trilhas sociais: guia para atividades de comunicação comunitária [recurso eletrônico]
DESCRIPTION
Apostila desenvolvida com orientação do Professor Fernando Oliveira Paulino, coordenador da iniciativa “Trilhas Sociais - Cultura, Saúde, Educação Ambiental e Comunicação” do Projeto de Extensão de Ação Contínua Comunicação Comunitária da UnB com apoio do Proext Cultura do Ministério da Cultura em 2008TRANSCRIPT
02
Jairo Faria, Juliana Mendes, Jussara Sousa e Leyberson Pedrosa
Apostila desenvolvida com orientação do
Professor Fernando Oliveira Paulino,
coordenador da iniciativa “Trilhas Sociais -
Cultura, Saúde, Educação Ambiental e
Comunicação” do Projeto de Extensão de
Ação Contínua Comunicação Comunitária
da UnB com apoio do Proext Cultura do
Ministério da Cultura em 2008
Ministério da Cultura
Brasília / DF
03
CoordenadorFernando Oliveira Paulino
SubcoordenadoresGabriela GoulartMarcelo Bizerril
Marilucia PicançoNina Laranjeira
Regina Coeli Carvalho AlvesThaïs de Mendonça Jorge
PesquisadoresJuliana Mendes
Leyberson PedrosaMarcelo Arruda
EstagiáriosDaniel Souza
Ícaro Alexandre PereiraJairo Faria
Jussara SousaLudmila Gualberto Andrade
Michelle CoutinhoOsíris Reis
Rebeca Cavalcanti
Equipe deComunicação Comunitária
Ana Elisa SantanaAna Rita Cunha
André ReisAndressa Anholete
Bárbara LinsCândida LugerCyntia Dutra
Eduardo RodriguesEmídio MonteiroEmília Silberstein
Fábio LobatoFelipe CardiaFlávio Forini
François MontierGabriel CattapretaGuilherme RosaJoão Queirolo
Leonardo de SouzaLuísa Picanço
Marina WatanabeMatheus Senna
Mayara Alexandre BrunoMurilo Bastos
Núbia de CastroRenata Barreto
ParticipantesAdones AlvesAlberto Santos
Alexandre CiconelloAléxia Oliveira
Aline BockiAmanda Rafaela Nogueira França
Ana FerreiraAnderson Campos M.
André JúniorAndré Melo
Bianca WanderleyCaírba Costa Pereira
Carmen Pereira da SilvaCaroline Lopes
ChaioneCleber Batista de AlmeidaCleudimar Bispo dos Anjos
Cindy MousinhoCynthia TibérioDaniela Lopes
Danielle AntunesDanilson de Sousa
David Ferreira SouzaDelmo B. Monteiro
Denise Maria Santos BonfimDiego de Melo
Diego Santos Damaceno
Elias DuarteÉliton Severo
Emilly CampeloErick Vinicius Lima da Silva
Fabiano Tavares GomesFábio de Sousa
Fábio Henrique da SilvaFelipe GomesFlávia Lima
Gleyton da SilvaGraziela Diniz Sousa
Henrique dos Santos PereiraHumberto Nascimento
Isabella MartinezJackson Rodrigues
Jaime MatosJanaína Barros
Janara BritoJean Pierre
Jefferson dos SantosJéssica Moreira
Jhonatas MartinsJohnny Alves
Jonathas RodriguesJorge Marques
José Acácio dos Santos CostaJuan NascimentoJuliana Cirilo Viana
Juliana Franco RamosKákylaKaren
Karla GonçalvesLaiane Andréa da Silva
LaryssaLayane SantosLuara Barros
Lucas de Souza MarquezMarcos Freitas
Marcos SobrinhoMaria de Fátima Leidiane de Souza
Martinelli da SilvaMeirian Aparecida dos Santos
Michael Douglas Martins FreitasMichael Roston
Murillo RodriguesNoêmia da Silva Passos
Paulo César G. B.Pedro
Pedro GaiaRafael da Silva
Rafael Estiano dos SantosRaíssa Sampaio
Rangel Raquel Rodrigues
Raquel Rodrigues FerreiraRaul da Silva Souza
RayaneReinan
Ricardo CastroRildo dos SantosRodrigo CarlosRubens Fava
Sarah CândidoTamara PereiraTayline BispoTayrone Rolim
Thiago dos SantosVanessa JoelmaWilson Ximenes
Autores Jairo Faria
Juliana MendesJussara Sousa
Leyberson Pedrosa
RevisãoBárbara Lins
Gabriela GoulartFernando O. Paulino
DiagramaçãoFelipe Nardeli
04
AgradecimentosFaculdade de Comunicação
da Universidade de Brasília - FAC/UnBInstituto de Estudos
Socioeconômicos - INESCFundação de Empreendimentos
Científicos e Tecnológicos - FINATECFundação de Apoio
à Universidade Federalde São João Del-Rei - FAUF
Petrobrás Ministério da Cultura
2008www.unb.br/fac/comcom
Ao ProfessorJosé Fonseca Ferreira Neto
05
Sumário
Abertura - Comunicação Comunitária na prática
Dicas para preparação da oficina
Roteiros de oficinas
(Des)construindo conceitos
Você é o que você come
Rap e Repente
Eu faço vídeo
Roteiro audiovisual
Comunicação para Participação
Introdução - A Comunicação em que acreditamos:
Discutindo Conceitos
Saúde no cotidiano
Promoção da Saúde
Hábitos Alimentares Saudáveis
O que é Segurança Alimentar e Nutricional?
Comunicação no cotidiano
Educação ambiental no cotidiano
O que é meio ambiente?
Saúde e meio ambiente
Consciência Ecológica
Cultura no cotidiano
Preconceito cultural
Cultura e Música
Juventude no cotidiano
Demandas da Juventude
Meios de comunicação trabalhados nas oficinas
Rádio
Sumário
.............................................. 07
..................................................................... 10
........................................................................................ 10
............................ ...................... 11
.................................. ...................... 12
................................................ ...................... 13
.................................................. ...................... 13
................................... ...................... 14
................ ............................ 14
16
18
..................... ............................................................ 19
................................................................................. 19
................................................................ 20
.............................................. 21
........................ .............. 21
............................................................. 21
.................................. ................. 21
................................................ .................... 22
.......................................... .................... 23
....................................... ........................... 23
.......................................... ............................... 24
......................................... ................................ 25
............................................................................ 25
.............................. .................................... 16
............................................. 28
28
........................
........................
........................
.........................
................................
........................
..........................................
.....................................................................................
........
..................................
........................
........
................
................
........
.............
........
........................................................................................................
06
Recursos do rádio
Spot, vinheta e jingle
Roteiro
Gravação
Equipamento
Locução
Ambiente
Edição
Como usar o Audacity
Vídeo
O que é audiovisual?
Aprendendo na tela
Recursos de vídeo
Plano, enquadramento e movimentos de câmera
Argumento, roteiro e storyboard
Gravação
Equipamento
Enquadramento
Ambiente
Edição
Como usar o Adobe Premiere
Animação
Como fazer animação com massinha ou desenho
Como fazer animação no computador
Como usar o Sothink
............................................ ................. 30
........................................ ................ 30
......................................................... .................... 30
.................................................. ....................... 32
......................................... ........................... 32
............................................. .............................. 33
........................................ ................................. 33
.......................................... .................................... 33
.................................................................................... 34
..................................................... ........ 36
................................................. ........ 36
.................................................... ....... 36
.. ........... 37
...................................... 37
............................................................... 38
..................................... ............................. 39
........................... ................................. 39
............................... ........................................ 39
................................... ............................................. 39
.............................................. 41
................. 41
................................ 43
..................................... 45
................ 46
................................................................................ 47
........................
........................
........................
........................
........................
........................
........................
........................
..........................................
........................
........................
........................................................................
................................
................................
................
................
........................................................
........................................................
................................................................
........................................
07
Comunicação Comunitária na Prática
Histórico - Depois de criar a Rádio Laboratório de Comunicação Comunitária
(Ralacoco), em 2002, estudantes e professores da Faculdade de Comunicação da
Universidade de Brasília perceberam que poderiam dar continuidade à proposta
de expansão das atividades de comunicação para além dos muros acadêmicos.
Foi criada, então, a disciplina Comunicação Comunitária, inicialmente conectada
às atividades de melhoria da qualidade de vida da comunidade do Varjão do Torto,
localidade de baixa renda no Distrito Federal que iniciava o processo de
constituição do Fórum de Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável (DLIS).
De 2002 a 2008, os estudantes da disciplina também desenvolveram atividades
nas quadras residenciais 115 norte e 314 norte, e na comunidade remanescente
de Quilombo Mesquita, próxima à Cidade Ocidental-GO. Em 2007, o trabalho do
grupo de Comunicação Comunitária se concentrou em Planaltina, a partir de uma
parceria com o campus da Universidade de Brasília nessa cidade.
Envolvimento - Por meio das atividades de Comunicação Comunitária
propostas pela Universidade de Brasília, estudantes de graduação e pós-
graduação estabeleceram vínculos com moradores das diferentes comunidades
do Distrito Federal e passaram a trabalhar juntos no desenvolvimento de
programas de rádio, vídeos, animação, jornais escolares, panfletos e cartazes
sobre temas de relevância para o desenvolvimento local.
Além dos professores do quadro regular da universidade, a disciplina também
conta com estudantes do mestrado em Comunicação que ingressam neste
projeto como prática de ensino orientado.A iniciativa também conta com o apoio
de professores dos cursos de Medicina, Biologia, Nutrição e Ciências Naturais
durante a proposição e planejamento das aulas e oficinas. Essa atuação de
docentes de diferentes áreas permite a experimentação de novas bases teóricas
utilizadas como referencial para o andamento dos trabalhos.
Jornalistas, publicitários, cineastas e cientistas políticos ex-alunos da UnB ou
integrantes do projeto de rádio Ralacoco também participam das atividades
como colaboradores, o que garante a continuidade do projeto. Com eles, surgem
novas perspectivas a serem exploradas pela disciplina: comunicação e saúde,
comunicação e cultura, comunicação e novas tecnologias.
Gradativamente, percebeu-se a necessidade de aumentar o apoio institucional
da universidade às atividades de Comunicação Comunitária. Em 2007, a
disciplina foi registrada, então, como Projeto de Ação Contínua de Extensão, o
que viabilizou a obtenção do transporte, a participação de bolsistas e a
concorrência em editais. Essa mudança foi fundamental para garantir a
sustentabilidade da iniciativa.
No mesmo ano, o projeto de Comunicação Comunitária da UnB se inscreveu no
Proext do Ministério da Cultura e foi selecionado para desenvolver ações de
promoção da saúde, meio ambiente e cultura em suportes de comunicação. A
seleção garantiu a obtenção de equipamentos e recursos necessários para as
atividades.
Em seguida, iniciaram-se as atividades do Projeto “Trilhas Sociais Cultura,
Saúde, Educação Ambiental e Comunicação” implementado pela UnB com o
apoio do Ministério da Cultura e Petrobras. O projeto foi desenvolvido com
estudantes do Centro de Ensino Médio 2 de Planaltina. Aproximadamente 30
alunos reuniram para as primeiras atividades. Além desses participantes, durante
a fase de produção e gravação dos spots de rádio e vídeos, juntaram-se ao grupo
15 jovens de grupos culturais do Varjão. Também houve a contribuição de um
jovem da Ceilândia e de 15 estudantes do Guará em uma oficina específica
realizada em sua escola. A partir do primeiro semestre de 2008 as atividades se
expandiram para universitários dos cursos de Gestão de Agronegócios e Ciências
Naturais do campus avançado da UnB em Planaltina.
Produtos - O projeto Trilhas Sociais propôs a criação e distribuição de kits
audiovisuais com o material de vídeo, rádio e animação produzido durante as
08
oficinas, s oficinas e assim buscou ampliar o acesso dos jovens a novos canais de
comunicação que garantam o diálogo sobre promoção da cultura, saúde e meio
ambiente. Esta é uma iniciativa que estimula a criação de novas linguagens
audiovisuais que ampliam e diversificam as possibilidades de participação social
da juventude. O projeto também estimulou a responsabilidade social dos
estudantes e promoveu a geração do capital social por meio do encontro da
universidade com as comunidades.
