um conto sobre mãe e filha

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7 Jornal do Comércio - Porto Alegre 6 CINEMA salas + PRÉ-ESTREIA A primeira coisa bela – de Paolo Virzi (ITA, 124min). No Guion Center 1 (sex e sáb 22:10). 14 anos. Além da liberdade – de Luc Besson (FRA/GBR, 132min). No Unibanco Arteplex 4 (sáb 11:00) e no GNC Moinhos 1 (21:10). 14 anos. Febre do rato – de Cláudio Assis (BRA, 110min). No Unibanco Arteplex 7 (sáb 11:00) e no Guion Center 3 (dom 21:50). 18 anos. Movimento Browniano – de Nanouk Leopold (HOL, 96min). Na Sala NT (sex 21:30). Livre. ESTREIA Beaufort – de Joseph Cedar (ISR, 131min). Na Sala NT (15:00 e 19:15). 12 anos. Chernobyl – de Bradley Parker (EUA, 88 min). No Unibanco Arteplex 8 (13:00, 14:50, 16:40, 20:30 e 22:10), no Cinemark Bourbon Ipiranga 2 (15:50, 18:00, 20:20 e 22:20), no GNC Iguatemi 1 (14:20, 16:45, 19:15 e 21:10), no GNC Praia 3 (14:30, 16:45, 19:15 e 21:10). 14 anos. Menos que nada – de Carlos Gerbase (BRA, 105min). No Unibanco Arteplex 8 (18:30), no Santander Cultural (15:00, 17:00 e 19:00). 14 anos. Valente – de Mark Andrews e Brenda Chapman (CHN, 100 min). No Unibanco Arteplex 4 (dub 14:10, 16:10, 18:10, 20:10 e 22:00), no Cinemark Bourbon Ipiranga 3 (3D dub 11:10, 13:30, 16:00 e 18:30; sexta e sábado também 23:40), no Cinemark Bourbon Ipiranga 4 (dub 12:40, 15:10, 17:30, 19:50 e 22:00), no Cinemark Bourbon Ipiranga 8 (dub 11:40, 14:00, 16:30, 19:10 e 21:30), no Cinemark BarraShoppingSul 3 (dub 13:00, 15:50, 18:20 e 20:40; sexta e sábado também 23:00), no Cinemark BarraShoppingSul 4 (3D dub 11:50, 14:10, 16:40 e 19:00; 3D leg 21:30; sexta e sábado também 23:50), no Cinemark BarraShoppingSul 6 (dub 12:00, 15:10, 17:30, 20:00 e 22:20), no GNC Iguatemi 3 (dub 14:00, 16:30, 18:40 e 20:50), no GNC Iguatemi 4 (3D dub 13:15, 15:30, 17:50 e 20:00; 3D leg 22:00), no GNC Praia 2 (3D dub 13:30, 15:40, 17:50 e 20:00; 3D leg 22:00), no GNC Praia 5 (dub 13:45, 15:50, 18:00 e 20:30), no Cineflix João Pessoa 1 (3D dub 16:40 e 19:00), no Cineflix João Pessoa 2 (dub 14:30, 17:00, 19:30 e 21:50), no Cineflix Total 4 (dub 14:30, 17:00, 19:30 e 21:50), no Cineflix Total 1 (3D dub 14:00, 16:30, 19:00 e 21:20), no Arcoíris Boulevard 1 (dub 13:30, 15:30, 17:30, 19:30 e 21:30), no Arcoíris Rua da Praia 1 (dub 13:30, 15:30, 17:30 e 19:30), no Arcoíris Victória 1 (dub 13:30, 15:30, 17:30 e 19:30), no Arcoíris Bourbon 1 (dub 13:30, 15:30, 17:30, 19:30 e 21:30). Livre. Violeta foi para o céu – de Andrès Wood (CHL, 110 min). No Unibanco Arteplex 3 (13:00, 17:20 e 21:40; sábado também 11:00), no Guion Center 2 (14:30, 16:35, 18:40 e 20:45). Livre. CONTINUAÇÕES A era do gelo 4 – de Steve Martino e Mike Thrumeier (EUA, 100min). No Unibanco Arteplex 7 (dub 14:00, 16:00, 18:00, 20:00 e 22:00), no Cinemark Bourbon Ipiranga 2 (dub 11:20 e 13:40), no Cinemark Bourbon Ipiranga 5 (3D dub 10:40 e 18:10), no Cinemark Bourbon Ipiranga 6 (dub 12:00, 14:20 e 16:50), no Cinemark BarraShoppingSul 1 (dub 12:40, 15:20, 17:45 e 20:10), no Cinemark BarraShoppingSul 2 (3D dub 11:20 e 13:50), no Cinemark BarraShoppingSul 5 (3D dub 12:10, 14:30, 17:10, 19:30 e 22:00), no GNC Iguatemi 2 (dub 13:40, 15:40 e 17:40), no GNC Iguatemi 5 (3D dub 13:00, 15:10 e 17:20), no GNC Praia 1 (3D dub 13:10, 15:20 e 17:30), no GNC Praia 6 (dub 13:00, 15:00 e 17:00), no GNC Lindóia 2 (dub 13:40, 15:40, 17:40 e 19:40), no Cineflix João Pessoa 4 (dub 15:00, 17:00, 19:00 e 21:00), no Cineflix Total 2 (3D dub 14:15 e 19:10), no Cineflix Total 5 (dub 13:40, 15:40, 17:40, 19:40 e 21:40), no Arcoíris Boulevard 2 (dub 14:00, 15:50, 17:40 e 19:30), no Arcoíris Rua da Praia 2 (dub 13:00 e 15:00) e no Arcoíris Bourbon 2 (dub 14:00, 15:50, 17:40 e 19:30). Livre. A velha dos fundos – de Pablo Meza (ARG/BRA, 95min). Na Sala Eduardo Hirtz (15:00) e na Sala NT (13:00). 12 anos. As idades do amor – de Giovanni Veronesi (ITA, 125min). Na Sala Norberto Lubisco (14:45 e 19:00). 14 anos. Apenas uma noite – de Massy Tadjedin (EUA/FRA, 93min). No GNC Moinhos 1 (14:30, 17:00 e 19:10) e na Sala NT (11:20). 12 anos. Cairo 678 – de Mohamed Diab (EGI, 100 min). Na Sala Paulo Amorim (17:15 e 19:00). 14 anos. Deus da carnificina – de Roman Polanski (EUA, FRA, GBR, BRA, AUS, ALE, 80 min). No Guion Center 3 (20:30) e na Sala Eduardo Hirtz (17:15; sábado e domingo também 19:00). 12 anos. E aí, comeu? – de Felipe Joffily (BRA, 102 min). No Unibanco Arteplex 3 (15:20 e 19:40), no Cinemark Bourbon Ipiranga 7 (12:30 e 15:00; sexta e sábado também 23:50), no Cinemark BarraShoppingSul 8 (12:20, 15:00, 17:40 e 20:50; sexta e sá- bado também 23:10), no GNC Lindóia 2 (21:35), no Cineflix João Pessoa 3 (21:55) e no Cineflix Total 3 (22:00). 14 anos. Habemus Papam – de Nanni Moretti (FRA, ITA, 102min). Na Sala NT (17:20). Livre. Jovens Adultos – de Jason Reitman (EUA, 94min). Na Sala Norberto Lubisco (17:10). 