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Poder Judiciário TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO Gabinete do Desembargador Federal Geraldo Apoliano GA/nge APELAÇÃO CRIMINAL Nº 5398-CE (2004.81.00.005661-4) RELATÓRIO O DESEMBARGADOR FEDERAL GERALDO APOLIANO (RELATOR): Apelação desafiada por WILTON CORREIA LIMA FILHO objetivando ver reformada a sentença, que o condenou, pela prática do crime previsto no art. 19, parágrafo único, da Lei nº 7.492/86, à pena de 04 (quatro) anos, 05 (cinco) meses e 10 (dez) dias de reclusão e a 03 (três) anos de reclusão e 100 (cem) dias-multa, calculado cada dia-multa em 1/5 (um quinto) do salário mínimo vigente ao tempo dos fatos. Segundo a denúncia, no ano de 1998, Wilton Correia, dono da Construtora Clima Comércio e Indústria Ltda, obteve 48 (quarenta e oito) empréstimos junto à Caixa Econômica Federal –CEF, pertinentes a programa de financiamento para a aquisição de material de construção para famílias de baixa renda (assim consideradas as que recebem até 12 (doze) salários mínimos) para as quais não se exigia a comprovação da propriedade do imóvel financiado. Para tanto, o Denunciado arregimentou pessoas humildes, para apresentar documentos de identidade e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Física –CPF e, usando de documentos falsos, que atribuíam a essas pessoas comprovantes de renda fictícios, atribuindo-lhes funções, empregos e salários inexistentes a fim de utilizá-los junto à CEF , para o fim de obter os empréstimos, que foram concedidos, sendo os valores obtidos depositados na conta da empresa do Apelante, ou seja, nenhum dos valores foi recebido pelos mutuários, alguns deles funcionários de sua empresa de construção civil. No recurso Wilton Correia sustentou que os financiamentos não foram obtidos mediante fraude, mas sim, em sintonia com os ditames da instituição financeira. Afirmou que o fato de alguns dos mutuários serem seus funcionários não deveria autorizar a presunção de culpa, porque era comum haver o vínculo entre os depósitos de construção e os mutuários, porque estes eram orientados sobre o financiamento por aqueles, que tomavam as providências cabíveis para que os mutuários comprassem o material de construção de que precisavam.

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Poder Judiciário

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO

Gabinete do Desembargador Federal Geraldo Apoliano GA/nge APELAÇÃO CRIMINAL Nº 5398-CE (2004.81.00.005661-4)

RELATÓRIO

O DESEMBARGADOR FEDERAL GERALDO APOLIANO

(RELATOR): Apelação desafiada por WILTON CORREIA LIMA FILHO objetivando ver reformada a sentença, que o condenou, pela prática do crime previsto no art. 19, parágrafo único, da Lei nº 7.492/86, à pena de 04 (quatro) anos, 05 (cinco) meses e 10 (dez) dias de reclusão e a 03 (três) anos de reclusão e 100 (cem) dias-multa, calculado cada dia-multa em 1/5 (um quinto) do salário mínimo vigente ao tempo dos fatos.

Segundo a denúncia, no ano de 1998, Wilton Correia , dono da

Construtora Clima Comércio e Indústria Ltda, obteve 48 (quarenta e oito) empréstimos junto à Caixa Econômica Federal –CEF, pertinentes a programa de financiamento para a aquisição de material de construção para famílias de baixa renda (assim consideradas as que recebem até 12 (doze) salários mínimos) para as quais não se exigia a comprovação da propriedade do imóvel financiado.

Para tanto, o Denunciado arregimentou pessoas humildes, para

apresentar documentos de identidade e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Física –CPF e, usando de documentos falsos, que atribuíam a essas pessoas comprovantes de renda fictícios, atribuindo-lhes funções, empregos e salários inexistentes a fim de utilizá-los junto à CEF , para o fim de obter os empréstimos, que foram concedidos, sendo os valores obtidos depositados na conta da empresa do Apelante, ou seja, nenhum dos valores foi recebido pelos mutuários, alguns deles funcionários de sua empresa de construção civil.

No recurso Wilton Correia sustentou que os financiamentos não

foram obtidos mediante fraude, mas sim, em sintonia com os ditames da instituição financeira.

