas es­ses casos poucas vezes se dão. Em geral, depois de cevar os seus instinctos bestiaes, abandona-a co­bardemente, sem remorsos sequer da acção indigna que praticou.

O que ha de fazer essa mulher, sem ter quem a auxilie, sem ter quem lhe estenda a mão para a sal­var ao abysmo ? Procurar na prostituição vergonha-

Page 2: UMA 1M0WDADE...rem ociosos, para lhes in cutirem no espirito as idéas de odio e destruição, que presidem a tudo que se re laciona com o militarismo. Não os instruem, besteali-

O D O M l t f G O

sa os meios que lhe facili­tem o viver.

E nem mesmo a lei a protege. Inscreve-a no re­gisto dás toleradas e ati­ra-a para o charco immun­do das viellas, onde vae perder tudo o que de no­bre e santo havia no seu coração de mulher. Se quer ainda regenerar-se, se pre­tende sahir do caminho immundo do vicio, não lhe estendem os braços para a salvar do naufragio, pe­dem-lhe dinheiro como se fôra para o resgate de uma escrava. E se um homem bom e caridoso deseja tra- zel-a ao caminho do dever, esse homem encontra mil estorvos, mil difficuldades que, se não tiver a neces- saria coragem, o fazem de­sistir da sua nobre tarefa.

E’ preciso que a lei seja a protectora dos infelizes, que seja mãe carinhosa e não madrasta cruel. Evitar a prostituição é uma das mais nobres acções de que se pode orgulhar a huma­nidade. E a humanidade ca­minha, não retrocede pa­ra as épochas barbaras. Já não pode haver escra­vos, é preciso acabar de uma vez para sempre com a exploração da carne hu­mana.

JOAQUIM DOS ANJOS.

Certamen masslcí»! eass Setaii5ial

Segue hoje para Setúbal pelas 6 horas da manhã, a phylarmonica i.° de De­zembro, desta villa, afim de tomar parte no gran­dioso certamen musical a prémios na praça de tou­ros D. Carlos. Este certa­men começa ao meio dia, e a phylarmonica i.° de Dezembro além da peça escolhida pelo jury «Ou­verture cie Suppé»— Pique D am e— Tocará a peça de desempate: «Pot-pourri da opera Lakmé», do maestro Delibes. O s prémios são dois, sendo o primeiro de 15o;$ooo réis e o segundo de io o & o o réis. Oxalá

o jury se não tenha vendi­do. O seu a seu dono.

Consta-nos que vae sa­hir do hospital de S. José, o homem que daqui foi no dia 23 do mez findo com a carótida rota.

C O F R E B E F E R 0 L 1 S

Lutuosa*

Victimado por uma pe- ritonite, falleceu no domin­go ultimo, pela uma hora da tarde, na flor da edade, Fuancisco de Almeida, 2 ° cornetim da phylarmonica;' i.°de Dezembro, cíesta vil-1 la. Na edade de 25 annos foi arrebatado bruscamen­te do seio daquelles que tanto o estimavam. Seriam9 horas e um quarto da noite quando se realisou o funeral, encorporando-se a phylarmonica i.° de De­zembro, levando o seu es­tandarte coberto de crépes.

Paz á sua alma.

RecliSieapáo

Por um lamentavel lapso de revisão, sahiu o presen­te numero deste jornal com a data de 5 de agosto, quando deve ser 5 de julho.

Uma iniquhiade

E’ transcripto do nosso iilustre collega de Porto de Móz O Portomoqense,o artigo subordinado a es­ta epigraphe que publica­mos no logar d’honra. Pe­dimos venia para a sua transcripção.

-<v>—

Fo ram mandados intimar os indivíduos que faltaram fazer os canos de despejo, nos termos da postura mu­nicipal de 1 de junho de18 j(5.

Já se está procedendo com urgência ao calceta­mento dos passeios da rua Direita e á pintura e caia- ções nos Paços do Conce­lho.

A MINHA E S T R E L L AE 's a estrella refulgente Que no céo vemos brilhar;Eu sou a flo r purpurina Que espalha aromas no ar.