09
Dica: Preparando as Oficinas
Antes de escolher as atividades a serem
desenvolvidas durante as oficinas de comunicação,
atenção para alguns detalhes fundamentais para
garantir a participação da turma:
Perfil do grupo
Interação
Antes de iniciar uma oficina de comunicação com
base na metodologia descrita nesta cartilha, é
importante adequar as atividades ao perfil dos
participantes, segundo sua idade, sua experiência
em outras atividades de comunicação, onde vivem e
estudam. A idéia é tornar a oficina mais atrativa,
aproveitando o conhecimento e os interesses dos
participantes.
Além de considerar a realidade dos participantes, é
preciso se informar sobre a quantidade de pessoas
que estarão presentes e o tempo disponível para
oficina. Mesmo se o tempo for curto, é importante
criar uma dinâmica que estimule a troca de opiniões
e conhecimentos, sem limitar as atividades a uma
palestra em que apenas um fala e os outros
escutam.
Mão na massa
Avaliação
Alguns elementos podem ajudar a quebrar o gelo
entre os participantes. Uma dica é propor a criação
de produtos como parte das atividades.. Lembre-se
que a palavra oficina implica “colocar a mão na
massa”. A tecnologia hoje está mais acessível, o que
permite a produção, durante as atividades, de áudios
para rádio, vídeos e animação. Se você tiver uma
câmera mini-DV ou uma mesa de som, ótimo. Mas
se esses recursos estão distantes, use o velho
gravador de som com fita cassete, ou celular com
gravadores de vídeo.
Ao final, não se esqueça de avaliar a atividade,
perguntando também a opinião dos participantes. A
avaliação é o momento de compartilhar diferentes
perspectivas e de melhorar a oficina para o futuro.
No projeto Trilhas Sociais, as oficinas de
comunicação foram elaboradas para que estudantes
da Universidade de Brasília e jovens moradores de
Planaltina utilizassem a linguagem de rádio, vídeo e
animação para discutir temáticas ligadas à saúde,
cultura e meio ambiente. No Distrito Federal, as
atividades contribuíram para a inclusão e
mobilização social de jovens, que passaram a
Roteiro das Oficinas
10
11
interagir com grupos locais envolvidos em projetos
de preservação do meio ambiente, resgate da
cultura regional e democratização da comunicação.
Essa experiência pode servir de modelo para a
promoção de atividades de comunicação
comunitária em escolas, projetos sociais e
universidades de diferentes regiões. Para que essa
metodologia seja disseminada, avaliada, adaptada,
disponibilizamos a seguir os roteiros das atividades
desenvolvidas no Distrito Federal. Ao compartilhar
essa experiência, lembramos que essa proposta
testada nas oficinas ainda está aberta à possíveis
transformações. Você pode contribuir para aprimorar
essa metodologia, propondo novas atividades e
testando novas linguagens. Não tenha medo de
ousar!
Apresentar o grupo e o projeto, definir em
conjunto os temas trabalhados, questionar
conce i tos preex istentes e compart i lhar
conhecimentos sobre o tema.
Cartolina ou quadro-negro,
pequenos pedaços de papel, canetas, fita crepe ou
adesiva, elementos cenográficos para a simulação
de um programa de entrevistas (talk show), câmera
de vídeo. Duração: 4 horas
Oficina: (Des)construindo conceitos
Objetivo:
Material Necessário:
Desenvolvimento:
Apresentação:
Debate:
Primeiro passo: antes de iniciar as
atividades, os oficineiros devem explicar o projeto,
enfatizando seus objetivos e produtos finais
esperados. As datas do cronograma devem estar
sempre visíveis, seja no quadro-negro ou na
cartolina. Depois da apresentação, é importante que
os participantes tenham tempo para fazer perguntas
e sugestões. Em seguida os facilitadores pedem aos
jovens que escrevam, em um parágrafo, suas
expectativas sobre o projeto. Se houver tempo,
esses textos podem ser lidos em voz alta, sem
identificar o autor. Esse material deve servir de
subsídio para adequar a oficina ao perfil dos
participantes. Se o projeto for implementado em um
período mais longo, superior a um mês, é
interessante para os jovens receberem de volta os
textos sobre suas expectativas e utilizá-los para
avaliar as mudanças ocorridas.
Os jovens são divididos em grupos de
seis pessoas no máximo (dependendo do número
total de participantes) e simulam um programa de
entrevista em que um jovem entrevista o outro sobre
sua relação com o ambiente (casa, escola, parque,
espaço de lazer, etc.). A apresentação pode ser
gravada para momento futuro da oficina (quando
forem explicadas as noções de edição de vídeo, por
exemplo).
Selecione um material capaz de motivar a
discussão sobre os temas centrais do projeto
(saúde, comunicação, meio ambiente, cultura e
12
juventude). Sugerimos o vídeo Juventude e Direitos
Humanos, produzido pela Associação Imagem
Comunitária (www.aic.org.br). Após a exibição do
vídeo, em grupos, os jovens recebem fragmentos de
textos sobre temas relacionados à juventude.
Recomendamos o uso das pesquisas publicadas
pelo Projeto Juventude, do Instituto Cidadania
(www.projetojuventude.org.br). A partir da leitura
desse material, cada grupo deve escrever um dos
seguintes conceitos relacionados à juventude: Meio
Ambiente, Saúde, Cultura e Comunicação. Os
participantes apresentam seus conceitos para os
outros grupos e colam os papéis na parede para
montar a “árvore de conceitos”, que estabelece a
relação e possível hierarquia entre os temas.
Descobrir as informações nutricionais
presentes nas embalagens de alimentos,
contribuindo, assim, para um consumo consciente.
Refletir também sobre a relação existente entre
nutrição e meio ambiente.
Muitas embalagens vazias de
alimentos (leite, refrigerante, bolacha, chocolate,
barra de cereal, etc.); Caixas de papelão cobertas e
com os símbolos “+” e “-”. Duração: 2 horas
Se houver muitos participantes,
dividir em grupos de aproximadamente 8 pessoas.
Cada grupo recebe duas caixas cobertas (uma com o
Oficina: Você é o que você come
Objetivo:
Material Necessário:
Desenvolvimento:
símbolo “+” e outra com o “-”). Deixe todas as
embalagens vazias no meio do cômodo e peça para
os participantes selecionarem, pelas informações
disponíveis nas embalagens, os produtos que
comprariam (colocar na caixa “+”) e não
comprariam (colocar na caixa “-”) no supermercado.
Durante a atividade, os jovens podem fazer
perguntas sobre os nomes descritos nas tabelas
nutricionais (gordura hidrogenada, porção diária,
sódio, etc.). Portanto, é conveniente garantir a
participação de um(a) estudante ou profissional da
área de saúde para esclarecer essas dúvidas.
Quando as caixas estiverem cheias, os participantes
apresentam suas escolhas e explicam seus motivos.
O(A) estudante ou profissional de saúde pode
comentar as escolhas e fazer questionamentos aos
participantes.
Para complementar a atividade, os participantes
podem sugerir formas mais claras e compreensíveis
de apresentar a informação nutricional nas
embalagens de alimentos. Os facilitadores podem
estimular que os participantes utilizem os Serviços
de Atendimento ao Consumidor (SAC) para
expressar suas sugestões. A idéia é que os
participantes comentem como foi o contato com as
empresas de alimentos no próximo dia da oficina.
O segundo momento das atividades inclui um debate
sobre a relação entre os alimentos e o meio
ambiente. Cada participante deve escolher uma
embalagem da caixa “+” e explicar o impacto
daquele recipiente no meio ambiente. Também é
importante questionar os participantes sobre
13
possíveis atitudes a serem adotadas para diminuir
esse impacto. Uma proposta é estimular ações para
reduzir, reutilizar e reciclar as embalagens.
Refletir sobre elementos necessários para
o roteiro, gravação e edição de spots de rádio.
Relacionar este produto de comunicação à cultura
dos jovens.
Letras de música de rap e
repente (ou cordel) impressas; cartolina ou quadro-
negro; caneta; aparelho de som; CD com exemplos
de música de rap, repente e spots de rádio; laptop
com microfone e programa para edição de som
(recomendamos o software livre Audacity).
Duração: 4 horas
Os oficineiros apresentam o rap e
o repente para os jovens, pedindo exemplos e
opiniões. Os exemplos ilustram como a música pode
ser utilizada como instrumento de reivindicação e
divulgação de acontecimentos históricos ou
notícias. Para subsidiar a atividade, sugerimos uma
breve pesquisa nos sites da Academia Brasileira de
Literatura de Cordel (www.ablc.com.br), e
Wikipédia, onde podem ser consultados os verbetes
Repente (http://pt.wikipedia.org/wiki/Repente) e
Rap (http://pt.wikipedia.org/wiki/Rap).
Os jovens são divididos em grupos e recebem uma
letra de música de rap e outra de repente (ou texto
Oficina: Rap e Repente
Objetivo:
Material Necessário:
Desenvolvimento:
de cordel). Pede-se aos participantes que apontem
trechos que considerem interessantes e expliquem
suas escolhas (localização da frase, figuras de
linguagem, mais de uma voz, sons além da música,
etc.). Os facilitadores devem anotar o que os jovens
falam em uma cartolina ou quadro-negro.
Essas anotações serão utilizadas posteriormente
para explicar a estrutura dos spots de rádio. É
importante destacar o uso de sons além da voz para
criar o “clima” do ambiente (como barulhos de
talheres em um restaurante). Então, explique como
se faz um roteiro (indicando a locução, música de
fundo e sons) e dê uma idéia geral de edição. Os
jovens devem formular spots sobre um dos temas:
saúde, meio ambiente, comunicação e cultura. Os
spots devem ser gravados e editados,
preferencialmente pelos jovens, utilizando
programas como o Audacity.
Explicar as diferenças dos planos usados na
gravação de vídeos e praticar a edição de vídeo.
Aparelho de DVD e televisão;
DVD montado com vários trechos de vídeos
conhecidos: diferentes histórias em quadrinhos
(HQs) com seus quadrinhos recortados, separados e
misturados. Duração: 2 horas
Em um primeiro momento, os
oficineiros passam cenas diferentes de vídeos
Oficina: Eu faço vídeo
Objetivo:
Material Necessário:
Desenvolvimento:
14
conhecidos para explicar os planos. Sugerimos que
seja enfatizada a sensação causada por diferentes
planos e como o uso de vários planos pode gerar
ritmo e movimento na história. Fale sobre o plano
geral, de conjunto, americano, médio, próximo,
close-up e detalhe. Se houver tempo, também vale a
pena pesquisar sobre movimentos de câmera.
Depois, os participantes se dividem em grupos e
recebem pedaços misturados de histórias em
quadrinhos. A proposta é que construam sua própria
história com cenas distintas. Depois, eles
apresentam a história e explicam sobre o processo
de pensar a linha lógica (começo, meio e fim).
Estimule-os a falar dos planos em que se encontram
os personagens desenhados nos quadrinhos. Ao
final, os oficineiros devem relacionar o processo de
construção da história em quadrinhos com o da
edição, cujo objetivo é criar o sentido e tornar mais
atrativo o material bruto de uma gravação.
Apresentar a estrutura de roteiro de vídeo
para os jovens participantes.
cartolinas e canetas, modelo
de argumento, roteiro e storyboard, gravações de
vídeo. Duração: 2h
Inicialmente, são dispostas
cartolinas com canetas espalhadas pelo chão. Cada
cartolina possui uma pergunta: Qual o melhor filme
Oficina: Roteiro audiovisual
Objetivo:
Material Necessário:
Desenvolvimento:
de todos os tempos? Que elementos visuais se
tornam atrativos em um filme? O que faz uma história
interessante? Que surpresa marcou você nas
histórias dos filmes de que mais gosta? Sugerimos
colocar alguma música para tocar enquanto os
jovens circulam pela sala preenchendo as cartolinas
com suas respostas. Depois, leia as respostas que
estão nas cartolinas em voz alta e peça para os
jovens comentarem suas opiniões. Fale sobre os
elementos de um roteiro, a importância de pensar o
cenário e construir os personagens (características
físicas e psicológicas), o papel da reviravolta e a
necessidade de que a história faça sentido para o
telespectador (começo, meio e fim).
Entregue um modelo de argumento, roteiro e
storyboard para os jovens. Destaque a função do
storyboard para facilitar a montagem da história por
conter elementos visuais. Por fim, peça que os
participantes criem um storyboard de cenas já
gravadas que poderão ser editadas por eles em outra
oficina.
