ultimas cancoes (reparado)

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Apanha a laranja no chão Coro: Apanha a laranja no chão tico-tico. Apanha com a mão ou com pé ou bico. Coro… Seu amor vai se embora eu não fico. Coro… Meu amor foi embora eu não fico. Coro… Camungerê Coro: Camungerê Como ta, como ta?, coro… Como vai, como ta?. Coro Como vai vosmecé?. Coro… Como estava nicé?. Coro Como vai a família. Coro… E vai bem de saúde. Coro Mais tarde eu vou ver. Coro… Para mim é prazer. Coro… Eu Vou bem, de saúde. Coro… Canções de maculelê Boa noite pra que é de boa noite Bom dia pra que é de bom dia A benção meu papai a benção Maculelê é o rei de valentia. /x4/. Le le maculelê Boa noite pra você Maculelê Boa noite pra você. /x4/ Eu quero ver, você bater Bater os páos Pra dançar maculelê. /x4/ Gira, gira, gira a roda Bater os páos eu quero ver Gira, gira, gira a roda Pra dançar maculelê. /x4/ Canções de benguela, regional e angola Sou Capoeira Coro: Sou capoeira olha eu sei que sou Eu vim aqui foi para jogar Faço bonito só porque tenho talento E solto meus movimentos com a voz no coração Que amor é esse que trago no coração Uma alegria e uma vontade de jogar São Bento Grande, Iuna e Cavalaria Quando toca me arrepia hoje é dia de jogar. coro E o cantador solta a voz pro povo ouvir Berimbau viola arma a roda e marca o som A meia lua é ligeira e corta o vento Capoeira joga dentro como o mestre me ensinou. Coro. E o capoeira é astuto e é velhaco É inimigo do perigo e confusão Mas ele sabe o valor de uma vida Por isso corre de briga e quer mais é vadiar. coro Carlos Javier Betancourt Molina Carlos Javier Betancourt Molina

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Page 1: ultimas cancoes (Reparado)

Apanha a laranja no chão

Coro: Apanha a laranja no chão tico-tico.Apanha com a mão ou com pé ou bico. Coro…Seu amor vai se embora eu não fico. Coro…Meu amor foi embora eu não fico. Coro…

Camungerê

Coro: Camungerê Como ta, como ta?, coro…Como vai, como ta?. Coro Como vai vosmecé?. Coro…Como estava nicé?. Coro Como vai a família. Coro…E vai bem de saúde. Coro Mais tarde eu vou ver. Coro…Para mim é prazer. Coro… Eu Vou bem, de saúde. Coro…

Canções de maculelê

Boa noite pra que é de boa noiteBom dia pra que é de bom diaA benção meu papai a bençãoMaculelê é o rei de valentia. /x4/.

Le le maculelêBoa noite pra vocêMaculelêBoa noite pra você. /x4/

Eu quero ver, você baterBater os páosPra dançar maculelê. /x4/

Gira, gira, gira a rodaBater os páos eu quero verGira, gira, gira a rodaPra dançar maculelê. /x4/

Canções de benguela, regional e angola

Sou Capoeira

Coro: Sou capoeira olha eu sei que sou Eu vim aqui foi para jogar Faço bonito só porque tenho talento E solto meus movimentos com a voz no coração

Que amor é esse que trago no coraçãoUma alegria e uma vontade de jogarSão Bento Grande, Iuna e CavalariaQuando toca me arrepia hoje é dia de jogar. coro

E o cantador solta a voz pro povo ouvirBerimbau viola arma a roda e marca o somA meia lua é ligeira e corta o ventoCapoeira joga dentro como o mestre me ensinou. Coro.

E o capoeira é astuto e é velhaco É inimigo do perigo e confusãoMas ele sabe o valor de uma vidaPor isso corre de briga e quer mais é vadiar. coro

Foi num clarão de lua

 Coro: Oh, foi no clarão de lua                    que eu vi acontecer                           num vale-tudo do jiu-jítsu                 um capoeira vencer, mais foi .coro          

Deu armada deu rasteira                     meia-lua e a ponteira                            logo no primeiro round                          venceu o capoeira                                 em baixo do rins                                    mestre Bimba vibrava                            tocando seu berimbau                           enquanto a capoeira cantava, mais foi. Coro 

Carlos Javier Betancourt Molina Carlos Javier Betancourt Molina

Page 2: ultimas cancoes (Reparado)

Solta a mandinga (corrido)

Solta a mandinga ê Solta a mandinga a Solta a mandinga ê, Capoeira Solta a mandinga a. /x2/

Solta a mandinga ê Solta a mandinga a Solta a mandinga ê, Mestre Bimba Solta a mandinga a /x2/.

CAPOEIRA LIGEIRA

Capoeira pra estrangeiro, Meu irmão é mato! Capoeira brasileira. Meu compadre. é de matar!

Berimbau ta chamando, é a roda formando Vai se benzendo pra entrar O toque é de Angola, São Bento Pequeno, Cavalaria e Iúna A mandinga do jogo, o molejo da esquiva, é pra não cochilar Capoeira é ligeira Ela é brasileira Ela é de matar

Capoeira é ligeira ela é brasileira ela é de matar Capoeira pra estrangeiro Meu irmão é mato! Capoeira brasileira Meu compadre é de matar

Olha o Rabo de Arraia, olha ai a Ponteira E a Meia Lua pra matar, o Mortal é o Aú O Macaco, e a Rasteira, e o Arrastão pra derrubar Galopante Feceiro, vai se preparando pra voar Capoeira é ligeira Ela é brasileira

Ela é de matar. capoeira é ligeira ela é brasileira ela é de matar

Chora capoeira

Coro: Chora capoeira, capoeira choraChora capoeira, mestre Bimba foi embora. /x2/

Mestre Bimba foi embora Mestre Bimba foi emboraPor favor, tire o chapéu Não teve choro e Mem mistérioMas não vá chorar agora O berimbau tocou serenoMestre Bimba foi pro céu. É chora. Coro Na porta de cemitério. É chora.

CoroMestre Bimba foi embora Mas deixou jogo bonitoDeve estar jogando agoraNuma roda do infinito. É chora. Coro…

Capoeira me chama

Capoeira de Angola me chama. Eo! Abra roda moçada que eu já vou. Eo!. Oh! Capoeira. /x3/.

Ai Ai Aidê

Coro: Ai, Ai, Aidê. Capoeira de Angola não é karate. Coro… Joga bonito, que o jogo é meu. Coro… Aidê, aidê, aidê, aidê. Joga bonito, que o mestre é meu. Coro Joga bonito que eu quero aprender. CoroJoga bonito que o mestre quer ver. Coro.

Roda no céuO vento o coqueiro balançou Ajoelhado ao pé do berimbauSeu Bimba e o seu Pastinha avisou. Seu Bimba e o seu Pastinha vão mostrarQue hoje la no céu tem capoeira A beleza que tem a capoeiraE só quem é de la pode jogar E como é que joga sem sujar. Coro

Coro le le le le le le leo. /x2/ Anoite eu tive ese belo sonho E não queria nunca acordar

Carlos Javier Betancourt Molina Carlos Javier Betancourt Molina

Page 3: ultimas cancoes (Reparado)

No gunga vai tocar o Rey zumbi Mais tudo nesta vida é passageirosNo meio vai tocar o Waldemar Ta na hora deu ir trabalhar. CoroE na viola toca o seu TrairaAi que a roda vai começar. Coro

São Bento me chama

Coro: ai ai ai ai Ô, um aperto de mão. Coro…Oh! São Bento me chama. Coro... Ô, São Bento me chama. Coro…Oh! São Bento chamou. Coro... Ô, solta a mandinga menino. Coro…Ô, capoeira de angola. Coro… Ô, se enrosca no chão. Coro…Ô, São Bento chamou. Coro… Ô, capoeira de Angola. Coro…Se me pega de cheio. Coro… ai ai ai ai São Bento me chama. CoroÔ, tu me bota no chão. Coro… São Bento me quer. Coro…Ô, capoeira de Angola. Coro…

Sai, sai, CatarinaCoro: Sai, sai, Catarina. Oi tanto tempo eu não te vejo.coroOia saia do mar vem a ver Idalina.Coro Oi minha negâ, linda baiana.coro Oia saia do mar venha ver Catarina. Coro Oi venha cá menina Catarina. Coro Oia saia do mar venha ver a menina. Coro Oia saia do mar venha ver, venha ver.Oia saia do mar venha ver capoeira. Coro Oi Catarina minha negâ. coro

Canarinho da Alemanha

Coro: Canarinho da Alemanha que mato meu curióNa roda de capoeira mestre Bimba e o major ee… Coro…Eu jogo capoeira quero ver quem é melhor ee… Coro…Eu jogo capoeira da Bahia a Maceió ee… Coro…Na roda de capoeira seu Pastinha é melhor ee… coro…

Abalou capoeira abalou

Coro: Abalou capoeira abalou Mas também falta mulher. coroMais abolou dexa abala. Coro De uma mão quebra bolacha. CoroMas quem quiser moça bonita. Coro. E a outra bebo café. Coro

Vai na ilha de maré. Coro Em casamento eu não falei. CoroPor que lá falta homem. Coro Mas fica pia quando Deus quiser. Coro

Capoeira Abada

Vou lhe dizer o que me alegra numa rodaDe capoeira quando eu começo tocarTrês berimbaus gunga, meio e uma violaAtabaque e um pandeiro e dois cabras pra jogar.

Coro: capoeira abada. (capoeira Caquetá).

Vou jogando capoeira até o dia clarear. Coro…Se você é capoeira nunca pare de treinar. Coro…

Cante um corrido um coro bem respondidoUma energia imença que parado não vai dar. Coro..

De segunda sexta-feira tem a roda no Humaitá. Coro…Capoeira que é bamba joga em qualquer lugar. Coro…

Um jogo duro uma armada e uma ponteira Meia-lua e uma rasteira continue a jogar. Coro…Se você é capoeira nunca deixe de treinar. Coro…

Joga em cima… joga em baixo… no que o berimbau mandar.

Marinhero-so.

Eu não sou daqui. Marinhero-so.Eu não tenho amor. Marinhero-so.Eu sou da Bahia Marinhero-so.De São Salvador. Marinhero-so. /x2/

Oh! Marinhero, marinhero. Marinhero-so.O quem te ensinou a nadar. Marinhero-so.E foi o tombo do navio. Marinhero-so.

