um estudo sobre a dislexia
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ESTADO DA PARABAPREFEITURA MUNICIPAL DE BAYEUX
SECRETARIA DE EDUCAO E CULTURAESCOLA MUNICIPAL NORMAL HELENA HADMAN PIRES
MARIA DA PENHA DOS SANTOS MELO
ADRIANA SILVA DE OLIVEIRA
DISLEXIA: UM ESTUDO DE CASO
Bayeux,PB
2015
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MARIA DA PENHA DOS SANTOS MELO
ADRIANA SILVA DE OLIVEIRA
DISLEXIA: UM ESTUDO DE CASO
Trabalho de Concluso de Curso apresen-tado como requisito para concluso do cur-so de Pedagogia, ensino mdio modalidadenormal, da Escola Municipal Normal HelenaHardman Pires, sob a orientao dos Prof.Prof. Ms. GESIO LIMA VIEIRA
Bayeux,PB
2015
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MARIA DA PENHA DOS SANTOS MELO
ADRIANA SILVA DE OLIVEIRA
DISLEXIA: UM ESTUDO DE CASO
Trabalho de TCC apresentado Coordenao da Escola Normal da PrefeituraMunicipal de Bayeux-PB, como exigncia complementar para a obteno do ttulo deProfessor(a) do Ensino Infantil e das primeiras cinco sries do Ensino Fundamental.
APROVADO EM:_________/_________/______________
NOTA: ____________
BANCA EXAMINADORA
Prof. Msc. GESIO LIMA VIEIRAORIENTADOR
Prof. Msc. ANTNIO FBIO CABRAL DA SILVAPROFESSOR EXAMINADOR
Prof. ROMILSON TORRES CIRNEPROFESSOR EXAMINADOR
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DEDICATRIA
Dedico este trabalho primeiramente a Deus, e a todos aqueles que
me deram fora desde o comeo.
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EPGR FE
Educai as crianas e no ser preciso castigar os homens.
Pitgoras
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AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente a Deus, pela fora, coragem sade sa-bedoria e determinao para realizarmos os nossos sonhos, pois sem eleem nossas vidas nada disso seria possvel.
As nossas famlias que serviram de incentivo e de base neste mo-mento to importante das nossas vidas.
Em especial a alguns amigos que estudaram conosco, que semprenos apoiaram. Aos amigos distantes, que se fizeram presente quando maisnecessitamos e aos colegas de trabalho que acreditaram no nosso poten-cial.
Aos mestres que passaram em nossas vidas, ao longo desses quatroanos, que muito contriburam para a nossa formao acadmica, uns nosmarcaram, outros ns o marcamos, nosso muito obrigado!
Enfim, chegamos ao final do curso, muitas coisas se passaram e mui-tas coisas ainda esto por vim. A estrada foi longa, passamos por muitasbarreiras, barreiras essas que superamos, pois DEUS com sua infinita gra-a fez com que chegssemos at o final.
Agradecemos a todas as pessoas que fazem parte das nossas vidas,e que cooperaram de uma forma direta ou indireta na realizao dessetrabalho, pois cada uma dessas pessoas contribuiu para o nosso cresci-mento intelectual, por isso tero a nossa eterna gratido e reconhecimen-
to.
Obrigada!
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RESUMO
Este trabalho intitulado "Dislexia: um estudo de caso" cujo objetivo geral foi anali-
sar a dislexia no processo da aprendizagem. A pesquisa foi desenvolvida na escola
Sistema de Ensino Ebenzer, no municpio de Bayeux. A modalidade de pesquisa
adotada para o desenvolvimento desta monografia foi pesquisa qualitativa que se
estruturou por meio da aplicao de uma entrevista semiestruturada. O referencial
terico foi aprofundado a partir das teorias dos autores: Ianhez e Nico
(2002), Rotta (2006), Shaywitz (2006). A dislexia um distrbio de grande incidncia
em sala de aula, todavia, muitos dislxicos so rotulados pejorativamente por cole-gas e professores, o que obstem o seu desenvolvimento. O professor a ligao
entre o dislxico e o cotidiano escolar, seus atos podem impulsionar ou retardar o
aprendizado do aluno dislxico. primordial que os professores saibam conduzir
suas aes, e que sejam qualificados para obter conhecimentos sobre a dislexia e
todas as suas implicaes, deste modo eles podero desenvolver metodologias pro-
pcias aos dislxicos e contribuir de forma satisfatria para o seu desenvolvimento.
Palavraschave: Dislexia. Metodologia. Professores.
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ABSTRACTO
This work entitled "Dyslexia: a case study" whose general objective was to a-
nalyze dyslexia in the learning process. The research was conducted in the s-
chool education system Ebenezer, in the city of Bayeux. The research method
adopted for the development o f th is thesis was to qualitative research that was
structured by applying a semi-structured interview. The theoretical framework
was deepened from the theories of the authors: Ianhez and Nico (2002), Rotta
(2006), Shaywi tz (2006). Dyslexia is a high incidence of disorder in the classro-
om, however, many dyslexics are labeled pejoratively by classmates and tea-chers, which hinder their development. The teacher is the link between the dys-
lexic and the school routine, their actions can boost or slow down the learning
of dyslexic student. It is essential that teachers know how to conduct their ac-
tions, and who are qualified for knowledge about dyslexia and all its implicati-
ons, so they can develop methodologies conducive to the dyslexic and contri-
bute to the satisfaction of i ts development.
Keywords: Dyslexia. Methodology. Teachers.
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SUMRIO:
INTRODUO 09
CAPTULO I 11
1.1 O QUE PESQUISA 11
1.2 NATUREZA DA PESQUISA 12
CAPTULO II 14
2.1 O QUE DISLXIA 142.2 HISTRIA DA DISLEXIA 15
2.3 AS CAUSAS DA DISLEXIA 16
2.4 SINAIS DA DISLEXIA 17
2.5 DIREITO DOS DISLXICOS NA ESCOLA 19
2.6 A INTERAO DO PROFESSOR COM O ALUNO DISLXICO 20
CAPTULO III 243. 1 ANLISE E DISCURSSO DOS DADOS 24
CONSIDERAES FINAIS 30
REFERNCIA 32
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INTRODUO
A temtica desse trabalho intitulada "Dislexia: um estudo de caso" foi esco-
lhida aps experincias vivenciadas, na qual houve a necessidade de um melhor
esclarecimento sobre a dislexia.. Empiricamente questionamos se os pedagogos que
atuam nas escolas educao esto preparados com formao para interagir com
alunos dislxicos ou se buscam um maior esclarecimento sobre a dislexia.
