tribunal regional federal da 4ª regiÃo relator : des. federal carlos eduardo thompson flores lenz...
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DIÁRIO ELETRÔNICO DA JUSTIÇA FEDERAL DA 4ª REGIÃOAno II – nº 58 – Porto Alegre, segunda-feira, 19 de março de 2007
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO
PUBLICAÇÕES JUDICIAIS
SECRETARIA DO PLENÁRIO, CORTE ESPECIAL E SEÇÕES
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃOExpediente SPLE Nro 48/2007
Secretaria do Plenário, Corte Especial e Seções
AUTOS COM DESPACHOAÇÃO RESCISÓRIA Nº 95.04.01452-6/RS
RELATOR : Des. Federal ANTONIO ALBINO RAMOS DE OLIVEIRA
AUTOR : EDMUNDO THEISS E CIA/ LTDA/
ADVOGADO : Pedro Francisco Dutra da Silva
: Marcos Grutzmacher
: Adao de Brum Lacerda
REU : UNIÃO FEDERAL
ADVOGADO : Simone Anacleto Lopes
DESPACHO
Expeça-se alvará de levantamento, conforme requerido (fl. 414).
Intime-se.
Porto Alegre, 08 de março de 2007.
(Fica intmado o Dr. Marcos Grutzmacher de que o Alvará de Levantamento foi expedido em 13/03/2007 e encontra-se à disposição
nesta Secretaria pelo prazo de 30 dias.)
AÇÃO RESCISÓRIA Nº 97.04.55283-1/RS
RELATORA : Des. Federal MARGA INGE BARTH TESSLER
AUTOR : CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF
ADVOGADO : Eberaldo Leo Cestari Junior e outros
REU : DE LUCCA EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS LTDA/ e outros
ADVOGADO : Rosana Maria Lucca da Cunha Magagnin
DECISÃO
1. Homologo a manifestação da requerente no sentido da desistência da execução da verba advocatícia fixada na ação rescisória
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quanto aos réus remanescentes, reputando extinta a ação na forma do inciso VIII do artigo 267 do CPC.
2. Intimem-se.
3. Decorrido o prazo para a apresentação de recurso, arquivem-se os autos, com baixa na distribuição.
Porto Alegre, 09 de março de 2007.
AÇÃO RESCISÓRIA Nº 2001.04.01.024079-6/RS
RELATORA : Des. Federal MARGA INGE BARTH TESSLER
AUTOR : CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF
ADVOGADO : Clovis Konflanz e outros
REU : JOELSO DA SILVA e outro
ADVOGADO : Mauro Renato de Souza Appel
DECISÃO
1. A propósito do primeiro pleito formulado pela CEF à fl. 160, registro que há de ser deduzido no Juízo perante o qual tramita a
ação originária, já que versa sobre valores lá eventualmente depositados.
2. Quanto ao segundo ponto do petitório, homologo a manifestação da requerente no sentido da desistência da execução da verba
advocatícia fixada na ação rescisória, reputando extinta a ação na forma do inciso VIII do artigo 267 do CPC.
3. Intimem-se.
4. Decorrendo o prazo para a apresentação de recurso, arquivem-se os autos, com baixa na distribuição.
Porto Alegre, 09 de março de 2007.
AÇÃO RESCISÓRIA Nº 2001.04.01.057927-1/RS
RELATOR : Des. Federal JOEL ILAN PACIORNIK
AUTOR : MOACYR FAUTH DA SILVA
ADVOGADO : Marise Helena Laux e outros
REU : UNIÃO FEDERAL
ADVOGADO : Luis Henrique Martins dos Anjos
DESPACHO
Diante do trânsito em julgado do acórdão que julgou procedente a ação rescisória, intime-se o autor para manifestar seu interesse na
execução do julgado.
Porto Alegre, 13 de março de 2007.
EMBARGOS INFRINGENTES EM AC Nº 2001.70.10.002646-7/PR
RELATOR : Des. Federal CARLOS EDUARDO THOMPSON FLORES LENZ
EMBARGANTE : CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF
ADVOGADO : Leandro Pinto de Azevedo e outros
EMBARGADO : J M FERREIRA - COM/ DE PECAS - EPP e outro
EMBARGADO : JOSE MARIA PEREIRA
ADVOGADO : Edmundo Manoel Santana
EMBARGADO : HORLEY TADEU CASALI
ADVOGADO : Jeison Kwitschal Viudes e outro
DECISÃO
Vistos, etc.
1. Segundo o artigo 530 do Código de Processo Civil, somente cabem embargos infringentes quando o acórdão não unânime houver
reformado, em grau de apelação, a sentença de mérito, ou houver julgado procedente ação rescisória e, na hipótese do desacordo ser
parcial, tal recurso será restrito à matéria objeto da divergência.
A sentença de origem fixou os juros remuneratórios em 10% ao ano, solução que foi confirmada pela maioria da 1ª Turma
Suplementar deste Regional.
Portanto, as hipóteses de cabimento são aquelas previstas no CPC, o que impossibilita a admissão dos infringentes, eis que, in casu,
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o acórdão deu parcial provimento ao recurso da Caixa Econômica Federal, fazendo prevalecer o voto majoritário, não reformando a
sentença no ponto da alegada infringência.
2. Assim sendo, nego seguimento aos embargos infringentes.
Intimem-se. Publique-se.
Decorridos os prazos legais, irrecorrida a decisão, remetam-se os autos ao Juízo de origem com baixa na distribuição.
Porto Alegre, 07 de março de 2007.
AÇÃO RESCISÓRIA Nº 2003.04.01.002894-9/SC
RELATORA : Des. Federal MARGA INGE BARTH TESSLER
AUTOR : CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF
ADVOGADO : Clovis Konflanz e outros
REU : ALVIZE BOM e outros
DESPACHO
1. À vista do trânsito em julgado do acórdão lançado nestes autos por este Regional, intimem-se as partes a fim de que requeiram o
que julgarem necessário.
