um pai pode negligenciar seu filho, irmãos e irmãs podem ... · na coluna destaques, a matéria...

17

Upload: dohuong

Post on 07-Nov-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

"Um pai pode negligenciar seu filho, irmãos e irmãs podem se tornar inimigos inveterados; maridos podem abandonar suas esposas, e esposas os seus maridos.

Mas o amor de uma mãe resiste a tudo." Washington Irving

urante o mês de maio, são, mundialmente, comemorados os seguintes dias: do Trabalho (1º); do Riso, do Sol, e da Liberdade de Imprensa (3);

do Enfermeiro (12); da Internet, das Telecomunicações (17); do Desenvolvimento Cultural (21); dos Meios de Comunicações (27); Dia sem o Tabaco (31). Todos, dias importantes, que merecem ser celebrados. Mas gostaríamos de destacar, ainda, mais dois, os quais julgamos importantíssimos, devendo pois, receber justas e merecidas homenagens de todos: o Dia das Mães e o Dia Internacional das Famílias.

D

Aquela que recebeu de Deus o poder da geração e, em dado momento, concede-nos a oportunidade da vida merece por todos ser exaltada, através de manifestações de amor, carinho e respeito, todos os dias. Toda homenagem prestada às mães, expressão da Mãe-Divina na face da Terra, ainda, é muito pouco, por sua nobre e altruística missão de criar, cuidar, educar e preparar-nos para a vida, sendo, sempre, não importando o momento, nosso verdadeiro porto seguro.

Por consequência, exaltemos, também, o Dia Internacional das Famílias (15). Embora poucos se deem conta de que existe um dia para tal comemoração (na verdade, para uma maioria, a instituição família, há muito, deixou de existir). A instituição família - célula “mater” da sociedade - é de vital importância para os destinos das próximas gerações, preparando suas bases, estruturadas em valores morais e éticos.

O modelo social atual impõe às famílias uma condição em que os pais se tornam, cada vez mais ausentes, ditando modismo, padrões e “status” que devem ser alcançados. Esse sistema capitalista voraz, que nos induz à conjugação, mesmo sem a real necessidade, dos verbos “ter”, “consumir”, “almejar”, etc., leva a sociedade a abandonar condutas, que são os verdadeiros alicerces da estrutura familiar.

Os filhos, atualmente, são criados à sorte dos maus exemplos que adentram nossos “lares”, através da televisão e da Internet. Os pais, em sua maioria, sem tempo para educá-los, preocupados em aumentar seu efêmero patrimônio, compensam suas ausências com mesadas e presentes. Pobres filhos órfãos de pais vivos!

O termo “Pôr a Mesa” vem de um passado

distante, quando a Mesa, em si, era tida como um lugar sagrado. Montada sobre cavaletes, tinha função exclusiva para refeições, e, depois, era desmontada, a fim de que não fosse utilizada para outro fim, dada a importância de se reunir, em sua volta, a Família, sentando os pais na cabeceira. Antes das refeições, agradecia-se o alimento, e, então, todos comiam. No final, os mais velhos passavam suas experiências de vida aos mais novos, sob a forma de tertúlia.

Os tempos mudaram. Tudo isso foi abandonado e ignorado pela necessidade de sobrevivência de uns e, lamentavelmente, pelo modismo de outros, criando conceitos modernistas e uma sociedade doente, carente e infeliz, que busca, às cegas e a todo tempo, do lado de fora, o que, sempre, esteve dentro de cada um.

Por fim, comemoremos todas as datas de maio, em especial, o Dia das Mães, mas pedimos uma profunda reflexão sobre a importância da manutenção da instituição família e, consequentemente, dos valores éticos e morais, esses, há muito, ausentes de muitos lares.

No mês das mães, oportunamente, apresentamos como Matéria de Capa, o texto “As Grandes Iniciadoras”. Destacamos a coluna Os Grandes Iniciados, com a matéria “A Chegada da Era de Aquarius”, bem como, na coluna Trabalhos, a matéria “Templo Maçônico – Visão Esotérica”, e, na coluna Destaques, a matéria “A Iniciação no Antigo Egito”.

Já ouviram falar do Rito Eclético? Pois bem, a coluna Ritos Maçônicos presenteia-os com um trabalho de pesquisa, compilado em várias fontes, sobre esse rito, praticado na Maçonaria lusitana.

Chamamos especial atenção para a coluna Informe Cultural, que apresenta matérias sobre dois importantes eventos culturais, a ser realizar em Alfenas-MG e Niterói-RJ, respectivamente: o II Encontro Maçônico no Sul de Minas e o I Simpósio Maçônico da Academia Niteroiense Maçônica de Letras, História, Ciência e Artes, na qual, orgulhosamente, ocupamos a titularidade da Cadeira nº 21.

Desejamos a todos boa leitura e agradecemos as inúmeras mensagens de carinho e reconhecimento por este altruístico trabalho, recebidas de nossos diletos leitores de todo o Brasil e do exterior, que, a cada edição, acolhem-nos, carinhosamente. Tais manifestações aumentam, em muito, nossas responsabilidades para as futuras edições.

Nosso fraternal abraço! ?a b

Denodadamente, a exemplo do Arcano IX, sigo pela estreita

Vereda da Iniciação, em retorno à Casa do Pai. A caminhada é

longa, as armadilhas diversas, mas o destino é certo!

Revista Arte Real

Capa – As Grandes Iniciadoras.......................................CapaEditorial.....................................................................................2Matéria da Capa – As Grandes Iniciadoras.........................3Destaques - Iniciação no Antigo Egito......................................................................5 - Paixão Transformada em Comenda...................................6Informe Cultural - II Encontro Maçônico Sul-Mineiro.......................................8 - I Simpósio Maçônico............................................................8

Os Grandes Iniciados - A Chegada da Era de Aquarius...9

Ritos Maçônicos – O Rito Eclético Lusitano.........................11Trabalhos - Justiça e Maçonaria ..................................................................12 - De Pé e à Ordem.....................................................................13

- Templo Maçônico – Visão Esotérica.....................................14 Reflexões - A Morte a Cada Dia............................................15Lançamentos - Da Perícia ao Perito/Crônicas de Uma Cidade Chamada Universo...16Boas Dicas - Livro / Site /Rádio / Edições Anteriores...........16

Novidades – Blog da Revista Arte Real..................................17

As Grandes IniciadorasAs Grandes IniciadorasFernando Pereira Costa

as narrações sobre as lendas das origens dos grandes Avataras, os mais diversos autores, quase que em consenso, primaram pela

observância da referência e imputação de méritos à participação da mulher no Processo Iniciático dos mesmos. Sempre que possível, há a exaltação à forma audaciosa ou espirituosa como colocavam em ação a disposição ao preparo do Grande Iniciado. Segundo as crenças antigas, mais antigas do que se possa imaginar, nunca se questionava sobre quem era o pai de quem. Criam que, sendo a alma oriunda da deidade - princípio e particípio do Verbo Divino – o que se observava era o mérito de quem a gerasse. Importava-se que o Prometido viesse de um mundo Divino. Portanto, muitos daqueles que vieram ao mundo como enviados Divinos foram filhos de iniciados, e suas mães haviam frequentado os Templos, a fim da concepção, existindo, na maioria das vezes, certa ignorância com respeito à pessoa do pai.

N

Não vamos arguir que, “por trás de todo grande Iniciado”, houve a participação inconteste da mulher na preparação de seu processo iniciático, mas, sim, que, “antes de todo grande Iniciado”, havia um Ser feminino devidamente preparado para esse fim.

A cada continente, cabe uma lenda sobre a formação etnológica e cor predominante. Nossa afirmação está embasada nas inscrições contidas na tumba do Faraó SETI – I, em Tebas, na qual há referência às diversas raças oriundas da primordial, a “vermelha”, que, segundo a ciência antropológica, habitava o Continente Austral, engolido pelo

Dilúvio. Há, também, as narrativas dos personagens tidos como precursores das iniciações contemporâneas.

Em ligeiras pinceladas, tentaremos expor fragmentos de tais testemunhos, que bem serviram de Odes à exemplar atitude feminina no que tange à preparação, ou melhor, na recondução da tese da exigente operacionalidade de que cabe à mulher a formação do Ser “sadio” aos portais das grandes iniciações.

Na alegoria primordial da religiosidade formadora do Cristianismo, do Islamismo e do Judaísmo, deparamo-nos com a personagem Eva, sabedora, então, antes do homem,

usando dos atributos intuitivos, que induziram a Adão a penetrar na obscuridade para ali ser iniciado na ciência do bem e do mal. Simbolicamente, aí reside uma mensagem meditativa sobre a responsabilidade adquirida pelo iniciado entre o bom ou o mal uso de seu livre arbítrio.

Evocando a sombra de um Grande Ancestral, fato esse acontecido, ainda, no começo da formação do processo social e político dentro dos Clãs, uma mulher conseguiu apartar certa contenda entre membros tribais. Em meio aos povos

bárbaros, foi a mulher que, com sua sensibilidade marcante, pressentiu a interação do ser físico e do oculto, estabelecendo a afirmação com o invisível.

Na Ásia (Irã e Índia), onde os Arianos fundaram a base da moderna civilização, miscigenando povos diversos, os homens tomaram para si os brios e eclipsaram a liderança de religiosidade, até então, devida às mulheres, mas não conseguiram conviver sem o auxilio da profecia das mesmas nos fundos dos quintais.

