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    APOSTILAS OPO A Sua Melhor Opo em Concursos Pblicos

    Lngua Portuguesa A Opo Certa Para a Sua Realizao1

    LNGUA PORTUGUESAAuxiliar em Administrao1. Quanto compreenso de textos: Reconhecimentoda inteno comunicativa dominante no texto; avaliaodo texto sob os seguintes aspectos: recuperao da

    inteno comunicativa, articulaes coesivas, formas decitar o discurso alheio (discurso direto e indireto), ade-quao da pontuao, ausncia de contradies e ade-quao situao comunicativa e ao pblico-alvo.2. Quanto ao conhecimento lingustico: classes de pala-vras: usos e adequao em textos; acentuao daspalavras: regras gerais relacionadas tonicidade; sinta-xe do perodo simples e do perodo composto; empregode regncia verbal e concordncia verbal e nominal.

    COMPREENSO E INTERPRETAO DE TEXTOS

    Os concursos apresentam questes interpretativas que tm por finali-

    dade a identificao de um leitor autnomo. Portanto, o candidato devecompreender os nveis estruturais da lngua por meio da lgica, alm denecessitar de um bom lxico internalizado.

    As frases produzem significados diferentes de acordo com o contextoem que esto inseridas. Torna-se, assim, necessrio sempre fazer umconfronto entre todas as partes que compem o texto.

    Alm disso, fundamental apreender as informaes apresentadas portrs do texto e as inferncias a que ele remete. Este procedimento justifica-se por um texto ser sempre produto de uma postura ideolgica do autordiante de uma temtica qualquer.

    Denotao e Conotao

    Sabe-se que no h associao necessria entre significante (expres-so grfica, palavra) e significado, por esta ligao representar uma con-veno. baseado neste conceito de signo lingustico (significante + signi-ficado) que se constroem as noes de denotao e conotao.

    O sentido denotativo das palavras aquele encontrado nos dicionrios,o chamado sentido verdadeiro, real. J o uso conotativo das palavras aatribuio de um sentido figurado, fantasioso e que, para sua compreenso,depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determinadaconstruo frasal, uma nova relao entre significante e signi ficado.

    Os textos literrios exploram bastante as construes de base conota-tiva, numa tentativa de extrapolar o espao do texto e provocar reaesdiferenciadas em seus leitores.

    Ainda com base no signo lingustico, encontra-se o conceito de polis-semia (que tem muitas significaes). Algumas palavras, dependendo docontexto, assumem mltiplos significados, como, por exemplo, a palavraponto: ponto de nibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... Nestecaso, no se est atribuindo um sentido fantasioso palavra ponto, e simampliando sua significao atravs de expresses que lhe completem eesclaream o sentido.

    Como Ler e Entender Bem um TextoBasicamente, deve-se alcanar a dois nveis de leitura: a informativa e

    de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneiracautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extra-em-se informaes sobre o contedo abordado e prepara-se o prximonvel de leitura. Durante a interpretao propriamente dita, cabe destacar

    palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra pararesumir a ideia central de cada pargrafo. Este tipo de procedimento aguaa memria visual, favorecendo o entendimento.

    No se pode desconsiderar que, embora a interpretao seja subjetiva,h limites. A preocupao deve ser a captao da essncia do texto, a fim

    de responder s interpretaes que a banca considerou como pertinentes.

    No caso de textos literrios, preciso conhecer a ligao daquele textocom outras formas de cultura, outros textos e manifestaes de arte dapoca em que o autor viveu. Se no houver esta viso global dos momen-tos literrios e dos escritores, a interpretao pode ficar comprometida. Aquino se podem dispensar as dicas que aparecem na referncia bibliogrficada fonte e na identificao do autor.

    A ltima fase da interpretao concentra-se nas perguntas e opes deresposta. Aqui so fundamentais marcaes de palavras como no, exce-to, errada, respectivamenteetc. que fazem diferena na escolha adequa-da. Muitas vezes, em interpretao, trabalha-se com o conceito do "maisadequado", isto , o que responde melhor ao questionamento proposto. Porisso, uma resposta pode estar certa para responder pergunta, mas noser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver uma outraalternativa mais completa.

    Ainda cabe ressaltar que algumas questes apresentam um fragmentodo texto transcrito para ser a base de anlise. Nunca deixe de retornar aotexto, mesmo que aparentemente parea ser perda de tempo. A descontex-tualizao de palavras ou frases, certas vezes, so tambm um recursopara instaurar a dvida no candidato. Leia a f rase anterior e a posterior para

    ter ideia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a respostaser mais consciente e segura.

    Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpretao detexto. Para isso, devemos observar o seguinte:

    01. Ler todo o texto, procurando ter uma viso geral do assunto;02.Se encontrar palavras desconhecidas, no interrompa a leitura, v

    at o fim, ininterruptamente;03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo monos

    umas trs vezes ou mais;04.Ler com perspiccia, sutileza, malcia nas entrelinhas;05.Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;06.No permitir que prevaleam suas ideias sobre as do autor;

    07.Partir o texto em pedaos (pargrafos, partes) para melhor compre-enso;

    08.Centralizar cada questo ao pedao (pargrafo, parte) do texto cor-respondente;

    09.Verificar, com ateno e cuidado, o enunciado de cada questo;10.Cuidado com os vocbulos: destoa (=diferente de ...), no, correta,

    incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras queaparecem nas perguntas e que, s vezes, dificultam a entender o que seperguntou e o que se pediu;

    11. Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a maisexata ou a mais completa;

    12.Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento delgica objetiva;

    13.Cuidado com as questes voltadas para dados superficiais;

    14. No se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta,mas a opo que melhor se enquadre no sentido do texto;15.s vezes a etimologia ou a semelhana das palavras denuncia a

    resposta;16.Procure estabelecer quais foram as opinies expostas pelo autor,

    definindo o tema e a mensagem;17. O autor defende ideias e voc deve perceb-las;18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito so importants-

    simos na interpretao do texto.Ex.: Ele morreu de fome.de fome:adjunto adverbial de causa, determina a causa na realizao

    do fato (= morte de "ele").Ex.: Ele morreu faminto.faminto: predicativo do sujeito, o estado em que "ele" se encontrava

    quando morreu.;19.As oraes coordenadas no tm orao principal, apenas as idei-

    as esto coordenadas entre si;20.Os adjetivos ligados a um substantivo vo dar a ele maior clareza

    de expresso, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado. EraldoCunegundes

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    APOSTILAS OPO A Sua Melhor Opo em Concursos Pblicos

    Lngua Portuguesa A Opo Certa Para a Sua Realizao2

    ELEMENTOS CONSTITUTIVOSTEXTO NARRATIVO As personagens: So as pessoas, ou seres, viventes ou no, for-

    as naturais ou fatores ambientais, que desempenham papel no desenrolardos fatos.

    Toda narrativa tem um protagonista que a figura central, o heri ouherona, personagem principal da histria.

    O personagem, pessoa ou objeto, que se ope aos designos do prota-gonista, chama-se antagonista, e com ele que a personagem principalcontracena em primeiro plano.

    As personagens secundrias, que so chamadas tambm de compar-sas, so os figurantes de influencia menor, indireta, no decisiva na narra-o.

    O narrador que est a contar a histria tambm uma personagem,pode ser o protagonista ou uma das outras personagens de menor impor-tncia, ou ainda uma pessoa estranha his tria.

    Podemos ainda, dizer que existem dois tipos fundamentais de perso-

    nagem:as planas: que so definidas por um trao caracterstico, elas noalteram seu comportamento durante o desenrolar dos acontecimentos etendem caricatura; as redondas: so mais complexas tendo uma dimen-so psicolgica, muitas vezes, o leitor fica surpreso com as suas reaesperante os acontecimentos.

    Sequncia dos fatos (enredo):Enredo a sequncia dos fatos, atrama dos acontecimentos e das aes dos personagens. No enredo po-demos distinguir, com maior ou menor nitidez, trs ou quatro estgiosprogressivos: a exposio (nem sempre ocorre), a complicao, o climax, odesenlace ou desfecho.

    Na exposio o narrador situa a histria quanto poca, o ambiente,as personagens e certas circunstncias. Nem sempre esse estgio ocorre,

    na maioria das vezes, principalmente nos textos literrios mais recentes, ahistria comea a ser narrada no meio dos acontecimentos (in mdia), ouseja, no estgio da complicao quando ocorre e conflito, choque de inte-resses entre as personagens.

    O clmax o pice da histria, quando ocorre o estgio de maior ten-so do conflito entre as personagens centrais, desencadeando o desfecho,ou seja, a concluso da histria com a resoluo dos conflitos.

    Os fatos:So os acontecimentos de que as personagens partici-pam. Da natureza dos acontecimentos apresentados decorre o g-nero do texto. Por exemplo o relato de um acontecimento cotidianoconstitui uma crnica, o relato de um drama social um romancesocial, e assim por diante. Em toda narrativa h um fato central,que estabelece o carter do texto, e h os fatos secundrios, rela-cionados ao principal.

    Espao: Os acontecimentos narrados acontecem em diversos lu-gares, ou mesmo em um s lugar. O texto narrativo precisa conterinformaes sobre o espao, onde os fatos acontecem. Muitas ve-zes, principalmente nos textos literrios, essas informaes soextensas, fazendo aparecer textos descritivos no interior dos textosnarrativo.

    Tempo:Os fatos que compem a narrativa desenvolvem-se numdeterminado tempo, que consiste na identificao do momento,dia, ms, ano ou poca em que ocorre o fato. A temporalidade sa-lienta as relaes passado/presente/futuro do texto, essas relaespodem ser linear, isto , seguindo a ordem cronolgica dos fatos,ou sofre inverses, quando o narrador nos diz que antes de um fa-to que aconteceu depois.

    O tempo pode ser cronolgico ou psicolgico. O cronolgico o tempomaterial em que se desenrola ao, isto , aquele que medido pelanatureza ou pelo relgio. O psicolgico no mensurvel pelos padresfixos, porque aquele que ocorre no interior da personagem, depende dasua percepo da realidade, da durao de um dado acontecimento no seuesprito.

    Narrador: observador e personagem: O narrador, como j dis-semos, a personagem que est a contar a histria. A posio emque se coloca o narrador para contar a histria constitui o foco, oaspecto ou o ponto de vista da narrativa, e ele pode ser caracteri-zado por :

    - viso por detrs: o narrador conhece tudo o que diz respeito spersonagens e histria, tendo uma viso panormica dos acon-tecimentos e a narrao feita em 3apessoa.

    - viso com:o narrador personagem e ocupa o centro da narra-tiva que feito em 1apessoa.

    - viso de fora: o narrador descreve e narra apenas o que v,aquilo que observvel exteriormente no comportamento da per-sonagem, sem ter acesso a sua interioridade, neste caso o narra-dor um observador e a narrativa feita em 3apessoa.

    Foco narrativo: Todo texto narrativo necessariamente tem de a-presentar um foco narrativo, isto , o ponto de vista atravs do quala histria est sendo contada. Como j vimos, a narrao feitaem 1apessoa ou 3apessoa.

    Formas de apresentao da fala das personagensComo j sabemos, nas histrias, as personagens agem e falam. H

    trs maneiras de comunicar as falas das personagens.

