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2013 TST – APOSTILA HIGIENE DO TRABALHO I

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TST – APOSTILA HIGIENE DO TRABALHO I

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HIGIENE OCUPACIONAL

É a ciência que visa à antecipação (prevenção), reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos agentes ambientais presentes ou originados nos ambientes de trabalho, que podem prejudicar a saúde e o bem estar dos trabalhadores e/ou comunidade.

Higiene Ocupacional é um conjunto de ciências e tecnologias que buscam a prevenção e o controle da exposição ocupacional aos riscos ambientais. Sua ação é de caráter multidisciplinar e seu objetivo básico envolve a identificação, o estudo, as avaliações e o gerenciamento dos riscos químicos, físicos e biológicos presentes nos locais de trabalho.

Sobre a higiene ocupacional:

Visa à prevenção da doença ocupacional por meio da antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos agentes ambientais (essa é a definição básica atual, havendo variantes; outras definições serão discutidas mais adiante);

“Prevenção da doença” deve ser entendida com um sentido mais amplo,

pois a ação deve estar dirigida à prevenção e ao controle das exposições inadequadas a agentes ambientais (um estágio anterior às alterações de saúde e à doença instalada);

Em senso amplo, a atuação da higiene ocupacional prevê uma

intervenção deliberada no ambiente de trabalho como forma de prevenção da doença. Sua ação no ambiente é complementada pela atuação da medicina ocupacional, cujo foco está predominantemente no indivíduo;

Os agentes ambientais que a higiene ocupacional tradicionalmente

considera são os chamados agentes físicos, químicos e biológicos. Essa consideração pode ser ampliada, levando em conta outros fatores de estresse ocupacional, como aqueles considerados na ergonomia, por exemplo, (que também podem causar desconforto e doenças). É evidente que as duas disciplinas se interligam e sua interação deve ser sinergética, antes que antagônica;

Os agentes físicos são, em última análise, alguma forma de energia

liberada pelas condições dos processos e equipamentos a que será exposto o trabalhador. Sua denominação habitual: ruído, vibrações, calor/frio (interações térmicas), radiações ionizantes e não ionizantes e pressões anormais;

Os agentes químicos, mais por sua dimensão físico-química que por sua

característica individual, são classificados em gases, vapores e aerodispersóide (estes últimos são subdivididos ainda em poeiras, fumos, névoas, neblinas, fibras); podemos entender os agentes

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químicos como todas as substâncias puras, compostos ou produtos (misturas) que podem entrar em contato com o organismo por uma multiplicidade de vias, expondo o trabalhador. Cada caso tem sua toxicologia específica, sendo também possível agrupá-los em famílias químicas, quando de importância toxicológica (hidrocarbonetos aromáticos, por exemplo);

As “vias de ingresso” ou de contato com o organismo consideradas

tradicionalmente são as vias respiratória (inalação), cutânea (por meio da pele intacta) e digestiva (ingestão). A respiratória é a de maior importância industrial, seguida da via dérmica;

Os agentes biológicos são representados por todas as classes de micro-

organismos patogênicos (algumas vezes adicionados de organismos mais complexos, como insetos e animais peçonhentos): vírus, bactérias, fungos. Note que merecem uma ação bem diversa da dos outros agentes e que muitas formas de controle serão específicas;

Para bem realizar a antecipação, o reconhecimento, a avaliação e o

controle dos agentes ambientais são necessárias múltiplas ciências, tecnologias e especialidades. Para a avaliação e o controle, é importante a engenharia; na avaliação, também se exige o domínio dos recursos instrumentais de laboratório (química analítica); no entendimento da interação dos agentes com o organismo, a bioquímica, a toxicologia e a medicina. A compreensão da exposição do trabalhador (esse termo é fundamental) a certo agente passa pelas características físicas e/ou químicas dos agentes e pelo uso dessas ciências básicas;

O reconhecimento é um alerta; a adequada avaliação deve levar a uma decisão de tolerabilidade; os riscos intoleráveis devem sofrer uma ação de controle;

Para se conhecer sobre a intolerabilidade, valores de referência devem existir. É o conceito dos limites de exposição (legalmente, limites de tolerância);

O objetivo último da atuação em higiene ocupacional, uma vez que nem

sempre se pode eliminar os riscos dos ambientes de trabalho, é o de se reduzir a exposição média de longo prazo (parâmetro recomendado de comparação) de todos os trabalhadores, a todos os agentes ambientais, a valores tão baixos quanto razoavelmente exequível dentro de critérios definidos de tolerabilidade. Veja que começaram a surgir outros conceitos, que devem ser definidos a seu tempo;

Nem todos os agentes são medidos apenas por sua ação de longo

prazo, sendo também importantes as exposições agudas (curto prazo). Pode-se perceber que devem variar aqui os objetivos e formas de avaliação da exposição.