Nas nossas experincias como docentes e acompanhando um aluno com dis-
lexia foi possvel perceber a falta de informao e m formao, muito pais e educa-
dores relacionam a dislexia a preguia, desleixo e desateno. Acreditamos que afalta de compreenso das dificuldades dos dislxicos influi diretamente na sua a-
prendizagem, de forma que, os professores que no conseguem compreender a dis-
lexia e suas dificuldades no conseguiro atingir resultados positivos na aprendiza-
gem desses alunos.
O nosso trabalho parte do seguinte problema de pesquisa, o que dislexia?
Que dificuldade ela implica as crianas? Qual o papel do educador? Que metodo-
logia o educador deve utilizar?Para o estudo o nosso objetivo geral ser analisar a dislexia no processo da
aprendizagem. E para o melhor aprofundamento, os nossos objetivos especficos
sero: Conhecer a dislexia; Compreender as dificuldades dos alunos dislxicos; I-
dentificar as dificuldades vivenciadas por educadores; Analisar as metodologias de
ensino para dislxicos.
Acreditamos que trabalho poder ser utilizado como base de estudo para
compreenso da dislexia e servir como instrumento de pesquisa para elabora demetodologias direcionadas ao ensino/aprendizagem de crianas dislxicas. Faremos
uma abordagem a principal dificuldade de aprendizagem encontrada pelas crianas,
a dislexia, revisando os conceitos sobre esse distrbio de aprendizagem, tendo co-
mo foco investigao das dificuldades que os alunos dislxicos enfrentam durante o
processo de aprendizagem e a atuao do professor na aquisio da aprendizagem
do aluno dislxico.
evidente que existe uma enorme carncia de conhecimento sobre a dislexi-
a, alm disso, de acordo com Associao Brasileira de Dislexia (2011), cerca de 5 a
17% da populao mundial sofre de dislexia. A dislexia o distrbio de maior inci-
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dncia em sala de aula, porm notria a falta de capacitao e esclarecimento por
parte de educadores acerca da dislexia. As crianas dislxicas sofrem os mais diver-
sos tipos de preconceitos, eles se sentem desassistidos, desmotivado e confuso,
gerando uma evaso escolar.
necessrio compreender que a dislexia no se dar de uma m alfabetiza-
o, desateno, desmotivao, condio socioeconmica ou baixa inteligncia, se-
gundo a Associao Brasileira de Dislexia (2011), ela uma condio hereditria
com alteraes genticas, preciso que os educadores sejam capazes de identificar
a dislexia, encaminh-los ao acompanhamento necessrio e que estejam aptos a
trabalhar as dificuldades de alunos dislxicos. de suma importante compreender o
que a dislexia, como identific-la e quais estratgias o educador deve utilizar naformao dessas crianas.
Desenvolvido por uma abordagem qualitativa, esse trabalho foi construdo por
meio de pesquisa bibliogrfica, que foi constituda atravs de livro, artigos, sites es-
pecializados, blogs referentes dislexia, monografia e outros materiais acessveis, a
fim de adquirir informaes sobre dislexia e as suas implicaes.
Como instrumentos para coleta de dados foi usado entrevista semi-
estruturada. As quais foram direcionadas aos pedagogos, aos familiares de crianasdislxicas e as crianas dislxicas.
A estrutura da nossa pesquisa disposta em trs captulos. O primeiro cap-
tulo intitulado Um pouco da trajetria da pesquisa, procuramos de forma embrion-
ria tecer o caminho que percorremos para desenvolver a pesquisa .
No segundo captulo, com a temtica Dislexia, dificuldades e a mediao pe-
daggica, explanamos a dislexia, os seus sinais e as suas causas e apresentamos
o resumo histrico da dislexia. Tambm direcionada a atuao das escolas e dosprofessores, abordando quais leis asseguram os direitos do dislxico na escola e
como o professor pode adequar a sua metodologia para trabalhar com alunos disl-
xicos.
No terceiro captulo trazemos a anlise e discusso dos dados de nossa
pesquisa e seguidamente as consideraes finais. Esperamos que esse estudo ve-
nha a contribuir com o debate j existente acerca da temtica. E que tambm sirva
como referncia para trabalhos futuros.
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CAPTULO I
Neste capitulo ser definido o percurso metodolgico traado para a constru-
o da pesquisa, expondo todos os pontos dessa construo para um maior enten-
dimento da temtica.
1.1. O QUE PESQUISA
Pesquisa o processo que se da ao investigar algo, quando surgem incerte-
zas ou questionamento sobre um determinado assunto. O ato de pesquisar, surgi
atravs da necessidade de buscar informaes ainda no dispostas com o intuito de
resolver um problema.
Varias razes para pesquisar, o trabalho "Dislexia: um estudo de caso" tem
como objetivo realizar um estudo de caso, como o prprio ttulo diz, a partir de expe-
rincias e tem como origem a razo de ordem pratica e intelectual, pois a meta foicompreender o problema e buscar possveis solues com a finalidade de maior en-
riquecimento intelectual e de que, tais informaes possam futuramente ser utiliza-
das como instrumento metodolgico para educadores.
A razo da pesquisa pode ser classificada em dois grandes grupos: razes
de ordem intelectual e razes de ordem prtica. As primeiras decorrem do
desejo de conhecer pela prpria satisfao de conhecer. As ultimas decor-
rem do desejo de conhecer com vista a fazer algo de maneira mais eficiente
ou eficaz. Gil (2010, p.1).
Cada pesquisa possui sua particularidade, em algum aspecto ela se diferen-
cia de qualquer outras, sendo assim, ela se torna nica. Cada pesquisa natural-
mente diferente de qualquer outra. Da a necessidade de previso e proviso de re-
cursos de acordo com a sua especificidade. Gil (2010, p.25).
