Últimas aldravias - dan oliveira
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Minhas primeiras 300 aldravias.TRANSCRIPT
-
300
LTIMAS
ALDRAVIAS
DAN OLIVEIRA
-
Quero lembrar-me de que esqueci todo meu passado. Agora que nada mais faz sentido, eis o que me digo: tua vida foi um
completo desengano, agora mesmo o que fazes no querer lembr-la. Aproveita teu esquecimento. Adeus!
Dan Oliveira, Recife, 5 de maro de 2015.
-
Primeiras aldravias ............................................................... 2
18-25 Gru ......................................................................... 5
26-35 A Cidade: Os bestas, os bosques, os baques .............................7
36-45 Gunnar - O Heri das Agruras e dos Problemas da Vida Atual ..... 9
46-55 Antonella .....................................................................11
56-65 Quem ..........................................................................13
66-75 Mind Out! ....................................................................15
76-85 ..................................................................................17
86-95 Sardinhas no so peixes ou Os Mortos no so vivos............. ...19
96-105 Dez e Zero .................................................................. 21
106-115 Compaixes, Serenatas e Falenas .................................... 23
116-125 Aproximaes do que Vem do Escuro ................................ 25
126-135 Uma Cano Lenta Numa Lngua Estranha ....................... 27
136-145 Particularidades ......................................................... 29
146-155 O Inhame ou Tubrculos Amilceos .................................. 31
156-165 Pensamentos de um Vencido .......................................... 33
166-175 Universalmente ......................................................... 35
176-185 Niilismo .................................................................. 37
186-195 Requiem .................................................................. 39
196-205 Vinte e Zero .............................................................. 41
206-215 Psicose .................................................................... 43
216-225 Perturbaes Ps Morte ............................................... 45
226-235 Rua ........................................................................ 47
236-245 Consideraes de uma Vida Futura ................................. 49
246-250 Quaternrio .............................................................. 51
251-265 Aberraes Endoplasmticas Filosficas ........................... 52
266-275 [ ] ........................................................................... 54
276-283 Fantasia .................................................................. 56
284-290 O pntano sem acordes ................................................ 58
291-300 A vida do lodo ........................................................... 59
-
Primeiras aldravias
1
guas
escuras
revelam
vidas
de
luta
2
beijo
lbios
saborosos
doces
morangos
romnticos
3
nas
verdades
sofridas
h
sempre
bondade
4
tentando
ser
achado
no
mundo
perdido
5
flores
cheias
de
vida
sobre
tmulos
6
amor
em
tantas
flores
tantos
beijos
-
7
aos
velhos
tempos
bebem
novos
amigos
8
realidade
incompreendida
desejos
satisfeitos
encantos
fantsticos
9
transcreve
o
msico
a
sua
alma
10
livros
no
lidos
mundos
no
vistos
11
planta
no
corao
mais
puros
perfumes
12
vida
no
notcia
de
jornal
-
13
teu
amor
meus
nmeros
de
loteria
14
a
chuva
no
esfria
meus
sentimentos
15
beija
a
boca
que
te
ama
16
eu
a
amo
e
isto
basta
17
marcha
o
tempo
com
pesados
coturnos
-
18-25 Gru
18
panteisticamente
excepcional
a
cronologia
dos
variantes
19
induto
de
resduos
ruins
da
uretra
20
Chave
dos
segredos
artsticos
popularmente
conhecidos
21
culpa
e
perdo
e
constante
fracasso
22
vtima
de
todas
as
pobres
vtimas
23
Sangue
ardente
do
meu
derradeiro
aluvio
-
24
Ttulo
do
sepulcro
e
do
nascimento
25
o
deus
verme
GRU
em
ataque
-
26-35 A Cidade:
Os bestas, os
bosques, os
baques
26
asfixia
sonambulismo
psicopatia
falta
de
dinheiro
27
superlotao
fadiga
trnsito
acmulo
de
tarefas
28
morte
suicdio
transplante
agonia
peste
invariante
29
lama
e
esgoto
e
lodo
humano
30
vestgios
de
outrora
edificaes
sem
estruturas
31
cultura
invlida
msica
sem
ritmo
~~~tambores~~~
-
32
elevadores
no
elevam
a
nenhum
lugar
33
cofre
chave
espionagem
segurana
infalvel
insegura
34
verde
amarelo
vermelho
de
sangue
sangue~
35
ptrido
eu
sou
o
eu
sou
-
36-45 Gunnar - O
Heri das
Agruras e dos
Problemas da
Vida Atual
36
a
noite
era
fria
como
sempre
37
Gunnar
se
preparava
para
o
monstro
38
com
adagas
cnticos
vinho
do
Porto
39
e
uma
mulher
apaixonante
na
mente
40
no
tinha
medo
do
que
viria
41
sua
nsia
de
vitria
me
anima
42
o
desejo
e
o
sonho
permanentes
-
43
nunca
temeu
uma
batalha
na
vida
44
mas
agora
ele
demora
a
chegar
45
pois
o
nosso
trnsito
est
INFERNAL
-
46-55 Antonella
46
eita,
Antonella!
