um defeito de cor, de ana maria gonçalves

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  • 8/19/2019 Um Defeito de Cor, de Ana Maria Gonçalves

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    Um defeito de cor  

    de Ana Maria Gonçalves,

    Editora Record, 2006.

    Impressões de Leitra, por Ailton !enedito de "osa

    Mais #e impressões, em certos momentos $ escarificaç%o de leitra, #e por m ladoremete ela tata'em sem tinta, por otro a corte na carne mesmo. Mas antes dotema, al'mas o(servações pessoais. )%o *+ literatra sem leitor e leitra, nesse sentidotem sido fr+'il, incompleta, nossa literatra (rasileira-, s de atores e editores./anto a leitra, a#i si'nificando a transformaç%o, em mil$simos de se'ndo, defieiras de palavras escritas, nm misterioso e f'a mndo #e 'arda sentido com omndo real e ima'inado em #e vive o leitor concreto, n%o o a(strato. )a min*aopini%o, o principal crit$rio para classificar ma o(ra no campo da literatra $ o leitor."e identifico min*a pertin1ncia a m certo se'mento *istrico e social, e se o teto em

    min*as m%os remete ao me niverso sim(lico de leitor ne'ro, afro3descendente etc.,ent%o essa literatra $ ne'ra, $ afro3descendente. )%o eiste o niversal-, esp4riacriaç%o da cltra #e se assme *e'em5nica, esp4ria por#e com o conceito protesta

     para si mesma ecel1ncia #e amais teve. 7oda prodç%o cltral tem rai nmdeterminado c*%o do 8laneta. A friç%o da o(ra $ #e $ particlar. A soma dessasfrições particlares n%o cria nada de niversal, cria m connto particlar mesmo.Encontrei na o(ra a#ilo #e, penso, o ator #is passar9 m presente :o presença; do

     passado o se ftro, de seres *manos e mndos espec

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     (rasileira, onde m professor de *istria, m crente- convicto nas lendas da assimc*amada civiliaç%o 'reco3romana3daico e crist%, concli sa eposiç%o so(re povossperiores e inferiores #e constitem a poplaç%o (rasileira...-. E essa cena ocorretodos os dias, n%o o(stante #ase #ine anos de eist1ncia de lei #e viso p5r fim aesse tipo de discrso.

    AS IMPRESSÕES

     )a min*a apropriaç%o dos diferentes ol*ares #e viram, viveram e escreveram, o sea,na min*a leitra e resen*a, desconsidero #al#er voto de o(edi1ncia a princ

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    do viver o do morrer. = (ril*o da friç%o m+'ica, imediata, da ('i'an'a relente,inerente &s moedas no processo de trocas no capitalismo apa'a a noç%o de m lado del+-, de m 8ara

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    considerando como crime *avia e *+ s$clos > a escravid%o em particlar, ntamentecom todos os atos antir a#elas, ml*eresP esses,eventalmente *omens

    J o mndo so( o ol*ar feminino. Be*inde o Lisa, :o dependendo do leitor, LisaMa*in, m%e de Lis Gama, o #al se tornar+ se "anto Graal, a ca procra ela

    consa'rar+ a vida; nasce 'erreando e 'errear+ por toda a vida na trans3seclar lta pela re3civiliaç%o n%o desse o da#ele *omemQml*er, mas da Omanidade, doMndo. Ela $ fil*a da Mndialiaç%o... "e fil*o !onoDo co pai port'1s $ a

     primeira relaç%o est+vel e di'na #e ela teve como ml*er, vira alcolatra e perdl+rio,donde a solç%o pela venda do fil*o na fase dos o 0 anos. !onoDo, tornadoescravo, vira m ponto ce'o na narrativa, a m%e do lado vis

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    em in'l1s, em ior(+, em eCe e em fon, al$m da lin'a'em do com$rcio dito le'al eile'al, inclsive as lin'a'ens e *+(itos #e a distin'ir%o do nativo #e fico isoladona floresta. "e processo peda''ico foi a interaç%o, a comn*%o em laço de amor com

     (rancos, ne'ros livres e escravos orindos de todos os rincões da Hfrica...Escravos elivres ativos em sas or'aniações poplares > candom(l$s, mes#itas, roças, ordensreli'iosas, associações (eneficentes e de pec4lio. )%o $ &toa #e #al#er 'overnoditatorial impõe o fec*amento das or'aniações poplares. Mas amais Be*inde seaparta das lin'a'ens :litr'ias; #e tentam operar a comnicaç%o entre este e o otromndo. "em preceptor moral o reli'ioso vivo, 'arda da av e re3atalia nofervil*ante e dinmico mndo dos escravos no !rasil do s$clo N, o patrim5nioreli'ioso africano9 os dois mndos, as ori'ens m

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    a pol ovens em sa maioria. A#ele permanente c*eiro deseo esdado por corpos ne'ros so( o calor tropical, seo #e se desa(roc*a & vida,

     promiscamente mistrando3se ao c*eiro das sin*ain*as e sin*oin*os, ainda n%oafetos ao (an*o di+rio, so( o ol*ar repressor do predador3mor, o sin*o%o-, o frtivo,malicioso, sempre & espreita, do padre confessor e das sin*+s. Ali+s, a institiç%o do

     padre confessor na casa 'rande (rasileira $ tema #e devia interessar a academia, se $#e est+ mesmo & procra de con*ecimento novo... omo seres *manos i'ais aos

    demais, os eropes, de m modo 'eral e so( o conteto da escravid%o e da moral da<decorrente, v%o manter vida dpla, desse modo determinando al'mas dascontradições at$ *oe vivas na sociedade (rasileira.

    Ainda no campo dos pontos ce'os, *+ mito a dier. 8or viverem como sen*ores deescravos, portanto civiliados-, (one#in*os de loça, pessoas como Ana ilipa e semarido os$ arlos de Almeida arval*o Gama desempen*am pap$is cos scripts s%oinvari+veis *+ mil1nios, desde Roma anti'a at$ o ari(e, a amaica, (a e Oaiti o"alvador, Rio de aneiro. ivem o papel de sen*ores de escravos, material eintelectalmente speriores por decreto, mesmo #e seam v

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    Inimi'a atro de Be*inde, #e como + se sa(ia desde a compra no arma$m teria se*

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    J a#i #e o africano tornado coisa, como o foi Be*inde o L

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