12 anos. Na estrada – de Walter Salles (EUA/FRA/GBR, 140 min). No Unibanco Arteplex 6 (13:10, 16:00, 18:40 e 21:20; sábado também 11:00), no Cinemark Bourbon Ipiranga 7 (17:40 e 20:40), no GNC Moinhos 4 (13:20, 16:00, 18:45 e 21:30), no GNC Praia 6 (19:00 e 21:40), no Guion Center 1 (14:45, 17:15 e 19:45). 16 anos. O espetacular Homem-Aranha – de Marc Webb (EUA, 136min). No Unibanco Arteplex 1 (3D 13:30 , 16:10, 18:50 e 21:30; sábado também 11:00 ), no Cinemark Bourbon Ipiranga 1 (dub 10:50, 13:50, 17:20 e 20:30), no Cinemark Bourbon Ipiranga 5 (3D 14:40 e 21:10; sexta e sábado também 00:00), no Cinemark BarraShoppingSul 2 (dub 16:10 e 19:50; sexta e sábado também 23:30), no Cinemark BarraShoppingSul 7 (3D 11:30, 14:40, 18:00 e 21:00; sexta e sábado também 00:10), no GNC Iguatemi 5 (3D 19:20 e 21:50), no GNC Iguatemi 6 (18:50 e 21:50; dub 13:30 e 16:10), no GNC Praia 1 (3D 19:30 e 22:10), no GNC Praia 4 (18:50 e 21:30; dub 13:20 e 16:10), no GNC Lindóia 1 (dub 13:30, 16:10, 19:00 e 21:50 ), no Cineflix João Pessoa 1 (3D dub 13:50; 3D leg 21:20), no Cineflix João Pessoa 3 (dub 13:30, 16:15 e 19:05), no Cineflix Total 2 (3D dub 16:25; 3D leg 21:10), no Cineflix Total 3 (dub 13:50, 16:35 e 19:20), no Arcoíris Boulevard 2 (dub 21:20), no Arcoíris Rua da Praia 2 (dub 16:50 e 19:30), no Arcoíris Victória 2 (19:00; dub 13:40 e 16:20) e no Arcoíris Bourbon 2 (dub 21:20). 10 anos. O exótico Hotel Marigold – de John Madden (GBR, 124min). Na Sala Paulo Amorim (15:00). 10 anos. O pequeno Nicolau – de Laurent Tirar (FRA, 91 min). No Unibanco Arteplex 8 (dub sáb 11:00). Livre. O que eu mais desejo – de Hirokazu Kore-Eda (JAP , 128min). No Guion Center 3 (14:35). Livre. O último dançarino de Mao – de Bruce Beresford (AUS, 117min). No Guion Center 3 (16:50). 10 anos. Os acompanhantes – de Shari Springer Berman e Robert Pulcini (EUA/FRA, 108min). Na Sala NT (sáb e dom 21:30). 12 anos. Para Roma com amor – de Woody Allen (EUA/ESP/ITA, 107 min). No Unibanco Arteplex 5 (13:20, 15:30, 17:40, 19:50 e 22:00), no Cinemark Bourbon Ipiranga 6 (19:30 e 22:10), no Cinemark BarraShoppingSul 1 (22:25), no GNC Moinhos 2 (13:50, 16:20, 19:00 e 21:20) e no GNC Moinhos 3 (14:10, 16:45, 19:30 e 21:45). 12 anos. Sombras da Noite – de Tim Burton (EUA, 113min). No GNC Iguatemi 2 (19:40 e 22:10). 14 anos. Um verão escaldante – de Philippe Garrel (FRA, 95min). No Guion Center 3 (18:50). 16 anos. PROGRAMAÇÃO ESPECIAL: Cinco vezes Polanski: Quê? (sex e dom 15:00), Macbeth (sex 19:00), A faca na água (sáb 15:00), Chinatown (dom 19:00). Na Sala P .F. Gastal. 2012 e o fim do mundo: 2012 (sáb 15:30). Na Sala Redenção. CineBancários: Violeta Foi para o Céu (sex, sáb e dom 15:00, 17:00 e 19:00). Expressionismo alemão: O estudante de praga (sex 16:00) e O homem que ri (sex 19:00). Na Sala Redenção. Sala Eduardo Hirtz: La murga del timbó (sex 19:30). Sala P . F. Gastal: Alice diz: (sex e dom 17:00). Sessão Aurora: Contrastes humanos (sáb 17:00). Na Sala P .F. Gastal. TELEFONES: Unibanco Arteplex: 8401-0530; Arcoiris Boulevard (antigo Strip Center): 3344.1483; Bourbon Assis Brasil: 3299-0102; Cineflix João Pessoa e Total (antigo Cinesystem): 3299-0339; CineBancários: 3433-1200; Guion: 3221-3122; Cinemark Ipi- ranga: 3315-4299; Cinemark BarraShoppingSul: 3257-9023; GNC Praia de Belas: 3299-0505; GNC Lindoia: 3299-0505; GNC Moinhos: 3299-0505; GNC Iguatemi: 3299-0505; Ar- coiris Rua da Praia: 3225-7602; Salas da CCMQ: 3221-7147; Arcoiris Victoria: 3225-7602; Sala P . F. Gastal: 3289-8133; Santander Cultural: 3287-5718; Sala Redenção: 3308-3034; Sala NT: 3361-3111. As informações são divulgadas pelos exibidores. O Jornal do Co- mércio não se responsabiliza por alterações de última hora. A maioria dos cinemas oferece descontos para estudantes, menores de 12 anos e maiores de 60 anos. Viver 20, 21 e 22 de julho de 2012 + MAIS l Dirigido por Nanouk Leo- pold, Movimento browniano conta a história de Charlotte, uma médica que mantém relações sexuais com pacientes em um apartamento alugado na periferia da cidade. Os momentos secretos, passados com homens atípicos, dão a ela uma satisfação que não consegue encontrar em seu casamento. Após o marido descobrir as traições e Charlot- te ser despedida, eles tentam reparar a relação se mudando para a Índia. Mas mesmo grá- vida de gêmeos a mulher não consegue deixar seu passado para trás. l Em Recife, quando alguém está fora de controle, diz-se que a pessoa está com a Febre do rato. É com essa expressão popular que o diretor Cláudio Assis dá nome ao seu terceiro longa. Na trama, Zizo, um po- eta inconformado e anarquista, publica por conta própria um pequeno tabloide chamado Febre do rato. Vivendo em um mundo particular, ele se depara com Eneida, uma jovem de 18 anos, que instiga e