tu
me
deixas
besta
47
o
teu
olho
me
olha
errado
48
ele
v
o
que
tu
queres
49
tu
no
queres
nada
de
bom
50
ser
miopia
o
que
tu
tens?
51
e
estas
veias
de
sangue
explodindo
52
os
fatdicos
amarelos
indcios
de
desnutrio
53
e
as
lgrimas
muitas
que
derramas
-
54
no
sou
tua
doena,
meu
amor?
55
feche
os
olhos
no
espere
amanh
-
56-65 Quem
...
quem
pode
entender
a
energia
romntica?
56
quem
faz
a
dialtica
dos
olhares?
57
quem
a
singela
singularssima
pessoa?
58
quem
fez
do
doce,
o
doce?
59
quem
habita
as
tuas
noites
festivas?
60
quem
desmente,
com
argumentos,
a
verdade?
61
quem
no
silncio
solta
tantos
gritos?
62
quem
sempre
tem
mais
a
dizer?
-
63
quem
foi
que
causou
a
arritmia?
64
quem
pintou
todos
aqueles
belos
quadros?
65
quem
enganou
o
corao
do
artista?
-
66-75 Mind Out!
66
no
caos
ns
criamos
o
mundo
67
v?
a
paranoia
est
no
ar
68
estamos
quebrando
as
regras
j
extintas
69
estamos
extintos
sem
o
que
falar
70
no
todos
esto
vestindo
roupas
pretas?
71
veja
que
o
rei
est
morto
72
mistrio!
a
nossa
vida
ridcula
73
morte
ps
morte
aps
morte
-
74
saiba
a
diferena
entre
as
linhas
75
destroy
destroy
destroy
destroy
the
system
-
76-85
76
a
feiura
muito
estranha,
no?
77
a
beleza
tambm
feia,
sim?
78
infelizmente
eu
no
tenho
um
tosto
79
o
que
vale
ter
bolso
80
se
no
tiver
no
tem
problemas
81
muita
gente
no
tem
nada,
no?
82
voc
reclama
muito
dos
outros,
no?
83
reclama
de
si
mesmo,
no
reclama?
-
84
o
bolso
psicolgico,
seu
doido!