    Discurso Direto: a representao da fala das personagens atra-vs do dilogo.

    Exemplo:Z Lins continuou: carnaval festa do povo. O povo dono da

    verdade. Vem a polcia e comea a falar em ordem pblica. No carna-val a cidade do povo e de ningum mais.

    No discurso direto frequente o uso dos verbo de locuo ou descendi:dizer, falar, acrescentar, responder, perguntar, mandar, replicar e etc.; e detravesses. Porm, quando as falas das personagens so curtas ou rpidasos verbos de locuo podem ser omitidos.

    Discurso Indireto: Consiste em o narrador transmitir, com suas

    prprias palavras, o pensamento ou a fala das personagens. E-xemplo:Z Lins levantou um brinde: lembrou os dias triste e passa-dos, os meus primeiros passos em liberdade, a fraternidadeque nos reunia naquele momento, a minha literatura e os me-nos sombrios por vir.

    Discurso Indireto Livre:Ocorre quando a fala da personagem semistura fala do narrador, ou seja, ao fluxo normal da narrao.Exemplo:Os trabalhadores passavam para os partidos, conversando

    alto. Quando me viram, sem chapu, de pijama, por aqueleslugares, deram-me bons-dias desconfiados. Talvez pensassemque estivesse doido. Como poderia andar um homem quelahora , sem fazer nada de cabea no tempo, um branco de ps

    no cho como eles? S sendo doido mesmo.(Jos Lins do Rego)

    TEXTO DESCRITIVODescrever fazer uma representao verbal dos aspectos mais carac-

    tersticos de um objeto, de uma pessoa, paisagem, ser e etc.

    As perspectivas que o observador tem do objeto so muito importantes,tanto na descrio literria quanto na descrio tcnica. esta atitude quevai determinar a ordem na enumerao dos traos caractersticos para queo leitor possa combinar suas impresses isoladas formando uma imagemunificada.

    Uma boa descrio vai apresentando o objeto progressivamente, vari-

    ando as partes focalizadas e associando-as ou interligando-as pouco apouco.

    Podemos encontrar distines entre uma descrio literria e outra tc-nica. Passaremos a falar um pouco sobre cada uma delas:

    Descrio Literria: A finalidade maior da descrio literria

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    Lngua Portuguesa A Opo Certa Para a Sua Realizao3

    transmitir a impresso que a coisa vista desperta em nossa menteatravs do sentidos. Da decorrem dois tipos de descrio: a subje-tiva, que reflete o estado de esprito do observador, suas prefern-cias, assim ele descreve o que quer e o que pensa ver e no oque v realmente; j a objetiva traduz a realidade do mundo objeti-vo, fenomnico, ela exata e dimensional.

    Descrio de Personagem: utilizada para caracterizao daspersonagens, pela acumulao de traos fsicos e psicolgicos,pela enumerao de seus hbitos, gestos, aptides e temperamen-

    to, com a finalidade de situar personagens no contexto cultural, so-cial e econmico .

    Descrio de Paisagem: Neste tipo de descrio, geralmente oobservador abrange de uma s vez a globalidade do panorama,para depois aos poucos, em ordem de proximidade, abranger aspartes mais tpicas desse todo.

    Descrio do Ambiente: Ela d os detalhes dos interiores, dosambientes em que ocorrem as aes, tentando dar ao leitor umavisualizao das suas particularidades, de seus traos distintivos etpicos.

    Descrio da Cena: Trata-se de uma descrio movimentada,que se desenvolve progressivamente no tempo. a descrio deum incndio, de uma briga, de um naufrgio.

    Descrio Tcnica:Ela apresenta muitas das caractersticas ge-

    rais da literatura, com a distino de que nela se utiliza um vocabu-lrio mais preciso, salientando-se com exatido os pormenores. predominantemente denotativa tendo como objetivo esclarecerconvencendo. Pode aplicar-se a objetos, a aparelhos ou mecanis-mos, a fenmenos, a fatos, a lugares, a eventos e etc.

    TEXTO DISSERTATIVODissertar significa discutir, expor, interpretar ideias. A dissertao cons-

    ta de uma srie de juzos a respeito de um determinado assunto ou ques-to, e pressupe um exame critico do assunto sobre o qual se vai escrevercom clareza, coerncia e objetividade.

    A dissertao pode ser argumentativa - na qual o autor tenta persuadiro leitor a respeito dos seus pontos de vista ou simplesmente, ter como

    finalidade dar a conhecer ou explicar certo modo de ver qualquer questo.

    A linguagem usada a referencial, centrada na mensagem, enfatizan-do o contexto.

    Quanto forma, ela pode ser tripartida em : Introduo: Em poucas linhas coloca ao leitor os dados funda-

    mentais do assunto que est tratando. a enunciao direta e ob-jetiva da definio do ponto de vista do autor.

    Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto, onde as ideias colo-cadas na introduo sero definidas com os dados mais relevan-tes. Todo desenvolvimento deve estruturar-se em blocos de ideiasarticuladas entre si, de forma que a sucesso deles resulte numconjunto coerente e unitrio que se encaixa na introduo e de-sencadeia a concluso.

    Concluso: o fenmeno do texto, marcado pela sntese da ideiacentral. Na concluso o autor refora sua opinio, retomando a in-troduo e os fatos resumidos do desenvolvimento do texto. Parahaver maior entendimento dos procedimentos que podem ocorrerem um dissertao, cabe fazermos a distino entre fatos, hiptesee opinio.

    - Fato: o acontecimento ou coisa cuja veracidade e reconhecida; a obra ou ao que realmente se praticou.

    - Hiptese: a suposio feita acerca de uma coisa possvel ouno, e de que se tiram diversas concluses; uma afirmao so-bre o desconhecido, feita com base no que j conhecido.

    - Opinio: Opinar julgar ou inserir expresses de aprovao oudesaprovao pessoal diante de acontecimentos, pessoas e obje-tos descritos, um parecer particular, um sentimento que se tem a

    respeito de algo.

    O TEXTO ARGUMENTATIVO

    Um texto argumentativo tem como objetivo convencer algum dasnossas ideias. Deve ser claro e ter riqueza lexical, podendo tratar qualquertema ou assunto.

    constitudo por um primeiro pargrafo curto, que deixe a ideia no ar,depois o desenvolvimento deve referir a opinio da pessoa que o escreve,com argumentos convincentes e verdadeiros, e com exemplos claros. Devetambm conter contra-argumentos, de forma a no permitir a meio daleitura que o leitor os faa. Por fim, deve ser concludo com um pargrafo

    que responda ao primeiro pargrafo, ou simplesmente com a ideia chave daopinio.

    Geralmente apresenta uma estrutura organizada em trs partes:a introduo, na qual apresentada a ideia principal ou tese;o desenvolvimento, que fundamenta ou desenvolve a ideia principal; ea concluso. Os argumentos utilizados para fundamentar a tese podem serde diferentes tipos: exemplos, comparao, dados histricos, dadosestatstico, pesquisas, causas socioeconmicas ou culturais, depoimentos -enfim tudo o que possa demonstrar o ponto de vista defendido pelo autortem consistncia. A concluso pode apresentar uma possvelsoluo/proposta ou uma sntese. Deve utilizar ttulo que chame a atenodo leitor e utilizar variedade padro de lngua.

    A linguagem normalmente impessoal e objetiva.

    O roteiro da persuaso para o texto argumentativo:Na introduo, no desenvolvimento e na concluso do texto argumen-

    tativo espera-se que o redator o leitor de seu ponto de vista. Alguns recur-sos podem contribuir para que a defesa da tese seja concluda com suces-so. Abaixo veremos algumas formas de introduzir um pargrafo argumenta-tivo:

    Declarao inicial: uma forma de apresentar com assertivi-dade e segurana a tese.

    A aprovao das Cotas para negros vem reparar uma divida moral eum dano social. Oferecer oportunidade igual de ingresso no Ensino Superi-or ao negro por meio de polticas afirmativas uma forma de admitir adiferena social marcante na sociedade e de igualar o acesso ao mercado

    de trabalho. Interrogao:Cria-se com a interrogao uma relao prxima

    com o leitor que, curioso, busca no texto resposta as perguntas feitas naintroduo.

    Por que nos orgulhamos da nossa falta de conscincia coletiva? Porque ainda insistimos em agir como espertos individualistas?

    Citao ou aluso: Esse recurso garante defesa da tese car-ter de autoridade e confere credibilidade ao discurso argumentativo, poisse apoia nas palavras e pensamentos de outrem que goza de prestigio.

    As pessoas chegam ao ponto de uma criana morrer e os pais nochorarem mais, trazerem a criana, jogarem num bolo de mortos, viraremas costas e irem embora. O comentrio do fotgrafo Sebastio Salgado

    sobre o que presenciou na Ruanda um chamado conscincia pbli-ca.

    Exemplificao: O processo narrativo ou descritivo da exempli-ficao pode conferir argumentao leveza a cumplicidade. Porm,deve-se tomar cuidado para que esse recurso seja breve e no interfirano processo persuasivo.

    Noite de quarta-feira nos Jardins, bairro paulistano de classe mdia.Restaurante da moda, frequentado por jovens bem-nascidos, sofre o se-gundo arrasto do ms. Clientes e funcionrios so assaltados e amea-ados de morte. O cotidiano violento de So Paulo se faz presente.

    Roteiro:A antecipao do que se pretende dizer pode funcionarcomo encaminhamento de leitura da tese.

    Busca-se com essa exposio analisar o descaso da sociedade emrelao s coletas seletivas de lixo e a incompetncia das prefeituras.

    Enumerao:Contribui para que o redator analise os dados eexponha seus pontos de vista com mais exatido.

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    Lngua Portuguesa A Opo Certa Para a Sua Realizao4

    Pesquisa realizada pela Secretaria de Estado da Sade de So Pau-lo aponta que as maiores vtimas do abuso sexual so as crianas meno-res de 12 anos. Elas representam 43% dos 1.926 casos de violncia se-xual atendidos pelo Programa Bem-Me-Quer, do Hospital Prola Bying-ton.

    Causa e consequncia:Garantem a coeso e a concatenaodas ideias ao longo do pargrafo, alm de conferir carter lgico ao pro-cesso argumentativo.

    No final de maro, o Estado divulgou ndices vergonhosos do Idesp indicador desenvolvido pela Secretaria Estadual de Educao para ava-liar a qualidade do ensino (). O pssimo resultado apenas conse-quncia de como est baixa a qualidade do ensino pblico. As causasso vrias, mas certamente entre elas est a falta de respeito do Estadoque, prximo do fim do 1 bimestre, ainda no enviou apostilas para al-gumas escolas estaduais de Rio Preto.

    Sintese:Refora a tese defendida, uma vez que fecha o textocom a retomada de tudo o que foi exposto ao longo da argumentao.Recurso seguro e convincente para arrematar o processo discursivo.

    Quanto a Lei Geral da Copa, aprovou-se um texto que no o ideal,mas sustenta os requisitos da Fifa para o evento.

    O aspecto mais polmico era a venda de bebidas alcolicas nos es-tdios. A lei eliminou o veto federal, mas no exclui que os organizadoresprecisem negociar a permisso em alguns Estados, como So Paulo.