2. Em nada sendo requerido no prazo de 10 (dez) dias, arquivem-se os autos, com baixa na distribuição.
Porto Alegre, 09 de março de 2007.
AÇÃO RESCISÓRIA Nº 2003.04.01.013191-8/SC
RELATORA : Des. Federal MARGA INGE BARTH TESSLER
AUTOR : CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF
ADVOGADO : Clovis Konflanz e outros
REU : ADOLFO POPOVICZ
ADVOGADO : José Malikoski
REU : AMILTON MAIER e outro
DESPACHO
Intime-se a representação processual do réu Adolfo Popovicz acerca do depósito levado a efeito pela CEF e documentado à fl. 190 a
fim de que requeira o que julgar necessário.
Porto Alegre, 09 de março de 2007.
AÇÃO RESCISÓRIA Nº 2003.04.01.018051-6/PR
RELATORA : Des. Federal MARGA INGE BARTH TESSLER
AUTOR : CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF
ADVOGADO : Clovis Konflanz e outros
REU : VALDECIR BATISTA CEZAR e outros
REU : VERA LUCIA BEZERRA
ADVOGADO : Claudia Helena Stival
DECISÃO
Homologo a desistência da ação manifestada pela CEF por procuradora habilitada para tanto em relação aos réus remanescentes, a
teor do previsto no § 4º do artigo 267 c/c o parágrafo único e com o caput do artigo 298, ambos do CPC, extinguindo o processo sem
resolução de mérito (inciso VIII, artigo 267, CPC).
Descabida a fixação de honorários advocatícios em favor da ré contestante em razão do disposto no artigo 29-C da Lei nº 8.036/90.
Intimem-se.
Transitando em julgado a presente decisão, arquivem-se os autos, com baixa na distribuição.
Porto Alegre, 09 de março de 2007.
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AÇÃO RESCISÓRIA Nº 2003.04.01.018272-0/PR
RELATOR : Des. Federal CARLOS EDUARDO THOMPSON FLORES LENZ
AUTOR : CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF
ADVOGADO : Clovis Konflanz e outros
REU : ANTONIO GOMES DE MELO e outros
ADVOGADO : Fabrício Von M. Campezatto e outros
DESPACHO
Vistos, etc.
Dê-se baixa e arquive-se.
Intime-se. Publique-se.
Porto Alegre, 13 de março de 2007.
AÇÃO RESCISÓRIA Nº 2006.04.00.013262-9/RS
RELATOR : Des. Federal ÁLVARO EDUARDO JUNQUEIRA
AUTOR : UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)
ADVOGADO : Simone Anacleto Lopes
REU : FABRICA DE ESQUADRIAS ROCIO LTDA/
ADVOGADO : Icaro Silva Pedroso e outros
DECISÃO
Digam as partes se têm provas a produzir.
Porto Alegre, 05 de março de 2007.
AÇÃO RESCISÓRIA Nº 2006.04.00.019942-6/RS
RELATOR : Des. Federal ÁLVARO EDUARDO JUNQUEIRA
AUTOR : UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)
ADVOGADO : Simone Anacleto Lopes
REU : MUNICIPIO DE NOVA LARANJEIRAS
ADVOGADO : Andreia Indalencio Rochi
DECISÃO
Digam as partes se têm provas a produzir.
Porto Alegre, 06 de março de 2007.
AÇÃO RESCISÓRIA Nº 2006.04.00.034042-1/RS
RELATOR : Des. Federal ÁLVARO EDUARDO JUNQUEIRA
AUTOR : UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)
PROCURADOR : Simone Anacleto Lopes
REU : SOPRANO ELETROMETALURGICA E HIDRAULICA LTDA/
ADVOGADO : Zulmar Neves e outros
DECISÃO
Digam as partes se têm provas a produzir.
Porto Alegre, 06 de março de 2007.
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AUTOS COM VISTA
O(s) processo(s) abaixo relacionado(s) encontra(m)-se com VISTA À PARTE AUTORA para RAZÕES FINAIS, na formaprevista no artigo 493 do C.P.C., c/c o artigo 179 do RITRF/4ª Região:
AÇÃO RESCISÓRIA Nº 2006.04.00.031617-0/RS
RELATOR : Des. Federal ANTONIO ALBINO RAMOS DE OLIVEIRA
AUTOR : EDISON MACEDO
ADVOGADO : Carlos Alberto Klabunde
REU : UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)
ADVOGADO : Simone Anacleto Lopes
DECISÃO
Não havendo mais provas a produzir, declaro encerrada a instrução.
Intimem-se as partes para as razões finais. Após, com ou sem elas, remetam-se os autos ao Ministério Público Federal.
Porto Alegre, 08 de março de 2007.
(Vista à parte autora para razões finais.)
SECRETARIA DA 1ª TURMA
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃOExpediente Nro 051/2007
Secretaria da Primeira Turma
00001 APELAÇÃO CÍVEL Nº 2005.71.01.001989-5/RS
APELANTE : NADER E CIA/ LTDA/
ADVOGADO : Elis Angela Capeletti
APELADO : UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)
ADVOGADO : Simone Anacleto Lopes
A turma, por unanimidade , solveu questão de ordem no sentido de anular o acórdão e homologar o pedido de desistência da ação.