Carlos Javier Betancourt Molina Carlos Javier Betancourt Molina

Page 4: ultimas cancoes (Reparado)

O foi o balanço do mar. Marinhero-so. /x2/

Oh! Lá vem lá vem. Marinhero-so.O La vem amor. Marinhero-so.Todo de Branco. Marinhero-so.Com seu bonezinho. Marinhero-so. /x2/

Capoeira pula moita

Capoeira que pula moitasim saber aonde que vaipara min. e um filho perdidoandando sim destinoem procura do pai

que esqueceu da sua raízesy ate quem Le ensinovai pulando de grupo em grupo querendo ser professor

olhe a aqui meu camaradaagradeça a seu mestrea capoeira que tu apreendeu

olhe a aqui disse um belho ditadornunca escupa no prato que você comeo

vai, vai, vai vem, vem , vem,capoeira que pula moitaele nunca vai ser ninguémolhe a vaiCoro "vai vai vai ven ven ven"

Capoeira que pula moita ele nunca via ser ninguémolhe a vai Coro

ZUM, ZUM, ZUM,

Zum zum zumCapoeira mata um (x4)

Onde tem marimbondo?É zum zum zum!(x4)

O A O A EQuero ver bater Quero ver cair (X4)

CHULA

Ie, viva meu deusIe, viva meu deus, câmaraIe, viva meu mestreIe, viva meu mestre, câmaraIe, quem me ensinouIe, quem me ensinou, câmaraIe a capoeiraIe a capoeira, câmaraIe vamos emboraIe vamos embora, câmaraIe pelo mundo aforaIe pelo mundo afora, câmaraIe que o mundo deuIe que o mundo deu, câmaraIe que o mundo daIe que o mundo da, câmara

Ie, e mandingueiroIe, e mandingueiro, câmaraIe, e mandingaIe, e mandinga, câmaraIe, sabe jogarIe, sabe jogar, câmaraIe, joga pra liIe, joga pra li, câmaraIe, joga pra laIe, joga pra la, câmaraIe, viva malandragemIe, viva malandragem, câmara

Carlos Javier Betancourt Molina Carlos Javier Betancourt Molina

Page 5: ultimas cancoes (Reparado)

Menino chorou

O menino chorou Oi é tu que é mulequeCoro: Nhem, nhem, nhem O muleque é tu.Cala boca menino. CoroFoi comprar rapadura. CoroE tu que é muleque. Coro

Chamado de DeusFoi um dia tão belo alguns anos atraisMais a tamanha a tristeza jamaisNosso mestre queria partirE depois de formatura ouve dorMe disserão que o mestre chorouSeus alunos sentiam o dor.

Foi se embora mais logo se arrependeuOutra vez seu orgulho venceuMestre Bimba não quis mais voltarMandingueiro rezava com gunga na mãoE pedia pra Deus compaixãoQue não deixe que o mestre sofrer

Mais parece que isto não adeantou E seu Bimba estão escutouO chamado de Deus lá no céuO bahia que tanto chora e sofreCom tantas noticias de morteMais essa nos abalou

Foi no dia de luto que ninguém se esqueceDe banço morreu nosso mestreQue Deus o tenhe em bom lugar

Por favor meu papai escutai minha vozQue seu Bimba ore por nosQuando ai no céu ele chegar.

Coro: e, e, seu Bimba.Mandingueiro que deixou saudade de mais…Coro: e, e, seu Bimba.Tanta falta seus conhecimentos de trais…

A hora é essa

Eh! A hora é essa O berimbau toco na capoeira A hora é essa Meu berimbau toco eu vou jogar. /x2/. A hora é essa A hora é essa

Moendo cana, socando pilão

Quem já foi na senzala o dia Nego sofria na senzala Sabe me disser como é Na vista do coronelMoendo cana eeeee Onde oplhaba da sacabaSocando pilão Como o raio vem do céu. Coro.

Coro: Moendo cana eeeee Mais que vida era aquela Socando pilão Hoje já não existe mais

Como era ruim ficarNego era escravizado Na mira de um capataz. Coro…Sobe a olhos do capitãoDe dia trabalhavaDescalço com os no chão. Coro…

Capoeira é beleza

Capoeira não sai da minha cabeça Na roda de capoeiraCapoeira não sai do coração Pode-se matar ou morrerCapoeira quem joga é mandingueiro Mas também joga limpoCapoeira é jogo de irmão O que é bonito é pra se ver. Coro…

Coro:Capoeira, eee beleza E pra se bom capoeira Capoeira, eee tradição Não basta só optidão Capoeira, tem fundamento Tem que se entrega de alma Capoeira, é vibração. E cantar com o coração. Coro…

Carlos Javier Betancourt Molina Carlos Javier Betancourt Molina

Page 6: ultimas cancoes (Reparado)

Capoeira nasceu foi no quilomboOlha no sofrimento da senzalaO nego cantava ladainhaEnquanto a cana era cortada. Coro…

Paraná ueCoro: Paranaue, paranaue, parana

Vou dizer minha mulher, Parana Capoeira me venceu, Parana. Coro…

Eu aqui não sou feliz, Parana Mas na minha terra eu sou. Parana. Coro…

Vou embora pra Bahia. Parana Porque lá é meu lugar. Parana. Coro…

Tem a festa do Bonfim, parana E o mercado popular. Parana. Coro…

Lá no céu tem três estelas. Parana Todas três de carrerinha. Parana. Coro…

Uma é minha a outra é tua. Parana E a outra vai sozinha. Parana. Coro…

A mulher pra ser bonita. Parana. Não precisa se pintar. Parana. Coro….

A pintura é do diabo. Parana. E a beleza é Deus que dá. Parana. Coro…

Magalenha rojão

vem magalenha rojão Te te te te te te. /x4/ traz a lenha pro fagãovem fazer armação O calando longohoje é um dia de sol Do calando da pretinhaalegria de coió To cantando essa modinhaÉ curtir o verão. /x2/ Pra senhora se lembrar

Daquele tempo que viviaVem magalenha rojão La na roça com uma filhaTraz a lenha pro fogão Na barriga e outra filha

Vem fazer coração Pra criar. /x3/ Hoje é um dia de solAlegria de xodóÉ curtir o verão. /x2/

Berimbau de biriba

Coro:Berimbau de biriba Quando eu toco a biribaBerimbau de biriba Na roda empeça a formarQuando escuto esse som E entra o capoeiraLembro de mestre Bimba. /x2/. Entra na roda pra mandinga. Coro…

Quando eu toco a biriba Quando começa uma rodaMeu corpo se arrepiar Pescador empeça a cantarOlho lembro na memória E capoeira põem atençãoDe seu Bimba e mestre Valdemar.Coro… Para na roda poder entrar. Coro…

Se acaso você foi embora E leva uma biribaOu tes. ouvis o passoE Valdemar e seu Bimba. Coro…

Eu tava com meu mestre

Tava com meu Mestre andandoQuando um capoeira mandou me chamar. /x2/

Mais eu tava com meu Mestre andandoQuando um capoeira mandou me chamar. Ia, ia. /x2/

Eu corri e peguei meu facãoE foi com capoeira láPerguntei qual era seu nomeE ele começou a falarEu treine com seu PastinhaMestre Bimba e também ParanáMais eu não acrediteiE então fiquei a olhar

Carlos Javier Betancourt Molina Carlos Javier Betancourt Molina

Page 7: ultimas cancoes (Reparado)

Se você é bom capoeira Quero ver capoeira jogar…

E, e, e, e… Quero verE, e, e, e… que é jogar. /x2/

O BERIMBAU

Coro:O berimbau ta tocando Quero o jogo de benguelaA roda tá se formando Com cadencia sem acabarO meu Mestre tá chamando Quero jogo de malandroQuero ver quem vai jogar./x2/ Vingativa pode derrubar. Coro…

Esse jogo é de benguela É o jogo de inteligênciaTu tem que cadenciar Esse jogo tu tem que escutarE o jogo de malicia Pon tu braço, também pon tu forçaExpressão tem, vou olhar. Coro… Pra lá adversário poder derrubar.

Coro…

Meu gunga chamo vocêCoro:Meu gunga chamo você pra jogar /x2/

O meu gunga fala alto Viola danado chora É vocero pra ganhar Meio a repicarHoje o meu gunga toca Pois é meu gunga quem comanda a rodaChama você pra jogar. Coro… Chama você pra jogar. Coro…

Meu berimbau lhe chamaFaze o corpo arrepiarFaço meu gunga é bambaQuando você não vai jogar. Coro…

Berimbau, berimbau

Esse jogo é de mandingaCoro: Você tem que aprenderBerimbau, berimbau, berimbau, e É jogo de negro bamba

Berimbau, berimbau, berimbau, la Joga ele, joga você. Coro…

Berimbau que tá tocando É rasteira e cabeçadaFaze a corpo arrepiar Você pode levarEsse jogo é de benguela Vai só li de camaradaQuero ver quem vai jogar. Coro… E só hoje eu vou lhe provar.

Na volta que o mundo deuNa volta que o mundo dá. Coro…

A FOLHA SECACoro:A folha seca que caiu vento levouO capoeira que caiu se levantou

Oh! Se não conhece Eh! Pois é já bomEu posso lhe ensinar E todo o que você faz Põem balanço nesse corpo Já dizia mestre BimbaDexe o corpo balançar. Coro… No seus tempos de rapaz. Coro…

Oh!, Ainda moço Oh!,Você é bomEscutei você falar Na hora que vai jogarPara ser bom capoeira E eu sou bomMuito tem que praticar. Coro… Na arte de improvisar. Coro…

O Bahia

Vou deixar esta terra Eu vou para Bahia

Coro: Ô Bahia… Ô Bahia…

O senhor do Bonfim Ai Bahia morenaJá mandou me chamar. Coro… morena da Bahia. Coro...

Morena, morena Ai meu Deus que saudadeMorena da Bahia. Coro… eu tenho da Bahia. Coro

Carlos Javier Betancourt Molina Carlos Javier Betancourt Molina

Page 8: ultimas cancoes (Reparado)

Berimbau ta tocando Onde o negro choraEsta me chamando. Coro… mas chora cantando. Coro.../x2/

Vou La na ladeiraJogar capoeira Bahia. Coro. /x2/

CATARINA

Catarina minha preta Água no fogo sinhá, Catarina. /x3/Ela ia para feria só para me olhar Que eu quero já. CatarinaE eu pegava o berimbau O jogar capoeira. CatarinaPara Catarina minha preta O tocar berimbau. CatarinaEu ficava a catar

Capoeira é uma arteCoro:Capoeira é uma arte Dizem que é uma dançaQue mexe com o corpo e com a cabeça Para mim é uma lutaBaixo pobre vira nobre O que vale nessa rodaFaz com esse que o mundo creça. /x3/ É a mandinga e a disputa. Coro…

A vai ficar malandro Com a capoeira Com a capoeira Se aprendem cantigas Menina entra na roda versos e canções Ginga bonita e faceira A ganhar e a perder Mestre compra ele porão E controlar as emoções. Coro…Endurece seu ladoE um abdominalGinga todo desdenhado. Coro…

Maré de maréCoro: Oi maré de maré Berimbau ta tocando

Foi jogar capoeira Bate palmas mulherLá na feira da fé Eu só tou perguntandoSó pra vê como é. /x2/ Capoeira que é?