    Proposta:Revela autonomia critica do produtor do texto e ga-rante mais credibilidade ao processo argumentativo.

    Recolher de forma digna e justa os usurios de crackque buscamajuda, oferecer tratamento humano dever do Estado. No faz sentidoisolar para fora dos olhos da sociedade uma chaga que pertence a to-dos. Mundograduado.org

    Modelo de Dissertao-Argumentativa

    Meio-ambiente e tecnologia: no h contraste, h soluo

    Uma das maiores preocupaes do sculo XXI a preservao ambi-ental, fator que envolve o futuro do planeta e, consequentemente, a sobre-vivncia humana. Contraditoriamente, esses problemas da natureza, quan-do analisados, so equivocadamente colocados em oposio tecnologia.

    O paradoxo acontece porque, de certa forma, o avano tem um preo ase pagar. As indstrias, por exemplo, que so costumeiramente ligadas aoprogresso, emitem quantidades exorbitantes de CO2 (carbono), respons-veis pelo prejuzo causado Camada de Oznio e, por conseguinte, pro-blemas ambientais que afetam a populao.

    Mas, se a tecnologia significa conhecimento, nesse caso, no vemoscontrastes com o meio-ambiente. Estamos numa poca em que preservaros ecossistemas do planeta mais do que avano, uma questo decontinuidade das espcies animais e vegetais, incluindo-se principalmentens, humanos. As pesquisas acontecem a todo o momento e, dessa forma,podemos consider-las parceiras na busca por solues a essa problemti-ca.

    O desenvolvimento de projetos cientficos que visem a amenizar ostranstornos causados Terra plenamente possvel e real. A era tecnol-gica precisa atuar a servio do bem-estar, da qualidade de vida, muito maisdo que em favor de um conforto momentneo. Nessas circunstncias noexiste contraste algum, pelo contrrio, h uma relao direta que poder setransformar na salvao do mundo.

    Portanto, as universidades e instituies de pesquisas em geral preci-sam agir rapidamente na elaborao de pacotes cientficos com vistas acombater os resultados caticos da falta de conscientizao humana. Nadamelhor do que a cincia para direcionar formas prticas de amenizarmos aferida que tomou conta do nosso Planeta Azul.

    Nesse modelo, didaticamente, podemos perceber a estrutura textualdissertativa assim organizada:

    1 pargrafo: Introduo com apresentao da tese a ser defendi-da;

    Uma das maiores preocupaes do sculo XXI a preservao ambi-ental, fator que envolve o futuro do planeta e, consequentemente, a sobre-vivncia humana. Contraditoriamente, esses problemas da natureza, quan-do analisados, so equivocadamente colocados em oposio tecnologia.

    2 pargrafo: H o desenvolvimento da tese com fundamentos ar-gumentativos;

    O paradoxo acontece porque, de certa forma, o avano tem um preoa se pagar. As indstrias, por exemplo, que so costumeiramente ligadas

    ao progresso, emitem quantidades exorbitantes de CO2 (carbono), respon-sveis pelo prejuzo causado Camada de Oznio e, por conseguinte,problemas ambientais que afetam a populao.

    Mas, se a tecnologia significa conhecimento, nesse caso, no vemoscontrastes com o meio-ambiente. Estamos numa poca em que preservaros ecossistemas do planeta mais do que avano, uma questo decontinuidade das espcies animais e vegetais, incluindo-se principalmentens, humanos. As pesquisas acontecem a todo o momento e, dessa forma,podemos consider-las parceiras na busca por solues a essa problemti-ca.

    3 pargrafo: A concluso desenvolvida com uma proposta deinterveno relacionada tese.

    O desenvolvimento de projetos cientficos que visem a amenizar ostranstornos causados Terra plenamente possvel e real. A era tecnol-gica precisa atuar a servio do bem-estar, da qualidade de vida, muito maisdo que em favor de um conforto momentneo. Nessas circunstncias noexiste contraste algum, pelo contrrio, h uma relao direta que poder setransformar na salvao do mundo.

    Portanto, as universidades e instituies de pesquisas em geral preci-sam agir rapidamente na elaborao de pacotes cientficos com vistas acombater os resultados caticos da falta de conscientizao humana. Nadamelhor do que a cincia para direcionar formas prticas de amenizarmos aferida que tomou conta do nosso Planeta Azul. Prof Francinete

    A ideia principal e as secundrias

    Para treinarmos a redao de pequenos pargrafos narrativos, vamos

    nos colocar no papel de narradores, isto , vamos contar fatos com base naorganizao das ideias.

    Leia o trecho abaixo:

    Meu primo j havia chegado metade da perigosa ponte de ferroquando, de repente, um trem saiu da curva, a cem metros da ponte. Comisso, ele no teve tempo de correr para a frente ou para trs, mas, demons-trando grande presena de esprito, agachou-se, segurou, com as mos,um dos dormentes e deixou o corpo pendurado.

    Como voc deve ter observado, nesse pargrafo, o narrador conta-nosum fato acontecido com seu primo. , pois, um pargrafo narrativo. Anali-semos, agora, o pargrafo quanto estrutura.

    As ideias foram organizadas da seguinte maneira:

    Ideia principal:

    Meu primo j havia chegado metade da perigosa ponte de ferroquando, de repente, um trem saiu da curva, a cem metros da ponte.

    Ideias secundrias:

    Com isso, ele no teve tempo de correr para a frente ou para trs, mas,demonstrando grande presena de esprito, agachou-se, segurou, com asmos, um dos dormentes e deixou o corpo pendurado.

    A ideia principal, como voc pode observar, refere-se a uma ao peri-gosa, agravada pelo aparecimento de um trem. As ideias secundriascomplementam a ideia principal, mostrando como o primo do narradorconseguiu sair-se da perigosa situao em que se encontrava.

    Os pargrafos devem conter apenas uma ideia principal acompanhadode ideias secundrias. Entretanto, muito comum encontrarmos, em par-grafos pequenos, apenas a ideia principal. Veja o exemplo:

    O dia amanhecera lindo na Fazenda Santo Incio.

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    Lngua Portuguesa A Opo Certa Para a Sua Realizao5

    Os dois filhos do sr. Soares, administrador da fazenda, resolveram a-proveitar o bom tempo. Pegaram um animal, montaram e seguiram conten-tes pelos campos, levando um farto lanche, preparado pela me.

    Nesse trecho, h dois pargrafos.

    No primeiro, s h uma ideia desenvolvida, que corresponde ideiaprincipal do pargrafo: O dia amanhecera lindo na Fazenda Santo Incio.

    No segundo, j podemos perceber a relao ideia principal + ideias

    secundrias. Observe:Ideia principal:

    Os dois filhos do sr. Soares, administrador da fazenda, resolveram a-proveitar o bom tempo.

    Ideia secundrias:

    Pegaram um animal, montaram e seguiram contentes pelos campos,levando um farto lanche, preparado pela me.

    Agora que j vimos alguns exemplos, voc deve estar se perguntando:Afinal, de que tamanho o pargrafo?

    Bem, o que podemos responder que no h como apontar um pa-dro, no que se refere ao tamanho ou extenso do pargrafo.

    H exemplos em que se veem pargrafos muito pequenos; outros, emque so maiores e outros, ainda, muito extensos.

    Tambm no h como dizer o que certo ou errado em termos da ex-tenso do pargrafo, pois o que importante mesmo, a organizao dasideias.No entanto, sempre til observar o que diz o dito popular nemoito, nem oitenta.

    Assim como no aconselhvel escrevermos um texto, usando apenaspargrafos muito curtos, tambm no aconselhvel empregarmos osmuito longos.

    Essas observaes so muito teis para quem est iniciando os traba-lhos de redao. Com o tempo, a prtica dir quando e como usar pargra-fos pequenos, grandes ou muito grandes.

    At aqui, vimos que o pargrafo apresenta em sua estrutura, uma ideiaprincipal e outras secundrias. Isso no significa, no entanto, que sempre aideia principal aparea no incio do pargrafo. H casos em que a ideiasecundria inicia o pargrafo, sendo seguida pela ideia principal. Veja oexemplo:

    As estacas da cabana tremiam fortemente, e duas ou trs vezes, o soloestremeceu violentamente sob meus ps. Logo percebi que se tratava deum terremoto.

    Observe que a ideia mais importante est contida na frase: Logo per-cebi que se tratava de um terremoto, que aparece no final do pargrafo.As outras frases (ou ideias) apenas explicam ou comprovam a afirmao:as estacas tremiam fortemente, e duas ou trs vezes, o solo estremeceuviolentamente sob meus ps e estas esto localizadas no incio do par-

    grafo.

    Ento, a respeito da estrutura do pargrafo, conclumos que as ideiaspodem organizar-se da seguinte maneira:

    Ideia principal + ideias secundrias

    ou

    Ideias secundrias + ideia principal

    importante frisar, tambm, que a ideia principal e as ideias se-cundrias no so ideias diferentes e, por isso, no podem ser separadasem pargrafos diferentes. Ao selecionarmos as ideias secundrias deve-mos verificar as que realmente interessam ao desenvolvimento da ideiaprincipal e mant-las juntas no mesmo pargrafo. Com isso, estaremos

    evitando e repetio de palavras e assegurando a sua clareza. importan-te, ao termos vrias ideias secundrias, que sejam identificadas aquelasque realmente se relacionam ideia principal. Esse cuidado de grandevalia ao se redigir pargrafos sobre qualquer assunto.

    VARIAO LINGUSTICA

    FALA E ESCRITA

    Registros, variantes ou nveis de lngua(gem)

    A comunicao no regida por normas fixas e imutveis. Ela podetransformar-se, atravs do tempo, e, se compararmos textos antigos comatuais, perceberemos grandes mudanas no estilo e nas expresses. Porque as pessoas se comunicam de formas diferentes? Temos que conside-rar mltiplos fatores: poca, regio geogrfica, ambiente e status culturaldos falantes.

    H uma lngua-padro? O modelo de lngua-padro uma decorrnciados parmetros utilizados pelo grupo social mais culto. s vezes, a mesmapessoa, dependendo do meio em que se encontra, da situao socioculturaldos indivduos com quem se comunica, usar nveis diferentes de lngua.Dentro desse critrio, podemos reconhecer, num primeiro momento, doistipos de lngua: a falada e a escrita.

    A lngua falada pode ser culta ou coloquial, vulgar ou inculta, regional,grupal (gria ou tcnica). Quando a gria grosseira, recebe o nome decalo.

    Quando redigimos um texto, no devemos mudar o registro, a no serque o estilo permita, ou seja, se estamos dissertando e, nesse tipo deredao, usa-se, geralmente, a lngua-padro no podemos passar desse

    nvel para um como a gria, por exemplo.Variao lingustica: como falantes da lngua portuguesa, percebe-

    mos que existem situaes em que a lngua apresenta-se sob uma formabastante diferente daquela que nos habituamos a ouvir em casa ou nosmeios de comunicao. Essa diferena pode manifestarse tanto pelo voca-bulrio utilizado, como pela pronncia ou organizao da frase.

    Nas relaes sociais, observamos que nem todos falam da mesmaforma. Isso ocorre porque as lnguas naturais so sistemas dinmicos eextremamente sensveis a fatores como, por exemplo, a regio geogrfica,o sexo, a idade, a classe social dos falantes e o grau de formalidade docontexto. Essas diferenas constituem as variaes lingusticas.