Em sua iniciação mística, Ram (Rama) deparou-se com uma guerreira descabelada, pronta para executar um valente guerreiro, que se achava amarrado diante dela. Ram clamou em nome dos ancestrais, e, quando a mulher voltou-se para ele, um raio surgiu na escuridão da noite, fazendo-a deitar-se sobre a laje do Ara. A Druidesa jazia inerte sobre a lápide. Ram, então, observou que se encontrava em um Templo a céu aberto, ostentando largas colunas. No local da pedra do sacrifício, elevou-se, então, um altar. O gênio celeste trouxe, em uma das mãos, uma Taça e, na outra, uma Tocha.

─ Vê esta Tocha, Ram? É o fogo Sagrado e Divino. ─ Vê esta Taça, Ram? Ela é da vida e do amor.

Foi dada a Tocha ao homem, e a Taça, à mulher. Mal a Tocha tocou a mão do homem, acendeu-se, e os dois irradiaram Luz. E o Gênio fez-se entender como “Deva Nahusha”, a inteligência Divina. Ram estabelecera, dessa forma, a singularidade interativa entre o visível e o invisível. Adquiriu um poder de autoridade, até então, não visto entre aquele povo. Conseguiu fazer sobressair os instintos superiores de sua raça. Portanto, a raça branca, estabelecida nas portas do Himalaia, ainda, não era senhora do mundo. Rama fez com que seu povo se misturasse aos negros, que enfeitavam os seus Templos com aparatos representando serpentes e pterodátilos, usados como deuses aterrificadores dos incultos

Noutra alusão sobre as origens das manifestações iniciáticas na Índia, existe uma passagem acontecida no Templo da deusa Kali. O seu Templo estava encravado numa encosta, protegido por densa floresta e guardado por esculturas cadavéricas. Kali era tida como a Deusa da morte e da sexualidade, representada como uma mulher de pele escura, exuberante, com um colar de cabeças em volta do pescoço. Ao contrário das suposições, Kali não era uma deusa do mal. Seu verdadeiro papel consistia na preparação dos receptáculos dos Avataras. Assim, em certo dia, o Rei Varuna, desgostoso por não ter um filho homem, elaborou um grande sacrifício nas portas da cidade evocando todos os Devas, a fim de que lhes fosse proporcionado, por intermédio de Kali, a indicação de uma genitora do sonhado Avatara. Todas as mulheres acorreram ao festival e, em meio à multidão, também, apresentou-se a irmã do Rei, que se chamava Devaki. Ela era uma virgem de coração limpo que, durante sua vida, dedicara-se à tecelagem. Devaki rogava à deusa que desse um filho a sua cunhada, esposa do Rei. Os oráculos recaíram sobre ela mesma. Então, os reis e rainhas se irritaram ante a perspectiva de perda de poder e juraram matar Devaki, que fugiu para um lugar distante, vivendo entre as ramas da floresta. Num passe de mágica, a floresta se transformou no mais belo recanto ornado de flores de lótus, e a paz alí reinou. Guiados por Vaschita, os rishis saíram de um eremitério e, por ordem deste, inclinaram-se sobre Devaki e ordenaram: “essa

será a mãe de todos nós, pois dela nascerá o espírito que há de nos regenerar”. Assim, nasceu de Devaki o filho Divino, chamado Krishna.

Os livros sagrados do Irã, da Índia e do Egito asseguram que, à mãe, é devida toda a constituição da doutrina oculta e iniciática. Todos os poderosos iniciados perceberam, em um momento de suas vidas, a importante participação da mulher na preparação iniciática deles, segundo o Espírito de cada missão. Assim, atravessamos a iniciação ariana com Rama, a bramânica, com Krishna, a de Ísis e Osíris, com os sacerdotes de Tebas. Da mesma forma, vislumbramos a participação audaciosa e um exemplo de abnegação do amor materno na pessoa de Joquebete, mãe de Menethon (primeiro nome de Moisés, segundo Philos, pois, na realidade, o nome Moisés é mais um adjetivo do que nome próprio, em vista das várias explicações a respeito). Se não fosse pelo sacrifício materno e doloroso da perda do filho em iminente perseguição, Joquebete não teria proporcionado a importância atual à iniciação de Moisés como Sumo Sacerdote de Osíris (segundo Estrabão).

Em época mais recente, deparamo-nos com o relato sobre a preocupação da rainha Biltes. Ela reinava em uma terra chamada Sabá, o Paraíso das Mil Essências, onde a paz e a harmonia era uma constante entre seu povo. A sabedoria lhe era peculiar, mas temia não estar correspondendo a contento sobre as benesses de Deus. Preocupada com as notícias de que um Rei inteligente e poderoso se fazia sobressair no reino de Canaã, ela para lá se dirigiu, a fim de conhecê-lo e alertá-lo sobre a constante e fiel observação das Leis Divinas. A rainha Biltes teve um papel importante na iniciação templária de Salomão. Os descendentes da estirpe salomônica entre os etíopes, ainda hoje, são motivo de muito orgulho.

Jesus e sua companheira Maria Madalena. Nesse seguimento, em particular, há certas controvérsias a respeito da pessoa da mulher no preparo iniciático desse Avatara. As mais recentes investigações levam a uma aceitação de que a principal ativadora e preparadora, tanto da parte psicológica como iniciática de Jesus, não tenha sido a Virgem Maria, mas, sim, a incansável batalhadora, sempre à frente das decisões junto ao Mestre, também, chamada de Maria, porém com apelido oriundo do sítio onde vivia, talvez, a província de Magdala. Sobre as intimidades e afazeres diários, mesclados de colóquio entre os dois (Jesus e Madalena), vamos deixar por conta dos romancistas. O que nos interessa mais de perto é a associação que norteia nosso histórico. Madalena foi, sem dúvida, responsável pelo estado de calma e aceitação da “Via Crucis” de Jesus. A força da mulher, proporcionando a aplicação dos elementos alquímicos contidos na “Taça”, alegorizada na iniciação de Ram, por séculos, tem sido o lenitivo restaurador das reações imprevisíveis do homem. ?

* O autor é membro da Academia Maçônica de Letras de Mato Grosso do Sul.

a b

Iniciação no Antigo Egito*Iniciação no Antigo Egito*

a época da 20ª dinastia, o Egito era o espelho da grandeza, da exuberância, do desenvolvimento. Os feitos, conquistas e construções estavam no

apogeu, atraindo estrangeiros em busca do progresso. Muitos, porém, após ouvirem sacerdotes de seus países falarem sobre o Livro dos Mortos e narrativas das iniciações egípcias, para lá se dirigiam, a fim de galgar níveis mais elevados na evolução do Ser. Muito se falava do que ocorria durante as iniciações nos Pequenos e Grandes Mistérios. Os Hierofantes e Sacerdotes o sabiam, em especial, sobre Ísis e Osíris, quanto ao que se passava no além-túmulo. Que deuses eram aqueles dos quais só se falava com um dedo sobre os lábios?

N

Entusiasmados, os estrangeiros queriam conhecer os segredos e batiam à porta dos templos de Tebas e Mênfis, decididos a submeter-se às iniciações. Ao adentrarem, eram conduzidos ao pórtico de uma galeria interior, onde havia pilastras em formato de lótus, simbolizando a força e a pureza, cuja função era sustentar a Arca Solar, o Templo de Osíris. Então, o Hierofante acercava-se do neófito, ao qual, invariavelmente, causava perturbações devido à sua vibração elevada. Era impossível esconder qualquer sentimento ou fato importante a esses seres de postura majestosa, ao efetuarem o questionário, preliminar, que funcionava como seleção inicial. Quando davam prosseguimento à cerimônia, atravessavam pórticos, galerias interiores, chegando a uma espécie de avenida talhada na rocha com um teto bordado de estrelas e esfinges, e, por fim, uma pequena capela que servia de entrada às criptas subterrâneas.

Disfarçando a porta de entrada, havia a estátua de Ísis em uma atitude de meditação, tendo, nos joelhos um livro fechado e o rosto vendado. A seus pés, lia-se: “Nenhum mortal levantou o véu que me esconde”. Então, o Hierofante apresentava a porta e dizia: “este é o santuário oculto, e essas duas colunas representam: a vermelha, a ascensão para o Espírito de Luz de Osíris; a negra, a sujeição à matéria, que pode levar ao

aniquilamento”. Era, também, dito: “Ao procurar nossos Augustos Mistérios, só os fortes conseguirão a imortalidade; os fracos, os movidos pela curiosidade perecerão. Pense, portanto, antes de ir em frente, necessitará de coragem porque ninguém volverá vivo após essa se encerrar”. Quando o estrangeiro se dispunha a prosseguir, era conduzido por um corredor estreito para junto dos serviçais, com quem, durante uma semana, era obrigado a executar os trabalhos mais humilhantes, proibido de se comunicar, escutar hinos e fazer abluções, ou seja, banhar-se frequentemente.