Capoeira é uma lutaAbre a roda menino Que se bate com o pé. Coro…Bate palmas mulherHoje aqui joga homem E menino e mulher. Coro…

Toca berimbau

Capoeira é uma arte, é um oficio Eu jogo regional, eu jogo angolaE caboclo ginga pra sentir como é Faço jogo no chão, faço jogo em péMeia lua, armada, negativa E quando um capoeira é bambaE toca berimbau pra sentir seu axé Ele toca, ele joga aonde quiser. Ooooo!

Coro…Jogue com o corpo bem soltoA capoeira se joga com a Fe Eu já joguei na ribeiraEla bate com a mão Eu toque e joguei na ribeira da maréEla bate com o pé. Oooooh! Ao ouvir o berimbau tocando

Pelo toque se sabe o jogo que é. Coro…Coro: Toca berimbau, solta seu axéEntra na roda, e descubra com é.

A benguela é o jogoCoro:A benguela é o jogo A benguela é o jogoÉ o jogo de malicia De cadência na gingaA benguela envolve Quando eu escuto o gungaA o capoeirista. /x2/. Eu me lembro de Bimba. Coro…

A benguela é o jogo A benguela é o jogoÉ o jogo de expressão Que se joga no chãoTem cuidado menino Quando entra na rodaBalança meu irmão. Coro… Mandinga meu irmão. Coro…

Bate no batuque

Carlos Javier Betancourt Molina Carlos Javier Betancourt Molina

Page 9: ultimas cancoes (Reparado)

A mania de fazer batuque Quero ver, A mania de quero batero Quero ver,O bate, bate no batuque Quero ver,O bate, quero ver bater Quero ver bater.

Coro: O bate, bate no batuque. O bate, quero ver bater.

Quem não aprendeu

Coro:Quem não aprendeu com Bimba Quando ele entrava na rodaNão aprende mais Adversário lhe faltavaBimba oi morar no céu Lá sendo defendidoNa terra no volta mais. /x2/ É a roda acabava. Coro…

Mestre Bimba fazia as coisas Esse homem era temidoQue hoje você não faiz Tinha fama de brigãoOs alunos de seu Bimba Seus alunos é quem diziamNo rins eram de mais. Coro… Mestre Bimba era bom. Coro…

Eh Bahia.Coro:He Bahia capoeira berimbau. /x4/ E todo dia é primordial

A roda de capoeiraEu já joge e chamo já Na praia é legal. Coro…Na roda de capoeiraNo Bonfim vai acabar. Coro… Joga pra ia, joga pra cá

Agora só Meia LuaE martelo pra rematar. Coro…

Me leva no som

Coro: Quando eu vou a BahiaMe leva, me leva Não me falha a memória

Me leva no som Lembrando dos grandes mestresNo som de berimbau me leva. /x2/ Que ficarão na historia. Coro…

Quando meu berimbau toca Oi me leva pra RecifeLembro dos meus ancestrais Eu também quero jogarTrabalhando e apanhando La na casa da culturaDentro dos canaviais. Coro… E na ilha de Itamaracá. Coro…

O negro cativeiro Minha vida é um livro abertoDa terra mais foi embora Com historia pra contarLutando sem paradeiro Para chegar aonde eu chegueiCom luta ate agora. Coro… Eu tive muito que ralar. Coro…

Obedeço ao berimbau

Sou capoeira sim brinca um bicho pega Sim manda dexe Eu dixoEu se que meu biriba é boa Sim manda subi Eu suboSim se berga não se quebra Sim manda pula Eu puloEu sou angola e também regionalObedece a um berimbau E sim basila um becho pegaUm jogo de tradição.

O sim basila um becho pega /x5/

Vem-ti-be-vuo

Eh Vem -ti -vi-voou, voou Que som, o que arte é essa Vem -ti -vi-voou, voou E de luta e brincadeira Deixa a voar. Que roda maravilhosa é essa

Eu o axé capoeira

Coro: Que em cada somLaa, laue, laue, laue, laua Que em cada somO la la e laee Em cada gingaLaa, laue, laue, laue, laua. Tem um estilo de jogo. Coro…

Bate um pandeiroE toque um berimbau

Carlos Javier Betancourt Molina Carlos Javier Betancourt Molina

Page 10: ultimas cancoes (Reparado)

A Bahia fico triste coro:A Bahia fico triste Bate um pandeiro toque um berimbauQuando noticia correo Na palma na mão e joge regionalQue Manuel Dos Reis Machado Bate um pandeiro toque um berimbauMestre Bimba ele morreu Toque um berimbau, toque um berimbau /x2/.

Batuque quer capoeiraCriador da regionalA capoeira fico tristeLamento de um berimbauMestre Bimba foi emboraMais dexo a regional

CATARINA DENDÊ

Coro: Catarina dendê, Catarina que é mulher guerreira Catarina me olhar./x4/. E saltou a ladeira

Pra jogar. Coro… Catarina que é mulher faceiraTambém mandingueira Catarina que sabe ponteiraQue sabe jogar.coro… E mais de rasteira

E sabe cantar. Coro…

E de bambaÉ de bamba eÉ de bamba Você que já tem a maliciaÉ de bamba e, camarada Com certeza pode desfrutarÉ de bamba. /x2/. Dessa luta que tem alegria

E faz meu corpo todo arrepiarCapoeira que já nasceu bamba E de bamba. Coro…Hoje não pode mudarVocê que esta sabendo dissoCuidado na roda pra não bobearÉ de bamba. Coro…

Roda de bamba

Coro 1: Pra essa roda de bamba eu vou Pra essa roda de bamba eu vou jogar. /x2/

Coro 2: Jogar capoeira, tocar berimbau. /x2/.

Deus é dono da terra e o marE criou o mundo pelo seu amorComo propósito que ele me chamaFoi assim que eu mando jogarJogar capoeira, tocar berimbau.

Coro 2. Coro 1. Coro 2.

Sim Sim Sim

Oh, sim sim sim                                     Oh, não não não                                    

Oh, sim sim simOh, não não não

Mais hoje tem amanha não                    Mais hoje tem amanha não

Oh, sim sim simOh, não não não

Meu mestre fala que sim                       Quero ver quem diz que não                

Oh, sim sim simOh, não não não

Dona Maria de Camboatá Carlos Javier Betancourt Molina Carlos Javier Betancourt Molina

Page 11: ultimas cancoes (Reparado)

Dona Maria de Camboatáela chega na venda ela manda botar

Dona Maria de Camboatá

Ela chega na venda e da salto mortal

Dona Maria de Camboatá

Ela chega à venda e começa a gingar

Dona Maria de Camboatá

Menino quem foi seu mestre

Menino quem foi seu mestre?Meu mestre foi Salomãosou discípulo que aprendesou mestre que dá liçãoo mestre que me ensinouta no Engenho da Conceiçãosó devo é o dinheirosaúde e obrigaçãoO segredo de São Cosmesó quem sabe é São Damião, camará

Água de beber…

Valha-me nossa Senhora

Valha-me nossa Senhoramãe de Deus do Criadornossa Senhora me ajudenosso Senhor me ajudou, camará

Água de beber…

Capenga ontem teve aqui

Capenga ontem teve aquideu dos mil reis a papaideu três mil reis a mamãecafé açúcar a vovódeu dos vintém a mimsim senhor me camaradaquando eu entrar você entraquando eu sair você saipassar bem, passar malmais tudo na vida é passar, camará

Água de beber…

Dois de Fevereiro

E Iemanjá o chamouNo dia dois de fevereiroAs ondas trouxeram recadoMarinheiro nunca mais vai voltarCoro: E Iemanjá o chamouNo dia dois de fevereiroAs ondas trouxeram recadoMarinheiro nunca mais vai voltar Eu ando olhando o marEu vivo á beira-marAs ondas vão se quebrandoSe unem a branca areiaE voltam lá para marDeixando os sonhos passar. coro...

As ondas trouxeram de longeLembranças de um dia de pescaFalando de Pedro pescadorE do seu saveiro amareloQue um dia foram chamadosPara os braços de Iemanjá. Coro...

Carlos Javier Betancourt Molina Carlos Javier Betancourt Molina

Page 12: ultimas cancoes (Reparado)

Na areia agora se acabouNão vai ter mais roda não vai nãoNeste dia berimbau silenciouPescaria agora se acabouA menina pediu toque de IúnaFoi-se embora Pedro pescador.coro...

Quebra la mi como gé

Quebra La mi como gê Coro: É macaco Quebra e joga no sacão. Coro Quebra La mi como gê. Coro Quebra conforme a razão. Coro Quebra que quebra dendê. Coro

Donna Maria como vai você

O vai você, vai você Dona Maria como vai você? O vai você vai você Dona Maria como vai você? Joga bonito que eu quero aprender Dona Maria como vai você?

Essa cobra me morde

Essa cobra me morde Coro: Sinhô São Bento Ela vai me morder. Coro... Ela é venenosa. Coro Ela é perigosa. Coro Ela vai me pegar. Coro Olhe que cobra malvada. Coro Olhe o veneno da cobra. Coro A cobra é danada. Coro Ela vai te matar. Coro

A canoa virou

A canoa virou marinheiroLa no fundo do mar tem dinheiro A canoa virou marinheiro La no fundo do mar tem secreto A canoa virou marinheiro

Biriba é pra tocar

Le le le le le… La la la la láLe le le le le… La la la la lá

Estaba na massarandua                             madeira de jacaranda                                 Biriba é pau pereira                                     Biriba é pra tocar                           Biriba é pau é madeira                               Biriba é pra tocar.

Capoeira jurou bandeira

Capoeira jurou bandeira Pediu seu santo sua proteçãoEntrou na roda olhou parceiroOi mas olhando o céu pediu perdãoOi mas mas deu uma volta de saudaçãoOi mas ainda na volta falouCapoeira eu sou baianoOi mestre Suassuna foi quem me ensinouEstendeu a mão e na mão cumprimentouUm pé no peito logo levouOi mas subiu do chão que nem coriscoPra confirmar o que havia ditoCapoeira neste dia, eh lutou tudo o que sabiaOi mas se não lutasse perdiaO amor do peito de MariaMoça do seu coraçãoJogou no ar e no chãoFez diabruras o cãoOi rezando uma oraçãoEle é homem de corpo fechado

Carlos Javier Betancourt Molina Carlos Javier Betancourt Molina

Page 13: ultimas cancoes (Reparado)

Oi mas não teme ferro da matarOgum é seu padrinhoOi guerreiro no céu e guarda na luaE na terra seu peito é de açoE a faca de ponta não furaIê viva meu Deus…Ieeeê…

Agua do coco

La na Bahia, corre água sem chover (bis)A água do coco é doce, eu também quero beber (bis)La na Bahia corre água sem chover (bis)A água do coco é doce, eu também quero beber...

