um novo olhar

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UM NOVO OLHAR PARA A RELAÇÃO FISCO-CONTRIBUINTE 1 Um novo olhar para a relação Fisco-Contribuinte De acordo com o Código de Direitos, Garantias e Obrigações do Contribuinte no Estado de Goiás Alexandre Limiro

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UM NOVO OLHAR PARA A RELAO FISCO-CONTRIBUINTE 1Um novo olhar para a relaoFisco-ContribuinteDe acordo com o Cdigo de Direitos, Garantiase Obrigaes do Contribuinte no Estado de GoisAlexandre LimiroUM NOVO OLHAR PARA A RELAO FISCO-CONTRIBUINTE 2Realizao:Conselho Regional de Contabilidade de Gois - CRC-GOAssociao Comercial e de Servios de Gois - ACIEGUm novo olhar para a relao Fisco-Contribuinte: de acordo com o Cdi-godeDireitos,GarantiaseObrigaesdoContribuintenoEstadode Gois. / Goinia: Conselho Regional de Contabilidade de Gois. 2013.32 p.1. Contribuinte - Garantias. 2. Relao Fisco-Contribuinte. 3. CCont-GO- (Cdigo de Direitos, Garantias e Obrigaes no estado de Gois). I. Ttulo. L712n Limiro, Alexandre.Bibliotecria Responsvel: Ana Maria Ribeiro CRB1/2338CDU: 657.1Apoio:OAB- GoisContatos: Conselho Regional de Contabilidade de Gois - CRC-GO Rua 107 n. 151 - Setor Sul - Goinia - GO Fone/Fax: 62 3240-2211 Site: www.crcgo.org.brAssociao Comercial e de Servios de Gois - ACIEGRua 14. N50, Edif. Santino Lyra pedrosaSetor Oeste - Goinia - GOFone: 62 3237-2600Site: www.acieg.com.brAutor:Alexandre Limiro e colaborao de Mariana SalibaReviso e acompanhamento da edio: Hlia Maria Ramos DominguesDiagramao e ilustrao:Varal de Cores Esta obra uma compilao de conceitos feita a pedido do CRC-GO, fcando sua reprodu-o, cpia e comunicao ao pblico sujeitos autorizao prvia.1 edio Tiragem: 2.500 exemplaresDistribuio gratuita. PROIBIDA A VENDAUM NOVO OLHAR PARA A RELAO FISCO-CONTRIBUINTE 3ApresentaoAcriaodoCdigodeDireitos,GarantiaseObrigaesdoContribuintenoEstadode Gois,frutodeumaparceriaentreaAcieg,aOAB-GOeapresentadoemprojetodeleide autoriadodeputadoFbioSouzacertamenteumavanohistricoparaarelaoFisco/Contribuinte,norarosimbolizadapelafguraimplacveldoleopoderosoeopressorea fgura de sua vtima indefesa e desarmada o Contribuinte.EsteCdigo,aocompilardireitosedeveresjexistentesemoutrosdispositivoscomoa prpria Constituio Federal, deixa mais claros os papis de todos os envolvidos direta e indi-retamente nesta relao, elevando os entes a uma condio de paridade, fundamental para assegurar o xito da mesma.Empresrios e Profssionais da Contabilidade, certamente, sero os maiores benefciados por esta nova postura visto que o desempenho de suas atividades diuturnamente impacta-do pelas aes e decises dos fscos.Ao trazer, atravs desta obra, todos os artigos desta nova lei com comentrios e elucida-es importantes que iro pautar esta valiosa relao, a ACIEG, o CRC-GO e o autor, Alexandre Limiro, se propem, de forma pioneira, a levar ao conhecimento dos principais envolvidos as novas diretrizes para esta convivncia. Assim como a buscar o apoio dos demais integrantes da sociedade para seu efetivo cumprimento.Espera-se ainda e com muita torcida que esta relao seja vista e conduzida sob um novo olhar.Boa leitura a todos!Helenir QueirozPresidente da ACIEGHenrique Ricardo BatistaPresidente do CRC-GOUM NOVO OLHAR PARA A RELAO FISCO-CONTRIBUINTE 4Notas do autorNarelaofsco-contribuintenopodeprevalecera fora,massimasregrasde Direito. Existem direitos e garantias mnimos da parte mais fraca dessa relao o con-tribuinte - que no podem ser ignorados. Infortunadamente, tais elementos muitas vezes so desconhecidos no apenas por aqueles que sofrem exi-gncias tributrias, mas at mesmo pelas autoridades que desempenham tais funes. A Lei Complementar 104, de 9 de outubro de 2013 (Cdigo de Direitos, Garantias e Obrigaes do Contribuinte no Estado de Gois CCont-GO) no apenas consolida direitos e garantias dos contribuintes j previstos na Constituio Federal e no Cdigo Tributrio Nacional, mas ainda traz diversas outras medidas protetivas. Infortunadamente,comosepoderobservaradiante,umaquantidadesurpreen-dente de dispositivos foram vetados. Isso demonstra o quanto de tenso ainda paira na relao fsco-contribuinte e o que ainda temos de avanar. Mesmo diante de tal situao, surpreendente quantos avanos ainda restaram no texto remanescente do novo Cdigo. Estes exigem que todos lancemos um novo olhar na to conturbada relao jurdica tributria, de forma a adotarmos uma postura que lutepelaefetividadedosdireitosegarantiasaelainerentes,paraqueestesdeixema condio de simples letras no papel e passem a atuar no cotidiano de todos ns. Passemos, em seguida, a apresentar tal avano, esperando que o presente trabalho contribua para a aplicao prtica do to aguardado Cdigo de Direitos, Garantias e Obrigaes do Contribuinte no Estado de Gois . Boa leitura!Alexandre LimiroAdvogado e professor de Direito Tributrio da PUC-GOUM NOVO OLHAR PARA A RELAO FISCO-CONTRIBUINTE 5Sumrio1 Para que serve o Cdigo de Direitos, Garantias e Obrigaes do Contribuinte no Estado de Gois (CCont-GO)?62 - Quem benefciado? ................................................................................................................................................................................ 63 Os avanos trazidos aplicam-se a situaes pretritas? .............................................................................................................. 64 Organizao adotada pelo CCont-GO: .............................................................................................................................................. 65 - Dos objetivos do novo Cdigo e sua funo .................................................................................................................................... 76 Direitos conferidos aos contribuintes no Estado de Gois ......................................................................................................... 76.1 - Direitos quanto ao tratamento conferido pela administrao tributria goiana ............................................................ 86.2 - Direitos quanto a dados, informaes e documentos .............................................................................................................. 86.3 - Direitos relacionados educao e orientao ........................................................................................................................ 96.4 - Formalidades na fscalizao ............................................................................................................................................................ 106.5 - Segurana quanto a termos de acordo e regime especial de interesse do contribuinte ........................................... 116.6 - Resposta solicitao de informaes e documentos ........................................................................................................... 126.7 - Direito de no ser compelido ao imediato pagamento de tributo ou multa do qual tenha discordado ............. 126.8 - Direito a auxlio e representao em procedimentos e processos fscais ........................................................................ 136.9- Direito de requerer providncias ................................................................................................................................................... 136.10 - Direito a ressarcimento e indenizao por prejuzos ......................................................................................................... 