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Áreas de interação da higiene ocupacional

Medicina ocupacional — interação evidente e mais forte, não há como

desempenhar qualquer das disciplinas sem dialogar com o profissional da outra.

Área de gestão ambiental — interação importante, pois os mesmos agentes já

citados podem extrapolar o âmbito ocupacional (ambientes onde há trabalhadores expostos), tornando-se um problema de meio ambiente e comunidade (Exemplos: ruído, contaminantes presentes em resíduos, emissões).

Ergonomia — como também é eminentemente multidisciplinar, a ergonomia

apresenta várias interações, pois os mesmos agentes ambientais que significam risco na higiene serão fatores de desconforto na ergonomia (ruído, calor, iluminação). Não se deseja aqui limitar a ergonomia à questão do conforto, pois há outras inadequações ergonômicas que geram doenças, mas evidenciar com os exemplos dados a interdisciplinaridade que existe.

Conceitos da higiene em algumas referências

Higiene Ocupacional, Higiene Industrial, Higiene do Trabalho – os

termos são considerados sinônimos, enquanto exprimem a ação da disciplina. Atualmente se usa Higiene Ocupacional.

Definição da American Industrial Hygiene Association (AIHA), citada na Enciclopédia de Segurança e Saúde Ocupacional, da Organização

Internacional do Trabalho (OIT): “Ciência e arte devotada ao

reconhecimento, à avaliação e ao controle dos fatores e estressores ambientais, presentes no local de trabalho ou oriundos deste, os quais podem causar doença, degradação da saúde ou bem-estar, ou desconforto significativo e ineficiência entre os trabalhadores ou

cidadãos de uma comunidade”. O autor do verbete na Enciclopédia, C.

M. Berry, diz ainda que atualmente a definição não descreve adequadamente a disciplina, e que é importante adicionar o termo

“antecipação”, como vimos antes. Expõe ainda que, a preocupação

deve se estender à família do trabalhador, citando os casos do berílio e do asbesto.

A definição do American Board of Industrial Hygiene é semelhante,

falando da “Ciência e prática devotada à antecipação, ao

reconhecimento, à avaliação e ao controle dos fatores e estressores ambientais presentes no local de trabalho ou oriundo deste que podem causar doença, degradação da saúde ou bem-estar, ou desconforto significativo entre trabalhadores e podem ainda impactar a comunidade

em geral” (atenção: ambas são traduções livres; convém sempre ler os

originais, até porque há muito de instrutivo nessas leituras para o higienista).

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Normas de Higiene Ocupacional - NHO

NHO 01-Procedimento Técnico - Avaliação da Exposição Ocupacional ao Ruído

A Coordenação de Higiene do Trabalho da Fundacentro publicou, em 1980, uma série de Normas Técnicas denominadas Normas de Higiene Ocupacional- NHO, hoje designadas Normas de Higiene Ocupacional-NHO. Desta forma apresenta-se ao público técnico que atua na área da saúde ocupacional a norma Avaliação da Exposição Ocupacional ao Ruído, resultado do reestudo da equipe técnica da Coordenação de Higiene do Trabalho.

NÍVEL DE RUIDO - DB MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA PERMISSÍVEL

85 8 horas

86 7 horas

87 6 horas

88 5 horas

89 4 horas e 30 minutos

90 4 horas

91 3 horas e 30 minutos

92 3 horas

93 2 horas e 40 minutos

94 2 horas e 15 minutos

95 2 horas

96 1 hora e 45 minutos

98 1 hora e 15 minutos

100 1 hora

102 45 minutos

104 35 minutos

105 30 minutos

106 25 minutos

108 20 minutos

110 15 minutos

112 10 minutos

114 8 minutos

115 7 minutos

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NHO 03 - Método de Ensaio: Análise Gravimétrica de Aerodispersóide Sólidos Coletados Sobre Filtros e Membrana

Após 10 anos de publicação, o método de ensaio “Determinação Gravimétrica de Aerodispersóide”, publicado em 1989 na “Revista Brasileira de Saúde Ocupacional”, n. 66 v. 17, foi revisado em 2001 para a introdução de conceitos mais abrangentes, recebendo um novo título “Análise Gravimétrica de Aerodispersóide Sólidos Coletados sobre Filtros de Membrana”. O método colabora na prevenção de doenças ocupacionais originadas pela exposição dos trabalhadores a poeira, fornecendo subsídios para a proposição de medidas de controle e para a verificação de sua eficiência.

DEFINIÇÕES

Aplicam-se as seguintes definições, para efeito deste método de ensaio:

Aerodispersóide

Reunião de partículas sólidas e/ou líquidas suspensas em um meio gasoso por tempo suficiente para permitir sua observação ou medição. Estão incluídas nessa categoria as partículas menores que 100 µm (Micrometro - equivale à milésima parte do milímetro).