È de matar

Berimbau já deu chamadaJá é hora de lutarPois quem luta, luta mesmoQuem não luta fica a olharMas jogo é este ForteCapoeira pede sorteCapoeira é uma dançaÉ de mata êêCoro: é de mata êêé de mata êêé de mata êêQuando saio não sei se voltoE não sei se chego láPosso passar numa esquinaE um nego me provocarChego tarde no trabalho

O patrão manda voltar êê. Coro

Meu coração esta partido

Meu coração está partidoMeu coração está partidoPor tudo o que você fezDe você não guardo ódioDe você não guardo ódioPorque tenho sensatezNão sei aonde fui erradoNem aonde magoeiO destino é coisa sériaO destino é coisa sériaQue pra mim sempre tem vezO amor é coisa sériaVocê não sabe o que fez meu amor

É hora é hora, Iê é hora é hora, camará

Ouvi um som diferente

Ouvi um som diferente                                  cheguei já perto pra ouvir                              era uma roda de gente                                   cantando, tocando e eu não resisti.              

Queixada, armada e aú                                  meia-lua e corta-capim. /x2/                                 Essa tal capoeira não sai mais de mim/x2/          

Perguntei ao homem o que era                        e o mestre paro de tocar                                me diz e a capoeira                                        si quer aprender vai ter que treinar               

Carlos Javier Betancourt Molina Carlos Javier Betancourt Molina

Page 14: ultimas cancoes (Reparado)

o canto o jogo e a ginga                                 meia-lua e corta-capim                               

O canto o jogo e a gingameia-lua e corta-capim

Essa tal capoeira não sai mais de mim. /x2/

Dia de Festa

 Oh, mais hoje é um dia de festa                    eu jurei que não vai me importar                    si o bati que não sai como eu gosto               si a morena não vai me olhar                         hoje eu quero e jogar capoeira                       ver mandinga pra la e pra ca                           essa luta essa dança guerreira                        faz meu corpo se arrepiar, brincadeira            Brincadeira, mandinga                                      o molejo do corpo mamolejar, brincadeira      Brincadeira, mandinga o molejo do corpo mamolejar, brincadeira Brincadeira, mandinga

 

Vou dizer ao meu sinhô

Vou dizer ao meu sinhôQue a manteiga derramou                            Ô a manteiga não é minha                           É da filha do Ioiô                                          Vou dizer ao meu sinhôQue a manteiga derramou A manteiga é do patrão                                     Caiu no chão e derramou                                  

 

Igreja do Bonfim

Igreja do Bonfim,                                    Igreja do BonfimE mercado do modelo,                             Ladeira do Pelourinho, aiaiahhh              Baixa do Sapateiro                                   Por falar em rio vermelho,                       Eu me lembrei do terreiro                       Igreja de São Francisco,                           Igreja de São Francisco.E a Praça da Sé,                                       Onde ficam as Bahianas, aiaiahhh           vendendo acarajé                                    Por falar em Itapuá,                                 E a lagoa do Abaeté,                               

Camará,                                                  Ieee é hora é hora                                   Ieee é hora é hora, camará Ieee vamos embora                               Ieee vamos embora, camará Ieee no mundo afora                              Ieee no mundo afora, camará Ieee viva Bahia Ieee viva Bahia, camará Ieee viva meu mestre Ieee viva meu mestre, camará                                                                                                  

Abolição  

Dona Isabel que história é essa                    Dona Isabel que história é essaDe ter feito a abolição                                    De ser princesa boazinha                                Que libertou a escravidão                               Eu to cansado de conversa                             Eu to cansado de ilusão                                 Abolição se fez com sangue                          Que inundava esse país                                 Que o negro transformou em luta                  Cansado de ser infeliz                                   

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Page 15: ultimas cancoes (Reparado)

Abolição se fez bem antes                              E ainda por se fazer agora                                Com a verdade da favela                                  Não com a mentira da escola                          Dona Isabel chegou a hora                             

De se acabar com essa maldade                       De se ensinar pros nossos filhos                      O quanto custa a liberdade                               Viva Zumbi nosso rei negro                               Que feixe herói lá em Palmares                           Viva a cultura desse povo                                  A liberdade verdadeira                                        Que já corria nos Quilombos                             E já jogava capoeira                                           

Ieee viva Zumbi, Ieee viva Zumbi, camará Ieee rei de Palmares,

Ieee rei de Palmares, camará Ieee libertador, Ieee libertador, camará,

Noite sem Lua

Coro: Era uma noite sem lua. /x3/x2/

Era uma noite sem lua e eu tava sozinho                          Fazendo do meu caminhar o meu próprio caminho  

Sentindo o aroma das rosas e a dor dos espinhos.  Coro                                             

De repente apesar do escuro eu pude saber                    Que havia alguém me espreitando sem que nem porque    Era hora de luta e de morte, é matar ou morrer.   Coro       

A navalha passou me cortando era quase um carinho          Meu sangue misturou-se ao pó e as pedras do caminho             Era hora de pedir o axé do meu Orixá                      E partir para o jogo da morte é perder ou ganhar. Coro              

Dei o bote certeiro da cobra alguém me guiou              Meia lua bem dada é a morte                                              E a luta acabou. Coro                                                              Eu segui pela noite sem lua                                         Histórias na algibeira                                                   Não é fácil acabar com a sorte de um bom capoeira. Coro.           

Se você não acredita me espere num outro caminho           E prepara bem sua navalha                                                    Eu não ando sozinho.  Coro                                                            

As vezes me chamam de negro

As vezes me chamam de negro                           pensando que vou me a humilhar                       mais o que eles não sabem                                 é que isso me faze lembrar                                

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Page 16: ultimas cancoes (Reparado)

que eu venho de aquela raça                               que luto pra se libertar                                      

que eu venho de aquela raçaque luto pra se libertar

que criou maculele, que acredita no candomblé               que tem um sorriso no rosto, a ginga no corpo e a samba no pé

que tem um sorriso no rosto, a ginga no corpo e a samba no pé

Que descubrierom uma dança,                               luta que pode matar                                               capoeira, arma poderosa                                         luta de libertação                                                   brancos e negros numa roda                                   se abraçam como irmãos                                        

Perguntei camará o que em ele?                             e meu irmão                                            

Adeus, adeus sereia

Adeus, adeusSereiaa...(ou boa vagem)* Eu vou me emboraSereiaa... Eu vou ver senhorSereiaa... Eu vou ver senhoraSereiaa...SEREIA

  Jangadeiro

Bem antes de o sol raiar                                   jangadeiro empurra                                           sua jangada no mar. /x2/                                          

Eu sou capoeira,                                                 viajante da terra                                                 e ele jangadeiro                                                   é o viajante do mar                                             jangadeiro me ensine a velejar                           e saber os mistérios do mar                               Coro: Êh mar balança mar                                             Êh mar, eh mar, balança marÊh mar, eh mar. /x2/

Capoeira me ajude a içar a vela                         e venha comigo pescar                                       enquanto não chegamos lá                                 você faz o seu berimbau vibrar                           esticamos a rede e você verá                               como é fácil tirar alimento do mar. Coro                    

Pedreiro Trovoada e Cesar

Eles chegaram alguns anos atrás                                na capoeira do mercado modelo                                 mas eles nem sequer                                                   sabiam tocar                                                               sem mais eles nem sequer                                           sabiam tocar                                                                 e nem tão pouco sabiam jogar   Mais hoje estão classificado em primeiro lugar              

Pedreiro, pedreiroMenino trovoadapedreiro, pedreiropra la la la lá. /x3/

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Page 17: ultimas cancoes (Reparado)

 Mercado Modelo

Quando eu chego no mercado modelo modelo                         Já perto do amanhecer                                                               Quando eu chego no mercado modelo modelo    Já perto do amanhecer Já tem muita gente me esperando perguntando                   negão que vai fazer                                                               Já tem muita gente me esperando perguntandonegão que vai fazerEu respondo                                                                           Eu sou capoeira de batuquege                         Eu respondo Eu sou capoeira de batuquege La,la La…La,la,la,la,la uee…Lauee…La,la,la,la,la uee…Lauee…La,la,la,la,la uee…Capoeira eu amo você ...La,la,la,la,la uee…O senzala eu amo você 

  Capoeira de Verdade

Se você faz um jogo ligeiro Isso é coisa da gentedá um pulo pra lá e pra cá ginga pra lá e pra cánão se julgue tão bom capoeiraQue a capoeira não é tão vulgar Isso é coisa da gente a mandinga não pode acabar acabar Para ser um bom capoeiristapra ter muita gente que lhe dè valorvocê tem que ter muita humildadeTocar instrumentos, ser um bom professor

A capoeira faz chula bonitacanta um lamento com muito emoçãoquando vê seu mestre jogandoSente alegria no seu coração

Ele joga angola miudinhose a coisa esquenta não corre do pauTem amigos por todos os ladosum grande sorriso também não faz mal

Zum zum zum Capoeira mata um

Olha, eu vou contar,Quem quiser pode ouvir.Quem quiser, diga que não,Quem quiser, diga que sim. coro;Zum, zum, zum, Capoeira mata um! /x4/

Agradeça a escravidão,Quem quiser que ache asneira,Se não fosse a escravidão, ai lélé!!Não existia a Capoeira. coro;Zum, zum, zum, Capoeira mata um! /x4/ Cuidado com preto velho,Que ele pode machucar.No tempo da escravidão,ai lélé!!Já jogava o pé pró ar.coroO filho do meu pratrão,Ia na escola estudar.E a caneta do escravo, ai lélé!!Era no canavial.