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃOExpediente Nro 52/2007
Secretaria da Primeira Turma
00001 AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2006.04.00.033066-0/PR
RELATOR : Juiz Federal ARTUR CÉSAR DE SOUZA
AGRAVANTE : UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)
ADVOGADO : Simone Anacleto Lopes
AGRAVADO : CONST/ VALOR LTDA/
INTERESSADO : ISIDORO ROZENBLUM TROSMAN e outros
DECISÃO
1. - Trata-se de agravo de instrumento interposto pela UNIÃO FEDERAL contra a decisão proferida pelo juízo da 3º Vara Federal
das Execução Fiscais de Curitiba-Pr, em sede de embargos de declaração, que determinou a liberação do bem imóvel pertencentes
ao ativo circulante da agravada CONSTRUTORA VALOR LTDA. com unidades habitacionais já alienadas quando da prolação da
decisão liminar nos autos de ação cautelar fiscal n. 2006.70.00.020180-0, matriculado sob o nº 36.385 no 5º Circunscrição do
Registro de Imóveis de Curitiba. Afirma que a liberação do bem não pode prevalecer tendo em vista que há indícios de falsidade nos
compromissos de compra e venda apresentados, referente aos bens imóveis comprometidos à venda em data anterior à concessão da
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liminar de indisponibilidade de bens. Sucessivamente, requer o depósito judicial dos valores porventura auferidos com a
comercialização dos referidos bens.
Com a inicial foram apresentados os documentos das fls. 25/1106.
É o relatório.
Decido.
2. - A decisão proferida nos autos de ação cautelar n. 2006.70.00.020180-1, baseia-se, principalmente, nos fatos públicos e notórios
sobre a eventual organização criminosa "GRUPO SUNDOWN" apurada pela chamada "Força-Tarefa CC-5", onde se observou a
existência, desde 1991, de inúmeros fatos delituosos ligados a importações de bicicletas e outros bens, remessas ilegais de divisas ao
exterior por meio de "Conta CC-5", fraudes na constituição de sociedades e alterações de contratos sociais, sempre servindo-se para
tanto de declarações falsas, interposição de empresas de 'fachada' , inclusive off-shores do Uruguai, utilização de 'laranjas' e
'testas-de-ferro' para escapar ao pagamento de tributos internos, fatos esses confirmados pelas investigações feitas pelo Ministério
Público Federal com auxílio da Policia Federal e Secretaria da Receita Federal.
Não obstante a ação penal tenha sido proposta contra alguns membros da família ROZENBLUM, conforme cópia de denúncia de
sentença criminal juntada nestes autos, para efeitos tributários nada impede que eventual responsabilidade tributária seja ampliada
para além das pessoas envolvidas na relação jurídica processual penal, principalmente pela autonomia das esferas do direito
tributário e do direito penal.
No presente caso, o juízo de primeiro grau percebendo eventual envolvimento da agravada CONSTRUTORA VALOR LTDA. com
eventual prática de infração penal e tributária do denominado "Grupo Sundown" proferiu a seguinte decisão:
"(...). O escopo de todo processo cautelar é assegurar a eficácia plena da atividade jurisdicional a ser desenvolvida no processo
principal. Daí o porquê de nele, processo cautelar, o exame estar limitado aos requisitos consistentes na fumaça do bom direito e
no perigo de a demora frustrar aquela atividade.
O primeiro requisito está patente, pois este caso se encaixa com precisão nas regras previstas no artigo 2º, 'caput', e incisos da Lei
n. 8.397/92, em especial os incisos V, letra a, segundo o qual é cabível a cautelar fiscal quando o contribuinte é notificado para
pagar o tributo e não o faz no prazo legal, e IX, de forma marcante, de acordo como o qual ela também cabe quando o devedor
'pratica outros atos que dificultem ou impeçam a satisfação do crédito'.
Com efeito, embora as multicitadas execuções fiscais tenham sido redirecionadas apenas contra os Requeridos Izidoro e Rolando,
além de alguns 'laranjas' e 'testas-de-ferro' já excluídos do pólo passivo delas, depois de conhecida a extensão das mencionadas
fraudes será redirecionada contra todos os membros da 'família Rozenblum' e, mais, com responsabilidade pelo total dos débitos
(hoje em torno de R$55.000.000,00, como pode ver pelos demonstrativos das fls. 1501/1516 dos autos de Execução Fiscal n.
96.00.11265-7) e não só pela pequena parte em relação à qual fora antes redirecionada contra o Rolando, pois se trata de trama
orquestrada com o fim de importação e venda de bicicletas e outros bens sem pagar os tributos devidos, dentre os quais os objeto
daquelas execuções, valendo-se da corriqueira e já manjada utilização de pessoas humildes e singelas como se sócias e
responsáveis fossem pela empresa Executada e outras do 'Grupo SUNDOWN', além de 'off-shores', de sorte a blindar o patrimônio
e impedir, com isso, a incidência de penhora sobre ele.
Em suma, o fato de que os efetivos proprietários e administradores das empresas Requeridas, a despeito da couraça formal
utilizada para escondê-los, seriam os membros da 'família Rozenblum', como disse a Fazenda Nacional nas alegações que vieram
marcadas pela plausibilidade, faz com o que patrimônio a eles pertencentes responde pelos débitos em tela (artigo 135, inciso III do
Código Tributário Nacional).
Nesse aspecto, o fato de essas pessoas terem-se servido de inúmeras pessoas jurídicas para atingir seus fins ilícitos traz à tona,
escancarada, a materialização da hipótese consistente na desconsideração da personalidade jurídica, antes admitida pela doutrina
e jurisprudência e hoje introduzida em nosso ordenamento jurídico positivo (arts. 28 da Lei n. 8.078/90 e 50 do novo Código Civil).
Neste caso, pelas suas peculiaridades, a desconsideração da personalidade jurídica das empresas Requeridas tem a finalidade deatingir, não o patrimônio formal das pessoas físicas que de fato são proprietárias e dirigentes delas, mas, sim, o própriopatrimônio de tais empresas, desviados formalmente de seus reais proprietários (membros da 'família Rozenblum') nessamulticitada e bem orquestrada blindagem patrimonialTambém está presente, por óbvio, o periculum in mora, porquanto as execuções fiscais perambulam pelos escaninhos desta Vara
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sem garantida efetiva alguma, a despeito do longo tempo em que tramitam. Se a liminar não fosse deferida eventual procedência do
pedido na sentença seria inócua, pois a esse tempo por certo os bens já estariam protegidos em outros esconderijos seguros.