Contudo classificar a pesquisa facilita o trabalho do pesquisador, pois possibi-
lita uma maior racionalidade a cada etapa destinada isso implica na reduo do
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tempo, na maior utilizao de recursos e de um melhor aproveitamento dos resulta-
dos.
Apresentando os caminhos metodolgicos que foram construdos para subsi-
diar o desenvolvimento da pesquisa que teve como objetivo geral analisar a dislexia
no processo da aprendizagem. Esse objetivo foi dividido, com o proposito de organi-
zar o desenvolvimento da pesquisa: Conhecer a dislexia; Compreender as dificulda-
des dos alunos dislxicos e educadores; Analisar as metodologias de ensino para
dislxicos.
1.2. NATUREZAS DA PESQUISA
A pesquisa promoveu uma analise sobre a dislexia e as metodologias utiliza-
das por educadores com alunos dislxicos, para sua construo da mesma usou-se
a pesquisa qualitativa.
O estudo desenvolvido na abordagem qualitativa, levando em considerao
este norteador, escolhi neste trabalho uma metodologia de abordagem qualitativarefletida nas contribuies de autores como Chizzotti (2009) e Gil (2010),o que per-
mitir compreender o objeto da pesquisa em suas singularidades e caractersticas
especificas, tal qual foram postas, vividas e vivenciadas.
Para Chizzotti (2009), essas cincias tem sua especificidade- o estudo do
comportamento humano e social- que faz delas cincias especficas, com uma me-
todologia prpria.
A abordagem qualitativa parte do fundamento de que h uma relao intrn-seca entra a subjetividade do sujeito e o mundo real do objeto gerando um conheci-
mento que deve ser considerado e refletido na pesquisa. A respeito da relao entra
sujeito e objeto, encontramos o entendimento de que esse conhecimento:
[...] no se reduz a um rol de dados isolados, conectados por uma teoria ex-
plicativa; o sujeito observador parte integrante do processo de conheci-
mento e interpreta os fenmenos, atribuindo-lhes um significado. O objeto
no um dado inerte e neutro; est possudo de significados e relaes quesujeitos concretos criam em suas aes (CHIZZOTTI, 2009, p.79).
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O autor ainda acrescenta que o pesquisador nesse tipo de pesquisa:
[deve] ..., despojar-se preconceitos, predisposies para assumir uma atitu-
de aberta a todas as manifestaes que observa [...], a fim de alcanar umacompreenso global dos fenmenos. (CHIZZOTTI, 2009, p.82).
Para Trivios (1987), o processo da pesquisa qualitativa no admite vises
isoladas, parceladas, estanques desses fenmenos. Ela se desenvolve em interao
dinmica, retroalimentando-se, reformulando-se constantemente para um melhor
entendimento do objeto. Nesta mesma perspectiva de compreenso, Bogdan e Bi-
klen(1999), acrescentam que a abordagem da investigao qualitativa exige que o
mundo seja examinado com a ideia de que nada trivial, que tudo tem potencial pa-
ra construir uma pista que nos permita estabelecer uma compreenso mais esclare-
cedora do objeto de estudo.
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CAPITULO II
2.1 O QUE DISLEXIA
Existem vrias pesquisas com o objetivo de definir a dislexia, e muitas so as
concluses sobre a definio da dislexia. Anita Keates em seu livro, Dyslexia and
Informationand Comunications Technology, exemplifica o quanto difcil chegar a
um nico conceito sobre a dislexia.
No curso da pesquisa para este livro. Eu tentei encontrar uma nica defini-o acordada de dislexia. No entanto, depois de descobrir mais de 28 dife-rentes e nem mesmo de esgotar minha busca. Eu desisti.. (KEATES. 2000,p.1).
A palavra DISLEXIA derivada do grego e latim, origem etimolgica, do gre-
go DIS distrbio e do latim LEXIA leitura; linguagem. DISLEXIA dificuldades na
leitura e escrita. (IANHEZ e NICO: 2002 p.25).Dislexia no uma doena, um distrbio de aprendizagem de origem neuro-
lgica, que afeta aprendizagem na rea da leitura, escrita e soletrao. O processo
da leitura complexo e implica principalmente em decodificar e interpreta palavras.
Com o desenvolvimento das crianas, essa decodificao se torna algo relati-
vamente simples, contudo, para criana com dislexia existem enumeras dificuldades
em transformar o cdigo escrito em lingstico.
De acordo com a Associao Brasileira de Dislexia (2011), a dislexia defini-da como um transtorno de aprendizagem na rea da leitura, escrita e soletrao, a
dislexia o distrbio de maior incidncia nas salas de aula. De acordo com a ABD,
pesquisas realizadas em vrios pases mostram que entre 5% e 17% da populao
mundial dislxica.
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2.2 HISTRIA DA DISLEXIA
O registro mais antigo sobre a dislexia foi relatado em 1676 pelo mdico ale-
mo, Dr. Johann Schmidt no caso de Nicholas Combier homem adulto de 65 anos
que havia perdido a sua capacidade de ler aps um derrame. Shaywitz (2006).
Aps 1676 existiram outros relatos importantes que construram a historia da
dislexia. Sally Shaywitz em seu livro: Entendendo a dislexia: um novo e completo
programa para todos os nveis de problemas de leitura (2006), descreve esse pro-
cesso histrico.
1863- o Dr. Rudolf Berlin relatou o caso de um paciente que dizia en-xergar tudo normalmente, mas que no conseguia mais ler. Seus exames no apre-
sentaram anormalidades.
1872- Sir William Broadbent, neurologista, relatou o caso de um paci-
ente que dizia ver as palavras, contudo no conseguia entende-las.
1877- Adolf Kussmaul, neurologista, relatou o que seria uma total ce-
gueira de texto apesar da viso, do intelecto e da fala estarem intactos. Intitulou es-
sa condio de cegueira verbal. 1887, Rudolf Berlin, ele classificou a cegueira verbal em adultos que
aps uma leso cerebral perderam a capacidade de ler, de duas formas: Alexia ad-
quirida, quando a leso fosse total e a incapacidade de ler fosse absoluta;Dislexia,
leso parcial, mas com grandes dificuldades de interpretar smbolos escritos.