Adão, Adão

Adão, Adão Oi cadê Salomé, Adão Oi cadê Salomé, Adão O foi na Ilha de Maré Adão, Adão Oi cadê Salomé, Adão Oi cadê Salomé, Adão O Salomé foi passeia Adão, Adão Oi cadê Salomé, Adão

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Page 18: ultimas cancoes (Reparado)

Iaia ioio

Iaia ioioQuando o meu mestre se foiToda a Bahia chorouIaia ioioIaia ioio iaia ioio (coro)Oi menino comigo aprendeu (2x)Aprendeu a jogar capoeira aprendeuQuem me ensinou já morreu (2x)O seu nome esta gravadoNa terra onde ele nasceuSalve o mestre BimbaA Bahia de MaréSalve o mestre que me ensinouA mandinga de bater com o péIaia ioioIaia ioio iaia ioio (coro)MandingueiroVenho de Malé BolênciaEra ligeiro o meu mestreQue jogava conforme a cadênciaNo bater do berimbauSalve o mestre BimbaCriador da regionalSalve o mestre BimbaIaia ioioIaia ioio iaia ioio (coro)Aprendeu meia-lua aprendeuOi martelo, rabo-de-arraiaJogava no pé da ladeiraMuitas vezes na beira da praiaSalve São SalvadorA Bahia de MaréSalve o mestre que me ensinouA mandinga de bater com o péIaia ioioIaia ioio iaia ioio (coro)Quando meu mestre se foiToda a Bahia chorou

Iaia ioioIaia ioio iaia ioio (coro)

Para roda Capoeira

Para roda Capoeira, para vai ter que parar Eu não para roda Capoeira que cavalaria acabou de chegar Para roda Capoeira, para vai ter que parar Eu não para roda Capoeira Os homens tão armado, ele vai te matar Para roda Capoeira, para vai ter que parar Eu não para dejeito nenhum sou filho de Ogum e de pai Oxalá Para roda Capoeira, para vai ter que parar Eu não para sou cabra ligeiro nasci mandingeiro, dou salto mortal Para roda Capoeira, para vai ter que parar Eu não para repito de novo esse jogo de povo é vai continuar Para roda Capoeira, para vai ter que parar

Zum zum zum Besouro Mangangá

Zum zum zum Besouro Mangangá Bateu na Policia de soldado a general Zum zum zum Besouro Mangangá Entrava na roda e não parava de jogar Zum zum zum Besouro Mangangá Me leva morena, me leva

Me leva morena

Oi me leva morena, me levaMe leva pró seu bangalôLeva, morena, me levaQue sou Capoeira de São SalvadorOi me leva morena, me levaMe leva pró seu bangalôOi me leva morena me levaQue sou Capoeira, já disse que sou

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Page 19: ultimas cancoes (Reparado)

Oi me leva morena, me levaMe leva pró seu bangalôOi me leva morena me levaQue hoje faz frio, amanhã faz calor

É só prestar atenção,

É só prestar atenção, esta luta brasileira é Capoeira meu irmão É só prestar atenção, esta luta brasileira é Capoeira meu irmão. /x2/

Agora eu quero ouvir berimbau Agora eu quero ouvir berimbau Agora eu quero ouvir o pandeiro Agora eu quero ouvir o pandeiro Agora eu quero ouvir atabaque Agora eu quero ouvir atabaque Agora eu quero ouvir agogô Agora eu quero ouvir agogô Agora eu quero ouvir reco-reco Agora eu quero ouvir reco-reco

Chico

Chico parauê rauêra, Chico paruaê rauá Chico parauê rauê, rararauê auê rararuê auá, eu falei Chico parauê rauêra, Chico paruaê rauá Chico parauê rauê, rararauê auê rararuê auá Prepare o corpo que o Chico chegou É nego velho tem história pra contar Chico quero ver jogar Eu quero ver jogar, Angola e Regional, eu falei Chico parauê rauêra, Chico paruaê rauá Chico parauê rauê, rararauê auê rararuê auá

Mandinga disfarçada em dança A dança do canavial Chico quero ver jogar Eu quero ver jogar, Angola e Regional, eu falei. Coro...

Vim da Bahia pra lhe vê

Vim da Bahia pra lhe vê Vim da Bahia pra lhe vêVim da Bahia pra lhe vêVim da Bahia pra lhe vê, pra lhe vêPra lhe vê, pra lhe vê, pra lhe vê Pra lhe vê, pra lhe vêPra lhe vê, pra lhe vê, pra lhe vê

Aide negra africana

Ooo Aide uma negra africana que tinha magia no seu cantar tinha os olhos esverdeados e sabia como cozinhar. Siozinho ficou encantado e com Aide ele quis se casar, eu dice Aide não se case vai pro quilombo pra se libertar

Aide: volte pra cá mugere (4 veces)

Ooo nos quilombos de camugere a libertade a Aide encontrou E junto se com negros irmão, descobriu um grande amor olha Aide canta com sorrindo hoje fala com muito louvor, liberdade não tem preço o negro sabe quem o libertou

Aide: volte pra cá mugere (4 veces)

Ooo Siozinho que disse então com o quilombo eu vou acabar se Aide não se case comigo com ninguém ela pode casar, coro... Ooo chegando em camugere Siozinho se surpreendeu o negro inventou uma arma e a senzala se desenvolveu, o negro venceu a batalha e no quilombo Senhorzinho morreu. Coro...

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Page 20: ultimas cancoes (Reparado)

Cordão de ouro

Quem não conhece o grupo cordão de ouro? Venha pra roda que você vai conhecer Cordão de ouro tem mandinga e tem moleto Joga ligeiro e é bonito de se ver./x4/

Eh! Cordão de ouro não da soco na minha cara Mais tem armada, cabeçada e tem role Quando ele joga o sorriso estão no outro E no chingado a malicia do saber. Coro...

Cordão de ouro esta na sangue, esta na alma A capoeira que bom mestre me ensinou Cordão de ouro joga com o um coração Tem distração a capoeira de valor. Coro...

Cordão de ouro joga angola e regional O miudinho e também maculele Educação é seu meta e seu desejo Fazer amigos é o seu maior prazer. Coro...

O meu orgulho

O meu orgulho é ver meu mestre jogar Irmão ou amigo quando ele joga é aquela euforia um bom companheiro e tanta gente querendo chegar um pai sempre forte oi, essa é a minha alegria. /x2/ em todos os conceitos

Não mexe com velho com nosso Pastinha que ele é mandingueiro e mestre Bimba não desafia o seu mestre fará sacrifícios que é falta de respeito. Coro... mãe viva capoeira. Coro...

Que não tem um segredo não pode ensinar tem que ser discípulo quem queria a mestre chegar. Coro...

Meu coraçao está partido

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Meu coração está partidoMeu coração está partidoPor tudo o que você fezDe você não guardo ódioDe você não guardo ódioPorque tenho sensatezNão sei aonde fui erradoNem aonde magoeiO destino é coisa sériaO destino é coisa sériaQue pra mim sempre tem vezO amor é coisa sériaVocê não sabe o que fez meu amor

é hora é hora,

iê é hora é hora, camará

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Page 21: ultimas cancoes (Reparado)

                                                                               

CAPOEIRA

A capoeira é uma expressão cultural que mistura esporte, luta, dança, cultura popular e brincadeira, desenvolvida por descendentes de

escravos africanos trazidos ao Brasil, além de representar a resistência dos negros à escravidão.

O nome “CAPOEIRA” deu-se em função do seguinte: os escravos ao fugirem para as matas tinham no seu encalço os famigerados capitães do mato, enviados pelos senhores. Os escravos em fuga reagiam e os atacavam, nas clareias de mato ralo, cujo nome é capoeira, com pés, mãos e cabeças, dando-lhes surras ou até mesmo matando-os. Os que

sobreviviam voltavam para os seus patrões, indignados, estes perguntavam: “cadê os negros? E a resposta era: “eles nos pegaram na

capoeira”. Referindo-se ao local onde foram vencidos.

A Capoeira no meio de matas era praticada como luta mortal, já nas fazendas, era praticada como brinquedo inofensivo, pois ela estava

sendo feita sob os olhares dos senhores de engenho. Naquele momento se transformou em dança, para disfarçarem a luta utilizavam a ginga, a base de qualquer “capoeirista” e é da que saem todos os golpes, esse disfarce foi fundamental para a sobrevivência dos escravos, pois a Capoeira é principalmente, na sua origem, uma luta de resistência.

FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE CAPOEIRA – FICA –CAPOEIRA REGIONAL JUVENIL

Uma cultura negra em jogo

Tudo começou com uma certa dança da zebra

PEÇO A DEUS QUE ME PROTEJAFAÇO MINHA ORAÇÃO

QUE APRENDÍ LÁ NA IGREJAPEÇO PAZ, PEÇO SAUDEPEÇO FORÇA PRA JOGARPARA UM CAPOERISTA

ISSO NÃO PODE FALTAR

ALMA DA CAPOEIRA

COORDINADOR Adrian Alejandro Henao

Batizados 2002-2003

Luis Faril Capera Tapias (corda amarela)Carlos Javier Betancourt Molina (corda amarela)

Carlos Alberto Gil (corda branca)

Batizado ano 2005-2006

Juan Carlos Olaya (corda branca)Andrés Henao corda (corda verde ponta amarela)

Batizados ano 2008

Juan Carlos Camacho (corda branca)Carlos Alberto Gil (corda branca)

Diego Armando Cruz V(corda branca) Edinson Hernandes Mosquera (corda branca)

Batizados ano 2009

Diana Patrícia Jimenez R (corda branca)Robinson Hernandes Mosquera (corda branca)

Diego Omar Garcia (corda branca)Maira Alejandra Perdomo (corda branca)

Yensy Julieth Ocampo Bocanegra (corda branca)Chelsey Victoria Cuellar Sepulveda (corda branca)

Oscar Alexis Leiva (corda branca)Diego Armando Cruz V(corda verde)

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Page 22: ultimas cancoes (Reparado)

Edinson Hernandes Mosquera (corda verde)

Historia da Capoeira Regional

Mestre Bimba (Manoel dos Reis Machado) filho de Luís Cândido Machado e Maria Martinha do Bonfim, nasceu no bairro de Engenho Velho, freguesia de brotas, Salvador - Bahia em 23 de novembro de 1900. Recebeu esse apelido devido a uma aposta que sua mãe fizera com a parteira que o "aparou". Ao contrário do que dona Martinha achava, a parteira disse que se nascesse menino, receberia o apelido de "Bimba" por se tratar, na Bahia, de um nome popular do órgão sexual masculino.

Começou a praticar Capoeira aos 12 anos de idade na estrada das boiadas, hoje o bairro negro da liberdade, com o africano Bentinho, capitão da navegação baiana. Foi estivador durante 14 anos e começou a ensinar capoeira aos 18 anos de idade no bairro onde nasceu no "Clube União em Apuros". Até 1918 não existiam esquinas, nas portas dos armazéns e até no meio do mato. Consideramos ineficaz e muito folclorizada a capoeira da época, devido aos fatos de os movimentos serem extremamente disfarçados, mestre Bimba resolver desenvolver um estilo de capoeira mais eficiente, inspirando-se no antigo "Batuque" (luta na qual seu pai era um grande lutador- considerado até um campeão) e acrescentando a sua própria criatividade, introduziu movimentos que ele julgava necessário para que a capoeira fosse mais eficaz. Então em 1928, mestre Bimba criou o que ele denominou "Capoeira Regional Baiana" por ser está praticada única exclusivamente em Salvador. A partir da década de 30, com a implantação do estado novo, o Brasil atravessou urna fase de grandes transformações políticas e culturais, onde as idéias nacionalistas e de modernização ficaram em evidência. Nesse contexto, surge a oportunidade de Mestre Bimba fazer com que seu novo estilo de capoeira alcançasse as classes sociais mais privilegiadas. Em 1936 fez a primeira apresentação do seu trabalho e no ano seguinte (ai convidado pelo governador da Bahia, o General Juracy Magalhães, para fazer uma apresentação no Palácio do Governador onde estavam presentes autoridades e convidados.