Em conclusão, o acolhimento parcial da pretensão de liminar exposta na inicial é medida que se impõe.
Registro, todavia, que no tocante a instituição financeiras a indisponibilidade limitar-se-á a valores que porventura os Requeridos
nelas mantiverem em quaisquer espécies de aplicações financeiras, pois se a restrição alcançasse as contas de depósitos de livre
movimentação poderia trazer como conseqüência até mesmo eventual paralisação abrupta das respectivas atividades econômicas,
para aquelas que ainda as mantêm, quiçá até mesmo com dificuldades intransponíveis para pagar salários.
Esta decisão poderá ser revista se os Requeridos garantirem na íntegra as execuções fiscais, seja por meio de depósito do montante
executado ou de penhora de bens livres de ônus suficientes para tal fim.
III - DECISÃO
Pelo exposto, defiro em parte a liminar para decretar a indisponibilidade dos bens dos Requeridos que remanesceram no pólo
passivo, respeitado o limite equivalente ao valor total dos débitos aqui executados, e a expedição, com urgência, dos seguintes
ofícios requeridos na inicial e na emenda que desde já defiro e cuja juntada determino...".
A decisão liminar, portanto, chegou à conclusão de que o patrimônio da empresa agravada, CONSTRUTORA VALOR LTDA,
poderia ser constituído pelos bens desviados da empresa GOLDEN COMÉRCIO E IMPORTAÇÃO DE PRODUTOS
MANUFATURADOS LTDA. (sujeito passivo das execuções fiscais), ou de outras empresas do conglomerado de empresas que
compõem o denominado 'GRUPO SUNDOWN', ou, ainda, dos membros pertencentes à família ROZEMBLUN investigados pela
Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal, fato esse que, a princípio, justificaria o redirecionamento da medida cautelar fiscal
contra a empresa agravada.
Contudo, posteriormente, em sede de embargos de declaração, houve por bem o juízo de primeiro grau liberar da indisponibilidade
do patrimônio, os bens pertencentes ao ativo circulante, já alienados à terceiros, nos termos do artigo 4º, §1º da Lei 8.397/92:
"Art. 4º A decretação da medida cautelar fiscal produzirá, de imediato, a indisponibilidade dos bens do requerido, até o limite da
satisfação da obrigação. §1º Na hipótese de pessoa jurídica, a indisponibilidade recairá somente sobre os bens do ativopermanente podendo, ainda, ser estendida aos bens do acionista controlador e aos dos que em razão do contrato social ou estatutotenham poderes para fazer a empresas cumprir suas obrigações fiscais, ao tempo....
Evidentemente que o referido dispositivo se aplica quando diante de uma cautelar fiscal que reconheça que o patrimônio da empresa
requerida pertença efetivamente à empresa requerida e não a terceiro.
No presente caso, a questão é sui generis, uma vez que um dos fundamentos da cautelar fiscal para o efeito de estender suas
conseqüências a outras pessoas jurídicas que não são sujeito passivo das execuções fiscais (por ora), decorre da aplicação do
denominado instituto da despersonificação da pessoa jurídica.
No presente caso, entendeu-se que há uma particularidade. Está-se diante de uma eventual ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA que
eventualmente possa ter praticado inúmeras infrações penais e tributárias na importação de bicicletas e outros bens, seja por meio de
fraudes na constituição de sociedades e alterações de contrações sociais, sempre servindo-se para tanto de declarações falsas,
interposição de empresas de fachadas, inclusive off-shores do Uruguai, utilizando-se de "laranjas" e "testas-de-ferro" para escapar ao
pagamento de tributos internos, fatos até então consubstanciados em investigação realizada pelo Ministério Público Federal e pela
Força Tarefa CC-5.
Portanto, a utilização do instituto da despersonificação da pessoa jurídica foi a justificativa principal para o deferimento da liminar
contra supostos terceiros.
Preceitua o artigo 50 do C.C.B., que assim dispõe: "Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de
finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber
intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos
administradores ou sócios da pessoa jurídica".
No caso, como o magistrado de primeiro grau entendeu que os bens do patrimônio da pessoa jurídica CONSTRUTORA VALOR
LTDA. pertenciam à família ROZEMBLUN do 'Grupo SUNDOWN', houve por bem despersonificar essa empresa a fim de que a
decisão liminar pudesse atingir a indisponibilidade de seu patrimônio.
Em face da particularidade da questão, não poderia ser liberado o ativo circulante das empresas agravadas, pois, segundo definiu a
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liminar, esse patrimônio não pertenceria à CONSTRUTORA VALOR LTDA mas, sim, seriam fruto de desvio das empresas do
'Grupo SUNDOWN'.
Disponibilizar o ativo circulante, diante da despersonificação da pessoa jurídica gera certo paradoxo, ou seja, sustentasse ao mesmo
tempo que o patrimônio das empresas agravadas seria e não seria decorrente de fraude ou "blindagem" de bens para o efeito de
burlar o Fisco.
A possibilidade de se estender a medida cautelar fiscal para além do ativo permanente da pessoa jurídica já foi defendida pelo
Superior Tribunal de Justiça, in verbis:
REsp 365546 / SC ; RECURSO ESPECIAL
2001/0134750-1
Relator(a)
Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA (1123)
Órgão Julgador
T2 - SEGUNDA TURMA
Data do Julgamento
06/06/2006
Data da Publicação/Fonte
DJ 04.08.2006 p. 294
Ementa
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. INEXISTÊNCIA. MEDIDA
CAUTELAR FISCAL. LEI N. 8.397/92. SÚMULA N. 7/STJ. INDISPONIBILIDADE. PESSOA JURÍDICA. BENS ESTRANHOS AO
ATIVO PERMANENTE. PRECEDENTES. ART. 294 DO CPC. VIOLAÇÃO NÃO-CONFIGURADA.