Chegada a noite das provas, dois assistentes reconduziam-no à porta do Santuário Oculto e penetravam

num vestíbulo escuro, sem saída aparente. Era uma sala lúgubre e mal-iluminada em que se viam estátuas e figuras escarnecedoras. No fundo, bloqueando a passagem de saída, havia um esqueleto, também, na penumbra. Era-lhe mostrada a passagem, onde só se poderia passar de rastros, quando exclamavam: “a porta, ainda, não foi encerrada, pode voltar, será sua última oportunidade de retorno”. Diante da perseverança, era-lhe fornecida uma pequena lamparina acesa; mal iniciava a deslizar pelo

estreito corredor, ouvia-se de forma grave, vindo do fundo, por sete vezes: “Aqui perecem os loucos a quem apetecem as ciências e o poder”. Avançando, via o corredor, aos poucos, ir-se alargando, porém aumentando o declive, que terminava num tipo de funil e dava num buraco, onde havia uma escada de ferro, na qual o neófito, apreensivo, se agarrava. Descia os degraus e, chegando ao último, olhava para baixo, ficando terrificado face ao horroroso precipício, cujo fundo a lamparina não conseguia, de forma alguma, vislumbrar.

Angustiado, percebia, à sua esquerda, a existência duma pequena fenda que se abre e leva a uma escadaria na rocha, ascendente e em espiral. Apressava-se a subir acercando-se de uma grade de bronze; esta dava para uma larga galeria, sustentada por enormes cariátides, formas humanas esculpidas na rocha, onze de cada lado, e iluminadas por lâmpadas de cristal.

Explicava-lhe, então, o significado dos 22 símbolos, 22 primeiros mistérios, e do alfabeto da ciência oculta, princípios absolutos, chaves universais, que, aplicados pela vontade, transformam-se em sabedoria e poder. Cada letra tinha sua correspondência numérica, formando um valor triplo, devido à significação nos mundos Divino, Intelectual e Físico.

O neófito já sentia alguma transformação no seu íntimo, decorrente dos acontecimentos: as estátuas e seu simbolismo, letras e números, as explicações do mestre caso por caso e o sentido dos Arcanos, ou seja, dos mistérios ocultos de Ísis Urânia, do Carro de Osíris, da Torre Derrubada à Estrela Flamejante e, por fim, à Coroa dos Magos. Esta, simbolizando a vontade de união com o G∴A∴D∴U∴, para a manifestação da Verdade e realização da justiça; da participação do Poder Divino sobre os seres e coisas, recompensa eterna dos Espíritos Libertos.

Passados esses momentos de relativa quietude, o assistente abria uma porta, com acesso a uma sala abobadada, estreita e longa, em cujo fundo crepitava uma fornalha, para onde o neófito era levado, e exclamava: “Mas isso é a morte!” Recebia do Mago a resposta: a morte só apavora a quem não está preparado... Eu, outrora, atravessei essas labaredas tal como um campo de rosas”. Uma grade atrás se fechou impedindo o retorno, e, acercando-se do fogo, o neófito percebe uma vereda aberta no meio das chamas, pela qual, rapidamente, passou.

Terminando a prova do fogo, logo após apercebeu-se da água, no caso, negra e morta, pela qual passou, sendo, em seguida, conduzido pelos dois assistentes a uma gruta escura, onde se divisava um leito tênuamente iluminado por uma lamparina de bronze, suspensa do teto em abóboda. Enxugaram-no, friccionaram-lhe o corpo

com essências raras e revestiram-no de linho fino. Ao deixarem-no só, recomendaram: “repouse e aguarde o Hierofante”. Relaxou, e todos os acontecimentos foram passados pela sua mente, porém um fato, repetidamente, teimava a surgir. Era o Arcano X, representado por uma roda, suspensa no próprio eixo entre duas colunas. De um lado, subia Hermanúbis, altivo gênio do bem, do outro, Tífon, gênio do mal, de cabeça baixa, precipitando-se no abismo. Entre os dois, em cima da roda, uma esfinge segurava uma espada com as garras; do fundo da gruta, vinham sons metálicos, depois, musicais de flauta e harpa, sensações de carícias, suspiros femininos arfantes e a aproximação de sedutora mulher que usava todos os seus atributos para enredar o neófito.

Luta árdua se passou nas entranhas do postulante, entre ser escravo dos próprios sentidos, representando a derrota, a morte, ao aceitar a taça dos prazeres que lhe era oferecida. Firme, recusou até o final, quando viu acercarem-se os doze neócoros e conduziram-no triunfalmente ao santuário de Ísis, onde os Magos, vestidos de branco e postados em círculo, o esperavam em assembleia plenária. No fundo do Templo, magnificamente iluminado,

erguia-se a estátua de Ísis em metal fundido, com uma rosa de ouro no colo, uma espécie de coroa na cabeça, formada por sete raios, e seu filho Hórus nos braços.

Diante da Deusa Ísis, o Hierofante, vestido de púrpura, aguardava o neófito. Convidou-o a prestar juramento de silêncio e submissão, sob as mais terríveis ameaças, caso viesse a se tornar perjuro. Após, em nome de todos, saudou-o, recebendo-o como Irmão e Futuro Iniciado. Este, Junto aos Mestres, rejubilava-se, sentia uma transformação interior, penetrara pela primeira vez no campo da Verdade Maior. ?

*Matéria enviada pelo Irmão Milo Bazaga. Desconheço a autoria.

a b Paixão Transformada em ComendaPaixão Transformada em Comenda

“Honny soit quit mal y pense”Elmo Machado de Azevedo

Ordem da Jarreteira é a mais alta e a mais antiga comenda britânica, instituída pelo rei inglês Eduardo III,

em 1348. Ao criar a Ordem, composta pela pessoa do rei e por 25 cavaleiros, Eduardo III quis premiar e reconhecer os que se destacavam pela lealdade à Coroa e pelo mérito militar. Os primeiros, a serem condecorados pelo rei com a Ordem da Jarreteira, além do seu próprio filho, o Príncipe de Gales (também, conhecido na história pela alcunha de Príncipe Negro, devido à cor da sua armadura de batalha e ao seu valor militar), foram os cavaleiros que serviram nas

A campanhas inglesas em território francês, especialmente, durante a famosa Batalha de Crécy, campanhas, que iniciaram o conflito medieval entre Inglaterra e França, conhecidos, mais tarde, como a Guerra dos Cem Anos, motivadas pela reivindicação de Eduardo ao trono da França. Todos os primeiros cavaleiros agraciados tinham idades que variavam de 17 a pouco mais de 30 anos.

Conta a História sobre a origem romântica da Ordem, uma jarreteira (ou liga) azul. O rei Eduardo III, coroado aos 14 anos, era filho de uma princesa francesa de nome Isabelle, mais tarde, rainha da Inglaterra, com o rei inglês Eduardo II.

Casou-se muito cedo, também, aos 14 anos, com seu primeiro amor, a belga Phillippa de Hainault, a quem era muito devotado e com quem teve 13 filhos. Mas, após anos de fidelidade no casamento, e já com uma esposa não muito atraente devido aos inúmeros partos, Eduardo III se apaixona por uma bela mulher casada, Joan, então, condessa de

Salisbury. Apesar de tentar, várias vezes, iniciar um romance com ela, que já estava no segundo casamento, o rei via-se frustrado em todas as suas tentativas, contudo continuava obstinadamente apaixonado pela dama.

Então, durante um banquete festivo em Calais, onde os ingleses celebravam sua conquista sobre a cidade francesa, o rei Eduardo III pede que a condessa o acompanhe numa dança. A contragosto, Joan aceita o pedido irrecusável do rei, e começam a dançar na frente de toda a Corte e da rainha Phillippa, que estava presente. No meio da dança, uma das ligas, que seguravam as meias de Joan, desata-se e cai ao chão. Imediatamente, e para espanto de todos, o rei recolhe a liga azul do chão e a amarra abaixo do seu joelho esquerdo. Ante os murmúrios baixos de damas e cavaleiros presentes, Eduardo III percebeu o ocorrido e, gentilmente, em voz alta, em francês, declarou: “Honny soit quit mal y pense” (maldito seja quem pensar mal).

“A comenda da Ordem da Jarreteira é formada atualmente (durante séculos foram feitas modificações no “design” inicial) por uma fita de veludo azul-escuro, decorada com diamantes em lapidação brilhante (onde se pode ler o lema da Ordem) e por um broche em forma de estrela, feito em ouro, que deve ser usado no lado esquerdo do peito, e decorado com diamantes, rubis e esmalte azul.”

A partir desse momento, o rei Eduardo III criou a Ordem da Jarreteira; o número de agraciados é pequeno, 26; a Comenda é presa na altura do joelho esquerdo dos seus membros.

A importância da Ordem cresceu nos séculos

seguintes. o Ritual Emulation (Rito de York) confere-lhe relevância em determinado momento, com as seguintes palavras: “Ela é mais antiga que o Tosão de Ouro ou a Águia Romana, mais honrosa que a Ordem da Jarreteira ou qualquer outra Ordem existente...”.

O rei não conseguiu o coração de Joan, mas seu filho, o Príncipe Negro, sim. Mulher de beleza notável, Joan era dona de uma história afetiva conturbada. Seu primeiro casamento com o nobre Thomas Holland, realizado secretamente, foi considerado nulo por sua própria família e pelo rei na ausência de Holland, que viajara para a Prússia em busca de honras militares. Após a anulação, Joan é obrigada a se casar com William Montague, futuro conde de Salisbury e um dos amigos mais próximos do rei. Mas seu primeiro marido, ao voltar da Prússia, pede a anulação desse segundo casamento ao Papa, e Joan apóia tal gesto, sendo, por isso, encarcerada num castelo pelo segundo marido, que só a liberta ao receber uma ordem papal. Thomas Holland, agora, duque de Kent, e Joan voltam, então, a serem casados. Com a morte do duque e já com a fama de maior dama da Cavalaria medieval, devido ao episódio da liga azul, Joan se casa com o Príncipe Negro, apaixonado por ela desde muitos anos e, também, envolto, devido às suas ações em batalha, em uma aura de herói da cavalaria. Joan torna-se, mais tarde, com a morte do príncipe de Gales – que morre antes de seu pai, o rei Eduardo III – mãe do rei Ricardo II.