Afirmou que o fato de alguns dos mutuários serem seus funcionários

não deveria autorizar a presunção de culpa, porque era comum haver o vínculo entre os depósitos de construção e os mutuários, porque estes eram orientados sobre o financiamento por aqueles, que tomavam as providências cabíveis para que os mutuários comprassem o material de construção de que precisavam.

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Poder Judiciário

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO

Gabinete do Desembargador Federal Geraldo Apoliano GA/nge APELAÇÃO CRIMINAL Nº 5398-CE (2004.81.00.005661-4)

Disse, também, que todo o procedimento de concessão do

financiamento foi realizado pela CEF, afirmando que não teve qualquer ingerência sobre tal procedimento, e que os contratos foram assinados na instituição bancária e na presença de funcionários da CEF, não se tendo valido de qualquer artifício fraudulento para a obtenção dos empréstimos.

Esclareceu que, efetivamente, preencheu fichas de caracterização

de renda para os mutuários, porém fez assim, apenas para auxiliá-los, por serem pessoas pouco instruídas, sem que tal tenha implicado na falsificação de documentos ou em fraude; e que a inadimplência deveu-se apenas à culpa deles mesmos (os mutuários) afirmando que os depoimentos dele(a)s não poderiam ser considerados porque, comprovadas as fraudes, não precisariam efetuar o pagamento das verbas do financiamento à CEF.

Sustentou que a suposta falsidade dos documentos não poderia ser

provada em face da não realização de uma perícia grafotécnica, de forma que, ausente a prova da falsificação e de que o Apelante seja dela o autor, somente lhe caberia requerer a absolvição, em face do Princípio da Inocência.

Contra-razões do MPF às fls. 218/220. A douta Procuradoria Regional da República opinou pelo

desprovimento do recurso, fundamentando-se na prova da autoria e da materialidade da infração penal perpetrada contra o sistema financeiro do País, e que os documentos acostados aos autos, aliados aos documentos dos mutuários prejudicados, constituiriam elementos suficientes para a condenação do Apelante – fls. 226/234.

É o Relatório . Ao eminente Revisor.

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Gabinete do Desembargador Federal Geraldo Apoliano GA/nge APELAÇÃO CRIMINAL Nº 5398-CE (2004.81.00.005661-4)

VOTO

O DESEMBARGADOR FEDERAL GERALDO APOLIANO

CAVALCANTI (RELATOR): A sentença atacada não merece qualquer glosa ou censura.

Insurge-se o Apelante contra o édito condenatório, sob o argumento

de que não teriam sido comprovadas a materialidade e a autoria delitivas, porque não estariam presentes os elementos objetivo e subjetivo do tipo penal.

O substrato probatório constante dos autos, vai em sentido contrário

ao da tese subscrita pela Defesa. O art. 19, caput e parágrafo único, da Lei n 7.492/86, estatuem:

"Art. 19. Obter, mediante fraude, financiamento em instituição financeira: Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é cometido em detrimento de instituição financeira oficial ou por ela credenciada para o repasse de financiamento." Em face das provas produzidas penso estar demonstrada a

materialidade e a autoria do delito. Há nos ‘apensos dos autos’ todos os contratos de mútuo realizados

pelas pessoas arregimentadas por Wilton Correia , na condição de representante da Construtora Clima , e com o adjutório de uma pessoa que para ele trabalhava, e que era conhecido como “Chagas” ou “Chaguinha”; no entanto, as ‘pessoas arregimentadas’ não receberam o dinheiro do financiamento que seria, em princípio, para a aquisição de material para a construção de casa própria – Apensos I a III, do Inquérito Policial.

Os mesmos documentos constituem provas de que foram apostas

declarações falsas nos formulários da CEF e em outros documentos a fim de

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Gabinete do Desembargador Federal Geraldo Apoliano GA/nge APELAÇÃO CRIMINAL Nº 5398-CE (2004.81.00.005661-4) conferir idoneidade financeira e de identidade aos mutuários, para a aquisição de material de construção.

Como exemplo, pode-se citar o caso da testemunha Maria da Silva

Rebouças, que, assinou um formulário da CEF já preenchido e, apesar de se qualificar como empregada doméstica , perante o Ministério Público Federal, consta no referido formulário que seria auxiliar de professora, tendo sido apresentado à CEF uma declaração falsa da Escolinha Primeiro Mundo– fls. 160/164 do Apenso nº 01.