146.11 - Direito ampla defesa com busca da verdade material ...................................................................................................... 146.12 - Direito eleio do endereo de comunicaes .................................................................................................................... 156.13 Direito dos scios administradores de no ter inscrito seu nome em Dvida Ativa por dvidas da pessoa jurdica sem antes ter acesso ao devido processo administrativo ............................................................................................................... 156.14 Atribuio de prazo razovel s certides tributrias para prova de regularidade fscal ....................................... 167 Garantias ..................................................................................................................................................................................................... 167.1 - Garantia de excluso de responsabilidade quanto a tributos e/ou multas no devidamente institudos em lei ............... 167.2 - Ampliao dos benefcios da denncia espontnea ............................................................................................................... 177.3 - Garantia de reviso dos lanamentos contbeis e fscais ...................................................................................................... 187.4 - Pagamento antecipado no parcelamento. Garantia reduo ........................................................................................... 187.5 - Garantia quanto ao exerccio do direito de adimplir pagamentos atrasados ................................................................ 187.6 - Garantia de no ser obrigado a produzir prova contra si mesmo ...................................................................................... 197.7 Inexigibilidade de regularidade fscal como condio ao exerccio dos direitos de petio e certido .............. 197.8 - Acesso a normas tributrias e s interpretaes por ela conferidas pela administrao tributria goiana ........ 207.9 - Garantias quanto instaurao de regimes especiais de fscalizao .............................................................................. 207.11-Garantiadeobservnciadanocumulatividadenadescaracterizao,cancelamentoouanulaoaregime especial .............................................................................................................................................................................................................. 228 Obrigaes do Contribuinte ................................................................................................................................................................ 229 Dos Deveres da Administrao Fazendria .................................................................................................................................... 249.1 Princpios obrigatrios administrao pblica ...................................................................................................................... 249.2 Exceo obrigatoriedade de prvia expedio de ordem de fscalizao ................................................................... 259.3 Forma de se documentar o incio do procedimento fscal ................................................................................................... 259.4 Liberao de objetos apreendidos pela fscalizao .............................................................................................................. 269.5 - Restries utilizao de denncias annimas ........................................................................................................................ 279.6 - Outras vedaes .................................................................................................................................................................................... 289.7 - Vedao negativa de recebimento de requerimentos ou peties ................................................................................ 289.8 Deveres nos processos administrativos tributrios ................................................................................................................. 2910 - Outras disposies ................................................................................................................................................................................ 30UM NOVO OLHAR PARA A RELAO FISCO-CONTRIBUINTE 61ParaqueserveoCdigodeDireitos,GarantiaseObriga-es do Contribuinte no Estado de Gois (CCont-GO)? O objetivo do CCont-GO consolidar e ampliar as protees conferidas pelo orde-namentojurdicoaocontribuinte.Os direitosegarantiasnelepre-vistosnoafastamoupreju-dicam aqueles decorrentes da ConstituioFederalde1988, daConstituiodoEstadode Gois,deLeisComplementares edemaisatosnormativos,con-soante diz seu Art. 3.2 - Quem benefciado?O CCont-GO utiliza o termo contribuintes para designar todos aqueles a quem a adminis-trao tributria estadual dirige suas atividades de cobrana, fscalizao e arrecadao em matria tributria.Assim, mesmo quem no tenha de pagar nenhum tributo (como o caso de quem seja benefciado por iseno ou imunidade), pode valer-se dos direitos e garantias abaixo repro-duzidos em seu benefcio.Na linha do novo Cdigo, no presente material, todas as vezes que for utilizada a expres-so contribuinte, este refere-se ao sentido amplo do termo.3 Os avanos trazidos aplicam-se a situaes pretritas?Sim. Embora o Cdigo do Contribuinte entre em vigor 90 (noventa) dias aps a data de sua publicao, seu artigo 38 dispe que os avanos por ele trazidos aplicam-se aos proces-sos administrativos e/ou judiciais em curso. 4 Organizao adotada pelo CCont-GO:ALeiComplementarn104/2013tratanoapenasdediretosegarantiasdoscontri-Consolidar e ampliar as protees na relao fsco-contribuinte o objetivo do novo Cdigo.UM NOVO OLHAR PARA A RELAO FISCO-CONTRIBUINTE 7buintes. Traz ainda outras disposies no somente aos contribuintes como administra-o tributria (fsco) Goiana:Objetivosgerais(Art, 2)Parte dedicadaaosContribuintesDireitos(Arts, 5, 20,21 e 22)Garantias(Art. 6)Obrigaes(Art. 18)Deveres doFisco - GO(Art. 23 a 32)Limitaes aTaxas(Art. 33)ConsultasTributrias(Art. 35)Parte dedicadaao FiscoGoianoOutrasdisposies5 - Dos objetivos do novo Cdigo e sua funoOCdigodoContribuintenoEstadodeGois pretendesomarconvivnciafsco-contri-buinte,atributosquepermitiroaboaar-recadaoefscalizaodasobrigaes tributrias,assimentendidasasquese desenrolamsemofensaadireitosega-rantias da parte mais fraca dessa relao, ocontribuinte.Osobjetivosestoprevis-tosemseuArt.2esoresumidamente estruturados na fgura ao lado.Como fnalidades indicadas pelo le-gislador, estes objetivos devero condu-zir a interpretao e aplicao de todos os dispositivos contidos no novo Cdigo.Promover bomrelacionamentoAssegurar afscalizao de forma regularPrevinir e garantirreparao de danosAssegurar aorientao decontribuintesAssegurar contraditrio eampla defesaProteger contraabusosOBJETIVOS DOCCONT-GO6 Direitos conferidos aos contribuintes no Estado de GoisCom o CCont-GO,passa-se a ter reunido, em um s texto, um rol mnimo de faculdades passveisdeseremexercidasperanteaadministraotributriaGoiana,objetivandoapro-teodadignidadeededireitosfundamentaisdetodosaquelesqueestiveremsujeitoss atividades de cobrana e/ou fscalizao por ela desempenhadas. UM NOVO OLHAR PARA A RELAO FISCO-CONTRIBUINTE 86.1 - Direitos quanto ao tratamento conferido pela administrao tribut-ria goianaArt. 