tutela e responsabilidade penal lei 9605/98 lei da natureza

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Tutela Penal e Processo Penal do Meio Ambiente Professora: Ms. Marli Deon Sette – 2010/2 e-mail [email protected] ou [email protected] Web: www.marli.ladesom.com.br Obs: Este Material não substitui a bibliografia recomendada Foto Rio Papagaio. TUTELA e RESPONSABILIDADE PENAL - PowerPoint PPT Presentation

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 22

TUTELA eTUTELA e

RESPONSABILIDADE PENALRESPONSABILIDADE PENAL

Lei 9605/98Lei 9605/98

Lei da NaturezaLei da Natureza

Tutela Penal Tutela Penal e Processo e Processo

Penal do Meio Penal do Meio AmbienteAmbiente

Professora: Ms. Marli Deon Sette – 2010/2Professora: Ms. Marli Deon Sette – 2010/2e-mail e-mail [email protected] ou ou [email protected] Web: Web: www.marli.ladesom.com.br Obs: Este Material não substitui a bibliografia Obs: Este Material não substitui a bibliografia recomendadarecomendadaFoto Rio Papagaio.Foto Rio Papagaio.

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 33

Tutela penal e processual penal do MATutela penal e processual penal do MA

Base: Base: Lei 9605/98Lei 9605/98

Lei da NaturezaLei da Natureza

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 44

Tutela penal e processual penal do MATutela penal e processual penal do MA

Introdução: Introdução: Leis Esparsas e Confusas - Leis Esparsas e Confusas - Antes da Antes da promulgação da lei 9605/98 os crimes ambientais eram promulgação da lei 9605/98 os crimes ambientais eram tratados de forma esparsa, nas leis extravagantes. tratados de forma esparsa, nas leis extravagantes.

Código Penal arts.: 163 – crime de dano; 250 § 1º, h – Código Penal arts.: 163 – crime de dano; 250 § 1º, h – causar incêndio em lavoura; e 267 a 271 – crimes contra a causar incêndio em lavoura; e 267 a 271 – crimes contra a saúde pública;saúde pública;

Lei de Contravenções Penais: art. 38 – Poluição do ar e art. Lei de Contravenções Penais: art. 38 – Poluição do ar e art. 42 poluição sonora;42 poluição sonora;

Código Florestal: Lei 4.771/69, arts. 26 a 36;Código Florestal: Lei 4.771/69, arts. 26 a 36; Lei 6.938/81: art. 14, incisos e parágrafos.Lei 6.938/81: art. 14, incisos e parágrafos. Lei de Proteção à fauna: Código de Caça, Lei 5197, art. 27 a Lei de Proteção à fauna: Código de Caça, Lei 5197, art. 27 a

34;34; Lei de Danos Nucleares: Lei 6453/77, arts. 19 a 27;Lei de Danos Nucleares: Lei 6453/77, arts. 19 a 27; Lei de Agrotóxicos: Lei 7802/89, arts. 15,16 e 17;Lei de Agrotóxicos: Lei 7802/89, arts. 15,16 e 17; Lei da Ação Civil Pública: Lei 7347/85, art. 10, para aquele Lei da Ação Civil Pública: Lei 7347/85, art. 10, para aquele

que recusa, omite ou retarda dados requisitados pelo MP.que recusa, omite ou retarda dados requisitados pelo MP.

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 55

Tutela penal e processual penal do MATutela penal e processual penal do MA

Onde está sistematizada Onde está sistematizada a responsabilidade a responsabilidade

penal?penal?

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 66

Lei 9605/98Lei 9605/98

Constitucional: Art. 225, Constitucional: Art. 225, § 3º CF/88§ 3º CF/88

§ 3º - As condutas e atividades consideradas § 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções sanções penais penais e administrativas, e administrativas, independentemente da obrigação de reparar independentemente da obrigação de reparar os danos causados.os danos causados.

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 77

Lei 9605/98Lei 9605/98

Lei 9605/98Lei 9605/98 Geral - Geral - A lei 9605/98 sistematizou, em 82 A lei 9605/98 sistematizou, em 82

art., os crimes ambientais , permanecendo art., os crimes ambientais , permanecendo aplicáveis os das legislações aplicáveis os das legislações extravagantes que não foram extravagantes que não foram expressamente revogados.expressamente revogados.

tratamento mais tratamento mais orgânicoorgânico e sistêmico. e sistêmico. deve-se fazer uso da tutela penal quando deve-se fazer uso da tutela penal quando

ocorrer situações que agridam os valores ocorrer situações que agridam os valores fundamentais da sociedade, após fundamentais da sociedade, após esgotarem-se os mecanismos da esgotarem-se os mecanismos da responsabilidade civil e administrativa.responsabilidade civil e administrativa.

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 88

Lei 9605/98Lei 9605/98

Qual é o objetivo da Qual é o objetivo da responsabilidade penal? Qual é o responsabilidade penal? Qual é o Bem jurídico protegido?Bem jurídico protegido?

O bem jurídico protegido é meio O bem jurídico protegido é meio ambiente em toda a sua amplitude, ambiente em toda a sua amplitude, na abrangência do conjunto.na abrangência do conjunto.

Por meio da responsabilidade penal, Por meio da responsabilidade penal, pune-se àquele que pratica crimes pune-se àquele que pratica crimes contra o meio ambiente.contra o meio ambiente.

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 99

Lei 9605/98Lei 9605/98

Quem pode ser sujeito Quem pode ser sujeito ativo e passivo do dano ativo e passivo do dano

ambiental?ambiental?

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 1010

SUJEITOS

Ativo Passivo

Pessoa Física Pessoa Jurídica União, Estado, DFMun. e coletividade

SujeitosSujeitos

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 1111

A) Sujeito Ativo: A) Sujeito Ativo: qualquer pessoa:qualquer pessoa: FísicaFísica JurídicaJurídica – de direito – de direito privado ou públicoprivado ou público (há (há

divergência no último).divergência no último). Exceto nos crimes próprios ou especiais, de mão Exceto nos crimes próprios ou especiais, de mão

própria ou delitos de atuação pessoal. própria ou delitos de atuação pessoal.

Exemplos:Exemplos: crimes contra a administração ambiental nos art. crimes contra a administração ambiental nos art.

66 e 67, que se referem a figura do funcionário 66 e 67, que se referem a figura do funcionário público.público.

art. 67 - conceder licença para determinada art. 67 - conceder licença para determinada atividade em desacordo com as normas...,atividade em desacordo com as normas...,

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 1212

Sujeito ativoSujeito ativo

Lei 9605/98:Lei 9605/98:

Art. 2Art. 2º -º - “Quem, de qualquer forma, concorre “Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta Lei, para a prática dos crimes previstos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na incide nas penas a estes cominadas, na medida medida da sua culpabilidadeda sua culpabilidade, bem como o diretor, o , bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da sabendo da conduta criminosaconduta criminosa de outrem, de outrem, deixar de impedir a deixar de impedir a sua praticasua pratica, quando podia agir para evita-la”, quando podia agir para evita-la”..

- Lembrar: Lembrar: Ação ou omissãoAção ou omissão

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 1313

Sujeito ativoSujeito ativo

O art. 2O art. 2º º retrocitado, admite retrocitado, admite cumulativamente a responsabilidade cumulativamente a responsabilidade penal, da pessoa jurídica, física – penal, da pessoa jurídica, física – autoras, co-autoras ou partícipes. autoras, co-autoras ou partícipes.

Também responsabiliza àquela que Também responsabiliza àquela que tem conhecimento da conduta tem conhecimento da conduta criminosa de outrem e deixa de criminosa de outrem e deixa de impedir a sua prática (omissão). impedir a sua prática (omissão).

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 1414

Sujeito AtivoSujeito Ativo

Pessoa jurídica: Pessoa jurídica: Art. 3Art. 3ºº . . “As pessoas “As pessoas jurídicas serão responsabilizadas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja casos em que a infração seja cometida por decisão de seu cometida por decisão de seu representante legal ou contratualrepresentante legal ou contratual, ou , ou de seu órgão colegiado, no de seu órgão colegiado, no interesse interesse ou beneficio da sua entidade”ou beneficio da sua entidade”..

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 1515

Sujeito AtivoSujeito Ativo

a.1)Condicionantes para a responsabilização a.1)Condicionantes para a responsabilização da pessoa jurídica:da pessoa jurídica:

1 - que a infração seja cometida por decisão de seu 1 - que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado;órgão colegiado;

2 - no interesse ou benefício da sua entidade.2 - no interesse ou benefício da sua entidade.

Obs.:Obs.: se o ilícito penal ambiental visar à se o ilícito penal ambiental visar à satisfação dos interesses dos dirigentes, sem satisfação dos interesses dos dirigentes, sem vantagem ou benefício para a pessoa jurídicavantagem ou benefício para a pessoa jurídica – – essa essa deixa de ser deixa de ser agente agente do tipo e passa a ser do tipo e passa a ser meiomeio utilizado para a realização do ato. utilizado para a realização do ato.

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 1616

Sujeito AtivoSujeito Ativo

a.2)Tratamento constitucional e a.2)Tratamento constitucional e infraconstitucional:infraconstitucional:

Promovendo significativa mudança no Promovendo significativa mudança no paradigma tradicional, a Constituição paradigma tradicional, a Constituição Federal, expressamente, admitiu a Federal, expressamente, admitiu a responsabilização da pessoa jurídica. responsabilização da pessoa jurídica.

– Art. 173,§5º, Art. 173,§5º, – Art. 225, §3ºArt. 225, §3º– A Lei 9605/98, no seu art. 2º e 3º.A Lei 9605/98, no seu art. 2º e 3º.

