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Um registro do que aconteceu nos 20 anos de Sambas de Enredo na Passarela do Samba

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Um regis t ro do que aconteceu nos 20 anos de Sambas de Enredo

na Passare la do Samba

O IMPÉRIO DO DIVINO • 200601Arlindo Cruz • Carlos Sena • Aluízio Machado • Elmo Caetano • Maurição

Cantando em forma de oraçãoSerrinha pede paz, felicidadePra nossa gente que não pára de rezarE como tem religiosidadeSenhor, olhai por nósAté por quem perdeu a féVem, meu amorNa festa pr'o DivinoPagar promessaDe joelho ou de pé

Hoje tem maracatu, bate tamborCai na folia, é festa de ReisChão coloridoFogaréu, Semana SantaPode chegarQue aqui tem festa todo mês

(Tem romaria)Tem romaria lá no JuazeiroA procissão do Círio faz chorarMas o Brasil é tão alegre e festeiro

É um celeiro de cultura popularA esperança vem do índio caiapóÉ louvação com muito amor no coraçãoDo povo negro, veio todo axéLá do terreiro, umbanda e candombléUm mar de flores para IemanjáÁgua-de-cheiro, águas de Oxalá

O meu Império é raiz, herançaE tem magia pra sambar o ano inteiroImperiano de fé não cansaConfia na lança do Santo GuerreiroE faz a festa porque Deus é brasileiro

UM GRITO QUE ECOA NO AR : HOMEM/NATUREZA – O PERFE ITOEQUIL ÍBR IO • 200502

Marcão • Marcelo Ramos • João Bosco

Meu grito ecoa pelo arFaço um alerta ao mundoO homem com a sua ambiçãoTrouxe a tecnologiaFez mal uso da razãoDe mãos dadas com a ganânciaTem tudo que lhe deu o Criador, ô, ôDe graça, com amorNo seu futuro pode semear a dor

No meu verde das matas tem magiaEquilíbrio perfeito que irradia, oiAs minhas águas cristalinasSão poluídas no seu dia-a-dia

Choro, com esta tal evoluçãoRessentida, estou a ver minha devastaçãoO homem com a sua sapiênciaTransformou tudo em ciênciaMaltratando a minha naturezaÉ muito lixo jogado aos ventos

Usou o átomo sem consciênciaCausou tristeza, degradaçãoColoca em risco toda a civilizaçãoEnfim, num grande gesto de amorJá tem gente a refletirE por mim vive a lutarUm fio de esperança a reluzirBasta reciclar os seus conceitosNa reforma ser perfeitoProduzir sem maltratarSou a mãe-terraSó o seu amor vai me salvar

Clamando numa só voz, vem meu ImpérioA gente tem que pensar, é caso sérioPra natureza sorrir, o homem tem que mudarE aprender a preservar

AQUARELA BRASILEIRA • 200403Silas de Oliveira

Vejam esta maravilha de cenárioÉ um episódio relicárioQue o artista num sonho genialEscolheu para este CarnavalE o asfalto como passarelaSerá a telaDo Brasil em forma de aquarela

Passeando pelas cercanias do AmazonasConheci vastos seringaisNo Pará, a Ilha de MarajóE a velha cabana do Timbó

Caminhando ainda um pouco maisDeparei com lindos coqueiraisEstava no Ceará, terra de IrapuãDe Iracema e Tupã

Fiquei radiante de alegriaQuando cheguei na BahiaBahia de Castro Alves, do acarajéDas noites de magia, do candomblé

Depois de atravessar as matas do IpuAssisti em PernambucoA festa do frevo e do maracatu

Brasília tem o seu destaqueNa arte, na beleza e arquiteturaFeitiço de garoa pela serraSão Paulo engrandece a nossa terraNo Leste, por todo o Centro-OesteTudo é belo e tem lindo matizO Rio dos sambas e batucadasDos malandros e mulatasDe requebros febrisBrasil, essas nossas verdes matasCachoeiras e cascatasDe colorido sutilE este lindo céu azul de anilEmolduram em aquarela o meu Brasil