85
todo
mundo
tem
o
que
querer
-
86-95 Sardinhas
no so peixes
ou Os Mortos
no so vivos
86
as
colinas
so
verdes
de
musgo
87
a
jornada
pica
comea
nos
montes
88
os
homens
se
juntam
aos
montes
89
o
planeta
atolado
no
musgo
90
um
navio
aportou
no
meu
pensamento
91
fazia
frio
no
entanto
eu
resistia
92
quatro
levas
de
peixe
e
sardinha
-
93
um
cheiro
estranho
o
meu
pensamento
94
perguntei
o
que
tinha
a
ver
95
sardinha
pensamento
e
homens
no
musgo
-
96-105 Dez e
Zero
96
dois
quadros
na
parede
so
arte
97
dois
tiros
no
peito
morto
98
a
esta
razo
que
me
falha
99
ainda
no
preparei
o
meu
almoo
100
o
centsimo
um
nmero
marcante
101
eu
fico
apenas
olhando
o
povo
102
as
seis
palavras
so
to
difceis
103
quanto
tirar
meu
dinheiro
do
bolso
-
104
a
solido
uma
companheira
ingrata
105
que
me
acompanha
hoje
de
novo
-
106-115
Compaixes,
Serenatas e
Falenas
106
as
lagartas
se
movem
em
paixo
107
o
seu
corpo
transcende
como
mito
108
falta
mobilidade
nas
curvas
do
mal
109
as
asas
abrindo
como
um
rio
110
as
anteninhas
de
longe
se
v
111
cintilando
e
batendo
uma
nas
outras
112
o
flego
at
ganhando
um
sopro
-
113
eu
comeo
a
cortar
as
cebolas
114
pois
so
to
bonitas
as
metamorfoses
115
que
fao
duma
historia
a
outra
-
116-125
Aproximaes
do que Vem do
Escuro
116
a
vida
um
calafrio
constante
117
olho
torto
entre
as
vises
laterais
118
um
espectro
passou
num
raio
cortante
119
um
dj
vu
de
acontecimentos
ancestrais
120
de
repente
a
sombra
ganhou
vida
121
o
velho
passou
a
ficar
louco
122
as
pupilas
dilatadas
experimentam
algo
novo
-
123
suor
muito
o
calor
pouco
124
ecoa
o
gargalhar
de
um
corvo
125
nas
entranhas
de
um
gil
sofrimento
-
126-135 Uma
Cano Lenta
Numa Lngua
Estranha
126
a
doena
se
alastrou
no
corpo
127
os
amigos
trouxeram
o
alvio
imediato
128
e
desde
Ento
Nunca
Passou
Fome
129
mas
sentia
uma
coisa
bem
parecida
130
era
um
vazio
enorme
no
estmago
131
e
uns
tremeliques
estranhos
na
barriga
132
ento
o
vento
soprou
do
nada
-
133
saiu
em
busca
do
elo
perdido
134
partiu
deixando
pra
trs
a
estrada
135
em
busca
do
que
j
tinha
-
136-145
Particularidades
136
a
vrgula
a
partcula
apassivadora
137
o
cu
engole
um
novo
sujeito
138
as
fibras
do
leite
ao
peito
139
as
aspas
so
as
palavras
assustadoras
140
o
mundo
se
move
no
moinho
141
os
humanos
so
como
o
vento
142
a
chuva
o
caos
o
tormento
143
sim
eu
sou
um
animal
marinho
-
144
guarda
as
faanhas
numa
ntida
prola
145
at
que
chegue
ao
ponto
final
-
146-155 O
Inhame ou
Tubrculos
Amilceos
146
os
pssaros
so
pssaros
da
sabedoria
147
a
luz
luz
da
monotonia
148
os
afrescos
so
retratos
da
policromia
149
a
poesia
de
minha
autoria
150
os
esforos
so
esforos
que
fao
151
ao
meu
irmo
do
lado
direito
152
do
peito
o
corao
me
embala
-
153
umas
cantigas
surdas
que
no
esqueo
154
logo
o
logos
matou
o
psiclogo
155
escrevo
todo
dia
mais
seis
linhas
-
156-165
Pensamentos de
um Vencido
156
quando
eu
morrer
far
muito
sol
157
talvez
dois
doidos
briguem
no
funeral
158
a
luz
j
no
acenda
perfeitamente
159
o
frio
bata
nos
lbios
midos
160
um
caixo
me
enterre
no
esquecimento
161
um
coveiro
tenha
muito
trabalho
pendente
162
todo
mundo
de
preto
porque
gosto
-
163
uma
lpide
rstica
fale
sem
dizeres
164
a
terra
habitou
um
passageiro
pensante
165
morreu
o
tolo
que
foi
vivo
-
166-175
Universalmente
166
o
infinito
vir
trazendo
coisas
perversas
167
o
caos
telrico
o
forte
168
nossas
esperanas
so
as
esperanas
presas
169
vida
pior
que
a
morte
170
no
existe
o
poder
da
natureza
171
s
o
declnio
absoluto
do
espao
172
Pluto
a
morada
da
tristeza
-
173
a
terra
lugar
de
palhao
174
tudo
caminha
rumo
ao
fim
trgico
175
ecloso
de
fome
num
banquete
antropofgico
-
176-185 Niilismo
176
choveu
muito
noite
passada
e
hoje
177
a
poesia
ficou
triste
tipo
realidade
178
as
flores
murcharam
as
abelhas
morreram
179
os
meus
personagens
morreram
de
fome
180
parei
a
aldravia
no
quinto
verso
181
e
agora
Jos?