    Observe abaixo as especificidades de algumas variaes:

    1. Profissional: no exerccio de algumas atividades profissionais, odomnio de certas formas de lnguas tcnicas essencial. As variaesprofissionais so abundantes em termos especficos e tm seu uso restritoao intercmbio tcnico.

    2. Situacional: as diferentes situaes comunicativas exigem de ummesmo indivduo diferentes modalidades da lngua. Empregam-se, emsituaes formais, modalidades diferentes das usadas em situaes infor-mais, com o objetivo de adequar o nvel vocabular e sinttico ao ambientelingustico em que se est.

    3. Geogrfica: h variaes entre as formas que a lngua portuguesaassume nas diferentes regies em que falada. Basta prestar ateno naexpresso de um gacho em contraste com a de um amazonense. Essasvariaes regionais constituem os falares e os dialetos. No h motivolingustico algum para que se considere qualquer uma dessas formassuperior ou inferior s outras.

    4. Social: o portugus empregado pelas pessoas que tm acesso escola e aos meios de instruo difere do portugus empregado pelaspessoas privadas de escolaridade.

    Algumas classes sociais, assim, dominam uma forma de lngua quegoza prestgio, enquanto outras so vtimas de preconceito por emprega-rem estilos menos prestigiados. Cria-se, dessa maneira, uma modalidadede lngua a norma culta -, que deve ser adquirida durante a vida escolar ecujo domnio solicitado como modo de ascenso profissional e social.Tambm so socialmente condicionadas certas formas de lngua quealguns grupos desenvolvem a fim de evitar a compreenso por aqueles queno fazem parte do grupo. O emprego dessas formas de lngua proporcionao reconhecimento fcil dos integrantes de uma comunidade restrita. Assim

    se formam, por exemplo, as grias, as lnguas tcnicas. Pode-se citar aindaa variante de acordo com a faixa etria e o sexo.

    AS DIFERENAS ENTRE FALA E ESCRITA

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    Enquanto a lngua falada espontnea e natural, a lngua escrita precisaseguir algumas regras. Embora sejam expresses de um mesmo idio-ma, cada uma tem a sua especificidade. A lngua falada a mais natu-ral, aprendemos a falar imitando o que ouvimos. A lngua escrita, porseu lado, s aprendida depois que dominamos a lngua falada. E elano uma simples transcrio do que falamos; est mais subordinadas normas gramaticais. Portanto requer mais ateno e conhecimentode quem fala. Alm disso, a lngua escrita um registro, permanece aolongo do tempo, no tem o carter efmero da lngua falada.

    Lngua falada: Palavra sonora Requer a presena dos interlocutores Ganha em vivacidade espontnea e imediata Uso de frases feitas repetitiva e redundante O contexto extralingustico importante A expressividade permite prescindir de certas regras A informao permeada de subjetividade e influenciada pela pre-

    sena dointerlocutor Recursos: signos acsticos e extralingusticos, gestos, entorno fsico e

    psquico

    Lngua escrita: Palavra grfica possvel esquecer o interlocutor mais sinttica e objetiva A redundncia apenas um recurso estilstico Ganha em permanncia Mais correo na elaborao das frases Evita a improvisao Pobreza de recursos no-lingusticos; uso de letras, sinais de pontua-

    o mais precisa e elaborada Ausncia de cacoetes lingusticos e vulgarismos

    LINGUAGEM VERBAL E NO VERBAL

    Linguagem Verbal - Existem vrias formas de comunicao. Quando ohomem se utiliza da palavra, ou seja, da linguagem oral ou escrita,dizemosque ele est utilizando uma linguagem verbal, pois o cdigo usado apalavra. Tal cdigo est presente, quando falamos com algum, quandolemos, quando escrevemos. A linguagem verbal a forma de comunicaomais presente em nosso cotidiano. Mediante a palavra falada ou escrita,expomos aos outros as nossas ideias e pensamentos, comunicando-nospor meio desse cdigo verbal imprescindvel em nossas vidas. ela estpresente em textos em propagandas;

    em reportagens (jornais, revistas, etc.);

    em obras literrias e cientficas;

    na comunicao entre as pessoas;

    em discursos (Presidente da Repblica, representantes de classe,candidatos a cargos pblicos, etc.);

    e em vrias outras situaes.

    Linguagem No Verbal

    Observe a figura abaixo, este sinal demonstra que proibido fumar emum determinado local. A linguagem utilizada a no-verbal pois no utilizado cdigo "lngua portuguesa" para transmitir que proibido fumar. Nafigura abaixo, percebemos que o semforo, nos transmite a ideia deateno, de acordo com a cor apresentada no semforo, podemos saber se

    permitido seguir em frente (verde), se para ter ateno (amarelo) ou se proibido seguir em frente (vermelho) naquele instante.

    Como voc percebeu, todas as imagens podem ser facilmentedecodificadas. Voc notou que em nenhuma delas existe a presena dapalavra? O que est presente outro tipo de cdigo. Apesar de haverausncia da palavra, ns temos uma linguagem, pois podemos decifrarmensagens a partir das imagens. O tipo de linguagem, cujo cdigo no apalavra, denomina-se linguagem no-verbal, isto , usam-se outros cdigos(o desenho, a dana, os sons, os gestos, a expresso fisionmica, ascores) Fonte: www.graudez.com.br

    AS PALAVRAS-CHAVE

    Ningum chega escrita sem antes ter passado pela leitura. Mas leitu-ra aqui no significa somente a capacidade de juntar letras, palavras,frases. Ler muito mais que isso. compreender a forma como est tecidoo texto. Ultrapassar sua superfcie e aferir da leitura seu sentido maior, quemuitas vezes passa despercebido a uma grande maioria de leitores. Suma relao mais estreita do leitor com o texto lhe dar esse sentido. Lerbem exige tanta habilidade quanto escrever bem. Leitura e escrita comple-mentam-se. Lendo textos bem estruturados, podemos apreender os proce-dimentos lingusticos necessrios a uma boa redao.

    Numa primeira leitura, temos sempre uma noo muito vaga do que oautor quis dizer. Uma leitura bem feita aquela capaz de depreender de umtexto ou de um livro a informao essencial. Tudo deve ajustar-se a elas deforma precisa. A tarefa do leitor detect-las, a fim de realizar uma leituracapaz de dar conta da totalidade do texto.

    Por adquirir tal importncia na arquitetura textual, as palavras-chavenormalmente aparecem ao longo de todo o texto das mais variadas formas:repetidas, modificadas, retomadas por sinnimos. Elas pavimentam ocaminho da leitura, levando-nos a compreender melhor o texto. Alm disso,fornecer a pista para uma leitura reconstrutiva porque nos levam essnciada informao. Aps encontrar as palavras-chave de um texto, devemostentar reescrev-lo, tomando-as como base. Elas constituem seu esqueleto.

    AS IDEIAS-CHAVE

    Muitas vezes temos dificuldades para chegar sntese de um texto spelas palavras-chave. Quando isso acontece, a melhor soluo buscarsuas ideias-chave. Para tanto necessrio sintetizar a ideia de cada par-grafo.

    TPICO FRASALUm pargrafo padro inicia-se por uma introduo em que se encontra

    a idia principal desenvolvida em mais perodos. Segundo a lio de OthonM. Garcia em sua Comunicao em prosa moderna (p. 192), denomina-se tpico frasal essa introduo. Depois dela, vem o desenvolvimento epode haver a concluso. Um texto de pargrafo:

    Em todos os nveis de sua manifestao, a vida requer certas condi-es dinmicas, que atestam a dependncia mtua dos seres vivos. Ne-cessidades associadas alimentao, ao crescimento, reproduo ou aoutros processos biolgicos criam, com frequncia, relaes que fazem dobem-estar, da segurana e da sobrevivncia dos indivduos matrias deinteresse coletivo. FERNANDES, Florestan. Elementos de sociologiaterica 2. ed. So Paulo: Nacional, 1974, p. 35.

    Neste pargrafo, o tpico frasal o primeiro perodo (Em .... vivos). Se-gue-se o desenvolvimento especificando o que dito na introduo. Se otpico frasal uma generalizao, e o desenvolvimento constitui-se deespecificaes, o pargrafo , ento, a expresso de um raciocnio deduti-

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    vo. Vai do geral para o particular: Todos devem colaborar no combate sdrogas. Voc no pode se omitir.

    Se no h tpico frasal no incio do pargrafo e a sntese est na con-cluso, ento o mtodo indutivo, ou seja, vai do particular para o geral,dos exemplos para a regra: Joo pesquisou, o grupo discutiu, Lea redigiu.Todos colaborando, o trabalho bem feito.

    PARAGRAFAO

    A PARAGRAFAONO/DO TEXTO DISSERTATIVO

    (Partes deste captulo foram adaptados/tirados de PACHECO, AgneloC.A dissertao. So Paulo: Atual, 1993 e de SOBRAL, Joo Jonas Veiga.Redao: Escrevendo com prtica. So Paulo: Iglu, 1997)

    O texto dissertativo o tipo de texto que expe uma tese (ideias geraissobre um assunto/tema) seguida de um ponto de vista, apoiada em argu-mentos, dados e fatos que a comprovem.

    A leitura auxilia o desenvolvimento da escrita, pois, lendo, o indivduotem contato com modelos de textos bem redigidos que, ao longo do tempo,faro parte de sua bagagem lingustica; e tambm porque entrar emcontato com vrios pontos de vista de intelectuais diversos, ampliando,

    dessa forma, sua prpria viso em relao aos assuntos. Como a produoescrita se baseia praticamente na exposio de ideias por meio de pala-vras, certamente aquele que l desenvolver sua habilidade devido aoenriquecimento lingustico adquirido atravs da leitura de bons autores.

    No texto acima temos uma ideia defendida pelo autor:

    TESE/TPICO FRASAL: A leitura auxilia o desenvolvimento da escri-ta.

    Em seguida o autor defende seu ponto de vista com os seguintes ar-gumentos:

    ARGUMENTOS:

    (1)...lendo o indivduo tem contato com modelos de textos bem redigi-dos que ao longo do tempo faro parte de sua bagagem lingustica e,tambm, (2) porque entrar em contato com vrios pontos de vista deintelectuais diversos, (3) ampliando, dessa forma, a sua prpria viso emrelao aos assuntos. E por fim, comprovada a sua tese, veja que a ideiadesta recuperada:

    CONCLUSO: Como a produo escrita se baseia praticamente naexposio de idias por meio de palavras, certamente aquele que l desen-volver sua habilidade devido ao enriquecimento lingustico adquiridoatravs da leitura de bons autores.

    Observe como o texto dissertativo tem por objetivo expressar um de-terminado ponto de vista em relao a um assunto qualquer e convencer oleitor de que este ponto de vista est correto. Poderamos afirmar que otexto dissertativo um exerccio de cidadania, pois nele o indivduo exerceseu papel de cidado, questionando valores, reivindicando algo, expondo

    pontos de vista, etc.

    Pode-se dizer que:

    A paragrafao com tpico frasal seguido pelo desenvolvimento umaforma de organizar o raciocnio e a exposio das ideias de maneira clara efacilmente compreensvel. Quando se tem um plano em que os tpicosprincipais foram selecionados e

    dispostos de modo a haver transio harmoniosa de um para outro, fcil redigir.