1. Inexiste ofensa ao art. 535 do CPC na hipótese em que todas as questões suscitadas foram examinadas no acórdão embargado.
2. Tendo o Tribunal de origem se apoiado no conjunto fático-probatório dos autos para concluir que o bloqueio das contas
bancárias das empresas devedoras e de seus sócios não deveria ser mantido, não cabe ao STJ, em sede de recurso especial, alterar
tal entendimento, visto que implicaria o reexame de provas, o que é vedado em face do óbice contido na Súmula n.7/STJ.
3. A Lei n. 8.397/92 (art. 4º, § 1º) põe a salvo do gravame da indisponibilidade bens de pessoa jurídica que não integrem seu ativopermanente; todavia, o STJ já firmou entendimento de que, em situações excepcionais, admite-se a decretação deindisponibilidade de bens de pessoa jurídica, ainda que estes não constituam seu ativo permanente.4. Recurso especial do INSS não-conhecido. Recurso especial dos contribuintes não-provido.
No caso, como a decisão liminar despersonificou as empresas agravadas, sob o argumento de que os bens de seu patrimônio não lhes
pertenciam, mas sim a terceiros, não há porque excluir dessa indisponibilidade os bens do ativo circulante.
A situação, conforme já se afirmou, é extremamente sui generis.
Contudo, há notícia de que unidades habitacionais do bem constante na decisão agravada já foram alienadas.
Assim, em relação a estes bens alienados antes da prolação da decisão, entendo que há possibilidade de existência de eventual
terceiro de boa-fé, bem como, eventual falsificação documental, o que demandaria produção de provas, inclusive com instauração de
incidente de falsidade documental, o que impossibilita sua análise nos estritos limites de um agravo de instrumento. Todavia, nada
impede que a agravante, no processo de origem, requeira na instrução probatória a comprovação das afirmações de que houve
irregularidade nessas transferências.
Por ora, INDEFIRO o pedido nos termos formulados no relatório.
Comunique-se ao juízo de origem, dando-lhe ciência do inteiro teor desta decisão.
Intime-se para resposta e publique-se.
Porto Alegre, 08 de março de 2007.
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00002 AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2007.04.00.002310-9/PR
RELATOR : Des. Federal JOEL ILAN PACIORNIK
AGRAVANTE : UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)
ADVOGADO : Simone Anacleto Lopes
AGRAVADO : IND/ DE COMPENSADOS GUARARAPES LTDA/ e outro
ADVOGADO : Eduardo Teixeira Silveira e outros
DECISÃO
Trata-se de agravo de instrumento interposto contra decisão (fls. 201-204) que deferiu a liminar postulada, para o fim de determinar
que a autoridade aduaneira procedesse ao desembaraço aduaneiro das mercadorias relacionadas no PAF 15165003419/2006-10,
mediante o regime fiscal do ex-tarifário previsto na Resolução n.° 40, publicada em 07/12/2006, com alíquota de 2%, ficando
afastada a exigência do recolhimento do imposto de importação sob a alíquota de 14%.
Refere a agravante, focando sua argumentação nas informações prestadas pela autoridade impetrada, que os produtos permaneceram
em recinto alfandegado entre 08.08.2006 e 07.12.2006, ou seja, 121 dias após sua chegada ao recinto, sendo que a permanência
máxima em recinto alfandegário é de 120 dias, ao fim do qual se considera ocorrido o fato gerador. Assevera que, para a
perfectibilização do fato gerador, não se aplica, à hipótese, a data de registro da Declaração de Importação. Defende, então, que, à
época da concretização do fato gerador, a alíquota aplicável era de 14%, pois que a alíquota de 2% somente entrou em vigor no dia
07.12.2006. Postula a aplicação da pena de perdimento aos produtos, ante o seu abandono. Roga seja atribuído efeito suspensivo ao
recurso, para manter a apreensão das mercadorias, ou, se já liberadas, seja determinada a aplicação da alíquota de 14%.
Decido.
Em que pese a argumentação tecida, não vislumbro, e sequer restou comprovado, o perigo de dano irreparável ou de difícil reparação
a justificar a agregação de efeito suspensivo ao recurso. Em verdade, o mandado de segurança possui rito sumarizado, propiciando
uma rápida solução ao litígio. Não havendo um justo receio de dano nem sendo o caso de ineficácia da medida, acaso obtida apenas
ao final.
Do exposto, converto o agravo de instrumento em agravo retido, nos moldes do art. 527, II, do CPC.
Intimem-se. Publique-se.
Porto Alegre, 09 de março de 2007.
00003 AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2007.04.00.002590-8/RS
RELATOR : Juiz Federal ARTUR CÉSAR DE SOUZA
AGRAVANTE : GENI SANTANA
ADVOGADO : Odilon Carlos Martini da Silva e outros
AGRAVADO : UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)
ADVOGADO : Simone Anacleto Lopes
DECISÃO
Trata-se de agravo de instrumento interposto contra a decisão que indeferiu a antecipação de tutela através da qual a ora agravante
almejava a liberação do veículo GM/MONZA SL/E, placas IFI 4399, apreendido pela Receita Federal, por estar transportando
grande quantidade de mercadorias de procedência estrangeira desacompanhadas de prova de sua regular internação.
Afirma a agravante que o veículo foi emprestado a Valmor Nunes da Silva, que é amigo de seu marido, cuja viagem teria como
finalidade visitar seus pais no Município de Soledade. Assevera, dessa forma, não ter qualquer relação com as mercadorias
internadas irregularmente.