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 1717

Sujeito AtivoSujeito Ativo

Registre-se, ainda que a responsabilização Registre-se, ainda que a responsabilização da da pessoa jurídica não excluí a das pessoa jurídica não excluí a das pessoas físicaspessoas físicas, autoras, co-autoras ou , autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato, na medida em partícipes do mesmo fato, na medida em que a empresa, por si mesma, não comete que a empresa, por si mesma, não comete crimes (crimes (art. 3º, § único da Lei 9605/98).art. 3º, § único da Lei 9605/98).

Dupla imputação. Dupla imputação.

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 1818

Sujeito AtivoSujeito Ativo

a.3)Desconsideração da pessoa a.3)Desconsideração da pessoa jurídica:jurídica:

Art. 4ª. Art. 4ª. “Poderá ser desconsiderada a “Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua pessoa jurídica sempre que sua personalidade for personalidade for obstáculo ao obstáculo ao ressarcimento de prejuízosressarcimento de prejuízos causados causados a qualidade do meio ambiente”.a qualidade do meio ambiente”.

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 1919

Sujeito AtivoSujeito Ativo

““Aquele que se esconder por detrás de Aquele que se esconder por detrás de uma sociedade, seja qual for, para praticar uma sociedade, seja qual for, para praticar atos delituosos contra a qualidade do meio atos delituosos contra a qualidade do meio ambiente natural, artificial, cultural e do ambiente natural, artificial, cultural e do trabalho, deverá trabalho, deverá responder responder administrativa, civil e penalmenteadministrativa, civil e penalmente por por eles, com aplicação do instituto da eles, com aplicação do instituto da ‘desconsideração da pessoa jurídica’.‘desconsideração da pessoa jurídica’. CF/88, art. 225, § 3º e art. 14, § 1º Lei CF/88, art. 225, § 3º e art. 14, § 1º Lei 6938/81 (tirar a cobertura da pessoa 6938/81 (tirar a cobertura da pessoa jurídica, aplicando a sanção jurídica, aplicando a sanção penal, penal, administrativa e civil ao individual.administrativa e civil ao individual.

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 2020

Jurisprudência STJJurisprudência STJ

CRIMINAL. RESP. CRIME AMBIENTAL PRATICADO POR PESSOA JURÍDICA.CRIMINAL. RESP. CRIME AMBIENTAL PRATICADO POR PESSOA JURÍDICA.RESPONSABILIZAÇÃO PENAL DO ENTE COLETIVO. POSSIBILIDADE. PREVISÃO CONSTITUCIONAL REGULAMENTADA POR LEI FEDERAL. RESPONSABILIZAÇÃO PENAL DO ENTE COLETIVO. POSSIBILIDADE. PREVISÃO CONSTITUCIONAL REGULAMENTADA POR LEI FEDERAL.

OPÇÃO POLÍTICA DO LEGISLADOR. FORMA DE PREVENÇÃO DE DANOS AO MEIO-AMBIENTE. CAPACIDADE DE AÇÃO. EXISTÊNCIA OPÇÃO POLÍTICA DO LEGISLADOR. FORMA DE PREVENÇÃO DE DANOS AO MEIO-AMBIENTE. CAPACIDADE DE AÇÃO. EXISTÊNCIA JURÍDICA. ATUAÇÃO DOS ADMINISTRADORES EM NOME E PROVEITO DA PESSOA JURÍDICA. CULPABILIDADE COMO JURÍDICA. ATUAÇÃO DOS ADMINISTRADORES EM NOME E PROVEITO DA PESSOA JURÍDICA. CULPABILIDADE COMO RESPONSABILIDADE SOCIAL. CO-RESPONSABILIDADE. PENAS ADAPTADAS À NATUREZA JURÍDICA DO ENTE COLETIVO. ACUSAÇÃO RESPONSABILIDADE SOCIAL. CO-RESPONSABILIDADE. PENAS ADAPTADAS À NATUREZA JURÍDICA DO ENTE COLETIVO. ACUSAÇÃO ISOLADA DO ENTE COLETIVO. IMPOSSIBILIDADE.ISOLADA DO ENTE COLETIVO. IMPOSSIBILIDADE.

ATUAÇÃO DOS ADMINISTRADORES EM NOME E PROVEITO DA PESSOA JURÍDICA.ATUAÇÃO DOS ADMINISTRADORES EM NOME E PROVEITO DA PESSOA JURÍDICA.DEMONSTRAÇÃO NECESSÁRIA. DENÚNCIA INEPTA. RECURSO DESPROVIDO.DEMONSTRAÇÃO NECESSÁRIA. DENÚNCIA INEPTA. RECURSO DESPROVIDO.I. A Lei ambiental, regulamentando preceito constitucional, passou a prever, de forma inequívoca, a possibilidade de penalização I. A Lei ambiental, regulamentando preceito constitucional, passou a prever, de forma inequívoca, a possibilidade de penalização

criminal das pessoas jurídicas por danos ao meio-ambiente.criminal das pessoas jurídicas por danos ao meio-ambiente.III. A responsabilização penal da pessoa jurídica pela prática de delitos ambientais advém de uma escolha política, como forma não III. A responsabilização penal da pessoa jurídica pela prática de delitos ambientais advém de uma escolha política, como forma não

apenas de punição das condutas lesivas ao meio-ambiente, mas como forma mesmo de prevenção geral e especial.apenas de punição das condutas lesivas ao meio-ambiente, mas como forma mesmo de prevenção geral e especial.IV. A imputação penal às pessoas jurídicas encontra barreiras na suposta incapacidade de praticarem uma ação de relevância penal, de IV. A imputação penal às pessoas jurídicas encontra barreiras na suposta incapacidade de praticarem uma ação de relevância penal, de

serem culpáveis e de sofrerem penalidades.serem culpáveis e de sofrerem penalidades.V. Se a pessoa jurídica tem existência própria no ordenamento jurídico e pratica atos no meio social através da atuação de seus V. Se a pessoa jurídica tem existência própria no ordenamento jurídico e pratica atos no meio social através da atuação de seus

administradores, poderá vir a praticar condutas típicas e, portanto, ser passível de responsabilização penal.administradores, poderá vir a praticar condutas típicas e, portanto, ser passível de responsabilização penal.VI. A culpabilidade, no conceito moderno, é a responsabilidade social, e a culpabilidade da pessoa jurídica, neste contexto, limita-se à VI. A culpabilidade, no conceito moderno, é a responsabilidade social, e a culpabilidade da pessoa jurídica, neste contexto, limita-se à

vontade do seu administrador ao agir em seu nome e proveito.vontade do seu administrador ao agir em seu nome e proveito.VII. A pessoa jurídica só pode ser responsabilizada quando houver intervenção de uma pessoa física, que atua em nome e em benefício VII. A pessoa jurídica só pode ser responsabilizada quando houver intervenção de uma pessoa física, que atua em nome e em benefício

do ente moral.do ente moral.VIII. "De qualquer modo, a pessoa jurídica deve ser beneficiária direta ou indiretamente pela conduta praticada por decisão do seu VIII. "De qualquer modo, a pessoa jurídica deve ser beneficiária direta ou indiretamente pela conduta praticada por decisão do seu

representante legal ou contratual ou de seu órgão colegiado.".representante legal ou contratual ou de seu órgão colegiado.".IX. A Lei Ambiental previu para as pessoas jurídicas penas autônomas de multas, de prestação de serviços à comunidade, restritivas de IX. A Lei Ambiental previu para as pessoas jurídicas penas autônomas de multas, de prestação de serviços à comunidade, restritivas de

direitos, liquidação forçada e desconsideração da pessoa jurídica, todas adaptadas à sua natureza jurídica.direitos, liquidação forçada e desconsideração da pessoa jurídica, todas adaptadas à sua natureza jurídica.X. Não há ofensa ao princípio constitucional de que "nenhuma pena passará da pessoa do condenado...", pois é incontroversa a X. Não há ofensa ao princípio constitucional de que "nenhuma pena passará da pessoa do condenado...", pois é incontroversa a

existência de duas pessoas distintas: uma física - que de qualquer forma contribui para a prática do delito - e uma jurídica, cada existência de duas pessoas distintas: uma física - que de qualquer forma contribui para a prática do delito - e uma jurídica, cada qual recebendo a punição de forma individualizada, decorrente de sua atividade lesiva.qual recebendo a punição de forma individualizada, decorrente de sua atividade lesiva.

XI. Há legitimidade da pessoa jurídica para figurar no pólo passivo da relação processual-penal.XI. Há legitimidade da pessoa jurídica para figurar no pólo passivo da relação processual-penal.XII. Hipótese em que pessoa jurídica de direito privado foi denunciada isoladamente por crime ambiental porque, em decorrência de XII. Hipótese em que pessoa jurídica de direito privado foi denunciada isoladamente por crime ambiental porque, em decorrência de

lançamento de elementos residuais nos mananciais dos Rios do Carmo e Mossoró, foram constatadas, em extensão aproximada de lançamento de elementos residuais nos mananciais dos Rios do Carmo e Mossoró, foram constatadas, em extensão aproximada de 5 quilômetros, a salinização de suas águas, bem como a degradação das respectivas faunas e floras aquáticas e silvestres.5 quilômetros, a salinização de suas águas, bem como a degradação das respectivas faunas e floras aquáticas e silvestres.

XIII. A pessoa jurídica só pode ser responsabilizada quando houver intervenção de uma pessoa física, que atua em nome e em benefício XIII. A pessoa jurídica só pode ser responsabilizada quando houver intervenção de uma pessoa física, que atua em nome e em benefício do ente moral.do ente moral.