Estimular a participação por meio da
criação de veículos alternativos de comunicação.
Jornais; Tesouras; Cartolina e
canetas; Exemplos de fanzine, jornal de grêmio,
cartazes e cartilhas; Folhas em branco; Fotocópias.
Duração: 4 horas
Oficina: Comunicação para Participação
Objetivo:
Material Necessário:
15
Desenvolvimento: Os oficineiros distribuem jornais
para os participantes e pedem que eles recortem
notícias sobre mobilização ou reivindicações da
sociedade ao poder público. Depois, eles
apresentam a notícia e apontam os aspectos da
comunicação que possam estimular a mobilização
dos leitores (sugestões de ação na matéria, contatos
para quem quer participar, aspas de pessoas com
diferentes perspectivas para entender o assunto,
fotos com pessoas, etc.). A medida que os jovens
falam, um oficineiro anota tudo em uma cartolina ou
quadro-negro. A partir desses comentários, os
oficineiros apresentam alguns exemplos de produtos
de comunicação elaborados com o intuito de
estimular a participação dos leitores (fanzine, jornal
de grêmio, cartazes, etc.).
Os facilitadores pedem para que os jovens façam um
plano para escrever uma cartilha de mobilização. Os
participantes devem listar que eles listem qual o
objetivo central, as estratégias e ações necessárias.
Por exemplo, se o objetivo de um aluno é passar de
ano, ele pode estudar mais (estratégia 1) ou prestar
mais atenção na aula (estratégia 2). Assim, as ações
podem ser: ler jornal todo dia e depois debater temas
com professores e colegas. Os oficineiros
apresentam várias cartilhas e estabelecem algumas
características da publicação que será criada
durante a oficina (sempre pedir para os participantes
complementarem as qualidades):
- Ser claro, objetivo e direto.
- Usar linguagem simples, de fácil acesso.
- Aliar texto à imagem. Setas, desenhos e espaços
em branco fazem a cartilha fugir do aspecto de
panfleto feito de última hora.
Os jovens são divididos em grupos e cada um fica
responsável por fazer uma página da cartilha. Os
grupos apresentam suas folhas de cartilha e a turma,
como um todo, decide onde a folha entra para
montar uma só publicação. Esta cartilha pode ser
fotocopiada e distribuída na escola, bairro, quadra de
lazer, etc.
A Comunicação em que acreditamos:Qual delas, como consegui-la e como utilizá-la?
Comunicar implica diálogo. Não dizemos isso por
dizer. O educador Paulo Freire relatou esse conceito
em muito dos seus livros. Recentemente, o jornalista
Eugênio Bucci abordou o mesmo assunto no seu
artigo “Comunicação é Diálogo”¹. Ele defende que
“comunicar é justamente tecer o sentido comum(...)
é buscar pontes de entendimento. É dialogar”.
Em vez de apenas recebermos informação, podemos
dialogar de forma horizontal e construir idéias. Não
há como sermos passiv@s diante do nosso direito
de trocar opiniões. Não é à toa que existam
movimentos de defesa pelo Direito à Comunicação.
São coletivos, fóruns e entidades que cansaram de
ver poucos se colocando como os comunicadores,
enquanto a maioria da população não pode nem
contra-argumentar. Esse movimento luta contra o
monopólio midiático, que é basicamente o dinheiro
comprando equipamentos, comprando mercado,
comprando equipes e ocupando, melhor, invadindo,
os espaços de voz na sociedade. Assim mesmo, no
gerúndio, em uma ação contínua para que somente
alguns tenham o controle da situação vigente e da
comunicação.
O monopólio é uma faca de dois gumes: enquanto
alguns tentam restringir o nosso direito à
Comunicação com C maiúsculo
comunicação, mais somos incitados a falar. O
exemplo disso está no dia-a-dia. Não dá para
imaginar que fiquemos calados durante uma partida
de futebol. Independente do narrador televisivo,
torcemos, vibramos e reclamamos da atuação do
nosso time. Na hora da novela então.... O roteirista
possui na cabeça o trajeto ideal de seu personagem.
Mas não existe uma alma viva que não participe,
mesmo inconscientemente, da história do mocinho
e do vilão. E ainda têm quem se chateia se dizemos
que aquilo tudo é de mentirinha.
Contudo, a história das nossas vidas não pode ser
contada apenas por roteiristas contratados. Somos
nós que a narramos diariamente. E, para isso,
precisamos de instrumentos que coloquem nossas
visões de mundo em evidência. Existem vários
caminhos possíveis. Alguns chamam esses
percursos de empoderamento dos meios de
comunicação pela população. Outros falam que é a
democratização da comunicação. Nesse texto,
vamos dar o nome a esse caminho de Comunicação,
simples assim e com a letra C maiúscula. Uma
Comunicação na qual temos a possibilidade de
produzir e veicular nossos próprios conteúdos. Seja
pelo rádio, pela televisão, internet ou por qualquer
outro meio que exista ou que ainda será inventado
por nossa imaginação.
16
Mapa dos meios
Até o momento, falamos do entendimento da
Comunicação como: d iá logo, produção,
participação, decisão. Mas ainda não citamos os
meios para se obter esse direito. Por isso, vamos
mapear alguns deles.
Um primeiro meio está na implementação de uma
Política Pública Nacional de Comunicação construída
para e pelos próprios interessad@s em se
Comunicar. Ou seja, basicamente, tod@s nós. Uma
política que interfira no atual modelo de concessão
de tevê, rádio, e que nos permita mais espaços nos
veículos de produção de conteúdo.
Outro meio está na nossa ação direta de produzir
novas mídias e de nos apropriarmos das tecnologias.
Podemos mudar o mundo com o uso da tecnologia se
a compreendermos no seu conceito original: a arte
de pensar. Esse significado ajuda inclusive a
diferenciar a técnica da tecnologia. Uma câmera
pode ter mil botões, mas é aprendendo como apertar
os botões certos que conseguiremos desmistificar o
seu uso e aplicá-la de forma criativa. Reaprender e
usar os equipamentos a nosso favor é algo que pode
ser feito por qualquer pessoa.
Contudo, há um entrave: a dificuldade de acesso às
tecnologias de produção. Nem sempre os
equipamentos são baratos e fáceis de conseguir. Por
isso, precisamos reciclar, reutilizar e democratizar o
uso de técnicas e tecnologias. Tem gente que faz
câmera fotográfica com caixa de fósforo. E tem
gente que faz vídeo com celular e rádio pela internet
com conexão discada.
Historicamente, saúde, moradia, transporte e
alimentação foram considerados direitos básicos de
cada cidadão ou cidadã garantidos pela própria
constituição. A Comunicação também deve ser
compreendida como direito fundamental, pois é na
Comunicação que encontramos espaço de tornar
público o que pensamos. É também espaço
estratégico para criarmos.
É um espaço maior ainda para reivindicar e lutar por
tantos outros direitos garantidos, mas ainda não
cumpridos. Voltemos a Paulo Freire, que afirma que a
educação é um processo de troca, um processo
comunicativo, no qual aprendemos quando
dialogamos. Nessa mesma linha de raciocínio,
conquistamos mais saúde quando usamos da
Comunicação para colocar a boca no trombone e
denunciar as irregulares. Não à toa, a Comunicação
com C maiúsculo em que acreditamos é, por
essência, permeável e capaz de tornar todos os
outros direitos comuns a tod@s.
* o @ é utilizado em algumas palavras para se referir
a todas as pessoas, independente de gênero.
Poderia ser escrito também, no caso da palavra
todos, com x, todxs, ou usando os dois gêneros,
todos e todas.
Poder transformador
17
Discutindo Conceitos
Antes da elaboração das oficinas do Projeto Trilhas
Sociais, o grupo de Comunicação Comunitária
pesquisou alguns conceitos-chave ligados à saúde,
nutrição, educação ambiental , cultura e também à
comunicação para subsidiar o debate durante as
atividades. O levantamento dessas informações foi
fundamental para a definição dos temas trabalhados
nas oficinas. O projeto procurou então agregar o
conteúdo específico da área de comunicação aos
conceitos de promoção de saúde, hábitos
alimentares saudáveis, segurança alimentar e
nutricional, educação ambiental, reciclagem,
preconceito cultural, cultura, música e juventude,
descritos a seguir.
O conceito mais básico da comunicação é a troca de
mensagens por um ou vários meios. Qualquer um
pode e deve se comunicar. Aliás, nos comunicamos
desde o momento em que começamos a existir. A
mensagem transmitida do feto dentro do útero para
sua mãe já é uma forma de comunicação. Assim
como um gesto, um beijo, um desenho em grafite,
um recado no orkut ou um latido de cachorro.
Qualquer maneira de se comunicar é bem-vinda. No
espaço da troca de idéias só existe uma regra: um
deve entender o que o outro quer transmitir. E esse
entendimento não está relacionado com a
Comunicação no cotidiano
inteligência de uma ou outra parte. Para ser
compreendida, a mensagem precisa fazer parte da
realidade de quem a transmite e de quem a recebe.
Os comunicadores não possuem idade específica.
São velhos, crianças, adultos ou jovens. Aliás, a
comunicação permite a educação. Aprendendo a
nos comunicar, também estamos aprendendo a
conviver com as outras pessoas.
É muito importante que crianças e jovens tenham
contato com várias formas de comunicação. Eles
podem e devem atuar como produtores de
comunicação, e não só como receptores de
informação. Quando os jovens se comunicam,
passam a ter outra visão sobre as questões que os
envolvem e o contexto em que vivem. Assim, podem
propor os temas que lhes interessam e discuti-los
com a sociedade.
Além de sermos receptores de mensagens, também
é importante que sejamos transmissores. Todo
mundo pode transmitir informações desde a forma
mais simples, como por um simples olhar, ou por
meios sofisticados, como computadores com
acesso a Internet.
O uso da comunicação pode ter diversas finalidades.
Podemos nos comunicar para cumprimentar um
amigo, para pedir uma caneta emprestada na sala de
aula, para alertar um passante sobre o buraco logo
em frente ou para dizermos o que pensamos num
debate, por exemplo.
Também podemos utilizar a comunicação para
mudar o contexto em que vivemos. Para que isso
aconteça, precisamos estimular a aproximação com
18
quem tem os mesmos interesses que nós. Afinal, a
comunicação não é simplesmente a expressão do
pensamento de um só indivíduo. Um grupo de
pessoas ou uma comunidade mobilizada tem
capacidade para mudar muita coisa por meio da
comunicação. Para manifestar seus interesses
comuns, essa comunidade pode montar, por
exemplo, uma rádio e fazer com que pessoas que
antes eram receptoras comecem a se expressar.
O desenvolvimento de um veículo de comunicação
comunitário cria mecanismos que podem possibilitar
a maior expressão cultural e artística da
comunidade, a exposição e discussão dos conflitos e
problemas existentes e a integração e formação dos
integrantes daquela comunidade.
No Brasil, existe uma grande concentração dos
meios de comunicação. Para se ter uma idéia,
calcula-se hoje que apenas sete grupos controlem
80% dos meios de comunicação em todo o país e
que 24% das concessões de radiodifusões
pertencem a políticos (CHRISTOFOLETTI, 2003).
Essa grande concentração da informação é uma
barreira que impede que a pluralidade de vozes seja
ouvida.
Mesmo com essa desigualdade, existem
experiências de democratização da comunicação
que deram certo no Brasil. Um exemplo é o grupo
CEMINA, que conseguiu, por meio de uma rede de
rádios, que as mulheres tivessem um canal para
reivindicar seus direitos. A Utopia FM, em Planaltina,
também é um exemplo de uma experiência positiva,
já que é uma rádio comunitária que consegue fazer a
comunidade se expressar. A Ralacoco, assim como
outras rádios do rizoma Radiolivre.org, dá
oportunidade àquelas e àqueles que querem se
expressar e não conseguiriam fazê-lo pelos meios
comerciais.
Além do rádio também podemos nos manifestar de
outras maneiras. Grupos de Hip Hop são um exemplo
de manifestação de seus interesses com música
(Rap e DJ), desenho (grafite) e dança (Break).
Os exemplos acima mostram que é possível fazer
valer seus interesses por meio da comunicação e
que esse é um importante meio de reivindicação. O
que importa é saber se comunicar de maneira que
consiga manifestar seus pensamentos sem
desrespeitar quem vai receber a informação. É
importante também saber dar espaço para quem
discorda de suas idéias. Não podemos
simplesmente gerar uma relação unidirecional, em
que apenas enviamos a mensagem para alguém
receber. A comunicação é uma relação de troca.