e
agora
voc?
182
tudo
acabou
sobrou
um
vazio
tremendo
183
o
nada
esperando
seu
big
bang
-
184
no
houve
no
ouve
no
h
185
o
universo
deu
espao
ao
nada
-
186-195 Requiem
186
espectros
de
um
lado
a
outro
187
o
espelho
mentindo
o
seu
reflexo
188
o
cemitrio
e
os
seus
transeuntes
189
um
espetculo
fnebre
e
uma
flor
190
as
abelhas
bebem
o
seu
sangue
191
um
homem
morreu
no
outro
dia
192
jogaram
duas
flores
no
seu
rosto
193
a
sua
alma
morreu
de
asfixia
-
194
pois
ningum
pode
escapar
da
alergia
195
ningum
escapa
de
uma
morte
prematura
-
196-205 Vinte e
Zero
196
minha
alma
reluz
nos
teus
olhos
197
a
minha
boca
diz
coisas
bonitas
198
mais
encanto
encontro
eu
na
vida
199
mais
prazer
encontro
eu
nos
bosques
200
eu
sou
um
dois
e
zero
201
eu
sou
um
nmero
voc
matemtica
202
eu
sou
a
plebe
do
mundo
-
203
o
tempo
que
passa
tudo
204
tudo
menos
a
tua
beleza
205
fixa
e
viva
de
pura
pureza
-
206-215 Psicose
206
quem
me
v
parece
no
ver
207
a
escurido
ponto
de
equilbrio
208
a
demncia
sou
quando
estou
brio
209
o
tdio
o
que
ter
210
sou
um
monstro
no
me
veja
211
abriram
meu
quarto
os
meus
segredos
212
a
culpa
sua
da
humanidade
213
ns
estamos
presos
na
minha
sanidade
-
214
livres
nas
doutrinas
dos
meus
credos
215
como
parasitas
se
movendo
num
cubculo
-
216-225
Perturbaes
Ps Morte
216
acordou
tinha
sono
mas
no
dormiu
217
sentou
na
cama
que
era
sof
218
abriu
os
olhos
no
enxergou
nada
219
ouviu
a
voz
de
uma
sombra
220
era
tarde
e
o
sol
queimava
221
levantou
e
foi
seguindo
a
sombra
222
a
voz
era
forte
e
autoritria
-
223
de
repente
se
tornou
leve
suave
224
era
doce
agradvel
meiga
e
feminina
225
o
louco
esquecera
a
televiso
ligada
-
226-235 Rua
226
a
misria
a
fome
a
injustia
227
o
prato
que
se
come
frio
228
me
amedronta
essa
invisibilidade
que
crio
229
o
respeito
acaba
quando
h
carnia
230
o
sono
o
nico
alimento
231
mas
tenho
medo
e
como
tenho
231
algum
pode
roubar
a
minha
conscincia
232
algum
pode
consumir
a
minha
raiva
-
233
a
rua
o
que
mantenho
234
tudo
que
tenho
pode
ser
desnecessrio
235
tudo
que
tenho
a
falta
-
236-245
Consideraes
de uma Vida
Futura
236
vem
disparar
no
meu
peito
sangrento
237
a
bala
rstica
da
mecnica
nefasta
238
o
trabalhador
morto
pelo
horrendo
239
vtima
de
tudo
empurra
e
afasta
240
terrvel
um
trabalho
no
concludo
241
quem
vir
substituir
aquela
engrenagem
danificada
242
a
produo
de
um
