um segredo, rosa lobato de faria
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Ficha de leitura de Beatrice Brigola, 10.º ano, nº 6, turma I, da Escola Artística António Arroio, ano letivo de 2011-2012TRANSCRIPT
Escola Secundária Artística António Arroio
“UM SEGREDO” In Os Linhos da Avó, Porto, Asa. 2004.
Português – Prof.ª Eli
Beatrice Brigola – n.º 6, 10.º ano, turma I
Rosa Maria de Bettencourt Rodrigues Lobato de Faria
Nasceu em Lisboa no dia 20 de Abril de 1932 e faleceu em
Lisboa no 2 de Fevereiro de 2010, aos 77 anos.
Foi romancista, guionista, contista, poeta, dramaturga e letrista
de canções.
Principais obras:
Romances:
O Pranto de Lúcifer (1995);
Os Pássaros de Seda (1996);
Os Três Casamentos de Camila (1997);
Romance de Cordélia (1998).
O essencial da sua poesia está reunido no volume Poemas Escolhidos e
Dispersos, de 1997.
Curiosidades:
Integrou o elenco de várias séries televisivas, por exemplo, (1987) -
Cobardias, 1988 - A Mala de Cartão, 1992 - Crónica do Tempo, 1992 - Os
Melhores Anos), etc. Também fez cinema.
Em 2000, obteve o Prémio Máxima de Literatura.
Era viúva de Joaquim Figueiredo Magalhães, editor literário, desde 26
de Novembro de 2008.
Texto literário: Narrativo
Modo e género literário: Conto
Sinopse :
Uma guardiã de segredos fala, não revelando – porque os segredos
são invioláveis –, dos segredos dos outros e também do seu. Ao tampo de
madeira velha encosta-se uma mulher bonita a escrever cartas de amor e a
narradora sempre a ouve suspirar ou rir e o que sente é como se fosse
contra o seu rebordo, as batidas do seu coração. Afirma-se secretária
porque é secreta, embora os outros, devido ao seu hábito de guardar
papeis, lhe chamem papeleira. Refere também a presença do anjo com que
dialoga, afirmando que com ele, “porque é anjo”, pode conversar sobre
tudo, mesmo sobre segredos.
Estilo da autora:
Usando um léxico acessível, o estilo é cuidado, literário. A linguagem é
poética, cheia de imagens. “Sou a guardiã dos segredos.”, “chamam-me
papeleira porque guardo papéis. Mas o meu verdadeiro nome é secretária.”
“Só a oiço suspirar ou rir docemente, só eu sinto, contra o meu rebordo, as
batidas do seu coração”, “ […] a saudade do tempo em que era um carvalho
no meio da floresta e sonhava viver eternamente a namorar o vento e a
abrigar aves nos meus ramos”, […] e eu sonho que sou ainda o carvalho e
estou a abraçar a tempestade, a acariciar os cabelos da brisa, a beijar os
dedos do luar, a embalar o sono dos pássaros.”
Aspetos mais e menos interessantes:
-> Mais interessantes:
-“Ninguém viola os meus segredos. Com uma chavinha de prata, de
que pende um bonito cordão vermelho com franja de seda na ponta,
fecham os meus esconderijos, como antes fez a mãe dela e, antes da mãe,
a avó.”
-“Este anjo costuma conversar comigo no silêncio da noite. A ele,
porque é um anjo, posso contar os segredos, os guardo por vocação e
destino e que ninguém conhece alem da mulher bonita, e os meus próprios
que ninguém quer conhecer, nem mesmo a mulher bonita.”
Escolhi estes aspetos por diferentes razões; gostei imenso e fez-me a
sentir orgulhosa pois a “secretária” sabe guardar os segredos e gosta
imenso da mulher bonita.
-> Menos interessantes:
-“O resto não posso contar, porque é um segredo”
Embora compreendendo, não deixei de me sentir um pouco frustrada
na minha natural curiosidade em querer saber o segredo.
Citações de momentos crucais/marcantes:
-“Eu sou a guardiã dos segredos.”
-“Ninguém viola os meus segredos. Com uma chavinha de prata, de
que pende um bonito cordão vermelho com franja de seda na ponta,
fecham os meus esconderijos, como antes fez a mãe dela e, antes da mãe,
a avó.”
-“Chamam-me papeleira porque guardo papéis. Mas o meu verdadeiro
nome é secretária.”
Escolhi estes momentos porque foram dos que mais gostei.
Este conto tocou-me especialmente talvez porque tivesse
compreendido, e sentido, bem a lógica narrativa.
Sítios consultados:
Para a biobibliografia:
http://www.wook.pt/authors/detail/id/22967
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rosa_Lobato_de_Faria
A imagem, que editei, é de http://bisleya.blogs.sapo.pt/79017.html.