    O TPICO FRASAL DO PARGRAFO: geralmente vem no comeodo pargrafo, seguida de outros perodos que explicam ou detalham a ideiacentral e podem ou no concluir a ideia deste pargrafo.

    O DESENVOLVIMENTO DO PARGRAFO: a explanao da ideiaexposta no tpico frasal. Devemos desenvolver nossas ideias de maneiraclara e convincente, utilizando argumentos e/ou ideias sempre tendo emvista a forma como iniciamos o pargrafo.

    A CONCLUSO DO PARGRAFO encerra o desenvolvimento, com-pleta a discusso do assunto (opcional)

    FORMAS DISCURSIVAS DO PARGRAFO

    A) DESCRITIVO: a matria da descrio o objeto. No h persona-gens em movimento (atemporal). O autor/produtor deve apresentar oobjeto, pessoa, paisagem etc, de tal forma que o leitor consiga distinguir oser descrito.

    B) NARRATIVO: a matria da narrao o fato. Uma maneira eficientede organiz-lo respondendo seis perguntas: O qu? Quem? Quando?Onde? Como? Por qu?

    C) DISSERTATIVO: a matria da dissertao a anlise (discusso).

    ELABORAO/ PLANEJAMENTO DE PARGRAFOS

    Ter um assunto

    Delimit-lo, traando um objetivo: o que pretende transmitir?

    Elaborar o tpico frasal; desenvolv-lo e conclu-lo

    PARGRAFO-CHAVE: FORMAS PARA COMEAR UM TEXTO

    Ao escrever seu primeiro pargrafo, voc pode faz-lo de forma criati-va. Ele deve atrair a ateno do leitor. Por isso, evite os lugares-comunscomo: atualmente, hoje em dia, desde pocas remotas, o mundo hoje, acada dia que passa, no mundo em vivemos, na atualidade.

    Listamos aqui algumas formas de comear um texto. Elas vo das maissimples s mais complexas.

    Declarao

    um grande erro a liberao da maconha. Provocar de imediato vio-lenta elevao do consumo. O Estado perder o controle que ainda exercesobre as drogas psicotrpicas e nossas instituies de recuperao deviciados no tero estrutura suficiente para atender demanda. AlbertoCorazza, Isto , 20 dez. 1995.

    A declarao a forma mais comum de comear um texto. Procure fa-zer uma declarao forte, capaz de surpreender o leitor.

    Definio

    O mito, entre os povos primitivos, uma forma de se situar no mundo,isto , de encontrar o seu lugar entre os demais seres da natureza. ummodo ingnuo, fantasioso, anterior a toda reflexo e no-crtico de estabe-lecer algumas verdades que no s explicam parte dos fenmenos naturaisou mesmo a construo cultural, mas que do tambm, as formas de aohumana.

    ARANHA, Maria Lcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena Pires. Te-mas de Filosofia.So Paulo, Moderna, 1992. p.62.

    A definio uma forma simples e muito usada em pargrafo-chave,sobretudo em textos dissertativos. Pode ocupar s a primeira frase ou todoo primeiro pargrafo.

    Diviso

    Predominam ainda no Brasil convices errneas sobre o problema daexcluso social: a de que ela deve ser enfrentada apenas pelo poder pbli-co e a de que sua superao envolve muitos recursos e esforos extraordi-nrios. Experincias relatadas nesta Folha mostram que combate margi-nalidade social em Nova York vem contando co intensivos esforos dopoder pblico e ampla participao da iniciativa privada. Folha de S. Paulo,17 dez.1996.

    Ao dizer que h duas convices errneas, fica logo clara a direoque o pargrafo vai tomar. O autor ter de explicit-las na frase seguinte.

    Oposio

    De um lado, professores mal pagos, desestimulados, esquecidos pelogoverno. De outro, gastos excessivos com computadores, antenas parab-licas, aparelhos de videocassete. este o paradoxo que vive a educaono Brasil.

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    As duas primeiras frases criam uma oposio (de um lado/ de outro)que estabelecer o rumo da argumentao.

    Tambm se pode criar uma oposio dentro da frase, como neste e-xemplo:

    Vrios motivos me levaram a este livro. Dois se destacaram pelo graude envolvimento: raiva e esperana. Explico-me: raiva por ver o quanto cultura ainda vista como artigo suprfluo em nossa terra, esperana porobservar quantos movimentos culturais tm acontecido em nossa histria, e

    quase sempre como forma de resistncia e/ou transformao (...) FEIJ,Martin Csar. O que poltica cultural. So Paulo, Brasiliense, 1985.p.7.

    O autor estabelece a oposio e logo depois explica os termos que acompem.

    Aluso histrica

    Aps a queda do Muro de Berlim, acabaram-se os antagonismos leste-oeste e o mundo parece ter aberto de vez as portas para a globalizao. Asfronteiras foram derrubadas e a economia entrou em rota acelerada decompetio.

    O conhecimento dos principais fatos histricos ajuda a iniciar um texto.O leitor situado no tempo e pode ter uma melhor dimenso do problema.

    PerguntaSer que com novos impostos que a sade melhorar no Brasil? Os

    contribuintes j esto cansados de tirar do bolso para tapar um buraco queparece no ter fim. A cada ano, somos lesados por novos impostos paraalimentar um sistema que s parece piorar.A pergunta no respondida deimediato. Ela serve para despertar a ateno do leitor para o tema e serrespondida ao longo da argumentao.

    Citao

    As pessoas chegam ao ponto de uma criana morrer e os pais nochorarem mais, trazem a criana, jogarem num bolo de mortos, virarem ascostas e irem embora. O comentrio, do fotgrafo Sebastio Salgado,falando sobre o que viu em Ruanda, um acicate no estado de letargiatica que domina algumas naes do Primeiro Mundo. DI FRANCO, Carlos

    Alberto. Jornalismo, tica e qualidade. Rio de Janeiro, Vozes, 1995. p. 73.A citao inicial facilita a continuidade do texto, pois ela retomada pe-

    la palavra comentrio da segunda frase.

    Comparao

    O tema de reforma agrria est a bastante tempo nas discusses sobreos problemas mais graves que afetam o Brasil. Numa comparao entre omovimento pela abolio da escravido no Brasil, no final do sculo passa-do e, atualmente, o movimento pela reforma agrria, podemos perceberalgumas semelhanas. Como na poca da abolio da escravido existiamelementos favorveis e contrrios a ela, tambm hoje h os que so a favore os que so contra a implantao da reforma agrria no Brasil. OLIVEIRA,Prsio Santos de. Introduo sociologia. So Paulo, tica, 1991. p.101.

    Para introduzir o tema da reforma araria, o autor comparou a sociedadede hoje com a do final do sculo XIX, mostrando a semelhana de compor-tamento entre elas.

    Afirmao

    A profissionalizao de uma equipe comea com a procura e aquisiodas pessoas que tenham experincia e as aptides adequadas para odesempenho da tarefa, especialmente quando esta imediata. (Desenvol-vimento ) As pessoas j viro integrar a equipe sem precisar de treinamen-to profissionalizante, podendo entrar em ao logo aps seu ingresso.

    Alternativamente, ou quando se dispe de tempo, pode-se recrutarpessoas inexperientes, mas que demonstrem o potencial para desenvolveras aptides e o interesse em fazer parte da equipe ou dedicar-se a suamisso. Sempre que possvel, uma equipe deve procurar combinar pessoasexperientes e aprendizes em sua composio, de modo que os segundosaprendam com os primeiros. (concluso) A falta de um banco de reservas,muitas vezes, pode ser um obstculo prpria evoluo da equipe. (Ma-ximiniano, 1986:50 )

    ARTICULAO ENTRE PARGRAFOS

    COESO E COERNCIA

    Articulao entre os pargrafos

    A articulao dos/entre pargrafos depende da coeso e coern-cia. Sem um deles, ainda assim, possvel haver entendimento textu-al, entretanto, h necessidade de ter domnio da lngua e do contextopara escrever um texto de tal forma. Dependendo da tipologia textual,a articulao textual se d de forma diferente. Na narrao, por exem-plo, no h necessidade de ter um pargrafo com mais de um perodo.

    Um pargrafo narrativo pode ser apenas Oi. J a dissertao neces-sita ter ao menos um pargrafo com introduo e desenvolvimento(concluso; opcional). Assim tambm varia a necessidade de nmerosde pargrafos para cada texto. Para se obter um bom texto, so ne-cessrios tambm: conciso, clareza, correo, adequao de lingua-gem, expressividade.

    Coerncia e Coeso

    Para no ser ludibriado pela articulao do contexto, necessrio quese esteja atento coeso e coerncia textuais.

    Coeso textual o que permite a ligao entre as diversas partes deum texto. Pode-se dividir em trs segmentos:

    1. Coeso referencial a que se refere a outro(s) elemento(s) do

    mundo textual.

    Exemplos:

    a) O presidente George W.Bush ficou indignado com o ataque no Wor-ld Trade Center. Ele afirmou que castigar os culpados. (retomada deuma palavra gramatical referente Ele + Presidente George W.Bush)

    b) De voc s quero isto: a sua amizade (antecipao de uma palavragramatical isto = a sua amizade

    c) O homem acordou feliz naquele dia. O felizardo ganhou um bom di-nheiro na loteria. ( retomada por palavra lexical o felizardo = o homem)

    2. Coeso sequencial feita por conectores ou operadores discursi-vos, isto palavras ou expresses responsveis pela criao de relaes

    semnticas ( causa, condio, finalidade, etc.). So exemplos de conecto-res: mas, dessa forma, portanto, ento, etc..

    Exemplo:

    a. Ele rico, mas no paga suas dvidas.

    Observe que o vocbulo mas no faz referncia a outro vocbulo; a-penas conecta (liga) uma ideia a outra, transmitindo a ideia de compensa-o.

    3. Coeso recorrencial realizada pela repetio de vocbulos oude estruturas frasais

    semelhantes.

    Exemplos;

    a. Os carros corriam, corriam, corriam.

    b. O aluno finge que l, finge que ouve, finge que estuda.

    Coerncia textual a relao que se estabelece entre as diversaspartes do texto, criando uma unidade de sentido. Est ligada ao en-tendimento, possibilidade de interpretao daquilo que se ouve oul.

    OBS: pode haver texto com a presena de elementos coesivos, e noapresentar coerncia.

    Exemplo:

    O presidente George W.Bush est descontente com o grupo Talib.Estes eram estudantes da escola fundamentalista. Eles, hoje, governam o

    afeganisto. Os afegos apiam o lder Osama Bin Laden. Este foi aliadodos Estados Unidos quando da invaso da Unio Sovitica ao Afeganisto.

    Comentrio:

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    Ningum pode dizer que falta coeso a este pargrafo. Mas de que setrata mesmo? Do descontentamento do presidente dos Estados Unidos? Dogrupo Talib? Do povo Afego?

    Do Osama Bin Laden? Embora o pargrafo tenha coeso, no apre-senta coerncia, entendimento.