Segundo a tradição, cada cavaleiro tem um lugar na capela de São Jorge, no castelo de Windsor, sobre o qual é colocado pendão (banner), elmo, timbre, espada e respectivo brasão de armas. À morte dos cavaleiros, o elmo e o pendão são removidos, mas permanece a placa com as armas. Entre os cavaleiros da Ordem, incluem-se antigos primeiros-ministros, chefes das Forças Armadas, reitores das Universidades, diplomatas e exploradores.

Em 1522, Henrique VIII reformou os estatutos e codificou o uso do colar, instituído por seu pai Henrique VII. O Colar tem pendente São Jorge esmagando o dragão.

Recentemente, foi divulgado, na Folha On-line (23/04/2005), que o ex-primeiro-ministro britânico John Major recebeu o título de cavaleiro, sendo integrado à Ordem da Jarreteira, criada no século XIV pelo rei Eduardo III, escolhido pela rainha da Inglaterra Elisabeth II. ?

a b

II Encontro Maçônico Sul-MineiroII Encontro Maçônico Sul-MineiroAs Influências na Maçonaria

Francisco Feitosa cidade de Alfenas, nos dias 29 e 30 de maio, transformar-se-á em um grande palco para a realização do II Encontro Maçônico Sul-Mineiro,

evento cultural, que, assim como o anterior, vem alimentado as expectativas dos Irmãos do estado de MG, devido à envergadura de sua organização e à presença de renomados Irmãos palestrantes, abrilhantando e contribuindo com a cultura maçônica, com brilhantes enfoques sobre as influências que a Maçonaria sofreu, ao longo de sua próspera história de glórias e realizações, por meio de diversas Ordens.

A

A Comissão Organizadora, sob o comando do Presidente do Evento, o ilustre Irmão Hudson Almeida, M∴M∴da A∴R∴L∴S∴ Fraternidade Cleuton Cândido Landre nº 298, do Oriente de Alfenas, MG, jurisdicionada à G∴L∴M∴M∴G∴, não tem medido esforços para que o Encontro seja, mais uma vez, um grande sucesso.

O tema do Encontro, “As Influências na Maçonaria”, foi, sabiamente, escolhido para que os presentes possam viajar pela história maçônica e vislumbrar a origem de vários ritos e de certos procedimentos ritualísticos, podendo, com isso, melhor entender a Maçonaria praticada nos dias de hoje.

Aberto a todos os Graus, o evento, de fato, promete. Além da série de palestras, estará acontecendo, paralelamente, uma programação social, com Gincana Cultural e Esportiva, envolvendo Irmãos, Cunhadas, Sobrinhos e Sobrinhas. As Ordens DeMolay e a das Filhas de Jó, também, participarão, assim como nossas Cunhadas, que, terão uma programação especial, envolvendo palestras e atividades sociais.

Caberá aos seguintes Irmãos Palestrantes falar sobre as influências: Sérgio Quirino, 33º, de Belo Horizonte, MG –

“Persa e Egípcia”; José Airton de Carvalho, 33º, Belo Horizonte-MG – “Judaica”; Darly Halfed Alves - 33º, de Juiz de Fora-MG – “Greco-Romana”; João Geraldo de Freitas Camanho, 33º, São Lourenço-MG – “Templária”; Francisco Feitosa da Fonseca, 33º, São Lourenço-MG – “Rosa-Cruz”; Vagner Roberto Alves de Souza, São Paulo-SP – “Religiosa”; Denizart Silveira de Oliveira Filho, 33º - Rio de Janeiro-RJ – “Inglesa”; Benecdito Caturelli, Ribeirão Preto-SP – “Francesa”; Renato Gabriel, Juiz de Fora-MG – “Americana”. E, ainda, as palestras sobre o “R∴E∴A∴A∴ no Brasil”, e sobre “A Importância da Mulher na Maçonaria”, proferidas, respectivamente, pelos Irmãos Fuad Haddad, de Alfenas-MG e Vagner Roberto Alves de Souza, de São Paulo-SP.

O II Encontro Maçônico Sul-Mineiro tem o apoio cultural da Revista Arte Real, que, comprometida em tratar a cultura maçônica com a seriedade que merece, lançará uma edição especial cobrindo o evento. A edição publicará, além da cobertura, os textos das palestras proferidas. Será uma edição bilíngue, português/inglês, aproveitando a enorme abrangência da distribuição da Revista Arte Real, que, atualmente, está sendo enviada para 15.000 leitores de todo o Brasil e de vários outros países.

Maiores informações poderão ser obtidas através dos contatos do Irmão Edvaldo Cardoso: telefones – residência (35) 3291-1466 / comercial (35) 3292-3706 / celulares (35) 9974-2002 e (16) 8152- 9369 e pelo e-mail [email protected]

Encontrar-nos-emos em Alfenas! ?

a b

I Simpósio MaçônicoI Simpósio MaçônicoA Maçonaria, Ontem, Hoje, Amanhã

Francisco Feitosa Academia Niteroiense Maçônica de Letras, História, Ciências e Artes realizará, no próximo dia 29 de maio, das 14h às 19h, no Clube de

Advogados do Brasil, localizado na Avenida Amaral Peixoto, 507, 5º andar, Centro, Niterói-RJ, o I Seminário Maçônico, cujo o tema será: “A Maçonaria, Ontem, Hoje, Amanhã”.

A

A Academia Niteroiense é composta por renomados escritores maçônicos, que ocupam a titularidade de suas vinte e uma Cadeiras, comprometidos com a exaltação da cultura maçônica. Temos a grande honra de pertencer às fileiras dessa egrégia Casa dedicada à Cultura.

Na oportunidade, serão expostos alguns painéis defendidos pelos seguintes acadêmicos: “A Maçonaria

Operativa e Especulativa”, por Ítalo Barroso Aslan – Grão-Mestre Adjunto do GOIRJ; “A Maçonaria no Brasil” por Francisco Paulino Campelo – Grande Orador da GLMERJ; “Maçonaria Hoje no Brasil e no Mundo”, por Elmo Machado Azevedo; “A Maçonaria Amanhã e Perspectivas Para o Futuro”, por Ubirajara de Souza Filho – membro da Grande Comissão Permanente de Liturgia da GLMERJ.

A Comissão Organizadora solicita aos interessados a participarem desse memorável Simpósio, que confirmem suas presenças até o dia 20 de maio, próximo, pelos telefones: (21) 9875-6565 / 9834-9956 / 8316-7468. ?

a b

A Chegada da Era de Aquarius*A Chegada da Era de Aquarius*

erá que somos realmente conscientes de que vivemos um momento mágico, aguardado por nossos ancestrais, que só se repetirá daqui a mil

anos? Afinal, adentramos o século XXI, ao mesmo tempo em que entramos num novo milênio, objeto do sonho de várias gerações. Mas o que, realmente, temos diante de nós, o que nos trará o sec. XXI, quais as maravilhas e os horrores que ele nos reserva? Será que nele veremos a realização de nossas maiores aspirações, ou a materialização dos nossos piores pesadelos? Enfim, o que podemos aguardar dessa Nova Era que temos diante de nós? Esse é o momento, o futuro chegou! Mas será que nós, pessoas comuns, podemos fazer mais do que continuar a sonhar, ou nos angustiarmos? Será que podemos agir? Agir, tomar parte nos acontecimentos que nos cercam e, dessa forma, participar da "Criação do Futuro", do futuro que queremos para nós e para as futuras gerações?

S

Porém, só seremos capazes de participar conscientemente dessa obra de criação, se abandonarmos nossas fantasias e acordarmos de nossas visões e pesadelos. E, uma vez despertos, passarmos a agir reflexivamente, não mais vivendo, apenas, de maneira instintiva e reativa. Somente seremos capazes de perceber que estamos vivendo um período de transição, quando cruzarmos, corajosamente, a ponte entre o velho e o novo, nos conscientizando de que assistimos ao fim de uma era e ao início de um novo ciclo.

Hoje, como no final da civilização Greco-Romana, assistimos ao fim da civilização Judaico-Cristã, ao fim da era de “Piscis” e ao início da Era de “Aquarius”, onde presenciamos o nascimento de uma nova civilização mundial, como reflexo de um estado de consciência planetário. Esse novo ciclo, no qual a humanidade penetra, nos põe diante de um mundo integrado, interdependente. Um novo mundo, como nunca se viu antes, com uma nova sociedade, com sua própria civilização.

Porém, uma nova civilização não se improvisa; ela é fruto do esforço e do gênio humano. Mas, para que tal civilização planetária possa vir à luz, teremos que

abandonar antigos dogmas, tabus, conceitos e valores arraigados, introduzidos em nossas mentes como verdades sagradas, quando tínhamos pouco discernimento, durante nossa infância. Nesse período de nossas vidas, algumas supostas verdades absolutas nos foram sendo passadas, num processo de adestramento dissimulado como sistema educacional, que acabou fazendo de nós seguidores de opinião, e não formadores de opinião.