novo
merecido
-
243
a
prxima
vtima
ser
meu
filho
244
o
mundo
destruir
toda
a
humanidade
245
a
vida
adulta
de
um
novilho
-
246-250
Quaternrio
246
lado
lago
lavo
leio
lodo
luso
247
cabo
cato
cada
capo
cara
curo
248
fato
favo
fago
fono
fone
feto
249
nada
nabo
nara
nato
nora
nuca
250
alfa
alta
alma
alga
gua
abra
-
251-265
Aberraes
Endoplasmticas
Filosficas
251
vs
pois
agora
tenho
um
texugo
252
tenho
muitas
aes
financeiras
nas
feiras
253
sou
um
clrigo
herege
bizncio
hebreu
254
sou
a
mazela
do
estado
novo
255
sou
as
estruturas
desconstrudas
erguidas
inutilmente
256
eu
perdi
todo
o
meu
passado
257
as
flores
da
minha
casa
morreram
-
258
desculpe
sinceramente
no
tenho
um
texugo
259
sou
um
covarde
viro
meu
rosto
260
as
coisas
todas
tolas
me
entristecem
261
dificilmente
tenho
pensado
sobre
qualquer
coisa
262
sou
discpulo
da
filosofia
do
dadasmo
263
sou
ultra
moderno
vivo
o
presente
264
esta
poder
ser
a
ltima
aldravia
265
hay
un
vacio
en
cada
nombre
-
266-275 [ ]
266
bate
o
silncio
nas
folhas
caladas
267
o
frio
reclama
das
folhas
mortas
268
a
luz
se
apaga
com
vergonha
269
o
espao
inteiro
monta
e
desmonta
270
e
cai
um
gro
de
plen
271
a
terra
infrtil
o
jazido
272
o
que
respira
um
calafrio
273
o
que
sofre
o
todo
-
274
na
quietude
a
sombra
da
natureza
275
na
vida
um
nulo
um
zero
-
276-283 Fantasia
276
pulo
do
mundo
pulo
de
galho
277
no
ter
fora
e
assim
invent-la
278
tudo
uma
metfora
tudo
um
sonho
279
encontro
na
busca
um
sentido
perdido
280
eu
encontro
no
sonho
outro
sonho
281
so
rpidas
violentas
confusas
e
romnticas
282
o
mundo
imundo
mais
profundo
...
os
aliens
atacam
a
terra
novamente
-
...
os
drages
voam
cultuando
o
espao
283
uma
coisa
so
muitas
as
coisas
-
284-290 O
pntano sem
acordes
284
horrendo
o
pntano
toca
do
lobo
285
as
larvas
caminham
os
peixes
voam
286
o
sol
no
canta
nem
vibra
287
a
lua
no
fascina
dissipa
foge
288
nem
h
bondade
dos
campos
abertos
289
s
uma
simplicidade
atinge
o
todo
290
oh
sangue
que
preenche
os
caninos
-
291-300 A vida
do lodo
291
est
l
a
feder
o
lodo
292
no
bueiro
quente
vapor
da
cidade
293
transferindo
seu
pus
para
a
gente
294
o
esgoto
o
magma
civil
295
a
sombra
da
sombra
do
submundo
296
submete
a
tua
gana
ao
escuro
297
vive
sedento
vive
calado
vive
triste
-
298
vive
sem
ter
o
que
fazer
299
viva
pra
tua
parede
pro
cho
300
porque
morrer
no
existe
pro
lodo