XIV. A atuação do colegiado em nome e proveito da pessoa jurídica é a própria vontade da empresa.XIV. A atuação do colegiado em nome e proveito da pessoa jurídica é a própria vontade da empresa.XV. A ausência de identificação das pessoa físicas que, atuando em nome e proveito da pessoa jurídica, participaram do evento XV. A ausência de identificação das pessoa físicas que, atuando em nome e proveito da pessoa jurídica, participaram do evento

delituoso, inviabiliza o recebimento da exordial acusatória.delituoso, inviabiliza o recebimento da exordial acusatória.XVI. Recurso desprovido.XVI. Recurso desprovido.(REsp 610.114/RN, Rel. Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, julgado em 17.11.2005, DJ 19.12.2005 p. 463.(REsp 610.114/RN, Rel. Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, julgado em 17.11.2005, DJ 19.12.2005 p. 463.

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 2121

b)Sujeito passivob)Sujeito passivo União, Estados, municípios ou proprietário – União, Estados, municípios ou proprietário –

diretamente; ediretamente; e Coletividade – indiretamente. Coletividade – indiretamente. Nada impede que haja Nada impede que haja dois ou mais sujeitos dois ou mais sujeitos

passivospassivos. . Ex. pessoa que picha o edifício da prefeitura de uma Ex. pessoa que picha o edifício da prefeitura de uma

cidade, dois serão os ofendidos: a comunidade, pela cidade, dois serão os ofendidos: a comunidade, pela lesão ao patrimônio cultural, e o Estado-membro, lesão ao patrimônio cultural, e o Estado-membro, em razão do dano sofrido.em razão do dano sofrido.

Ex 2. o agente ingressa no Ex 2. o agente ingressa no Parque Estadual Mãe Parque Estadual Mãe BonifáciaBonifácia, derruba e subtrai árvores – serão sujeitos , derruba e subtrai árvores – serão sujeitos passivos a passivos a coletividade e o Estadocoletividade e o Estado..

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 2222

Sujeito passivoSujeito passivo

E o Índios?E o Índios?

Sempre que o índio cometer um ilícito penal ao meio Sempre que o índio cometer um ilícito penal ao meio ambiente, por exemplo, a caça de animal silvestre ambiente, por exemplo, a caça de animal silvestre (art. 29 CA), precisa indagar se ele está integrado com (art. 29 CA), precisa indagar se ele está integrado com outros grupos, então, se:outros grupos, então, se:

a) Isoladoa) Isolado - sua ação pode ser considerada como - sua ação pode ser considerada como exercício regular de um direito, excluída, portanto, a exercício regular de um direito, excluída, portanto, a ilicitude ( CP, art. 23, III), juntamente com a Lei ilicitude ( CP, art. 23, III), juntamente com a Lei 6.001/73, o Estatuto do Índio. 6.001/73, o Estatuto do Índio.

b) Vias de integraçãob) Vias de integração (grau de contato com cultura) – (grau de contato com cultura) – será preciso avaliar seu grau de adesão aos modos de será preciso avaliar seu grau de adesão aos modos de existência dos demais setores da visa nacional. existência dos demais setores da visa nacional.

c) Integradoc) Integrado – Em regra é responsabilizado. Não será – Em regra é responsabilizado. Não será fácil reconhecer tal exclusão de ilicitude para livrá-lo fácil reconhecer tal exclusão de ilicitude para livrá-lo da responsabilidade penal.da responsabilidade penal.

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 2323

Sujeito passivoSujeito passivo

OBS.: Na hipótese de ser tutelado da FUNAI, a OBS.: Na hipótese de ser tutelado da FUNAI, a jurisprudência vem entendendo que deve ser jurisprudência vem entendendo que deve ser assistido pelo órgão, sob pena de nulidade do assistido pelo órgão, sob pena de nulidade do processo ( TJSP, RT 566/301, E TJMS, RT 600/392). processo ( TJSP, RT 566/301, E TJMS, RT 600/392). No caso de ser totalmente aculturado (passou No caso de ser totalmente aculturado (passou pelo processo de transformação cultural) e com pelo processo de transformação cultural) e com desenvolvimento mental completo, entende o STF desenvolvimento mental completo, entende o STF ser plena suaser plena sua imputabilidade, inclusive admitindo imputabilidade, inclusive admitindo decreto de prisão preventivadecreto de prisão preventiva ( RT 614/393). ( RT 614/393).

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 2424

Sujeito passivoSujeito passivo

Como é responsabilizado o Como é responsabilizado o sujeito ativo?sujeito ativo?

Objetiva ou subjetivamente?Objetiva ou subjetivamente?

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 2525

Lei 9605/98Lei 9605/98

Responsabilidade subjetivaResponsabilidade subjetiva Elemento subjetivo:Elemento subjetivo:

A responsabilidade penal é determinada pela A responsabilidade penal é determinada pela culpabilidadeculpabilidade,, não fugindo à regra. Os crimes ambientais, portanto, podem não fugindo à regra. Os crimes ambientais, portanto, podem ser punidos a título de dolo ou culpa.ser punidos a título de dolo ou culpa.

Crime dolosoCrime doloso ( art. 15, inc. I CP) – ocorre quando o agente ( art. 15, inc. I CP) – ocorre quando o agente quer ou assume o resultado.quer ou assume o resultado.

– Ex. Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de Ex. Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação permanente, mesmo que em formação, ou preservação permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção:utilizá-la com infringência das normas de proteção:

– Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.as penas cumulativamente.

Crime culposoCrime culposo ( art. 15, II CP) - o agente deu causa por ( art. 15, II CP) - o agente deu causa por negligência, imprudência ou imperícia. negligência, imprudência ou imperícia.

– Ex. art. 38, Parágrafo único. Se o crime for culposo, a Ex. art. 38, Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.pena será reduzida à metade.

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 2626

Lei 9605/98Lei 9605/98

Crimes ambientais:Crimes ambientais: Como identificar se um Como identificar se um crime ambiental é culposo ou doloso?crime ambiental é culposo ou doloso?

Culposo: é ele expresso em lei. Culposo: é ele expresso em lei. Doloso: quando a lei é silente. Doloso: quando a lei é silente. Ex. art. 54,§ 1 da Lei 9605/98Ex. art. 54,§ 1 da Lei 9605/98

Art. 54. “Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que Art. 54. “Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos a saúde humana, ou que resultem ou possam resultar em danos a saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora:da flora:

   Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.    § 1 . Se o crime e culposo:§ 1 . Se o crime e culposo:    Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa”.Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa”.

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 2727

Lei 9605/98Lei 9605/98

Contravenção Penal:Contravenção Penal: infração penal de menor infração penal de menor potencial ofensivo – crime anão. Decreto-Lei nº potencial ofensivo – crime anão. Decreto-Lei nº 3.688/1941). 3.688/1941).

É a infração penal que a lei, isoladamente, pune com a É a infração penal que a lei, isoladamente, pune com a pena de prisão simples (não se fala reclusão ou pena de prisão simples (não se fala reclusão ou detenção) ou de multa, ou ambas, alternativa ou detenção) ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumuladamente. È um “crime menor”, enquadrado cumuladamente. È um “crime menor”, enquadrado dentro das normas legais que regem as Contravenções dentro das normas legais que regem as Contravenções Penais.Penais.

– Apenados até 1 ano. Apenados até 1 ano.

– Deve-se, todavia, ter em conta o dolo ou a culpa, se a Deve-se, todavia, ter em conta o dolo ou a culpa, se a lei faz depender, de um ou de outro, qualquer efeito lei faz depender, de um ou de outro, qualquer efeito jurídico. jurídico. (art. 3º do Dec.)(art. 3º do Dec.)

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Lei 9605/98Lei 9605/98

Teoria adotadaTeoria adotada

Crimes de danoCrimes de dano: aquele crime que só se consuma : aquele crime que só se consuma com a efetiva lesão do bem jurídico. com a efetiva lesão do bem jurídico.

Crime de perigo: Crime de perigo: se consuma com a simples se consuma com a simples possibilidade de dano, consagrado pela Lei possibilidade de dano, consagrado pela Lei 9605/98, visto que, o dano muitas vezes é 9605/98, visto que, o dano muitas vezes é irreversível. (mera conduta). irreversível. (mera conduta).

Exemplo: art. 54: Exemplo: art. 54: “causar poluição de qualquer natureza em “causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana....”níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana....”

LembrarLembrar: O legislador descartou a necessidade da : O legislador descartou a necessidade da ocorrência do ocorrência do dano para imputação penal, dano para imputação penal, bastando apenas a bastando apenas a probabilidade de ocorrer. probabilidade de ocorrer.

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Lei 9605/98Lei 9605/98

Ainda que na esfera penal seja Ainda que na esfera penal seja admitida a teoria do crime de perigo, admitida a teoria do crime de perigo, para acumular a responsabilidade para acumular a responsabilidade civil é necessária a ocorrência do civil é necessária a ocorrência do dano efetivo. dano efetivo.

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Tutela penal e processual penal do MATutela penal e processual penal do MA

Peculiaridades em Peculiaridades em relação aos crimes relação aos crimes

ambientaisambientais

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Tutela penal e processual penal do MATutela penal e processual penal do MA

Em penal, na maioria dos crimes se Em penal, na maioria dos crimes se faz necessário o tipo objetivo - faz necessário o tipo objetivo - núcleo do tipo.núcleo do tipo.