1 Quando a aurora matutinaResurge no céo infindo,Vae beijarrle o rosto lindo Dum a alvura cristallina.Formosura peregrina,Que doce graça allrahenle Tem teu collo alvinitente Que desespera um artista!Di\em todos, a tal vista:« E s a estrella refulgente/»

Teus suaves attraclivos,O doce filha das rosas,São cadeias amorosasQue os homens tracem captivos.Ninguém sabe inda os motivos Que tu podes empregar P 'r a as almas enfeitiçar N ’uma volúpia de goso,Como um astro luminoso Que no céo vêmos brilhar.

Que formosa que tu és!Tens o sceptro da belle\a;Vês, com altiva firmeza,O mundo lodo a teus pés Como a vara de Moy^és,Q ue lodo um povo dominas,Quando firme, a nós se inclina,O fo g o do teu olhar,Qite magua sinto ao pensar r «Eu sou a flo r purpurina.»

Eu só posso comparar-te A ' hq do sol mais ardente,Pois o meu peito fremente Sente temor ao fitar-te.Fugindo por Ioda a parte P'ra essa visão deixar,Sempre um encanto sem par Toda a alma me illumina Vejo a rosa purpurina Q ue espalha aromas no ar.

JOAQUIM DOS ANJOS.

IDa «Guitarra cTOuío», publicada por F. Napoleão da Victoria, travessa de S. Domingos, 9 a i 3 , Lisboa.)

A N E C D O T A S

Um laponio vae tirar um dente. 0 dentista observa-o e di^-lhe que julga indispensável chloroformisal-o.

— Vae-me fazer dormir? perguntou o laponio.— Vou.O laponio começa a tirar o dinheiro da algibeira.— N ão é necessário, di\-lhe o dentista, paga depois.— Não é isso, replica o homem, eu o que vou, antes

de adormecer, é contar o dinheiro que tenho.

Foi nomeado em sessão de 22 de junho findo, pe|a camara municipal, o digno vereador, ex.mo sr. Marcia­no Augusto da Silva, para fazer parte da junta reviso­ra das côngruas parochiaes e para louvados informa­dores.

Para Aldegallega — An­tonio José da Silva e Fran­cisco da Costa Rodrigues.

Para Canha— Bernardi- no d’Andrade Ruas e An­tonio da Costa Coelho.

Para Sarilhos Grandes— Antonio Baptista Go­mes e Antonio do Nasci­mento Gomes.

Ministro das Obras Pu.Micas

Foi procurado pela ca­mara municipal, afim de pedir deferimento á repre­sentação feita em sessão de 16 de março findo, o sr. Ministro das Obras Publi­cas, para mandar alongar a praia d’esta villa.

Sua ex.a é esperado no proximo dia 8 do corrente pela digna camara munici­pal, que conta fazer-lhe uma boa recepção.

Pauta do jury da comar­ca de Aldegallega do Ri­batejo que tem defunccio- nar no 2.° semestre do corrente anno, em cri­mes ordinários.

DE A L D E G A L L E G A

Diogo Rodrigues de Mendonça, Antonio Chris- tiano Saioio, Antonio Luiz Gouveia, José Antonio Sa­loio, José Cypriano Salga­do, Antonio Rodrigues de Mendonça, Joaquim de Sousa Ferra, Francisco José Nepomuceno Serrano, Ro- zendo de Sousa Rama, José Narciso Ferra, Emilio de Jesus Bisca, Francisco Frei­re Caria Junior, José Luiz Gouveia, Joaquim Sequei­ra Fananaia, José Pereira Fialho e Estevão José Ro­drigues.

D A M O IT A

Antonio Olympio Ma- rianno, José Simões Do-

34 FOLHETIM

Traducçáo de J. DOS ANJOS

D E P O I S Í T P E E C A D O ——★—-

iJv ro primeiro1 1 1

Precipitou-se na direcção d’onde vinha o grito ’, perguntando de st para si como e porque a rapariga, a quem uma hora antes elle acompanhara fó'-a do parque, tinha to::n;ido a entrar lá.

— Queria tornar a vêr-me? pensouelle. V

Esta idéa de encadeou-lhe de novo no coração uma onila de paixão ar­dente;

— Cn.:e está, Magjalenasinha? ex- clsmoã.

— P o r aqui, senhor; por piedade, venha depressa!