Conhecimento é uma apreensão
da realidade. Aprendizado é uma
modificação do conhecimento. O Expert Committee
on Planning and Evaluation of Health Education
Services (Comitê de Especialistas em Planejamento
e Avaliação dos Serviços de Educação em Saúde), da
Organização Mundial de Saúde (OMS), pontua que
Saúde no cotidiano
Promoção da Saúde
19
"o foco da educação em saúde está voltado para a
população e para a ação”. De uma forma geral seus
objetivos são encorajar as pessoas a:
a) adotar e manter padrões de vida sadios;
b) usar de forma cuidadosa os serviços de saúde
colocados à sua disposição;
c) tomar suas próprias decisões, tanto individual
como coletivamente, visando melhorar suas
condições de saúde e as condições do meio
ambiente".
A promoção da saúde é um tema em evidência na
atualidade e que ressalta tanto os aspectos
socioeconômicos e culturais da saúde, como a
importância das políticas públicas e da participação
social no processo de sua conquista (BUSS, 2003;
ROOTMAN, 2001). Assim, é possível garantir que a
sociedade atue também na construção de um
sistema de vigilância à saúde, atenta aos fatos que
ocorrem e agindo no controle dos eventos adversos
(BRASIL, 2001).
Nesta proposta, a educação em saúde trabalha em
interface com a comunicação com o objetivo de
contribuir para que as pessoas desenvolvam um
pensamento crítico, reconhecendo seus problemas
e atuando individual e coletivamente para solucioná-
los. Nesse sentido, procuram-se metodologias que
respeitem a cultura local e fomentem a real
participação dos grupos sociais.
Hábitos Alimentares Saudáveis
É fato incontestável a importância da alimentação
saudável, completa, variada e agradável ao paladar
para a promoção da saúde e prevenção e controle de
doenças crônicas não transmissíveis, sobretudo
entre jovens em fase de desenvolvimento. A
importância da rotulagem nutricional dos alimentos
para a promoção da alimentação saudável é
destacada em grande parte dos estudos na área da
nutrição. As pesquisas sobre nutrição destacam sua
relaçã com estratégias para a redução do risco de
doenças crônicas. No Brasil, a prevalência de
obesidade dobrou ao longo de 15 anos. Monteiro et
al. (1995) dizem que o "conceito equivocado da
inevitabilidade das doenças crônicas certamente
está na base da ausência ou incipiência das ações
públicas dirigidas ao controle, por exemplo, do
tabagismo, do alcoolismo e da obesidade". Os
autores recomendam que se reserve "lugar de
destaque a ações de educação em alimentação e
nutrição que alcancem de modo eficaz, todos os
estratos econômicos da população".
No Brasil, observa-se que os tipos de câncer que se
relacionam aos hábitos alimentares estão entre as
seis primeiras causas de mortalidade por câncer. O
perfil de consumo de alimentos que contêm fatores
de proteção está abaixo do recomendado em
diversas regiões do país. A ingestão de fibras
também é baixa no Brasil, onde se observa
coincidentemente, uma significativa incidência de
20
câncer de cólon e reto. O consumo de gorduras é
elevado nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste,
onde ocorrem as maiores incidências de câncer de
mama no país. O câncer de estômago ocupa o
primeiro lugar em mortalidade entre homens no
Brasil, sendo São Paulo, Fortaleza e Belém as
cidades onde este tipo de enfermidade atinge os
mais altos níveis de freqüência do mundo (INCA,
2008).
Entre os jovens é comum a preferência por alimentos
como hambúrguer, cachorro-quente, batata frita,
que incluem a maioria dos fatores de risco
alimentares acima relacionados e que praticamente
não apresentam nenhum fator protetor. Essa
tendência se observa não só nos hábitos alimentares
dos grupos de renda mais alta, mas também dos
menos favorecidos. Igualmente nesse grupo, o
consumo de alimentos ricos em fatores de proteção,
tais como frutas, verduras, legumes e cereais é baixo
(INCA, 2008).
É a realização do direito de todos ao acesso regular e
permanente a alimentos de qualidade, em
quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a
outras necessidades essenciais, tendo como base
práticas alimentares promotoras da saúde, que
respeitem a diversidade cultural e que sejam
ambiental, cultural, econômica e socialmente
sustentáveis.
O que é Segurança Alimentar e Nutricional?
Situações de insegurança alimentar e nutricional
podem ser detectadas a partir de diferentes tipos de
problemas: fome, obesidade, doenças associadas à
má alimentação e consumo de alimentos de
qualidade duvidosa ou prejudicial à saúde.
A produção predatória de alimentos em relação ao
ambiente, os preços abusivos e a imposição de
padrões alimentares que não respeitem a
diversidade cultural também são provocadores de
insegurança alimentar.
A alimentação adequada é direito fundamental do
ser humano, inerente à dignidade da pessoa humana
e indispensável à realização dos direitos
consagrados na Constituição Federal, devendo o
poder público adotar as políticas e ações que se
façam necessárias para promover e garantir a
segurança alimentar e nutricional da população
(BRASIL, 2008).
É o conjunto de todas as condições e influências
externas que afetam a vida e o desenvolvimento de
um organismo. Engloba
leis, influências e infra-
estrutura de ordem física,
química e biológica, que
permite, abriga e rege a
vida em todas as suas
formas (DORLAND, 2003).
Predomina, na cultura
Educação ambiental no cotidiano
O que é meio ambiente?
21
brasileira, a idéia de que a função maior da educação
ambiental é despertar a consciência ecológica na
sociedade, sensibilizando as crianças e os jovens
para a compreensão da importância da aquisição de
novos comportamentos e atitudes. Esse imaginário
valoriza o papel da educação no seu esforço de
formação dos novos cidadãos, porém, é preciso ir
além nas expectativas quanto às possibilidades da
educação ambiental.
Temos uma problemática situação mundial no que se
refere ao uso dos recursos naturais do planeta. A
dimensão social dessa situação requer ações de
preservação dos recursos naturais para o tempo
presente. Isso significa desenvolver o esforço de
contribuir para a aquisição do repertório da cultura da
sustentabilidade em suas múltiplas dimensões,
considerando as práticas sociais, as relações
produtivas e mercantis, as instituições, as doutrinas
p o l í t i c o - i d e o l ó g i c a s e a s c o n d i ç õ e s
socioeconômicas e culturais. Também é preciso
entender a magnitude dos problemas ambientais
atuais e o saber ambiental necessário à
compreensão da vida e da relação ser humano-
sociedade-natureza (BRASIL,2005).
As r espos tas de f i n i t i v as às ques tões
contemporâneas requerem análise do meio
ambiente em suas múltiplas e complexas relações, e
envolvem aspectos ecológicos, psicológicos, legais,
políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais
e éticos.
Há entre as nações do mundo um consenso de que o
lixo é, sem dúvida, um dos grandes problemas da
humanidade. Neste cenário, o grande vilão é sem
dúvida o produto descartável (as embalagens) e os
produtos de difícil biodegradação, ou seja, tudo
aquilo que tem vida muito curta no ciclo de consumo
capitalista. A biodegradação diz respeito ao
processo de decomposição de materiais (sobretudo
de origem orgânica) por ação de seres vivos. No
Brasil, se movimentam mais de sete milhões de
toneladas de embalagens por ano, representando
cerca de 14 bilhões de reais anuais somente em
custos para embalagens que serão descartadas
após o consumo do produto interno, tendo como
destinos muitos lixões pelo país (IPT, 2000). Eis a tão
propalada incompatibi l idade crescimento
econômico versus produção de lixo. A reciclagem do
lixo vem se apresentando como uma alternativa
sustentada para a redução de resíduos não
orgânicos (secos) e, em menor escala, os orgânicos
gerados pela sociedade contemporânea
(MAGERA,2004). .
Em algumas regiões, o lixo é uma variável importante
no diagnóstico de saúde de algumas comunidades,
sobretudo as urbanas, visto que pode comprometer
seriamente a salubridade de ambientes que
combinam grandes aglomerações humanas com
carência de saneamento básico.
A maioria dos casos de câncer (80%, INCA) está
Saúde e Meio Ambiente
22
relacionada ao meio ambiente, no qual encontramos
um grande número de fatores de risco. Entende-se
por ambiente o meio em geral (água, terra e ar), o
ambiente ocupacional (indústrias químicas e afins),
o a m b i e n t e d e c o n s u m o ( a l i m e n t o s ,
medicamentos), o ambiente social e cultural (estilo e
hábitos de vida). As mudanças provocadas no meio
ambiente pelo próprio homem, os "hábitos" e o
"estilo de vida" adotados pelas pessoas, podem
determinar diferentes tipos de câncer (INCA, 2008).
A possibilidade de esgotamento das matérias-
primas e a contaminação dos recursos naturais são
as premissas ecológicas mais iminentes que
justificam a necessidade de reciclar o lixo, pois essa
medida “consiste em submeter produtos existentes
no lixo a processos de transformação, de forma a
gerar um novo produto”( ROUQUAYROL,1999).
Selecionar o lixo ajuda a diminuir a poluição do ar,
solo e água, bem como reduzir a necessidade de
novas áreas para aterros sanitários. Tal atitude
também contribui para diminuir a proliferação de
insetos e roedores, responsáveis pela transmissão
de várias doenças. Dessa forma, os recursos
naturais são poupados, pois o lixo separado é
Consciência Ecológica
Uma sociedade consciente e bem educada não
gera lixo e sim materiais para reciclar.
reciclado e transformado pelas indústrias em
matéria-prima novamente, baixando assim os
custos do produto final por nós consumido.
O lixo gerado por nós é apenas uma pequena parte
da "montanha" de lixo composta também por
resíduos industriais, de construção civil, de
mineração, de agricultura e outros. De todo lugar sai
lixo. O que não podemos ignorar é que o lixo precisa
ser devidamente separado e coletado, reaproveitado
ou reciclado antes de ser descartado. Lixo é
basicamente todo e qualquer resíduo sólido
proveniente das atividades humanas ou gerado pela
natureza em aglomerações urbanas. No entanto, o
conceito mais atual é o de que lixo é aquilo que
ninguém quer ou que não tem valor comercial.
Definição que se for seguida, ao pé-da-letra, faz com
que pouca coisa jogada fora possa ser chamada de
lixo (DUTRA, 2008).
A def in ição de cultura é
extremamente vasta. Para tentar
simplificar, podemos dizer que a
cultura é o conjunto de elementos que uma pessoa
aprende ao longo da sua vida. Estes elementos
variam desde a língua à religião, passando pela arte e
pelo modo de ver o mundo ou seja, todos os padrões
de comportamento que uma pessoa aprender
(SARA; COSTA, 2004).
Na percepção individual ou coletiva da identidade, a
Cultura no cotidiano
23
cultura exerce um papel fundamental na delimitação
de diversas personalidades, padrões de conduta e
características próprias e ainda as características
próprias de cada grupo humano.
Para o teórico Milton Santos, o conhecimento e o
saber se renovam a partir do choque de culturas. A
produção de novos conhecimentos e técnicas é,
portanto, produto direto da interposição de culturas
diferenciadas com o somatório daquilo que
anteriormente existia. Para ele, a globalização que se
verificava já em fins do século XX tenderia a
uniformizar os grupos culturais, e logicamente uma
das conseqüências seria o fim da produção cultural
como criadora de novas técnicas. Isso refletiria,
ainda, na perda de identidade, primeiro das
coletividades, podendo chegar até ao plano
individual.
Para terminar, é preciso recordar que a cultura não é
um amontoado de valores, idéias e instituições que
podem ser separados e atirados cada qual para a sua
categoria, mas um sistema complexo de elementos
coordenados e perfeitamente integrados (SARA;
COSTA, 2004).