5...I - o adequado e efcaz atendimento pelos rgos e servidores do Estado de Gois, visando faci-litar o exerccio de seus direitos e o cumprimento de suas obrigaes;II - a igualdade de tratamento, com respeito e urbanidade, em qualquer repartio pblica do Estado de Gois;III - a identifcao do servidor, funo e atribuies nas reparties pblicas e nas aes e/ou procedimentos fscais;Alm de adequado s demandas trazidas pelos contribuintes, o atendimento dever ser ef-caz. O atendimento pode se dar em qualquer local ou situao. Em todos esses casos, as autorida-des fscais devem estar prontas a facilitar ao contribuinte o exerccio de seus direitos.Dotratamentodispensadonopoderre-sultar qualquer espcie de favoritismo ou des-valiaemproveitoouprejuzodealgum. Todos devem ser tratados de igual forma (CF, Art. 5, caput). Otratamentodispensadoaos administradosdevesepautarpelo respeitoepelodeverdeurbanida-de.Noh,portantohierarquianem subordinaonarelaofsco-contri-buinte. Ocontribuintetemdireitodeter identifcadaafunoeasatribuies do servidor com que venha a ter qual-quer tipo de contato inerente ativida-de tributria. Isso facilita a defesa contra ilegalidades e a responsabilizao funcional (CTN, Art. 142, par. nico) e criminal (CP, Art. 316, 1) caso este haja com abuso de poderes ou violao lei. O contribuinte tem direito de ter identifcada a funo e as atribuies do servidor que lhe atende.Art. 5...IV - ter acesso a dados e informaes, pessoais e econmicas, que a seu respeito constem em qualquerespciedefchrioouregistro,informatizadoouno,dosrgosdaadministrao tributria do Estado de Gois;V - a eliminao completa ou cancelamento de dados falsos e/ou obtidos por meios ilcitos;VI - a retifcao, complementao, esclarecimento ou atualizao de dados incorretos, in-completos, dbios ou desatualizados;VIIterconhecimentoeobtercertidosobreatos,contratos,decises,pareceresoupro-cedimentos de seu interesse, que se encontrem em poder da administrao pblica, salvo se a informao solicitada estiver protegida por sigilo, observada a legislao pertinente espcie;6.2 - Direitos quanto a dados, informaes e documentosUM NOVO OLHAR PARA A RELAO FISCO-CONTRIBUINTE 9Os direitos acima trazidos tm origem na Constituio(direitodeacessoeretifcao de dados inexatos, Art. 5, LXXIIe direito de certido, Art. 5, XXXIII). Conforme dispe Lei Estadual n18.025/2013(LeideAcessoa Informaes do Estado de Gois), oacessoainformaessedpor simplesrequerimento.Aclusula de sigilo (inc. VII), quanto a assunto deinteressedocontribuinte,no podeserinvocadaparanegaraces-so a informaes que a este exclusi-vamente se refram (inc. IV).Havendorecusaexibioou aindaretifcao,ocontribuinte ter direito a obter por certido ou cpia do inteiro teor da deciso que lhe negou o acesso, podendo remediar-se perante o Judicirio via ao de habeas data. Casoarecusasejaquantoaofornecimentodecertido,oquedeversedarsemaco-brana de taxas (CF, Art. 5, XXXIV), o instrumento judicial para reparar tal ilegalidade ser o mandado de segurana. Casoamanutenoindevidadedadosviciadoscausedanosadireitosdapersonalida-dedocontribuinte,comoadimensodesuaimagemoubomnome,estepodertambm pleitearreparaopordanosmorais(nessesentido,verApelao/Reexamenecessrion 1270668, TRF da 3 regio, publicado em 23/07/2009 e Art. 5, XXI do CCont-GO).Direito do contribuinte: acessar, exigir correo e obter certido de informaes fscais a seu respeito6.3 - Direitos relacionados educao e orientaoArt. 5...VIIIteracessoefetivaeduca-otributriaeorientaosobre procedimentos administrativos;XIVtercinciadosprazospara pagamentoedasreduesdemulta e/oujuros,cumprimentodeobriga-esacessrias,eoutrasexigncias que lhe forem eventualmente enceta-das,comaespecifcaodoprocedi-mento a ser adotado em cada caso;Direito educao e especifcao dos procedimentos a serem adotados em cada casoUM NOVO OLHAR PARA A RELAO FISCO-CONTRIBUINTE 10Mais do que ser orientado quanto aos procedimentos administrativos, direito do contri-buinte exigir efetiva educao tributria da parte do estado. Isso lhe permitir a participao no funcionamento e aperfeioamento dos instrumentos de controles social e fscal do Estado.Com a evoluo das exigncias do cumprimento de obrigaes acessrias, com destaque para as modifcaes causadas pelo advento do Sistema Pblico de Escriturao Digital-SPED, se mostra relevante alar categoria de direito do contribuinte, o de obter cincia, alm do prazo, das especifcaes quanto ao procedimento que ser adotado em cada caso no cum-primento das exigncias fscais em geral.6.4 - Formalidades na fscalizaoArt. 5...IX - a prvia apresentao de ordem de fscalizao, notifcao ou outro ato administrati-vo autorizando a execuo de auditorias fscais, coleta de dados ou quaisquer outros procedi-mentos determinados pela administrao tributria, que dever conter:a) VETADO;b) a descrio sumria do objeto de fscalizao e dos documentos que devero ser dispo-nibilizados para exame;c) a identifcao dos Agentes Fiscais encarregados de sua execuo e a norma legal que lhes atribua tal competncia, sendo vedada a delegao de competncia;d) a autoridade responsvel por sua emisso;e) o contribuinte ou local onde ser executada;f ) os trabalhos a serem desenvolvidos e o nmero do telefone ou endereo eletrnico onde podero ser obtidas as informaes necessrias confrmao de sua autenticidade;X - VETADO;As formalidades para incio da fscalizao acima trazidas no so destinadas a burocra-tizar,massimapermitiroefetivocontroledaaofscalpelaadministraotributriaea responsabilizao de eventuais excessos co-metidosporagentespblicosenvolvidos. Asatividadesdasautoridadesfscaisesto sujeitasalimitesquedevemser levadosaoconhecimentodo contribuinteparaqueestepos-sa exercer de forma adequada e proporcional o seu dever de cola-borao com fscalizao. Deve-se destacarqueestenoobrigado autorizaroexamedelivrosedo-cumentoscomerciaisqueestejam foradospontosquesejamobjeto dainvestigaofscal(smula439 do STF).Ordem de fscalizao dever ser apresentada antes do incio do trabalhoUM NOVO OLHAR PARA A RELAO FISCO-CONTRIBUINTE 11,portanto,direitodocontribuintequeoprocedimentofscalseiniciemediantedocu-mento formal (ordem de fscalizao, notifcao ou outro ato administrativo autorizando a execuo) com todos os requisitos acima descritos. A apresentao da ordem de fscalizao, excetuadas as hipteses previstas no Art. 24 (ver abaixo), dever se dar previamente ao in-cio da ao fscal. O nus da prova da apresentao de incumbncia da autoridade fscal, devendo, para tanto, obter assinatura do contribuinte ou certifcar sua recusa.6.5 - Segurana quanto a termos de acordo e regime especial de interesse do contribuinteAdministrao pblica deve observar TARES assinados no interesse de contribuintesArt. 5...XI ver observadas as disposies constantes dos Termos de Acordo e Regime Especial TAREs frmados com a administrao pblica, sob pena de nulidade absoluta dos atos que os transgredirem, sendo que:a)apenasaAutoridadeAdministrativaqueconcedeuosTAREspoderoalter-lose/ou cass-los,oquedependerdaprviainstauraodeprocessoadministrativocomestafna-lidade;b) no se considera alterao, para fns de observncia alnea a, supra, a aplicao de clusula expressamente prevista nos TAREs, no sentido de que a legislao tributria editada posteriormentesuaassinaturapassaralheintegrar,devendoserobservadapelocontri-buinte, independentemente de qualquer aviso ou notifcao pela Autoridade competente;Os Termos de Acordo e Regime Especial (TAREs) so instrumentos assinados entre contri-buintes e a administrao tributria para formalizar acesso a regimes diferenciados de apura-o e recolhimento de tributos, ou ainda, a benefcios e incentivos fscais.Como a exigncia de tributos matria reservada lei (CF/88, Art. 150, I) a alterao ou cassaodessesinstrumentosexigeaobservnciadecontraditrioeampladefesa,razo pelaqualoCCont-GOasseguraodireitoao regular processo administrativo com esta f-nalidade.Porinjunodaproteo constitucionalaodireitoadqui-rido(nessesentidosooArt. 