promove a transformação do poeta. Com Nanda Costa, Matheus Na- chtergaele e Irandhir Santos. l Com direção de Paolo Virzì, o filme italiano A primeira coisa bela se passa em 1971, na pe- quena cidade de Livorno. Bru- no, desde pequeno, vê a mãe, Anna, ser chamada de “Miss Mamma” por atrair olhares dos homens, o que causa embara- ço para ele. Adulto, ele se tor- na um professor de literatura em Milão e corta os laços com a família. Mas um dia, sua irmã o procura para avisar que Anna irá morrer em breve e ele deve vê-la uma última vez. O filme foi escolhido para representar o país no Oscar. CRÍTICA HÉLIO NASCIMENTO [email protected] Estreia neste final de semana Valente, o primeiro longa da Pixar com uma garota como protagonista. A empresa de animação, que já era até alvo de críticas por sempre re- legar papéis femininos ao segundo plano, deixa claro que os homens não têm vez nesta história. Merida, apesar de ser uma princesa, é uma jovem de 16 anos como qualquer outra. Rebelde, não gosta de pentear o cabelo, prefere atirar flechas com seu arco, acha que sua mãe se mete demais em sua vida e sonha com a liberdade de fazer o que quiser. E é justamente o choque entre ge- rações, no caso, entre a princesa e a rainha, que resume a trama. Após convocar os candidatos à mão de Merida, filha do rei de um reino celta, a matriarca se espanta com a resistência da menina em aceitar seu destino natural, ato que pode até causar uma nova guerra entre os clãs. Revoltada, a prince- sa foge dos rituais matrimoniais e pede ajuda a uma bruxa na flo- resta para mudar seu futuro - e sua mãe. Mas ela não imaginou quais as consequências de tal pedido. Mais que uma fábula de con- tos de fadas sobre reinos e magia, Valente é uma lição familiar, as- sim como são Procurando Nemo, Up e até o próprio Toy Story . E a Pixar não deixa o recado da im- portância da compreensão e do respeito só para as adolescentes, mas também para as mães, que devem aprender a ouvir e a enten- der as escolhas de seus filhos. Cantora popular e ícone cul- tural, Violeta Parra é tema de um longa baseado no romance homônimo de Ángel Parra (fi- lho da artista). A trama de Vio- leta foi para o céu, dirigida por Andrés Wood (Machuca), reúne momentos diversos da trajetó- ria da artista, incluindo a infân- cia humilde, o reconhecimento de seu talento e a suas paixões. Com mais de três mil mú- sicas e outros trabalhos, Parra resgatou uma cultura tradicio- nal esquecida, viajou pelo Chile para conhecer a voz do seu país, exaltar e livrá-la dos estereóti- pos. Interpretada por Francisca Gavilán ( Ulysses), a protagonis- ta também foi poetisa, pintora, escultora, bordadeira e ceramis- ta. Em 1964, quando o Louvre cedeu espaço pela primeira vez para um latino-americano, foi ela quem expôs. Além de apresentar estas facetas, Violeta foi uma mu- lher de contradições intensas e, quando sua maior paixão, Gil- bert Favre (Thomas Durand), a deixou, a tristeza tomou conta de sua vida. Vencedor do Urso de Prata em 2007, Beaufort narra a história do castelo homônimo, localizado em uma montanha no Sul do Lí- bano. Após 18 anos de ocupação, o exército israelense deixa o lo- cal e um jovem soldado do grupo é eleito o último comandante da velha base. Dirigido por Joseph Cedar ( Tempo a favor e Fogueira), o títu- lo acompanha como o tempera- mento impulsivo do militar pode causar uma exposição capaz de destruir tudo aquilo que seus an- tigos companheiros morreram de- fendendo. O longa tem inspiração no artigo A montanha maldita, do jornalista israelita Ron Leshem, e foi indicado ao Oscar. As primei- ras cenas do filme foram escritas quando o cineasta estava na pri- são, por ter se recusado a partici- par de um combate como soldado reserva. Suspense e terror em Chernobyl O documentarista Álvaro Adib comenta sua obra La murga del Timbó documental nesta sexta- -feira, na Cinemateca Paulo Amo- rim (Andradas, 736). O filme ho- mônimo tem sessão às 19h30min, com entrada franca, e será seguido de bate-papo com o diretor. O filme aborda a gravação do disco da primeira banda de rua do Uruguai integrada por crianças e adolescentes portadores de Sín- drome de Down e outros proble- mas de desenvolvimento. Com 11 anos de existência, o projeto pas- sou a ter uma importância igual à das oficinas de educação peda- gógica que os jovens frequentam, e tornou-se um espaço de cresci- mento compartilhado por alunos e professores. A decisão de gravar um disco com o repertório de 2011 serviu de base para este retrato, que inclui relatos de coordenadores e parti- cipantes. Ao narrar este processo, o título propõe um diálogo com a vida como um movimento cons- tante e da arte como um caminho para o crescimento. Rebelião A repercussão obtida pelo mais recente filme de Walter Salles, este Na estrada, baseado no cultuado livro