1896, o Dr. W. Pringle Morgan relatou no jornal, British Medical, o que
seria a primeira discrio do distrbio de aprendizagem, o garoto Percy, de 14 anos,
no qual afirmava ser um menino inteligente e brilhante, rpido nos jogos e sem ne-nhum aspecto inferior aos demais colegas, contudo com uma incapacidade em ler.
No apresentava dificuldades com os nmeros, o problema era compreender as pa-
lavras. Diagnosticado com cegueira verbal congnita, Morgan foi o primeiro a consi-
derar que a cegueira verbal poderia ocorrer em crianas saudveis.
Diferentemente da cegueira verbal congnita, cegueira verbal adquirida era
diagnostica mais rpida, isto porque, pois haveria uma ruptura na capacidade de ler
devido a uma leso cerebral decorrente de um derrame, tumor e etc.
A cegueira verbal adquirida afeta, em geral, o lado esquerdo do crebro, onde pode prejudicar vrias
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funes. Alm de problemas de leitura, os pacientes atingidos podem experimentar fraquezamuscular no lado direito do corpo, dificuldade em pronunciar palavras ou problemas para nomearobjetos. J, a cegueira verbal congnita ocorre nas crianas e reflete uma disfuno presente desdeo nascimento. O quadro clnico mais sutil, evolui gradualmente medida que a criana se deparacom problemas de leitura continuamente na escola (Shaywitz, 2006, p. 27).
Segundo Rotta (2006), os oftalmologistas foram os primeiro profissionais que
contriburam no reconhecimento da dislexia. Atravs das suas observaespode-se
perceber que a dificuldade no estava nos olhos, mas no funcionamento de reas de
linguagem no crebro.
O Samuel Orton neurologista, entre os anos de 1928 e 1937 publicou um tra-
balho clinico no qual descrevia as dificuldades das crianas em relao a leitura, e-
las faziam inverses e imagens espelhadas de letras e palavras e sugeriu que o fe-
nmeno era provocado por imagens competitivas nos dois hemisfrios cerebrais de-
vido falncia em estabelecer dominncia cerebral unilateral e consistncia percep-
tiva. Realizou estudos com famlias de dislxicos, e alertou para a incidncia do as-
pecto gentico. (ROTTA, 2006)
2.3 AS CAUSAS DA DISLEXIA
De acordo com a Associao Internacional de Dislexia (Lyon, Shaywitz,
&Shaywitz, 2003; The InternationalDyslexiaAssociation, 2002) a Dislexia uma difi-
culdade especfica de aprendizagem de origem neurolgica.
Segundo Rotta (2006), as diferenas estruturais entre o crebro das pessoas
com dislexia e o das pessoas sem dislexia concentram-se fundamentalmente noplano temporal. Alm da simetria incomum dos planos temporais, o crebro de leito-
res dislxicos tem alteraes na citoarquitetura e alteraes do cerebelo e suas vi-
as.
A falta de um conceito nico tambm refletida nas causas acerca da dislexi-
a, atualmente a causa da dislexia engloba uma relao entre condies genticas e
neurolgicas.
A gentica um fator expressivo na causa da dislexia, crianas que tenham
um histrico familiar de dislxicos possui um risco importante de apresentar dislexia,
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transmitida por um gene do cromossomo # 6 que, por ser dominante, torna a dislexia
hereditria.
2.4 SINAIS DA DISLEXIA
Dislexia crnica e emite sinais de sua existncia, dificilmente observados
durante a primeira infncia, pois a percepo da dislexia ocorre principalmente na
face escola.
Sinais encontrados em Dislxicos:Na Primeira Infncia:
Atraso no desenvolvimento motor desde a fase do engatinhar, sentar e
andar;
Atraso ou deficincia na aquisio da fala, desde o balbucio
pronncia de palavras;
Parece difcil para essa criana entender o que est ouvindo;
Distrbios do sono; Sensibilidade s alergias e s infeces;
Tendncia hiperatividade motora;
Chora muito e parece inquieta ou agitada com muita frequncia;
Dificuldades para aprender a andar de triciclo;
Dificuldades de adaptao nos primeiros anos escolares;
Em crianas pequenas ou ate mesmo em crianas mais velhas o sinal mais
explicito da dislexia, o atraso na aquisio da fala e sua deficiente percepo fon-tica. Por ser um distrbio relacionado leitura, no inicio da vida escolares que os
sinais se tornam mais evidentes.
Crianas entre 4 e 6 anos:
A omisso, inverso ou a confuso de fonemas;
Vocabulrio empobrecido;
Dificuldade na expresso oral;
Baixo nvel de compreenso da linguagem; Dificuldade em aprender a diferenciar cores, formas, tamanhos,
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posies;
Problemas de lentido motora e atraso na aquisio de conhecimento
do esquema corporal, orientao e sequenciaro.
Crianas entre 6 e 9 anos:
Permanecem ou aumentam as inverses, confuses, trocas e
omisses de fonemas;
O vocabulrio passa a ser cada vez mais empobrecido em relao
faixa etria e escolaridade alcanada;
Na leitura, geralmente silabada, frequente a presena de confuso
entre letras, como por exemplo, entre: a/o; a/e; u/o; b/d; p/q; u/n, assim como
aparecem omisses, inverses e adies de slabas nas palavras, o que dificulta
ainda mais o entendimento do texto;
Na escrita percebem-se confuses de letras semelhantes pelo som ou
forma;
H omisses e inverses de letras, slabas ou palavras, que persistem
apesar do treino ortogrfico;
A escrita e a estruturao das ideias so confusas;
Crianas com mais de 9 anos:
Dificuldade na estruturao das frases;
Inadequao no uso dos tempos verbais;
Dificuldade persistente na compreenso da leitura, assim como na
expresso oral e escrita;
Escrita muito irregular, com incorrees ortogrficas, semntica e
sinttica;
Transparecem as dificuldades s outras aprendizagens escolares que
tenham como base a leitura e sua compreenso;
Negam-se ou evitam ler, principalmente em voz alta;
Compreendem melhor o que lido para eles do que o que leem;
Como se cansam devido ao esforo mental, escreve mais devagar e
sua caligrafia pode ser muito irregular;
Os dislxicos pode no apresentar todos os sinais descritos, pois a variveis
e os sinais ocorrem de acordo com os diferentes graus e gravidades do distrbio.