Assim como a cobra deixa suas velhas cascas para poder crescer, a humanidade, também, deverá, inquestionavelmente, abandonar certos conceitos limitados, para poder expandir-se sob a influência vigorosa do signo do ar. Porém, para que sejamos capazes de abandonar os modelos atávicos incrustados em nós, após várias encarnações nos séculos que fizeram parte do ciclo de

“Piscis”, é necessário entendermos, pelo menos, algumas das características da civilização que deixamos para trás.

As irradiações da constelação de “Piscis”, que estão diminuindo suas vibrações sobre a Terra, influenciaram a humanidade na criação de sociedades onde predominaram características tais como: autovalorização, preconceito, egocentrismo, hiperatividade, tribalismo, geolatria, fanatismo, sectarismo, belicismo, etnocentrismo, repressão sexual, uso de drogas, dentre elas, o álcool. E, também, por ideologias partidaristas e por grandes religiões

institucionalizadas. Porém, as poderosas irradiações da constelação de “Aquarius", que já estão vibrando sobre o planeta, promovem a mudança do estado de consciência dos humanos seres. O que se reflete na destruição e no abandono de todas as instituições, religiosas ou seculares, relacionadas ao antigo ciclo, que em seu conjunto, são os restos kármicos de um ciclo moribundo, que agoniza com guerras, fome, doenças, morte e cataclismos.

O Universo evolui, pulsando através de movimentos cíclicos, que os antigos alquimistas chamavam de "Construens et Destruens". Assim, a civilização Aquariana, que nasce, afirma-se cada vez mais sobre os escombros da civilização judaico-cristã. E, arrastado pela estagnação e falência de seus valores, o ciclo de “Piscis” agoniza no caos que presenciamos em torno de nós.

Como o estado de consciência da humanidade continua evoluindo, faz-se necessário, de tempos em tempos, uma nova revelação adequada à nova capacidade de entendimento da mesma. Assim sendo, a "religião" (religare) aquariana será essa nova revelação de valores arquetipais da humanidade, sistematizados através das eras, o que os iniciados chamam de Doutrina Secreta, ou Sabedoria Iniciática das idades. Mas tal revelação, se comparada aos padrões religiosos vigentes na era de “Piscis”, será algo como uma "antirreligião", pois, apesar de ser essencialmente a mesma, essa nova revelação será apresentada através de novos símbolos e conceitos. Eles comporão o conjunto de valores fundamentais da civilização nascente e estarão, de uma forma ou de outra, sempre associados às esfingéticas perguntas, "Donde vim, o que sou e para onde vou? Enfim, qual o sentido da vida?".

No ciclo de “Piscis”, algumas das respostas dadas a essas perguntas apresentaram-se através de modelos religiosos e filosóficos, compatíveis com o nível de consciência das pessoas que habitaram o mundo nesse período. Mas, não serão as mesmas respostas nem os mesmos modelos, que satisfarão uma humanidade mais amadurecida; as respostas, assim como a maneira de buscá-las, serão diferentes. Independente disso, o homem não poderá prescindir de suas necessidades espirituais.

Porém, num mundo, onde haja democracia, onde as pessoas sejam instruídas, com acesso às informações, com suas necessidades essenciais garantidas, religiões piscianas, baseadas na ignorância, em milagres, em mistérios inexplicáveis e no medo, não encontrarão mais seu lugar, pois não serão capazes de satisfazer a sede de saber da humanidade nascente.

Porém, sabemos que, ainda, haverá restos kármicos, cascões dos antigos sistemas religiosos, e existirão, certamente, saudosistas que, por medo, continuarão repisando velhos dogmas e tabus.

Independente disso, hoje, já não nos dirigimos

mais, como fizeram nossos ancestrais no passado, há dois mil anos, a agricultores e pescadores, a selvagens das savanas, ou, mesmo, a nômades do deserto. Dirigimo-nos a homens e mulheres que integram uma civilização global, interconectada dia e noite.

Mesmo assim, muitos ficarão para trás, por pieguismo psíquico e por medo do novo... Por isso mesmo, não nos dirigimos ao velho mundo e aos que se identificam com seus valores, mas à humanidade nascente. No nosso entendimento, esse é o modelo do “religare” aquariano.

Mesmo porque, não só mais para o corpo, para a alma, ou para o que é transcendente no homem, deve dirigir-se tal sistema, mas ao conjunto todo, ao Homem em sua totalidade.

O Homem (“man” ou “manas”) possui necessidades fisiológicas, psicológicas e, também, espirituais. Assim como nosso corpo precisa de alimento, nossa psique, também, necessita de integração, de relacionamento social, de pesquisas e realizações. Outrossim, possuímos necessidades espirituais, relacionadas ao desenvolvimento dos nossos princípios mais sutis, representados pela capacidade de abstração e intuição.

Através dos ciclos e das eras, o alimento espiritual "desceu dos céus", ou dos planos mais sutis. Entre os povos semítico-atlantes, dentre eles, os hebreus bíblicos, cujo ápice evolutivo era o desenvolvimento do quarto princípio humano, que chamamos de “Manas” ou Veículo Mental-Concreto, esse alimento espiritual, foi chamado de maná.

Porém, a atual humanidade, dotada de Mental-Concreto, já integra, nas espirilas de seus átomos primordiais, a capacidade de captar e interagir com as vibrações mais sutis do Plano Mental e do Plano Intuitivo. Integrando, assim, na sua constituição, o quinto e o sexto princípios da constituição oculta do homem, conhecidos como Manas-Arrupa (Mental-Abstrato) e Budhi (Veículo Intuitivo). Consequentemente, o alimento espiritual, de que essa mesma humanidade necessita, é de natureza mais sutil. ?

*Matéria postada no site www.papiros.bravehost.coma b

O Rito Eclético LusitanoO Rito Eclético LusitanoFrancisco Feitosa

egundo Joaquim Gervásio, o Rito Eclético foi criado na Alemanha, em 1783, por maçons ilustrados e independentes, para eliminar as perturbações

oriundas do Sistema Jesuítico-Templário da Estrita Observância, outorgando às Lojas absoluta liberdade para estudar todos os ritos maçônicos e escolher e professar o que melhor lhe conviesse. Com essa base, o rito, apenas, conservava a unidade dos três Graus Primitivos do Simbolismo. Vivas controvérsias suscitou o estabelecimento das Lojas Ecléticas. No começo, foi pouco o êxito obtido, mas acabou logrando o fim proposto pelos seus promotores, pois contribuiu para escoimar a Maçonaria de muitos enxertos arbitrários.

S

Em Portugal, surge com elementos comuns, sintetizados do Rito Francês e do Rito Escocês Antigo e Aceito, baseados nos valores simbólicos do Cristianismo hermético e no liberalismo social – representado na cruel execução do General Gomes Freire de Andrade, Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano, em 1817.

Em 1843, ante a divisão da Maçonaria Portuguesa, Miguel Antônio Dias concebeu o audacioso projeto da sua reforma total, "reduzindo todos os ritos e todos os Orientes a um só rito e a um só Oriente". Criou, assim, o Rito Eclético Lusitano, ou, simplesmente, o Rito Lusitano, articulando em três classes e sete graus: 1ª classe - Maçonaria Primária e Simbólica, com os graus 1º (Aprendiz Consagrado), 2º (Companheiro) e 3º (Mestre), cujas alegorias eram, respectivamente, Deus, Trabalho, e Gênio; 2ª classe - Maçonaria Mística e Templária, com os graus 4º (Cavaleiro Rosa-Cruz) e 5º (Cavaleiros Kadosch) e alegorias ligadas à Igualdade, e à Fraternidade; 3ª classe - Maçonaria Lusitana, com os graus 6º (Eleito Português) e 7º (Grande Eleito Português) e as alegorias da Liberdade e da União.

As bases, sobre as quais assentava o novo rito, eram: quanto aos Graus Simbólicos, "A Teogonia, Artes e Ciências dos Povos Primitivos": quanto aos Graus Místicos, "A Doutrina e História do Cristianismo" (Grau 4º) e "A Doutrina e História Dos Cavaleiros Templários" (Grau 5º); quanto aos Graus Lusitanos, "O Processo de Gomes Freire de Andrade" (Grau 6º) e o "Sinédrio de Manuel Fernandes Tomás" (Grau 7º).

Assim, o Rito Lusitano, sem inovações no que respeitava aos Graus Simbólicos, fundia os Ritos Francês e Escocês nos Graus 4º e 5º, equiparando o primeiro ao Grau de Rosa-Cruz e o segundo ao de Cavaleiros Kadosch, e

criando dois superiores, especificamente, portugueses, o 6º e o 7º. Os Graus 4º, 5º e 6º seriam atribuídos por uma Comissão Mística ou de Ritos, composta pelo Grão-Mestre e por seis representantes das Lojas. A atribuição do grau 7º caberia, apenas, ao Grão-Mestre ou a um Delegado seu.

Para além da sua curiosidade nacionalista, esse rito não tinha quaisquer condições de se impor, nem em nível nacional, nem, muito menos, em nível internacional. Não admira, pois, que tenha desaparecido sem deixar rasto, poucos anos após a sua efêmera vigência em algumas Lojas, devido à vontade de um maçom prestigiado.