de Jack Kerouac, está, quase toda ela, centralizada num tema que já deveria estar superado, ou, pelo menos, abordado de outra forma, a fim de que certa originalidade de opiniões pudesse ser registrada. O que pode ser observado é que, mais uma vez, em se tratando de um relato literário famoso, a tecla acionada é aquela da fidelidade ao original. O cinema, assim como qualquer outra arte, não tem como mérito maior a subserviência diante de outra forma de expressão artística. Compositores, pintores, escultores, coreógrafos e encenadores teatrais têm, todos eles, o direito, a partir de um determinado modelo, de exercitar sua imaginação e colocar na obra nova sua opinião sobre a abordagem original. Mas esse direito não tem sido dado por muitos aos diretores de cinema, aos quais sempre é solicitada uma espécie de cópia. É preciso também lembrar que tais cobranças são sempre feitas quando a origem é bem conhecida. Nada é dito quando cineastas transformam em obras- primas cinematográficas romances menores, narrativas de pouca expressão. No caso de Na estrada, tem sido negligenciado algo muito importante e que sempre deveria merecer destaque no momento da análise: o papel que a temática do filme tem na obra do realizador. Salles, entre os realizadores brasileiros de sua geração, é personagem de destaque. Desde seu primeiro longa-metragem para cinema, A grande arte, que ele mostrou ser uma figura diferenciada. E em seus filmes anteriores a viagem e a estrada foram elementos importantes, como fuga e como busca. Portanto, mesmo que o diretor tenha no livro de Kerouac uma referência e elemento valioso em sua formação, é possível constatar que também são influências o cinema de Wim Wenders e, é claro, Sem destino, de Dennis Hopper e Peter Fonda, mesmo que o cineasta alemão e tantos outros filmes e realizadores tenham em Kerouac seu ponto de partida. Além disso, é preciso realçar o fato de que não estamos mais nos anos cinquenta do século passado, mesmo que a época, no filme de Salles, tenha sido meticulosamente reconstituída. Importa é o que as situações filmadas revelam. O essencial, portanto, é realçar que o novo trabalho se harmoniza na filmografia do realizador, nas quais o filme de estrada teve um representante, com Central do Brasil e Diários de motocicleta e que o tema da fuga e do protesto mereceu uma sequência em Linha de Passe, na cena em que o menino dirige o veículo. A chamada globalização tem permitido a vários cineastas realizar filmes internacionais, pois o regime de coprodução se ampliou consideravelmente nos últimos anos. O próprio Salles já dirigiu um filme norte-americano, Água negra, bem melhor, aliás, do que a maioria dos filmes fantásticos realizados por diretores dos Estados Unidos. Na estrada reúne interesses de vários países e entre seus produtores está Francis Ford Coppola, que tinha os direitos da obra de Kerouac. Walter Salles é, atualmente, um cineasta cujo conceito lhe permite ousadias e também a permanência de sua personalidade de autor. Ele vê nos personagens do escritor americano símbolos de uma rebeldia um tanto sem causa, que os conduz à frustração e ao desalento. É o que se vê na tocante cena do reencontro, no diálogo entre Sal e Dean. Pela roupa que veste o personagem vivido por Sam Riley se torna claro que um dos amigos se encontra afastado da antiga rebelião. O outro, interpretado por Garrett Hedlund, é a configuração da ruína humana. Passou o tempo das perguntas e das inquietações do bebop e o narrador vai a um concerto de Duke Ellington. Na sequência em que os amigos visitam Old Blue Lee, o escritor tem de um lado o filho e o do outro o vício. Lee ouve música que revela seu desejo por uma harmonia perdida. O olhar do cineasta é dirigido para a rebelião comandada pelo anseio por algo que parece não se encontrar ao alcance dos humanos. Animação da Pixar, Valente mescla magia, castelos e desentendimentos familiares Um conto sobre mãe e filha DISNEY PIXAR/DIVULGAÇÃO/JC Arte para crescer La murga del Timbó documental será comentado pelo diretor na sexta-feira CINEMATECA PAULO AMORIM/DIVULGAÇÃO/JC Memórias de amor e música Francisca Gavilán interpreta ícone chileno em Violeta foi para o céu IMOVISION/DIVULGAÇÃO/JC À beira da explosão Beaufort acompanha saga de soldado impulsivo PANDORA FILMES/DIVULGAÇÃO/JC A produção america- na Chernobyl mostra seis jovens turistas em um passeio diferente a fim de fugir da mesmice. Na tra- ma dirigida por Bradley Parker, o seu objetivo é alcançado. Ignorando todos os avi- sos de perigo, eles vão até a cidade de Pripyat, que há 25 anos foi devastada pelo acidente nuclear de Cher- nobyl. Depois de uma volta pelo local, eles percebem que seres estranhos estão acompanhando o grupo. Ao notar que não estão sozi- nhos, coisas aterrorizantes começam a acontecer.