5,XXXVIeSmula544doSTF), deve-seressaltarquealetrab deveservistacomressalva,no caso do contribuinte ter cumprido condiesonerosaseventualmen-teexigidasparaacessoaobenef-cio(ex.investimentos,geraode empregos, etc).UM NOVO OLHAR PARA A RELAO FISCO-CONTRIBUINTE 126.6 - Resposta solicitao de informaes e documentosArt. 5...XIInoprestarinformaesemrazodesolicitaesverbaiseemprazoinferiora5(cinco)dias teis contados de sua formal solicitao;XXV no ser compelido a exibir documento que j se encontre em poder da administrao pblica;O contribuinte no pode ser constrangido ao pagamento imediato de tributo ou multa caso esteja manifestando sua dis-cordncia em contraditrio e am-pladefesa,oquesedtantoem processo administrativo, como no judicial (cf. Art. 5, LV da CF/88). Nessas condies, passam a no seradmitidasprticastaiscomoa restrioemissodenotasfscais, protestosouaindainscriesemr-gos de restrio ao crdito. Ofscodeveexerceroseudirei-todecobranadocrditotributrio utilizando-sedaexecuofscal(na linha do que dispe o Art. 558, 1 do CPC) e no difcultando o exerccio de atividades lcitas pelos contribuintes. Os sujeitos fscalizados tm a faculdade de no serem prejudicados por uma atuao de-sarrazoada ou desproporcional da administrao tributria. Assim, o Cdigo lhes confere os direitosacimaexpostosquantoprestaodeinformaeseexibiodedocumentos.Fi-cam, com isso, banidos prazos exguos, muitas vezes insufcientes para se levantar elementos de esclarecimento junto a fornecedores, bancos, etc.6.7-Direitodenosercompelidoaoimediatopagamentodetributoou multa do qual tenha discordadoArt. 5...XVnoser,sobnenhumahiptese,compelidoaopagamentoimediatodetributoe/oumulta, caso dele(s) discorde, e exercer, neste caso, o direito ampla defesa e ao contraditrio, com os meios e recursos a ele inerentes;Contribuinte no pode sofrer constrangimentosque o forcem a pagar tributo ou multa que esteja discutindoUM NOVO OLHAR PARA A RELAO FISCO-CONTRIBUINTE 13Art. 5...XVI comunicar-se com seu advogado ou entidade de classe quando sofrer ao fscal, sem prejuzo da continuidade desta;XXIV fazer-se representar por advogado em quaisquer procedimentos ou processos administrativos;Odireitoassistnciajurdicainclusive via representao por advogado - ou simples-mentematerial,porrgodeclasse, no apenas inibe o cometimento deexcessos,masprincipalmente auxilianoesclarecimentodesi-tuaesquepoderootimizaro exercciodafscalizao.Acomu-nicaoaoadvogadoouentidade de classe, entretanto, no prejudica a continuidade da ao fscal.6.9- Direito de requerer providncias6.8 - Direito a auxlio e representao em procedimentos e processos fscaisDireito assistncia jurdica: proteo ao contribuinte e otimizao da fscalizaoArt. 5...XX - encaminhar, sem qualquer nus, petio contra ilegalidade ou abuso de poder ou para defesa de seus direitos;Art. 21. Alm dos requisitos de prazo, forma e competncia, vedado legislao ou s r. Autorida-des Administrativas estabelecerem qualquer outra condio que limite o exerccio do direito de petio e/ou interposio de recursos na esfera administrativa.Pargrafo nico. Os pressupostos de admissibilidade dos pedidos e/ou defesas e/ou recursos admi-nistrativos a cargo do contribuinte no podero sofrer quaisquer limitaes, que no aquelas impostas, de igual forma, aos pedidos e/ou defesas e/ou recursos administrativos de competncia das Autoridades Fiscais.O direito de petio, de origem constitucional (Art. 5, XXXIV, a), instrumento do qual poder valer-se o contribuinte para combater ilegalidades ou abuso de poder, tenha ela sido praticadacontraeleprprioouemfacedeterceirooudacoletividade.Oseuexerccio,en-tretanto, deve observar regras de direito processual nesse sentido, STF : Pet 4.556-AgR que, consoante o Art. 21, se limitaro a requisitos de prazo, forma e competncia e devero ser os mesmos dos exigidos quando tal mister for exercido pelas autoridades fscais (direito igual-dade processual).UM NOVO OLHAR PARA A RELAO FISCO-CONTRIBUINTE 146.10 - Direito a ressarcimento e indenizao por prejuzosArt. 5...XXI - o ressarcimento ou indenizao pelos danos causados por agente da administrao pbli-ca no exerccio, ilegal e/ou arbitrrio, de suas funes;O dispositivo disse menos do que deveria, pois perante a Constituio Federal, at mesmo uma atuao legal ou dentro das atribuies pela autoridade fscal, caso ultrapasse o mon-tante tributrio autorizado em lei, confere o direito indenizao (CF, Art. 37, 6).O mesmo dispositivo da CF/88 dispe ainda que o pedido de indenizao deve, entretan-to, ser dirigida apenas em face ao ente estatal no caso o Estado de Gois. Somente este, em ao de regresso, que poder obter ressarcimento em face daqueles agentes que tenham agido com dolo ou culpa.6.11 - Direito ampla defesa com busca da verdade materialO processo administrativo tributrio deve buscar, a qualquer momento, a verdade mate-rial. Assim, antes da deciso, documentos e esclarecimentos teis para fazer cessar exigncias indevidaspoderoserapresentados,devendoserconsideradospelosjulgadoresadminis-trativos.Aobservnciadeprazosdalegislao processualadministrativaaplicveldever sedarapenas quandonecess-rio,oquerevelaamitigaodo institutodapreclusotemporal (perdadomomentoprocessual adequadoparaaproduode provaoualegao).Estamedida evitaqueaquestosejalevada aoJudicirioondeseriaresolvida em favor do contribuinte, mas com nus sucumbenciais contra o Errio.Art. 5...XXIII formular alegaes e apresentar documentos anteriormente prolao de decises em processos administrativos de que seja parte, observando, quando necessrio, os prazos defnidos na legislao aplicvel espcie; Processo administrativo tributrio: documentos e esclarecimentos podero ser apresentados at antes da decisoUM NOVO OLHAR PARA A RELAO FISCO-CONTRIBUINTE 156.12 - Direito eleio do endereo de comunicaesArt. 5...XXVI receber as intimaes e comunicaes fscais no endereo informado administrao tribu-tria, quando assim solicitar;O novo Cdigo repete o Cdigo Tributrio Nacional (Art. 127) ao atribuir ao contribuinte odireitodeelegerseuDomiclioTributrio,assimentendidoolocalinclusiveeletrnico -ondereceberintimaesedemaiscomu-nicaesdofsco.Poressedireitoocontri-buintepodeexercerumamelhorcentrali-zao e controle do intercmbio de informaes para com o fsco Estadual.Esse direito, entretanto, no aplicvel s micro e pequenas em-presasoptantespeloSimplesNa-cional, pois a Lei Complementar n 123/06,normanacionalespecfca, impe aos optantes aceitao obri-gatria do sistema de comunicao eletrnica (Art. 16, 1-A).6.13 Direito dos scios administradores de no ter inscrito seu nome em Dvida Ativa por dvidas da pessoa jurdica sem antes ter acesso ao devido processo administrativoApenasadvida regularmenteinscritapresume-sedotadadecerteza,liquidezetemo efeito de prova pr-constituda (CTN, Art. 204). Com a proibio acima transcrita, o CCont-GO reconhece que a inscrio em Dvida Ativa de scios administradores que no tiveram opor-tunidade de contraditrio e ampla defesa em processo administrativo afasta tal presuno e impede sejam includos na execuo fscal decorrente.Art. 20. proibida a inscrio do nome dos scios administradores na Dvida Ativa, quando no lhes for previamente assegurado o direito de discutir administrativamente a exigncia fscal.O contribuinte tem o direito de eleger seu Domiclio TributrioUM NOVO OLHAR PARA A RELAO FISCO-CONTRIBUINTE 166.14 Atribuio de prazo razovel s certides tributrias para prova de regularidade fscalO artigo deve ser bastante comemorado principalmente por aqueles esto com a exigi-bilidade de tributos suspensa (por parcelamento, depsito, liminar judicial etc), pois eleva o prazo atualmente previsto na legislao tributria de 30, para 120 dias contados da expedi-o. Para facilitar a vida dos contribuintes, o Cdigo estabelece ainda que as certides deve-ro ser expedidas em carter geral, sem especifcao de objeto ou objetivo.7 GarantiasApsarrolardireitos,oCdigosepreocupaemespecifcarasgarantiasdoscontribuin-tes.Emborarelacionados,garantiasnoseconfundemcomdireitos.Estessonormasque declaram a existncia de posies favorveis ao contribuinte e que, portanto, devem ser ob-servadas pelo fsco. J as garantias so normas que asseguram o exerccio desses interesses, portanto, so normas assecuratrias.7.1 - Garantia de excluso de responsabilidade quanto a tributos e/ou mul-tas no devidamente institudos em leiArt. 