Em ambiental, normalmente as Em ambiental, normalmente as normas penais são: normas penais são:

A) Em brancoA) Em branco

B) AbertoB) Aberto

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Lei 9605/98em diLei 9605/98em di

Tipo penal: Tipo penal:

A) Norma Penal em BrancoA) Norma Penal em Branco

Dependem de complementação de outros dispositivos legais e Dependem de complementação de outros dispositivos legais e extra-legais (aspecto técnico, complexo e multidisciplinar)extra-legais (aspecto técnico, complexo e multidisciplinar)

Complementação por meio de: Complementação por meio de: a) disposição prevista na mesma lei; a) disposição prevista na mesma lei; b) disposição contida em outra lei, b) disposição contida em outra lei, c) disposição emanada de outro poder, ou seja, de um ato c) disposição emanada de outro poder, ou seja, de um ato administrativo. administrativo.

obs.: em direito penal, em regra, usa-se leis para complementação obs.: em direito penal, em regra, usa-se leis para complementação homogênea e portarias para complementação heterogênea (outro homogênea e portarias para complementação heterogênea (outro órgão complementa)órgão complementa)

Tipo Penal

Norma penal em branco Norma penal aberta Elemento Normativo

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Lei 9605/98Lei 9605/98

Exemplos retirados da Lei 9.605/98:Exemplos retirados da Lei 9.605/98:

– art. 29 § 4º, I e VI- não estão descriminadas as espécies art. 29 § 4º, I e VI- não estão descriminadas as espécies raras ou consideradas ameaçadas de extinção - raras ou consideradas ameaçadas de extinção - todo ano todo ano o IBAMA lança uma lista determinando as espécies;o IBAMA lança uma lista determinando as espécies;

– art. 34 caput” e § único, I e II- pesca em período de art. 34 caput” e § único, I e II- pesca em período de piracema; piracema; todo ano é divulgado qual o período de todo ano é divulgado qual o período de piracema;piracema;

– art. 36 - espécies em extinção de peixes; art. 36 - espécies em extinção de peixes; quais espécies?quais espécies?

– art. 45 - madeira de lei, classificada pelo Poder Público; art. 45 - madeira de lei, classificada pelo Poder Público; poder público tem que classificar;poder público tem que classificar;

– art. 56 – exigências estabelecidas em lei; art. 56 – exigências estabelecidas em lei; a lei estabelece a lei estabelece quais as exigênciasquais as exigências

– e outros maise outros mais

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Lei 9605/98Lei 9605/98

B) Tipo penal aberto:B) Tipo penal aberto: A norma permite a inserção de situações análogas.A norma permite a inserção de situações análogas. Por força do princípio da legalidade ou da reserva legal (CP, art. Por força do princípio da legalidade ou da reserva legal (CP, art.

1º), a norma penal deve 1º), a norma penal deve descrever por completo as descrever por completo as características do fatocaracterísticas do fato, a fim de que o agente possa defender-se. , a fim de que o agente possa defender-se.

Em matéria de Em matéria de direito penal ambientaldireito penal ambiental isso nem sempre é isso nem sempre é possível. possível.

Muitas das condutas lesivas ao meio ambiente não permitem Muitas das condutas lesivas ao meio ambiente não permitem uma uma descrição direta e objetiva,descrição direta e objetiva,

Exemplo:Exemplo: Crime PenalCrime Penal: : Homicídio tem a descrição mais clara possível: Homicídio tem a descrição mais clara possível:

matar alguém. matar alguém. Crime ambiental:Crime ambiental: crime de poluição, cujas formas são múltiplas e crime de poluição, cujas formas são múltiplas e se modificam permanentemente. se modificam permanentemente.

Art. 54:Art. 54: “causar poluição em niveis tais que…”“causar poluição em niveis tais que…”

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Lei 9605/98Lei 9605/98

c) Elemento normativos do tipo:c) Elemento normativos do tipo:

Os elementos normativos dizem respeito à Os elementos normativos dizem respeito à antijuricidadeantijuricidade e são designados por expressões como:e são designados por expressões como:– indevidamente indevidamente ( art. 151 CP)( art. 151 CP) – sem justa causasem justa causa ( art. 153 CP)( art. 153 CP)– sem consentimento de quem de direitosem consentimento de quem de direito ( art. 164 CP)( art. 164 CP)– sem licença da autoridade competente sem licença da autoridade competente entre outros (art. entre outros (art.

29 da Lei 9605/98).29 da Lei 9605/98).

Exemplo: Exemplo: realizar desmate tanto pode ser ilícito penal realizar desmate tanto pode ser ilícito penal como fato atípico, porquanto o desmate não só pode ser como fato atípico, porquanto o desmate não só pode ser proibido como também permitida, mediante licença proibido como também permitida, mediante licença ambiental única – LAU.ambiental única – LAU.

Na Lei 9605/98 é possível encontrarmos várias dessas Na Lei 9605/98 é possível encontrarmos várias dessas expressões nos seus dispositivos penais, exemplos: arts. expressões nos seus dispositivos penais, exemplos: arts. 29,44,45,46,§ único, 51,52,55,56,60,63 e 64.29,44,45,46,§ único, 51,52,55,56,60,63 e 64.

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EXCLUDENTES

Antijuricidade, ou excludentes de ilicitude

Culpabilidade

Excludentes:Excludentes:

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Excludentes

A) Causas excludentes de ilicitude A) Causas excludentes de ilicitude (CP: Art. 23 - Não há crime (CP: Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato).quando o agente pratica o fato).

a.1) estado de necessidadea.1) estado de necessidade – situação de absoluta necessidade.– situação de absoluta necessidade. Ex. - imagine v/c passeando por uma floresta e aparece uma Ex. - imagine v/c passeando por uma floresta e aparece uma

onça na sua frente, o que v/c faria? onça na sua frente, o que v/c faria? a.2) legítima defesa a.2) legítima defesa –– situação em que o agente pratica para se situação em que o agente pratica para se

defender.defender. Requisitos: agressão injusta, atual ou iminente.Requisitos: agressão injusta, atual ou iminente. Além de ameaça a direito próprio ou alheio; situação não Além de ameaça a direito próprio ou alheio; situação não

provocada voluntariamente pelo agente e inexistência de dever provocada voluntariamente pelo agente e inexistência de dever legal de enfrentar o perigo.legal de enfrentar o perigo.

Ex. matar um cachorro que está sendo utilizado por outra Ex. matar um cachorro que está sendo utilizado por outra pessoa para me atacar.pessoa para me atacar.

a.3) estrito cumprimento do dever legala.3) estrito cumprimento do dever legal. Ex. policial matar animal . Ex. policial matar animal que ataca criança.que ataca criança.

a.4) exercício regular do direito.a.4) exercício regular do direito. Ex. penal: Pai dar pequenos Ex. penal: Pai dar pequenos castigos ao educar o filho. Ambiental: adestrador dando castigos ao educar o filho. Ambiental: adestrador dando pequenas pancadas.pequenas pancadas.

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Cuidado com a diferença entre legitima defesa e estado de Cuidado com a diferença entre legitima defesa e estado de necessidade.necessidade.

A agressão para permitir legitima defesa, é agressão A agressão para permitir legitima defesa, é agressão humana. A agressão de animal não é legitima humana. A agressão de animal não é legitima defesa. defesa.

Ex. leão foge e vem para cima do sujeito, o sujeito Ex. leão foge e vem para cima do sujeito, o sujeito mata em mata em estado de necessidade.estado de necessidade.

A única exceção é quando o animal é usado como A única exceção é quando o animal é usado como instrumento de ataque humano.instrumento de ataque humano.

Ex. cachorro esta sendo utilizado pelo dono para me Ex. cachorro esta sendo utilizado pelo dono para me matar, mato o cachorro em matar, mato o cachorro em legitima defesa.legitima defesa.

(Luiz Flávio Gomes).(Luiz Flávio Gomes).

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Excludentes

Além das excludentes previstas no próprio Código Além das excludentes previstas no próprio Código Penal, a Lei 9605/98 determinou no Art. 37 que Penal, a Lei 9605/98 determinou no Art. 37 que não é crime o abate de animal, quando realizado: não é crime o abate de animal, quando realizado:

– I - em estado de necessidade, para saciar a fome do I - em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua família; agente ou de sua família;

– II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou destruidora de animais, desde que legal e predatória ou destruidora de animais, desde que legal e expressamente autorizado pela autoridade competente;expressamente autorizado pela autoridade competente;

– III - por ser nocivo o animal, desde que assim III - por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão competente.caracterizado pelo órgão competente.

Também não configurará crime quando houver Também não configurará crime quando houver autorização competenteautorização competente ou o ou o animal for animal for caracterizado nocivocaracterizado nocivo ( art. 46, inc. II e IV da Lei ( art. 46, inc. II e IV da Lei 9605/98 e art. 3º, §2º da Lei 5.197/67).9605/98 e art. 3º, §2º da Lei 5.197/67).

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Excludentes

B) A culpabilidade: B) A culpabilidade: Elementos que compõem a Elementos que compõem a culpabilidade:culpabilidade:a) imputabilidadea) imputabilidade; ; b) potencial consciência da ilicitudeb) potencial consciência da ilicitude: “O : “O princípio de que em matéria penal não se pode princípio de que em matéria penal não se pode invocar a ignorância da lei não abrange os invocar a ignorância da lei não abrange os casos em que algum elemento integrante da casos em que algum elemento integrante da norma, como regra ocorre com as chamadas norma, como regra ocorre com as chamadas normas penais em branco, exija informação normas penais em branco, exija informação técnica mais profunda do agente”(JUTACrim técnica mais profunda do agente”(JUTACrim 72/361).72/361).Ex. pessoa com barco de pesca com todos os Ex. pessoa com barco de pesca com todos os petrechos necessário para uma boa pescaria, é petrechos necessário para uma boa pescaria, é pego no pantanal na época da piracema. MT e pego no pantanal na época da piracema. MT e MS.)MS.)c) exigibilidade de conduta diversa.c) exigibilidade de conduta diversa.

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Excludentes

São excludentes de culpabilidadeSão excludentes de culpabilidade::

1 - erro de proibição:1 - erro de proibição: a pessoa desconhece o a pessoa desconhece o caráter criminoso daquilo que pratica.caráter criminoso daquilo que pratica.