Dessa forma a capoeira foi reconhecida como "esporte nacional" e Mestre Bimba foi reconhecido pela Secretaria Ed. Ass. Pública do Estado da Bahia como professor de educação física e sua academia foi a primeira no Brasil reconhecida por lei.

Capoeira  

Tudo começou com uma certa dança da zebra

A palavra capoeira não é africana, como se costuma pensar. Ela vem do tupi, kapu'era, e originalmente possui dois significados. Pode tanto designar mato ralo ou roçado como uma espécie de cesto ou gaiola que serve para carregar animais e mantimentos.

A partir desse duplo sentido, etimologistas, historiadores e folcloristas começam a polemizar sobre o berço da capoeira, que pode ser rural ou urbano.Uns enxergam seu nascimento no campo, entre grandes plantações de cana e engenhos de açúcar, onde as lareiras abertas na mata serviriam de canal para a fuga dos negros rebeldes e espaço para o lazer nas horas de folga. "A própria palavra já denuncia uma ligação com o meio rural", diz o antropólogo Oderp Serra, da Universidade Federal da Bahia.

Mas há quem diga que a capoeira é própria da cidade, onde aquela brincadeira quase inocente das fazendas teria evoluído para a arte marcial. "Sem dúvida, ela é urbana", afirma o pesquisador baiano Waldeloir Rego, autor de um clássico sobre o assunto, Ensaio Sócio-Etnográfico Sobre a Capoeira de Angola. "Só não podemos afirmar se a capoeira é de Salvador ou do Rio de Janeiro. Provavelmente, se fez ao mesmo tempo nas duas cidades, e ainda em Recife."A existência de jogos corporais semelhantes à capoeira em Cuba (o mani) e na Martinica (a ladja) comprovam que a semente de todas as especulações está nos costumes trazidos nos porões dos navios negreiros que também seguiram para o Caribe.

Mestre Moraes foi um dos capoeiristas brasileiros que tiveram a oportunidade de presenciar na Angola atual o ritual do n'golo, ou "dança da zebra". "Não é capoeira, mas uma competição atlética que os rapazes da aldeia fazem para ver quem merece

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Page 23: ultimas cancoes (Reparado)

ficar com a moça que já atingiu a idade de casar", conta. Cruzando os relatos disponíveis, Rego concluiu que o n'golo virou folguedo, um divertimento praticado pelos escravos nos domingos e feriados. Com o tempo, a prática teria se transformado em exibições de habilidade, destreza e leveza de movimentos, chegando ao jogo de ataque e defesa no século passado.

Uma cultura negra em jogo

Nos últimos dois anos, o número de cursos de capoeira quadruplicou. O cálculo é do presidente da Confederação Brasileira de Capoeira, Sérgio Luis Vieira, sustentado em estimativas do final de 1995 que incluem tanto as escolas filiadas quanto as "de fundo de quintal". Se levarmos em conta que a média de alunos de cada mestre, título dado ao professor de capoeira, é de 100 iniciantes, chega-se á conclusão de que uns 2,5 milhões de brasileiros já entraram na roda. Além disso, essa mistura de jogo, dança e pugilismo está presente em 48 países. Curiosamente, nenhum do continente africano. São 120 cursos apenas no estado americano da Califórnia, incluindo o da Universidade de Berkeley. "Houve um boom de capoeira, especialmente depois que ela foi reconhecida como esporte pelo Comitê Olímpico Brasileiro, no ano passado". "A capoeira entrou em clubes da classe média alta, em colégios e universidades.Por isso vamos formar uma federação internacional ainda em 1996. Se tudo correr nesse ritmo, chegaremos às Olimpíadas em 2004." Não vai ser fácil. Além de precisar preencher os pré-requisitos olímpicos, que obrigam a prática da modalidade em pelo menos 75 países de quatro continentes, a capoeira não é uma técnica uniforme. Ela ainda é praticada espontaneamente, como a brincadeira dos escravos nos dias de festa do Brasil colonial, e está dividida em estilos, métodos e rituais diferentes e informais. O que você vê na televisão, na rua ou na maioria das academias está mais próximo de um certo tipo de roda: a Regional, bem diferente da capoeira Angola, a mais primitiva. Embora a confederação tente unir as duas correntes, listando 76 golpes, é difícil promover competições que avaliem todos os capoeiristas por um mesmo padrão.Não são todos os capoeiristas, ou capoeiras que se consideram atletas. Para os grupos mais tradicionais de Salvador, ela é forma de expressão da cultura negra. Tanto que, para eles, trata-se de uma arte marcial afro-brasileira."Reduzir a capoeira ao esporte é diminuir seu lado subjetivo, sua história e sua filosofia", diz Pedro Moraes Trindade, o mestre Moraes, baiano que segue a linha de Angola. Capoeira é a fusão de corpo e mente.Em comparação a outras artes marciais, corresponde ao Tai Chi Chuan chinês, no

qual você não precisa ser forte, mas inteligente." Manoel Nascimento Machado, ou mestre Nenéu, de Salvador, batizado na capoeira como "Sá Pereré" e filho do criador da capoeira Regional, também insiste em ressaltar aspectos que extrapolam a mera habilidade física "O capoeira nunca joga contra o outro, mas com o outro", explica à nós. "Assim ele se prepara para enfrentar a vida lá fora."Em comum, a capoeira Angola e a Regional têm alguns princípios fundamentais. Quem joga sempre deve começar cumprimentando o parceiro "ao pé do berimbau", quer dizer, agachado perto do instrumento que dará o ritmo dos golpes. Ambos devem estar limpos."decentemente trajados" e jamais sem camisa.Deve-se procurar a harmonia, na qual um movimento de defesa já é o começo de outro, de ataque, sem ferir o companheiro. Os oponentes não se atracam, mas lutam "por aproximação", respeitando a hora de entrar e sair da roda. E ninguém deve aprender capoeira para sair batendo nos outros.

INSTRUMENTOS 

Berimbau 

Os instrumentos que compõem uma roda de capoeira variam de acordo com o gosto de cada mestre. O que mais vê numa roda de capoeira é o uso do berimbau, pandeiro e atabaque.Em algumas rodas, vê-se quase uma orquestra instrumentos, desde o tradicional berimbau a reco-reco agogô, afochê, triângulo, chocalho, bangô e os mais variados tipos de instrumentos. Como havia dito a princípio, varia de pessoa para pessoa. Particularmente, acho que uma roda estará de acordo com os meus princípios, se formada por dois berimbaus, um pandeiro e um atabaque. Dois berimbaus: um serve para puxar o toque, o outro acompanha e em caso de quebra de um dos berimbaus a roda não pára, tem continuidade normal.É comum dizer-se que o berimbau é o mestre dos mestres; é ele que comanda a roda, isto também de acordo com o ponto de vista e do conhecimento de cada mestre. Se observarmos que não existia o berimbau na capoeira, que ele foi introduzido posteriormente, não vejo razão para toda esta reverência. É um instrumento que predomina na roda de capoeira e que deve ser respeitado mas não idolatrado. Os nomes de toques de berimbau também variam de acordo com a peculiaridade de cada mestre. As vezes é o mesmo toque, só que com um repique mais longo ou mais curto, neste caso ele recebe outro nome. Os toques comuns a quase todos os mestres são: São Bento Pequeno, São Bento Grande, Cavalaria, Iuna, Benguela e Angola; existem outros nomes, mas é desnecessário descrevé-los.

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Pandeiro: O pandeiro serve para acompanhar o berimbau e existem algumas variações para acompanhar este; toca-se mais lento ou mais rápido; e existem aqueles tocadores de pandeiro que fazem variações no tocar- fica bonito e dá a sensação de que realmente quem está tocando o pandeiro domina e conhece bem o instrumento.

Atabaque: O atabaque, instrumento de origem indígena, desde cedo usado na capoeira, tinha outro formato; sua finalidade é marcar o toque do berimbau e do pandeiro; o bom atabaqueiro é aquele que domina estas marcações. Existem também variações de toques já que o atabaque é usado nos terreiros de candomblé. O atabaque, na capoeira, não tem finalidade de evocação; é apenas um instrumento de acompanhamento. A parte de instrumentação exerce muita influência no capoeirista; quando estão todos em funcionamento, há uma ,sensação de descontração e liberdade na arte de jogar capoeira.

Equipamentos Opcionais

Para os angoleiros é obrigatório ter um agogô, um reco-reco, dois pandeiros e um atabaque. Em algumas escolas se usa pares de palmas, que substituem as mãos.

Raízes africanas 

A história da capoeira começa no século XVI, na época em que o Brasil era colônia de Portugal. A mão-de-obra escrava africana foi muito utilizada no Brasil, principalmente nos engenhos (fazendas produtoras de açúcar) do nordeste brasileiro. Muitos destes escravos vinham da região de Angola, também colônia portuguesa. Os angolanos, na África, faziam muitas danças ao som de músicas. 

No Brasil 

Ao chegarem ao Brasil, os africanos perceberam a necessidade de desenvolver formas de proteção contra a violência e repressão dos colonizadores brasileiros. Eram constantemente alvos de práticas violentas e castigos dos senhores de engenho. Quando fugiam das fazendas, eram perseguidos pelos capitães-do-mato, que tinham uma maneira de captura muito violenta. 

Os senhores de engenho proibiam os escravos de praticar qualquer tipo de luta. Logo, os escravos utilizaram o ritmo e os movimentos de suas danças africanas, adaptando a um tipo de luta. Surgia assim a capoeira, uma arte marcial disfarçada de dança. Foi um instrumento importante da resistência cultural e física dos escravos brasileiros.

A prática da capoeira ocorria em terreiros próximos às senzalas (galpões que serviam de dormitório para os escravos) e tinha como funções principais à manutenção da cultura, o alívio do estresse do trabalho e a manutenção da saúde física. Muitas vezes, as lutas ocorriam em campos com pequenos arbustos, chamados na época de capoeira ou capoeirão. Do nome deste lugar surgiu o nome desta luta.Até o ano de 1930, a prática da capoeira ficou proibida no Brasil, pois era vista como uma prática violenta e subversiva. A polícia recebia orientações para prender os capoeiristas que praticavam esta luta. Em 1930, um importante capoeirista brasileiro, mestre Bimba, apresentou a luta para o então presidente Getúlio Vargas. O presidente gostou tanto desta arte que a transformou em esporte nacional brasileiro. 