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Resenha do filme Valente para o caderno Viver.

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Page 1: Um conto sobre mãe e filha

7Jornal do Comércio - Porto Alegre6CINEMA

salas+PRÉ-ESTREIAA primeira coisa bela – de Paolo Virzi (ITA, 124min). No Guion

Center 1 (sex e sáb 22:10). 14 anos. Além da liberdade – de Luc Besson (FRA/GBR, 132min).

No Unibanco Arteplex 4 (sáb 11:00) e no GNC Moinhos 1 (21:10). 14 anos.

Febre do rato – de Cláudio Assis (BRA, 110min). No Unibanco Arteplex 7 (sáb 11:00) e no Guion Center 3 (dom 21:50). 18 anos.

Movimento Browniano – de Nanouk Leopold (HOL, 96min). Na Sala NT (sex 21:30). Livre.

ESTREIABeaufort – de Joseph Cedar (ISR, 131min). Na Sala NT (15:00

e 19:15). 12 anos. Chernobyl – de Bradley Parker (EUA, 88 min). No Unibanco

Arteplex 8 (13:00, 14:50, 16:40, 20:30 e 22:10), no Cinemark Bourbon Ipiranga 2 (15:50, 18:00, 20:20 e 22:20), no GNC Iguatemi 1 (14:20, 16:45, 19:15 e 21:10), no GNC Praia 3 (14:30, 16:45, 19:15 e 21:10). 14 anos.

Menos que nada – de Carlos Gerbase (BRA, 105min). No Unibanco Arteplex 8 (18:30), no Santander Cultural (15:00, 17:00 e 19:00). 14 anos.

Valente – de Mark Andrews e Brenda Chapman (CHN, 100 min). No Unibanco Arteplex 4 (dub 14:10, 16:10, 18:10, 20:10 e 22:00), no Cinemark Bourbon Ipiranga 3 (3D dub 11:10, 13:30, 16:00 e 18:30; sexta e sábado também 23:40), no Cinemark Bourbon Ipiranga 4 (dub 12:40, 15:10, 17:30, 19:50 e 22:00), no Cinemark Bourbon Ipiranga 8 (dub 11:40,

14:00, 16:30, 19:10 e 21:30), no Cinemark BarraShoppingSul 3 (dub 13:00, 15:50, 18:20 e 20:40; sexta e sábado também 23:00), no Cinemark BarraShoppingSul 4 (3D dub 11:50, 14:10, 16:40 e 19:00; 3D leg 21:30; sexta e sábado também 23:50), no Cinemark BarraShoppingSul 6 (dub 12:00, 15:10, 17:30, 20:00 e 22:20), no GNC Iguatemi 3 (dub 14:00, 16:30, 18:40 e 20:50), no GNC Iguatemi 4 (3D dub 13:15, 15:30, 17:50 e 20:00; 3D leg 22:00), no GNC Praia 2 (3D dub 13:30, 15:40, 17:50 e 20:00; 3D leg 22:00), no GNC Praia 5 (dub 13:45, 15:50, 18:00 e 20:30), no Cineflix João Pessoa 1 (3D dub 16:40 e 19:00), no Cineflix João Pessoa 2 (dub 14:30, 17:00, 19:30 e 21:50), no Cineflix Total 4 (dub 14:30, 17:00, 19:30 e 21:50), no Cineflix Total 1 (3D dub 14:00, 16:30, 19:00 e 21:20), no Arcoíris Boulevard 1 (dub 13:30, 15:30, 17:30, 19:30 e 21:30), no Arcoíris Rua da Praia 1 (dub 13:30, 15:30, 17:30 e 19:30), no Arcoíris Victória 1 (dub 13:30, 15:30, 17:30 e 19:30), no Arcoíris Bourbon 1 (dub 13:30, 15:30, 17:30, 19:30 e 21:30). Livre.

Violeta foi para o céu – de Andrès Wood (CHL, 110 min). No Unibanco Arteplex 3 (13:00, 17:20 e 21:40; sábado também 11:00), no Guion Center 2 (14:30, 16:35, 18:40 e 20:45). Livre.

CONTINUAÇÕESA era do gelo 4 – de Steve Martino e Mike Thrumeier (EUA,

100min). No Unibanco Arteplex 7 (dub 14:00, 16:00, 18:00, 20:00 e 22:00), no Cinemark Bourbon Ipiranga 2 (dub 11:20 e 13:40), no Cinemark Bourbon Ipiranga 5 (3D dub 10:40 e 18:10), no Cinemark Bourbon Ipiranga 6 (dub 12:00, 14:20 e

16:50), no Cinemark BarraShoppingSul 1 (dub 12:40, 15:20, 17:45 e 20:10), no Cinemark BarraShoppingSul 2 (3D dub 11:20 e 13:50), no Cinemark BarraShoppingSul 5 (3D dub 12:10, 14:30, 17:10, 19:30 e 22:00), no GNC Iguatemi 2 (dub 13:40, 15:40 e 17:40), no GNC Iguatemi 5 (3D dub 13:00, 15:10 e 17:20), no GNC Praia 1 (3D dub 13:10, 15:20 e 17:30), no GNC Praia 6 (dub 13:00, 15:00 e 17:00), no GNC Lindóia 2 (dub 13:40, 15:40, 17:40 e 19:40), no Cineflix João Pessoa 4 (dub 15:00, 17:00, 19:00 e 21:00), no Cineflix Total 2 (3D dub 14:15 e 19:10), no Cineflix Total 5 (dub 13:40, 15:40, 17:40, 19:40 e 21:40), no Arcoíris Boulevard 2 (dub 14:00, 15:50, 17:40 e 19:30), no Arcoíris Rua da Praia 2 (dub 13:00 e 15:00) e no Arcoíris Bourbon 2 (dub 14:00, 15:50, 17:40 e 19:30). Livre.

A velha dos fundos – de Pablo Meza (ARG/BRA, 95min). Na Sala Eduardo Hirtz (15:00) e na Sala NT (13:00). 12 anos.