U m a d a s c a u s a s d o
preconceito é o fato de
percebermos o mundo por
meio das grades de nossa
cultura, que pode ser assim
Preconceito Cultural
definida: “conjunto de símbolos compartilhado pelos
integrantes de determinado grupo social e que lhes
permite atribuir sentido ao mundo em que vivem e às
suas ações” (TASSINARI, 1995). Além disso, toda
cultura é dinâmica, pois a pessoa humana está
sempre interagindo com o mundo em que vive,
criando e alterando seus símbolos. A cultura está
ligada à história particular de cada grupo social e,
portanto, não existe uma cultura “atrasada”,
“primitiva”, etc. Também não podemos pensar que
há estágios determinados pelos quais as culturas
têm de passar, como definem as noções de cultura
“avançada” (tomando por base nossa cultura para
compreender as outras, ou seja: criando
preconceitos). As culturas estão em permanente
transformação, buscando novas interpretações para
as realidades que se apresentam e, “ao passarem
por transformações, continuam diferentes umas das
outras” (TASSINARI, 1995).
A idéia de Brasil como um país monolingüe ainda é
predominantemente transmitida pela escola, pelas
instituições sociais, políticas ou religiosas e pela
mídia. Nessa perspectiva, não são consideradas
todas as variantes lingüísticas do português, sejam
regionais ou sociais. Ainda dá status falar
“corretamente”. E esta variante padrão, no entanto,
é reservada a uma ínfima parte da população
brasileira (a mesma que detém o poder econômico e
político). Não é difícil perceber que o modo de falar
“correto” é aquele da elite e que o modo “errado” é
vinculado a grupos de desprestígio social.
O preconceito lingüístico acaba sendo mais uma
24
arma daqueles que mantêm o poder em suas mãos.
A marginalização lingüística restringe o acesso a
documentos vitais ao cidadão, como a constituição e
os contratos. A cidadã ou o cidadão que não domina
a variedade padrão está privado de seus direitos
(RODRIGUES, 1999).
Para aqueles que acham que Rap
e Repente não combinam, vale
lembrar que a palavra Rap surgiu da partir da sigla
Rhythm and Poetry (traduzindo para o português:
ritmo e poesia). O movimento Rap usa a forma básica
de expressão: a voz. Na sua essência original, a voz
permanece praticamente numa mesma nota. Trata-
se de uma manifestação da linguagem falada
incorporada a uma melodia que trabalha uma base
rítmica repetitiva. A batida é a grande mola
propulsora do discurso, são as histórias narradas.
Utilizando-se de sintetizadores e baterias
eletrônicas, o Rap traz uma mensagem inspirada nas
ruas. Ou seja, é a crônica dos habitantes de um
determinado grupo social.
E o que não é o Repente senão poesia cantada a
partir de ritmos regionais do Nordeste brasileiro?
Enquanto o Rap, gênero musical natural dos EUA, é
cantado em cima de batidas derivadas do Rythm'n
Blues, o Repente, geralmente, é cantado com a
marcação de um pandeiro. Rap e Repente caminham
mais juntos do que muitas pessoas imaginam. Em
Cultura e Música
última análise, o Repente seria uma espécie de Rap
genuinamente brasileiro, na medida em que tem
suas raízes na rica tradição do folclore nordestino
(MOFFA, 2003).
Não existe uma idade certa de ser jovem. O
Programa Nacional de Inclusão de Jovens
(Projovem), iniciativa do governo federal para a
promoção da inclusão social e da educação,
considera jovens as pessoas de 18 a 24 anos. Para o
IBGE, os jovens têm de 15 a 24 anos. Outras
organizações acreditam que os jovens podem ter até
30 anos. Portanto, há uma grande variedade de
definições e de perspectivas sobre a juventude. Em
vez de falarmos do jovem e da juventude, podemos
falar das e dos jovens e das juventudes, no plural,
reconhecendo sua diversidade.
Afinal, as juventudes também se organizam de
formas distintas: no movimento estudantil; grupos
de defesa dos direitos; ou movimentos que se
pautam por temas da identidade dos jovens (negros,
mulheres, orientação sexual, etc). Talvez, o que
aproxima as juventudes seja a característica de
questionar o mundo. A possibilidade de reflexão
permite também a vontade de transformar a sua
escola, o seu bairro. Atualmente, os movimentos
juvenis se confundem com os novos movimentos
sociais, que se organizam em rede e por meio de
novas tecnologias e de manifestações culturais.
Juventude no cotidiano
25
Esses movimentos também possuem pautas
específicas da juventude. Segundo o Censo de 2002
do IBGE, são mais de 34 milhões de jovens no Brasil,
o que corresponde a 20% da população. O Projeto
Juventude, do Instituto Cidadania, discute algumas
temáticas referentes às necessidades apresentadas
pelos jovens (cultura, participação, esporte e lazer,
saúde, drogas, sexualidade, etc.). O trabalho é uma
das grandes necessidades do jovem na atualidade (e
o desemprego é ainda maior entre os negros).
A pesquisa "Retrato da juventude sul-americana", do
Ibase/Instituto Pólis, mostra a demanda dos jovens
por direitos universais de trabalho e educação. Neste
caso, há a defesa de uma educação pública, gratuita
e de qualidade (inclusive relacionada à necessidade
de transporte).
Contudo, é importante que o jovem também possa
participar dos processos de criação das políticas
públicas para a juventude, e também para outras
áreas (meio ambiente, educação, cultura, etc.). A
participação estimula o conhecimento do mundo em
que se vive e aumenta as perspectivas consideradas
no momento de elaborar uma política ou programa.
Evidentemente, há espaço para um sistema
representativo legítimo, contudo, a participação
direta pode ampliar o diálogo entre representantes e
representados. A comunicação se insere, então,
como uma ferramenta cotidiana de participação.
Quanto mais veículos alternativos, livres,
independentes e comunitários existirem, mais
pessoas podem garantir seu espaço de fala. Claro
que o jovem não poderá mudar o mundo sozinho.
Primeiro, porque ele não pode carregar todo o fardo
dos impactos ambientais e políticos em nossas
vidas. Segundo, porque, ainda que seu poder seja
imenso, quando isolado não possui tanta força. É
preciso que haja o diálogo entre gerações, entre
juventudes e entre movimentos sociais; e diálogo é
comunicação.
Muitas experiências existem e estão disponíveis
para serem apropriadas (rádios, vídeos na internet,
blogs, jornais escolares, etc.), outras podem ser
inventadas a qualquer momento. Muitos podem
preferir se comunicar por meio de manifestações
culturais: uma dança típica da região, uma ciranda,
um grupo de hip hop, outro de rock. As alternativas
são muitas. Mas, por vezes, ainda é necessário
estimular a criação de espaços de participação de e
para as juventudes. Aproveite a oficina e estimule a
inserção em outros coletivos, movimentos,
discussões, faça outras oficinas, outros meios, crie
sua mídia juvenil.
Fonte: Projeto Juventude (Instituto Cidadania)
Para incitar o debate nas oficinas de comunicação,
foram consideradas as seguintes demandas da
juventude nas áreas de educação, trabalho, cultura,
saúde e meio ambiente:
- Currículo escolar flexível, garantindo a
interdisciplinaridade e o aprendizado de temas
transversais;
Demandas da Juventude
Educação
26
- Valorização dos professores (por meio da
remuneração, formação e condições de trabalho);
- Diálogo com linguagens e culturas juvenis
(recriando as metodologias de ensino);
- Novas parcerias das escolas com outros grupos
que tornem o espaço mais democrático e aberto;
- Medidas específicas para jovens do meio rural,
jovens afrodescendentes, jovens deficientes, jovens
que vivem nas ruas ou em abrigos, jovens em conflito
com a lei e para populações carcerárias jovens.
- Erradicar o trabalho infantil e adolescente até os 16
anos e assegurar o direito de trabalhar após esta
idade (considerando as especificidades do
trabalhador);
- Assegurar a educação básica e profissional e o
direito à cultura e ao lazer;
- Garantir condições de oportunidade para jovens de
diferentes classes sociais, gênero, raça e com
deficiência;
- Construir espaços para debater a geração de
trabalho e renda juvenis (redes e fóruns) e avaliação
das políticas públicas.
- Ampliar a escolha de estilos e expressões artísticas
e culturais pelos jovens;
Trabalho
Cultura
- Aumentar a informação e formação cultural;
- Provocar o pensamento crítico e a valorização de
diferentes linguagens culturais;
- Criar bibliotecas públicas com novas ferramentas
(multimídia, por exemplo);
- Estimular o turismo de jovens, principalmente em
grupos.
- Adequar o atendimento de serviços de saúde aos
jovens e suas demandas;
- Ampliar a educação para a saúde por meio do
ensino entre pares (jovem educa jovem);
- Divulgar informações sobre os serviços de saúde
voltados para os jovens.
- A relação juventude e meio ambiente é estratégica
para a criação de políticas de juventude;
- Promover a formação dos jovens para atividades de
geração de renda a partir do meio ambiente (turismo
ambiental e exploração sustentável de recursos);
- Elaborar temas para a disciplina de educação
ambiental nas escolas.
Saúde
Meio ambiente
27
Meios de Comunicação trabalhados nas
oficinas
Para provocar uma reflexão sobre a área de saúde,
nutrição, meio ambiente, cultura e comunicação, os
participantes das oficinas foram convidados a
desenvolver produtos de rádio, vídeo e animação
que tivessem esses assuntos como tema central. Foi
necessário, portanto, trabalhar também alguns
conceitos mais técnicos ligados a cada um desses
meios, conforme descrito a seguir.
Existem diferentes tipos de rádios. O que os
diferencia é a finalidade, a proposta de comunicação
e o tipo de mensagem a ser transmitida por
emissora. Apesar dessas diferenças, todo veículo de
comunicação deve ser público, ou seja, deve passar
informações relevantes para a população.
Sua finalidade é transmitir para a população as ações
dos poderes executivo, legislativo e judiciário. Passa
informações para a população, mas de forma que
não prejudique a imagem do Estado. É mantida com
dinheiro público.
Ex.: Rádio Nacional
Rádio
Os diferentes tipos de rádio são:
Rádio Estatal
Rádio Comercial
Rádio Pirata
Rádio Comunitária
Sua finalidade principal é obter lucro e possui
concessão para operar. Na maior parte do tempo se
preocupa mais com a audiência do que com o
conteúdo. Se mantém por meio de anúncios pagos e
serviços.
Ex.: Jovem Pan FM
Tem por finalidade obter lucro direta ou
indiretamente, ou seja, vende um espaço da sua
programação ou faz propaganda de uma ideologia
pela qual vai lucrar de alguma forma. Não possui
concessão para operar e, em geral, também se
preocupa mais com a audiência do que com o
conteúdo.
Sua finalidade não é obter lucro. O objetivo da rádio
comunitária é promover a integração da comunidade
e divulgar assuntos políticos e culturais da região,
que por vezes não aparecem nas rádios comerciais.
Algumas possuem concessão, mas outras não
possuem porque a lei 9.612/98, que regulamenta
esse tipo de rádio, é restritiva.
Ex.: Utopia FM (Planaltina DF)
28
Rádio Livre
Freqüência modulada (FM)
Não tem fins lucrativos e não possui concessão para
operar. A rádio livre costuma surgir da união de um
grupo, ou mesmo de um único indivíduo, e possui
interesses específicos (uma rádio livre com
princípios anarquistas, católicos, comunitários,
etc.). A rádio livre surgiu para exercer a liberdade de
expressão e manifestação e reivindica poder
funcionar sem depender da lei para regulamentá-la,
fundamentando-se no legítimo direito de se
comunicar em um espectro público.
Ex.: Rizoma de Rádios Livres (www.radiolivre.org)
Assim como existem diferentes tipos de mensagens
a serem transmitidas, há também diferentes meios
de passá-las. As diferentes características de cada
meio possibilitam interações distintas com os
diferentes tipos de comunidade. Os tipos de
transmissão são:
A transmissão se dá por meio de um transmissor e
de uma antena, por ondas. As ondas partem de uma
emissora e chega a rádios sintonizadas na freqüência
do transmissor.
Tipos de transmissão
Amplitude Modulada (AM)
Web
Linha Modulada (Rádio-poste)
A transmissão é semelhante à FM. A diferença é que
a transmissão em AM possui menor qualidade que a
em FM, mas possui maior área de cobertura.
Esse tipo de transmissão se faz por meio da internet.
Comparado a todos os outros tipos, é o que possui
maior possibilidade de interação.
A transmissão se dá por meio de cabos. Os cabos
ligam a mesa de som a caixas amplificadoras. A área
de cobertura desse tipo de transmissão é bem mais
limitada.