Lá, lá, lá, lá, láLá, lá, lá, lá, lá

E ONDE HOUVER TREVAS. . . QUE SE FAÇA A LUZ• 200304Arlindo Cruz • Maurição • Carlos Sena • Aluízio Machado • Elmo Caetano

Luz, magiaQue faz a mente do poeta delirarEstrela guiaFaz meu Império brilharÉ bom amar (amar) e ser amadoSe dar e receberEu quero um mundo de inspiraçãoPra clarear de vez a escuridãoPrometeu roubou do sol o fogoTrouxe a luz pra iluminar o povoO que vem do coração, ô, ô, ô, clareiaClareia igual a lua cheiaE a paz, desejo da humanidadeSe faz com liberdade e igualdadeFeliz, muito feliz"Uma criança" vai nascerSe o homem conseguir usar a luz da razãoA terra então vai florescer e vai...Vai meu irmão!Tens a chave do céu!A energia no arVem da ribalta da vida

Serrinha é o show nessa AvenidaUma prova de amor... PerdãoUma grande paixão... AmorA esperança é quem me conduzOnde houver trevas que se faça a luz

ACLAMAÇÃO E COROAÇÃO DO IMPERADOR DA PEDRA DO REINO:ARIANO SUASSUNA • 200205

Lula • Maurição • Carlos Sena • Aluízio Machado • Elmo Caetano

Sol inclemente, oiVai além da imaginaçãoSopro ardente, árida terraDesse poeta cantadorSede de vida, gente sofridaSalve o lanceiro, guerreiro do amor

Cabra macho, firmeza, que emoçãoLiberdade, esperança, ressurreição A bondade e a maldade no coraçãoAmor, verdade, eu encontro neste chão(Vem que tem...)

Tem azul, tem encarnado, temNuma comunhão de féLança em punho ao som da lutaDesse sonho contra a dorResgatando o passadoDesse povo vencedorEsses reis tão sertanejosDescendentes de valorE a cavalgada parte

Lá de BelmontePra Serra do CatoléTão linda, minha corte sertanejaMarco forte, altaneira do sertãoBuscando na justiça, igualdadeEmpunhando a bandeira na coroação

Hoje o Império é a voz da razãoOnde reina a paz e a união E é muito mais que uma paixãoSou imperador... Lá do sertão

O RIO CORRE PRO MAR • 200106Arlindo Cruz • Maurição • Carlos Sena • Elmo Caetano

Amor, vem ver o marVem contemplar o meu RioAgô, Mãe Iemanjá, só de pensar dá arrepioMeu Rio tem tanta belezaE a natureza sempre nos abençoouSou carioca da gema, sou resistênciaSou império, sim "sinhô"Abriu o porto, ioiô, é porta aberta, iaiáÉ o comércio, é o progresso da cidadeE a cidade cresceu, o mundo então conheceuO berço da felicidadeToda ladeira cantou, a freguesia sorriuA velha praça inteira aplaudiu

E assim nasceu a estivaO primeiro sindicato do BrasilEntre revolta de dorE um canto negro de fé O nosso povo exportou samba no pé

Axé, minha GuanabaraRecanto mais doce do marTão doce que trouxe a indústriaE fez o turista se apaixonar (na Praça Mauá)Hoje a "noite" é bem mais quente, não é maisUm inocente arranha-céu, oiTorre de Babel que vive em pazJá ancorou mais um navioE eu sou confidente desse caisOrgulho e tradição do Rio

Avisa aos navegantes que o Império vem aíOlha, o bicho vai pegar, a poeira vai subir É arte, é cultura, é talento originalHoje tem festa no planeta Carnaval

UMA RUA CHAMADA BRASIL • 199907Arlindo Cruz • Carlos Sena • Maurição • Elmo Caetano

Em busca de um novo Eldorado, ô, viajeiPro melhor lugar do mundoFui tentar a minha sorte na 46E ao chegarEncontrei aventureirosGente deste mundo inteiroNa terra do Tio SamVi o jeito brasileiroNa grande maçãHá esperança de um novo amanhã

Bate forte, coração, eu seiÉ difícil ser um reiLonge da terra natal Mas eu não perdi a fé, luteiPra curar a solidãoEu rezei na catedral