As idades do amor – de Giovanni Veronesi (ITA, 125min). Na Sala Norberto Lubisco (14:45 e 19:00). 14 anos.

Apenas uma noite – de Massy Tadjedin (EUA/FRA, 93min). No GNC Moinhos 1 (14:30, 17:00 e 19:10) e na Sala NT (11:20). 12 anos.

Cairo 678 – de Mohamed Diab (EGI, 100 min). Na Sala Paulo Amorim (17:15 e 19:00). 14 anos.

Deus da carnificina – de Roman Polanski (EUA, FRA, GBR, BRA, AUS, ALE, 80 min). No Guion Center 3 (20:30) e na Sala Eduardo Hirtz (17:15; sábado e domingo também 19:00). 12 anos.

E aí, comeu? – de Felipe Joffily (BRA, 102 min). No Unibanco Arteplex 3 (15:20 e 19:40), no Cinemark Bourbon Ipiranga 7

(12:30 e 15:00; sexta e sábado também 23:50), no Cinemark BarraShoppingSul 8 (12:20, 15:00, 17:40 e 20:50; sexta e sá-bado também 23:10), no GNC Lindóia 2 (21:35), no Cineflix João Pessoa 3 (21:55) e no Cineflix Total 3 (22:00). 14 anos.

Habemus Papam – de Nanni Moretti (FRA, ITA, 102min). Na Sala NT (17:20). Livre.

Jovens Adultos – de Jason Reitman (EUA, 94min). Na Sala Norberto Lubisco (17:10). 12 anos.

Na estrada – de Walter Salles (EUA/FRA/GBR, 140 min). No Unibanco Arteplex 6 (13:10, 16:00, 18:40 e 21:20; sábado também 11:00), no Cinemark Bourbon Ipiranga 7 (17:40 e 20:40), no GNC Moinhos 4 (13:20, 16:00, 18:45 e 21:30), no GNC Praia 6 (19:00 e 21:40), no Guion Center 1 (14:45, 17:15 e 19:45). 16 anos.

O espetacular Homem-Aranha – de Marc Webb (EUA, 136min). No Unibanco Arteplex 1 (3D 13:30 , 16:10, 18:50 e 21:30; sábado também 11:00 ), no Cinemark Bourbon Ipiranga 1 (dub 10:50, 13:50, 17:20 e 20:30), no Cinemark Bourbon Ipiranga 5 (3D 14:40 e 21:10; sexta e sábado também 00:00), no Cinemark BarraShoppingSul 2 (dub 16:10 e 19:50; sexta e sábado também 23:30), no Cinemark BarraShoppingSul 7 (3D 11:30, 14:40, 18:00 e 21:00; sexta e sábado também 00:10), no GNC Iguatemi 5 (3D 19:20 e 21:50), no GNC Iguatemi 6 (18:50 e 21:50; dub 13:30 e 16:10), no GNC Praia 1 (3D 19:30 e 22:10), no GNC Praia 4 (18:50 e 21:30; dub 13:20 e 16:10), no GNC Lindóia 1 (dub 13:30, 16:10, 19:00 e 21:50 ), no Cineflix João Pessoa 1 (3D dub 13:50; 3D leg 21:20), no Cineflix João Pessoa 3 (dub 13:30, 16:15 e 19:05), no Cineflix Total 2 (3D dub

16:25; 3D leg 21:10), no Cineflix Total 3 (dub 13:50, 16:35 e 19:20), no Arcoíris Boulevard 2 (dub 21:20), no Arcoíris Rua da Praia 2 (dub 16:50 e 19:30), no Arcoíris Victória 2 (19:00; dub 13:40 e 16:20) e no Arcoíris Bourbon 2 (dub 21:20). 10 anos.

O exótico Hotel Marigold – de John Madden (GBR, 124min). Na Sala Paulo Amorim (15:00). 10 anos.

O pequeno Nicolau – de Laurent Tirar (FRA, 91 min). No Unibanco Arteplex 8 (dub sáb 11:00). Livre.

O que eu mais desejo – de Hirokazu Kore-Eda (JAP, 128min). No Guion Center 3 (14:35). Livre.

O último dançarino de Mao – de Bruce Beresford (AUS, 117min). No Guion Center 3 (16:50). 10 anos.

Os acompanhantes – de Shari Springer Berman e Robert Pulcini (EUA/FRA, 108min). Na Sala NT (sáb e dom 21:30). 12 anos.

Para Roma com amor – de Woody Allen (EUA/ESP/ITA, 107 min). No Unibanco Arteplex 5 (13:20, 15:30, 17:40, 19:50 e 22:00), no Cinemark Bourbon Ipiranga 6 (19:30 e 22:10), no Cinemark BarraShoppingSul 1 (22:25), no GNC Moinhos 2 (13:50, 16:20, 19:00 e 21:20) e no GNC Moinhos 3 (14:10, 16:45, 19:30 e 21:45). 12 anos.

Sombras da Noite – de Tim Burton (EUA, 113min). No GNC Iguatemi 2 (19:40 e 22:10). 14 anos.

Um verão escaldante – de Philippe Garrel (FRA, 95min). No Guion Center 3 (18:50). 16 anos.

PROGRAMAÇÃO ESPECIAL:Cinco vezes Polanski: Quê? (sex e dom 15:00), Macbeth (sex

19:00), A faca na água (sáb 15:00), Chinatown (dom 19:00). Na Sala P.F. Gastal.