Ocorre muito em ambiental em decorrência das Ocorre muito em ambiental em decorrência das norma penal em branco. art. 21 CP.norma penal em branco. art. 21 CP.

2 – coação moral irresistível;2 – coação moral irresistível;

3 - inimputabilidade por embriaguez completa, 3 - inimputabilidade por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maiorproveniente de caso fortuito ou força maior, , entre outras mais.entre outras mais.

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Princípio da Insignificância: Princípio da Insignificância: é admitido é admitido em D.Ambiental (casca para chá), porém em D.Ambiental (casca para chá), porém pouco aplicado já que as penas são leves pouco aplicado já que as penas são leves e, geralmente, admitem a transação ou e, geralmente, admitem a transação ou suspensão do processo.suspensão do processo.

Exige Exige cautelacautela no seu uso. no seu uso.

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Lei 9605/98Lei 9605/98

Quais são as sanções Quais são as sanções Penais Previstas?Penais Previstas?

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Lei 9605/98Lei 9605/98

Sanções PenaisSanções Penais::Para a imposição e gradação da Para a imposição e gradação da penalidade, a autoridade competente penalidade, a autoridade competente observará o que determina o art. 6º da Lei observará o que determina o art. 6º da Lei 9.605/98: 9.605/98:

a gravidade do fatoa gravidade do fato: meio ambiente e saúde : meio ambiente e saúde públicapública

os antecedentes do infratoros antecedentes do infrator: já ter outro : já ter outro inquérito ou benefício de suspensãoinquérito ou benefício de suspensão

a situação econômica do infratora situação econômica do infrator, no caso de , no caso de multa.multa.

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Sanção PenalSanção Penal

Pessoas FísicasPessoas Físicas

Privativa dePrivativa deLiberdadeLiberdade

Restritivas Restritivas de direitosde direitos MultaMulta

a) Pessoas Físicasa) Pessoas Físicas

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Pessoas Físicas

a)a)Privativa de liberdade

Tradicionais reclusão (pode iniciar com regime fechado, semi-aberto ou aberto) e detenção (pode iniciar com regime semi-aberto ou aberto), para os ilícitos penais e, prisão simples (inicia com aberto e normalmente substitui por restritiva de direito), para as contravenções;

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Pessoas Físicas

b) Restritivas de direitob) Restritivas de direito

b.1 - Requisitosb.1 - RequisitosAs penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade quando nos casos em que:

I - tratar-se de crime culposo;

II - for aplicada a pena privativa de liberdade até quatro anos;

III- a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstancias do crime indicarem que a substituição seja suficiente para efeitos de reprovação e prevenção do crime ( art. 7º, I e II, Lei 9.605/98).

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Pessoas Físicas

Terão a mesma duração da pena privativa de liberdade substituída.

Assim, somente os arts. 35,40,54,§§ 2º e 3º, e 56, §2º, não admitiriam a substituição da pena de prisão pela restritiva de direito, caso fosse aplicada a pena máxima de 05 anos.

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Pessoas Físicas

b.2 - As penas restritivas de direito são: b.2 - As penas restritivas de direito são: ( art. 8º): ( art. 8º):

I) prestação de serviços a comunidade; serviços em Ucs, jardins, parques...( arts. 8º, I e 9º);

II) interdição temporária de direitos: - proibição de o condenado contratar com o Poder

Publico, - de receber incentivos fiscais ou quaisquer outros

benefícios,- de participar de licitações, pelo prazo de cinco

anos, no caso de crimes dolosos, e de três anos, no de crimes culposos ( arts. 8, II e 10);

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Pessoas Físicas

III) suspensão parcial ou total de atividades; quando estas não estiverem obedecendo as prescrições legais ( arts. 8,III e 11);

IV) - prestação pecuniária: consiste no pagamento em dinheiro a vitima ou a entidade publica ou privada com fim social, de importância, fixada pelo juiz, não inferior a um salário mínimo nem superior a trezentos e sessenta salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual reparação civil a que for condenado o infrator ( arts. 8º, IV e 12);

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Pessoas Físicas

V) recolhimento domiciliar. O recolhimento domiciliar baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado, que deverá, sem vigilância, trabalhar, freqüentar curso ou exercer atividade autorizada, permanecendo recolhido nos dias e horários de folga em residência ou em qualquer local destinado a sua moradia habitual, conforme estabelecido na sentença condenatória. ( arts. 8º, V e 13).

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Pessoas Físicas

C - Pena de MultaC - Pena de Multa

A multa será calculada segundo os critérios do Código Penal; se revelar-se ineficaz, ainda que aplicada no valor máximo, poderá ser aumentada ate três vezes, tendo em vista o valor da vantagem econômica auferida ( art. 18 da Lei 9.605/98).

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5353Marli Deon SetteMarli Deon Sette

Sanção PenalSanção Penal

Pessoas JurídicasPessoas Jurídicas

multamulta restritivas restritivas de direitosde direitos

prestação deprestação de serviçosserviços

a comunidadea comunidade

Liquidação Liquidação ForçadaForçada

b) Pessoas b) Pessoas JurídicasJurídicas

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Pessoas Jurídicas

Atenção:

Conforme determina o art. 21, as penas aplicáveis isolada, cumulativa ou alternativamente as pessoas jurídicas, de acordo com o disposto no art. 3 , são:

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Pessoas Jurídicas

I - multa;I - multa;

aplica-se a regra comum estampada no aplica-se a regra comum estampada no art. 18;art. 18;

““Art. 18. A multa será calculada segundo os critérios do Código Art. 18. A multa será calculada segundo os critérios do Código Penal; se revelar-se ineficaz, ainda que aplicada no valor máximo, Penal; se revelar-se ineficaz, ainda que aplicada no valor máximo, poderá ser aumentada ate três vezes, tendo em vista o valor da poderá ser aumentada ate três vezes, tendo em vista o valor da vantagem econômica auferida”.vantagem econômica auferida”.

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 5656

Pessoas Jurídicas

II - restritivas de direitos:II - restritivas de direitos:a) suspensão parcial ou total de atividades; A suspensão

de atividades será aplicada quando estas não estiverem obedecendo as disposições legais ou regulamentares, relativas a proteção do meio ambiente ( art.22, I e § 1º);

b) interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade; A interdição será aplicada quando o estabelecimento, obra ou atividade estiver funcionando sem a devida autorização, ou em desacordo com a concedida, ou com violação de disposição legal ou regulamentar ( art.22, II e § 2º);

c) proibição de contratar com o Poder Publico, bem como dele obter subsídios, subvenções ou doações - A proibição de contratar com o Poder Publico e dele obter subsídios, subvenções ou doações não poderá exceder o prazo de dez anos( art.22, III e § 3º).

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 5757

Pessoas Jurídicas

III - prestação de serviços a comunidade, III - prestação de serviços a comunidade, poderá ocorrer por meio depoderá ocorrer por meio de::

a - custeio de programas e de projetos ambientais;

b - execução de obras de recuperação de áreas degradadas;

c - manutenção de espaços públicos;

d - contribuições a entidades ambientais ou culturais publicas.

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Pessoas Jurídicas

IV - Liquidação ForçadaIV - Liquidação Forçada

A pessoa jurídica constituída ou utilizada, preponderantemente, com o fim de permitir, facilitar ou ocultar a prática de crime definido nesta Lei terá decretada sua liquidação forçada, seu patrimônio será considerado instrumento do crime e como tal perdido em favor do Fundo Penitenciário Nacional.

Ex: Pet shop para venda de pássaros nativos.

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5959Marli Deon SetteMarli Deon Sette

Sanção PenalSanção Penal

Pessoas FísicasPessoas Físicas

Privativa dePrivativa deLiberdadeLiberdade

Restritivas Restritivas de direitosde direitos MultaMulta

Pessoas Jurídicas

Multarestritivas restritivas de direitosde direitos

prestação deprestação de serviçosserviços

a comunidadea comunidade

Liquidação Liquidação ForçadaForçada

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 6060

Lei 9605/98Lei 9605/98

Circunstâncias atenuantes e agravantes:

A - atenuante (art. 14):

I - baixo grau de instrução ou escolaridade do agente;

II - arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação do dano, ou limitação significativa da degradação ambiental causada;

III - comunicação previa pelo agente do perigo iminente de degradação ambiental;

IV - colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle ambiental.

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 6161

Circunstâncias

B – agravantes: (aumento de pena - art. 15 CA - similar art. 61 CP):

I - reincidência nos crimes de natureza ambiental;II - ter o agente cometido a infração:a) para obter vantagem pecuniária: b) coagindo outrem para a execução material da infração; c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde

publica ou o meio ambiente; d) concorrendo para danos a propriedade alheia; e) tingindo áreas de unidades de conservação ou áreas

sujeitas, por ato do Poder Publico, a regime especial de uso;f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos

humanos; g) em período de defeso a fauna;

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 6262

Circunstâncias

h) em domingos ou feriados; i) a noite; j) em épocas de seca ou inundações; l) no interior do espaço territorial especialmente protegido; m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de

animais; n) mediante fraude ou abuso de confiança;o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização

ambiental;p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente,

por verbas publicas ou beneficiada por incentivos fiscais; q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das

autoridades competentes;r) facilitada por funcionário publico no exercício de suas funções.

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 6363

Circunstâncias

Qualificadoras: Nos crimes qualificados há previsão legal de pena maior.

crime simples: ex 1. poluição do art. 54 caput. “Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem

ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa”.