6, inc. I - a excluso da responsabilidade pelo pagamento de tributo e de multa no previstos em lei;1Alegalidadedainstituiodotributoe/ou multa pressupe a estipulao expressa de to-dos os elementos indispensveis sua incidncia, quaissejamadescrioobjetivadeseucri-triomaterial,espacial,temporal, aindicaodosujeitopassivo,na qualidade de contribuinte e/ou res-ponsvel,bemcomodosaspectos temporaleespacialdaobrigao tributria. 5 O contedo dos atos norma-tivos infralegais se restringiro a escla-receraaplicaodasregrasobjetiva-menteestabelecidasporLei,vedada arestrioadireitosdoscontribuintes ouampliaodoalcancedequalquer exigncia fscal.Art. 22. As Certides Negativas ou Positivas com Efeitos de Negativa emitidas pelo Estado de Gois no podero ter prazo de validade inferior a 120 (cento e vinte) dias e devero ser expedi-das em carter geral, sem especifcao de objeto ou objetivo.Local e data do pagamento passam a ter de ser defnidos em leiUM NOVO OLHAR PARA A RELAO FISCO-CONTRIBUINTE 17Somente ser vlida a lei instituidora de tributo que traga resposta aos seguintes questio-namentos: O qu (critrio material) faz nascer a obrigao de pagar o tributo? Quando (cri-trio temporal) e onde (critrio espacial) essa situao dever ocorrer? Quem ser obrigado ao pagamento (contribuinte ou um terceiro)? Infortunadamente, o 1 omisso quanto ao critrio quantitativo (base de clculo e alquota) que obrigatoriamente, assim como a multa, indispensavelmente dever tambm constar do texto legal, (cf. CF/88, Art. 150, II e 5, XXXIX).O que chama mais ateno, todavia, a exigncia que estejam tambm previstos em lei enoemsimplesatodaadministrao- quando(aspectoespacial)e onde(aspecto temporal)deverseradimplidaaobrigaotributria.importanteressalvar,todavia,que faltadedisposioexpressaemlei,oCdigo TributrioNacionalestipulaqueolocaldo pagamento a repartio competente do domiclio do sujeito passivo (Art. 159) e o prazo de pagamento ser de 30 dias.Ao contribuinte passa a ser assegurada a aplicao das vantagens da denncia espont-nea(CTN,Art.138)tantonodescumprimentodeobrigaorelacionadaaopagamentode tributo (obrigao tributria principal) quanto no descumprimento de obrigaes acessrias (ex.atrasooufaltadeenviodedeclaraes, emissodenotasfscaiseregistrodelivros fscais).Portalbenefcio,seexcluem multasquelesqueregulariza-remsuasituaoperanteofsco antesdoinciodeprocedimento fscalrelacionadorespectivain-frao. Resta,portanto,revogadooin-ciso II do Art. 169 da Lei 11.651/1991 (Cdigo Tributrio do Estado de Goi-s), que dispunha que a multa mora-tria no era excluda pela denncia espontnea.7.2 - Ampliao dos benefcios da denncia espontneaArt. 6, inc.II - a faculdade de corrigir obrigao tributria, principal e/ou acessria, antes de iniciado oprocedimentofscalvisandoapurarasuaprtica,oqueimpediraaplicaodesanopeloilcito previamente retifcado;Excluso de penalidades no caso de regularizaode tributos e/ou obrigaes acessrias antes da fscalizaoUM NOVO OLHAR PARA A RELAO FISCO-CONTRIBUINTE 18Emtemposdeescrituraocontbile fscaleletrnicas,agarantiaacimaestipula-danoCdigodeDefesadoContribuinte goianoapresenta-sedeextrema importncia,poislheassegura aoportunidadededemonstrar quelanamentosporeleefetu-adosnopodemsertomados comoconclusoabsolutadoina-dimplementodedeverestribut-rios.Onusdaprova,nessecaso, caberaocontribuinte,quepoder se valer de todos os meios de prova permitidos pelo Direito, como autori-za o Art. 378 do CPC.7.4 - Pagamento antecipado no parcelamento. Garantia reduoArt. 6, inc.V - a liquidao antecipada, total ou parcial, do crdito tributrio parcelado, com reduo proporcional dos juros e demais acrscimos incidentes sobre os valores pagos e/ou compensados;Garantia comprovao de erro nos registros contbeis e fscais7.3 - Garantia de reviso dos lanamentos contbeis e fscaisArt. 6, inc.III - a presuno relativa de verdade dos lanamentos contidos em seus li-vros, documentos e arquivos contbeis ou fscais; garantia do contribuinte exigir que eventual antecipao na liquidao de parcelamen-tosejaacompanhadodeproporcionalreduodejurosedemaisacrscimosquetenham sido computados na fxao das parcelas futuras.7.5 - Garantia quanto ao exerccio do direito de adimplir pagamentos atra-sadosArt. 6, inc.VIII - a inexigibilidade de visto em documento de arrecadao utilizado para pagamento em atraso de tributo e/ou multa;direitodocontribuinteefetuarorecolhimentodereceitastributriassemcondiciona-mentosousubordinaoaexignciasadministrativassemfundamentolegal,ouaindaao cumprimentodepagamentodeoutrotributooupenalidadeouaindaaocumprimentode UM NOVO OLHAR PARA A RELAO FISCO-CONTRIBUINTE 19obrigao acessria (CTN, Art. 164). Dando efetividade a este direito, o Cdigo de Defesa do Contribuinte no Estado de Gois traz a garantia de que, mesmo estando em atraso, o paga-mento no estar condicionado a que autoridades fscais deem qualquer tipo de visto.OCCont-GO reconhece integrar o rol de pro-vas ilcitas e portanto nulas - as informaes de contribuinte obrigado produzir prova contra si prprio, seja de forma escrita ou oral. Como manifestao do direito ao devido processo legal e presun-o de no culpabilidade (respec-tivamente, incisos LIV e LVII do art. 5 da CF), o contribuinte possui, portanto, a garantia da no autoincri-minao (Nemo tenetur se detegere) em todos os momentos da relao mantida contra o fsco estadual.7.7 Inexigibilidade de regularidade fscal como condio ao exerccio dos direitos de petio e certidoOs direitos de petio e de certido, j tratados respectivamente nos incisos VII e XX do Art. 5, tm a garantia de no serem condicionados comprovao de regularidade do solici-tante quanto ao cumprimento de qualquer tipo de obrigao tributria.Art. 6, inc.XI o exerccio do direito de petio e a obteno de certides junto aos rgos pblicos, independentemente da comprovao de sua regularidade quanto ao cumprimento de obrigaes tribu-trias de natureza principal e/ou acessria;Garantia de no autoincriminao e de nulidade das provas assim obtidas7.6 - Garantia de no ser obrigado a produzir prova contra si mesmoArt.6,inc.Xnoserobrigadoaatestaroutestemunharcontrasiprprio,considerando-se ilcita, e, consequentemente, nula, a prova assim obtida;UM NOVO OLHAR PARA A RELAO FISCO-CONTRIBUINTE 207.8 - Acesso a normas tributrias e s interpretaes por ela conferidas pela administrao tributria goianaArt. 