De 1820 a 1869, praticaram-se, na Maçonaria portuguesa, seis ritos diferentes: o Rito Francês, o Rito Simbólico Regular, o Rito Escocês Antigo e Aceito, o Rito de Heredom, o Rito Eclético Lusitano e o Rito de Adoção. Diga-se, desde já, que o primeiro e o terceiro predominaram, à grande distância, sobre os quatro outros.

A Constituição Maçônica de 1806 adotara o Rito Francês como oficial e único no seio do Grande Oriente Lusitano. Enquanto, nessa Obediência, esgotaram-se os trabalhos maçônicos portugueses, o Rito Francês manteve a sua exclusividade. E, mesmo depois, quando já os maçons portugueses se achavam divididos em facções numerosas, o Rito Francês continuou a prevalecer.

Miguel Antônio Dias redigiu as "Bases Gerais", em seis capítulos e 34 artigos, que publicou na sua “Architectura Mystica do Rito Francez ou Moderno” (1843), e, depois, novamente (1853), nos Annaes e Código dos Pedreiros Livres, em Portugal, agora, como lei orgânica e regulamento apensos.

Nesse mesmo ano, ele conseguiu controlar uma série de Oficinas, levando-as a aceitar o novo rito e a sua presidência de um governo provisório coordenador. Para elas, instalou-se, formalmente, o Grande Oriente da Maçonaria Eclética Lusitana, com cinco Lojas, sendo três em Lisboa (Regeneração 20 de Abril, Firmeza, e Fraternidade), uma em Setúbal (Firmeza) e uma em Torres Novas (Torre Queimada).

A nova Obediência conseguiu, ainda, elaborar a sua Constituição, em 28 de Setembro de 1860, mas não parece ter durado muito para além dessa data. Algumas das Oficinas abateram colunas, e outras se integraram no Grande Oriente de Portugal e na Confederação Maçônica Portuguesa, não sabemos se mantendo o Rito Eclético Lusitano, se voltando ao Rito Francês, o que seria o mais provável. ?

* Trabalho de compilação extraído de vários sites maçônicoa b

Justiça e MaçonariaJustiça e MaçonariaRaimundo Rodrigues

símbolo da Justiça é uma balança, portada por uma mulher de olhos vendados. A balança tem dois pratos em perfeito equilíbrio. Esse

nivelamento dos pratos indica-nos, com clareza, que a justiça é uma relação de causa e efeito. O desequilíbrio dos pratos só ocorre quando alguém, dominado pela ignorância, pelo ódio ou pela ambição, pratica ações que ferem princípios da verdade ou da ética.

O

A mulher de olhos vendados exprime uma simbologia perfeita, pois indica que a justiça é cega e deve ser aplicada com correção: “a Deus o que é de Deus e a César o que é de César”. Aí está – o “cuique suum” dos romanos (a cada um o que é seu).

Para que se possa ter uma ideia exata do que seja justiça, nada melhor que nos aprofundarmos nos ensinamentos de Aristóteles.

Ao apontar as virtudes éticas – sinceridade, amabilidade, brandura, pudor, urbanidade – Aristóteles se refere à justiça nesses termos: “Mas incomparavelmente mais importante é a justiça, cujo significado primário e mais geral é de obediência às leis; e, pois, que as leis ordenam o bem da comunidade civil e as virtudes que tal bem promove, e proíbem as más ações; assim, no seu mais amplo sentido, pode-se dizer que a justiça abarca todas as virtudes e que ela é a virtude ótima e perfeita: perfeita porque, quem a possui, pode usá-la não só nas coisas próprias, senão também com respeito aos outros todos.”

Sempre que se levanta a questão que envolva a justiça, encontramo-nos diante de um duplo aspecto: mistério e problema. Mistério, porque a justiça envolve uma série de sutilezas, pendendo o sentido da coisa em si ou da realidade exata. Problema, porque se há de preservar a verdade, aplicando-se ou não a justiça.

Não podemos deixar de lado o mistério, uma vez que a aplicação da justiça, em grande parte das vezes, traz consequências nem sempre de acordo com os princípios que devem reger a aplicabilidade dessa virtude.

Por ventura, perguntamos nós, a má aplicação da justiça por aqueles que têm obrigação de bem aplicá-la,

não é, também, um mistério?Normalmente, quando se estuda um termo na busca

de maior entendimento de sua significação, podemos esbarrar com dificuldades para alcançar o seu verdadeiro sentido semântico.

Nesse sentido, as palavras, que causam maiores dificuldades, não nos permitindo fazer uma definição clara e objetiva, são os abstratos. A maioria é realmente indefinível. Não somos nós que o afirmamos.

Se buscarmos a opinião de Kant na “Crítica da Razão Pura”, encontraremos o seguinte:

“Como indica a própria palavra, definir só deve, propriamente, significar tudo quanto apresentar originariamente, dentro de seus limites, o conceito minucioso de uma coisa; segundo tal exigência, um conceito empírico de

modo algum pode ser definido, mas, unicamente, explicitado”.

O certo é que a palavra justiça engloba algo de tão extraordinária contextura, que, a nosso ver, não admite definição. A ideia

de justiça, por mais que queiramos, não se apresenta com clareza à nossa

inteligência. Talvez, por causa

dessa dificuldade, já entre os filósofos da Hélade, a palavra

justiça merecia uma atenção toda especial. O primeiro filósofo que

procurou engrandecer não só o sentido da palavra justiça, como

também da própria justiça em si, foi Sócrates. Haja vista que uma das características

essenciais de sua pregação filosófica era não admitir que as leis fossem desobedecidas. E provou que não

falava por falar, pois, quando foi injustamente condenado à morte e lhe ofereceram uma oportunidade para fugir de Atenas, negou-se a fazê-lo, afirmando que, se assim o fizesse, estaria desmentindo tudo o que pregara na vida.

Platão, na sua “Teoria das Ideias”, chegou a vaticinar que a justiça só se realizaria de maneira completa, quando a humanidade tivesse alcançado aquele estágio consubstanciado na ideia do “Bem”.

O certo é que justiça é algo imaterial, portanto não comporta partes, não comporta divisões. Ela se reduz a si mesma, mas é movida no que diz respeito aos meios, à medida que é aplicada.

Entremos agora em nosso ambiente maçônico, onde se poderia supor que a justiça fosse de caráter permanente. Contudo, muitas e muitas vezes, isso não ocorre.

Nada existe que se possa comparar à justiça, daí, podermos concluir que nada existe pior que a injustiça.

A Maçonaria quer que seus afiliados cresçam em virtude e em sabedoria. Portanto, o maçom que não busca sua melhoria, deixando de desbastar a “pedra bruta”, jogando fora os defeitos e aprimorando as virtudes que traz consigo, está cometendo uma tremenda injustiça contra si próprio. Aquele que não estuda, que é infrequente aos trabalhos de sua Oficina, também, é injusto consigo mesmo, uma vez que não desfrutará dos benefícios que o estudo e a participação lhe proporcionariam, e, sobretudo, porque não está cumprindo o que, de livre e espontânea vontade, prometeu quando de sua iniciação .

A Loja é injusta, queiramos ou não, quando proporciona “aumento de salário” a Aprendizes ou

Companheiros sem que eles mereçam. É direito deles receber instruções claras e bem ministradas, a fim de que possam crescer cultural e espiritualmente.

A triste verdade é que a injustiça campeia nos meios maçônicos. Irmãos que nada fazem e só sabem criticar o que os outros fazem, estão sendo duplamente injustos tanto com seus Irmãos, como com a Maçonaria Universal.

Ao invés de querer conceituar a justiça, o melhor que faríamos seria buscar os meios e os modos de praticá-la sempre, não só com os outros, mas também com nós mesmos.

A Maçonaria tem os olhos voltados de maneira constante para a problemática da justiça. Principalmente, porque, entre os problemas que afligem a humanidade, o pior de todos, a guerra, espalha a injustiça, estraçalha os direitos comezinhos do homem. Que nos respondam os criminosos responsáveis por milhares e milhares de mortes em Hiroshima e Nagasaki e, ainda, nos dias em que estamos vivendo, na Palestina, no Iraque e várias outras regiões do mundo. ?

a b De Pé e à OrdemDe Pé e à Ordem

Osvaldo Pereira Rocha* Maçonaria é uma Instituição admirável, pelos seus princípios, pela sua história e pela sua razão de ser. Dentre os princípios, que lhe asseguram a

existência, destacam-se como fundamentais o culto permanente à virtude e o combate sem trégua a toda sorte de vícios.

A

Do ponto de vista de sua história, pode-se afirmar que nenhuma nação do planeta se pode jactar de não lhe dever a consolidação de suas conquistas, sobretudo no que respeita à defesa de seus direitos fundamentais, sobremaneira a liberdade.

A luta permanente em defesa da fraternidade universal, o combate sem trégua a todas as ideologias e ações, que atentem contra a dignidade do homem, e a ética nas relações de convivência, dentre outras, justificam, cabalmente, sua razão de ser.

É dever fundamental de todos aqueles que, por meio da Iniciação, penetram, ainda que superficialmente, nos mistérios da Maçonaria, conhecer e interpretar seus símbolos e alegorias. Não se pode entender que o Maçom não saiba o significado da ritualística, que pratica, e da liturgia dos diversos atos maçônicos.

Se o Maçom não sabe o significado real de sua Iniciação e dos símbolos que ornamentam o interior de uma Loja Maçônica, jamais, poderá fazer progresso na Sublime Ordem. E o que é pior, por não saber o que está fazendo na Maçonaria, seu desinteresse e sua inércia só aumentarão e concorrerão para a fragilização da Instituição.