Fui chamado afro-brasileiroPra ganhar algum dinheiroFui muambeiro, engraxate, fui garçomMe encantei com os diamantes

O teatro é pura emoçãoFoi tão bom

Nessa cidade vi amor, fraternidadeMas a saudade fez meu peito balançarMãe baianaFoi sua carta que me fez voltar

Lá vou eu de verde-e-branco, felizA Serrinha é meu encanto, meu país Parabéns, Carmen Miranda, que conseguiuMesmo distante não deixar de ser Brasil

O MUNDO DOS SONHOS DE BETO CARRERO • 199708Carlos Sena • Maurição • Arlindo Cruz • Índio do Império

O reino encantado, oiSe tornou realidadeNa verdade é um presente ao meu ImpérioNos seus 50 anos de idadeLá em Santa CatarinaVi um sonho de menino se realizarHoje a Penha é uma cidadeCheia de felicidade, vem brincar

Olha a massa imperianaDemonstrando seu valor Vamos nessa caravanaQue o show já começou

Vi dinossauro, vi Tarzan na selva, ô, ô, ôVi pirata em alto-mar, segura, iaiáCuidado, meu bem, tem fantasma no tremÉ de arrepiarSou boiadeiro, eu sou, pelas estradas cavalgueiEquilibrista balancei, mas não caíMe fiz palhaço sem saber sorrirCom muito amor no coração

Todas as feras eu domeiSó pra ver a vida mais felizPra criançada desse meu país

Roda gira, gira rodaQuero ver girarLá na terra do futuro tem magia Vila árabe e chinesaCastelo medievalÉ Beto Carrero nosso Carnaval

VERÁS QUE UM FILHO TEU NÃO FOGE À LUTA • 199609Aluízio Machado • Lula • Beto Pernada • Arlindo Cruz • Índio do Império

O povo diz amémÉ porque temUm ser de luz a iluminarO moderno Dom QuixoteCom mente forte vem nos guiarUm filho do verde esperançaNão foge à luta, vem lutarEntão verás um diaO cidadão e a real cidadania

Quero ter a minha terra, ô, ô, ôMeu pedacinho de chão, meu quinhãoIsso nunca foi segredo Quem é pobre tá com fomeQuem é rico tá com medo

Vou dizer...Quem tem muito, quer ter maisTanto faz se estragarJoga no lixo, tem bugica pra catarSenhor, despertai a consciênciaÉ preciso igualdade

O ser humano tem que ter dignidadeMorte em vida, triste sinaPra gente chega de viver a SeverinaJunte um sorriso meu, um abraço teuVamos temperarUma porção de fé, sei que vai dar péNão vai desandarAmasse o que é ruim, e a massa enfimVai se libertarSirva um prato cheio de amorPro Brasil se alimentar

Eu me embalei pra te embalarNo balancê, balancearVem na folia Chegou a hora de mudarO meu Império vem cobrar democracia

O TEMPO NÃO PÁRA • 199510Maurição • Jorge Lucas • Luís Carlos do Cavaco

Eu vi surgirDe um túnel há tempo uma luzPara iluminar o meu ImpérioDesvendar esse mistério que seduzO mundo gira em torno do tempoOnde a vida faz nascer, crescer, morrerSe plantar o mal, o bem não vai colher

Amor, é horaSinto energia no arÉ real a uniãoTenho fé e esperançaDe ver tudo melhorar

Quem sabe, não esperaO que pode acontecer O tempo vai emboraSem a gente perceber

A busca da eterna juventudeÉ a falsa atitudeDe que o tempo vai parar

Ganhar muito dinheiroTer poder pra desfrutarÉ melhor não perder tempoPois o tempo não esperaE quem parar no tempo pode se arrependerO homem evoluiuAperfeiçoando a ciênciaSerá que não dá pra entenderQue já é hora de usar a consciência

Vem amor, pra essa AvenidaHoje estou de bem com a vida Vislumbrando um bom astralPra coroa imperial