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Como j mencionada, na fase escolar que os sintomas se manifestam com
maior clareza, na grande maioria eles so percebidos pelos professores, que devem
informar aos responsveis da criana os sinais que foram observados e orient-los a
fazer um acompanhamento mais especifico, junto a uma equipe multidisciplinar (m-
dico, psiclogo, psicopedagogo, fonoaudilogo, neurologista).
Para concluir um diagnstico de dislexia necessrio descartar outras possi-
bilidades como a ocorrncia de deficincias visuais e auditivas, dficit de ateno,
escolarizao inadequada, problemas emocionais, psicolgicos e socioeconmicos
que possam interferir na aprendizagem.
2.5 DIREITO DOS DISLXICOS NA ESCOLA
A escola considerada o local aonde as crianas iro se desenvolver, a res-
ponsabilidade de alfabetizao, de socializao e de interao ao meio social, de-
positada na escola.
Tradicionalmente, as escolas preparam as crianas para o seu futuro profis-sional e social, para serem cidados responsveis e que consigam ser profissionais
bem sucedidas. Para que sejam alcanadas as expectativas da escola, criana
passa por varias etapas, so alfabetizadas e estimuladas para que ocorra o seu de-
senvolvimento.
Segundo com Martins (2001, p.69) o zelo pela aprendizagem passa pela re-
cuperao daqueles que tm dificuldade de assimilar informaes, sejam por limita-
es pessoais ou sociais. Da, a necessidade de uma educao dialgica, marcadapela troca de idias e opinies, de uma conversa colaborativa em que no se cogita
o insucesso do aluno. Se o aluno fracassa, a escola tambm fracassou. A educao
dialgica permite que a escola conhea o contexto no qual seus alunos esto inseri-
dos, a escola passa a no apenas depositar idias, mas constru-las de acordo com
as necessidades existentes.
Na legislao educacional, os alunos dislxicos esto previamente aparados,
embora isso no seja o suficiente para suprir as suas necessidades, pois a legisla-
o educacional no especfica quanto dislexia, referindo-se apenas incluso
escolar de uma forma generalizada.
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2.6 A INTERAO DO PROFESSOR COM O ALUNO DISLXICO
O professor o base da educao, ele o agente transformador que est ati-
vamente vinculado construo dos saberes.
O papel do educador despertar no aluno o interesse pelo saber se issono acontecer este aluno no desenvolve sua criatividade e capacidade pa-ra construir sua prpria histria de vida, por isso importante que o profes-sor conhea o universo cultural de cada cultural. (RODRIGUES; SILVEIRA,2008, p.5)
A dislexia a dificuldade de maior incidncia em salas de aulas, identificar e
trabalhar com alunos dislxicos um desafio, diante das inmeras turbulncias j
encontradas na rotina profissional do professor. Entretanto, com o papel to ativo na
vida escolar dos alunos, geralmente cabe ao professor, dar o primeiro passo na des-
coberta da dislexia.
O professore atravs observao pode perceber os sinais das dificuldades re-
lacionadas linguagem, de acordo com a proposta de Mabel Condemarn(l989, p.55), a dificuldade da linguagem pode ser inicialmente e informalmente diagnosticada
pelo professor, a observao deve ser feita com a utilizao da ficha de observao
com as seguintes questes a serem respondidas:
A criana movimenta os lbios ou murmura ao ler?
A criana movimenta a cabea ao longo da linha?
Sua leitura silenciosa mais rpida que a oral ou mantm o mesmo
ritmo?
A criana segue a linha com o dedo?
A criana fixa excessivamente o olho na linha impressa?
A criana demonstra excessiva tenso ao ler?
A criana efetua excessivos retrocessos da vista ao ler?
Se aps observao e analise dos resultados obtidos, o professor concluir
que o aluno demonstra dificuldades na linguagem ele pode aprofundasse na obser-
vao dos sinais da dislexia, como j mencionada anteriormente os sinais mais co-
muns so:
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A omisso, inverso ou a confuso de fonemas;
Dificuldade na expresso oral;
Baixo nvel de compreenso da linguagem;
Confuses de letras semelhantes pelo som ou forma;
A escrita e a estruturao das idias so confusas;
O vocabulrio empobrecido em relao faixa etria e escolaridade;
Com a percepo dos sinais da dislexia o professor dever comunicar aos
responsveis os resultados da observao e encaminha o aluno ao psicopedagogo
para que, juntamente com a uma equipe especializada, possa ser feito o diagnostico
conclusivo.
Os professores em situaes diversas, ignoram os sinais da dislexia e culpam
os alunos pelo seu fracasso, isto acontece devido a falta e formao e conhecimento
a cerca da dislexia Para que haja o trabalho com criana dislxica, o professor ne-
cessita ser capacitado e ter conhecimento acerca da dislexia.
Devido falta de formao do professor na graduao ele ainda no estpreparado para detectar estes problemas. [...], por isso os professores de-vem se especializar-se para que este aluno no sofra tanta discriminao na
vida escolar, uma vez que este ainda no recebe um acompanhamento a-dequado para superar esta dificuldade. (RODRIGUES; SILVEIRA, 2008,p.3)
importante que antes de rotular o aluno como indisciplinado, preguioso, e
que no aprende ou que no se interessa pelo estudo, seja feita uma investigao
minuciosa para determinar os motivos que levaram a criana a tal estado.
O professor que possui um aluno dislxico precisa adequar a sua metodologia
para possa atender e suprir as necessidades do aluno. A metodologia mais citada
nas pesquisas a multissensorial, aquela que explora e estimula os sentidos da vi-
so, audio, tato, paladar e olfato dos alunos. (RICHART e BOZZO, 2009).
Elaborar estratgia e definir atitudes que facilite o desenvolvimento do dislxi-
co a forma mais eficaz de contribuir para o aumento do rendimento escolar e evitar
que os problemas emocionais de frustrao e baixa auto-estima aumentem.