6, inc.XII o pleno acesso ao teor das normas tributrias editadas pelo Estado de Gois e interpreta-o que as r. Autoridades Fiscais ofcialmente lhes atribua;Essa garantia consagra o princpio da publicidade na administrao tributria e concretiza o preceito republicano de que todos so iguais perante a lei, pois permite quele que tome conhecimento de determinado tratamento conferido pelo fsco em outras ocasies, requerer que a mesma interpretao seja aplicada em seu caso. Envolvendo informaes de terceiros, as autoridades devero observar o sigilo fscal mediante excluso das menes pessoais que lhe sejam queles referentes.7.9 - Garantias quanto instaurao de regimes especiais de fscalizaoArt. 6, inc.XIV no ver instaurado, pelo fsco Estadual, regime especial de fscalizao ausente de previso legal e que no observe os direitos e garantias do contribuinte contempladas na Constituio Federal de 1988 e demais atos normativos; 3 A instaurao do regime especial de fscalizao mencionado no inciso XIV deste artigo dar-se- em situaes de extrema gravidade, a serem previamente apuradas em processo administrativo onde seja assegu-rado o direito ampla defesa e ao contraditrio, com os meios e recursos a ele inerentes. 4 O regime especial de fscalizao acima mencionado dever observar, ainda, todos os princpios apli-cveis ao respectivo tributo, tal qual o princpio da no-cumulatividade, em se tratando do ICMS, e no poder limitar ou impedir, mesmo que indiretamente, o livre exerccio, pelo contribuinte, de sua atividade econmica.Regimeespecialdefscalizaoasujeioforadadocontribuinteamedidasdecon-trole fscal, como, por exemplo, recolhimento diriodoimposto,apuraopormercadoria vendidaenomensal,condicionamento decreditamentoaprviaautoriza-odofsco. Trata-sedemedida punitivacomofmprecpuode assegurarocumprimentode obrigaestributrias,masque somenteadmitidapelostribunais emcasosexcepcionaisemquese demonstreimpretervelpreven-o de prejuzo aos cofres pblicos. Issoocorre,quandosecomprova estar-sediantedecontribuintede reincidnciacontumaz,queencon- Instaurao de regimes especiais de fscalizaosomente em casos extremos e com observncia dos direitos dos contribuintesUM NOVO OLHAR PARA A RELAO FISCO-CONTRIBUINTE 21tra na ausncia de recolhimento de tributos o seu diferencial competitivo. ApartirdavignciadoCCont-GO,oatoadministrativoqueformalizaaaplicaodes-se tipo de regime exigir a demonstrao, pela autoridade administrativa, da ocorrncia de extrema gravidade, mediante processo administrativo prvio, garantindo-se ao contribuinte acusado direito a contraditrio e ampla defesa. Porsetratardedireitoconstitucional,aimposioderegimeespecialnopodertam-bm obstar o contribuinte de creditar-se do montante exigido de ICMS nas operaes ante-riores, nem condicion-lo a autorizao prvia de autoridade fscal.7.10-Princpiodafundamentaoquantoadecisesenaexpediode Certido Negativa e Positiva com efeitos de negativaArt. 6, inc.XVI obter decises devidamente fundamentadas, tanto sob o aspecto ftico como jurdico, em relao a todos os requerimentos, impugnaes e/ou recursos administrativos, inclusive nos casos de expe-diodeCertidoNegativae/ouPositivacomEfeitosdeNegativa,sobpenadenulidadeabsolutadestes atos administrativos, sendo que:Garantia de fundamentao tanto em decises quanto na expedio prova de quitao de tributosA garantia fundamentao acima trazida apresenta dois aspectos: a) para deferir, o jul-gador administrativo no obrigado a analisar todas as alegaes ou provas apresentadas, bastademonstrarqualaspectofezformaroseuconvencimento;b)j,paraindeferir,este dever cuidar de no se omitir quanto a questes cuja anlise poderiam lev-lo a decidir de maneira mais favorvel ao contribuinte, sob pena de vcio de fundamentao e consequente nulidade. A falta de fundamentao no se confunde com fundamentao sucinta, nem com a adoo de argumentos contrrios tese do contribuinte.Odispositivo,infortunadamente,deixaa desejaraoseesquecerdeexigirfundamenta-oparaasituaorelacionadaobteno decertidesquemaisatormentao contribuinte,qualseja,quandoesta sai positiva.Nessecaso,aobrigao defundamentaosefazpreenchida mediantefornecimentoderelatrio ouplanilhaesclarecedoradetodasas causas que justifcam a positivao da situao tributria do contribuinte. UM NOVO OLHAR PARA A RELAO FISCO-CONTRIBUINTE 227.11 - Garantia de observncia da no cumulatividade na descaracteriza-o, cancelamento ou anulao a regime especialArt.6,inc.XVIIverobservadopelasAutoridadesFiscaisoprincpiodano-cumulativi-dadedoICMS,notadamenteemcasodelavraturadeautodeinfraoqueimporte,direta ou indiretamente, na descaracterizao, cancelamento ou anulao a regime especial de re-colhimento e apurao do imposto, ou seja, em situao na qual o contribuinte obrigado a renunciar, total ou parcialmente, a seus crditos de ICMS.Aobservnciadoprincpiodano-cumula-tividadepelasautoridadesfscaiscompetentes para exigir e/ou fscalizar ICMS dever se dar em todoequalquercaso,emespecial, quando o contribuinte for excludo de regime especial de seu interesse, com cobrana de tributo apurado pelo re-gimenormalnesseperodo.Osregi-mes especiais, no raras vezes impem asubstituiodocomplicadosistema decrditosedbitosdoprincpioda no-cumulatividade do ICMS por formas mais simplifcadas como, por exemplo, a outorgadecrditospresumidos,apura-o do ICMS de forma fxa ou por ativida-de econmica preponderante, etc. Um dos maiores exemplos de regime especial de interesse do contribuinte o Simples Nacional.8 Obrigaes do ContribuinteArt. 18. So obrigaes do contribuinte:I - tratar, com respeito e urbanidade, os funcionrios da administrao fazendria do Estado;II identifcar-se nas reparties administrativas e nas aes fscais, mesmo atravs de seu titular, scio, diretor ou representante;III - disponibilizar local adequado em seu estabelecimento, para a execuo dos procedimentos de fscalizao;IV - apurar, declarar e recolher o tributo por ele devido, conforme previsto na legislao tributria;V apresentar, quando solicitado e no prazo estabelecido pela legislao tributria, bens, mer-cadorias, informaes, livros, documentos, impressos, papis, programas de computador ou arquivos eletrnicos;Garantia do Art. 6, inc.XVII do CCont-GObenefciar contribuintes no caso de excluso do Simples NacionalUM NOVO OLHAR PARA A RELAO FISCO-CONTRIBUINTE 23VI - manter em ordem, pelo prazo previsto na legislao tributria, livros, documentos, im-pressos e registros eletrnicos relacionados aos tributos por ele devidos;VII manter suas informaes cadastrais atualizadas.Pargrafo nico. As Autoridades Fiscais devero retifcar de ofcio os dados cadastrais, quan-do tomarem cincia da existncia de equvoco, erro ou incompletude das informaes.O obrigao do inciso I, acima referido, demonstra no haver relao de subordinao en-tre o fsco e o contribuinte, mas sim uma relao jurdica em que ambos, de forma civilizada, devem cumprir as obrigaes que lhes so imputadas por lei. A segunda obrigao contribui paraamanutenododeverdesigilofscal(CTN,Art.198).Jadisponibilizaodolocal adequado para execuo de procedimentos de fscalizao (inc. III) materializa o princpio da colaborao, que deve nortear a relao fsco-contribuinte, embora deva merecer uma inter-pretao razovel observando as condies do contribuinte em cada caso.O inciso IV comete um equvoco, pois tanto as obrigaes de declarar (obrigao de fazer, acessria)comoaderecolher(obrigaoprincipal)tributo,somentepodemserinstitudas por lei ou norma semelhante (cf., respectivamente Art. 5, II, e 150, I, ambos da CF/88). No basta,portanto, legislao(termoamploquecompreendeinclusivenormasquenopos-suem fora de lei). AobrigaotrazidapeloincisoVcorro-boraaproteoconstitucionaldesigilode dados (CF, Art. 5, XII). O acesso do fsco a documentos, arquivos, etc. nosedmedianteusodafora, massimpor solicitao,quede-ver ser atendida pelo contribuinte sobpenadecaracterizarrecusaou embaraoafscalizao(CTE-GO, Art.147,1).Essecomando,diza