Crime qualificado: § 2º, incisos do art. 54. “§ 2º Se o crime: I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria

para a ocupação humana; II - causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momentânea, dos habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos à saúde da população; III - causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público de água de uma comunidade; IV - dificultar ou impedir o uso público das praias; V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou substâncias oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou regulamentos:Pena - reclusão, de um a cinco anos”.

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 6464

Circunstâncias

Causa de aumento ou diminuição de pena: Causa de aumento ou diminuição de pena: Vem expressa na Vem expressa na legislação.legislação.

Ex: Art. 53. Ex: Art. 53. “Nos crimes previstos nesta Seção, a pena é aumentada “Nos crimes previstos nesta Seção, a pena é aumentada de um sexto a um terço se:de um sexto a um terço se:

I - do fato resulta a diminuição de águas naturais, a erosão do solo ou a I - do fato resulta a diminuição de águas naturais, a erosão do solo ou a modificação do regime climático;modificação do regime climático;

II - o crime é cometido:II - o crime é cometido:

a) no período de queda das sementes;a) no período de queda das sementes;

b) no período de formação de vegetações; b) no período de formação de vegetações;

c) contra espécies raras ou ameaçadas de extinção, ainda que a c) contra espécies raras ou ameaçadas de extinção, ainda que a ameaça ocorra somente no local da infração;ameaça ocorra somente no local da infração;

d) em época de seca ou inundação; d) em época de seca ou inundação;

e) durante a noite, em domingo ou feriado”e) durante a noite, em domingo ou feriado”..

As causas de aumento incidem na qualificadora? Não. Só incide a As causas de aumento incidem na qualificadora? Não. Só incide a diminuição de pena. diminuição de pena.

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 6565

Observação acerca da gradação da penaObservação acerca da gradação da pena Uma circunstância não pode ao mesmo tempo ser Uma circunstância não pode ao mesmo tempo ser

considerada como agravante, qualificadora e considerada como agravante, qualificadora e causa especial de aumento de pena. causa especial de aumento de pena.

Nesse caso, aplicada uma qualificadora, não irá o Nesse caso, aplicada uma qualificadora, não irá o delito ser agravado ou majorado pela mesma delito ser agravado ou majorado pela mesma circunstância. circunstância.

Da mesma forma, se uma circunstância constituir Da mesma forma, se uma circunstância constituir agravante e majorante, deverá o juiz considerar a agravante e majorante, deverá o juiz considerar a majorante, cuja fração variável de pena a ser majorante, cuja fração variável de pena a ser majorada já está predeterminada em lei, e, majorada já está predeterminada em lei, e, assim, desconsiderar a agravante pela mesma assim, desconsiderar a agravante pela mesma circunstância. circunstância.

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 6666

Tipos penais em espécie

Tipos Penais em Espécie:

a) crimes contra a fauna art. 29 a 35;Ex. pescar em período no qual a pesca seja

proibida - art. 34 CA.

b) crimes contra a flora art. 38 à 52, além do 53 que prevê as causas especiais do aumento da pena;

Ex. cortar árvore em floresta considerada de PP, sem autorização de autoridade competente - art. 39 CA.

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Tipos penais em espécie

c) crimes de poluição art. 54 a 61;

Ex. disseminar doença ou praga ou espécies que possam causar dano à agricultura... art. 61 CA

d) crimes contra o ordenamento urbano e o patrimônio cultural art. 62 e 65;

Ex. pixar, grafitar edificação ou monumento urbano - art. 65 CA

e) crimes contra a administração ambiental art. 66 a 69.

Ex. conceder licença de forma ilegal - art. 67 CA.

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 6868

PrescriçãoPrescrição Natureza jurídicaNatureza jurídica: perda do : perda do jus puniendi jus puniendi em decorrência da inércia ou em decorrência da inércia ou

lentidão do Estado.lentidão do Estado. Não confundirNão confundir::a) prescrição civil: o indivíduo perde o direito de acionar o Estado ou vice- a) prescrição civil: o indivíduo perde o direito de acionar o Estado ou vice-

versa.versa.b) prescrição penal: o Estado perde o direito de punir o indivíduo ou executar a b) prescrição penal: o Estado perde o direito de punir o indivíduo ou executar a

pena impostapena imposta

Prazos prescricionaisPrazos prescricionais: artigo 109, do Código Penal, os quais podem : artigo 109, do Código Penal, os quais podem variar de dois a vinte anos.variar de dois a vinte anos.

a)a) prescrição da pretensão punitiva: quando ocorre antes ou durante a ação prescrição da pretensão punitiva: quando ocorre antes ou durante a ação penal. penal.

b)b) prescrição da pretensão executória: quando ocorrer depois de transitada prescrição da pretensão executória: quando ocorrer depois de transitada em julgado a sentença penal condenatória (artigo 110, do Código Penal).em julgado a sentença penal condenatória (artigo 110, do Código Penal).

c)c) Ambas, por se tratarem de matéria de ordem pública, poderão ser argüidas Ambas, por se tratarem de matéria de ordem pública, poderão ser argüidas pelo Ministério Público, pelo réu, ou decretada pelo Ministério Público, pelo réu, ou decretada ex officio ex officio pelo juiz pelo juiz (MESQUITA JÚNIOR, 2003, p. 87 e 90).(MESQUITA JÚNIOR, 2003, p. 87 e 90).

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Tutela processual Tutela processual penal ambiental penal ambiental

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Competências nosCompetências nos

Crimes Ambientais:Crimes Ambientais:

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Competência para julgar crimes ambientaisCompetência para julgar crimes ambientais

Regra: justiça Estadual: Regra: justiça Estadual: Inaplicabilidade da Súmula nº Inaplicabilidade da Súmula nº 91/STJ “COMPETE A JUSTIÇA FEDERAL PROCESSAR E 91/STJ “COMPETE A JUSTIÇA FEDERAL PROCESSAR E JULGAR OS CRIMESJULGAR OS CRIMESPRATICADOS CONTRA A FAUNA”, editada com base na Lei PRATICADOS CONTRA A FAUNA”, editada com base na Lei nº 5.197/67, após o advento da Lei nº 9.605, de fevereiro nº 5.197/67, após o advento da Lei nº 9.605, de fevereiro de 1998.de 1998.

- Justiça FederalJustiça Federal (Art. 109 da CF/88) - Quando ocorrer (Art. 109 da CF/88) - Quando ocorrer ilícitos penais ambientais, e o sujeito passivo for a ilícitos penais ambientais, e o sujeito passivo for a União, suas autarquias ou empresas públicas, a União, suas autarquias ou empresas públicas, a competência será da Justiça Federal (CF art. 109, inc. IV), competência será da Justiça Federal (CF art. 109, inc. IV),

- Ou, ainda, quando envolver mais de um ente federado Ou, ainda, quando envolver mais de um ente federado ou mais outro país, além do Brasil.ou mais outro país, além do Brasil.

Nos demais casos será da competência da Nos demais casos será da competência da Justiça Justiça EstadualEstadual..

A COMPETÊNCIA SE DÁ POR EXCLUSÃOA COMPETÊNCIA SE DÁ POR EXCLUSÃO- Problemas práticos – não existem varas federais em todo - Problemas práticos – não existem varas federais em todo

o território brasileiro, as varas estaduais fazem as vezes.o território brasileiro, as varas estaduais fazem as vezes.

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 7272

Competência para julgar crimes ambientaisCompetência para julgar crimes ambientais

OBS.OBS. Crimes contra a faunaCrimes contra a fauna – em princípio da Justiça Estadual (JE), – em princípio da Justiça Estadual (JE),

e excepcionalmente, da Justiça Federal ( JF) nos casos em que e excepcionalmente, da Justiça Federal ( JF) nos casos em que os espécimes atingidos estiverem protegidos em área da os espécimes atingidos estiverem protegidos em área da União, por exemplo, um parque nacional ou reserva indígena.União, por exemplo, um parque nacional ou reserva indígena.

Pesca predatóriaPesca predatória ( art. 34) –( art. 34) – A regra geral é competência da A regra geral é competência da Justiça Estadual, e será da Justiça Federal quando envolver Justiça Estadual, e será da Justiça Federal quando envolver interesse da União. Ex. O jornal interesse da União. Ex. O jornal Correio do EstadoCorreio do Estado, de Campo , de Campo Grande/MS, 12.02.1998, noticia problema atinente à pesca Grande/MS, 12.02.1998, noticia problema atinente à pesca irregular no rio Paraguai, por pescadores do país vizinho. O fato irregular no rio Paraguai, por pescadores do país vizinho. O fato é crime no Brasil (Lei 9605/98, art. 34, inc. II), mas não é no é crime no Brasil (Lei 9605/98, art. 34, inc. II), mas não é no Paraguai. Portanto, somente no caso dos pescadores Paraguai. Portanto, somente no caso dos pescadores avançarem na parte brasileira do rio, caberá à JF processar e avançarem na parte brasileira do rio, caberá à JF processar e julgar o ilícito penal. julgar o ilícito penal.

Poluição das águasPoluição das águas: : marítimas:marítimas: Justiça Federal; Justiça Federal; rios e lagosrios e lagos: : em regra da Justiça Estadual. em regra da Justiça Estadual.

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 7373

Competência para julgar crimes ambientaisCompetência para julgar crimes ambientais

Exploração de recurso mineraisExploração de recurso minerais – – Justiça Federal, esses Justiça Federal, esses recursos pertencem à União; Ex. extração de pedras recursos pertencem à União; Ex. extração de pedras preciosas, petróleo e areia para uso nas construções. preciosas, petróleo e areia para uso nas construções.

Crimes contra a floraCrimes contra a flora – – em regra da Justiça Estadual, salvo em regra da Justiça Estadual, salvo quando houver interesse da União (crime no Parque Nacional quando houver interesse da União (crime no Parque Nacional de Chapada dos Guimarães). de Chapada dos Guimarães).