    Pode ainda um texto apresentar coerncia, e no apresentar elementoscoesivos. Veja o texto seguinte:

    Como se conjuga um empresrioMino

    Acordou. Levantou-se. Aprontou-se. Lavou-se. Barbeou-se. Enxugou-se. Perfumou-se. Lanchou. Escovou. Abraou. Saiu. Entrou. Cumprimen-tou. Orientou. Controlou. Advertiu. Chegou. Desceu. Subiu. Entrou. Cum-primentou. Assentou-se. Preparou-se. Examinou. Leu. Convocou. Leu.Comentou. Interrompeu. Leu. Despachou. Vendeu. Vendeu. Ganhou.Ganhou. Ganhou. Lucrou. Lucrou. Lucrou. Lesou. Explorou. Escondeu.Burlou. Safou-se. Comprou. Vendeu. Assinou. Sacou. Depositou. Deposi-tou. Associou-se. Vendeu-se. Entregou. Sacou. Depositou. Despachou.Repreendeu. Suspendeu. Demitiu. Negou. Explorou. Desconfiou. Vigiou.Ordenou. Telefonou. Despachou. Esperou. Chegou. Vendeu. Lucrou.Lesou. Demitiu. Convocou. Elogiou. Bolinou. Estimulou. Beijou. Convidou.

    Saiu. Chegou. Despiu-se. Abraou. Deitou-se. Mexeu. Gemeu. Fungou.Babou. Antecipou. Frustrou. Virou-se. Relaxou-se. Envergonhou-se. Pre-senteou. Saiu. Despiu-se. Dirigiu-se. Chegou. Beijou. Negou. Lamentou.Justificou-se. Dormiu. Roncou. Sonhou. Sobressaltou-se. Acordou. Preocu-pou-se. Temeu. Suou. Ansiou. Tentou. Despertou. Insistiu. Irritou-se. Te-meu. Levantou. Apanhou. Rasgou. Engoliu. Bebeu. Dormiu. Dormiu. Dor-miu. Dormiu. Acordou. Levantou-se. Aprontou-se... Comentrio:

    O texto nos mostra o dia-a-dia de um empresrio qualquer. A estruturatextual somente verbos no apresenta elementos coesivos; o que seencontra so relaes de sentido, isto , o texto retrata a viso do seuautor, no caso, a de que todo empresrio calcul ista e desonesto.

    H palavras e expresses que garantem transies bem feitas e queestabelecem relaes lgicas entre as diferentes ideias apresentadas notexto.Fonte: UNINOVE

    ESTRUTURAO E ARTICULAO DO TEXTO

    Resenha Critica de Articulao do TextoAmanda Alves MartinsResenha Crtica do livro A Articulao do Texto, da autora Elisa Guima-

    res

    No livro de Elisa Guimares, A Articulao do Texto, a autora procuraesclarecer as dvidas referentes formao e compreenso de um textoe do seu contexto.

    Formado por unidades coordenadas, ou seja, interligadas entre si, o

    texto constitui, portanto, uma unidade comunicativa para os membros deuma comunidade; nele, existe um conjunto de fatores indispensveis para asua construo, como as intenes do falante (emissor), o jogo de ima-gens conceituais, mentais que o emissor e destinatrio executam.(ManuelP. Ribeiro, 2004, p.397). Somado isso, um texto no pode existir de formanica e sozinha, pois depende dos outros tanto sintaticamente quantosemanticamente para que haja um entendimento e uma compreensodeste. Dentro de um texto, as partes que o formam se integram e se expli-cam de forma recproca.

    Completando o processo de formao de um texto, a autora nos escla-rece que a economia de linguagem facilita a compreenso dele, sendoindispensvel uma ligao entre as partes, mesmo havendo um corte detrechos considerados no essenciais.

    Quando o tema a situao comunicativa (p.7), a autora nos esclare-ce a relao texto X contexto, onde um essencial para esclarecermos ooutro, utilizando-se de palavras que recebem diferentes significados con-forme so inseridas em um determinado contexto; nos levando ao entendi-mento de que no podemos considerar isoladamente os seus conceitos e

    sim analis-los de acordo com o contexto semntico ao qual est inserida.

    Segundo Elisa Guimares, o sentido da palavra texto estende-se auma enorme vastido, podendo designar um enunciado qualquer, oral ouescrito, longo ou breve, antigo ou moderno (p.14) e ao contrrio do quemuitos podem pensar, um texto pode ser caracterizado como um fragmen-to, uma frase, um verbo ect e no apenas na reunio destes com maisalgumas outras formas de enunciao; procurando sempre uma objetivida-de para que a sua compreenso seja feita de forma fcil e clara.

    Esta economia textual facilita no caminho de transmisso entre o enun-ciador e o receptor do texto que procura condensar as informaes recebi-das a fim de se deter ao ncleo informativo (p.17), este sim, primordial aqualquer informao.

    A autora tambm apresenta diversas formas de classificao do discur-so e do texto, porm, detenhamo-nos na diviso de texto informativo e deum texto literrio ou ficcional.

    Analisando um texto, possvel percebermos que a repetio de umnome/lexema, nos induz lembrar de fatos j abordados, estimula a nossabiblioteca mental e a informa da importncia de tal nome, que dentro de umcontexto qualquer, ou seja que no fosse de um texto informacional, seria

    apenas caracterizado como uma redundncia desnecessria. Essa repeti-o normalmente dada atravs de sinnimos ou sinnimos perfeitos(p.30) que permitem a permutao destes nomes durante o texto sem que osentido original e desejado seja modificado.

    Esta relao semntica presente nos textos ocorre devido s interpre-taes feitas da realidade pelo interlocutor, que utiliza a chamada semnti-ca referencial (p.31) para causar esta busca mental no receptor atravs depalavras semanticamente semelhantes que fora enunciada, porm, existeainda o que a autora denominou de inexistncia de sinnimo perfeito(p.30) que so sinnimos porm quando posto em substituio um ao outrono geram uma coerncia adequada ao entendimento.

    Nesta relao de substituio por sinnimos, devemos ter cautelaquando formos usar os hipernimos (p.32), ou at mesmo a hiponmia(p.32) onde substitui-se a parte pelo todo, pois neste emaranhado de subs-tituies pode-se causar desajustes e o resultado final no fazer com que aimagem mental do leitor seja ativada de forma corretamente, e outra assimi-lao, errnea, pode ser utilizada.

    Seguindo ainda neste linear das substituies, existem ainda as nomi-naes e a elipse, onde na primeira, o sentido inicialmente expresso porum verbo substitudo por um nome, ou seja, um substantivo; e, enquantona segunda, ou seja, na elipse, o substituto nulo e marcado pela flexoverbal; como podemos perceber no seguinte exemplo retirado do livro deElisa Guimares:

    Louve-se nos mineiros, em primeiro lugar, a sua presena suave. Mildeles no causam o incmodo de dez cearenses.

    __No grita, ___ no empurram< ___ no seguram o brao da gente,___ no impem suas opinies. Para os importunos inventaram eles umapalavra maravilhosamente definidora e que traduz bem a sua antipatia paraessa casta de gente (...) (Rachel de Queiroz. Mineiros. In: Cem crnicasescolhidas. Rio de Janeiros, Jos Olympio, 1958, p.82).

    Porm preciso especificar que para que haja a elipse o termo elpticodeve estar perfeitamente claro no contexto. Este conceito e os demais jditos anteriormente so primordiais para a compreenso e produo textu-al, uma vez que contribuem para a economia de linguagem, fator de grandevalor para tais feitos.

    Ao abordar os conceitos de coeso e coerncia, a autora procura pri-meiramente retomar a noo de que a construo do texto feita atravs

    de referentes lingusticos (p.38) que geram um conjunto de frases que iroconstituir uma microestrutura do texto (p.38) que se articula com a estrutu-ra semntica geral. Porm, a dificuldade de se separar a coeso da coe-rncia est no fato daquela est inserida nesta, formando uma linha deraciocnio de fcil compreenso, no entanto, quando ocorre uma incoern-cia textual, decorrente da incompatibilidade e no exatido do que foi

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    escrito, o leitor tambm capaz de entender devido a sua fcil compreen-so apesar da m articulao do texto.

    A coerncia de um texto no dada apenas pela boa interligao entreas suas frases, mas tambm porque entre estas existe a influncia dacoerncia textual, o que nos ajuda a concluir que a coeso, na verdade, efeito da coerncia. Como observamos em Nova Gramtica Aplicada daLngua Portuguesa de Manoel P. Ribeiro (2004, 14ed):

    A coeso e a coerncia trazem a caracterstica de promover a inter-relao semntica entre os elementos do discurso, respondendo pelo quechamamos de conectividade textual. A coerncia diz respeito ao nexoentre os conceitos; e a coeso, expresso desse nexo no plano lingusti-co (VAL, Maria das Graas Costa. Redao e textualidade, 1991, p.7)

    No captulo que diz respeito s noes de estrutura, Elisa Guimares,busca ressaltar o nvel sinttico representado pelas coordenaes e subor-dinaes que fixam relaes de equivalncia ou hierarquia respectiva-mente.Um fato importante dentro do livro A Articulao do Texto, o valor atribu-do s estruturas integrantes do texto, como o ttulo, o pargrafo, as inter eintrapartes, o incio e o fim e tambm, as superestruturas.

    O ttulo funciona como estratgica de articulao do texto podendo de-sempenhar papis que resumam os seus pontos primordiais, como tam-bm, podem ser desvendados no decorrer da leitura do texto.

    Os pargrafos esquematizam o raciocnio do escritos, como enunciaOthon Moacir Garcia:

    O pargrafo facilita ao escritor a tarefa de isolar e depois ajustar con-venientemente as ideias principais da sua composio, permitindo ao leitoracompanhar-lhes o desenvolvimento nos seus diferentes estgios.

    bom relembrar, que dentro do pargrafo encontraremos o chamadotpico frasal, que resumir a principal ideia do pargrafo no qual estainserido; e tambm encontraremos, segundo a autora, dez diferentes tiposde pargrafo, cada qual com um ponto de vista especfico.

    No que diz respeito ao tpico Inicio e fim, Elisa Guimares preferiu a-bord-los de forma mtua j que um consequncia ou decorrncia dooutro; ficando a organizao da narrativa com uma forma de estruturaclssica e seguindo uma linha sequencial j esperada pelo leitor, onde oincio alimenta a esperana de como vir a ser o texto, enquanto que o fimexercer uma funo de dar um destaque maior ao fechamento do texto, oque tambm, alimenta a imaginao tanto do leito, quanto do prprio autor.

    No geral, o que diz respeito ao livro A Articulao do Texto de ElisaGuimares, ele nos trs um grande nmero de informaes e novos concei-tos em relao produo e compreenso textual, no entanto, essa grandeleva de informaes muitas vezes se tornam confusas e acabam por des-prenderem-se uma das outras, quebrando a linearidade de todo o texto edificultando o entendimento terico.