Também a testemunha e mutuária Fátima Tomé Viana, que sempre

foi considerada “do lar”, também figurou como “auxiliar de professora”, na mesma Escolinha – fls. 220/241 do Apenso nº 01.

O mesmo ocorreu com Francisca Vera de Lima Ferreira, que afirmou

não exercer qualquer atividade laboral, porém fiigurou como zeladora da Escolinha – fls. 231.

A dita Escolinha, de acordo com as investigações policiais, são de

propriedade da irmã de Wilton Lima, a sra. Cristina Maria Correia Lima, que, em depoimento prestado na Polícia Federal afirmou que os mutuários não foram funcionários da Escolinha – fls. 278/279 do Anexo nº 07.

As fraudes foram descobertas em face da denúncia dos mutuários,

de que não receberam as casas, nem os materiais de construção, e ainda estão a figurar nos cadastros da CEF como devedores dos financiamentos que assinaram, estando alguns inscritos em cadastros de proteção/restrição ao crédito, ante o não de pagamento das prestações convoladas, afirmando que não tinham os empregos e as profissões listadas no(s) formulário(s) - fls. 05/06.

No interrogatório, o Apelante não negou haver preparado a

documentação para os interessados (fls. 49) esclarecendo que “...não descarta(ria) a possibilidade de alguns de seus despachantes ter feito alguma declaração utilizando papel timbrado da firma do declarante”, o que reforça a materialidade delitiva -fls. 50.

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Afirmou que preencheu todos os contratos de financiamento e providenciou o financiamento para os mutuários, alguns empregados de sua construtora, no intuito de ajudá-los a conseguir a ‘casa própria’, cedendo, inclusive, terreno de sua propriedade –fls. 48/50.

Ao meu sentir, a confissão judicial apenas ratifica os indícios

apontados nos autos e tem valor probante inquestionável, em cotejo com o conjunto das provas produzidas (ou referendadas) em Juízo.

Ressalte-se que a conduta do Apelante nada tinha (com todas as

vênias de entendimentos eventualmente divergentes) de generosa . Os mutuários, ora testemunhas, afirmaram que nunca receberam o material de construção, as casas, além de que o terreno supostamente cedido era inabitável, porque “a lama dava no meio das pernas”, segundo o depoimento do testigo Manoel Vital de Souza –fls. 73/90.

As testemunhas ainda esclareceram que participaram de um mutirão

de casas, com material de construção ora novo, ora velho, porém não as receberam –fls. 73/90.

Transcrevo excertos de alguns depoimentos: “... que o depoente trabalhou na empresa Construtora Clima Comércio e Indústria e considera que foi enganado pelo denunciado; que o denunciado prometeu uma casa ao depoente, localizada no Pantanal de José Walter; Que o depoente teria que fazer um financiamento junto à CEF; que o depoente foi à CEF (Agência Pontes Vieira e Center Um) para assinar uma documentação; que os boletos de cobrança eram entregues no endereço do depoente, mas, a pedido do denunciado, eram encaminhados ao escritório da Construtora Clima Comércio e Indústria para pagamento; que só depois da construção das casas o depoente começaria a pagar Wilton Filho1; QUE o depoente trabalhou no mutirão; que o depoente parou de trabalhar no mutirão porque foi remanejado para outra obra da Construtora Clima Comércio e Indústria; que o material de construção (madeira e telhas) das casas era proveniente de um colégio que estava sendo

1 - Wilton Filho, é o mesmo Wilton Correia Lima Filho (para maior comodidade na leitura do voto, optei por referir-me ao ora Denunciado como Wilton Correia).

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reformado pela Construtora Clima Comércio e Indústria; que o depoente não sabe informar se as casas foram construídas; que o depoente não sabe informar se as casas foram construídas; que o depoente nunca recebeu sua casa e ainda mora de aluguel; que os boletos de cobrança deixaram de chagar, mas o nome do depoente ainda consta no SERASA;” – Francisco Veras de Lima Ferreira, fls,. 73/74. “... que determinado dia, foi feita uma reunião com o Sr. Wilton Filho, quando o mesmo prometeu a construção de casas, mediante a obtenção de financiamento da CEF; que não foi informado às pessoas a localização do terreno; que foi feito o financiamento na CEF; que o depoente compareceu à CEF juntamente com o apontador, a pessoa que trabalha na obra fazendo a chamada dos empregados; Que a cobrança chegava em sua casa e era encaminhada ao sr. Wilton Filho; (...) que trabalhou no mutirão durante três meses; Que o depoente não chegou a morar na casa, pois não havia condições de habitação; que o material utilizado era composto de uma parte nova e outra velha; que acha que este material velho veio de uns terrenos do denunciado; que a construção das casas não foi concluída” – depoimento de Manoel Vital de Sousa, fls. 84/85. As casas que os mutuários construíram em regime de mutirão