Três estilos da capoeira 

A capoeira possui três estilos que se diferenciam nos movimentos e no ritmo musical de acompanhamento. O estilo mais antigo, criado na época da escravidão, é a capoeira angola. As principais características deste estilo são: ritmo musical lento, golpes jogados mais baixos (próximos ao solo) e muita malícia. O estilo regional caracteriza-se pela mistura da malícia da capoeira angola com o jogo rápido de movimentos, ao som do berimbau. Os golpes são rápidos e secos, sendo que as acrobacias não são utilizadas. Já o terceiro tipo de capoeira é o contemporâneo, que une um pouco dos dois primeiros estilos. Este último estilo de capoeira é o mais praticado na atualidade.

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Meu mestre é o mundo inteiro da capoeira

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Capoeira Regional JuvenilSan Vicente del Caguán Caquetá

2002-2010

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A ROPA DO REI

Era uma vez um tão vaidoso de sua pessoa que só faltava pisar por cima do povo. Certa vez procuram-no uns homens que eram tecelões maravilhosos e que fariam uma roupa encantada, a mais bonita e rara do mundo, mas que só podia ser enxergada por quem fosse filho legítimo.

O rei achou muita graça na proposta e encomendou o traje, dando muito dinheiro para sua feitura. Os homens trabalharam dia e noite num tear mágico, cozendo com linha invisível, um pano que ninguém via.

O rei mandava sempre ministros visitarem a oficina e eles voltavam deslumbrados, elogiando a roupa e a perícia dos alfaiates. Finalmente, depois de muito dinheiro gasto, o rei recebeu a tal roupa e marcou uma festa pública para ter o gosto de mostrá-la ao povo.

Os alfaiates compareceram ao palácio, vestindo o rei de ceroulas, e cobriram-no com as peças do tal traje encantado, ricamente bordado mas invisível aos filhos bastardos.

O povo esperou lá fora pela presença do rei e quando este apareceu todos aplaudiram com muito entusiasmo. Os alfaiates, aproveitando a festa, desapareceram no meio do mundo.

O rei seguiu com o cortejo, mas, atravessando uma das ruas pobres da cidade, um menino gritou:

- O Rei está de ceroulas!

Todo mundo ali presente reparou e viu que realmente o rei estava apenas de ceroulas. Uma grande e entrondosa vaia foi o que se ouviu. O rei correu para o palácio morto de vergonha. Desse dia em diante corrigiu-se seu orgulho. E enquanto durou seu reino foi um rei justo e simples para o seu povo.

Nota:Conto da idade média compilado pela primeira vez na Espanha por Dom Juan Manuel, século XV, em um livro intitulado "Libro de Patronio ou do Conde Lucanor". Anderson o contista, mais tarde o modifcou e criou sua própria versão da história.

A Menina dos Brincos de Ouro

Uma Mãe, que era muito má (severa e rude) para os filhos, deu de presente a sua filhinha um par de brincos de ouro. Quando a menina ia à fonte buscar água e tomar banho, costumava tirar os brincos e botá-los em cima de uma pedra. Um dia ela foi à fonte, tomou banho, encheu o pote e voltou para casa, esquecendo-se dos brincos. Chegando em casa, deu por falta deles e com medo da mãe brigar com ela e castigá-la correu à fonte para buscar os brincos. Chegando lá, encontrou um velho muito feio que a agarrou, botou-a nas costas e levou consigo. O velho pegou a menina, meteu ela dentro de um surrão (um saco de couro), coseu o

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surrão e disse à menina que ia sair com ela de porta em porta para ganhar a vida e que, quando ele ordenasse, ela cantasse dentro do surrão senão ele bateria com o bordão (cajado).Em todo lugar que chegava, botava o surrão no chão e dizia: Canta, canta meu surrão, Senão te bato com este bordão.E o surrão cantava: Neste surrão me puseram, Neste surrão hei de morrer, Por causa de uns brincos de ouro Que na fonte eu deixei.Todo mundo ficava admirado e dava dinheiro ao velho. Quando foi um dia, ele chegou à casa da mãe da menina que reconheceu logo a voz da filha. Então convidaram Ele para comer e beber e, como já era tarde, insistiram muito com ele para dormir. De noite, já bêbado, ele ferrou num sono muito pesado. As moças foram, abriram o surrão e tiraram a menina que já estava muito fraca, quase para morrer. Em lugar da menina, encheram o surrão de excrementos. No dia seguinte, o velho acordou, pegou no surrão, botou às costas e foi-se embora. Adiante em uma casa, perguntou se queriam ouvir um surrão cantar. Botou o surrão no chão e disse: Canta,canta meu surrão, Senão te bato com este bordão. Nada. O surrão calado. Repetiu ainda. Nada. Então o velho bateu com o cajado no surrão que se arrebentou todo e lhe mostrou a peça que as moças tinham pregado.

( F I M )

Nota: Conto popular na Bahia e Maranhão. Trazido pelos escravos africanos. No original africano os personagens eram animais.

O Velho Ambicioso

Um Velho tinha um filho muito trabalhador. Não podendo ganhar a vida como desejava em sua terra, despediu-se do pai e seguiu viagem para longe a fim de trabalhar.

A princípio mandava notícias e dinheiro mas depois deixou de escrever e o velho o julgava morto.

Anos depois, numa tarde, chegou à casa do velho um homem e pediu abrigo por uma noite. Durante a ceia conversou pouco e deitou-se logo para dormir. O velho notando

que o desconhecido trazia muito dinheiro, resolveu matá-lo.

Relutou muito mas acabou cedendo à ambição e tentação e assassinou o hóspede, enterrando-o no quintal do sítio. Voltou para a sala e abriu a mala do morto.

Encontrou ali as provas de que se tratava do próprio filho, agora rico, e que vinha fazer-lhe uma surpresa.

Cheio de horror, o pai matador foi entregar-se à justiça e morreu na prisão, carregado de remorsos.

Origem: Este é um conto da Tradição popular do Minho em Portugal. Esta versão, ligeiramento modificada, é comum no Nordeste do Brasil desde o século XIX.

Os Compadres Corcundas

Era uma vez, dois compadres corcundas, um Rico outro Pobre. O povo do lugar vivia zombando da corcunda do Pobre e não reparava no Rico. A situação do Pobre andava preta, e ele era caçador. Certo dia, sem conseguir caçar nada, já tardinha, sem querer voltar para casa, resolveu dormir ali mesmo no mato. Quando já ia pegando no sono ouviu uma cantiga ao longe, como se muita gente cantasse ao mesmo tempo. Saiu andando, andando, no rumo da cantiga que não parava. Depois de muito andar, chegou numa clareira iluminada pelo luar, e viu uma roda de gente esquisita, vestida de diamantes que brilhavam com a lua. Velhos, rapazes, meninos, todos cantavam e dançavam de mãos dadas, o mesmo verso, sem mudar:  Segunda, Terça-feira, Vai, vem! Segunda, Terça-feira, Vai, vem!

Tremendo de medo, escondeu-se numa moita e ficou assistindo aquela cantoria que era sempre a mesma, durante horas. Depois ficou mais calmo e foi se animando, e como era metido a improvisador, entrou no meio da cantoria entoando:

Segunda, Terça-feira, Vai, vem! E quarta e quinta-feira, Meu, bem! Calou-se tudo imediatamente e aquele povo espalhou-se procurando quem havia falado. Pegaram o corcunda e o levaram para o meio da roda. Um velhão então perguntou com voz delicada: - Foi você quem cantou o verso novo da cantiga? - Fui eu, sim Senhor! - Quer vender o verso? - perguntou então o Velhão. - Quero sim, senhor. Não vendo não, mas dou de presente porque gostei demais do

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baile animado.

O Velho achou graça e todo aquele povo esquisito riu também. - Pois bem - disse o Velhão - uma mão lava a outra. Em troca do verso eu te tiro essa corcunda e esse povo te dá um Bisaco novo! Passou a mão nas costas do caçador e a corcunda sumiu. Lhe deram um Bisaco novo e disseram que só o abrisse quando o sol nascesse.O Caçador meteu-se na estrada e foi embora. Assim que o sol nasceu abriu o bisaco e o encontrou cheio de pedras preciosas e moedas de ouro. No outro dia comprou uma casa com todos os móveis, comprou uma roupa nova e foi à missa porque era domingo. Lá na igreja encontrou o compadre rico, também corcunda. Este quase caiu de costas, assombrado com a mudança. Mais espantado ficou quando o compadre, antes pobre e agora rico, contou tudo que aconteceu ao compadre rico. Então cheio de ganância, o rico resolveu arranjar ainda mais dinheiro e livrar-se da corcunda nas costas. Esperou uns dias e depois largou-se no mato. Tanto fez que ouviu a cantoria e foi na direção da toada. Achou o povo esquisito dançando numa roda e cantando: Segunda, Terça-feira, Vai, vem! Quarta e quinta-feira, Meu, bem!

O Rico não se conteve. Abriu o par de queixos e foi logo berrando: Sexta, Sábado e Domingo,  Também! Calou-se tudo novamente. O povo esquisito voou para cima do atrevido e o levaram para o meio da roda onde estava o velhão. Esse gritou, furioso: - Quem mandou se meter onde não é chamado seu corcunda besta? Você não sabe que gente encantada não quer saber de Sexta-feira, dia em que morreu o filho do alto; sábado, dia em que morreu o filho do pecado, e domingo, dia em que ressuscitou quem nunca morre? Não sabia? Pois fique sabendo! E para que não se esqueça da lição, leve a corcunda que deixaram aqui e suma-se da minha vista senão acabo com seu couro! O Velhão passou a mão no peito do corcunda e deixou ali a corcunda do compadre pobre. Depois deram uma carreira no homem, que ele não sabe como chegou em casa. E assim viveu o resto da sua vida, rico, mas com duas corcundas, uma na frente e outra atrás, para não ser ambicioso.

O Menino e o Padre

Um padre andava pelo sertão, e como estava com muita sede, aproximou-se duma cabana e chamou por alguém de dentro.

Veio então lhe atender um menino muito mirrado.

- Bom dia meu filho, você não tem por aí uma aguinha aqui pro padre?

- Água tem não senhor, aqui só tem um pote cheio de garapa de açúcar! Se o senhor quiser... - disse o menino.

- Serve, vá buscar. - pediu-lhe o padre.