Era do lado do lago que vinha aquefla chamada de desespero. O Adriano correu para lá. Tinha os olhos affeitos á escuridão e além d’is- so os relampagos, com o seu reflexo avermelhado, fizera.n-lhe vêr logo quem procurava. Mergulhada até aos hombros no lago, a cujas bordas se agarrava desesperadamente com as mãos crispadas, a rapariga estava pa- ralysada pelo terror. O fato, em cima da herva, indicava que ella se deitara á agua voluntariamente.

■— A h ! terrível creança! exclamou o Adriano, sempre quizrealisar essa p e ­rigosa phantasia!

Tomá-a-a nos braços e tirava para fora da agua aquelle corpo encantador a que só a noite velava a nudez. F e ­lizmente as trevas eram profundas e a

Magdalena teve forças para se vestir Mas quando veiu para o pé do Adria­no batia o queixo.

— Apanhou frio. disse ellè, assusta do de a ver assim; venha depressa a minha casa.

-— Não foi frio, murmurou ella, foi medo; julguei que ia morrer, e agora mesmo, p arece-m e.. .

Não poude dizer mais e cahiu des- fallecida.

O Adriano levantou-a nos braços e voltou para o pavilhão, carregado com aquelle íàrdo.

Depois de estar no seu quarto, dei­tou a Magdalena na cama. V iu então que eram precisos cuidados immédia- tos. Chamou novamente a s r . a Te!e- maco, mas a mujherziriha ainda efesta vez não lhe respondeu.

Decidiu-se então a tratar elle pro- prio dc tudo. Tinha a'g” ni conheci­

mentos médicos e corpprehendeu que a Magdalena só precisava de se aque­cer. Friccionou-a, fez-lhe correr por entre os labios descorados uma bebi­da quente e a final, dez minutos de­pois, durante os qures nenhum pen­samento mau viera alterar a pureza da sua dedicação, teve a satisfação de vêr a doente abrir os olhos, olhar pa­ra elle sorrindo-se e proferir com voz ain "a fraca umas palavras de agrade­cimento.

— Metteu-me um grande susto, Ma- gdalerwsinha disse-lhe elle. í-óde ago­ra cont; r me o que lhe succedeu?

— Depois de o deixar fui para a nossa casa, respondeu a Mag.Jnl na. Estava meu pae í minha espera e quiz saber por que eu vinha ião tar­de. T ive de lhe ment r, dizendo, que me tinha demorado no caminho á volta de Vais. Depois ceiáfflos, óu ;_or

outra, foi elle quem ceiou, porque eu tinha tanta vontade de comer na mi­nha casa como na sua. Depois con­versámos um bocado. O pae contou- me que. na minha ausência, fôra lá o Pedro Guillemale para lhe dizer que ia amanhã para Aubc-nas aprender a serralheiro e que antes d'isso o se­nhor cura diria uma missa para Deus abençoar aquella idéa. O Pedro mos­trou o desejo de que eu e o meu pae assistíssemos áquella mis'a, e meu pae disse-me que lhe tinha promettt- do que íamos, e aícrescentou que aquellf bom rapaz vae aprender para poder ganhar a sua vida e a minha quando nos casarmos. Mas eu não po­dia dormi'- e, aproveitando o somno do meu pae, sahi sem elle dar por isso.

(Continuai

Page 3: UMA 1M0WDADE...rem ociosos, para lhes in cutirem no espirito as idéas de odio e destruição, que presidem a tudo que se re laciona com o militarismo. Não os instruem, besteali-

O D O M I N G O

da Durão

pingues, João de Lima Antunes, João Camillo dos Santos, Manuel Francisco ^Almeida, Antonio Vas- ques, Pedro Rodrigues G o n çalves , Manuel José da Costa, Francisco Paula An- tas Barbosa, José Gomes

Paula, Luiz Cândido João Antonio Go-

pes Pereira, Manuel José Antunes, Estanislau Do- mingues, Luiz José da Cos­ta Lobo e Pedro Alexan­drino de Sousa.

DE A L C O C H E T E

Manuel da Costa Padei­ro e João Baptista Nunes.

DO S A M O U C O

Emilio Augusto Huerta de Oliveira.