Sustenta a aplicação da súmula 138 do TFR ao caso.
Alega estar sendo violado o direito constitucional ao trabalho (artigo 5º, inciso XIII, da CF), pois a recorrente e o seu esposo
utilizam o veículo para se locomoverem até o trabalho.
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Ademais, diz que, se o veículo ficar sem uso, irá perecer, perder consideravelmente o seu valor.
Relatei. Decido.
No caso em apreço, em que pese a grande quantidade de mercadorias apreendidas, o veículo não é daqueles adrede alterados para
emprego em atividade criminosa, bem como não há provas do envolvimento de sua proprietária no ilícito fiscal e nem há indícios do
emprego usual do veículo no transporte de mercadorias irregularmente internadas, fatores esses que têm o condão de acarretar a
liberação do bem.
Nesses fundamentos reside o sustentáculo do fumus boni iuris. O perigo na demora, por sua vez, tem amparo no desgaste natural do
veículo exposto à ação do tempo.
Todavia, entendo que o veículo deve ser entregue em depósito à parte agravante, oficiando-se ao DETRAN do respectivo Estado a
restrição sub judice, tudo para acautelar o interesse das partes, até em razão da possibilidade da Fisco vir a desenvolver diligências
para evidenciar a participação da proprietária no ilícito.
Frente ao exposto, defiro a antecipação da pretensão recursal para liberar o veículo apreendido, assumindo a parte agravante o
encargo de depositário fiel, com as conseqüências daí decorrentes.
Comunique-se, com urgência, ao juízo de origem.
Oficie-se ao DETRAN.
Intimem-se. Publique-se.
Porto Alegre, 12 de março de 2007.
00004 AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2007.04.00.003864-2/RS
RELATOR : Des. Federal JOEL ILAN PACIORNIK
AGRAVANTE : UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)
ADVOGADO : Simone Anacleto Lopes
AGRAVADO : PAULO FERREIRA VIEIRA DA SILVA
ADVOGADO : Salvador Horacio Vizzotto e outros
DECISÃO
Trata-se de agravo de instrumento interposto contra decisão deferitória de liminar para determinar à autoridade coatora que deixe de
efetuar o desconto do imposto de renda sobre os proventos da parte autora, por apresentar neoplasia maligna (fls. 40-41).
A União sustenta que não há prova do interesse de agir da autora. E, no mais, aduz que, para o reconhecimento da isenção, devem
estar presentes as condições previstas na legislação, sobretudo, no §4º do art. 39 do Decreto n.° 3.000/99. Roga seja atribuído efeito
suspensivo ao recurso.
Decido.
Malgrado as alegações da agravante, não vislumbro, e sequer restou devidamente explicitado, em que consistiria o perigo na demora
a justificar a antecipação da tutela recursal, nos moldes em que requestado. Evidentemente, durante a suspensão da exigibilidade do
crédito tributário, permanece sobrestado o prazo de prescrição para a Fazenda Pública promover a ação de cobrança, não havendo,
pois, risco de dano irreparável ou de difícil reparação.
Do exposto, determino a conversão do agravo de instrumento em retido, na forma do art. 527, II, do CPC.
Intimem-se.
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Publique-se.
Porto Alegre, 13 de março de 2007.
00005 AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2007.04.00.004072-7/RS
RELATOR : Des. Federal JOEL ILAN PACIORNIK
AGRAVANTE : UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)
ADVOGADO : Simone Anacleto Lopes
AGRAVADO : CAR HOUSE VEICULOS LTDA/
ADVOGADO : Leandro Pacheco Scherer e outros
DECISÃO
O despacho agravado - deferitório do pedido de liminar pela parte agravada determinando o fornecimento de certidão conjunta
positiva com efeitos de negativa (fl. 410) - a agravante foi intimada em 25/10/06, conforme certidão de fl. 413v, dies a quo do prazo
recursal,
O agravo de instrumento foi interposto perante o Tribunal Regional Federal apenas em 14/02/2007 (fl. 02), depois de esgotado o
decêndio legal (artigo 522, caput, do CPC).
Ressalto a informação recebida através do ofício nº 1637476 (fls. 417/421) o qual esclarece que a reintimação da decisão agravada
ocorrida em 26 de janeiro de 2007 deve ser desconsiderada.
Intempestivo o recurso, já que entregue ao TRF 4ª Região apenas em 14/02/2007 (fl. 02).
Frente ao exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento, nos termos do artigo 527, I, c/c 557, caput, do CPC.
Intimem-se.
Publique-se.
Porto Alegre, 15 de março de 2007.
00006 AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2007.04.00.004534-8/RS
RELATOR : Des. Federal ÁLVARO EDUARDO JUNQUEIRA
AGRAVANTE : UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)
ADVOGADO : Simone Anacleto Lopes
AGRAVADO : CONCRISA CONSTRUTORA CRISTAL LTDA/
ADVOGADO : Edison Freitas de Siqueira
DECISÃO
1 - Trata-se de agravo de instrumento interposto pela FAZENDA NACIONAL com o objetivo de reformar decisão que determinou a
expedição de certidão positiva com efeito de negativa em favor da autora/agravada.
Na fl. 328 do processo principal foi exarada decisão nas seguintes letras:
"A União Federal apresentou embargos de declaração em relação à decisão de fl. 316, que determinou à parte ré que forneça
Certidão Positiva como Efeitos de Negativa, no prazo de 48 horas, sob pena de multa diária de R$500,00 (quinhentos Reais).
A embargante alega em suas razões que, na decisão embargada, não houve manifestação sobre a comparação realizada pela União
em petição juntada às fls. 274 a 300, determinada por este Juízo, requerendo o saneamento do suposto vício de omissão.