CF/88,spoderserexcepcionado emltimocaso,medianteprvia ordemjudicial,nashiptesesena formaquealeiestabelecerparafns deinvestigaocriminalouinstruo processual penal.Facilitar a fscalizao e arrecadao dasreceitas tributrias obrigao do contribuinteUM NOVO OLHAR PARA A RELAO FISCO-CONTRIBUINTE 24O contribuinte dever estar atento interpretao da expresso pelo prazo previsto na legislaotributriaaqueserefereoinciso VI.Emboracostume-setercomocertoquetal prazo corresponde a 10 anos, como o CTN, em seu Art. 195, par. nico, exige a conservao at que ocorra a prescrio dos crditos tributrios envolvidos, devem ser levadas em conta causas suspensivas que paralisam a funcia do prazo (CTN, Arts. 151 e 160) e interruptivas, que impe seja inteiramente reiniciada sua contagem (CTN, Art. 174). Na dvida, bom que se consulte um advogado ou contador.O inciso VII do artigo 18 do CDC traz a ltima obrigao do contribuinte, que a de manter suas informaes cadastrais atualizadas. Essa obrigao muito importante, pois orientar as fscalizaes e as notifcaes dirigidas ao contribuinte.OCdigodoContribuinte,aoindicardeveresdaAdministraoFazendria,impe-lhe condutas de observncia obrigatria, cujo descumprimento pode ensejar a nulidade de atos por ela praticados.9 Dos Deveres da Administrao FazendriaArt. 23. A administrao pblica atuar em obedincia aos princpios da legalidade, im-pessoalidade, moralidade, publicidade, razoabilidade, proporcionalidade, segurana jurdi-ca, fnalidade, interesse pblico, efcincia e motivao dos atos administrativos.AlmdereiterarprincpiosdoArt.37da nossaConstituioFederal,obrigatrios administraopblica,chama atenoaindicaodoprincpio darazoabilidade(vedaoaque seutilizeoDireitoparaperpetrar absurdos),aproporcionalidade (exignciaderacionalidademe-diante a ponderao entre os meios e os fns) e a segurana jurdica.9.1 Princpios obrigatrios administrao pblicaExigncia de razoabilidade fscal afasta a prticade abusos em nome de suposta efcincia na arrecadao tributriaUM NOVO OLHAR PARA A RELAO FISCO-CONTRIBUINTE 25Art. 24. Sem prejuzo do disposto no artigo 5, inciso IX, deste Cdigo, permitido administra-o pblica, em casos de extrema urgncia, assim entendida a ocorrncia de fagrante infracional ou continuidade de ao fscal realizada em outro contribuinte, dar incio fscalizao independente-mente da prvia expedio de ordem de fscalizao. 1 VETADO. 2 A ordem de fscalizao dever ser expedida no prazo mximo de 48 (quarenta e oito) horas contadas do incio da fscalizao mencionada no caput deste artigo, sob pena de nulidade absolu-ta do procedimento fscal.9.2 Exceo obrigatoriedade de prvia expedio de ordem de fscalizaoOpresentedispositivodeveserencarado comomedidaexcepcionalssimaaosArts.5, incisoIXe25desteCdigo.Paraafastamento daexignciadeprviaexpediode ordemdefscalizao,aautoridade fscaldevercomprovarmaisdoque urgncia;deverdemonstrarextre-maurgncia.SegundooCCont-GO, aconfguraodestasituaosedar apenas em dois casos: a) fagrante ou b) continuidade de ao fscal realizada em outrocontribuinte.Aautoridadefscal deverseatentar,todavia,quemesmo nessescasosaordemdeservionoes-tardispensada,devendoserproviden-ciada no prazo mximo de 48h (cf. 2), sob pena de nulidade.Regra de prvia exibio da ordem de fscalizao: excees legais devem ser comprovados pelo fscal9.3 Forma de se documentar o incio do procedimento fscalArt. 25. A notifcao acerca do incio da fscalizao ser feita mediante entrega, ao contribuinte ou terceiros legalmente habilitados, de uma das vias da ordem de fscalizao. 1 A eventual recusa no recebimento da notifcao, ou ausncia de pessoa com poderes para tal mister, sero certifcados pelas Autoridades Fiscais, que prosseguiro, validamente, com os procedimen-tos de fscalizao. 2 VETADO.3Presume-seentregueanotifcaoremetidaparaoendereoindicadopelocontribuinteem seus registros fscais.UM NOVO OLHAR PARA A RELAO FISCO-CONTRIBUINTE 26Asdilignciasdefscalizaoestosub-metidasaoprincpiodocumental(Art.196 doCTN),razopelaqualoCCont-GO disciplina,nodispositivoacima transcrito,comoissoocorrer.A referidanotifcaodever,res-peitadasasexceesdoArt.24, conteraordemdefscalizaoou equivalentepreviamenteexpedi-da(Art.5,IX,supra).Viaderegra, asimplescomunicaodoincio dafscalizao,aindaquepelavia escrita, , portanto insufciente para ter-se validamente iniciado o proce-dimento fscal.Uma eventual recusa por parte do contribuinte em relao ao recebimento da notifcao no ser empecilho para que as au-toridades fscais exeram seu poder de fscalizao. Para tornar tudo isso mais prtico, o 3 presumeentregueanotifcaoremetidaparaoendereoindicadopelocontribuinteem seusregistrosfscais.Oprincpiodaseguraajurdica(Art.23,supra)exige,todavia,quetal presuno seja tomada como relativa, podendo ser afastada com prova de que a notifcao no foi entregue no endereo cadastrado. De toda feita, este dispositivo acaba por reforar a obrigao do contribuinte sempre manter suas informaes cadastrais perante o fsco esta-dual devidamente atualizadas (Art. 18, VII).9.4 Liberao de objetos apreendidos pela fscalizaoArt. 26. Os bens, mercadorias, livros, documentos, impressos, papis, arquivos eletrnicos ou programas decomputadorapreendidosouentreguespelocontribuinte,comexceodaquelesqueconstituam prova de infrao legislao tributria, sero devolvidos no prazo de 60 (sessenta) dias contados do incio dos procedimentos de fscalizao.1Oprazofxadonocaputpoderserprorrogado,porigualperodo,mediantedecisofunda-mentada.2Semprequesolicitado,serofornecidosaoscontribuintescpiasdelivros,documentos,im-pressos, papis, arquivos eletrnicos ou programas de computador apreendidos ou entregues s Auto-ridades Fiscais.A notifcao dever conter a ordem de fscalizao ou equivalenteAapreensodebens,equipamentosoudadosnecessriosaoexercciodeatividadeou profsso do fscalizado, deve se dar de forma e prazo proporcionais complexidade do ilcito fscalobjetodainvestigao,sobpenadeconfgurar-seindevidarestrioaoexerccioda UM NOVO OLHAR PARA A RELAO FISCO-CONTRIBUINTE 27atividade econmica do contribuinte (CF, Art. 5, caput e inc. XIII e Art. 170, par. nico). Procurandodisciplinarobjetiva-mente a questo, o Cdigo do Contri-buinte em Gois dispe, com exceo deelementosqueconstituamprova de infrao legislao tributria, que esseprazoserde60(sessenta)dias contadosdoinciodosprocedimentos defscalizao,prorrogvelporigual perodo, mediante deciso fundamenta-da.Emqualquercaso,sendopossvel,o dispositivo confere ao contribuinte direi-toderequererquelhesejamfornecidas cpias.A apreenso de bens se dar em prazo e forma proporcionais gravidade do ilcito fscalPara evitar a prtica do denuncismo, est proibida a instaurao de qualquer espcie de procedimento fscal com base em denncia annima sem indcios ou provas9.5 - Restries utilizao de denncias annimasArt. 29. proibida a instaurao de qualquer espcie de procedimento fscal com base em denncia annima, quando ela:I - no identifque, com absoluta segurana, o contribuinte supostamente infrator; ou,II descreva a infrao imputada de forma genrica ou vaga; ou,III esteja desacompanhada de indcios de autoria e prtica da infrao; ou,IV vise, aparentemente, atingir objetivo diverso da apurao do ilcito denunciado, tais como vin-gana pessoal ou tentativa de prejudicar a concorrncia.Objetivandoevitaraprticadodenuncismo, estproibidaainstauraodequalquerespcie deprocedimentofscalcombaseemde-nncia annima quando ela apresen-tarqualquerumadascaractersticas elencadasnosincisosacimatranscri-tos.Diantedeumadelaoannima (disque-denncia,p.ex.),aadministra-o tributria dever, portanto, antes de instauraroprocedimentofscal,reunir elementosquedemonstremaverossi-milhana dos fatos, sob pena nulidade.UM NOVO OLHAR PARA A RELAO FISCO-CONTRIBUINTE 289.6 - Outras vedaesArt. 