E o menino trouxe a garapa dentro de uma cabaça. O padre bebeu bastante e o menino ofereceu mais. Meio desconfiado, mas como estava com muita sede o padre aceitou.

Depois de beber, o padre curioso perguntou ao menino:

- Me diga uma coisa, sua mãe não vai brigar com você por causa dessa garapa?- Briga não senhor. Ela não quer mais essa garapa, porque tinha uma barata morta dentro do pote.

Surpreso e revoltado, o padre atira a cabaça no chão e esta se quebra em mil pedaços. E furioso ele exclama.

- Moleque danado, por que não me avisou antes?

O menino olhou desesperado para o padre, e então disse em tom de lamento:

- Agora sim eu vou levar uma surra das grandes; o senhor acaba de quebrar a cabacinha de vovó fazer xixi dentro!

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Nota:Conto regional do nordeste, muito conhecido em quase todas as cidades do interior, de Pernambuco ao Maranhão. Origem desconhecida.

O Menino o Burro e o Cachorro

Um menino foi buscar lenha na floresta com seu burrico e levou junto seu cachorro de estimação.

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Chegando no meio da mata, o menino juntou um grande feixe de lenha, olhou para o burro, e exclamou:

- Vou colocar uma carga de lenha de lascar nesse burro!

Então o Jumento virou-se para ele e respondeu:

- É Claro, não é você quem vai levar!

O Menino muito admirado com o fato de ter o burro falado, correu e foi direto contar tudo ao seu pai. Ao chegar em casa, quase sem fôlego, ele disse:

- Pai, eu estava na mata juntando lenha, e depois de preparar uma carga para trazer, quando eu disse que ia colocá-la na garupa do burro, acredite se quiser, ele se virou para mim e disse: "É Claro, não é você quem vai levar!"O Pai do menino, olhou-o de cima para baixo, e meio desconfiado o repreendeu:

Você está dando para mentir agora. Onde já se viu tal absurdo, animais não falam!

Nesse momento, o cachorro que estava ali presente, saiu em defesa do garoto e falou:

Foi verdade, eu também estava lá e vi tudinho!

Assustado o pobre camponês, julgando que o animal estivesse endiabrado, pegou um machado que estava encostado na parede e o ergueu para ameaçá-lo.

Nesse momento, aconteceu algo ainda mais curioso. O machado começou a tremer em suas mãos, e de dentro dele saiu uma voz que soava temerosa:

O senhor tenha cuidado, esse cachorro pode me morder!

Nota:Conto popular no Nordeste sendo de origem desconhecida.

O Bicho Folharal

Cansada de ser enganada pela raposa e de não poder segurá-la, a onça resolveu atraí-la à sua furna. Fez para esse efeito correr a notícia de que tinha morrido e deitou-se no meio da sua caverna, fingindo-se de morta.

Todos os bichos vieram olhar o seu corpo, contentíssimos. A raposa também veio, mas meio desconfiada ficou olhando de longe. E por trás dos outros animais gritou: "Minha avó, quando morreu, espirrou três vezes. Espirrar é o sinal verdadeiro de morte." A Onça, para mostrar que estava morta de verdade, espirrou três vezes. A raposa fugiu, às gargalhadas.

Furiosa, a onça resolveu apanhá-la ao beber água. Havia seca no sertão e somente uma cacimba ao pé de uma serra tinha ainda um pouco de água. Todos os animais selvagens eram obrigados e beber ali.

A onça ficou à espera da adversária, junto da cacimba, dia e noite. Nunca a raposa sentira tanta sede. Ao fim de três dias já não aguentava mais. Resolveu ir beber, usando duma astúcia qualquer.Achou um cortiço de abelhas, furou-o e com o mel que dele escorreu untou todo o seu corpo. Depois, espojou-se num monte de folhas secas, que se pregaram aos seus pêlos e cobriram-na toda. Imediatamente, foi à cacimba.

A onça olhou-a bem e perguntou: - Que bicho és tu que eu não conheço, que eu nunca vi? - Sou o bicho Folharal. - respondeu a raposa - Podes beber.

Desceu a rampa do bebedouro, meteu-se na água, sorvendo-a com delícia e a onça lá em cima, desconfiada, vendo-a beber demais, como quem trazia uma sede de vários dias, dizia: - Quanto bebes, Folharal!

Mas a água amoleceu o mel e as folhas foram caindo às porções. Quando já havia bebido o suficiente, a última folha caíra, a onça reconhecera a inimiga esperta e pulara ferozmente sobre ela, mas a raposa conseguira fugir.

Nota: Conto do folclore africano, com versões na Europa e América Latina. Compilado por Couto Magalhães em 1876.

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A Formiga e a Pomba

Uma Formiga foi à margem do rio para beber água, e sendo arrastada pela forte correnteza, estava prestes a se afogar.

Uma Pomba, que estava numa árvore sobre a água observando a tudo, arranca uma folha e a deixa cair na correnteza perto da mesma. Subindo na folha a Formiga flutua em segurança até a margem.

Eis que pouco tempo depois, um caçador de pássaros, oculto pelas folhas da árvore, se prepara para capturar a Pomba, colocando visgo no galho onde ela repousa, sem que a mesma perceba o perigo.

A Formiga, percebendo sua intenção, dá-lhe uma ferroada no pé. Do susto, ele deixa cair sua armadilha de visgo, e isso dá chance para que a Pomba desperte e voe para longe, a salvo.

Autor: Esopo

Moral da História: Nenhum ato de boa vontade ou gentileza é coisa em vão.

A Galinha e os Ovos de Ouro

Um camponês e sua esposa possuiam uma galinha, que todo dia sem falta, botava um ovo de ouro.

Supondo que dentro dela deveria haver uma grande quantidade de ouro, eles então a sacrificam, para enfim pegar tudo de uma só vez.

Então, para surpresa dos dois, viram que a ave, em nada era diferente das outras galinhas.

Assim, o casal de tolos, desejando enriquecer de uma só vez, acabam por perder o ganho diário que já tinham assegurado.

Autor: Esopo

Moral da História: Quem tudo quer, tudo perde.

1. Los Movimientos Básicos

Angola Regional

a. Gingab. Negativac. Roléd. Aúe. Cocorinha

  f. Resistênciag. Queda de quatro

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h. Esquivas

2. Los Golpes Traumatizantes

Angola Regional

a. Meia-lua de frenteb. Meia-lua de costasc. Rabo de arraiad. Chapa de frentee. Chapa de costasf. Bençãog. Cabeçada   

a. Meia-lua de frenteb. Armadac. Meia-lua decompassod. Queixadae. Chapa de costasf. Martelog. Bençãoh. Cabeçadai. Asfixiante

4. Los Golpes Desequilibrantes

Angola Regional

a. Rasteirasb. Tesouras (de frente, costas, em pé)c. Boca de calçad. Vingativa     

a. Rasteirasb. Tesouras (de frente, costas)c. Bandas (de costas, traçada)d. Vingativae. Arrastãof. Arqueadog. Balão (de lado, cinturado)h. Cruzi. Crucifixoj. Dentinho k. Gravatas (alta, baixa)l. Tesouras

Parte Teórica:

Para começar, conheça as partes do berimbau e como segurá-lo observando o desenho.  

1 – Partes do Berimbau. a) Verga: é o arco de madeira. Nos berimbaus de melhor qualidade é de “biriba”, um pau encontrado na Bahia e em alguns outros Estados do Nordeste.b) Arame: é de aço e muitas vezes retirado de pneus de automóveis. c) Cabaça: é fixada na verga por um barbante para dar ressonância. d) Dobrão: antigamente era uma moeda de cobre, hoje pode ser uma arruela de metal ou pedra. e) Caxixi ou cariri: chocalho de palha ou vime com sementes dentro.f) Vareta ou vaqueta: de madeira. É usada para bater no arame. g) Cavalete: barbante que prende a cabaça.

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Reglas de la academia de Bimba

Bimba creía fuertemente en que la Capoeira tenía un valor extraordinario como arte marcial de auto defensa, de ahí sus esfuerzos para desarrollar sus enseñanzas de una manera metódica y estructurada.

Bimba desarrolló el método de enseñanza de la Capoeira con mandamientos, principios y tradiciones, que todavía forman parte de la Capoeira Regional a día de hoy. Algunos de sus mandamientos son:

Dejar de fumar y beber alcohol ya que interfieren con el rendimiento de los jugadores

Evitar las demostraciones de las habilidades que uno posee en la Capoeira fuera de la clase (el factor «sorpresa» es crucial)

Evitar charlar durante el entrenamiento, en su lugar observar y aprender a través de la vista

Practicar diariamente los fundamentos básicos No temas acercarte a tu oponente - cuanto más te acerques más aprenderás Mantén tu cuerpo relajado Es mejor que te golpeen en la roda que en la calle Los estudiantes deben obtener buenas notas en el colegio

Bimba también estableció sus principios de Capoeira que fundamentaban su método de enseñanza:

«Gingar siempre» (mantenerse en constante movimiento mientras se lucha), la «Ginga» es el movimiento básico de la Capoeira

«Esquivar siempre» (para evadir los ataques del oponente) Todos los movimientos han de tener un propósito (un ataque ha de poseer

su correspondiente movimiento de defensa) Mantener un punto fijo en el suelo (los saltos acrobáticos dejan a uno

vulnerable) Jugar de acuerdo al ritmo establecido por el berimbau (instrumento musical

de la Capoeira) Respetar al jugador cuando ya no pueda defenderse de un movimiento de

ataque Proteger la integridad física y moral del oponente (durante la práctica, el

más fuerte ha de proteger al jugador más débil)

Consecuentemente, Bimba creó varias tradiciones y rituales para apoyar su metodología:

Se empleaba una silla para el entrenamiento de los estudiantes/jugadores principiantes

La «charanga» es la orquesta de la Capoeira, compuesta por un berimbau y dos pandeiros

El canto (quadras e corridos), canciones compuestas por Bimba para acompañar el juego

El «batizado» (bautismo) (la primera vez que un estudiante jugaba Capoeira con el sonido del Berimbau)

Los aspectos que todavía hacen la Capoeira Regional tan peculiar y sobresaliente es su método:

Examen de adminisión (test físico realizado con movimientos de Capoeira para identificar las habilidades del estudiantes)

Las «sequências» (secuencias) de sus 17 ataques básicos y movimientos de defensa

Practicar los diferentes ritmos del juego Movimientos específicos: traumatizantes, proyección, conectados y

desequilibrantes Práctica de «cintura desprezada» (segunda secuencia practicada por los

estudiantes avanzados) «Formatura» (graduación de profesor de Capoeira) «Especialização» y «emboscada» (exámenes avanzados específicos)

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