Verifico que o fato de não ter havido expressa referência, na decisão atacada, acerca das alegações formuladas pela demandadanão caracteriza omissão ou obscuridade, não havendo, portanto, fundamento necessário ao manejo do recurso interposto.As razões que fundamentaram a decisão recorrida foram devidamente explicitadas, sendo desnecessária manifestação expressa
sobre todos os argumentos aventados pelas partes.
Diante disso, rejeito os embargos de declaração.
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Intimem-se." - (decisão da fl. 328 do processo principal, proferida em 16/02/2007 - os grifos não pertencem ao original).
2 - Dessa decisão a agravante teve ciência em 23/02/2007 (certidão do verso da fl. 328 do processo principal). Antes dessa decisão,
porém, foi proferida outra, da fl. 316 do processo originário, em 31/01/2007, da qual a recorrente teve ciência em 01/02/2007 (fl.
319 dos autos principais). Confira-se o seu dispositivo:
"(...)
Ante o exposto,
Determino que a parte ré forneça Certidão Positiva com Efeitos de Negativa, no prazo de 48 horas, sob pena de multa, que ora jáfixo, por descumprimento de decisão judicial, no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais) por dia, além de responsabilização pessoaldo servidor pelo prejuízo ao erário, que deve, em caso de descumprimento, ser apontado pela parte autora, em razão da multa ora
estabelecida à União, do que se dará ciência ao Ministério Público, para os fins de apuração de improbidade administrativa, nos
termos do art. 10 e 11 da Lei nº 8.429/92.
Intimem-se com urgência." - (decisão da fl. 316 do processo principal, proferida em 31/01/2007) - (os grifos não pertencem ao
original).
3 - Consoante explicitado, a decisão proferida em 16 de fevereiro de 2007 (fl. 328 do processo principal) é mera reiteração daquela
outra, prolatada anteriormente, em 31 de janeiro de 2007 (fl. 316 dos autos originários) em que foi, já então, afastada a pretensão da
parte agravante.
A recorrente tomou ciência inequívoca daquela decisão (fl. 316) em 01/02/2007 (certidão da fl. 319 dos autos principais). Flagrante,
portanto, a intempestividade do agravo, protocolado apenas em 28/02/2007. Cabia à parte interpor recurso daquela primeira decisão,
e não da mais recente, que apenas a reiterou. Foi naquela decisão que restou afastada a sua pretensão e, assim, o prazo para
discuti-la, pela via do agravo, já expirou.
Assim sendo, tais embargos de declaração, com caráter protelatório e com intuito de reconsideração, não suspendem, tampouco
interrompem o prazo para interposição de recursos. Nesse sentido, destaco os seguintes precedentes desta Corte:
"AGRAVO LEGAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. NEGATIVA DE SEGUIMENTO. PRAZO. INTEMPESTIVIDADE.
1. Manutenção da decisão do Relator que negou seguimento ao agravo de instrumento, em virtude de considerar intempestivo o
agravo interposto quando já expirado o prazo legal para tal ato.
2. Os embargos declaratórios, quando configuram verdadeiro pedido de reconsideração, não suspendem, tampouco interrompem o
prazo para a interposição de agravo de instrumento.
3. Decisão proferida nos exatos termos do artigo 557, caput, do CPC.
4. Agravo improvido." (TRF da 4ª Região, Agravo Legal em AI nº 2005.04.01.052643-0/SC, Primeira Turma, Relator
Desembargador Federal Álvaro Eduardo Junqueira, DJU de 15/2/2006).
"AGRAVO LEGAL (ART. 557, § 1º, DO CPC). AGRAVO DE INSTRUMENTO. NEGATIVA DE SEGUIMENTO. embargos DE
DECLARAÇÃO. INTUITO DE RECONSIDERAÇÃO. NÃO-INTERRUPÇÃO DO PRAZO PARA A INTERPOSIÇÃO DE RECURSO.
NÃO-RECEBIMENTO DE APELAÇÃO.
1. Os embargos declaratórios, quando configuram verdadeiro pedido de reconsideração e/ou têm intuito protelatório, não
suspendem, tampouco interrompem o prazo para a interposição de recurso. Hipótese em que, no primeiro grau de jurisdição, a
apelação não foi recebida porque os embargos de declaração, anteriormente opostos, não interromperam o prazo para a sua
interposição, porquanto não tinham o condão de aclarar o julgado e sim modificar o provimento jurisdicional.
2. Manutenção da decisão do Relator que negou seguimento ao agravo de instrumento, pois proferida nos exatos termos do artigo
557, caput, do CPC, já que .
3. Agravo improvido." (TRF da 4ª Região, Agravo Legal em AI nº 2006.04.00.019784-3/RS, Primeira Turma, Relator
Desembargador Federal Álvaro Eduardo Junqueira, julgado, por unanimidade, em 09.08.2006)
4 - Nesse contexto, com apoio no caput do art. 557 do CPC, nego seguimento ao agravo de instrumento.
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Intimem-se. Publique-se.
Porto Alegre, 12 de março de 2007.
00007 AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2007.04.00.004679-1/RS
RELATOR : Des. Federal VILSON DARÓS
AGRAVANTE : UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)
ADVOGADO : Simone Anacleto Lopes
AGRAVADO : EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUARIA - EMBRAPA
ADVOGADO : Romeu Notari Filho e outro
DECISÃO
A FAZENDA NACIONAL peticionou nos autos requerendo reconsideração da decisão por mim exarada na fl. 32
Por não se vislumbrar necessidade de provisão jurisdicional de urgência e por não se achar presente perigo de lesão grave e de difícil
ou incerta reparação, foi determinada a conversão do presente recurso em agravo retido, a teor do inciso II do artigo 527 do Código
de Processo Civil com a redação que lhe foi dada pela Lei n.º 11.187, de 20 de outubro de 2005, determinando-se, ainda, a remessa
dos respectivos autos ao juízo da causa.