    A REFERENCIAO / OS REFERENTES / COERNCIA E COESO

    A fala e tambm o texto escrito constituem-se no apenas numa se-quncia de palavras ou de frases. A sucesso de coisas ditas ou escritasforma uma cadeia que vai muito alm da simples sequencialidade: h umentrelaamento significativo que aproxima as partes formadoras do textofalado ou escrito. Os mecanismos lingusticos que estabelecem a conectivi-dade e a retomada e garantem a coeso so os referentes textuais. Cadauma das coisas ditas estabelece relaes de sentido e significado tantocom os elementos que a antecedem como com os que a sucedem, constru-indo uma cadeia textual significativa. Essa coeso, que d unidade aotexto, vai sendo construda e se evidencia pelo emprego de diferentesprocedimentos, tanto no campo do lxico, como no da gramtica. (No

    esqueamos que, num texto, no existem ou no deveriam existir elemen-tos dispensveis. Os elementos constitutivos vo construindo o texto, e soas articulaes entre vocbulos, entre as partes de uma orao, entre asoraes e entre os pargrafos que determinam a referenciao, os contatose conexes e estabelecem sentido ao todo.)

    Ateno especial concentram os procedimentos que garantem ao textocoesoe coerncia. So esses procedimentos que desenvolvem a din-mica articuladora e garantem a progresso textual.

    A coeso a manifestao lingustica da coernciae se realiza nasrelaes entre elementos sucessivos (artigos, pronomes adjetivos, adjetivosem relao aos substantivos; formas verbais em relao aos sujeitos;tempos verbais nas relaes espao-temporais constitutivas do texto etc.),na organizao de perodos, de pargrafos, das partes do todo, como

    formadoras de uma cadeia de sentido capaz de apresentar e desenvolverum tema ou as unidades de um texto. Construda com os mecanismosgramaticais e lexicais, confere unidade formal ao texto.

    1. Considere-se, inicialmente, a coesoapoiada no lxico. Ela podedar-se pela reiterao, pela substituioe pela associao. garantida como emprego de:

    enlaces semnticos de frases por meio da repetio. A mensa-gem-tema do texto apoiada na conexo de elementos lxicos su-cessivos pode dar-se por simples iterao (repetio). Cabe, nessecaso, fazer-se a diferenciao entre a simples redundncia resul-tado da pobreza de vocabulrio e o emprego de repeties comorecurso estilstico, com inteno articulatria. Ex.: As contas dopatro eram diferentes, arranjadas a tinta e contra o vaqueiro, masFabiano sabia que elas estavam erradas e o patro queria engan-

    lo.Enganava. Vidas secas, p. 143); substituio lxica, que se d tanto pelo emprego de sinnimos

    como de palavras quase sinnimas. Considerem-se aqui almdas palavras sinnimas, aquelas resultantes de famlias ideolgi-cas e do campo associativo, como, por exemplo, esvoaar, revoar,voar;

    hipnimos (relaes de um termo especfico com um termo desentido geral, ex.: gato, felino) e hipernimos (relaes de umtermo de sentido mais amplo com outros de sentido mais especfi-co, ex.: felino, gato);

    nominalizaes (quando um fato, uma ocorrncia, aparece emforma de verbo e, mais adiante, reaparece como substantivo, ex.:consertar, o conserto; viajar, a viagem). preciso distinguir-se en-tre nominalizao estritae. generalizaes (ex.: o co < o animal)

    e especificaes (ex.:planta > rvore > palmeira); substitutos universais (ex.:Joo trabalha muito. Tambm o fao.

    O verbo fazer em substituio ao verbo trabalhar); enunciados que estabelecem a recapitulao da ideia global.

    Ex.:O curral deserto, o chiqueiro das cabras arruinadoe tambmdeserto, a casa do vaqueiro fechada, tudo anunciava abandono(Vidas Secas, p.11). Esse enunciado chamado de anfora con-ceptual. Todo um enunciado anterior e a ideia global que ele refereso retomados por outro enunciado que os resume e/ou interpreta.Com esse recurso, evitam-se as repeties e faz-se o discurso a-vanar, mantendo-se sua unidade.

    2. A coesoapoiada na gramtica d-se no uso de: certos pronomes(pessoais, adjetivos ou substantivos). Destacam-

    se aqui os pronomes pessoais de terceira pessoa, empregados

    como substitutos de elementos anteriormente presentes no texto,diferentemente dos pronomes de 1e 2pessoa que se referem pessoa que fala e com quem esta fala.

    certos advrbios eexpresses adverbiais; artigos; conjunes; numerais; elipses. A elipse se justifica quando, ao remeter a um enunciado

    anterior, a palavra elidida facilmente identificvel (Ex.: O jovemrecolheu-se cedo. ... Sabia que ia necessitar de todas as suas for-as.O termo o jovemdeixa de ser repetido e, assim, estabelece arelao entre as duas oraes.). a prpria ausncia do termo quemarca a inter-relao. A identificao pode dar-se com o prprioenunciado, como no exemplo anterior, ou com elementos extraver-bais, exteriores ao enunciado. Vejam-se os avisos em lugares p-blicos (ex.: Perigo!) e as frases exclamativas, que remetem a umasituao no-verbal. Nesse caso, a articulao se d entre texto econtexto (extratextual);

    as concordncias;

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    a correlao entre os tempos verbais.

    Os diticos exercem, por excelncia, essa funo de progresso textu-al, dada sua caracterstica: so elementos que no significam, apenasindicam, remetem aos componentes da situao comunicativa. J os com-ponentes concentram em si a significao. Referem os participantes do atode comunicao, o momento e o lugar da enunciao.

    Elisa Guimares ensina a respeito dos diticos:

    Os pronomes pessoais e as desinncias verbais indicam os participan-tes do ato do discurso. Os pronomes demonstrativos, certas locuesprepositivas e adverbiais, bem como os advrbios de tempo, referenciam omomento da enunciao, podendo indicar simultaneidade, anterioridadeou

    posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste momento (presente); ulti-mamente, recentemente, ontem, h alguns dias, antes de (pretrito); deagora em diante, no prximo ano, depois de (futuro).

    Maria da Graa Costa Val lembra que esses recursos expressam rela-es no s entre os elementos no interior de uma frase, mas tambmentre frases e sequncias de frases dentro de um texto.

    No s a coeso explcita possibilita a compreenso de um texto. Mui-tas vezes a comunicao se faz por meio de uma coeso implcita, apoia-

    da no conhecimento mtuo anterior que os participantes do processocomunicativo tm da lngua.

    A ligao lgica das ideiasUma das caractersticas do texto a organizao sequencial dos ele-

    mentos lingusticos que o compem, isto , as relaes de sentido que seestabelecem entre as frases e os pargrafos que compem um texto,fazendo com que a interpretao de um elemento lingustico qualquer sejadependente da de outro(s). Os principais fatores que determinam esseencadeamento lgico so: a articulao, a referncia, a substituio voca-bular e a elipse.

    ARTICULAOOs articuladores (tambm chamados nexos ou conectores) so conjun-

    es, advrbios e preposies responsveis pela ligao entre si dos fatosdenotados num texto, Eles exprimem os diferentes tipos de interdependn-cia de sentido das frases no processo de sequencializao textual. Asideias ou proposies podem se relacionar indicando causa, consequncia,finalidade, etc.

    Ingressei na Faculdade a fim de ascender socialmente.Ingressei na Faculdade porque pretendo ser bilogo.Ingressei na Faculdade depois de ter-me casado.

    possvel observar que os articuladores relacionam os argumentos di-ferentemente. Podemos, inclusive, agrup-los, conforme a relao queestabelecem.

    Relaes de:

    adio: os conectores articula sequencialmente frases cujos contedosse adicionam a favor de uma mesma concluso: e, tambm, nos...como tambm, tanto...como, alm de, alm disso, ainda, nem.

    Na maioria dos casos, as frases somadas no so permutveis, isto ,a ordem em que ocorrem os fatos descritos deve ser respeitada.

    Ele entrou, dirigiu-se escrivaninha e sentou-se. alternncia: os contedos alternativos das frases so articulados por

    conectores como ou, ora...ora, seja...seja. O articulador oupode expres-sar incluso ou excluso.

    Ele no sabe se conclui o curso ou abandona a Faculdade.

    oposio: os conectores articulam sequencialmente frases cujos con-tedos se opem. So articuladores de oposio: mas, porm, todavia,entretanto, no entanto, no obstante, embora, apesar de (que), aindaque, se bem que, mesmo que, etc.

    O candidato foi aprovado, mas no fez a matrcula.

    condicionalidade: essa relao expressa pela combinao de duasproposies: uma introduzida pelo articulador se ou casoe outra por ento(consequente), que pode vir implcito. Estabelece-se uma relao entre oantecedente e o consequente, isto , sendo o antecedente verdadeiro oupossvel, o consequente tambm o ser.

    Na relao de condicionalidade, estabelece-se, muitas vezes, umacondio hipottica, isto ,, cria-se na proposio introduzida pelo articula-dor se/caso uma hiptese que condicionar o que ser dito na proposio

    seguinte. Em geral, a proposio situa-se num tempo futuro.

    Caso tenha frias, (ento) viajarei para Buenos Aires.

    causalidade: expressa pela combinao de duas proposies, umadas quais encerra a causa que acarreta a consequncia expressa na outra.Tal relao pode ser veiculada de diferentes formas:

    Passei no vestibular porque estudei muitovisto quej que

    uma vez que_________________ _____________________

    consequncia causa

    Estudei tanto que passei no vestibular.Estudei muito por isso passei no vestibular

    _________________ ____________________causa consequncia

    Como estudei passei no vestibularPorter estudado muito passei no vestibular

    ___________________ ___________________causa consequncia

    finalidade:uma das proposies do perodo explicita o(s) meio(s) parase atingir determinado fim expresso na outra. Os articuladores principaisso: para, afim de, para que.

    Utilizo o automvel a fim defacilitar minha vida.

    conformidade: essa relao expressa-se por meio de duas proposi-es, em que se mostra a conformidade de contedo de uma delas emrelao a algo afirmado na outra.

    O aluno realizou a prova conforme o professor solicitara.segundoconsoantecomode acordo com a solicitao...

    temporalidade: a relao por meio da qual se localizam no tempoaes, eventos ou estados de coisas do mundo real, expressas por meio deduas proposies.

    QuandoMalLogo que terminei o colgio, matriculei-me aqui.Assim queDepois queNo momento em queNem bem

    a) concomitncia de fatos: Enquanto todos se divertiam, ele estu-dava com afinco.Existe aqui uma simultaneidade entre os fatos descritos em cada

    uma das proposies.b) um tempo progressivo: proporo que os alunos terminavam a prova, iam se retirando.

    bar enchia de frequentadores medida que a noite caa.

    Concluso:um enunciado introduzido por articuladores como portan-

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    to, logo, pois, ento, por conseguinte, estabelece uma concluso emrelao a algo dito no enunciado anterior:

    Assistiu a todas as aulas e realizou com xi to todos os exerccios. Por-tanto tem condies de se sair bem na prova.

    importante salientar que os articuladores conclusivos no se limitama articular frases. Eles podem articular pargrafos, captulos.

    Comparao: estabelecida por articuladores : tanto (to)...como,tanto (tal)...como, to ...quanto, mais ....(do) que, menos ....(do) que,assim como.

    Ele to competente quanto Alberto.

    Explicao ou justificativa: os articuladores do tipo pois, que, por-que introduzem uma justificativa ou explicao a algo j anteriormentereferido.

    No se preocupe que eu voltareipoisporque

    As pausas

    Os articuladores so, muitas vezes, substitudos por pausas (marca-das por dois pontos, vrgula, ponto final na escrita). Que podem assinalartipos de relaes diferentes.