- DE A L H O S V E D R O S

Joaquim Alves Dias.

5fi. «5. ISoríc «Pamior

Teve a delicadeza de nos apresentar os seus cumpri­mentos de despedida o nosso illustre amigo, sr. Manuel Joaquim Norte Jú­nior, que parte no proximo dia 8 do corrente mez de julho para Paris.

Como já dissémos, o nos­so amigo, vae como pen- sionario do legado do ex- tincto visconde de Valmor, para concluir os seus estu­dos de architecto na esco­la de Bellas Artes, daquel- la cidade, e faz-se acompa­nhar de sua ex.n,a esposa

Appetecemos-lhes feliz e breveviagem regresso

Esteiro Furado, freguezia da Moita, se ha de arrema­tar em hasta publica, a quem maior lanço offere- cer sobre o valor abai­xo designado. — Uma fa­zenda composta de ca­sas de habitação e arreca­dação, poço, vinha e arvo­res de fructo, no sitio das Arrotheias do Esteiro fura­do, proximo a Sarilhos Pe­quenos, foreira em dois mil réis e uma gallinha ou trezentos réis por ella, an- nualmente a Luiz Alberto Homem da Cunha Corte Real, e vae á praça no va­lor de 35o$ooo réis.

Pelo prezente são cita­dos os credores incertos para assistirem á dita ar­rematação e ahi uzarem dos seus direitos, sob pena de revelia.

Aldegallega do Ribatejo, 25 de junho de 1903.

o ESC R IV Ã O

Antonio Augusto da SilvaCoelho.

Verifiquei a exactidão.

O JUIZ DE D IREITO

i.° Substituto

Antonio Tavares da Silva.

CAIIVAO DE KOKEDas Companhias Reuni­

das Gaz e Electricidade, de Lisboa, a 500 réis ca­da sacca de 45 kilos.

Largo da Caidcira— * A L D E G A L L E G A * —

TAROLETASHa duas taboletas gran­

des e em bom uso para ven­der. Trata-se com o sr. João Antonio Ribeiro, pra­ça Serpa Pinto, 5g — Alde­gallega.

JOSÉ DA SILVA THV110TE0 & FILHORELOJOARIA E OURIVESARIA

íSeaaa rivalOs proprietários d’este estabelecimento rogamaosseuS fre­

guezes a fineza de não comprarem em outra farte , mesmo em Lisboa, sem que primeiro experimentem os modicos pre­ços d'este estabelecimento: porque no presente anno deter­minou fazer propaganda, muito util para os seus freguezes: em primeiro logar em vendas de ouro e prata, relógios e ou­tros artigos. Se comprarem mais barato em outra qualquer

Carte. devolve-se o seu dinheiro. Suceede o mesmo em tra- alhos de relojoaria e ourivesaria. Soldas em ouro e em pra­

ta a 100 réis. T rabalh is para o ; collegas, 20 p. c. de descon­to; Ga^antem-se os trabalhos sob pena de se devolver as im- portancias justas, quando estes- não estejam á vontade. Aos seus freguezes recommenda estar ás ordens para qualquer • trabalho de occasião.

T O D O S O S T R A B A L H O S : S E G A R A N T E M FO R UM ANNO

P R A Ç A S E R P A P X P ^ T O — Aldegallega

GRANDE A R i f t Z E I DO C O M E R C I O— * DE

JO A O ANTONIO RIBEIRO5 9 , P R A Ç A S E R P A P I N T O , 5 9 — ALDEGALLEGA

104

G R A N D E A R M A Z É M-* i)E *-

; u li u!j ill

& Comp.al:A E S

A N N U N O I O

A Camara Municipal do concelho põe á disposição do publico um vapor que partirá da ponte dos vapo­res, pelas 10 horas da ma­nhã da próxima quarta fei­ra, com o fim de ir espe rar ao Montijo sua ex.a o sr. Ministro das Obras Pu­blicas. O s bilhetes de ad­missão, podem ser requisi­tados na secretaria da Ca­mara, na terca feira.

