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126 www.backstage.com.br REPORTAGEM Um Show de baixo e percussão Miguel Sá [email protected] Niterói abrigou mais um evento musical: o Encontro de Percussão, promovido pelo percussionista Jean Dumas e pela escola de percussão Brasil Ritmo. O encontro contou ainda com show de Artur Maia e banda. Q em Niterói uatro horas da tarde, ainda horário de verão. O sol chega forte ao Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC) no dia 23 de fevereiro. Enquanto os técnicos pas- sam o som, Artur Maia, Jean Dumas, Gabriel Policarpo, Gabriel Cordeiro e os músicos da banda do baixista se confraternizam em um espaço logo abaixo da rampa do museu, onde são servi- dos refrigerantes e sanduíches. Todos lamentam o fato de Karl Perazzo não ter conseguido o visto para entrar no Brasil. Com ele, a festa seria mais completa, mas os músicos não deixaram de tocar. Afinal de contas, por que perder a oportunidade de mais uma confraternização musical? Tocaram no evento o percussio- nista Jean Dumas, a bateria do Bloco do Vigário, comandada por Gabriel Policarpo, e Artur Maia e banda. Motivações Um dos motivos do encontro é o documentário sobre o po- der da percussão, dirigido pelo percussionista francês Jean Dumas. Há vinte anos por aqui, teve a idéia de promover o evento para que as mais diversas experiências de percussão pudessem se encontrar em um só lugar e enriquecessem o fil- Fotos: Miguel Sá / Backstage

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126 www.backstage.com.br

REPORTAGEM

Um Showde baixo e percussão

Miguel Sá

[email protected]

Niterói abrigou mais um evento musical: o Encontro de Percussão,promovido pelo percussionista Jean Dumas e pela escola de percussãoBrasil Ritmo. O encontro contou ainda com show de Artur Maia e banda.

Q

em Niterói

uatro horas da tarde, ainda horário de verão. O sol chegaforte ao Museu de Arte Contemporânea de Niterói(MAC) no dia 23 de fevereiro. Enquanto os técnicos pas-

sam o som, Artur Maia, Jean Dumas, Gabriel Policarpo, GabrielCordeiro e os músicos da banda do baixista se confraternizamem um espaço logo abaixo da rampa do museu, onde são servi-dos refrigerantes e sanduíches. Todos lamentam o fato de KarlPerazzo não ter conseguido o visto para entrar no Brasil. Comele, a festa seria mais completa, mas os músicos não deixaram detocar. Afinal de contas, por que perder a oportunidade de mais

uma confraternização musical? Tocaram no evento o percussio-nista Jean Dumas, a bateria do Bloco do Vigário, comandadapor Gabriel Policarpo, e Artur Maia e banda.

MotivaçõesUm dos motivos do encontro é o documentário sobre o po-

der da percussão, dirigido pelo percussionista francês JeanDumas. Há vinte anos por aqui, teve a idéia de promover oevento para que as mais diversas experiências de percussãopudessem se encontrar em um só lugar e enriquecessem o fil-

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REPORTAGEM

me, que tem locações também na Áfri-ca, na Bahia e em Nova Iorque.

“Estou fazendo um documentáriosobre o poder da percussão. Dedicominha vida a isso há muitos anos”, co-menta Jean. Artur Maia foi quemapresentou o percussionista aos dire-tores da escola Brasil Ritmo, os xarásGabriel Pinheiro e Gabriel Policarpo.“Também me sinto um pouco percus-sionista no baixo.

A percussão é a semente de todos osritmos. Todo músico, principalmente obrasileiro, tem de saber tocar percussão,porque toda a essência das divisões estána percussão”, comenta o baixista. A es-cola Brasil Ritmos, instalada em Itaipu,na região oceânica de Niterói, promovevárias oficinas de ritmos brasileiros parainstrumentistas dos EUA, da Europa edo Japão. Gabriel Pinheiro ajudou aconseguir os apoios da Disconildo e doMuseu de Arte Contemporânea deNiterói, além do da Live Audio, quegravou o som do evento em uma unida-de móvel.

O showA bela paisagem ajudou na grande

confraternização musical que tomou con-ta do pátio do MAC.

A bateria do Bloco do Vigário, co-mandada por Gabriel Policarpo, primei-ro repique da escola de samba Vira-douro, entrou em campo às 17h30, mos-trando samba nas baquetas. Mas não fi-cou só nisso. Salsa, maracatu e até mes-mo o funk carioca fazem parte do car-dápio rítmico do bloco. O grupo de-monstrou entrosamento e precisão,além de levantar a platéia.

A banda de Artur Maia entrou como reforço de Jean Dumas nas congas edo Bloco do Vigário, que emprestouum suingue especial à primeira músicada banda, que acabou se tornandouma mistura de salsa com samba. Des-contração foi a marca durante todo oshow. Artur pediu a participação daplatéia, que ajudou a sessão rítmicacom palmas e ainda fez coros afinadossob o comando do maestro baixista.Também não faltaram solos inspiradosde integrantes da banda, como o gui-tarrista Fernando Caneca.

No fim de tudo, fica a declaraçãode um feliz Jean Dumas: “percussão éda África, mas foi desenvolvida em vá-rios países. O Brasil concentra todos es-ses ritmos. O Brasil é a fusão de tudoisso”, comemora o percussionista.

Jean Dumas, Arthur Maia e banda em plena confraternização

Gabriel Policarpo comandou o Bloco do Vigáriowww.brasilritmos.com

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