turbinas hidraulicas 1 parte

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Unidade Curricular: Sistemas Fluidodinâmicos Prof. Dr. Guillermo Vilalta DCTEF/UFSJ, Sala 2.12-MD [email protected] 4.1. Introdução. 4.2. Recursos hidráulicos. Usinas hidroelétricas. 4.3. Tipos de turbinas. 4.4 Turbinas a Reação; 4.4.1 Turbinas Francis; 4.4.1.1 Principio de funcionamento. Partes; 4.5 Turbinas a Impulsão/ação; 4.5.1. Turbinas Pelton 4.5.1.1 Principio de funcionamento. Partes TEMA IV Turbinas Hidráulicas

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Page 1: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

Unidade Curricular: Sistemas Fluidodinâmicos

Prof. Dr. Guillermo VilaltaDCTEF/UFSJ, Sala 2.12-MD

[email protected]

4.1. Introdução.

4.2. Recursos hidráulicos. Usinas hidroelétricas.

4.3. Tipos de turbinas.

4.4 Turbinas a Reação;

4.4.1 Turbinas Francis;

4.4.1.1 Principio de funcionamento. Partes;

4.5 Turbinas a Impulsão/ação;

4.5.1. Turbinas Pelton

4.5.1.1 Principio de funcionamento. Partes

TEMA IV Turbinas Hidráulicas

Page 2: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

Unidade Curricular: Sistemas Fluidodinâmicos

Prof. Dr. Guillermo VilaltaDCTEF/UFSJ, Sala 2.12-MD

[email protected]

4.6. Fluxo de energia. Parâmetros fundamentais

4.7. Velocidade específica

4.8. Efeitos ambientais

TEMA IV Turbinas Hidráulicas

Page 3: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

OBJETIVOS

1. Conhecer os principais aspectos relacionados à energia hidráulica eàs Turbinas hidráulicas:

1.1 Classificação e tipos de turbinas;

1.2 Principio de funcionamento das Turbinas;

1.3 Parâmetros de funcionamento das Turbinas;

1.4 Fluxo energia;

1.5 Velocidade específica para seleção de turbinas.

Page 4: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

Referencias Bibliográficas

BásicaMataix, Claudio. Turbomáquinas hidráulicas. Pags. 273-320, 555-684, 685-716.

ComplementarFox & McDonald (7 edição), pags. 433-436; 494-498.Potter & Wiggert, pags. 504-515.White (4ta edição), pags, 514-519.

Page 5: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

4. 1. Introdução

Turbinas:

Máquinas que extraem energia um fluido na forma de trabalho ou potência;

Energia de fluido, H

Energia mecânica

Elemento gerador (gerador elétrico)

Page 6: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

Ciclo de usina termoelétrica

Alta pressão

Baixa pressão

Potência eixo Turbina/gerador

Petróleo

Page 7: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

Origem das Turbinas: Roda Hidráulica

Page 8: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

Classificação das Turbinas

Máquinas Motrizes: Ocorre a transformação da energia mecânica (potencial e/oucinética) fornecida por fluido em escoamento a um rotor ou pistão; Ocorre a transferência a um eixo com o objetivo de realização detrabalho; A energia mecânica é produzida a partir da redução do nívelenergético de um fluido.

Máquinas dinâmicas: A transmissão de energia se produz em um elemento dinâmico:o rotor; Principio inverso às bombas !!

Page 9: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

Campo de Aplicação das Turbinas

Page 10: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

4.2. Tipos de turbinas

Turbinas a vapor: O fluido de trabalho é o vapor de água;Os parâmetros do vapor dependem da capacidade do gerador de vapor;Estado termodinâmico do fluido pode variar significativamente.

Page 11: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

Turbinas a gás: O fluido de trabalho é gás.O gás pode ter varias procedências: gás natural, biogás etc;Estado termodinâmico do fluido pode variar significativamente.

Page 12: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

Turbinas EólicasPotência a partir do vento;Comportamento do fluido: incompressível

On-shore

Page 13: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

Off-shore

Page 14: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

Turbinas Hidráulicas Potência a partir da água; Comportamento do fluido: incompressível

Tipos de turbinas hidráulicas

Turbina de reaçãoO fluido ocupa todo o rotor;Máquinas de baixa altura de queda e altas vazões;Parte da variação de pressão do fluido ocorre externamente ao rotor e outra parte dentro das pás; Aceleração externa, deflexão do fluido para entrar no rotor e variação da velocidade relativa e da pressão no rotor;Podem produzir maior potência para um tamanho dado.