A Maçonaria - já se prega com frequência - não é mais aquela sociedade secreta que, pelos segredos de suas ações, despertou intrigas, inveja, perseguição dos déspotas e até a condenação da Igreja Católica Apostólica Romana.

O que, ainda, se consegue, de algum modo, preservar, a despeito das atitudes estúpidas dos

boquirrotos, que conseguiram ludibriar nossa vigilância e iniciaram na sublime Instituição, é a forma de comunicação entre os Maçons.

De igual modo, apesar da devassa da Internet, o ritual e o desenrolar das sessões, ainda, estão, de algum modo, preservados.

A Maçonaria, segundo palavras do saudoso Irmão Octacílio Schuller Sobrinho, é uma Escola de Conhecimento.

Os conhecimentos adquiridos conduzem o Maçom à senda da Perfeição, da Justiça, da Moral e dos Bons Costumes. Se praticados dentro de um Templo Interior, que denominamos de Cátedra Maçônica (em nossa interpretação, o Templo Sagrado), o Irmão eleva-se espiritualmente, em presença do Ser Onisciente e Onipotente. E isso é o que tal Templo de uma cátedra não-maçônica.

O que significa estar o Maçom “de pé e à ordem”? Qual a definição da expressão “de pé e à ordem”?

Que ao proferir tal expressão para outro Irmão, seu Grão-Mestre, Grão-Mestre Adjunto, Venerável Mestre, 1º Vigilante, 2º Vigilante, etc., ele está pronto para receber e cumprir ordens e, principalmente, cônscio de suas obrigações para com a Sublime Ordem, a Família, a Pátria e a Humanidade.

De pé e à ordem, sem embargo de melhor entendimento, para mim, significa que estamos aguardando ordem, à disposição, tanto individual quanto coletivamente. Pronto para receber e procurar cumprir as ordens emanadas de quem pode dar.

Pode, ainda, expressar um gesto de humildade, dado que a humildade é uma das muitas virtudes cultuadas pelos Maçons e pela Maçonaria.

*O autor é Grão-Mestre do Grande Oriente Autônomo do Maranhão – GOAM – escritor e acadêmico. [email protected] / http://www.osvaldopereirarocha.com.br

a b

Templo Maçônico – Visão EsotéricaTemplo Maçônico – Visão Esotérica“A Maçonaria não impõe limites à livre investigação da Verdade, e, para

garantir essa liberdade, exige de todos a maior tolerância”. Alfredo Roberto Netto

uando estudamos o Ritual do Apr∴, assim que ultrapassamos os Princípios Fundamentais que definem, em síntese, a base de toda a sua filosofia,

encontramos a descrição física e simbólica do T∴ Maçônico. Repleto de detalhes, esmiúça cada item de forma objetiva e simples, mas, apenas, no seu contexto aparentemente material.

Q

Há, no entanto, todo um Conhecimento oculto, revestido de profunda significação, que envolve cada detalhe, cada símbolo, cada paramento ou ritual praticado. Cabe, portanto, ao Apr∴, ao Comp∴ e mesmo ao M∴M∴conhecê-lo, de acordo com seu grau, para alcançar uma prática justa e perfeita, concretizando suas finalidades transcendentais.

Vamos restringir nosso estudo ao T∴ como um todo, em sua função esotérica social e sobre seus membros, não nos prendendo aos detalhes de cada símbolo.

Todos nós admitimos que, até certo ponto, um ambiente não-usual pode dar causa a diferentes sentimentos. Ao cruzarmos paisagens ou determinados edifícios, com características próprias de suas funções, aflora-nos sensações diversas, sombrias, alegres, e devocionais. Diferente é o sentimento espontâneo, que surge ao observador atento, ao cruzar um cemitério, um templo religioso, uma prisão, ou mesmo um parque florido.

Afirmarão os mais céticos que se trata, apenas, de uma associação de ideias, o que não deixa de ser uma verdade parcial. Mas, se nos detivermos na análise dos fatos, veremos que não é só isso. Um estudo sobre as forças sutis da natureza mostrar-nos-á que não somente um ser vivo irradia um complexo de influências definidas sobre tudo que o rodeia, como também o fazem as coisas inanimadas, ainda que em menor escala e de modo mais simples.

É sabido, por exemplo, que a madeira, o ferro e a pedra emitem suas irradiações próprias, porém nos ensinam os tratados esotéricos que esses elementos são capazes de absorver a influência humana e, depois,

retransmiti-la.Todos os elementos, que compõem uma estrutura

física, seja uma igreja, uma prisão, ou mesmo um T∴ Maçônico, além das próprias vibrações naturais, são capazes de absorver as vibrações de seus frequentadores e, depois, retransmiti-las. É fácil deduzir, portanto, que, ao entrarmos em uma catedral centenária, onde, por séculos, ali, homens se reuniram para realizar culto e orações, o sentimento de religiosidade e devoção será marcante e envolvente. Da mesma forma, sentimentos negativos de medo e rancor, ódio e vingança, vividos, intensamente, por aqueles que permaneceram em determinado ambiente, podem ser registrados em edifícios, utilizados por muitos anos como presídio ou similares.

Portanto, fica evidente que as vibrações de uma coletividade, intensa e repetidamente vividas, criam uma atmosfera vibratória psíquica específica, que impregna todos os elementos materiais que a circundam, e estes devolvem ao ambiente aquilo que absorveram.

Acrescem-se a esse campo energético, os símbolos, instrumentos ou objetos representativos de correntes vibratórias poderosas, que

funcionam como conectores ou geradores de pensamentos propositadamente direcionados.

A união dos pensamentos com um único objetivo, a força oculta dos símbolos e o ritual, praticado com respeito e periodicidade, criam um campo vibratório psíquico, denominado por algumas escolas espiritualistas de “aura do ambiente”. Nós, maçons, a denominamos de Egrégora.

Os maçons se reúnem para reverenciar o G∴A∴D∴U∴, trabalhar na sua reforma íntima, ou Vitriol, em uma convivência respeitosa de ajuda recíproca, ou fraternidade. Vivem, por algumas horas em um ambiente, onde cada toque de pincel no colorido de sua abóbada, cada instrumento de seus OObr∴, cada coluna ou ação é uma homenagem ao Criador. Assim, o T∴ Maçônico, em si, está impregnado por uma atmosfera de veneração e de amor, que, com certeza, verte essas qualidades sobre seus frequentadores.

A letra hebraica Iod no triângulo, o Sol e a Lua, O “Olho que tudo vê”, a régua, o compasso, enfim, todos os símbolos trazem consigo um esplendor vibratório, que não pertence totalmente ao mundo físico, pois hábeis ocultistas os transmitiram aos seus adeptos como verdadeiros “talismãs”, a inspirar a conexão com Deus. Não nos esqueçamos de que o poder, comunicado por cada objeto ou símbolo, tem sido, perpetuamente, revigorado pelo culto de sucessivas gerações de iniciados.

Nosso ritual tem um lado objetivo: atua não somente no interior de seus frequentadores, com o despertar da mente e do coração, senão, também, no exterior etéreo, cuidando que as influências elevadas e purificadoras lhes cheguem constantemente aos diferentes corpos (físico, astral e mental).

O T∴ não significa, apenas, um lugar de reunião ou de realização de um ritual, mas representa um centro de magnetismo, através do qual forças espirituais passam a se difundir pelas áreas circunvizinhas, renovando e arejando ambientes psíquicos perniciosos e danosos à coletividade. Poucos IIr∴ têm noção desse benefício que a Maçonaria oferece, ou esquecem-se do verdadeiro lado espiritual que a Ordem possui.

Por essa razão, entendemos que o T∴Maçônico e seus rituais, não devem ser utilizados com finalidades outras que não o da religiosidade e do respeito. A Maçonaria não é religião, porém, o objeto de seu culto - o Criador – deve ser

reverenciado com um sentimento de profunda religiosidade. Trabalhamos com energias cósmicas, movimentando-as em nosso favor e da coletividade, realidade, que não deve nem pode ser vivenciada com descaso e puerilidade.

Quando os IIr∴ se concentram na abertura dos trabalhos, no momento mágico da invocação ao G∴A∴D∴U∴, unem-se todos a uma força metafísica, superior, que, pelo somatório de suas forças, humanas e espirituais, transcende suas paredes e se irradia a grandes distâncias, transformando-se em um grande estímulo intuicional de renovação e melhoria a todos os seres, que recebem sua influência indistintamente.

Pela lógica da dedução, quando centenas de Templos em atividade, no mesmo horário e com os mesmos objetivos, qual não deverá ser a potência vibratória positiva e benéfica desse Egrégora, a se irradiar sobre a sociedade em que vivemos?

Cabe ao Maçom a reconstrução de uma sociedade melhor, mais fraterna e espiritualizada, mas, se buscar, apenas, a atividade intelectual, desvinculada da espiritualidade, seu esforço será estéril.

O T∴, mais do que um ponto de reunião e confraternização, representa um local sagrado, onde devemos nos reunir com reverência e respeito, porque é onde buscamos nosso colóquio íntimo com o G∴A∴D∴U∴ e onde Ele nos permite, ainda que por alguns momentos, participarmos da Obra Universal do Bem. ?

a b

A Morte a Cada DiaA Morte a Cada Dia"Somos, apenas, uma gota d'água no oceano, mas, sem nós o oceano ficaria menor."

