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Trovadorismo

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Page 1: Trovadorismo trabalho 1

Trovadorismo

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Trovadorismo

Reprodução da folha de rosto de uma das edições do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende. A primeira edição é de 1545. À direita vê-se o brasão português, com todos os elementos referidos na Mensagem, de Fernando Pessoa.

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Contexto histórico

Desde o séc. XII AC

Vestígios de habitantes e viajantes como os fenícios, gregos, cartagineses, celtas

Grande miscigenação

Antes do séc. III AC Referências romanas à Lusitânia e aos lusitanos

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A partir do séc. III AC

Início da Romanização na Península Ibérica

Base latina do Português

Séc. II AC – apogeu de Roma: conquista da Grécia

A partir do séc. I – começo da decadência [emergência do Cristianismo] 300/400 DC

Invasões dos povos bárbaros (suevos e visigodos)

Aquisições vocabulares

Fragmentação da Península em vários reinos (foedus)

Cristianização dos reis bárbaros: “monarquia visigótica”

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A partir de 711 DC

Invasão dos Mouros (a partir do norte da África, acesso ao estreito de Gibraltar)

Aquisições vocabulares

Início da “Reconquista” (movimento dos cristãos pela retomada das terras conquistadas pelos mouros, iniciado nas montanhas asturianas, norte da Península) - 08 séculos de lutas entre cristãos e mouros (sob inúmeras lideranças)

Surgimento de vários reinos cristãos: Leão, Navarra, Aragão, Castela

Último califado árabe na Península cai em 1492

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Menestrel

Menestrel, na Europa medieval, era o poeta e bardo cujo desempenho lírico referia-se a histórias de lugares distantes ou sobre eventos históricos reais ou imaginários. Embora criassem seus próprios contos, muitas vezes memorizavam e floreavam obras de outros. À medida que as cortes foram ficando mais sofisticadas, os menestréis eram substituídos por trovadores, e vários deles tornaram-se errantes, apresentando-se para a população comum, tornando-se assim os divulgadores das obras de outros autores.

Bardo

Um bardo, na história antiga da Europa, era uma pessoa encarregada de transmitir as histórias, as lendas e poemas de forma oral, cantando a história de seus povos em poemas recitados. Era simultaneamente músico e poeta e, mais tarde, seria designado de trovador. É a principal raiz da música tradicional irlandesa

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O trovador

É da Provença (região sul da França) que vem o substantivo "trovador", pois lá o poeta era chamado "troubadour" (enquanto que, no norte da França, recebia o nome de "trouvère"). Nos dois casos, o radical da palavra é o mesmo, referindo-se a "trouver", ou seja, "achar". Os poetas eram aqueles que "achavam" os versos, adequando-os às melodias e formando os cantares ou cantigas.

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O amor cortês

Amante medieval sendo içado numa cesta (ilustração do Codex Manesse do século XIV.

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O que era o AMOR CORTÊS?

Em sua essência, o amor cortês era uma experiência contraditória entre o desejo erótico e a realização espiritual, "um amor ao mesmo tempo ilícito e moralmente elevado, passional e auto-disciplinado, humilhante e exaltante, humano e transcendente".

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Origens do "amor cortês“

O amante (idealizador) aceita a independência de sua senhora e tenta fazer de si próprio merecedor dela, agindo de forma corajosa e honrada (nobre) e fazendo quaisquer feitos que ela deseje. A satisfação sexual pode não ser um objetivo ou mesmo o resultado final, mas o amor não era inteiramente platônico, visto que era baseado em atração sexual.

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Principais pontos

•Total submissão do enamorado à sua dama (por uma transposição do amor às relações sociais sob o feudalismo, o enamorado rende vassalagem à sua senhora).

•A amada é sempre distante, admirável e um compêndio de perfeições físicas e morais.

•O estado amoroso, por transposição ao amor dos sentimentos e imaginário religioso, é uma espécie de estado de graça que enobrece a quem o pratica.

•Os enamorados são sempre de condição aristocrática.

•O enamorado pode chegar a comunicar-se com a sua inatingível senhora, após uma progressão de estados que vão desde o suplicante ("fenhedor", em occitano) ao amante ("drut").