Ordenamento urbanoOrdenamento urbano – – art. 62 a 69 da Lei 9605/98. art. 62 a 69 da Lei 9605/98. Destruição de museu estadual, competência Estadual. Ou Destruição de museu estadual, competência Estadual. Ou ainda, se o cidadão dificultar a ação fiscalizadora do Ibama, JF ainda, se o cidadão dificultar a ação fiscalizadora do Ibama, JF ( art.69). ( art.69).

ContravençõesContravenções (menor potencial ofensivo) - (menor potencial ofensivo) - Justiça Justiça Estadual ainda que envolva a União, suas autarquias ou Estadual ainda que envolva a União, suas autarquias ou empresas públicas ( STJ, Súmula 38). empresas públicas ( STJ, Súmula 38).

Crimes conexosCrimes conexos – – JF, competência constitucional, JF, competência constitucional, atrai atrai remanescente da JE. Ex. particular que da fogo na sua remanescente da JE. Ex. particular que da fogo na sua propriedade e acaba queimando também um parque nacional. propriedade e acaba queimando também um parque nacional.

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Ex. de Jurisprudência que trata de competência, prescrição e outros...Ex. de Jurisprudência que trata de competência, prescrição e outros...HABEAS CORPUS. CRIME AMBIENTAL. COMPETÊNCIA. JUSTIÇA FEDERAL.HABEAS CORPUS. CRIME AMBIENTAL. COMPETÊNCIA. JUSTIÇA FEDERAL.NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DE INTERESSE DIRETO DA UNIÃO. APA DO ANHATOMIRIM. DECRETO Nº 528/92. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DE INTERESSE DIRETO DA UNIÃO. APA DO ANHATOMIRIM. DECRETO Nº 528/92.

CRIME PRATICADO PRÓXIMO À APA.CRIME PRATICADO PRÓXIMO À APA.NORMAS DO CONAMA. FISCALIZAÇÃO PELO IBAMA. FALTA DE INTERESSE DIRETO DA AUTARQUIA. COMPETÊNCIA. NORMAS DO CONAMA. FISCALIZAÇÃO PELO IBAMA. FALTA DE INTERESSE DIRETO DA AUTARQUIA. COMPETÊNCIA.

ANULAÇÃO DO PROCESSO.ANULAÇÃO DO PROCESSO.PRESCRIÇÃO. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. ORDEM CONCEDIDA.PRESCRIÇÃO. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. ORDEM CONCEDIDA.1. A partir da edição da Lei nº 9.605/98, os delitos contra o meio ambiente passaram a ter disciplina própria, não se 1. A partir da edição da Lei nº 9.605/98, os delitos contra o meio ambiente passaram a ter disciplina própria, não se

definindo, contudo, a Justiça competente para conhecer das respectivas ações penais, certamente em definindo, contudo, a Justiça competente para conhecer das respectivas ações penais, certamente em decorrência do contido nos artigos 23 e 24 da Constituição Federal, que estabelecem ser da competência decorrência do contido nos artigos 23 e 24 da Constituição Federal, que estabelecem ser da competência comum da União, Estados, Distrito Federal e Municípios proteger o meio ambiente, preservando a fauna, bem comum da União, Estados, Distrito Federal e Municípios proteger o meio ambiente, preservando a fauna, bem como legislar concorrentemente sobre essa matéria.como legislar concorrentemente sobre essa matéria.

2. Impõe-se a verificação de ser o delito praticado em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas 2. Impõe-se a verificação de ser o delito praticado em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, a teor do disposto no artigo 109, IV, da Carta Magna, de forma a entidades autárquicas ou empresas públicas, a teor do disposto no artigo 109, IV, da Carta Magna, de forma a firmar ou não a competência da Justiça Federal.firmar ou não a competência da Justiça Federal.

3. A APA do Anhatomirim foi criada pelo Decreto nº 528, de 20 de maio de 1992, evidenciando o interesse federal 3. A APA do Anhatomirim foi criada pelo Decreto nº 528, de 20 de maio de 1992, evidenciando o interesse federal que a envolve, não havendo dúvida de que, se estivesse dentro da APA a construção, seria da Justiça Federal a que a envolve, não havendo dúvida de que, se estivesse dentro da APA a construção, seria da Justiça Federal a competência para julgar o crime ambiental, independentemente de ser o IBAMA o responsável pela competência para julgar o crime ambiental, independentemente de ser o IBAMA o responsável pela administração e fiscalização da área.administração e fiscalização da área.

4. A proximidade da APA, por si só, não serve para determinar o interesse da União, visto que o Decreto nº 4. A proximidade da APA, por si só, não serve para determinar o interesse da União, visto que o Decreto nº 99.274/90 estabelece tão-somente que a atividade que possa causar dano na área situada num raio de 10 km 99.274/90 estabelece tão-somente que a atividade que possa causar dano na área situada num raio de 10 km da Unidade de Conservação ficará sujeita às normas editadas pelo CONAMA, o que não significa que a referida da Unidade de Conservação ficará sujeita às normas editadas pelo CONAMA, o que não significa que a referida área será tratada como a própria Unidade de Conservação, tampouco que haverá interesse direto da União área será tratada como a própria Unidade de Conservação, tampouco que haverá interesse direto da União sobre ela.sobre ela.

5. O fato de o IBAMA ser responsável pela administração e a fiscalização da APA, conforme entendimento desta 5. O fato de o IBAMA ser responsável pela administração e a fiscalização da APA, conforme entendimento desta Corte Superior, não atrai, por si só, a competência da Justiça Federal, notadamente no caso, em que a Corte Superior, não atrai, por si só, a competência da Justiça Federal, notadamente no caso, em que a edificação foi erguida fora da APA, sendo cancelado o enunciado nº 91/STJ, que dispunha que "compete à Justiça edificação foi erguida fora da APA, sendo cancelado o enunciado nº 91/STJ, que dispunha que "compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes praticados contra a fauna".Federal processar e julgar os crimes praticados contra a fauna".

6. Não sendo o crime de que aqui se trata praticado em detrimento de bens, serviços ou interesse direto da União ou 6. Não sendo o crime de que aqui se trata praticado em detrimento de bens, serviços ou interesse direto da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, inexiste razão para que a respectiva ação penal tivesse de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, inexiste razão para que a respectiva ação penal tivesse tramitado perante a Justiça Federal.tramitado perante a Justiça Federal.

7. Restando anulado o processo, e considerando que a sanção que venha a ser imposta ao paciente, pelo delito em 7. Restando anulado o processo, e considerando que a sanção que venha a ser imposta ao paciente, pelo delito em exame, não poderá ultrapassar 1 ano e 4 meses, sanção aplicada na sentença ora anulada, constata-se ter exame, não poderá ultrapassar 1 ano e 4 meses, sanção aplicada na sentença ora anulada, constata-se ter ocorrido a prescrição da pretensão punitiva, em razão do decurso de mais de quatro anos desde a data do fato, ocorrido a prescrição da pretensão punitiva, em razão do decurso de mais de quatro anos desde a data do fato, 3/12/1998, com base no art. 109, V, c/c o art. 110, § 1º, os dois do Código Penal.3/12/1998, com base no art. 109, V, c/c o art. 110, § 1º, os dois do Código Penal.

8. Ordem concedida, declarando-se, de ofício, extinta a punibilidade.8. Ordem concedida, declarando-se, de ofício, extinta a punibilidade.(HC 38.649/SC, Rel. Ministro PAULO GALLOTTI, SEXTA TURMA, julgado em 25.04.2006, DJ 26.06.2006 p. 203).(HC 38.649/SC, Rel. Ministro PAULO GALLOTTI, SEXTA TURMA, julgado em 25.04.2006, DJ 26.06.2006 p. 203).

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 7575

Inquérito ambiental penalInquérito ambiental penal Conceito:Conceito: um conjunto de diligências administrativas realizadas pela um conjunto de diligências administrativas realizadas pela

autoridade policial competente, que tem por finalidade apurar os autoridade policial competente, que tem por finalidade apurar os indícios da autoria e as provas da materialidade da infração praticada indícios da autoria e as provas da materialidade da infração praticada (AVENA, 2008, p. 31). (AVENA, 2008, p. 31).

NaturezaNatureza: administrativa.: administrativa.

CaracterísticasCaracterísticas a) escrito; b) oficial; c) sigiloso, nos termos do artigo 20 do Código de a) escrito; b) oficial; c) sigiloso, nos termos do artigo 20 do Código de

Processo Penal; e d) inquisitivo, Processo Penal; e d) inquisitivo,

Não fere o Princípio do Contraditório e Ampla Defesa.Não fere o Princípio do Contraditório e Ampla Defesa. Instauração:Instauração:

a) de ofício, por meio de portaria, a) de ofício, por meio de portaria, b) mediante requisição do juiz ou membro do Ministério Público; b) mediante requisição do juiz ou membro do Ministério Público; c) mediante requerimento do ofendido ou representante, se for ação c) mediante requerimento do ofendido ou representante, se for ação

pública incondicionada ou privada; pública incondicionada ou privada; d) mediante representação do ofendido, no caso de ação penal pública d) mediante representação do ofendido, no caso de ação penal pública

condicionada; ou condicionada; ou e) pela lavratura do Auto de Prisão em Flagrante.e) pela lavratura do Auto de Prisão em Flagrante.

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 7676

Ação PenalAção Penal

Ação penalAção penal: As ações penais podem ser públicas ou : As ações penais podem ser públicas ou privadas.privadas.

São:São: “um direito de postular ao Estado a aplicação de uma “um direito de postular ao Estado a aplicação de uma sanção correspondente à infração de norma penal sanção correspondente à infração de norma penal incriminadora”. incriminadora”.