AMNUNC10S

A N N U N G I O

C O M A R C A 1 A I M M DO liMLIO

(S.a Pubikseáo)

No dia 12 do proximo mez de julho, pelo meio dia, á porta do tribunal ju­dicial de esta villa de Al­degallega, nos autos de inventario orphanologico a que se procede por óbi­to de Manuel Caetano Car- regosa, morador que foi no sitio das Arrotheias do

Farinha, semea, arroz na­cional, alimpadura, fava, milho, cevada, aveia, sul- phato e enxofre.

Todos estes géneros se vendem por preços muito em conta tanto para o con­sumidor como para o re­vendedor.lâsaa do Caes - -ALDEGALLEGA

126

OS DRAMAS DA u.

(Chronica do re;nado de Luiz XV)

Romance historico por

E.LAD0UCETTEOs amove.i trágicos de Manon Les-

raut com o celebre cavalleiro de Grieux. formam o entrecho d ’este romance, rigorosamente historico, a que Ladoucette imprimiu um cunho de originalidade deveras encantador.

A corte de Luiz xv. com todos os seus. esplendores e misérias, é escri- pta magistralmente pelo auctor d’0 Bastardo da Rainha nas paginas do seu novo livro, destinado sem duvi­da, a alcançar entre nós exito egual áquellé com que foi recebido em Pa ris, onde se contaram por milhares os exemplares vendidos.

A edição portugueza do popular-e commovente romance, será feita em fasciculos semanaes de 16 pagina de grande formato, illustrados com soberbas gravuras de pagina, e cons­tará apenas de 2 volumes.

t o reis o fascicaalo14)0 reis o toíia©

2 valiosos brindes a todos os assignantes

Pedidos á Bibliotheca Popular.E m ­presa Editora, 162, Rua da Rosa, 162 - -Lisboa.

Sem duvida é este o estabelecimento que melhor satisfaz asexi- gencias do publico, não só por n’elle se encontrar todos os ar­tigos que lhe dizem respeito como pela modicidade de preços por que são vendidos. Acaba elle cie receber um importante e variadíssimo sortimento de .fazendas da sua especialidade para a presente estação por preços sem competencia.

Finíssimas càsimiras para fatos de homem, rendas, enfeitos de to­das as qualidades, finas caças para blusas e magnificas linetes para forros.

Recommenda os finos diagonaes, estambres e cheviotes pretos, e bem assim as fin-issimas sedas pretas, alpacas e armures.

Chegou ha pouco um valioso fornecimento de óptimas machi- nas de costura, o que ha de melhor. Vendas a prestações e a prompto com gran­des descontos.

i Breço fixo!!! !*reço fixo!!! Preço Gxoí!!

TODAS AS NOITES HA EXPOSIÇÃO!!!...Completo sortimento de cobertores de lã de differentes qualidades, havendo

com desenhos de completa novidade.Retrozeiro, fanqueiro e mercador. Encontram-se todos estes artigos no que ha

de mais moderno.Não comprar sem primeiro confrontar os preços

GRANDE,ARMAZÉM D O COM M ERCIO*5oS© A n t o u f o a t i l> e is ,o

Praça Serpa Pinto, 5cj, AldegallegaSE N H A B R IN D E .— T o do s os freguezes teem direito a

uma senha por cada compra de 200 rs.

BRINDES-.io senhas, um bom sabonete grande - 20, urna toalha de r o s t o - 5o. um ro.rte .de tecido em chiia para camisete — 100. um corte de biarritz para bluza— 200, uma sombrinha para senhora— 5oo, um corte de seda para bíu- 7.a — 1000, um corte panno patente.

ra vestido ou uma peça de

A tíciiçáo

0 seu proprietário resolveu ul­timamente fa^er uma grande re- ducção de preços em todos os ar­tigos, vendendo-os por preços f i ­xos. Não se marcam as fazendas d porta por um preço para serem vendidas ao balcão por outro.

wo rsJ __

Perfumaria! Perfumaria!

R E LO JO A R IA GARANTIDADE

AVELINO MARQUES CONTRAMESTRE

Relogios de ourò. de praia, de aço. de nickel, de plaquet, de phanta- sia. am-rifanos. su is s o sd e pare.ie. marítimos, despertadores americanos, des- -pe--ta.hves.-de pbanrasia. despertadores com musica, suissos de algibeira com corda para oito dias.