Poeira

Toda partícula sólida, de qualquer tamanho, natureza ou origem, formada por ruptura de um material original sólido, suspenso ou capaz de se manter suspensa no ar. Essas partículas geralmente possuem formas irregulares e são maiores que 0,5 µm.

Filtro de membrana

Filtro de malha rígida, uniforme e contínua, de material polímero, com tamanhos de poros determinados precisamente durante a fabricação.

Suporte do filtro

Disco de celulose usado para suportar o filtro de membrana dentro do

porta-filtro.

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Porta-filtro (cassete)

Conjunto de duas ou três peças feito em plástico transparente, com 37 mm de diâmetro, que abriga e sustenta o filtro de membrana e o suporte utilizados para retenção da amostra.

Filtro testemunho

Filtro de membrana do mesmo tipo, porosidade e diâmetro do filtro a ser utilizado para a coleta. É um filtro usado exclusivamente em laboratório, como branco analítico, e deve acompanhar todos os tratamentos dados aos filtros do mesmo lote destinados à coleta de amostras.

Caixa de estabilização

Caixa utilizada para proteção dos filtros de membrana durante o período

de estabilização; construída em madeira ou alumínio de forma a permitir que haja equilíbrio das condições de umidade e temperatura entre o seu interior e o ambiente em que se encontra, sem que haja depósito de poeira desse ambiente sobre as amostras. As dimensões da caixa devem ser definidas de acordo com o espaço disponível no local de utilização.

Suporte de pesagem

Triângulo de vidro sobre o qual o filtro é depositado para a pesagem em balança analítica. O vidro ajuda a eliminar parte da eletricidade estática do filtro de membrana e facilita o seu manuseio durante o processo de pesagem.

Calibrador de Fluxo de Ar e Bombas de Aerodispersóides

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NHO 04 - Método de Ensaio: Método de Coleta e a Análise de Fibras Em Locais de Trabalho

A Coordenação de Higiene do Trabalho da FUNDACENTRO, por meio do Projeto Difusão de Informações em Higiene do Trabalho 1998/1999, vem elaborando a série de normas técnicas denominadas Normas de Higiene Ocupacional. A avaliação ambiental nos locais de trabalho é uma medida preventiva importante, uma vez que pode indicar se determinadas condições de trabalho trarão prejuízos ou não à saúde dos trabalhadores, especialmente quando as doenças causadas pelo trabalho manifestam-se somente após longo tempo de latência, como é o caso das doenças originadas pela maioria das fibras.

NHO 05 - Procedimento Técnico - Avaliação da Exposição Ocupacional aos Raios X nos Serviços de Radiologia

A Coordenação de Higiene do Trabalho da FUNDACENTRO publicou, em 1980, uma série de Normas Técnicas denominadas Normas de Higiene do Trabalho – NHT, hoje designadas Normas de Higiene Ocupacional – NHO. Desta forma apresenta-se aos profissionais que atuam na área de higiene ocupacional a NHO 05: Avaliação da Exposição Ocupacional aos Raios X nos Serviços de Radiologia, resultado da experiência obtida em vários levantamentos radiométricos realizados em diversos serviços de saúde do Estado de São Paulo.

NHO 06 - Avaliação da Exposição Ocupacional ao Calor

Tem por objetivo estabelecer critérios e procedimentos para a avaliação da exposição ocupacional ao calor que implique sobrecarga térmica ao trabalhador, com consequente risco potencial de dano à saúde. Possibilita a determinação do índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo, tanto com a utilização de equipamento convencional, quanto com equipamento eletrônico. Foram feitas modificações na tabela para determinação de taxas metabólicas e incluídos anexos contendo informações complementares, visando aperfeiçoar a estimativa da taxa metabólica decorrente da atividade física do trabalhador.

Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo Médio (IBUTG)

A avaliação de calor nos postos de trabalho deve ser feita através de

instrumentos que englobam um conjunto de termômetros, podendo ser utilizados equipamentos digitais desde que alguns requisitos sejam atendidos, tais como:

Termômetro de globo: Composto de esfera oca de cobre de 1 mm de

espessura, com 152,4 mm de diâmetro, pintada exatamente de preto fosco, e termômetro de mercúrio com escala mínima de +10 ºC a + 150 ºC, com precisão mínima de leitura de + 0,1 ºC. Existem no mercado alguns equipamentos digitais que possuem o globo menor de 152,4 mm

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de diâmetro, para estes casos deverão ser juntamente com a avaliação de calor, deve ser avaliado a velocidade do ar (m/s) existente no ambiente de trabalho, para fins de aplicação de fator de correção. A finalidade do termômetro de globo é de medir o calor radiante existente no ambiente de trabalho.

Termômetro de Bulbo Úmido: composto de termômetro de mercúrio

com escala mínima de + 10 ºC a + 50 ºC e precisão mínima de leitura de + 0,1 ºC, erlenmeyer de 125 ml, pavio de tecido branco de algodão, de alto poder de absorção de água com comprimento mínimo de 100 mm, e água destilada. É usado para medir o calor influenciado pela umidade do ar.

Termômetro de Bulbo Seco: Termômetro de mercúrio, com escala mínima de + 10 ºC a + 100 ºC e precisão mínima de leitura de + 0,1 ºC. É usado para medir a temperatura do ar.

QUADRO Nº 3

TAXAS DE METABOLISMO POR TIPO DE ATIVIDADE (115.008-1/I4)

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NHO 07- Calibração de Bombas de Amostragem Individual pelo Método da Bolha de Sabão

Em face do processo dinâmico das técnicas de identificação, avaliação e controle dos agentes ambientais de risco, e considerando o desenvolvimento tecnológico, a revisão técnica destas normas faz-se necessária. Dando continuidade a esse processo de revisão, apresenta-se ao público técnico que atua na área da saúde ocupacional a NHO 07, Calibração de Bombas de Amostragem Individual pelo Método da Bolha de Sabão, que aborda aspectos de novas tecnologias e conhecimentos disponíveis, gerados pela Coordenação de Higiene do Trabalho.

O método da bolha de sabão

O mais antigo método de medir pequenas vazões consiste no uso de

uma pipeta graduada e uma bexiga contendo água e sabão. Ao canalizar a saída do instrumento sob medição à entrada da pipeta (normalmente uma derivação soldada na base da mesma), “borbulhasse” uma pequena quantidade de sabão diluído em água nesta entrada, formando um fino filme que se desloca através da pipeta, em direção à abertura superior da mesma. Através da graduação (em mL) e um cronômetro (segs), mede-se o volume deslocado pelo gás num determinado tempo. Calcula-se então o fluxo, em unidades de volume pelo tempo, ou seja, a vazão volumétrica do gás.

Apesar de arcaico, este método ainda é utilizado por alguns laboratórios para calibração de baixas vazões e, até sugerido em norma de calibração de bombas de amostragem (NHO-07).

NHO 08- Coleta de Material Particulado Sólido Suspenso no Ar de Ambientes de Trabalho

Em continuidade ao processo de revisão das antigas Normas de Higiene do Trabalho (NHT), apresentamos aos profissionais que atuam na área, a Norma de Higiene Ocupacional NHO 08: Coleta de Material Particulado Sólido Suspenso no Ar de Ambientes de Trabalho, resultado da experiência acumulada nos últimos anos pela equipe da Coordenação de Higiene do Trabalho e da atualização de conceitos utilizados como base para a coleta de material particulado sólido, divulgados internacionalmente.

Campo de aplicação

Este procedimento se aplica à coleta de partículas de origem mineral,

metálica, vegetal e animal, de negro de fumo e de partículas insolúveis não especificadas de outra maneira.

Não se aplica para partículas na forma de fibras.

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NHO 09- Procedimento Técnico - Avaliação da Exposição Ocupacional a Vibração de Corpo Inteiro

A NHO 09 estabelece critérios e procedimentos para avaliação da exposição ocupacional a vibrações de corpo inteiro tendo com principal foco a prevenção e o controle dos riscos. Apresenta elementos para a análise preliminar e o enquadramento das situações abordadas, sendo que as avaliações quantitativas são realizadas somente quando há incerteza em relação à aceitabilidade das situações de exposição analisadas. Disponibiliza um critério de julgamento e de tomada de decisão em relação à adoção de medidas preventivas e corretivas com base em dados quantitativos.

Campo de aplicação

A norma aplica-se à exposição ocupacional a vibrações de corpo inteiro,

em quaisquer situações de trabalho em que a vibração seja transmitida ao corpo, tanto na posição em pé, quanto na sentada.

Eixos de direção adotados para medição

(Fonte: adaptada de ISO 2631:1997)

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NHO 10 - Procedimento Técnico - Avaliação da Exposição Ocupacional a Vibração em Mãos e Braços

A NHO 10 estabelece critérios e procedimentos para avaliação da exposição ocupacional a vibrações em mãos e braços tendo com principal foco a prevenção e o controle dos riscos. Apresenta elementos para a análise preliminar e o enquadramento das situações abordadas, sendo que as avaliações quantitativas são realizadas somente quando há incerteza em relação à aceitabilidade das situações de exposição analisadas. Disponibiliza um critério de julgamento e de tomada de decisão em relação à adoção de medidas preventivas e corretivas com base em dados quantitativos.

Procedimentos de medição

As medições da vibração transmitida às mãos devem ser feitas segundo

as três direções de um sistema de coordenadas ortogonais, de forma simultânea, utilizando-se acelerômetro do tipo triaxial.

A Figura ilustra a localização do sistema de coordenadas ortogonais que serve como base para a identificação do ponto de medição idealizado.

Localização do sistema de coordenadas para vibração de mãos e braços Fonte: Fundacentro

Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO

Através do PCMSO - NR 7 - é exigido o exame médico pré admissional e os exames médico periódicos.

Estes exames também são exigidos quando houver retorno ao trabalho, no caso de afastamento superior a 30 dias, e quando ocorrer à mudança efetiva de função (deve ser feito antes de ocorrer a transferência).

No caso de afastamento definitivo da empresa, deve-se exigir o exame médico demissional, nos 15 dias que antecedem o desligamento do funcionário.

O PCMSO é obrigatório em instituições que admitam trabalhadores como empregados. O empregador será o responsável pelo custo de todos os procedimentos previstos no programa.

Todos os trabalhadores devem ter o controle de sua saúde de acordo com os riscos a que estão expostos. Além de ser uma exigência legal prevista no art. 168 da CLT, está respaldada na Convenção 161 da Organização Internacional do Trabalho - OIT, respeitando princípios éticos, morais e técnicos.

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O PCMSO é parte integrante do conjunto mais amplo de iniciativas da empresa no campo da saúde dos trabalhadores, devendo estar articulado com o disposto nas demais NR. Deverá ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho, inclusive de natureza subclínica, além da constatação da existência de casos de doenças profissionais ou danos irreversíveis à saúde dos trabalhadores.

O custeio do programa (incluindo avaliações clínicas e exames

complementares) deve ser totalmente assumido pelo empregador, e, quando necessário, deverá ser comprovado que não houve nenhum repasse destes custos ao empregado.

O médico coordenador do Programa deve possuir, obrigatoriamente, especialização em Medicina do Trabalho, isto é, aquele portador de certificado de conclusão de curso de especialização em Medicina do Trabalho em nível de pós-graduação, ou portador de Certificado de Residência Médica em área de concentração em saúde do trabalhador, ou denominação equivalente, reconhecida pela Comissão Nacional de Residência Médica do Ministério da Educação, ambos ministrados por Universidade ou Faculdade que mantenha curso de Medicina, conforme item 4.4 da NR 4, com redação da Portaria DSST n.º 11, de 17-9-90.

Os médicos do Trabalho registrados no Ministério do Trabalho até a data da publicação da Portaria n.º 11, anteriormente citada, ou registrados no respectivo Conselho Profissional, têm seus direitos assegurados para o exercício da Medicina do Trabalho, conforme art. 4º da mesma Portaria, e ainda nos termos da Portaria SSMT n.º 25, de 27-6-89.

Estrutura do PCMSO

Embora o Programa não possua um modelo a ser seguido, nem uma estrutura rígida, recomenda-se que alguns aspectos mínimos sejam contemplados e constem do documento:

a) Identificação da empresa: razão social, endereço, CGC, ramo de

atividade de acordo com Quadro 1 da NR 4 e seu respectivo grau de risco, número de trabalhadores e sua distribuição por sexo, e ainda horários de trabalho e turnos;

b) Definição, com base nas atividades e processos de trabalho verificados e auxiliado pelo PPRA e mapeamento de risco, dos critérios e procedimentos a serem adotados nas avaliações clínicas;

c) Programação anual dos exames clínicos e complementares específicos para os riscos detectados, definindo-se explicitamente quais trabalhadores ou grupos de trabalhadores serão submetidos a que exames e quando;

d) Outras avaliações médicas especiais.

Além disso, também podem ser incluídas, opcionalmente, no PCMSO, ações preventivas para doenças não ocupacionais, como: campanhas de vacinação, diabetes melitus, hipertensão arterial, prevenção do câncer ginecológico, prevenção de DST/AIDS, prevenção e tratamento do alcoolismo, entre outros.

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O nível de complexidade do programa depende basicamente dos riscos existentes em cada empresa, das exigências físicas e psíquicas das atividades desenvolvidas, e das características biopsicofisiológicas de cada população trabalhadora. Assim, um Programa poderá se resumir à simples realização de avaliações clínicas bienais para empregados na faixa etária dos 18 aos 45 anos, não submetidos a riscos ocupacionais específicos, de acordo com o estudo prévio da empresa.

Poderão ser enquadrados nessa categoria trabalhadores do comércio varejista, secretárias de profissionais liberais, associações, entre outros. Por outro lado, um PCMSO poderá ser muito complexo, contendo avaliações clínicas especiais, exames toxicológicos com curta periodicidade, avaliações epidemiológicas, entre outras providências.