O espectro eletromagnético do ar, ou seja, os canais
utilizados por rádio, televisão e na comunicação
entre aviões, rádios de polícia, ambulâncias e táxis é
um bem público regulado pelo Estado. É o Estado que
dá concessões para a utilização de segmentos desse
espectro e que regulamenta esses espaços por meio
da lei.
O problema é que algumas freqüências não são
bemdistribuídas, muitas vezes a lei não é cumprida
e, pior, em alguns casos, contribui para a má
distribuição do espaço.
O espectro
29
Recursos do rádio
Spot, vinheta e jingle
Durante a programação de rádio, sempre são
necessárias algumas gravações curtas para o
locutor tocar enquanto estiver em apuros com os
equipamentos, ou mesmo para deixar rolar entre
programas para o ouvinte ter um tempo de
descansar os ouvidos. Estas peças podem ser spots,
vinhetas ou jingles. Inclusive, elas também são muito
úteis para divulgar os programas que entram mais
tarde na grade horária da rádio.
O spot é uma palavra inglesa que significa “lugar”.
Isto é, indica o espaço ocupado, na rádio, pelo spot.
A peça está muito associada, então, ao tempo.
Geralmente, são bem curtos, de 15 segundo até, no
máximo, um minuto. Nas rádios comerciais, os
segundos são calculados com muita precisão porque
são pagos. Em rádios livres e comunitárias,
costumama-se ter mais liberdade de spots com 17
segundos, em vez de 15, por exemplo. O spot prevê
um diálogo, uma situação da vida, uma narração, ou
locução.
A vinheta é utilizada como abertura de determinado
programa ou para anunciar o nome da rádio durante a
programação diária. Ela pode ter uma música ou
sons interessantes, contudo, o mais importante é
evidenciar o nome do bloco, programa ou rádio.
Já o jingle é uma música que transmite uma
mensagem objetiva e poética ao mesmo tempo.
Pode servir para falar sobre a prevenção da dengue,
ou manifestar os ideais da comunicação
democrática.
A função principal do roteiro é orientar os locutores e
os editores. A idéia é deixar claro o que vai acontecer
no estúdio e qual será o produto final: É uma história?
Frase atrativa? Somente o nome do programa? Isso
deve estar definido no roteiro.
Existem várias formas de se fazer um roteiro. Alguns
sugerem escrever tudo em caixa-alta (letras
maiúsculas) para facilitar a leitura do locutor.
Também utilizam uma barra para indicar uma
respiração (o equivalente à vírgula) e uma dupla
barra para mostrar que o texto chegou ao fim (o
equivalente ao ponto final). Neste modelo, se indica
o nome dos locutores (LOC1, LOC2 e LOC3) ou o
nome dos personagens (JOANA e PAULO). Também
é preciso indicar os efeitos técnicos (TEC): pode ser o
som da porta abrindo ou do carro derrapando. Caso
haja uma música de fundo, ela é indicada pelas letras
BG (de background, ou fundo musical, no bom
português).
Roteiro
30
Loc.1
(5 segundos)
Dicas de como evitar a dengue e promover a
saúde em seu bairro
Loc.2
(10 segundo)
Evite água parada em sua casa. Tampe as caixas
d’água, guarde as garrafas com a boca virada
para baixo e coloque areia nos vasos das plantas.
Loc.3
Esta é uma campanha da Secretaria de Saúde de
seu estado, com apoio desta emissora.
Abertura
Vinheta de abertura do spot de rádio
Explicações para a prevenção da dengue
Assinatura e encerramento
31
Exemplo desse modelo de roteiro:
SPOT 2 DIREITO À INFORMAÇÃO PÚBLICA E A
DITADURA
TEC: SOM DE TECLADO DE COMPUTADOR.
PAULO: EI/ JOANA/ O QUÊ VOCÊ ESTÁ FAZENDO AÍ
NO COMPUTADOR?//
JOANA: ESTOU PROCURANDO INFORMAÇÕES/
PARA O TRABALHO DA MINHA ESCOLA/ SOBRE A
DITADURA MILITAR// VOCÊ ACREDITA/ QUE ATÉ
HOJE/ NÃO TEMOS ACESSO/AOS DADOS/ SOBRE
AS PESSOAS CONSIDERADAS/ DESAPARECIDAS
NA DITADURA?//
PAULO: É MESMO?/ E COMO FICA A FAMÍLIA
DESSAS PESSOAS?/ E COMO A SOCIEDADE/ VAI
PODER RECONHECER O VALOR DESSAS PESSOAS/
PARA A HISTÓRIA?/E PIOR/ COMO É QUE A GENTE/
PODE APRENDER COM A HISTÓRIA/ PARA QUE
ALGUNS EVENTOS NÃO OCORRAM NO FUTURO/ SE
A GENTE NÃO TEM INFORMAÇÕES SOBRE O
PASSADO?//
LOC: NO BRASIL/ NÃO EXISTE UMA LEI / PARA
REGULAMENTAR/ NOSSO DIREITO À INFORMAÇÃO
PÚBLICA// É O MOMENTO/ DE APRENDERMOS
COM OUTROS PAÍSES/ QUE JÁ POSSUEM ESSA LEI/
COMO A ARGENTINA/ O MÉXICO/ E O PERU// PELO
DIREITO DE ACESSO à INFORMAçãO PúBLICA/ UMA
PARCERIA ABRAJI E UNB/ WWW/ PONTO/ ABRAJI/
PONTO ORG/ PONTO BR//
Outro modelo utilizado nas rádios divide o roteiro em
duas tabelas: de um lado está a locução e os
tempos; do outro lado, ficam as divisões e as
explicações. Como no exemplo na página anterior.
Uma boa gravação é aquela que possui o mínimo
possível de barulhos que possam interferir na
mensagem a ser passada. Os ruídos de uma
produção devem ser intencionais e é melhor que
sejam inseridos na edição. Alguns fatores são
decisivos para que os ruídos não intencionais sejam
diminuídos na hora de gravar. Entre eles:
A qualidade dos equipamentos é um fator
importante para que a mensagem seja passada com
clareza. Verifique sempre se estão funcionando
corretamente. Cabos quebrados, microfones
danificados ou computadores com defeito podem
causar chiados ou outro tipo de ruído na gravação. É
importante sempre fazer testes antes de começar a
gravar.
O teste é simples: grave algo e escute. Se ficou bom,
ótimo, depois grave a mensagem planejada. Se
houve algum problema, veri f ique se os
equipamentos estão ligados corretamente e se eles
não estão danificados.
Gravação
Equipamento
32
Locução
Ambiente
Com os equipamentos funcionando corretamente, é
preciso estar atento para fazer a gravação de
maneira que as pessoas entendam a mensagem que
se quer transmitir. Para isso, é importante saber
manipular de maneira correta os equipamentos e
falar de maneira clara. Grudar o microfone aos lábios,
gaguejar ou dar uma entonação não adequada ao
texto são fatores que podem gerar ruídos
indesejáveis na transmissão da mensagem. Não
existe um modelo ideal de locução. As rádios
comerciais costumam estabelecer um padrão, mas
é importante que cada um tenha o seu próprio estilo.
Ou seja, não é preciso que você mude o seu jeito de
falar só para que a locução fique “bonita”. Basta
alguns cuidados para facilitar a compreensão do
público.
Os fatores ambientais podem ser vilões na hora de
uma gravação. Esse tipo de ruído é o mais difícil de
controlar. Um telefone tocando, um passarinho
cantando ou uma rajada de vento são elementos que
podem funcionar como ruídos indesejáveis se não
fizerem parte da mensagem a ser transmitida. Por
isso, é importante escolher um lugar silencioso e
isolado dos barulhos que possam atrapalhar a
gravação. Se precisar, grave de novo, quantas vezes
for possível.
Edição
A edição organiza o conteúdo que será transmitido e
insere elementos que contextualizam a mensagem
para facilitar a compreensão de quem ouve. Um
mesmo trecho gravado pode, de acordo com os
elementos inseridos e a ordem definida na edição,
ser utilizado para passar diferentes mensagens.
Músicas e sons do ambiente são elementos que
podem ajudar a construir uma história.
Para organizar a edição, é importante definir um
roteiro, ou seja, um planejamento que estabeleça
como ficará a história e quais sons serão agregados à
gravação do texto.
Diferentes sons podem ser utilizados para dar
significado a uma história. Imagine que a cena se
passe em um shopping. Para dar a sensação de que
ela foi gravada naquele lugar, você pode inserir, por
exemplo, o som de várias pessoas falando ao fundo.
33
Como usar o Audacity
O Audacity é um editor de áudio fácil de usar e
disponível para Windows e Linux. Ótimo para criar,
capturar e modificar diferentes tipos de gravações
como spots de rádio, músicas, entrevistas, etc. Ele é
considerado um software livre porque não cobra
para seu uso e é desenvolvido de forma colaborativa
sem interesse comercial. Com o Audacity, você
pode:
- Transformar fitas cassete em gravações digitais e
Cds;
- Editar arquivos em formato Ogg Vorbis, MP3 e
WAV;
- Cortar, copiar, colar e juntar sons e faixas de áudio.
- Alterar a velocidade ou o timbre de uma gravação.
Como usar o programa:
1 - Instalação
1.1 - Salvar arquivos em MP3
Para instalar no Windows XP ou Windows 2000,
a c e s s e a p á g i n a
http://audacity.sourcef
orge.net/. No retângulo
amarelo (veja figura
acima), selecione a
versão do Audacity
d e s e j a d a
(recomendamos o uso da versão estável). Uma nova
janela será aberta. Clique sobre a seguinte frase
“Audacity 1.2.6 installer” e aguarde até que apareça
uma mensagem pedindo para salvar o arquivo.
Depois, dê um clique duplo sobre o arquivo salvo e
aceite os passos padrões de instalação.
Para salvar o áudio em MP3, o Audacity precisa de
um arquivo complementar (conhecido como codec)
chamado lame.
1 - Para instalá-lo, baixe o codec do site
http://lame.buanzo.com.ar/oficial ou então digite o
link direto: http://lame.buanzo.com.ar/libmp3lame-
win-3.97.zip
2 - Abra a pasta zipada e copie apenas o arquivo
lame_enc.dll. Você terá que colá-lo na pasta onde foi
34
instalado o programa Audacity.
Por padrão, o programa é instalado no seguinte
caminho:
Meu Computador > C: > Arquivos de Programa >
Audacity. Basta colar nessa pasta o arquivo
lame_enc.dll.
Agora, você pode começar a usar o programa.
Para abrir, clique na seqüência: Iniciar > Todos os
Programas > Audacity.
Barra de Menus: reúne as principais funcionalidades
do software, a partir dos menus.
Barra de ferramentas: contém algumas ferramentas
de edição com o mouse, visualizadores gráficos de
entrada e saída de áudio, mixagem e atalhos para as
ações mais usuais, como recortar, colar, loop, zoom
desfazer e refazer.
Pistas de áudio: área de gravação e edição de pistas
2 - Principais funções
O Audacity trabalha com três campos
principais:
de áudio. Com controle individual de volume, pan,
mudo e solo, apresenta informações sobre o formato
do arquivo, além da representação gráfica da onda
de áudio.
Você pode importar ou capturar áudios. O botão
vermelho REC serve para gravar. Ao clicar nele, uma
nova pista de áudio será criada. Para selecionar o tipo
de som a ser capturado, dê um clique duplo no
controle de volume (ao
lado do relógio do seu
PC), e acesse:
o p ç õ e s >
p r o p r i e d a d e s >
gravação.
(marque o tipo de
captura (microfone,
entrada de áudio, cd player, etc).
2.1 - Para capturar áudio
35
2.2 - Para editar
3 - Salvar arquivo
Os botões possuem finalidade parecida com
tocadores de CD ou DVD (pausar, reproduzir, parar,
voltar e adiantar o trecho da música)
As ondas azuis representam as freqüências sonoras.
Você pode iluminar trechos dessas ondas com o
mouse, segurando o botão esquerdo para copiar ou
apagar partes do áudio.
Depois de editar o áudio de acordo com a sua
vontade, não esqueça de clicar em Arquivos na Barra
de Menus e salvar seu projeto. Você também pode
exportar o arquivo para Mp3.
Clique a na seqüência: Arquivos > Exportar >
ESCREVA O NOME DO ARQUIVO > Salvar.