Recom nen.ia-se o relogio.de A V E L I N O M A R Q U E S C O N T R A M E S T R E , um bom escape d’ancora muito forte por 5Sooo reis.

Oxidam-se caixas d’aço com a maxima perfeição. Garantem-se todos os concertos.O proprietário d’estã relojoaria compra ouro e prata pelo pveco mais elevado.

R U A 3D O P Ò Ç O - 1 - ALDEGALLEGA D O RIBATEJO

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COMERCIOS Â L C H Í C H A R ] A M E R C A N T I L

1) E

Tendo augmentado consideravelmente o sortimento deste conhecido e van­tajoso estabelecimento, os seus proprietários, sem apregoai' milagres, veem mais uma vez por este meio, pedir ao publico em geral que, quando qualquer compra tenham de fazer ainda que insignificante, visitem este estabelecimento, afim de se inteirarem das qualidades e preços por que são vendidos òs seus artigos. Não an- nunciam qualidades e preços impossíveis de se apresentarem ao comprador nem tão pouco com o fim de chamar a attenção do publico costumam annunciár o que não teem nem podem ter. Para prova da seriedade d'este estabelecimento, são sufficientes as ausências feitas pelos seus freguezes, ainda mesmo os menos dedi­cados.

Vendem a todos pelo mesmo preço. Não dão brindes porque para isso ser- lhes-hia forçoso augmentar a percentagem sobre os artigos a vender e d’ahi re­sultaria não poderem fazer os preços que estão fazendo.

Como é sabido tem este estabelecimento, que garante vender muitos artigos ain­da mais baratos que em Lisboa, as secções de Fanqueiro— sortido grande; Retro- zeiro— não existe outro estabelecimento local com maior e mais completo sortimento;

■ Modas— comquanto seja a secção de menos existencia, estão os proprietários muito satisfeitos com as suas escolhas; Mercador— sortimento sem rival, tendo já recebido alguns artigos para a estação de verão; Calçado— sortido e fabricação esmerada, pois que os proprietários mandam fabricar por sua conta, motivo de garantia para a sua venda; Chapelaria— ha collecçÕes dos formatos mais usados. Tem mais alguns artigos de Decorador, taes como: passadeiras, jutas para reposteiros, pannos para meza, vitragens para cortinas, etc., etc.

Ganhar pouco para vender muito! Os muitos poucos fa^em muito!Preço Fixo. Tudo se manda a casa do fregwez; e <!ão-se sísiosdras e«B) pre­

ços a «ptesja as respaisitíir

RUA DIREITA, 88 e 90— RUA D O CONDE, 2, A L D E G A L L E G A J O Ã O B E N T O & N U N E S D E C A R V A L H O

D E P O S I T OD E

V I N H O S , V I N A G R E S E A G U A R D E N T E SE F A B R I C A D E L I C O R E S

D E P O S I T O L i A C R E D I T A D A f J M U C i

j s n s e n & c : LISBOADE

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C E R V E J A S , G - A Z O Z A S , P X R O L I T O S

VENDIDOS PELO PREÇO DA FABRICA

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L A R G O D A C A L D E I R A — ALDEGALLEGA DO RIBATEJO<

ViuliosVinho tinto de pasto de i.», litro

» » » » )) 2.a, »» branco » » i.« »» verde, t in t o . . . . » »» abafado, branco » »» de Collares, tinto » garra fi » Carcavellos br.co » »» de Palmella. . . . '> »» do Porto, superior »» da Madeira.............. »

VinagresVinagre t nto de i .a. litro.............

» )) )) 2.a, » ..........» b r a n c o » i . a, » ................» » » 2.a, » ..........

UeorcsLicor de ginja de i.«, litro...........

» » aniz » » » ...........» » c anella..............................» » rosa.....................................» » hortelã p im en ta ...........

G ranito ..............................................Com a garrafa mais 6o réis.

; Aguardeutes70 rs. 1 Alcool 40o............................... litro65 » | Aguardente de prova 3o°. ».