Page 15: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

Diferentes tipos de turbinas a reação

Turbina Francis (centrífuga)

Page 16: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

Turbina Kaplan-Hélice (Victor Kaplan)Entrada de água circunferencialmente através da carcaça;Água é defletida nas aletas guias para fluir (quase) axialmenteantes de entrar no rotor;axial

Victor Kaplan

Page 17: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

Rotor de turbina Kaplan

Page 18: Turbinas Hidraulicas 1 Parte
Page 19: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

Turbinas Kaplan

Page 20: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

Convertem a elevada altura de queda através de um injetor, em um jato de alta velocidade e pressão atmosférica;A água do jato atinge as pás (conchas) em uma certa posição, é defletida e sai da concha com velocidade relativa aproximadamente oposta àquela com a qual ela entrou;Podem ser de jato único ou de múltiplos jatosNa passagem do rotor, as pás não são totalmente preenchida de dado.

Turbina de ação/impulsão

Page 21: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

Diferentes tipos de turbinas de ação

Turbina Pelton

Lester Allan Pelton

Page 22: Turbinas Hidraulicas 1 Parte
Page 23: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

Turbinas Turgo

Bocal com agulha móvel para o controle de vazão

A água entra por um lado dorotor, saindo pelo lado oposto;O fluxo total de água que orotor da turbina Turgo podeaceitar não está sujeito aqualquer interferência;Rotor de diâmetro menor queo rotor da turbina Pelton, parauma potência equivalente; Possui, portanto, uma altarotação.

Page 24: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

Principio de turbinas de reação versus ação

Page 25: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

4.4 Turbinas de reação4.4.1 Turbina Francis

4.4.1.1 Principio de funcionamento. Partes.

Page 26: Turbinas Hidraulicas 1 Parte
Page 27: Turbinas Hidraulicas 1 Parte
Page 28: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

CarcaçaElemento que contem os componentes da turbina. Nas turbinas Francis e Kaplan apresenta a forma de um espiral semelhante ao corpo de bombas centrifugas.

VolutaConduzir o fluido até as pás distribuidoras

Pás distribuidoras: Elemento estático cuja finalidade é:Acelerara o fluxo de água transformando a energiaDirigir a água para o rotorRegular da vazãoPode ser do tipo injetor em turbinas de ação ou de forma axial ou semi axial em turbinas de reação.

Page 29: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

Rotor: Elemento fundamental das turbinas. Formado por uma serie de pás Se produz a transformação de energia hidráulica da queda de água em energia mecânica, originada pela aceleração e desvio do fluxo através das suas pás.

Page 30: Turbinas Hidraulicas 1 Parte
Page 31: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

Polígono de velocidades

Page 32: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

4.5 Turbinas de ação - Impulsão4.5.1 Turbina Pelton

4.5.1.1 Principio de funcionamento. Partes.

Page 33: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

Pelton de jato duplicado

Page 34: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

Principio de funcionamento

Carga de pressão

Energia cinética

Page 35: Turbinas Hidraulicas 1 Parte
Page 36: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

Polígono de velocidades

Page 37: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

Equação do momento da quantidade de movimento ao VC

21 cos1 uVQrT

Potência (liberada) do fluido para o rotor da turbina

21 cos1 uVQuN

2: ângulo de giro relativo ao plano horizontal:Valor ótimo=180Valores usuais: 160 a 168

Velocidade do jato em termos de carga disponível, Hd

dgHCvV 21 Cv= coeficiente de velocidade, considera as perdas no bocal, 0,92 Cv 0,98

Page 38: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

Fator de velocidade,

dgH

r

2

Relação entre a eficiência e o fator de velocidade

2cos12 vT C

Eficiência máxima: =Cv/2

Page 39: Turbinas Hidraulicas 1 Parte
Page 40: Turbinas Hidraulicas 1 Parte
Page 41: Turbinas Hidraulicas 1 Parte
Page 42: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

EXEMPLOUma turbina a reação, cujos raios do rotor são: r1=300 mm e r2=150 mm opera sob as seguintes condições: Q=0,057 m3/s, =25rad/s, a1=30, C1=6 m/s, a2=80e C2=3 m/s. Supondo condições ideais, encontre:a) O torque aplicado no rotor, b) a carga da turbina, c) a potência do fluido. Use =1000 kg/m3.

Solução

a) Torque

Equação de Euler

222111

2211

coscos aa

CrCrQT

CrCrQT uu

Page 43: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

Substituindo valores

80cos315,030cos63,0057,01000T

mNT 4,84

b) Potência liberada pela turbina

Condições ideais: t=1

u

mt

N

N

mu NN

TNu kW 11,2254,84 uN

Page 44: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

c) Carga na turbina

gHQNu

057,081,91000

2110

gQ

NH u

mH 77,3

Page 45: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

EXEMPLOUma turbina Pelton gira a uma velocidade angular de 400 rpm, desenvolvendo 67,5 kW sob uma carga de 60 m de água. O diâmetro do tubo de admissão na base do único bocal é 200 mm. As condições de operação são: Cv=0,97, =0,46 e t=0,83. Considerando =1000 kg/m3, Determine:a) A vazão volumétrica;b) O diâmetro do jato;c) O diâmetro da roda;d) A pressão no tubo de admissão na base (entrada) do bocal.