Nas infrações ambientais penais, a ação penal será pública Nas infrações ambientais penais, a ação penal será pública incondicionada, de iniciativa exclusiva do Ministério Público, incondicionada, de iniciativa exclusiva do Ministério Público, consoante dispõe o artigo 26, da Lei n. 9.605/1998, consoante dispõe o artigo 26, da Lei n. 9.605/1998, ressalvada a possibilidade do particular, subsidiariamente, ressalvada a possibilidade do particular, subsidiariamente, quando o Ministério Público não o fizer. quando o Ministério Público não o fizer.

Peça processual: denúncia.Peça processual: denúncia.

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 7777

Transação Penal:Transação Penal:a)a) Proposta:Proposta: pelo Ministério Público; pelo Ministério Público;

b)b) Competência:Competência: dos juizados especiais criminais; dos juizados especiais criminais;

c)c) Corresponde à:Corresponde à: possibilidade de aplicação imediata de uma pena restritiva de possibilidade de aplicação imediata de uma pena restritiva de direito direito antes de iniciado o processoantes de iniciado o processo com o oferecimento da denúncia, na com o oferecimento da denúncia, na hipótese exclusiva de contravenções penais, cuja pena, nos moldes do artigo 61, hipótese exclusiva de contravenções penais, cuja pena, nos moldes do artigo 61, da Lei n. 9.099/1995, não pode ser superior a 2 (dois) anos, e, da Lei n. 9.099/1995, não pode ser superior a 2 (dois) anos, e, desde que o desde que o infrator tenha feito a prévia composição do dano ambientalinfrator tenha feito a prévia composição do dano ambiental, salvo em caso de , salvo em caso de comprovada impossibilidade (artigos 76, da Lei n. 9.099/1995,e 27, da Lei n. comprovada impossibilidade (artigos 76, da Lei n. 9.099/1995,e 27, da Lei n. 9.605/1998);9.605/1998);

d)d) Características:Características: personalíssima, voluntária, formal e tecnicamente assistida personalíssima, voluntária, formal e tecnicamente assistida por defensor (BITENCOURT, 2008, p. 617-618). por defensor (BITENCOURT, 2008, p. 617-618).

Pela sua característica voluntária, permite que o autor do fato aceite ou não Pela sua característica voluntária, permite que o autor do fato aceite ou não transigir diante da proposta do Ministério Público, uma vez que a aceitação transigir diante da proposta do Ministério Público, uma vez que a aceitação implica em assunção da culpa, obrigação de cumprir a transação aplicada pelo implica em assunção da culpa, obrigação de cumprir a transação aplicada pelo prazo convencionado, além de abrir mão de direitos constitucionais, como, por prazo convencionado, além de abrir mão de direitos constitucionais, como, por exemplo, o da presunção da inocênciaexemplo, o da presunção da inocência

a)a) Em caso de descumprimentoEm caso de descumprimento dos termos transacionados, haverá execução dos termos transacionados, haverá execução cível com a possibilidade de multa diária. cível com a possibilidade de multa diária.

Ressalte-se que o Supremo Tribunal Federal manifestou-se pela impossibilidade Ressalte-se que o Supremo Tribunal Federal manifestou-se pela impossibilidade de conversão das penas alternativas em penas de prisão.de conversão das penas alternativas em penas de prisão.

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 7878

Suspensão Condicional do ProcessoSuspensão Condicional do Processo A suspensão condicional do processo, diversamente da transação penal, é A suspensão condicional do processo, diversamente da transação penal, é proposta proposta

na denúnciana denúncia, nos termos do artigo 89, da Lei n. 9.099/1995, e, 28, da Lei n. , nos termos do artigo 89, da Lei n. 9.099/1995, e, 28, da Lei n. 9.605/1998 (9.605/1998 (gera processogera processo).).

Requisitos: Requisitos: a) especiaisa) especiais: pena mínima cominada igual ou inferior a 1 (um ano), que o acusado : pena mínima cominada igual ou inferior a 1 (um ano), que o acusado

não esteja sendo processado, que o acusado não tenha sido condenado por outro não esteja sendo processado, que o acusado não tenha sido condenado por outro crime, e, inaplicabilidade aos delitos de ação penal privada; crime, e, inaplicabilidade aos delitos de ação penal privada;

b) gerais:b) gerais: objetivos e subjetivos, esses previstos no artigo 77, do CP (reincidência, objetivos e subjetivos, esses previstos no artigo 77, do CP (reincidência, culpabilidade, etc.).culpabilidade, etc.).

Precisa da Precisa da aceitação da proposta pelo acusadoaceitação da proposta pelo acusado, e da observância das condições , e da observância das condições necessárias à suspensão, descritas no § 1°, do artigo 89, da Lei n. 9.099/1995.necessárias à suspensão, descritas no § 1°, do artigo 89, da Lei n. 9.099/1995.

Aceita a suspensão, o beneficiário deverá cumprir todas as condições impostas Aceita a suspensão, o beneficiário deverá cumprir todas as condições impostas durante todo o período de provas, que pode durar de dois a quatro anos, podendo ser durante todo o período de provas, que pode durar de dois a quatro anos, podendo ser revogado no caso de descumprimento, o que resultará no prosseguimento da ação revogado no caso de descumprimento, o que resultará no prosseguimento da ação penal. penal.

Deveria ser fiscalizado o cumprimento das condições - Bitencourt (2008, p. 645). Deveria ser fiscalizado o cumprimento das condições - Bitencourt (2008, p. 645). A efetivação da suspensão condicional do processo em ambiental, fica condicionada A efetivação da suspensão condicional do processo em ambiental, fica condicionada

ao transcurso satisfatório do período de provas, sendo necessária, ainda, para a ao transcurso satisfatório do período de provas, sendo necessária, ainda, para a extinção da punibilidade, a comprovação da reparação do dano.extinção da punibilidade, a comprovação da reparação do dano.

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 7979

Lembrar:Lembrar: Qual a mais gravosaQual a mais gravosa?? Suspensão, porque já há Suspensão, porque já há

processo.processo.

E se o infrator não cumprir?E se o infrator não cumprir?

- Na transação:- Na transação: haverá execução cível - possibilidade de haverá execução cível - possibilidade de multa diária. (indenização ou obrigação de fazer ou multa diária. (indenização ou obrigação de fazer ou não fazer).não fazer).

- Na suspensão:- Na suspensão: o o sursis processualsursis processual pode ser revogado, pode ser revogado, se não cumpridas quaisquer das condições do art. 89 se não cumpridas quaisquer das condições do art. 89 CP - NESSE CASO HAVERÁ DENÚNCIA. se ele cumprir CP - NESSE CASO HAVERÁ DENÚNCIA. se ele cumprir todas, todas, mas deixar de reparar o dano, não terá extinta mas deixar de reparar o dano, não terá extinta a punibilidade, até o final da reparação (algumas a punibilidade, até o final da reparação (algumas reparações exigem um período longo)reparações exigem um período longo)..

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 8080

Aplicação da transação e SURSIAplicação da transação e SURSI

Como se dá o procedimento?Como se dá o procedimento?

- 1º - Lavrado o termo circunstanciado, - 1º - Lavrado o termo circunstanciado, preenchendo os requisitos do art. 27 CA = preenchendo os requisitos do art. 27 CA = art. 76, lei 9099/95, o MP é obrigado a art. 76, lei 9099/95, o MP é obrigado a oferecer a proposta de oferecer a proposta de transação penaltransação penal..

- 2º - Se o infrator aceitar e reparar o dano, não - 2º - Se o infrator aceitar e reparar o dano, não haverá processo;haverá processo;

- 2º - Se ele não aceitar os autos voltarão para o - 2º - Se ele não aceitar os autos voltarão para o MP que, ao oferecer a denúncia, também MP que, ao oferecer a denúncia, também propõe a suspensão, se preenchidos os propõe a suspensão, se preenchidos os requisitos.requisitos.

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 8181

Aplicação da transação e SURSIAplicação da transação e SURSI

Porque ele o suposto infrator não aceitariaPorque ele o suposto infrator não aceitaria? ? Tem elementos para provar a inocência.Tem elementos para provar a inocência.

Prática do MPPrática do MP: : TransaçãoTransação: é feita numa proposta de transação : é feita numa proposta de transação

penal imediata.penal imediata. SuspensãoSuspensão: Faz-se a denúncia e na quota (peça : Faz-se a denúncia e na quota (peça

que encaminha a denúncia para o juiz) pode que encaminha a denúncia para o juiz) pode haver: haver: “ofereço a denúncia X, contra X..... Tendo “ofereço a denúncia X, contra X..... Tendo em vista o preenchimento do art.. 89 da Lei em vista o preenchimento do art.. 89 da Lei 9.099, ofereço, desde já, a suspensão 9.099, ofereço, desde já, a suspensão condicional do processo”.condicional do processo”.

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 8282

Tutela Penal e Processual Penal do Meio AmbienteTutela Penal e Processual Penal do Meio Ambiente

Pesquisas no Capítulo 7 do livro:Pesquisas no Capítulo 7 do livro:

DEON SETTE, MARLI T. Direito DEON SETTE, MARLI T. Direito ambiental. Coordenadores: Marcelo ambiental. Coordenadores: Marcelo Magalhães Peixoto e Sérgio Augusto Magalhães Peixoto e Sérgio Augusto Zampol Pavani. Coleção Didática Zampol Pavani. Coleção Didática jurídica, São Paulo: MP Ed., 2009, 575 jurídica, São Paulo: MP Ed., 2009, 575 p. ISBN 978-85-97898-023-8p. ISBN 978-85-97898-023-8

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Marli Deon SetteMarli Deon Sette 8383

Obrigada!!!!Obrigada!!!!