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Cantigas de amor, de amigo e de escárnio e maldizerCantigas de amor

O trovador confessa, de maneira dolorosa, a sua angústia, nascida do amor que não encontra receptividade. O "eu lírico" desses poemas se revela, às vezes, na forma de um apelo repetitivo, no qual não há erotismo, mas amor transcendente, idealizado.

Ai linda amiga 

Ai linda amada, não posso de vercorpo lindo que me leva a morte

Não há amor sem castigo; castigo sem dornem dor tão forte como a do amor

 Ai linda amada, não posso de vercorpo lindo que me leva a morte

Acorde-me, mãe, quando o sol sairfui pelos campos verdes, buscar meu amor

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Cantigas de amigo

O trovador apresenta o outro lado da relação amorosa, isto é, assume um novo "eu lírico": o da mulher que, humilde e ingênua, canta, por exemplo, o desgosto de amar e, depois, ser abandonada; ou o da mulher que se apaixonou e fala à natureza, à si mesma ou a outrem sobre sua tristeza, seu ideal amoroso ou, ainda, sobre os impedimentos de ver seu amado.

Ondas do mar de VigoVistes o meu amigo?Ai, Deus! Eu o verei logo? Ondas do mar revoltoVistes o meu amado?Ai, Deus! Eu o verei logo?

Vistes o meu amigo?Aquele por quem suspiro?Ai, Deus! Eu o verei logo? Vistes o meu amado?Aquele por quem tanto sofro?Ai, Deus! Eu o verei logo?

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Cantigas de escárnio e de maldizer

São poemas satíricos. Nas de escárnio, ressaltam-se a ironia e o sarcasmo. Já as de maldizer são agressivas, abertamente eróticas, a sátira é expressa de forma direta, sem meias palavras, chegando a usar termos chulos. Escritas, às vezes, pelos mesmos autores das cantigas de amor e de amigo, revelam um terceiro "eu lírico", cuja licenciosidade se aproxima da vida das camadas sociais mais populares.

Marinha, o teu folgartenho eu por desacertado,e ando maravilhadode te não ver rebentar;pois tapo com esta minhaboca, a tua boca, Marinha;e com este nariz meu,tapo eu, Marinha, o teu;

com as mãos tapo as orelhas,os olhos e as sobrancelhas,tapo-te ao primeiro sono;com a minha piça o teu cono;e como o não faz nenhum,com os colhões te tapo o cu.

E não rebentas, Marinha?

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CANCIONEIROS POPULARES

Todas essas cantigas eram musicadas e os trovadores as cantavam, acompanhados de um ou vários instrumentos musicais.

Muitas dessas cantigas acabaram desaparecendo, já que eram transmitidas também por via oral. Alguns manuscritos, contudo, foram compilados em obras a que damos o nome de "cancioneiros", quase sempre graças às ordens dos reis.

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Cancioneiro da Ajuda: (composto no reinado de Afonso 3º, no final do século 13, tem 310 cantigas, a maioria de amor)

Cancioneiro da Biblioteca Nacional : contém 1.647 cantigas, de todos os tipos, elaboradas por trovadores dos reinados de Afonso 3º e dom Dinis.

Cancioneiro da Vaticana: possui 1.205 cantigas de todos os tipos.

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Trovadores portugueses mais importantes

João Soares Paiva,

Paio Soares de Taveirós

Dom Dinis

João Garcia de Guilhade

Martim Codax.

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Leixa-pren O leixa-pren é um recurso estilístico característico das cantigas de amigo galego-portuguesas. Consiste na repetição dos segundos versos de um par de estrofes como primeiros versos do par seguinte.

Como vivo coitada, madre, por meu amado,ca m'enviou mandado que se vai no ferido: ¡e por el vivo coitada! Como vivo coitada, madre, por meu amado,ca m'enviou mandado que se vai no fossado: ¡e por el vivo coitada! Ca m'enviou mandado que se vai no ferido,eu a Santa Cecilia de coraçón o digo:¡e por el vivo coitada! Ca m'enviou mandado que se vai no fossado,eu a Santa Cecilia de coraçón o falo: ¡e por el vivo coitada!

Como se observa, os versos 2 e 5 (os segundos das duas primeiras estrofes) repetem-se como primeiros da 3ª e 4ª estrofes,respectivamente.