UMA FESTA BRASILEIRA • 199411Lula • Zito • Beto Pernada

Ressoou, ressoou no seio da mata virgemO canto do índio guerreiroExaltando o homem branco que chegouLá se vão (e lá se vão)Marujos, tabajaras e tupinambásAté as margens do SenaMostrar a dança soleneAs maravilhas da RenascençaOnde o rei e a rainhaFicam encantados com uma festa brasileira

Que zoeira, que zoeira (que zoeira)Tem batuque na corteDia e noite, noite inteira O novo mundoMostra a arte em brincadeira

A culturaSe junta à arte numa nova dimensãoHoje o Império faz a festaContagiando a galera de emoçãoE exibe para o mundo inteiro

O Carnaval brasileiroComo na corte dos reisEngalanado entra em cena, outra vez (e assim)Assim, a festa continuaTão minha quanto suaNeste delírio tropicalO verde-e-branco é a razão da minha vidaNesta folia todo mundo é igual

Ô, embala eu, embala eu (ô, embala)Que nesta festa eu também vou (eu vou, eu vou) Ô, embala eu, embala euCom surdos, tamborins e agogôs

PÁRA COM ISSO, DÁ CÁ O MEU • 198812Luís Carlos do Cavaco • Lula • Jarbas da Cuíca

O Rio não é mais como era antesPois acabaram com a nossa Guanabara Fundiram toda nossa competênciaE já não somos a cidade jóia raraQue saudade que eu tenhoDa bandeira com golfinhos e brasãoDo nosso Rio antigoPraça Onze, onde o samba tinha abrigoRio, grande centro culturalPatrimônio da riqueza nacional

Dá cá o meuDá cá, dá cá o meu O povo cariocaCobra aquilo que perdeu

Quero novamente ver meu RioDono do samba e do grande futebolTer um forte banco aqui na praçaE que não seja um comitê eleitoralChega de ter nossa casa comandadaPor malandro e coisa e tal

O Rio é negroE negro luta pelo RioBuscando a liberdadeEnfrentando desafio O Rio é negroE é negra essa naçãoVamos firme nessa lutaProclamando a Abolição

COM A BOCA NO MUNDO... QUEM NÃO SE COMUNICA, SE TRUMBICA • 198713Beto sem Braço • Aluízio Machado • Bicalho

Se liga, ligação vai ser precisoAviso, o verbo é comunicarCaminha nem pestanejouComo agente da passiva se comunicou

Vai, pombo-correioDe permeio na imensidão Voa, e vá dizer ao meu amorQue a saudade machucou meu coração

Pregoa, pregoeiroO mercado é todo seuIndependência ou morteGrito forte que valeuÔ de casa, olha o carteiroÉ a carta de quem nunca lhe esqueceu

Jornal, jornaleiro, jornalistaReportagem em revistaA imprensa em comunhãoTudo em primeira mão

Alô, alô, alô, alô, alôNão se comunicou, dançou

A rádiodifusão está no arSeu sucesso é notórioFez tanto artista popularNovelas, programas de auditórioIndiscutivelmente, é a era da televisãoO tão distante presenteSe fez presente, satisfaz nossa visãoAté a lua, lá no céuNos chega via Embratel

Quem não se comunicaSe trumbica e como fica Fica na saudade, fica

EU QUERO • 198614Aluízio Machado • Luíz Carlos do Cavaco • Jorge Nóbrega

Eu quero, a bem da verdadeA felicidade em sua extensãoEncontrar o gênio em sua fonteE atravessar a ponteDessa doce ilusão

(Quero, quero, quero, sim)

Quero que meu amanhãSeja um hoje bem melhorUma juventude sãCom ar puro ao redor

Quero nosso povo bem nutridoO país desenvolvidoQuero paz e moradiaChega de ganhar tão poucoChega de sufoco e covardia

Me dá, me dáMe dá o que é meu

Foram vinte anosQue alguém comeu

Quero me formar bem informadoE meu filho bem letradoSer um grande bacharelSe por acaso alguma dorQue o doutor seja doutorE não passe por bedel

Cessou a tempestadeÉ tempo de bonançaDona liberdadeChegou junto com a esperança

Vem meu bem, vem meu bemSentir o meu astral, que legalHoje estou cheio de desejo Quero te cobrir de beijosEtecetera e tal