Dicas de uso e outros macetes podem ser
encontrados no endereço:
http://estudiolivre.org/audacity
É t o d o m e i o d e
comunicação expresso
com a utilização conjunta
de componentes visuais
( s i g n o s , i m a g e n s ,
desenhos, gráficos etc.) e sonoros (voz, música,
ruído, efeitos onomatopeicos etc.), ou seja, tudo que
pode ser ao mesmo tempo visto e ouvido.
Vídeo
O que é audiovisual?
Aprendendo na tela
Durante séculos, os seres humanos aprenderam
lições na vida vendo coisas ou imagens reais, antes
de começarem aprendizagem por meio da palavra
escrita ou falada, por isso não é de estranhar que
ainda aprendam mais rápida e naturalmente dessa
forma. "Os desenhos animados podem dar vida a
qualquer coisa, desde um mundo em evolução até
uma nuvem de elétrons invisíveis aos nossos olhos;
(…) podem entrar dentro de uma máquina
complexa, abrandar o seu movimento, explicar o seu
funcionamento a aprendizes com uma clareza
impossível em qualquer outro meio. (…) O desenho
animado é um bom meio de estimular o interesse. É
um meio ideal para ensinar. (…) Os filmes
educacionais nunca substituirão o professor (…),
mas a sua utilização dará oportunidade a mais
pessoas de aprenderem. Os filmes podem tornar
num prazer quer o ensino quer a aprendizagem. E os
educadores concordam que quando um estudante
começou a aprender e gosta, metade do seu
problema está resolvido" (DISNEY, 1994).
A evolução tecnológica, principalmente no que se
refere ao tratamento de imagens, vídeo e áudio, tem
favorecido a criação de sistemas multimídia que
satisfazem os requisitos de novas e interessantes
aplicações, capazes de auxiliar o aprendizado de
pessoas, tanto crianças como adultos. Essas
aplicações podem possibilitar um alto grau de
36
retenção de informações assim como diminuir o
tempo de aprendizado em relação aos métodos
tradicionais de ensino(TEIXEIRA,1996).
Plano, enquadramento e movimentos de câmera
A maneira como você captura imagens em um vídeo
modifica totalmente a sensação do telespectador e
cria o ritmo da história. A primeira dica é lembrar que
a câmera não precisa ficar fixa e pode ser removida
do tripé. Você pode gravar de cima, de baixo, do lado,
do outro, de dentro de uma sacola, de fora de uma
janela, do vidro de um carro, etc. Use sua imaginação
e procure o enquadramento que melhor reflita o
pensamento que quer passar. Por exemplo, quando
você grava uma pessoa falando de baixo para cima,
ela ganha autoridade e poder. Mas, se você gravar de
cima para baixo, ela vai parecer amedrontada.
Os planos, por outro lado, além da impressão,
conseguem estabelecer maior ou menor
proximidade com o telespectador. Abaixo, listamos
alguns planos mais conhecido. A nomenclatura é
uma convenção e pode mudar um pouco de acordo
com o autor escolhido.
Este plano é quase da
mesma altura que a
personagem em cena.
Recursos do vídeo
Plano Geral
Isto é, ele pega a pessoa inteira, além do cenário do
fundo. O plano geral serve para apresentar os
elementos da cena.
Este plano retrata a
altura exata da figura
humana e mostra as
características físicas
da personagem. O
plano de conjunto
pode combinar os personagens com elementos do
cenário para melhor caracterizar a pessoa.
Este plano corta a pessoa na
altura do joelho e foi muito
utilizado em Hollywood nas
d é c a d a s d e 3 0 e 4 0
(principalmente em faroestes).
O plano médio corta a figura
humana da cintura para cima. Ele
é ótimo para o início de
entrevistas, mas pode cansar
Plano de Conjunto
Plano Americano
Plano Médio
37
porque a pessoa se torna o centro de atenção do
telespectador.
Ele corta o personagem logo
abaixo dos ombros. A atenção é
para o rosto e os detalhes, sendo
muito útil em diálogos.
Ele filma a partir da altura da gola,
pode ser íntimo e confrontador.
Elimina todo o cenário.
Valoriza pequenas partes do
cená r i o ou do co rpo do
personagem. É muito útil para
criar transições suaves e sem
saltos entre planos diferentes.
Os movimentos da câmera também são úteis para o
roteirista se comunicar com quem grava as imagens.
O movimento Zoom é o de aproximação ou
afastamento de um objeto. O Travelling é feito com a
câmera em trilhos e pode ser da esquerda para a
direita ou da direita para a esquerda. A Panorâmica
também vai de uma lado para o outro, mas a câmera
fica no tripé e se desloca em seu eixo. Por fim, você
Meio Primeiro Plano ou Plano Próximo
Close-up
Plano Detalhe
pode fechar ou abrir o zoom em determinada pessoa
ou objeto.
O argumento, roteiro e storyboard são instrumentos
para guiar os profissionais responsáveis pela
gravação, bem como permitir ao grupo colocar no
papel e visualizar a história. Sugerimos a leitura do
livro “On Camera: o curso de produção de filme e
vídeo da BBC” de Harris Watts, que é muito didático
e aborda várias dicas importantes para o
planejamento e execução de gravações.
O argumento surge a partir do storyline, que
apresenta a história em mais ou menos cinco linhas.
O storyline condensa e sintetiza a proposta do vídeo,
servindo como o primeiro passo para se desenvolver
o argumento. Dessa maneira, o argumento se
assemelha à sinopse, possuindo mais detalhes que o
storyline. A sugestão é que uma página de
argumento seja equivalente a dez páginas do roteiro.
O roteiro, por sua vez, detalha as cenas, seqüências
e diálogos. No roteiro, é necessário ser bem
específico sobre os enquadramentos, planos e
movimentos de câmera utilizados. Todo este
processo, até chegar ao roteiro, implica muita
pesquisa. Se for um documentário, é importante
levantar todos os dados sobre o tema. Se for uma
ficção, procure ler outras histórias semelhantes,
pesquise as características de personagens de
outros vídeos e também leia sobre costumes e
roupas apropriadas para o estilo da pessoa, classe
Argumento, roteiro e storyboard
38
social, localização e período histórico.
A todo o momento é bom se perguntar se a idéia é
possível de ser realizada com os recursos (materiais
e humanos) disponíveis. Claro que a criatividade
sempre ajuda, mas produção de vídeo é algo muito
trabalhoso e deve ser encarada com respon-
sabilidade. Também tome cuidado para que o
material gravado seja suficiente. Normalmente, é
importante que se grave, pelo menos, 25% a mais do
que o necessário (principalmente nos casos de
documentários e imagens externas para programas
de TV).
Depois do roteiro (ou no lugar dele em produções
menores), aconselhamos a construção de um
storyboard. O storyboard se assemelha a uma
história em quadrinhos elaborada a partir do roteiro.
As cenas são separadas e representadas
graficamente. Na coluna da esquerda, aparecem o
desenho (ou fotos) de como deve ser cada cena. Na
coluna do meio há a descrição física da cena,
acompanhada de orientações de enquadramento,
plano e movimento de câmera. Na coluna da direita,
estão as músicas, diálogos e locuções. O storyboard
facilita a compreensão da história, uma vez que torna
as cenas mais concretas e visíveis que o roteiro
escrito. Na página seguinte reproduzimos um
exemplo de storyboard.
O vídeo trabalha com dois aspectos: imagem e som.
Por isso, para uma boa gravação em vídeo,
precisamos nos preocupar tanto com o que se vê
Gravação
quanto com o que se ouve. É importante tomarmos
alguns cuidados na hora de filmar, observando os
seguintes aspectos:
Verifique sempre se os equipamentos estão
funcionando corretamente. Tome cuidado com os
cabos, veja se microfones e câmera estão ligados e
não esqueça de ter certeza de que a fita foi colocada
corretamente. Além disso, lembre-se da bateria. Se
possível, sempre carregue uma bateria extra e faça
testes antes de começar a gravar.
Grave sempre pensando já na edição. Pense na
história e se precisar faça vários enquadramentos
diferentes para uma mesma cena. Tente de perto, de
longe, de lado, de costas... Quanto mais
possibilidades, mais alternativas terá na hora da
edição.
Diferentes enquadramentos geram diferentes
efeitos. Se você quiser mostrar o ambiente no qual a
cena se passa, enquadre mais de longe, em plano
geral, se quiser destacar o anel no dedo da mocinha,
enquadre de perto, em plano detalhe.
Visualize todo o espaço em volta. O que pode ser
aproveitado? Qual posição ficará melhor para o
enquadramento? Após decidir essas questões,
comece a filmar e esteja preparado para qualquer
Equipamento
Enquadramento
Ambiente
39
40
CENA IMAGEM SOM
PLANO DE
CONJUNTO do
chuveiro desligado,
movimento da
câmera de cima
para baixo.
MÚSICA
TEMA
PLANO DE
CONJUNTO da
torneira do
chuveiro e do
sabonete, fecha o
zoom na torneira.
MÚSICA
TEMA
CLOSE-UP da
torneira abre o
zoom na torneira.
MÚSICA
TEMA
PLANO DE
CONJUNTO da
mão abrindo a
torneira,
movimento da
câmera de baixo
para cima.
MÚSICA
TEMA
Exemplo de Storyboard
tipo de imprevisto. Um avião passando, pássaros em
cantoria e curiosos querendo aparecer ao fundo são
exemplos de elementos inesperados que podem
atrapalhar a filmagem. Se isso acontecer, grave de
novo assim que a situação for normalizada.
Para a edição de um vídeo, é importante organizar
um roteiro. Pense de que forma você quer transmitir
a mensagem e nos recursos que vai utilizar para dar o
efeito desejado. Uma mesma cena pode ser editada
de várias formas e transmitir mensagens diferentes.
Inúmeros efeitos podem ser acrescentados para dar
sensações distintas. Podemos inserir, por exemplo,
efeitos de passagem para que o corte não fique
brusco. Também há como gerar sensação de
continuidade simplesmente colocando duas
seqüências de filmagem.
O som também pode ajudar a complementar o
sentido do filme. Esses elementos podem ajudar a
passar diferentes sensações para quem assiste.
Mensagens escritas podem ajudar o espectador a
entender melhor o que se passa. Um título para
apresentar o filme e legendas para apresentar
pessoas e dar explicações são elementos que
contribuem para a melhor compreensão da
mensagem a ser veiculada.
Edição
Como usar o Adobe Premiere
A edição de vídeo pode ser entendida como o
ordenamento seletivo de imagens em movimento
dentro de uma linha do tempo. Você pode trazer a
última ação para o começo e vice-versa. Ou então,
apagar trechos, adicionar outros. Para realizar essas
modificações, você precisa de um programa que
consiga trabalhar com a linha do tempo. No
Windows, você pode fazer isso com o Moviemaker,
que já vem instalado no Windows XP, ou com o
Adobe Premiere. Esse último é vendido em CDs pela
Adobe. Os usuários do Linux podem experimentar
diversos softwares livres em desenvolvimento
(Lives, Cinelerra, Kino), que podem ser baixados e
instalados gratuitamente.
Vamos exemplificar como editar em uma linha do
tempo usando o Adobe Premiere.
Antes de editar um vídeo, você precisa ter:
Usando o Adobe Premiere
41
1) O objetivo: como você espera montar esse vídeo;
2) O vídeo bruto em formato digital (as extensões
mais comuns desses arquivos são mpeg, mpg e avi);
3) Um computador que possui os requisitos mínimos
do programa.
Para instalar o Adobe Premiere, siga os passos
padrões de instalação que acompanham o cd.
Depois de instalado, abra o programa disponível no
menu INICIAR. Aparecerá a seguinte tela:
Clique em “New
Project”. Na nova
tela que surgir,
escreva o nome do
s e u p r o j e t o e
escolha um local no
computador para
salvá-lo. Depois,
clique em OK.
O Adobe Premiere possui quatro campos de trabalho
mais usados:
- T e l a d e
visualização: exibe
o vídeo com as
m u d a n ç a s d a
edição;
- Linha do tempo:
Criar um projeto
Área de trabalho
local para editar o vídeo
- Projeto (Project): lista dos vídeos brutos ou dos
arquivos que estão sendo usados
- Efeitos (Effects): lista de efeitos e transições para
serem adicionadas ao vídeo
No campo Projeto clique com botão direito em
Import e selecione o vídeo desejado. Arraste o vídeo
do campo Projeto até a linha do tempo, pressionando
o botão esquerdo do mouse.