30. vedado administrao pblica:Iimpedir,emrazodaexistnciadedbitos,queocontribuinteimprimaouutilizedocumentos fscais;II induzir, por qualquer meio, a auto-denncia ou a confsso por parte do contribuinte;III bloquear, suspender ou cancelar inscrio estadual, nas hipteses legalmente previstas, anterior-mente ao julgamento defnitivo do processo administrativo instaurado com essa especfca fnalidade;IV fazer-se acompanhar de fora policial nas diligncias ao estabelecimento do contribuinte, salvo se justifcado por justo receio atividade fscalizatria;VII produzir prova, apenas, com base em declarao de terceiros, seja ela verbal ou formal.O Art. 30 do Cdigo do Contribuin-tereneumrolmnimodecompor-tamentosproibidosadministrao tributriaestadual.Este abrange vedao impo-siodesanesquein-diretamenteacabempor setraduzircomoformade cobranadetributos(incs. IeIII),nalinhadasSmulas ns 70, 323 e 547 do STF; res-trio quanto produo de provas (inc. II, na linha do Art. 6,Xeinc. VII)erestriesao uso de fora policial (inc. IV), a especifcar o Art. 200 do CTN. restrito o uso da fora policial nas diligncias, salvo em caso de prejuzo da ao fscalizatria9.7 - Vedao negativa de recebimento de requerimentos ou petiesArt. 31. A administrao pblica no poder se negar a receber ou protocolizar requerimentos ou pe-ties apresentados pelos contribuintes.UM NOVO OLHAR PARA A RELAO FISCO-CONTRIBUINTE 29O inciso I refora o dever de observncia da proporcionalidade no processo administra-tivo.Comisso,oCCont-GOautorizasuautilizaocomomeiodesuavizaodotextoda norma, de forma a evitar-se que, num caso concreto, a pretexto de cumprir-se a letra fria da lei, acabe-se obtendo mais prejuzos do que benefcios. O aplicador da norma tributria no poder, entretanto, chegar ao ponto de dispensar o pagamento de tributo devido (Art. 108, 2do CTN), nem de atentar-se ao Art. 111 do mesmo CTN, que exige interpretao literal da legislao tributria sobre suspenso ou excluso (iseno e anistia) do crdito tributrio, ou ainda dispensa do cumprimento de obrigaes tributrias acessrias.Oinc.II,porsuavez,trazumagrandeinovaoemmatriaprocessualadministrativa: trata-se da elevao, ao nvel de obrigatoriedade e no mais mera faculdade, como con-signado no art. 6, 7 da Lei 16.469/2009 - de observncia dos entendimentos fxados pelo Paraqueocontribuintepossaexercero seudireitodepetioassegurado no Art. 5, XX do presente Cdigo, a administraopblicanopoder senegarareceberouprotocolizar requerimentosapresentadospelos contribuintes. O dispositivo, entretan-to, disse menos do que devia. O direi-to de petio, sob pena de se mostrar incuo,exigesejadadarespostapela Administraoaorequerimentodo contribuinte.Art. 32. Nos processos administrativos, a administrao pblica dever observar, dentre outras regras e princpios:I a adequao entre os meios e os fns, vedada a imposio de obrigaes, restries e sanes em medida superior quelas estritamente necessrias a se atingir a fnalidade por eles almejada;II a jurisprudncia frmada pelo Plenrio do Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justia, neste ltimo caso em sede de recurso repetitivo:a) por jurisprudncia frmada pelo Plenrio do Supremo Tribunal Federal deve-se entender as decises proferidas em sede de controle concentrado de constitucionalidade, em recurso extraordi-nrio submetido repercusso geral ou mesmo em recursos extraordinrios processados normal-mente, quando se tratar de entendimento reiterado;III a adoo de formas simples e capazes de propiciar adequado grau de certeza, segurana e respeito aos direitos dos contribuintes;IV a motivao de todos os seus atos de forma objetiva, clara e congruente;A administrao pblica no poder se negar a receber ou protocolizar requerimentos apresentados pelos contribuintes9.8 Deveres nos processos administrativos tributriosUM NOVO OLHAR PARA A RELAO FISCO-CONTRIBUINTE 30Plenrio do STF (nas ocasies descritas em sua letra a) e pelo STJ em sede de recurso repeti-tivo. Nesse ponto, inova o CCont-GO, pois o Conselho Administrativo Tributrio (CAT) goiano, semanecessidadedamovimentaodoaparatodoJudicirio,passaateraobrigaode enfrentar inclusive questes sobre a inconstitucionalidade e ilegalidade de comando norma-tivo expedido pela administrao tributria (outrora absolutamente vedadas pelo Art. 6, 4 da Lei 16.469/2009).Por sua vez, os incs. III e IV consagram, respectivamente, a aplicao do princpio do for-malismo moderado e do dever da motivao.CAPTULO IVDas TaxasArt. 33. As taxas no podero ter base de clculo prpria de impostos, nem ser calculadas em funo do capital das sociedades ou levar em considerao aspectos econmicos extrnse-cos ao custo do servio prestado. 1 Para efeito de instituio e cobrana de taxas, consideram-se compreendidas no mbi-to das atribuies do Estado de Gois aquelas que, segundo a Constituio Federal de 1988 e a legislao com ela compatvel, lhe competem. 2 As leis instituidoras das taxas devero apontar o servio prestado ou posto disposio do contribuinte, bem como o poder de polcia efetivamente exercido pelo Poder Pblico.3Asreceitasauferidascomacobranadastaxasnopoderoterdestinaodiversa do custeio do poder de polcia regularmente exercido pelo Poder Pblico, ou do servio pblico especfco e divisvel, prestado ao contribuinte ou posto sua disposio.CAPTULO VDas Consultas em Matria TributriaArt. 34. VETADO.Art. 35. Os contribuintes, os rgos da ad-ministrao pblica e as entida-des representativas de categoria econmicaouprofssionalpo-deroformularConsultaFiscal administraopblicaacerca da vigncia, interpretao e apli-cao da legislao tributria, ob-servado o seguinte:I as consultas devero ser res-pondidasporescritoefundamen- As taxas no podero ter base de clculo prpria de impostos10 - Outras disposiesCumpreestaratentoaindaaoutrasdisposiestrazidaspeloCdigo,quemuitocontri-buem relao fsco-contribuinte. So elas:UM NOVO OLHAR PARA A RELAO FISCO-CONTRIBUINTE 31tadamente, no prazo mximo de 30 (trinta) dias contados de seu protocolo;II-asdilignciasouospedidosdeinformaoengendradospelorgofazendriorespon-svel pela anlise da Consulta Fiscal suspendero, at o respectivo atendimento, o prazo de que trata o inciso I, supra;III-napendnciadesoluoConsultaFiscalengendradapelossujeitosmencionadosno caput deste artigo, proibida a instaurao de procedimento fscalizatrio e a lavratura de Auto de Infrao em relao matria consultada;IV - VETADO;V - VETADO;VI-havendodiferenadeentendimentoentreSoluesdeConsultasrelacionadasauma mesmamatria,caberecursoespecial,comefeitosuspensivo,paraoSecretriodaFazendado Estado de Gois;VII-orecursodequetrataoincisoanteriorpoderserinterpostopeloSuperintendentede Administrao Tributrio ou pelo destinatrio da soluo divergente, no prazo de 30 (trinta) dias contados de sua intimao;VIII - VETADO;IX - a soluo da divergncia levar edio de ato especfco uniformizando o entendimento da administrao pblica sobre o assunto;X as Solues de Consultas produziro seus regulares efeitos at sua formal revogao pela administraopblica,sendovedadaaaplicaoretroativadestenovoentendimento,casoo mesmo seja desfavorvel ao contribuinte;XI VETADO.VIII - VETADO;IX - a soluo da divergncia levar edio de ato especfco uniformizando o entendimento da administrao pblica sobre o assunto;X as Solues de Consultas produziro seus regulares efeitos at sua formal revogao pela administraopblica,sendovedadaaaplicaoretroativadestenovoentendimento,casoo mesmo seja desfavorvel ao contribuinte;XI VETADO.UM NOVO OLHAR PARA A RELAO FISCO-CONTRIBUINTE 32Realizao: Apoio: