truck motors show edição 9

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Sumário A Revista Truck&Motors Show é uma publicação mensal da Otimiza Editora. As opiniões dos artigos assinados são de seus autores. A elaboração das matérias relacionadas não tem nenhum vínculo com as vendas de espaço publicitário. Não aceitamos matérias pagas. Informes publicitários são de responsabilidade da empresa que os veiculam. Os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes. É proibida a reprodução sem prévia autorização, mas permitida citação desde que identificado a fonte. Guilherme, São Paulo, SP, CEP 02051-000 Tels.: 55 11 2283-3622 – 55 11 2361-4127 Fale conosco [email protected] Distribuição/Logística Brastech Logística www.brastechlogistica.com.br Tiragem da edição Mompean Associados Gráfica Gráfica Phoenix contato@phoenixacabamentografico.com.br Internet www.truckmotors.com.br twitter:@truckmotors facebook/Truckmotors Truckmotors.blogspot.com Revista Digital www.truckmotors.com.br/portal/ revista/edicoes Assinaturas [email protected] Tel.: 11-2283-3622 Publicação Otimiza Editora Endereço Rua Amazonas da Silva, 271, Vila Infográfica e Multimídia Otimiza Editora Financeiro e Administração Ricardo Luiz Soares [email protected] Conselho Editorial Aguinaldo Bastos Carlos Fernando Piovezanni Cesar Tadeu Lopes Piovezzani Dirceu Darim Oswaldo Faustino Fotografia Arquivo revista Truck&Motors/ Divulgação Diretor Geral Roberto Reis [email protected] Editor executivo Luís Alberto Caju Mtb 19.281/SP [email protected] Diretor comercial Adilson Lenço [email protected] [email protected] Pedro Ribeiro pedro@ truckmotors.com.br Design Gráfico Agência D1UP www.agenciad1up.com.br Na primeira quinzena de novembro, o Memorial da América Latina, em São Paulo, foi palco, durante dois dias, de uma linda exposição de ônibus e caminhões antigos. A chance de rever ou mesmo ver veículos que tiveram grande importância econômica no Brasil. Época das estradas de terra, do câmbio duro, do ruído enorme atormentar o motorista e até mesmo os passageiros, quando se tratava de ônibus. A ocasião propiciou o encontro de vários modelos de caminhões. Muitos eram sonhos de consumo de diversos jovens e até mesmo adultos nas décadas de 1950 e 1960. Anos que sacudiram o mundo em diversos segmentos da sociedade, inclusive na área automotiva. É salutar descrever a rica história da Stude Baker. Importante montadora de diversos modelos de veículos nos Estados Unidos nos primeiros 66 anos do século passado. Por outro lado é bonito ficar diante do GMC Marítimo, 1954, conhecido no transporte de carga como “João Bobo”, por causa da facilidade de carregar grande quantidade de carga. Neste tipo de exposição, o destaque, além dos veículos, é o cuidado dos colecionadores. A pintura linda, o brilho na calota de alumínio, o estofado quase novo e o motor ainda roncando, como se tivesse acabado de sair da fábrica. Não poderíamos deixar de citar a presença do famoso Mercedes-Benz “cara chata” arrematado por um empresário capixaba. Abandonado num órgão público federal, o caminhão levou tremendo “banho de oficina” e tornou-se novo. Bem equipado, é capaz de deixar muito motorista boquiaberto na famosa pista da esquerda em nossas rodovias. Aqui nestas páginas vai marcar presença, também, a inesquecível caminhonete Toyota Bandeirante. Verdadeiro ícone no transporte de cargas leves. Boa leitura Luís Alberto Caju Editor executivo Fascínio dos veículos antigos EXPEDIENTE 4 6 7 8 9 10 Tunel do Tempo Truck Motors Show Mercedes-Benz 1950: a famosa “cara chata” A Toyota Bandeirantes deixou saudades Stud Baker: A picape que virou lenda GMC 1954 3 2 Revista Truck & Motors Show • Ano I Edição 09 Revista Truck & Motors Show • Ano I Edição 09

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Truck Motors Show Edição 9

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Page 1: Truck Motors Show Edição 9

Sumário

A Revista Truck&Motors Show é uma publicação mensal da Otimiza Editora. As opiniões dos artigos assinados são de seus autores. A elaboração das matérias relacionadas não tem nenhum vínculo com as vendas de espaço publicitário. Não aceitamos matérias pagas. Informes publicitários são de responsabilidade da empresa que os veiculam. Os anúncios são de responsabilidade das empresas anunciantes. É proibida a reprodução sem prévia autorização, mas permitida citação desde que identificado a fonte.

Guilherme, São Paulo, SP, CEP 02051-000Tels.: 55 11 2283-3622 – 55 11 2361-4127

Fale [email protected]

Distribuição/LogísticaBrastech Logísticawww.brastechlogistica.com.br

Tiragem da ediçãoMompean Associados

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Revista Digitalwww.truckmotors.com.br/portal/revista/edicoes

[email protected].: 11-2283-3622

Publicação Otimiza EditoraEndereçoRua Amazonas da Silva, 271, Vila

Infográfica e MultimídiaOtimiza Editora

Financeiro e AdministraçãoRicardo Luiz [email protected]

Conselho EditorialAguinaldo BastosCarlos Fernando PiovezanniCesar Tadeu Lopes PiovezzaniDirceu DarimOswaldo Faustino

FotografiaArquivo revista Truck&Motors/Divulgação

Diretor GeralRoberto [email protected]

Editor executivoLuís Alberto CajuMtb 19.281/[email protected]

Diretor comercialAdilson Lenç[email protected]@truckmotors.com.brPedro Ribeiropedro@ truckmotors.com.br

Design GráficoAgência D1UPwww.agenciad1up.com.br

Na primeira quinzena de novembro, o Memorial da América Latina, em São Paulo, foi palco, durante dois dias, de uma linda exposição de ônibus e caminhões antigos. A chance de rever ou mesmo ver veículos que tiveram grande importância econômica no Brasil. Época das estradas de terra, do câmbio duro, do ruído enorme atormentar o motorista e até mesmo os passageiros, quando se tratava de ônibus.

A ocasião propiciou o encontro de vários modelos de caminhões. Muitos eram sonhos de consumo de diversos jovens e até mesmo adultos nas décadas de 1950 e 1960. Anos que sacudiram o mundo em diversos segmentos da sociedade, inclusive na área automotiva. É salutar descrever a rica história da Stude Baker. Importante montadora de diversos modelos de veículos nos Estados Unidos nos primeiros 66 anos do século passado.

Por outro lado é bonito ficar diante do GMC Marítimo, 1954, conhecido no transporte de carga como “João Bobo”, por causa da facilidade de carregar grande quantidade de carga. Neste tipo de exposição, o destaque, além dos veículos, é o cuidado dos colecionadores. A pintura linda, o brilho na calota de alumínio, o estofado quase novo e o motor ainda roncando, como se tivesse acabado de sair da fábrica.

Não poderíamos deixar de citar a presença do famoso Mercedes-Benz “cara chata” arrematado por um empresário capixaba. Abandonado num órgão público federal, o caminhão levou tremendo “banho de oficina” e tornou-se novo. Bem equipado, é capaz de deixar muito motorista boquiaberto na famosa pista da esquerda em nossas rodovias. Aqui nestas páginas vai marcar presença, também, a inesquecível caminhonete Toyota Bandeirante. Verdadeiro ícone no transporte de cargas leves.

Boa leitura

Luís Alberto Caju Editor executivo

Fascínio dos veículos antigos

ExpEdiEntE

4

6

7

8

9

10

Tunel do Tempo

Truck Motors Show

Mercedes-Benz 1950: a famosa “cara chata”

A Toyota Bandeirantes deixou saudades

Stud Baker: A picape que virou lenda

GMC 1954

32 Revista Truck & Motors Show • Ano I Edição 09 Revista Truck & Motors Show • Ano I Edição 09

Page 2: Truck Motors Show Edição 9

O motorista Joel Pereira realizou o sonho de muitos colecionadores de caminhões antigos. Após trabalhar muitos anos com seu patrão, herdou o GMC Marítimo, 1954. Segundo ele, o veículo foi comprado há quase quatro anos e demorou três anos para ficar em estado de novo. “O GMC estava embaixo de uma árvore, em Sorocaba (SP). O primeiro dono queria vender, mas ele não se encontrava

A força do GMC Marítimo 1954

em bom estado. Meu antigo patrão, o senhor Fernando, comprou e trabalhei na restauração”, disse.Porém, em maio de 2012, o dono do GMC faleceu e a família que mantém o caminhão, o colocou à venda. Por enquanto, Pereira passou a cuidar do veículo. “Este tipo de GMC é conhecido como “João Bobo”, porque puxa qualquer tipo de peso. Ele transporta 30 toneladas, sossegado. Preparado para puxar carreta”,

afirmou.O painel sofreu modificações, mas continua original, o volante não é mais original, os bancos são suspensos a ar, o farol mantém a originalidade, igualmente com a seta, como era na década de 1950. ”Hoje, este GMC vale R$ 170 mil”, disse.

Conhecido como “João Bobo” puxa qualquer tipo de peso

Joel Pereira, restaurador do GMC Marítimo 1954

Motor com 211 HP de potência, 6 cilindros em linha

Detalhe do escapamento

Ficha técnica

GMC Marítimo - 1954Motor: 211 HP marítimo, 6 cilindros em linhaTransmissão: 5 marchas mais reduzidasCombustível: DieselRodas: Aro 22/1.100

Marca que tornou-se lenda no mercado de caminhões

virado para cima

54 Revista Truck & Motors Show • Ano I Edição 09Revista Truck & Motors Show • Ano I Edição 09

GMC 1954

Page 3: Truck Motors Show Edição 9

StUdE BAKER: STUDE BAKER:

quando começou a produzir vagões para agricultores, mineiros e militares. Ela só entrou no ramo automotivo em 1902 com veículos elétricos e dois anos após nos automóveis movidos a gasolina, todos comercializados com o nome de “Sociedade do Automóvel” Studebaker. Até 1911 a divisão de automóveis era operada com a empresa Garford. Até 1963, ela estabeleceu uma reputação invejável de qualidade e confiança. A fábrica de South Bend cessou a produção em 20 de dezembro de 1963 e do automóvel Studebaker, com linha de montagem no Canadá, em 16 de março de 1966. Os fundadores dessa famosa fábrica de veículos foram os irmãos Peter, Jacob, Clem, Henry e John. Todos Studebaker. Eles estavam no lugar e hora certos. Para atender as necessidades da corrida do ouro na Califórnia, no século 19, passaram a produzir vagões completos. Logo, o Exército dos Estados Unidos, entre 1861/65 durante a Guerra Civil, passou

A caminhonete Stude Baker era avançada no tempo, mesmo em 1954. O motor 318 V8, de 250 HP, deixou muita gente respirando poeira nas estradas. Segundo Everaldo Rodrigues, mais conhecido como Alemão Ti-ti-ti, naquela época ela já tinha para-brisa arredondado, algo futurístico. “Paguei R$ 100 mil e está comigo há quatro anos. Até agora ainda não pensei em vendê-la. Viajo e nunca tive problemas nas rodovias”, disse. Segundo ele, a história da Stude Baker (sobrenome da família fundadora da empresa) começou em 1852 na cidade de South Bend, Indiana, Estados Unidos,

O ano de 1981 marca a produção de 30 mil Bandeirantes. Naquele mesmo ano o veículo passa por outras alterações técnicas na transmissão, no motor e pneus. Dois anos depois ocorre o lançamento do novo modelo pick-up longo picape cabine dupla, além de várias modificações, a principal delas é o novo padrão da cabine com reforço na caçamba (picape) e banco espumado anatômico (todos). Em 1984 o veículo atinge a produção de 40 mil. Até o encerramento da fabricação do Toyota Bandeirante em novembro de 2001, o modelo passou por inúmeras modificações, entre elas instalação de ar-condicionado como opcional, adoção de transmissão de 5 marchas, aumento da capacidade do tanque de combustível de 43 para 63 litros, direção hidráulica, novo motor japonês Toyota 14B com rotações de 96 HP a 3.400 rpm, velocidade máxima em torno de 110/120 km/h, alteração na carcaça da embreagem, novo sistema de escapamento, colocação de cobertura no piso da alavanca do câmbio. De 1958 a 2001, quando foi encerrada a produção do Bandeirante; somando a fabricação dos Land Cruiser em CKD, Toyota colocou no mercado brasileiro 104.621 picapes.

OM 314, com 85 HP, além da adoção do sistema de injeção direta do motor, mudando o código do modelo para OJ50L.Em 1979, a Toyota chega à marca de 20 mil Bandeirantes produzidos no País. Por causa disso, em 1980 a demanda impunha 1 ano de espera aos compradores. Nesse mesmo ano, o veículo passa por alterações técnicas com modificações no sistema de acelerador, tubo de retorno do combustível, apoio do radiador, eliminação da trava de direção, árvore da transmissão, piso dianteiro, chicote com caixa de fusível, painel de indicadores em todos os modelos. No final de 1980, o Bandeirante sofre mais alterações técnicas, na direção (junta elástica na coluna de direção, volante espumado, chave de ignição, pisca alerta, caixa de direção Gemmer. (todos os modelos); freio e embreagem (servo freio de 7” com cilindro mestre, bomba de vácuo, cilindro da roda de 1” (dianteira) e 7/8” (traseira”), pratos de freio dianteiro/traseiro comunizado, cilindro da embreagem (todos os modelos), melhoramentos na parte elétrica, piso e sistema de arrefecimento.

A saga do Toyota Bandeirante começou em dezembro de 1958, com o desembarque do primeiro lote do Land Cruiser FJ-251, com 800 unidades no sistema de conjuntos CKD (completamente desmontados), dotado de motor Toyota 6 cilindros em linha, 4.0 litros, movidos à gasolina. Os primeiros veículos desse tipo foram montados num galpão no Bairro do Ipiranga, Zona Sul de SP, comprado da Rover do Brasil. No ano seguinte ocorreu o lançamento do primeiro modelo Land Cruiser brasileiro, com índice de nacionalização de 60%. Em 1962 é inaugurada a fábrica da Toyota em São Bernardo do Campo, responsável pela produção do Bandeirante. Nesse mesmo ano ele é exposto no Salão Internacional do Automóvel de São Paulo. O ano de 1963 marca o índice de nacionalização atinge 85%, equipado com motor Mercedes-Benz OM 324 de 74 HP a 3.000 rpm, 4 marchas, tração 4x2 ou 4x4, velocidade máxima de 102 km/h.A marca chega, em 1965, a 5 mil unidades produzidas no Brasil. Em 1968 o índice de nacionalização chega aos 100%. No ano seguinte a carroceria do modelo passa a ser feita na própria Toyota. Em 1972 a empresa registra 10 mil Bandeirantes vendidos. No ano de 1973, a Toyota apresenta o novo motor Mercedes-Benz

Picape tOYOtA BAndEiRAntE

deixou saudade...

painel de um modelo 1996

Motor 318 V8 de 250 Hp

painel da Stude Baker

Alemão ti-ti-ti: “nunca tive problemas nas rodovias com ela”

Volante do veículo que virou lenda

traseira cheia de estilo

toyota Bandeirante 1999 Motor da picape que fez história no Brasil

a marca de caminhonete que virou lenda

a encomendar a Studebaker este tipo de mercadoria. John comprou a parte de Henry e o negócio se expandiu. No auge da migração para o Oeste norte-americano, naquela época, o vagão de trem preferido saia da fábrica deles. Em 1874, a empresa tinha a maior fábrica automobilística do mundo com 81.000 m².No ano de 1904 passaram a fazer automóveis com motor a gasolina. Oito anos depois já produziam ônibus. Desde aquela época utilizavam motores de seis cilindros. Na década de 1920 a Studebaker empregava 23 mil funcionários e fabricava 180 mil veículos por ano. O departamento de fundição da empresa tinha 53.400 m² e dali saiam 600 toneladas de peças fundidas diária. Em 1948 lançou o caminhão modelo M16. Infelizmente a partir de 1954 a empresa começou a perder dinheiro. A agonia durou até 1966, quando encerrou as atividades.

Ficha técnica

Motor: 318 V8, 250 HPTransmissão: 4 marchasCombustível: GasolinaRodas: aro 15

MarcaçãoMARCAÇÃO

76 Revista Truck & Motors Show • Ano I Edição 09Revista Truck & Motors Show • Ano I Edição 09

STUDE BAKER TOYOTA BANDEIRANTE

Page 4: Truck Motors Show Edição 9

A sorte do Mercedes-Benz, LP 331, 1958 foi encontrar o empresário Joaquim Antonio Carlette. Ele é dono de uma empresa de ônibus no Espírito Santo. Numa viagem ao Rio de Janeiro descobriu o veículo no extinto DNER (atual DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) completamente abandonado. Com o motor desmontado, o “cara chata” acabou

O famoso “CARA CHAtA” da década de 1950Para os leitores que gostam de viajar no tempo, os anos de 1954 e 1960 registram diversos fatos que marcaram na música, política, esportes e cinema. A redação da Truck&Motors Show reservou esta página a você1954 – GMC MarítimoO presidente da República era Getúlio Vargas.Os famosos nascidos daquela época foram o cantor Jermaine Jackson (11 de dezembro); os músicos Mike Nolan (7 de dezembro), Pat Metheny (12 de agosto), as atrizes Catherine O´Hara (4 de março), Oprah Winfrey (29 de janeiro), Rene Russo (17 de fevereiro); o diretor James Cameron (16 de agosto), os atores Jackie Chan (7 de abril), John Travolta (18 de fevereiro), James Belushi (15 de junho), Denzel Washington (28 de setembro).A música brasileira de maior sucesso era “Teresa da Praia”, nas vozes de Dick Farney e Lúcio Alves. A internacional que sacudiu o mundo e o Brasil foi o rock “Shake, Rattle and Roll”, na voz de Bill Haley.No futebol, o campeão paulista foi o Corinthians, ao empatar por 1x1 a partida decisiva contra o Palmeiras. O Timão levou a taça com Gilmar, Homero e Alan, Idário, Goiano e Roberto, Cláudio, Luizinho, Baltazar, Rafael e Simão. O técnico era Osvaldo Brandão. Em 1977 ele voltaria a comandar o alvinegro na célebre decisão com a Ponte Preta, de Campinas, e ganhar outro título paulista. O melhor filme daquele ano, ganhador do Oscar, foi “A um passo da eternidade” (teve 13 indicações ao prêmio e levou oito estatuetas). Sob batuta do diretor Fred Zinnemann, a trama se dividia entre os conflitos de três militares do Exército: o teimoso soldado Robert E. Lee Prewitt (Montgomery Clift); o sargento Milton Warden (Burt Lancaster); e o soldado Angelo Maggio (Frank Sinatra). Os três personagens revelam a dualidade entre o amor pelo Exército e as questões pessoais. A atuação do trio são coesas e

convincentes. Neste filme Burt Lancaster dá o famoso beijo na boca de sua amada na praia. A cena de amor ficou famosa. Sua interpretação rendeu-lhe um Oscar. 1960 – Ford 350 O presidente do Brasil era Juscelino Kubitschek. Os famosos nascidos naquela época foram os atores Jean Claude Van Damme (18 de outubro), David Duchovny – mais tarde faria muito sucesso no filme Arquivo X (7 de agosto), os músicos Sean Penn –iria se casar com Madonna (17 de agosto), Arnaldo Antunes (2 de setembro), Chris Potter (23 de agosto).O hit “Banho de Lua”, na voz de Celly Campello estourava nas paradas de sucesso e nos bailes. A canção internacional que fazia a cabeça era “Theme From A Summer Place”, interpretada por Percy Faith. O Santos de Pelé e Zito não deu chances aos adversários diretos na disputa pelo título paulista de 1960: Portuguesa, Palmeiras e Corinthians. Em três jogos, o Peixe fez 16 gols. Ao enfrentar o Timão, a equipe de Pelé e cia goleou o rival por 6 x 1, retirando o alvinegro da disputa o Alvinegro de Parque São Jorge. O Santos tirou o Verdão da disputa ao vencer a Ferroviária de Araraquara por 5 x0. A Lusa não pode pegar a taça, porque perdeu de 5x2 para o Noroeste. Em 17 de dezembro daquele ano, o Peixe sagrou-se campeão na Vila Belmiro ao vencer o Palmeiras por 2 x 1. O filme Bem-Hur arrasou o quarteirão na noite de entrega do Oscar. Ganhou 11 estatuetas. Drama épico bíblico, dirigido por William Wyler e baseado no romance do escritor Lew Wallace. Ele se passa na época de Jesus Cristo e conta a vida de um judeu de grande influência (Judah Ben-Hur), traído por seu amigo (Messala) romano. Escravizado num barco, ele luta por sua liberdade e volta para conseguir a vingança.

Viagem aos anos de 1954 e 1960vendido por R$ 20 mil.“Mudei a pintura para verde, pois a original era azul. Fiz verdadeira “cirurgia plástica” nele. O virabrequim estava quebrado, o câmbio bem ruim. A restauração demorou cerca de 2 anos”, explicou. Hoje, o Mercedes-Benz, LP 331, 1958, mais parece uma máquina voadora. Atinge facilmente 150 km/h.

O banco é eletro pneumático (regulado de acordo com o peso do motorista), tem ar condicionado, vidros e travas elétricos, espelho e retrovisores, também, elétricos; bolsa de ar na cabine (passa no buraco e a cabine não balança), câmera de ré, com o motorista dispondo de ampla visão do que ocorre atrás ao fazer a manobra.

Ficha técnica

Motor : OM 449, 250 HPTransmissão: caixa ZF –S 6-105, seis marchasCombustível: DieselCavalo mecânico: puxa até 27 toneladas

Proprietário do Mercedes-Benz,

LP 331, ano 1958

Caminhão fez história no

transporte de carga no Brasil

Pintura bonita e boa conservação Interior luxuoso da cabine

MarcaçãoMARCAÇÃO

98 Revista Truck & Motors Show • Ano I Edição 09Revista Truck & Motors Show • Ano I Edição 09

MERCEDES BENZ 1958 TÚNEL DO TEMPO

Page 5: Truck Motors Show Edição 9

Exposição do ônibus antigo é destaque no Memorial da América LatinaA primeira quinzena de novembro registrou a 9ª Exposição de Ônibus Antigo. Na avaliação do presidente do 1º Clube de Ônibus Antigo Brasileiro, Kaio Castro, é satisfatório o trabalho de preservação da história por meio desse tipo de veículo. “É um hobby bom, pois a preservação visa mostrar a geração futuras a oportunidade de conhecer como foi a história neste período presenciado por nós”, disse. O evento teve a presença de colecionadores de ônibus e caminhões antigos. A eterna Rainha dos Caminhoneiros, a cantora Sula Miranda, prestigiou a festa no primeiro dia da exposição em 10 de novembro.De acordo com Castro, por meio desses veículos é possível comparar o avanço da tecnologia existente há 30 ou até mesmo 50 anos atrás. No evento as pessoas mataram a curiosidade de quando São Paulo imitou a cidade de Londres no transporte coletivo. No final da década de 1980 entrou em circulação os ônibus

de dois andares (Thamco ODA), de cor vermelha, semelhante a utilizada pelos modelos britânicos, até hoje usados nas ruas da capital da Inglaterra. Eles eram da extinta CMTC (Companhia Municipal de Transporte Coletivo), responsável por

informações de como eram esses veículos há 60 anos. Por exemplo: o GM transit, 1955, conhecido entre os colecionadores como “Coa-chinho” foi o primeiro modelo deste tipo de veículo construído integralmente no Brasil. Sua versão urbana, com duas portas, tem estrutura metálica e chapeamento de aço e o motor a gasolina com 6 cilindros, 134HP e 4 marchas, já instalado no interior da carroceria.Modelos da Mercedes-Benz também chamam a atenção, como o primeiro caminhão transformado em ônibus (o L-312 Torpedo, ano 1957). Com carroceria Metropolitana, é equipado com o bloco a diesel OM-312 de 100HP. Nos filmes norte-americanos, da década de 1950, é possível ver este tipo de veículo, embora equipados com motorização diferente. Mas obedecendo ao mesmo conceito de transporte urbano.

Ônibus de 2 andares que circulou em Sp no final da década de 1980

grande parte do transporte urbano em São Paulo.Os ônibus antigos reservam surpresas aos visitantes da exposição. Ali é possível obter

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TRUCK & MOTOR SHOW