2012 e o fim do mundo: 2012 (sáb 15:30). Na Sala Redenção.CineBancários: Violeta Foi para o Céu (sex, sáb e dom 15:00,

17:00 e 19:00).Expressionismo alemão: O estudante de praga (sex 16:00)

e O homem que ri (sex 19:00). Na Sala Redenção.Sala Eduardo Hirtz: La murga del timbó (sex 19:30).Sala P. F. Gastal: Alice diz: (sex e dom 17:00).Sessão Aurora: Contrastes humanos (sáb 17:00). Na Sala

P.F. Gastal. TELEFONES:Unibanco Arteplex: 8401-0530; Arcoiris Boulevard (antigo

Strip Center): 3344.1483; Bourbon Assis Brasil: 3299-0102; Cineflix João Pessoa e Total (antigo Cinesystem): 3299-0339; CineBancários: 3433-1200; Guion: 3221-3122; Cinemark Ipi-ranga: 3315-4299; Cinemark BarraShoppingSul: 3257-9023; GNC Praia de Belas: 3299-0505; GNC Lindoia: 3299-0505; GNC Moinhos: 3299-0505; GNC Iguatemi: 3299-0505; Ar-coiris Rua da Praia: 3225-7602; Salas da CCMQ: 3221-7147; Arcoiris Victoria: 3225-7602; Sala P. F. Gastal: 3289-8133; Santander Cultural: 3287-5718; Sala Redenção: 3308-3034; Sala NT: 3361-3111.

As informações são divulgadas pelos exibidores. O Jornal do Co-mércio não se responsabiliza por alterações de última hora. A maioria dos cinemas oferece descontos para estudantes, menores de 12 anos e maiores de 60 anos.

Viver20, 21 e 22 de julho de 2012

+ MAISl Dirigido por Nanouk Leo-pold, Movimento browniano conta a história de Charlotte, uma médica que mantém relações sexuais com pacientes em um apartamento alugado na periferia da cidade. Os momentos secretos, passados com homens atípicos, dão a ela uma satisfação que não consegue encontrar em seu casamento. Após o marido descobrir as traições e Charlot-te ser despedida, eles tentam reparar a relação se mudando para a Índia. Mas mesmo grá-vida de gêmeos a mulher não consegue deixar seu passado para trás.l Em Recife, quando alguém está fora de controle, diz-se que a pessoa está com a Febre do rato. É com essa expressão popular que o diretor Cláudio Assis dá nome ao seu terceiro longa. Na trama, Zizo, um po-eta inconformado e anarquista, publica por conta própria um pequeno tabloide chamado Febre do rato. Vivendo em um mundo particular, ele se depara com Eneida, uma jovem de 18 anos, que instiga e promove a transformação do poeta. Com Nanda Costa, Matheus Na-chtergaele e Irandhir Santos. l Com direção de Paolo Virzì, o filme italiano A primeira coisa bela se passa em 1971, na pe-quena cidade de Livorno. Bru-no, desde pequeno, vê a mãe, Anna, ser chamada de “Miss Mamma” por atrair olhares dos homens, o que causa embara-ço para ele. Adulto, ele se tor-na um professor de literatura em Milão e corta os laços com a família. Mas um dia, sua irmã o procura para avisar que Anna irá morrer em breve e ele deve vê-la uma última vez. O filme foi escolhido para representar o país no Oscar.

CRÍTICA

HÉLIO [email protected]

Estreia neste final de semana Valente, o primeiro longa da Pixar com uma garota como protagonista. A empresa de animação, que já era até alvo de críticas por sempre re-legar papéis femininos ao segundo plano, deixa claro que os homens não têm vez nesta história.

Merida, apesar de ser uma princesa, é uma jovem de 16 anos como qualquer outra. Rebelde, não gosta de pentear o cabelo, prefere atirar flechas com seu arco, acha que sua mãe se mete

demais em sua vida e sonha com a liberdade de fazer o que quiser. E é justamente o choque entre ge-rações, no caso, entre a princesa e a rainha, que resume a trama.

Após convocar os candidatos à mão de Merida, filha do rei de um reino celta, a matriarca se espanta com a resistência da menina em aceitar seu destino natural, ato que pode até causar uma nova guerra entre os clãs. Revoltada, a prince-sa foge dos rituais matrimoniais e pede ajuda a uma bruxa na flo-

resta para mudar seu futuro - e sua mãe. Mas ela não imaginou quais as consequências de tal pedido.

Mais que uma fábula de con-tos de fadas sobre reinos e magia, Valente é uma lição familiar, as-sim como são Procurando Nemo, Up e até o próprio Toy Story. E a Pixar não deixa o recado da im-portância da compreensão e do respeito só para as adolescentes, mas também para as mães, que devem aprender a ouvir e a enten-der as escolhas de seus filhos.

Cantora popular e ícone cul-tural, Violeta Parra é tema de um longa baseado no romance homônimo de Ángel Parra (fi-lho da artista). A trama de Vio-leta foi para o céu, dirigida por Andrés Wood (Machuca), reúne momentos diversos da trajetó-ria da artista, incluindo a infân-cia humilde, o reconhecimento de seu talento e a suas paixões.

Com mais de três mil mú-sicas e outros trabalhos, Parra resgatou uma cultura tradicio-nal esquecida, viajou pelo Chile para conhecer a voz do seu país,

exaltar e livrá-la dos estereóti-pos. Interpretada por Francisca Gavilán (Ulysses), a protagonis-ta também foi poetisa, pintora, escultora, bordadeira e ceramis-ta. Em 1964, quando o Louvre cedeu espaço pela primeira vez para um latino-americano, foi ela quem expôs.

Além de apresentar estas facetas, Violeta foi uma mu-lher de contradições intensas e, quando sua maior paixão, Gil-bert Favre (Thomas Durand), a deixou, a tristeza tomou conta de sua vida.

Vencedor do Urso de Prata em 2007, Beaufort narra a história do castelo homônimo, localizado em uma montanha no Sul do Lí-bano. Após 18 anos de ocupação, o exército israelense deixa o lo-cal e um jovem soldado do grupo é eleito o último comandante da velha base.

Dirigido por Joseph Cedar (Tempo a favor e Fogueira), o títu-lo acompanha como o tempera-mento impulsivo do militar pode

causar uma exposição capaz de destruir tudo aquilo que seus an-tigos companheiros morreram de-fendendo.