» g ,nja ...................... *» de bagaço 20o » i a>) » » 20' » 2.3» » » 18° »» n figo 20o »» » Evora 18° »

80120 » 160 » [60 » 240 » 240 » 600 » 800 » Ca»iia Branca

| Parati........................................ litro| Cabo V erd e .................................... »

60 rs. | Cognac............ garrafa5o » | ,> ............................................... »80 » | Genebra....................... »60 » I - _

O36o r s . w3 6 j >> - 4240 »

180 )>'. <160140

)) ‘ )) O

160 )) PUt6 o )) Q

700 <r s .600 » ] í

18200 » JL

- J!18: 00 36o

»»

180[8018018018028a

1 CERVEJAS, GÃZOZAS E PIROLITÔSPosto em casa do consu nidor

| Cerveja de Março, duzia......... 480 rs.| » Piicener, » ......... 720 »| » da pipa, meio b a rr i l . 800 »I Gazozas, duzia ........... ............... .. 420 »! Pirolitos, caixa, 24 garrafas. . . 36o

Capilé. iiíro '160 réis. com garrafa * 3 0 réis

E A í A I S B E B I D A S D E D I F F E R E N T E S Q U A L ID A D E S

PÁRA REVENDERV E N D A S A D I N H E I R O

PEDIDOS A L U C A S & C.A - A L D E G A L L E G A

FrST-i

m

JOAQUIM PEDUO. E M It ELOGIOCarne de porco, azeite de Castello Branco e mais

qualidades, petroleo, sabão, cereaes, legumes, mantei- gas puras de. leite da Ilha da Madeira e cia Praia d’An- cora e: queijos de difterentes qualidades.

Todos estes -generós são de primeira qualidade e vendidos por preços excessivamente baratos.

54 a 56, Largo da Praca Serpa Pinto, 54 a 56 ALDEGALLEGA I #

JOSÉ DA ROCHA BARBOSA€'©eis ofílcisáa .de Correeiro e &élleiro

18 , RU A 1)0 F O R N O , 18 A B, 15 BC C! A fl. B„ S-I 4i A

ESTEVÃO JO SE DOS REISCOM.

QFFIC1NÂ DE CALDEIREIRO DE COBREEncarrega-se de todos os trabalhos concernentes

á sua arte.R U A D E J O S É M A R IA D O S S A N TOS

ALDEGALLEGA- - o •

L O J A D O B A R A T O

MOÉA &126

( v à lt S — 9 — AííUu}uííct>a

O s proprietários d’este acreditado estabelecimen­to participam aos seus muito estimáveis freguezes e ao illustre. povo desta terra, que. esperançados pelas maximas garantias que podem offerecer a todos que lhes derem a honra de visitar o seu estabelecimento, assim se uniram em sociedade, trabalhando quanto possivel para o grande desenvolvimento da sua casa e poderem demonstrai', já pela qualidade dos artigos, como pela modicidade de preços que o seu estabele­cimento se acha variadamente sortido para todos os bons gostos e ao alcance de todas as bolças.

Preços p o r m etro

Lindos cortes em lã e seda, alta novidadeArmures pretos em phantasia.......... ..Bengalinetes (tecido de seda) ultima no­

vidade ......................... ................................Seda de phantasia própria para bluza. . .Caças para bluzas.........................................Caças com seda.............................................Velludo de diversas còres ..........................Setineta e linetes em todas as côres. . . . .Surah que era de 600 réis . ........................Crépon que era de 3oo ré is ......................Oxford para camizas que era de 160.. . ,Riscado zephire que era de 160.................Panno patente......................................... ..B aetilha............. * .......... .......................Cotim forte. . . ..............................................Flanelia d aigodão para camizas.................

7005 00

24 ° Soo 180

•240 36o 140 36o 120 1 10 1 15

70 òo

Lenços e guardanaposToalhas com franja.Toalhas de meza................... -..........Lenços de seda.................................Meias pretas sem costura cor fixe. Toucas de lã para creança...

9°9?i5

3 o200j 5o

80100

N'este importante estabelecimento encontra-se um colossal sortido de chilas, riscados, colins-patentes,

abe,rlanhados, por preços sem competencia.Ha muitos mais artigos que mencional-os aqui serm

quasi impossível.

Feàrmos uma visita ao nosso ésiaíteíeciincnícr

V E N D A S A P R O M P T O E P R E Ç O FIXOM td u ra 3$ .fJra/iM-