Rotta (2006) recomenda algumas estratgias e atitudes:
Sendo as atitudes:
Mostrar para o dislxico que seu problema conhecido, dando ateno
especial e encorajando-o nos momentos difceis;
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Destacar seus pontos positivos nos trabalhos realizados e no faz-lo
repetir por causa de uma escrita mal feita;
Evitar leitura em pblico, sempre prepar-lo com antecedncia;
Comprovar sempre que o material oferecido para ler apropriado para
seu nvel leitor, no pretendendo que alcance um nvel igual da sala de aula;
Aceitar que se distraia com maior facilidade que os demais, posto que
a leitura lhe exija um esforo maior que os demais;
Nunca ridiculariz-lo;
Sendo as proposta de ao pedaggica:
Ensinar a resumir anotaes que sintetizem o contedo de uma expli-
cao;
Permitir o uso de meios informticos, de corretores, de calculadora e
de gravadores quando possvel, isso lhe garantir tranqilidade;
Usar materiais que permitem visualizaes (figuras, grficos, ilustra-
es) para acompanhar o texto impresso;
Evitar cpias extensas, oferecendo fotocpia;
Dar tarefas escolares reduzidas na leitura e escrita;
Sendo avaliao escolar:
Sempre que possvel realizar avaliaes orais, em todos os nveis de
ensino;
Prever tempo extra como recurso obrigatrio;
Evitar a utilizao de testes de mltipla escolha;
Valorizar os trabalhos pelo contedo e no pela escrita;
Oportunizar um local tranqilo ou sala individual para executar as ava-
liaes;
De acordo com Richart e Bozzo (2009) A dislexia no uma dificuldade que
possa ser resolvida ou sanada com atividades especificas para o desenvolvimento,
no h uma cura, o que deve ser realizado intervenes para amenizar as suas difi-
culdades e desenvolver meios para contornar as limitaes durante a vida escolar.
importante trabalhar a autoestima da criana, por exemplo, fazer antecipa-
damente a leitura de pequenas frases com o seu aluno, e durante a leitura coletiva
pedir para que ele leia as frases. Todavia, preciso salientar que esse processo delicado e que nesse momento provavelmente o aluno estar sobre intensa tenso,
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o professor deve evitar impor presso, pois caso acontea o resultado poder ser o
retrocesso do aluno. Estimular a criana atravs de elogios outro ponto essencial,
valorizar os acertos, parabenizar aps a concluso de uma atividade, faz com que o
aluno se sinta capaz e parte integrante da turma.
Segundo Ianhez e Nico (2002) Para alavancar a auto-estima e autoconfiana
necessrio:
Focalizar sempre no que a criana faz de melhor e encoraj-la a faz-
la;
Fazer elogios quando consegue fazer algo difcil e no deix-lo desisti;
A avaliao dos alunos dislxicos desse ser feita de forma diferenciada, no
podemos avaliar esses alunos com a mesma metodologia que utilizamos com os
demais, tendo em vista que os dislxicos apresentam um desenvolvimento diferenci-
ado e precisam contornar as suas dificuldades para que possam expressar os co-
nhecimentos.
O professor deve ler as atividades da criana de tal maneira que ela nosubestime a sua habilidade. Respostas orais so as melhores indicaes desua habilidade do que o trabalho escrito. A avaliao deve ser feita de acor-do com o seu conhecimento e no com suas dificuldades e seus erros orto-
grficos (TAVARES, 2008, p.22).
A avaliao atravs de um processo contnuo possibilita a observao do an-
tes, durante e depois da execuo das atividades, facilitando a percepo dos resul-
tados que sero construdos ao longo do processo.
Braggio (2011) cita alguns aspectos que o professor deve seguir em relao
avaliao:
No esperar acumular contedos para comear a aplicar as avaliaes;
Sempre que possvel, preparar avaliao individualizada;
Dar ao aluno a opo de fazer prova oral ou atividade que utilize dife-
rentes expresses e linguagens;
Somente aplicar a avaliao se o professor entender que o aluno ter
realmente condies de revelar seu aproveitamento por meio dela;
Trabalhar com crianas dislxicas no simples, preciso que o professor
detenha teorias e praticas metodolgicas capazes de analisar e compreender como
os alunos se desenvolvem e tal forma estimular a sua aprendizagem
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CAPTULO III
3. 1 ANLISE E DISCURSSO DOS DADOS
Nesta parte do trabalho, apresentam-se a anlise dos dados da entrevista
realizada com os professores, aluno e me de um dislxico, com o objetivo de anali-
sar a dislexia no processo da aprendizagem.
Inicialmente, explicamos aos sujeitos os procedimentos da nossa pesquisa,
considerando que a entrevista exigiria a disponibilidade de horrios. E para garantiro anonimato os sujeitos da pesquisa foram identificados por codinomes: P1 a P3,
professores; MD me de dislxico e AD aluno dislxico.
O primeiro ponto elencado nas entrevistas foi levantar informaes que nos
subsidiassem na construo de um perfil dos sujeitos da nossa pesquisa. No quadro
a seguir so mostradas as caractersticas dos professores e outros sujeitos envolvi-
dos na pesquisa
QUADRO III: PERFIL DOS SUJEITOS ENTREVISTADOS.
PERFIL DOS SUJEITOS ENTREVISTADOS
PROFESSORAS IDADE FORMAO TEMPO DE ATUA-
O PROFISSIONAL
P1 25 Magistrio; Graduada em
Pedagogia;
7ANOS
P2 35 Magistrio; Graduada emPedagogia; Ps-graduao em
Psicopedagogia.
14 ANOS
P3 35 Graduada em Pedagogia; 17 ANOS
ME IDADE ESCOLARIEDADE
MD 38 Ensino mdio
Magistrio- cursando
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Observamos que a idade das professoras oscila entre 25 e 35 anos. Em rela-
o ao tempo que as professoras lecionam, identifica-se que o professora com me-
nos experincia possui sete anos de exerccio, o que indica que essas professoras
j se encontram em uma fase de maturidade profissional.