As empresas desobrigadas de possuir médico coordenador deverão realizar as avaliações, por meio de médico, que, para a efetivação das mesmas, deverá necessariamente conhecer o local de trabalho. Sem essa análise do local de trabalho, será impossível uma avaliação adequada da saúde do trabalhador.

Para essas empresas recomenda-se que o PCMSO contenha minimamente:

a) Identificação da empresa: razão social, CGC, endereço, ramo de

atividade, grau de risco, número de trabalhadores distribuídos por sexo, horário de trabalho e turnos;

b) Identificação dos riscos existentes; c) Plano anual de realização dos exames médicos, com programação das

avaliações clínicas e complementares específicas para os riscos detectados, definindo-se explicitamente quais os trabalhadores ou grupos de trabalhadores serão submetidos a que exames e quando.

Para Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) serve qualquer modelo ou

formulário, desde que traga as informações mínimas previstas na NR:

a) Na identificação do trabalhador poderá ser usado o número da identidade, ou da carteira de trabalho. A função poderá ser completada pelo setor em que o empregado trabalha;

b) Devem constar do ASO os riscos passíveis de causar doenças, exclusivamente ocupacionais, relacionadas com a atividade do trabalhador e em consonância com os exames complementares de controle médico;

Entende-se risco(s) ocupacional (ais) específico(s) o(s) agravo(s)

potencial (ais) à saúde a que o empregado está exposto no seu setor/função. O(s) risco(s) é (são) o(s) detectado(s) na fase de elaboração do PCMSO.

Exemplos:

Prensista em uma estamparia ruidosa: ruído; Faxineiro de empresa que exerça a sua função em área ruidosa: ruído; Fundidor de grades de baterias: chumbo;

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Pintor que trabalha em área ruidosa de uma metalúrgica: ruído e solventes;

Digitadora de um setor de digitação: movimentos repetitivos; Mecânico que manuseia óleos e graxas: óleos; Forneiro de uma função: calor Técnico de radiologia: radiação ionizante; Operador de moinho de farelo de soja: ruído e poeira orgânica; Auxiliar de escritório que não faz movimentos repetitivos: não há riscos

ocupacionais específicos; Auxiliar de enfermagem em Hospital Geral: biológico; Britador de pedra em uma pedreira: poeira mineral (ou poeira com alto

teor de sílica livre cristalina se quiser ser mais específico) e ruído; Gerente de supermercado: não há riscos ocupacionais específicos; Impressor que usa tolueno como solvente de tinta em uma gráfica

ruidosa: solvente e ruído; Supervisor da mesma gráfica que permanece em uma sala isolada da

área de produção: não há risco ocupacional específico; Pintor a revólver que usa thinner como solvente: solvente.

Apesar de sua importância, não devem ser colocados riscos genéricos

ou inespecíficos como stress por exemplo, e nem riscos de acidentes (mecânicos), como por exemplo, risco de choque elétrico para eletricista, risco de queda para trabalhadores em geral etc.

c) As indicações dos procedimentos médicos a que foi submetido o

trabalhador são ligadas à identificação do(s) risco(s) da alínea "b";

Exemplos;

Ruído: audiometria; Poeira mineral: radiografia do tórax; Chumbo: plumbemia e ALA urinário; Fumos de plásticos: espirometria; Tolueno: ácido hipúrico e provas de função hepática e renal; Radiação ionizante: hemograma.

Para vários agentes descritos na alínea "b", não há procedimentos médicos específicos.

Exemplos:

Dermatoses por cimento: O exame clínico detecta ou não dermatose por

cimento. Convém escrever no PCMSO que o exame clínico deve ter atenção especial à pele, mas a alínea "c" do ASO fica em branco.

Trabalho em altas temperaturas: O hipertenso não deve trabalhar exposto a temperaturas elevadas, mas não há exames específicos a realizar.

d) Nome do médico coordenador, quando houver;

e) Definição de apto ou inapto para a função;

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f) Nome do médico encarregado do exame, endereço ou forma de contato;

g) Data e assinatura do médico encarregado do exame e carimbo contendo o número de inscrição no Conselho Regional de Medicina. Não é necessário carimbo. O nome do médico pode ser datilografado ou impresso através de recursos de informática, o importante é que seja legível.

Os prontuários médicos devem ser guardados por 20 anos, prazo este de prescrição das ações pessoais (Código Civil Brasileiro - art. 177).

Do ponto de vista médico, grande parte das doenças ocupacionais têm tempo de latência entre a exposição e o aparecimento da moléstia de muitos anos. Em alguns casos esse período é de cerca de 40 anos. Assim, a conservação dos registros é importante para se recuperar a história profissional do trabalhador em caso de necessidade futura. Também para estudos epidemiológicos futuros é importante a conservação desses registros.