Solução

a) Vazão volumétrica

QgH

N

d

TT

Td

T

gH

NQ

Page 46: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

smQ / 138,083,06081,91000

500.67 3

b) Diâmetro do jato

Velocidade do jato

dgHCvV 21

smV / 3,336081,9297,01

Diâmetro do jato

j

jV

QA

j

j

jV

QDA

4

2mmD j 732

Page 47: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

c) Diâmetro da roda

Fator de velocidade,

dgH

r

2

dgHrD 22

2

mD 754,0

d) A pressão no tubo de admissão na base (entrada) do bocal.

Equação de Bernoulli entre a SL do reservatório e a entrada do bocal

2

22

2

22 bA

QHdg

VHdgP

222 0314,02,044

mDA bb

Page 48: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

2

22

2

22 bA

QHdg

VHdgP

2

2

0314,081,92

138,060100081,9P

kPaP 580

Page 49: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

4.4.1.2 Fluxo de energia. Parâmetros fundamentais

Dissipação de energia desde a queda de água até gerador elétrico

inicio

final

Page 50: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

Altura ou queda bruta, Hb

Trata-se da queda topográfica ou da diferença de cotas entre os níveis de captação (reservatório superior) da água e o canal de fuga da água (reservatório inferior).

Altura de perda de carga, Hp

Trata-se da perda de carga no sistema composta pela parda de carga e acessórios e da tubulação.

Altura disponível ou Queda hidráulica disponível, Hd

Energia disponível na entrada da turbina

pbd HHH

ALTURAS

Page 51: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

Perdas hidráulicas, hDissipação de energia devida às perdas por atrito no interior da turbina e as perdas volumétricas por vazamento entre o rotor e a carcaça no interior da turbina.

Energia motriz, Hm

É a energia hidráulica realmente fornecida para a turbina

hHH dm

Altura útil, Hu

Energia à saída da turbina, portanto disponível para o gerador elétrico

mecmu hHH

hmec: perdas mecânicas dissipadas nos mancais e equipamentos auxiliares acoplados a arvore da turbina.

mecdu hhHH

Page 52: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

POTÊNCIAS

Potência bruta, Nb

Potência contida no desnível topográfico QgHN bb

Potência disponível, Nd

Potência absorvida pela turbina Potência hidráulica. QgHN dd

Potência no eixo da turbina, Ne

Potência associada à potência útil.QgHN ue

Potência do gerador elétrico, Nge

Potência elétrica nos terminais do gerador. Gge gHQN

hTRtG Rendimento da turbina (t), rendimento de transmissão e hidráulico: rendimento global

Page 53: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

RENDIMENTOS

Rendimento hidráulico, h

Relação entre a energia motriz e a energia disponível. A energia motriz é a energia cedida ao receptor da turbina para a fazer girar

d

m

d

mh

H

H

N

N

Para:

Pequenas turbinas: h88%;

Medias turbinas: h92%;

Grandes turbinas: h95-96%;

Rendimento mecânico, m

Relação entre a energia no eixo da turbina e a energia mecânica.

m

u

m

em

H

H

N

N (92 % a 99%)

Page 54: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

Rendimento da turbina, t

Relação entre a energia no eixo da turbina e a energia disponível

d

u

d

emht

H

H

N

N (88 % a 94%)

Rendimento do geradorRelação entre a energia no eixo da turbina e a energia disponível

e

ge

geN

N (90 % a 97%)

Page 55: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

Degeneração da energia

Page 56: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

EXEMPLOUm modelo de turbina Francis em escala total 1/5 desenvolve 3 kW a 360 rpmsob uma carga de 1,8 m. Encontre a velocidade e a potência da turbina em tamanho real quando opera sob uma carga de 5,8 m.

Solução

Modelo (1): diâmetro (escala relativa ao protótipo ou modelo real (2) = 1/5, Nm1=3 kW, n1=360 rpm, H1=1,8m

Calcular a velocidade angular n2 e potência Nm2

Page 57: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

vb

va

b

a

b

a

b

a

n

n

D

D

Q

Q

3

2

3

2hb

ha

b

a

b

a

bb

ab

n

n

D

D

H

H

2

2

2

2

2

2

hb

ha

b

a

b

a

b

a

b

a

n

n

D

D

P

P

2

2

2

2

2

2babbb

bbaaa

b

a

nD

nD

Nm

Nm

35

2

35

2

Leis de semelhança para máquinas de fluxo

Equação da carga

2

22)360(

5

1

8,5

8,1

bn

rpm 1292 n

Page 58: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

Equação de potência

babbb

bbaaa

b

a

nD

nD

Nm

Nm

35

2

35

235

2 129

360

5

13

Nm

Nm2 = 434 kW

Page 59: Turbinas Hidraulicas 1 Parte

Lista sugerida

Potter (tradução da 3ª edição Norte-Americana): Prob. 12.36, 12.38, 12.39, 12.40, 12.41, 12.44, 12.47. pp. 520-521;

Fox & Mcdonald (7ª edição) Probls. 10.100, 10.101, 10.102 pp. 512.