    Compramos tudo pela manh: tarde pretendemos viajar. (causalida-de)

    No fique triste. As coisas se resolvero. (justificativa)Ela estava bastante tranquila eu tinha os nervos flor da pele. ( oposi-

    o)No estive presente cerimnia. No posso descrev-la. (concluso)http://www.seaac.com.br/

    A anlise de expresses referenciais fundamental na interpretao dodiscurso. A identificao de expresses correferentes importante emdiversas aplicaes de Processamento da Linguagem Natural. Expressesreferenciais podem ser usadas para introduzir entidades em um discurso oupodem fazer referncia a entidades j mencionadas,podendo fazer uso dereduo lexical.

    Interpretar e produzir textos de qualidade so tarefas muito importantesna formao do aluno. Para realiz-las de modo satisfatrio, essencialsaber identificar e utilizar os operadores sequenciais e argumentativos dodiscurso. A linguagem um ato intencional, o indivduo faz escolhas quan-do se pronuncia oralmente ou quando escreve. Para dar suporte a essasescolhas, de modo a fazer com que suas opinies sejam aceitas ou respei-tadas, fundamental lanar mo dos operadores que estabelecem ligaes(espcies de costuras) entre os diferentes elementos do discurso.

    Autor e Narrador: DiferenasEquipe Aprovao Vest

    Qual , afinal, a diferena entre Autor e Narrador? Existe uma diferenaenorme entre ambos.

    Autor

    um homem do mundo: tem carteira de identidade, vai ao supermer-cado, masca chiclete, eventualmente teve sarampo na infncia e, maiseventualmente ainda, pode at tocar trombone, piano, flauta transversal.Paga imposto.

    Narrador

    um ser intradiegtico, ou seja, um ser que pertence histria que

    est sendo narrada. Est claro que um preposto do autor, mas isso nosignifica que defenda nem compartilhe suas ideias. Se assim fosse, Ma-chado de Assis seria um crpula como Bentinho ou um bgamo, porque,casado com Carolina Xavier de Novais, casou-se tambm com Capitu, foiamante de Virglia e de um sem-nmero de mulheres que permeiam seuscontos e romances.

    O narrador passa a existir a partir do instante que se abre o livro e ele,em primeira ou terceira pessoa, nos conta a histria que o livro guarda.Confundir narrador e autor fazer a loucura de imaginar que, morto o autor,todos os seus narradores morreriam junto com ele e que, portanto, nodisporamos mais de nenhuma narrativa dele.

    GNEROS TEXTUAIS

    Gneros textuais so tipos especficos de textos de qualquer natureza,

    literrios ou no. Modalidades discursivas constituem as estruturas e asfunes sociais (narrativas, dissertativas, argumentativas, procedimentais eexortativas), utilizadas como formas de organizar a linguagem. Dessaforma, podem ser considerados exemplos de gneros textuais: anncios,convites, atas, avisos, programas de auditrios, bulas, cartas, comdias,contos de fadas, convnios, crnicas, editoriais, ementas, ensaios, entrevis-tas, circulares, contratos, decretos, discursos polticos

    A diferena entre Gnero Textuale Tipologia Textual, no meu en-tender, importante para direcionar o trabalho do professor de lngua naleitura, compreenso e produo de textos1. O que pretendemos nestepequeno ensaio apresentar algumas consideraes sobre Gnero Tex-tual e Tipologia Textual, usando, para isso, as consideraes feitas porMarcuschi (2002) e Travaglia (2002), que faz apontamentos questionveis

    para o termo Tipologia Textual. No final, apresento minhas consideraesa respeito de minha escolha pelo gnero ou pela tipologia.

    Convm afirmar que acredito que o trabalho com a leitura, compreen-so e a produo escrita em Lngua Materna deve ter como meta primordialo desenvolvimento no aluno de habilidades que faam com que ele tenhacapacidade de usar um nmero sempre maior de recursos da lngua paraproduzir efeitos de sentido de forma adequada a cada situao especficade interao humana.

    Luiz Antnio Marcuschi (UFPE) defende o trabalho com textos na esco-la a partir da abordagem do Gnero Textual Marcuschi no demonstrafavorabilidade ao trabalho com a Tipologia Textual, uma vez que, para ele,o trabalho fica limitado, trazendo para o ensino alguns problemas, uma vezque no possvel, por exemplo, ensinar narrativa em geral, porque, embo-

    ra possamos classificar vrios textos como sendo narrativos, eles se con-cretizam em formas diferentes gneros que possuem diferenas espec-ficas.

    Por outro lado, autores como Luiz Carlos Travaglia (UFUberlndia/MG)defendem o trabalho com a Tipologia Textual. Para o autor, sendo ostextos de diferentes tipos, eles se instauram devido existncia de diferen-tes modos de interao ou interlocuo. O trabalho com o texto e com osdiferentes tipos de texto fundamental para o desenvolvimento da compe-tncia comunicativa. De acordo com as ideias do autor, cada tipo de texto apropriado para um tipo de interao especfica. Deixar o aluno restrito aapenas alguns tipos de texto fazer com que ele s tenha recursos paraatuar comunicativamente em alguns casos, tornando-se incapaz, ou poucocapaz, em outros. Certamente, o professor teria que fazer uma espcie de

    levantamento de quais tipos seriam mais necessrios para os alunos, para,a partir da, iniciar o trabalho com esses tipos mais necessrios.

    Marcuschi afirma que os livros didticos trazem, de maneira equivoca-da, o termo tipo de texto. Na verdade, para ele, no se trata de tipo detexto, mas de gnero de texto. O autor diz que no correto afirmar que acarta pessoal, por exemplo, um tipo de texto como fazem os livros. Eleatesta que a carta pessoal um Gnero Textual.

    O autor diz que em todos os gneros os tipos se realizam, ocorrendo,muitas das vezes, o mesmo gnero sendo realizado em dois ou mais tipos.Ele apresenta uma carta pessoal3como exemplo, e comenta que ela podeapresentar as tipologias descrio, injuno, exposio, narrao e argu-mentao. Ele chama essa miscelnea de tipos presentes em um gnero

    de heterogeneidade tipolgica.Travaglia (2002) fala em conjugao tipolgica. Para ele, dificilmente

    so encontrados tipos puros. Realmente raro um tipo puro. Num textocomo a bula de remdio, por exemplo, que para Fvero & Koch (1987) um texto injuntivo, tem-se a presena de vrias tipologias, como a descri-

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    o, a injuno e a predio. Travaglia afirma que um texto se define comode um tipo por uma questo de dominncia, em funo do tipo de interlocu-o que se pretende estabelecer e que se estabelece, e no em funo doespao ocupado por um tipo na constituio desse texto.

    Quando acontece o fenmeno de um texto ter aspecto de um gneromas ter sido construdo em outro, Marcuschi d o nome de intertextuali-dade intergneros. Ele explica dizendo que isso acontece porque ocorreuno texto a configurao de uma estrutura intergneros de natureza altamen-

    te hbrida, sendo que um gnero assume a funo de outro.

    Travaglia no fala de intertextualidade intergneros, mas fala de umintercmbio de tipos. Explicando, ele afirma que um tipo pode ser usadono lugar de outro tipo, criando determinados efeitos de sentido impossveis,na opinio do autor, com outro dado tipo. Para exemplificar, ele fala dedescries e comentrios dissertativos feitos por meio da narrao.

    Resumindo esse ponto, Marcuschi traz a seguinte configurao terica: intertextualidade intergneros = um gnero com a funo de outro heterogeneidade tipolgica = um gnero com a presena de vrios

    tiposTravaglia mostra o seguinte: conjugao tipolgica = um texto apresenta vrios tipos intercmbio de tipos = um tipo usado no lugar de outro

    Aspecto interessante a se observar que Marcuschi afirma que os g-neros no so entidades naturais, mas artefatos culturais construdoshistoricamente pelo ser humano. Um gnero, para ele, pode no ter umadeterminada propriedade e ainda continuar sendo aquele gnero. Paraexemplificar, o autor fala, mais uma vez, da carta pessoal. Mesmo que oautor da carta no tenha assinado o nome no final, ela continuar sendocarta, graas as suas propriedades necessrias e sufic ientes.Ele diz, ainda,que uma publicidade pode ter o formato de um poema ou de uma lista deprodutos em oferta. O que importa que esteja fazendo divulgao deprodutos, estimulando a compra por parte de clientes ou usurios daqueleproduto.

    Para Marcuschi, Tipologia Textual um termo que deve ser usado pa-ra designar uma espcie de sequncia teoricamente definida pela naturezalingustica de sua composio. Em geral, os tipos textuais abrangem ascategorias narrao, argumentao, exposio, descrio e injuno (Swa-les, 1990; Adam, 1990; Bronckart, 1999).Segundo ele, o termo TipologiaTextual usado para designar uma espcie de sequncia teoricamentedefinida pela natureza lingustica de sua composio (aspectos lexicais,sintticos, tempos verbais, relaes lgicas) (p. 22).

    Gnero Textual definido pelo autor como uma noo vaga para ostextos materializados encontrados no dia-a-dia e que apresentam caracte-rsticas scio-comunicativas definidas pelos contedos, propriedadesfuncionais, estilo e composio caracterstica.

    Travaglia define Tipologia Textualcomo aquilo que pode instaurar ummodo de interao, uma maneira de interlocuo, segundo perspectivasque podem variar. Essas perspectivas podem, segundo o autor, estarligadas ao produtor do texto em relao ao objeto do dizer quanto ao fa-zer/acontecer, ou conhecer/saber, e quanto insero destes no tempoe/ou no espao. Pode ser possvel a perspectiva do produtor do texto dadapela imagem que o mesmo faz do receptor como algum que concorda ouno com o que ele diz. Surge, assim, o discurso da transformao, quandoo produtor v o receptor como algum que no concorda com ele. Se oprodutor vir o receptor como algum que concorda com ele, surge o discur-so da cumplicidade. Tem-se ainda, na opinio de Travaglia, uma perspecti-va em que o produtor do texto faz uma antecipao no dizer. Da mesmaforma, possvel encontrar a perspectiva dada pela atitude comunicativa decomprometimento ou no. Resumindo, cada uma das perspectivas apre-sentadas pelo autor gerar um tipo de texto. Assim, a primeira perspectiva

    faz surgir os tipos descrio, dissertao, injuno e narrao.A segun-da perspectiva faz com que surja o tipo argumentativo stricto sensu6 eno argumentativo stricto sensu. A perspectiva da antecipao faz surgiro tipo preditivo. A do comprometimento d origem a textos do mundocomentado (comprometimento) e do mundo narrado (no comprometi-

    mento) (Weirinch, 1968). Os textos do mundo narrado seriam enquadrados,de maneira geral, no tipo narrao. J os do mundo comentado ficariam notipo dissertao.

    Travaglia diz que o Gnero Textual se caracteriza por exercer umafuno social especfica. Para ele, estas funes sociais so pressentidas evivenciadas pelos usurios. Isso equivale dizer que, intuitivamente, sabe-mos que gnero usar em momentos especficos de interao, de acordocom a funo social dele. Quando vamos escrever um e-mail, sabemos que

    ele pode apresentar caractersticas que faro com que ele funcione demaneira diferente. Assim, escrever