A guarda dos prontuários médicos é da responsabilidade do coordenador. Por se tratar de documento que contém informações confidenciais da saúde das pessoas, o seu arquivamento deve ser feito de modo a garantir o sigilo das mesmas. Esse arquivo pode ser guardado no local em que o médico coordenador considerar que os pré-requisitos acima estejam atendidos, podendo ser na própria empresa, em seu consultório ou escritório, na entidade a que está vinculado etc. O prontuário médico pode ser informatizado, desde que resguardado o sigilo médico, conforme prescrito no código de ética médica. O resultado dos exames complementares deve ser comunicado ao trabalhador e entregue ao mesmo uma cópia, conforme prescrito no § 5º do art. 168 da CLT, e o inciso III da alínea "c" do item l.7 da NR 01 (Disposições Gerais).

Obs.: O exame médico periódico, realizado a cada dois anos, destina-se ao

trabalhador que tenha idade entre 18 e 45 anos.

PPRA - PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS – NR 9

Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais.

As ações do PPRA devem ser desenvolvidas no âmbito de cada estabelecimento da empresa, sob a responsabilidade do empregador, com a participação dos trabalhadores, sendo sua abrangência e profundidade dependentes das características dos riscos e das necessidades de controle.

O PPRA é parte integrante do conjunto mais amplo das iniciativas da empresa no campo da preservação da saúde e da integridade dos

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trabalhadores, devendo estar articulado com o disposto nas demais NR, em especial com o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO previsto na NR-7.

Para efeito desta NR, consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador.

Consideram-se agentes físicos as diversas formas de energia a que

possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o infrassom e o ultrassom.

Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão.

Consideram-se agentes biológicos as bactérias, fungos, bacilos,

parasitas, protozoários, vírus, entre outros.

Da estrutura do PPRA

O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá conter, no mínimo, a seguinte estrutura:

a) Planejamento anual com estabelecimento de metas, prioridades e

cronograma;

b) Estratégia e metodologia de ação; c) Forma do registro, manutenção e divulgação dos dados; d) Periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do PPRA.

9.2.1.1 Deverá ser efetuada, sempre que necessário e pelo menos uma vez ao ano, uma análise global do PPRA para avaliação do seu desenvolvimento e realização dos ajustes necessários e estabelecimento de novas metas e prioridades.

Do desenvolvimento do PPRA

O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá incluir as seguintes etapas:

a) Antecipação e reconhecimentos dos riscos; b) Estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle; c) Avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores; d) Implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia; e) Monitoramento da exposição aos riscos; f) Registro e divulgação dos dados.

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9.3.1.1 A elaboração, implementação, acompanhamento e avaliação do PPRA poderão ser feitas pelo Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT ou por pessoa ou equipe de pessoas que, a critério do empregador, sejam capazes de desenvolver o disposto nesta NR.

A antecipação deverá envolver a análise de projetos de novas instalações, métodos ou processos de trabalho, ou de modificação dos já existentes, visando a identificar os riscos potenciais e introduzir medidas de proteção para sua redução ou eliminação.

O reconhecimento dos riscos ambientais deverá conter os seguintes itens, quando aplicáveis:

a) A sua identificação; b) A determinação e localização das possíveis fontes geradoras; c) A identificação das possíveis trajetórias e dos meios de propagação dos

agentes no ambiente de trabalho; d) A identificação das funções e determinação do número de trabalhadores

expostos; e) A caracterização das atividades e do tipo da exposição; f) A obtenção de dados existentes na empresa, indicativos de possível

comprometimento da saúde decorrente do trabalho; g) Os possíveis danos à saúde relacionados aos riscos identificados,

disponíveis na literatura técnica; h) A descrição das medidas de controle já existentes.

A avaliação quantitativa deverá ser realizada sempre que necessária para:

a) Comprovar o controle da exposição ou a inexistência riscos identificados

na etapa de reconhecimento; b) Dimensionar a exposição dos trabalhadores; c) Subsidiar o equacionamento das medidas de controle.

O estudo, desenvolvimento e implantação de medidas de proteção coletiva deverá obedecer à seguinte hierarquia:

a) Medidas que eliminam ou reduzam a utilização ou a formação de

agentes prejudiciais à saúde; b) Medidas que previnam a liberação ou disseminação desses agentes no

ambiente de trabalho; c) Medidas que reduzam os níveis ou a concentração desses agentes no

ambiente de trabalho.