Madre Teresa de Calcutá

Autor ignoradom um artigo muito interessante, Paulo Angelim, arquiteto, pós-graduado em Marketing, dizia, mais ou menos, o seguinte: "Nós estamos acostumados a ligar a palavra morte,

apenas, à ausência de vida, e isso é um erro. Existem outros tipos de morte, e precisamos morrer todo dia. A morte nada mais é do que uma passagem, uma transformação. Não existe planta sem a morte da semente, não existe embrião sem a morte do óvulo e do esperma, não existe borboleta sem a morte da lagarta, isso é óbvio! A morte nada mais é do que o ponto de partida para o início de algo novo. É a fronteira entre o passado e o futuro".

E

Se você quer ser um bom universitário, mate, dentro de você o secundarista aéreo que acha que, ainda, tem muito tempo pela frente. Quer ser um bom profissional? Então, mate, dentro de você, o universitário descomprometido que acha que a vida se resume a estudar só o suficiente para fazer as provas. Quer ter um bom relacionamento, então, mate, dentro de você, o jovem inseguro ou ciumento, ou o solteiro solto que pensa poder fazer planos sozinho, sem ter que dividir espaços, projetos e tempo com mais ninguém.

Enfim, todo processo de evolução exige que matemos o nosso "eu" passado, inferior. E, qual o risco de não agirmos assim? O risco está em tentarmos ser duas pessoas ao mesmo tempo, perdendo o nosso foco, comprometendo nossa produtividade e, por fim, prejudicando nosso sucesso.

Muitas pessoas não evoluem porque ficam se agarrando ao que eram, não se projetam para o que serão ou desejam ser. Elas querem a nova etapa, sem abrir mão da forma como pensavam ou como agiam. Acabam transformando-se em projetos acabados, híbridos, adultos "infantilizados".

Precisamos manter as virtudes de uma criança, que, também, são necessárias a nós, adultos, como: brincadeira, sorriso fácil, vitalidade, criatividade, etc.

Então, o que você precisa matar em si, ainda hoje, para que nasça o ser que você tanto deseja ser? Pense nisso e morra! Mas, não se esqueça de nascer melhor ainda! ?

a b

O autor é Desembargador Titular da Quarta Câmara Cível do TJRJ, Professor de Direito e Conferencista em cursos especializados em Perícias Judiciais, Presidente da Banca de Monografia na Escola de Magistratura – RJ e Membro da Academia de Letras, Ciências e Artes Ana Amélia – ALCAN-RJ.

“A Obra, como esclarece o próprio autor, está dividida em quatro partes, de forma a permitir abordagem abrangente, sistêmica, prática e detalhada sobre o tema. Por sua praticidade, clareza e objetividade, conjugadas ao seu ilustre valor didático e jurídico, a obra não poderia ser mais oportuna. Com ela o seu ilustre autor preenche uma lacuna que existia no tema enfrentado, coloca nas mãos dos operadores do Direito um valioso instrumento profissional e presta mais um relevante serviço à Justiça”. ?

Sérgio Cavalieri Filho Desembargador do TJ/RJ

Esta obra visa mostrar ao leitor, através de belas crônicas, a história pitoresca de Cosmópolis, cidade de uma vila dependente, assim como a maioria das cidades brasileiras. Ostentando futuro promissor, intensa vida econômica social e estratégica posição geográfica, essa “cidade-universal” vizinha e antigo Distrito de Campinas, SP, guarda relatos memoráveis, que recebem tons de lindo matiz, contados com a mestria de nosso querido Irmão José Honorato Fozzati.

Vale a pena conferir! ?a b

a LivroLivro bRecebemos o livro do escritor e acadêmico Raimundo Silva Pereira, MI, 33º, membro da Academia Maçônica de

Letras, Ciências, Artes do Estado do Rio de Janeiro, com o título “Compêndio de Formalidades Maçônicas para Mestres”. Recomendo como livro de cabeceira para os Mestres Maçons! O livro autografado poderá ser adquirido, diretamente, com o autor, através do e-mail [email protected] e pelo tel. (21) 9510-6641.

a SiteSite bAcessem http://livralivro.com.br e conheçam o site de troca de livros na internet. É gratuito e qualquer pessoa pode

utilizá-lo. A troca dos livros é feita, diretamente, entre os usuários, o site, apenas, controla o processo de troca.

a RádioRádio bNeste ano a Ordem DeMolay completa 30 anos de sua chegada em território brasileiro. A Revista Arte Real premiará, em

edição futura, seus leitores com uma singela homenagem sobre essa nobre Ordem e seu altruístico trabalho. Gostaríamos de indicar para aqueles que, ainda, não conhecem, a Rádio DeMolay Brasil, a Rádio Oficial do Gabinete

Nacional Brasil (SCODRFB). Acessem o site http://www.radiodemolaybrasil.com

a Arte Real – Edições AnterioresArte Real – Edições Anteriores b As edições anteriores se encontram disponíveis para download em vários sites maçônicos e, também, no site www.entreirmaos.net

a b

Blog da Revista Arte RealBlog da Revista Arte Real

Revista Maçônica Virtual Arte Real, a partir do próximo mês, chegará a sua 40ª edição ininterrupta, marca que deverá ser comemorada

com muito orgulho e alegria. São mais de três anos de dedicação e comprometimento com a cultura maçônica, levando aos nossos diletos leitores informação, conscientização, e, principalmente, tratando a cultura maçônica com a seriedade que merece!

A

Durante essa breve caminhada tivemos a adesão de mais de 1000% de leitores, chegando a marca de 15.000 leitores diretos, o que mostra que estamos no caminho certo, ao mesmo tempo, aumentando, em muito, nossas responsabilidades doravante. Portanto, não é motivo para nos acomodarmos, e sim, para continuarmos firmes com esse altruístico trabalho que, direta ou indiretamente, é feito, também, por todos os nossos leitores, colaboradores, patrocinadores e anunciantes, que viabilizam a produção de cada edição.

Para comemorar esse feito, estamos produzindo um Blog da Revista Arte Real onde, assim como em vários sites, também, disponibilizaremos a Revista para download, além de textos, e-books, palestras e material de cunho cultural. Paulatinamente, criaremos enquetes, abordando assuntos diversos para que nossos leitores possam manifestar sua opinião e votar.

Aproveitando essa excelente vitrine que se tornou nossa Revista, com distribuição para todo o Brasil e vários países, o Blog, também, oferecerá espaço para publicidade,

onde nossos leitores poderão divulgar suas empresas, produtos e serviços para o universo maçônico, a custo bastante fraternais, até porque, o objetivo principal da Revista, desde de sua criação, é cultural e não comercial.

A Revista Arte Real, também, está desenvolvendo serviços de diagramação, produção de folders, newsletters, informativos e envio de Mala Direta, não somente para os 15.000 e-mails de Irmãos Maçons, mas, também, com postagens direcionadas por regiões e segmentos profissionais. Faça contato para maiores informações!

Parabéns a todos que, comprometidos com o aspecto cultural de nossa Ordem, vem exaltando a importância do estudo e da pesquisa no seio de nossas Lojas.

As transformações que queremos ver no mundo começam com nossa auto-transformação! Pensem nisso! ?

a b

rte Real é uma Revista maçônica virtual, de publicação mensal, fundada em 24 de fevereiro de 2007, com registro na ABIM – Associação Brasileira de Imprensa Maçônica – 005-JV, que se apresenta como mais um canal de informação, integração e incentivo à cultura maçônica, sendo distribuída, diretamente, via Internet, para 14.937 e-

mails de Irmãos de todo o Brasil e, também, do exterior, além de uma vasta redistribuição em listas de discussões, sites maçônicos e listas particulares de nossos leitores. Sentimo-nos muitíssimo honrados em poder contribuir, de forma muito positiva, com a cultura maçônica, incentivando o estudo e a pesquisa no seio das Lojas e fazendo muitos Irmãos repensarem quanto à importância do momento a que chamamos de “¼ de Hora de Estudos”. Obrigado por prestigiar esse altruístico trabalho.

A

Editor Responsável, Diagramação, Editoração Gráfica e Distribuição: Francisco Feitosa da Fonseca - M∴I∴ - 33ºRevisão Ortográfica: João Geraldo de Freitas Camanho - M∴I∴ - 33º Colaboradores nesta edição: Alfredo Roberto Netto – Elmo Machado Azevedo – Fernando Pereira Costa – Milo Bazaga – Osvaldo Pereira Rocha – Raimundo Rodrigues.Empresas dos Irmãos Patrocinadores: Adalberto Domingues Advocacia - Arte Real Software – Bisotto Imóveis - CFC Objetiva Auto Escola – CONCIV – Correa de Souza Advocacia - Decisão Gestão Empresarial - Dirija Rent a Car – Gerson Muneron Advocacia - Gráfica Everesty – Honorato (livro) - Ideal Despachos Aduaneiros Ltda – López y López Advogados – Olheiros.com – Perícias & Avaliações - Pousada Mantega - Qualizan – Reinaldo Carbonieri Eventos – Reinaldo Pinto (livro) - Saneartec - Santana Pneus – Studio Allegro - Sysprodata.Contatos: MSN - [email protected] E-mail – [email protected] Skype – francisco.feitosa.da.fonseca ( (35) 3331-1288 / 8806-7175

Temos um encontro marcado na próxima edição. Tenham todos uma boa leitura! ?