A criana dislxica, com idade de dez anos, estuda em uma turma do quinto
ano do fundamental I e faz acompanhamento com psicopedagoga. Ela possui o di-
agnostico de dislexia e dislalia. Reside com seus pais e irmos no bairro, Alto da
Boa Vista/Bayeux. A me dessa criana, que tambm um dos sujeitos da nossa
pesquisa, trabalha como monitora escolar em um das escolas do bairro e atualmente
cursa o magistrio, formao que segundo ela, ajudou a compreender melhor a dis-
lexia.
Quando perguntada sobre a descoberta da dislexia, MD diz que foi atravs da
professora, segundo ela, a professora do 3 ano a chamou e sondou sobre o desen-
volvimento do seu filho nos anos antecedentes, e levantou a hiptese de uma difi-
culdade na leitura. Atravs da professora, MD obteve um esclarecimento mais con-sistente sobre a dificuldade no seu filho, Antes, era apenas preguia, ele no quer
fazer, ele baguna demais e no presta ateno e por isso no sabe ler. Depois que
a professora me disse sobre a dislexia eu vi que ele no era o culpado daquilo ali..
MD tambm relatou na entrevista que muitas vezes culpava o comportamento do
filho pelo o seu fracasso, Ele ficava de castigo, ele apanhava, mas no dava jeito..
Grande parte das crianas dislxicas apresentam problemas relacionados ao
comportamento, estudos indicam que um dos fatores que influenciam esse maucomportamento o fato dos dislxicos serem excludos do cotidiano escolar, por no
participar ou no ter sucesso nas atividades escolar eles procuram outras formas de
ocupar o seu tempo durante as aulas. Outro fator chave para o mau comportamento
so as discriminaes, o que pode gerar o sentimento de revolta nos dislxico e con-
tribuir para o desencadeamento de um comportamento agressivo. Isso pode ser ob-
servado quando perguntamos a AD se ele j se envolveu em alguma confuso de-
corrente a situaes onde ele se sentiu envergonhado, ele nos respondeu que sim, e
detalhou que Os meninos ficavam rindo e depois ficavam me chamando de burro, ai
eu arengava e brigava com eles..
ALUNO IDADE ESCOLARIEDADE
AD 10 Ensino Fundamental I
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Quando professor compreende a dislexia e reconhece os seus sinais, ele po-
de atravs da observao perceber que a dificuldade do seu aluno vai alm de uma
simples preguia ou m formao, com o levantamento dessa suspeita o professor
pode orientar os responsveis e encaminhar esse aluno ao acompanhamento espe-
cifico.
O filho de MD passou por exames neurolgicos onde foi constatada a dislexia
e a dislalia, hoje ele faz o acompanhamento com uma psicopedagoga e uma fono-
audiloga.
MD relata que a professora do segundo ano foi a mesma do infantil V e que o
seu filho era sempre penalizado por no conseguir fazer o que lhe era proposto e
que ele passou por vrios momentos constrangedores.
Ele sempre falava que tinha vergonha, por que no conseguia ler, ele tinhavergonha quando a professora o chamava para ler, os colegas ficavam rindoe ela reclamava porque ele no conseguia. (Entrevista: MD, 37 anos,23set2015, s 17h35min)
E notrio que a falta de capacitao dos professores contribui para a rotula-
o inadequada da dislexia e para o regresso do aluno.
No segundo ano ele sofreu muito, a professora o exclua muito ele, por eleno conseguir fazer as atividades em sala de aula, ela o colocava de casti-go, ele chorava e ela dizia que ele no sabia fazer as atividades, e ele fala-va que a professora no ajudava ele fazer as atividades, em casa quandoeu ia fazer a atividade em casa ele dizia que: minha tia diz que eu no sei.(Entrevista: MD, 37 anos, 23set2015, s 17h40min)
Quando interrogamos AD sobre a sua vida escolar, ele relata as situaes
desagradveis que passou;
Os meninos ficavam mangando porque eu errava. Quando a professora es-crevia no quadro eu no respondia e tambm no copiava direito, ai ela re-clamava, dizia que eu no fazia porque no queria, tinha preguia. Davaraiva, porque eu queria fazer, eu dizia pra me que no ia mais pra escola.Mas eu ia porque me mandava. (Entrevista:WVAD, 10 anos, 19nov2015,s 20h00min)
Quando questionado se algum professor o obrigou a ler, ele nos relata que:
Uma j, todo mundo tava lendo quando chegou minha vez eu no conse-gui. Ela mandou eu ler pelo menos um pouquinho, mas no li. Ai os meni-
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nos comearam a rir, ai ela reclamou com eles e disse que era porque euno sabia ler. (Entrevista: WVAD, 10 anos, 19nov2015, s 20h00min)
Com esses dados podemos perceber que a falta de conhecimento sobre a
dislexia faz com que vrios professores excluam seus alunos dislxicos, esses cons-
trangimentos aliados falta de estimulo resulta no desinteresse e no abandono es-
colar. O aluno passa a acreditar que ele no consegue fazer porque ele incapaz.
A entrevista com os professores aconteceu na prpria escola depois do termi-
no das atividades escolares.
Quando interrogadas sobre o conhecimento acerca da dislexia, todas as pro-
fessoras demostraram obter o embasamento terico do significado da dislexia.
Sobre como reconhecer um aluno dislxico, as professoras responderam de
forma semelhante, observar se h dificuldades na leitura e escrita, porm a profes-
sora P1 que possu experincia com aluno dislxico e a P2 que ps-graduada em
psicopedagogia enfatizaram que necessrio observar se existem sintomas da dis-
lexia, tornando-se evidente que ambas possuem conhecimento sobre esses sinto-
mas.
Se o aluno apresentar dificuldade na leitura, irei observ-lo para verse existem algumas caractersticas semelhantes dislexia.(Entrevis-ta: RKPI, 25 anos, 19 set2015, s 17h20min)
Possuir dificuldades na leitura e escrita no torna uma criana dislxica,
preciso observar a existncia de outros sinais.