Quando comprovado pelo empregador ou instituição a inviabilidade técnica da adoção de medidas de proteção coletiva ou quando estas não forem suficientes ou encontrar-se em fase de estudo, planejamento ou implantação, ou ainda em caráter complementar ou emergencial, deverão ser adotadas outras medidas, obedecendo se à seguinte hierarquia:

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a) Medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho; b) Utilização de equipamento de proteção individual - EPI.

9.3.5.6 O PPRA deve estabelecer critérios e mecanismos de avaliação da eficácia das medidas de proteção implantadas considerando os dados obtidos nas avaliações realizadas e no controle médico da saúde previsto na NR-7.

Das responsabilidades

Do empregador:

I. Estabelecer, implementar e assegurar o cumprimento do PPRA como atividade permanente da empresa ou instituição.

Dos trabalhadores:

I. Colaborar e participar na implantação e execução do PPRA; II. Seguir as orientações recebidas nos treinamentos oferecidos dentro do

PPRA; III. Informar ao seu superior hierárquico direto ocorrências que, a seu

julgamento, possam implicar riscos à saúde dos trabalhadores.

Das disposições finais

Sempre que vários empregadores realizem simultaneamente atividades no mesmo local de trabalho terão o dever de executar ações integradas para aplicar as medidas previstas no PPRA visando a proteção de todos os trabalhadores expostos aos riscos ambientais gerados.

O conhecimento e a percepção que os trabalhadores têm do processo de trabalho e dos riscos ambientais presentes, incluindo os dados consignados no Mapa de Riscos, previsto na NR-5, deverão ser considerados para fins de planejamento e execução do PPRA em todas as suas fases.

O empregador deverá garantir que, na ocorrência de riscos ambientais nos locais de trabalho que coloquem em situação de grave e iminente risco um ou mais trabalhadores, os mesmos possam interromper de imediato as suas atividades, comunicando o fato ao superior hierárquico direto para as devidas providências.

O PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) é um

programa muito importante para gerenciar as ações de segurança e saúde do trabalho na empresa. Ao contrário do muita gente pensa o PPRA é um programa dinâmico e deve ser alterado sempre que necessário.

Principais erros na gestão e elaboração do PPRA

Não observar o cronograma de ações

Esse é um erro clássico. Muitas empresas, principalmente as que contratam consultoria, nem sabem que o tal cronograma existe! E uma boa

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parte das consultorias não se dão ao trabalho de comunicar a empresa o fato. Com isso as empresas ficam com um grande problema em mãos sem ao menos saber, erro apenas da consultoria, não! Erro também do empregador que não se deu ao trabalho de conhecer o documento, só “comprou” e guardou. Não podemos nos esquecer de que o cronograma de ações é muito importante até para provar que o PPRA está sendo cumprido. Um PPRA que não tem ações é como se nem existisse.

Não alterar o programa quando a empresa cria um novo setor de trabalho

A NR 9 é clara quando diz no item 9.1.1 que o PPRA visa a preservação da saúde e integridade física dos trabalhadores através da antecipação e reconhecimento dos riscos no ambiente de trabalho. Ora, cria-se um novo setor de trabalho ou função isso deverá constar no PPRA, esse é o tipo de alteração que não precisa esperar um ano para colocar, pois o programa é feito para atender o momento, os riscos do momento, e não os riscos do futuro. Essa irregularidade é passível a multa.

Não assinar o PPRA

Esse é um dos grandes absurdos cometidos com o PPRA. No final do

documento é importante deixar um espaço para o empregador assinar. A assinatura vai provar que o empregador sabe que o documento existe e também que a empresa é responsável pelo documento. Com isso o criador do programa passa à responsabilidade do cumprimento das ações a empresa.

Esconder o PPRA dos funcionários e de todos

O PPRA é um programa de saúde, ele visa garantir a saúde de todos os trabalhadores no ambiente de trabalho, então é normal que aconteça de

alguém querer dar uma olhada (embora isso seja difícil de acontecer), se acontecer isso, deixe a pessoa ver, seja ela quem for, de que departamento for.

Lembre-se da NR 9 no item 9.3.8.3 O registro de dados deverá estar sempre disponível aos trabalhadores interessados ou seus representantes e

para as autoridades competentes.

Jogar o PPRA fora depois de um ano

Não é por que ele tem validade de um ano que pode ser jogado fora depois disso. Os dados do PPRA deverão ser guardados por no mínimo 20 anos NR 9 item 9.3.8.2. Guarde o PPRA.

Não colocar no nome da empresa avaliada na capa

Se sua empresa tem vários CNPJ, ou você trabalha é uma consultoria que trabalha com várias empresas e consequentemente com vários PPRA pode crer colocar o nome da empresa na capa faz muita diferença na hora de tentar encontrar determinado PPRA de determinada empresa. Além do mais um PPRA com o nome da empresa avaliada na capa fica mais “apresentável”.