Com o mouse, selecione na
linha do tempo o ponto onde
você quer editar. Depois,
pressione o botão “C” e
corte o trecho. Para voltar à seta, pressione “V”.
Você pode mover, apagar ou diminuir o trecho do
vídeo a ser editado.
Na lista de efeitos, escolha um e carregue, com o
botão do mouse pressionado, até a parte desejada
Inserir vídeo
Editar
Adicionar efeitos
42
do vídeo. Teste diferentes efeitos. Muitas vezes, um
bom trabalho é o mais simples e com menos efeitos.
Os efeitos mais comuns são as transições Additive
Dissolve e Cross Dissolve.
Para que os efeitos do vídeo sejam implementados
corretamente, você precisa executar a renderização.
Pressione Ctrl + Enter e aguarde.
Depois de alterar o vídeo, clique em File > Export>
Movie > ESCREVA O NOME e clique em salvar
Faça testes com os diferentes
comandos do programa até chegar
ao resultado desejado.
A palavra Animação provém do latin "Anima", que
significa "Alma" ou "Sopro Vital". Animação significa,
antes de mais, "dar vida" a objectos estáticos.
Animação é a técnica na qual cria-se a ilusão do
movimento através da apresentação de uma série
de desenhos fotografados individualmente e
armazenados em sucessivos quadros de um filme. A
ilusão é produzida no momento em que o filme é
projetado a uma certa taxa (tipicamente 24
Renderizar
Salvar e exportar vídeo
Experimente novos comandos
Animação
quadros/segundo).
Pode-se também dizer que a animação refere-se ao
processo de geração dinâmica de uma série de
quadros representando um conjunto de objetos, no
qual cada quadro constitui uma alteração do quadro
anterior. Apesar das definições acima descreverem
o princípio da animação tal qual a técnica foi
concebida a mais de 90 anos, elas ainda podem ser
consideradas válidas, em muitos casos. A animação
convencional é geralmente baseada em uma técnica
quadro a quadro, que foi usada durante muitos anos
também em animação por computador.
(NEDEL,2002)
Na língua inglesa, animação normalmente é
associada com o trabalho de fazer filmes.
Ilustradores criam ação a partir de uma série de
imagens e isso nos dá a ilusão de algo vivo. Um outro
significado para animação é uma simulação de
movimentos criados à partir da exposição de
imagens, ou quadros. Desenhos na televisão são um
exemplo de animação. Animação em computadores
atualmente é um dos principais ingredientes das
apresentações multimídia.
Os desenhos, animados ou não, são uma forma de
representar a realidade. Os primeiros desenhos
humanos datam da era das cavernas. Registrados
nas pinturas rupestres, eram desenhos que
retratavam a vida da caça e dos rituais coletivos. Por
História da Animação
43
44
volta de 30.000 a.C. já havia tentativas de desenhar o
movimento das coisas. Mas é só a partir do século
XIX que a animação encontraria espaço para
acontecer como a conhecemos.
O olho humano consegue captar a exibição de
aproximadamente 25 quadros (frames) por segundo
no máximo. A maioria dos desenhos animados
antigos como Pica-Pau e Pernalonga utilizavam entre
12 e 15 frames por segundo (fps). Isso quer dizer que
os desenhos pareciam ter deslocamentos mais
rápidos do que em um filme de cinema que possui,
normalmente, 24 fps. Fonte:
http://mistermags.files.wordpress.com/2007/10/fe
stgraf-storyboard-02.jpg
Antes do surgimento do cinema, já existiam
experiências com filmes feitos de animação. A
técnica consiste em reproduzir diversas vezes uma
mesma cena com pequenas variações de
movimento a cada segundo. O desenho de um
palhaço, por exemplo, pode ganhar vida se forem
feitos vários desenhos dele, alterando, aos poucos, a
posição das mãos e das pernas. Assim, quando
olharmos rapidamente a seqüência das imagens,
veremos o palhaço em movimento. É bem provável
que você já tenha feito experiência semelhante,
desenhando um boneco de palitinho na borda de um
livro e passando as suas folhas rapidamente.
Princípio do movimento
Como fazer animação
com massinha ou
desenho
Animando em desenho (2D)
Massinha (3D)
E x i s t e m d i f e r e n t e s
técnicas para se fazer
uma animação, inclusive
com recursos digitais em
três dimensões. As animações mais comuns são
feitas com desenhos ou massinha de modelar. Mas,
independente do material, o primeiro passo é montar
o roteiro da história chamado de storyboard. Em uma
folha de papel, você vai desenhar as principais cenas
da animação e anotar, ao lado, o que acontece em
cada uma delas.
(veja o exemplo)
Para uma boa noção de
m o v i m e n t o , v o c ê
precisa desenhar, no
mínimo, 15 imagens por
segundo. Ou seja, para
um minuto de animação teremos 900 quadros
diferentes. Parece muito, mas um macete utilizado
pelos desenhistas é a repetição de certos
movimentos, gerando uma economia de tempo na
produção.
Para fazer uma animação com massinha, o princípio
será o mesmo do desenho. É preciso registrar, pelo
menos, 15 movimentos do objeto modelado a cada
45
segundo, utilizando uma câmera fotográfica. câmera
do celular ou até mesmo uma webcam. Dependendo
da consistência da massinha, é interessante usar
linhas de costura ou palitos para ajudarem na fixação
do objeto. Contudo, evite movimentar demais os
elementos de um quadro para o outro. Essa atitude
ajuda a eliminar possíveis “pulos” durante a exibição
do filme.
No desenho, vemos apenas duas dimensões (2D), a
base e a altura. Já no caso da massinha, teremos
também a noção de profundidade, criando a terceira
dimensão (3D).
Dica: Na hora de capturar as imagens, tenha cuidado
para não movimentar a câmera fotográfica de lugar.
Curiosidade: Os estúdios de desenho utilizam uma
fonte de luz na parte inferior da mesa, que ilumina as
folhas para sobrepor os traços dos desenhos.
Depois da produção das imagens, você precisa
Diferenças entre 2D e 3D
Animando a imagem
capturar os quadros para o computador. Se o
desenho tiver sido feito em papel, é necessário usar
um escâner ou uma câmera fotográfica para migrar
os quadros. Com todos os quadros transmitidos para
o computador, basta ordená-los em programas de
animação como o Sothink, que aprenderemos a usar
em seguida.
A animação no computador tem o mesmo princípio
da animação feita à mão. É uma seqüência de
quadros estáticos que dá impressão de movimento.
A animação no computador pode ser feita com o
auxílio de alguns programas. A seguir, vamos dar
Como fazer animação no computador
46
dicas de como utilizar o programa Sothink para fazer
animação.
O Sothink SWF Quicker é um programa específico
para criar filmes de animação. Não é gratuito, mas
possui uma versão (não completa) que pode ser
baixada gratuitamente no site www.sothink.com.
Depois de instalado o programa, abra um documento
em branco. Na tela, você terá um espaço para fazer
os desenhos, uma barra de ferramentas, uma linha
do tempo, além de outros recursos, como se vê na
figura:
Como usar o Sothink
Desenhe o primeiro quadro da animação no espaço
em branco utilizando a barra de ferramentas, como
no exemplo da figura:
Crie um novo quadro-chave (keyframe), clicando
com o botão direito na linha do tempo e selecionando
a opção Insert Keyframe, como mostra a figura:
Um novo quadro será criado com o mesmo desenho
do primeiro. Então, ainda na linha do tempo, clique no
novo quadro criado. Modifique o desenho para que
ele fique igual ao último quadro da sua animação.
Na linha do tempo, clique no primeiro quadro e
aperte a tecla F5 até chegar ao tempo da sua
animação. Ou seja, supondo que sua animação
tenha 10 segundos, segure a tecla F5 até que o
último quadro chegue até a linha dos 10 segundos.
Agora clique com o botão direito no primeiro quadro
e selecione a opção Create Motion Tween. Uma seta
aparecerá ligando os dois quadros-chave.
Aperte Ctrl+Enter para ver a sua animação pronta.
Agora selecione File, Export, Export Movie (SWF)
para exportá-lo para filme em flash.
Pronto! Agora você tem uma animação em flash.
Para mudar a animação para um formato de vídeo,
você pode baixar alguns programas, como o Anvsoft
47
Referências Bibliográficas
BUCCI, Eugênio. Comunicação é diálogo. Disponível
em <www.jornaldaciencia.org.br >. Acesso em
02/05/2008.
BAGNO, M. (1999). Preconceito lingüístico: o que é,
como se faz. São Paulo: Loyola.
BUSS P.M 2003. Uma introdução ao conceito de
promoção da saúde, pp. 15-38. In C CZERESNIA &
CM FREITAS (orgs.). Promoção da Saúde. Conceitos,
reflexões, tendências.Fiocruz, Rio de Janeiro.
BRASIL. CONSELHO NACIONAL DE SEGURANÇA
ALIMENTAR E NUTRICIONAL. III Conferência
Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional
Carta de Fortaleza. Fortaleza, 2007. Disponível em:
www.planalto.gov.br/Consea Acesso em 07 de maio
de 2008.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Encontros e
Caminhos:Formação de Educadoras(es) Ambientais
e Coletivos Educadores. Brasília, 2005, p5
BRASIL, Ministério da Saúde: Fundação Nacional de
Saúde, Oficinas de educação em saúde e
comunicação. Brasília,2001.P 11
BRASIL,MINISTÉRIO DA SAÚDE. INSTITUTO
NACIONAL DE CÂNCER
CHRISTOFOLETTI, Rogério. Dez impasses para uma
efetiva crítica de mídia no Brasil. Sala de Prensa, n.
63, 2004. Disponível em:
<http://www.saladeprensa.org/ art522.htm.>
Disney, Walt, Walt Disney Famous Quotes, Disney's
Kingdom Editions, The Walt Disney Company, 1994.
DORLAND. Dorland`s Illustrated Medical Dictionary.
Ed. Saunders, 2203.
GOULART, Daniella e PAULA, Isabel de (coord.).
Manual do Comunicador e da comunicadora local.
Brasília: Programa Comunidade Ativa: 2000.
IPT. Instituto de Pesquisa Tecnológica. Lixo
Municipal: Manual de gerenciamento integrado.
IPT/CEMPRE, São Paulo, 2000
DUTRA,C. Disponível em
:www.carolinedutra.hpg.com.br. Acesso em 07 de
maio de 2008.
Rodrigues,F. D. P.(1999)- Preconceito lingüístico e
não lingüístico na escola/ livro didático.UNiCAMP.
ROUQUAYROL, MZ, Almeida N Filho. Epidemiologia
e saúde. 5a ed. Rio de Janeiro: MEDSI; 1999.
ROOTMAN I et al. 2001. A framework for health
promotion evaluation, pp. 7-38. In I Rootman et al.
(eds.). Evaluation in health promotion. Principles and
perspectives. WHO Regional publications. European
Series. Dinamarca.
48
SARA E TERESA COSTA. Disponível em:
www.criarmundos.do.sapo.pt/Antropologia Acesso
em: 05 de maio de 2008.
MOFFA, Luiz Guilherme. São Paulo,. Disponível em:
www.obaoba.com.br/noticias. Acesso em: 11 de
agosto de 2003
MAGERA,M. Os empresários do lixo. Revista
administração em pauta,ano III, 2004.
MONTEIRO, C. A.; MONDINI, L.; SOUZA, A. L. M. &
POPKIN, B. M., 1995. Da desnutrição para a
obesidade: A transição nutricional no Brasil. In:
Velhos e Novos Males da Saúde no Brasil: A
Evolução do País e de suas Doenças (C. A. Monteiro,
org.), pp. 247-255, São Paulo: Editora Hucitec
NEDEL, L. P. Animação por Computador: Evolução e
Tendências. Universidade Federal do Rio Grande do
Sul,2002.
TASSINARI, A.M.I. (1995). “Sociedades indígenas:
introdução ao tema da diversidade cultural” In:
LOPES DA SILVA, A. e GRUPIONI, L.D.B. (orgs.). A
temática indígena na escola: novos subsídios para
professores de 1º e 2º graus. Brasíl ia:
MEC/MARI/UNESCO.
TEIXEIRA, CAC; E Barrére, IC Abrão - A TV-Interativa
como Opção para a Educação à Distância.
Universidade Federal de São Carlos UFSCar. 1996.
49
T829s Trilhas sociais [recurso eletrônico] : guia para atividades de