encontram-se à venda em nome da construtora do Apelante, de acordo com as fotos de fls. 175/178 do Apenso nº 08.

Portanto, o Apelante, sob o pretexto de conceder casas aos seus

empregados, utilizou-se indevidamente da mão de obra deles e do material de construção, em benefício próprio .

Nem se argumente que os empréstimos foram concedidos dentro

dos ditames da instituição financeira. A concessão do empréstimo foi formalmente legal porque o Apelante valeu-se de próprios empregados, das respectivas documentações, e de outros artifícios para induzir em erro a CEF e os seus respectivos prepostos (funcionários) tudo para o fim de conferir u´a aparência de legalidade ao negócio jurídico, a fim de obter o material de construção para a empresa de que é titular.

Também não se sustenta a alegada necessidade de perícia

grafotécnica para se apurar a falsidade dos documentos que instruíram o pedido

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Gabinete do Desembargador Federal Geraldo Apoliano GA/nge APELAÇÃO CRIMINAL Nº 5398-CE (2004.81.00.005661-4) de financiamento. Basta o uso dos documentos falsificados, ressaltando-se que o Apelante sabia serem eles falsos, uma vez que alguns dos mutuários trabalhavam para ele e não para a dita Escolinha, para configurar a fraude em prejuízo da CEF.

Em conclusão, estou em que a prova da fraude desponta induvidosa,

em face dos documentos e das provas testemunhais acostados aos autos, que conferem certeza quanto ao fato de que foi o Apelante quem se valeu de fraude com o objetivo de receber, indevidamente, o financiamento de material de construção da Caixa Econômica Federal, o que configura, sem dúvida, a prática do ilícito referido no art. 19, da Lei nº 7.492/86.

Os fatos narrados na denúncia subsumem-se sem ressalvas ao que

está posto no art. 19, da Lei nº 7.492/86, na medida em que se tratou da obtenção de financiamento em instituição financeira, mediante fraude; mas não se ajustam, ao meu pnsar, ao tipo de que cuida o artigo 171, § 3º, do Código Penal.

Posto isto, nego provimento à Apelação Criminal. É como voto .

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TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO

Gabinete do Desembargador Federal Geraldo Apoliano GA/nge APELAÇÃO CRIMINAL Nº 5398-CE (2004.81.00.005661-4) APTE : WILTON CORREIA LIMA FILHO ADV/PROC : FÁBIO JOSÉ DE OLIVEIRA OZÓRIO e outros APDO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL RELATOR : DES. FED. GERALDO APOLIANO

EMENTA

PENAL. APELAÇÃO CRIMINAL. CRIME CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL. ART. 19, DA LEI Nº 7.492/86. MATERIALIDADE E AUTORIA PROVADAS. APELO IMPROVIDO. - Agente que, valendo-se da condição de proprietário de empresa construtora, utilizou-se dos respectivos empregados e de suas documentações, bem como de declarações fraudulentas, para a obtenção de financiamento bancário na Caixa Econômica Federal para a aquisição de material de construção. - Documentos e depoimentos testemunhais que provam a existência do uso de interpostas pessoas para a prática do delito e o recebimento indevido de financiamento. Autoria e materialidade do ilícito positivadas. Presença das elementares, subjetivas e objetivas, do tipo penal a que alude o art. 19, da Lei nº 7.492/86. Apelação improvida.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, em que são partes as acima identificadas.

Decide a Terceira Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, por unanimidade, negar provimento à Apelação Criminal, nos termos do relatório, voto do Desembargador Relator e notas taquigráficas constantes nos autos, que passam a integrar o presente julgado.

Custas, como de lei. Recife (PE), 20 de maio de 2010 (data do julgamento).

Desembargador Federal Geraldo Apoliano (Relator.)