Questionadas sobre a metodologia voltada para crianas dislxicas, s pro-
fessoras P1 e P2 concordam com o uso da oralidade, a professora P2 destaca o uso
de recursos slidos,
Uma metodologia voltada para a oralidade e a estimulao do aluno.Usaria recursos slidos e atividades diferenciadas..(Entrevista: JBP2, 35anos, 19 set2015, s 17h45min)
Eu elaborei uma estratgia especifica para ele, entre outras coisas,eu utilizava figuras ou recursos de mdia para explicar e exemplificaros assuntos, ele tinha um tempo maior para responder as atividadese a sua avaliao era feita de forma oral. (Entrevista: RKPI, 25 anos, 19set2015, s 17h20min)
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Com a resposta da professora P3 percebemos que ela possui dificuldade de
construir uma metodologia especifica para crianas dislxicas.
Ela diz que faria uso apenas de gravuras e livros de acordo com a idade doaluno. (Entrevista: LAP3, 235 anos, 19 set2015, s 18h00min)
Quando interrogadas sobre a avaliao, as professoras concordam que ela
deve ser feita de forma qualitativa e oral. Isso demostra que em relao a como ava-
liar seus alunos dislxicos as professoras esto cientes de que eles no podem ser
avaliados igualmente aos demais.
Quando trabalhei com um aluno dislxico, eu fui orientada pela psi-copedagoga a avalia-lo de forma qualitativa, atravs de tudo o queele produzisse ao longo do bimestre. Ele realizava as avaliaes es-critas, sozinho, porm quando ele terminava eu lia novamente a pro-va e considerava a resposta oral.(Entrevista: RKPI, 25 anos, 19 set2015, s17h20min)
Todas as professoras citam o uso da avaliao oral e contnua.
Quando questionadas sobre o ensino da dislexia durante a graduao, todas
elas concordaram que as instrues passadas na graduao no so suficientes
para a realidade escolar.
Voc no recebe suporte adequado durante a graduao, quando me depa-rei com um aluno dislxico em sala no sabia o que fazer ou por onde co-mear. Foi necessrio pesquisar para fazer metodologia que desse certo. preciso saber lidar com situaes extrema, para no constranger o aluno.Mas a maior dificuldade a escola, principalmente quando a direo estmais preocupada com a mdia quantitativa, voc precisa argumentar com adireo e mostrar que a sua metodologia vlida e que o aluno domina ocontedo, mesmo apresentado erros nas respostas escritas. (Entrevista:RKPI, 25 anos, 19 set2015, s 17h20min)
Analisando os relatos das professoras percebemos que os professores ape-
nas graduados e que atual nas salas de aula, possui conhecimento limitado em rela-
o dislexia, e que a maior dificuldade se encontra em elaborar estratgias de en-
sino direcionadas a alunos dislxicos. O professor que busca um maior entendimen-
to sobre a dislexia precisa recorrer a especializaes ou realizar pesquisas individu-
ais para poder obter mais esclarecimento. O que alarmante se observamos, que a
grande maioria dos educadores possuem apenas a graduao e entre esses, os quedemonstram interesse em buscar novas fontes de informaes, so aqueles que
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possuem alunos dislxicos em sala. Isso deixa evidente que no ha um preparo,
uma qualificao especifica e eficiente que deixe o professor seguro e com emba-
samento terico e pratico sobre a dislexia.
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CONSIDERAES FINAIS
Este trabalho teve por objetivo analisar a dislexia no processo da aprendiza-
gem, a atuao e as dificuldades vivenciada por educadores e as suas respectivas
metodologias de ensino para dislxicos. Por meio da pesquisa bibliogrfica e da en-
trevista semiestruturada buscamos subsdios para responder as seguintes problem-
ticas: O que dislexia? Que dificuldades ela implica as crianas? Qual o papel do
educador? Que metodologia o educador deve utilizar?
A dislexia em sua essncia uma temtica de extrema proeminncia, abordar
as metodologias e a influencia do professor na vida escolar de um dislxico de to-
tal relevncia a rea da educao, pois cabe ao professor, em meio s dificuldadesdecorrentes do distrbio, acompanhar os estgios e os avanos no desenvolvimento
do processo da aquisio da leitura e escrita.
Ao longo do tempo, vrios estudiosos tentaram conceituar a dislexia, atual-
mente ela definida pela Associao Brasileira de Dislexia (2011), como um trans-
torno de aprendizagem na rea da leitura, escrita e soletrao.
A dislexia no uma doena, dislexia no sinnimo de fracasso, um aluno
dislxico pode obter um excelente desenvolvimento intelectual, a exemplo disso, te-mos Alexander Graham Bell, Thomas Edison, Vincent Van Gogh, Pablo Picasso,
Leonardo Da Vinci, Charles Darwin, Albert Einstein, Tom Cruise, Robin Williams,
Whoopi Goldberg, Agatha Christie entre vrias outras pessoas de grande prestgio.
O aluno dislxico de hoje, poder sim, ter um futuro brilhante, torna-se um grande
cientista, artista, e diferentemente do que muitos acreditam, tambm poder torna-se
um grande escrito, ele poder ter uma vida dita como normal ou at mesmo gloriosa.
Ao discutirmos se todos os alunos que possuem dificuldade na leitura e escri-ta so realmente os nicos culpados pelo seu fracasso escolar, nos deparamos com
o questionamento de quais so as responsabilidades da escola e dos professores
em relao ao seu desenvolvimento. Constatamos que explicito ao professor, a
funo de contribuir no desenvolvimento do aluno atravs de intervenes pedag-
gicas que facilite a sua aprendizagem. Para isso essencial que este profissional
reconhea e saiba interferir pedagogicamente no desenvolvimento da aprendizagem
do aluno dislxico. Por meio da elaborao de uma metodologia especifica que
possa manobrar as dificuldades impostas pela dislexia, o professor conseguir xito
nos seus objetivos.
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Nessa concepo entendemos que o professor necessita de uma formao
especializada que possa assegura-lo do domnio terico e pratico de metodologias
voltadas para alunos dislxicos.
Em sntese, com o trmino desse trabalho, percebemos a importncia que os
professores possuem, em relao ao desenvolvimento do aluno dislxico e de como
a sua atuao poder influenciar positivamente ou negativamente a vida de aluno
dislxico, tanto no presente como no futuro.
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