O longa tem inspiração no artigo A montanha maldita, do jornalista israelita Ron Leshem, e foi indicado ao Oscar. As primei-ras cenas do filme foram escritas quando o cineasta estava na pri-são, por ter se recusado a partici-par de um combate como soldado reserva.

Suspense e terror em Chernobyl

O documentarista Álvaro Adib comenta sua obra La murga del Timbó documental nesta sexta--feira, na Cinemateca Paulo Amo-rim (Andradas, 736). O filme ho-mônimo tem sessão às 19h30min, com entrada franca, e será seguido de bate-papo com o diretor.

O filme aborda a gravação do disco da primeira banda de rua

do Uruguai integrada por crianças e adolescentes portadores de Sín-drome de Down e outros proble-mas de desenvolvimento. Com 11 anos de existência, o projeto pas-sou a ter uma importância igual à das oficinas de educação peda-gógica que os jovens frequentam, e tornou-se um espaço de cresci-mento compartilhado por alunos

e professores.A decisão de gravar um disco

com o repertório de 2011 serviu de base para este retrato, que inclui relatos de coordenadores e parti-cipantes. Ao narrar este processo, o título propõe um diálogo com a vida como um movimento cons-tante e da arte como um caminho para o crescimento.

RebeliãoA repercussão obtida pelo mais recente filme de Walter

Salles, este Na estrada, baseado no cultuado livro de Jack Kerouac, está, quase toda ela, centralizada num tema que já deveria estar superado, ou, pelo menos, abordado de outra forma, a fim de que certa originalidade de opiniões pudesse ser registrada. O que pode ser observado é que, mais uma vez, em se tratando de um relato literário famoso, a tecla acionada é aquela da fidelidade ao original. O cinema, assim como qualquer outra arte, não tem como mérito maior a subserviência diante de outra forma de expressão artística. Compositores, pintores, escultores, coreógrafos e encenadores teatrais têm, todos eles, o direito, a partir de um determinado modelo, de exercitar sua imaginação e colocar na obra nova sua opinião sobre a abordagem original. Mas esse direito não tem sido dado por muitos aos diretores de cinema, aos quais sempre é solicitada uma espécie de cópia. É preciso também lembrar que tais cobranças são sempre feitas quando a origem é bem conhecida. Nada é dito quando cineastas transformam em obras-primas cinematográficas romances menores, narrativas de pouca expressão.

No caso de Na estrada, tem sido negligenciado algo muito importante e que sempre deveria merecer destaque no momento da análise: o papel que a temática do filme tem na obra do realizador. Salles, entre os realizadores brasileiros de sua geração, é personagem de destaque. Desde seu primeiro longa-metragem para cinema, A grande arte, que ele mostrou ser uma figura diferenciada. E em seus filmes anteriores a viagem e a estrada foram elementos importantes, como fuga e como busca. Portanto, mesmo que o diretor tenha no livro de Kerouac uma referência e elemento valioso em sua formação, é possível constatar que também são influências o cinema de Wim Wenders e, é claro, Sem destino, de Dennis Hopper e Peter Fonda, mesmo que o cineasta alemão e tantos outros filmes e realizadores tenham em Kerouac seu ponto de partida. Além disso, é preciso realçar o fato de que não estamos mais nos anos cinquenta do século passado, mesmo que a época, no filme de Salles, tenha sido meticulosamente reconstituída. Importa é o que as situações filmadas revelam. O essencial, portanto, é realçar que o novo trabalho se harmoniza na filmografia do realizador, nas quais o filme de estrada teve um representante, com Central do Brasil e Diários de motocicleta e que o tema da fuga e do protesto mereceu uma sequência em Linha de Passe, na cena em que o menino dirige o veículo.

A chamada globalização tem permitido a vários cineastas realizar filmes internacionais, pois o regime de coprodução se ampliou consideravelmente nos últimos anos. O próprio Salles já dirigiu um filme norte-americano, Água negra, bem melhor, aliás, do que a maioria dos filmes fantásticos realizados por diretores dos Estados Unidos. Na estrada reúne interesses de vários países e entre seus produtores está Francis Ford Coppola, que tinha os direitos da obra de Kerouac. Walter Salles é, atualmente, um cineasta cujo conceito lhe permite ousadias e também a permanência de sua personalidade de autor. Ele vê nos personagens do escritor americano símbolos de uma rebeldia um tanto sem causa, que os conduz à frustração e ao desalento. É o que se vê na tocante cena do reencontro, no diálogo entre Sal e Dean. Pela roupa que veste o personagem vivido por Sam Riley se torna claro que um dos amigos se encontra afastado da antiga rebelião. O outro, interpretado por Garrett Hedlund, é a configuração da ruína humana. Passou o tempo das perguntas e das inquietações do bebop e o narrador vai a um concerto de Duke Ellington. Na sequência em que os amigos visitam Old Blue Lee, o escritor tem de um lado o filho e o do outro o vício. Lee ouve música que revela seu desejo por uma harmonia perdida. O olhar do cineasta é dirigido para a rebelião comandada pelo anseio por algo que parece não se encontrar ao alcance dos humanos.

Animação da Pixar, Valente mescla magia, castelos e desentendimentos familiares

Um conto sobre mãe e filha

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Arte para crescer La murga del Timbó documental será comentado pelo diretor na sexta-feira

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Memórias de amor e música

Francisca Gavilán interpreta ícone chileno em Violeta foi para o céu

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À beira da explosão

Beaufort acompanha saga de soldado impulsivo

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A produção america-na Chernobyl mostra seis jovens turistas em um passeio diferente a fim de fugir da mesmice. Na tra-ma dirigida por Bradley Parker, o seu objetivo é alcançado.

Ignorando todos os avi-sos de perigo, eles vão até

a cidade de Pripyat, que há 25 anos foi devastada pelo acidente nuclear de Cher-nobyl. Depois de uma volta pelo local, eles percebem que seres estranhos estão acompanhando o grupo. Ao notar que não estão sozi-nhos, coisas aterrorizantes começam a acontecer.