O agravante, no pedido de reconsideração, asseverou, em síntese, que "revela-se incabível a conversão do agravo de instrumento em
retido quando o prejuízo sofrido pela União, por sua natureza e efeitos, e aqui, inclusive, prejuízo de terceiro pela celebração de
negócios jurídicos a partir de uma CND que não condiz com a realidade, não comporta um regime de espera pelas futuras razões
ou contra-razões de apelação, e, se provido pelo Tribunal, o decurso do tempo jamais possibilitará uma eficaz reparação do dano
causado pela indevida expedição de uma certidão de regularidade fiscal e exclusão do CADIN." (fl. 36).
Relatei. Decido.
Evidencio, preliminarmente, que a Lei n.º 11.187, de 20 de outubro de 2005, foi editada com o firme propósito de conferir maior
agilidade ao processo, restringindo o cabimento do agravo de instrumento.
Tal medida era pleiteada há tempos pelos operadores do direito, é o que se deduz da seguinte manifestação do destacado professor
Humberto Theodoro Júnior (O problema da recorribilidade das interlocutórias no processo civil brasileiro in
http://www.americajuridica.com.br, escrito em agosto de 2003), que ora transcrevo (grifos meus):
"(...)
Para os corifeus da oralidade o procedimento, para cumprir rápida e economicamente a missão do devido processo legal,
consubstanciada na justa composição do litígio, deveria percorrer seu iter sem o tumulto dos recursos contra as decisões
interlocutórias.
Como se sabe o processo se traduz numa relação dinâmica em cujo seio se abrigam múltiplos atos das partes e do juiz, todos
unificados pela meta final de alcançar o provimento jurisdicional por meio do qual se logrará a solução definitiva do litígio. Os
litigantes, portanto, podem ter interesses contrariados não apenas pelo provimento final, mas também durante a marcha
procedimental, a cada momento em que o juiz, para fazer evoluir a movimentação do feito, tenha de resolver incidentes ou questões
que não importem encerrar a relação processual.
Nessa ordem de idéias, os atos decisórios do juiz são a sentença e as decisões interlocutórias. Por aquela, o magistrado pratica ato
destinado a encerrar a relação processual, julgando ou não o mérito da causa (CPC, art. 162, §1º). Fala-se, portanto, em sentença
terminativa e sentença definitiva. Pelas decisões interlocutórias, o ato judicial não busca pôr fim ao processo, mas, sim, superar os
incidentes que se opõem à sua marcha normal. Consiste, pois, a decisão interlocutória, na definição legal, em ato decisório "pelo
qual o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente", sem extingui-lo (CPC, art. 162, § 2º).
Para qualificar-se como interlocutória, não importa a natureza da matéria enfrentada pela decisão. Tanto questões processuais
como materiais podem exigir solução durante a evolução da marcha processual. Ao enfrentá-las, sem pôr fim ao processo, o juiz as
solucionará sempre por meio de decisões interlocutórias . O ato de exclusão de um litisconsorte em favor do qual se reconhece a
prescrição ou a decadência, por exemplo, é decisão de mérito, mas se o processo prossegue contra outros litisconsortes, o juiz não
terá proferido sentença e sim decisão interlocutória. Por outro lado, se a decisão declara extinto o processo por carência de ação
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ou falta de algum pressuposto processual, o caso será de sentença, pouco importando não tenha sido solucionado o mérito da
causa.
A classificação legal dos atos decisórios não se faz em função da natureza das questões solucionadas, mas do efeito que o ato do
juiz tenha sobre a continuidade ou não da relação processual.
Dessa simplificação da conceituação da sentença e da decisão interlocutória, decorre uma simplificação, também, do sistema
recursal: das sentenças cabe sempre apelação, e das interlocutórias, sempre agravo .
O problema, porém, localizou-se no gigantesco volume de agravos que, diante da livre recorribilidade das interlocutórias, veio acongestionar os tribunais de segundo grau de jurisdição. O princípio da oralidade continua sendo um desafio para o legisladorcontemporâneo.
Para enfrentar esse grave inconveniente, sucessivas reformas do Código de Processo Civil têm sido intentadas. E para se
compreender o que se passa com o regime atual das interlocutórias e ensaiar algum remédio para enfrentar o excesso de agravos
que conturba a instância recursal, é preciso voltar a atenção para a história do agravo.
3. Breve histórico do agravo no direito luso-brasileiro
Já no direito romano vigorava o recurso de apelação, cujas origens exatas são controvertidas, mas que se apresentava
perfeitamente consolidado no período da cognição extra ordine, com efeito suspensivo e devolutivo. Seu cabimento, contudo, era
limitado às sentenças . Não se aplicava, portanto, às decisões interlocutórias .
Na Idade Média, o Direito Canônico e o Direito Intermédio expandiram o uso da apelação permitindo-o amplamente tanto contra
as sentenças como contra as interlocutórias. Isto, naturalmente, complicava e eternizava os processos, porque o efeito devolutivo
importava a remessa dos autos ao órgão recursal, inviabilizando a marcha normal do feito, antes de lograr-se o provimento final
almejado.
Várias reações se fizeram necessárias para minimizar ou tentar reduzir os efeitos indesejáveis dos excessos da recorribilidade das
interlocutórias, por meio de expedientes restritivos, com que se buscava preservar a celeridade processual.
Em Portugal, durante séculos se manteve a apelação como recurso manejável contra todas as decisões de primeira instância,
fossem elas sentenças ou interlocutórias. Os excessos foram tantos que Afonso IV, no Século XIV, resolveu proibir as apelações das
interlocutórias, com poucas exceções.
O nomen iuris do "agravo" surgiu naquela ocasião. É que, não podendo apelar para que o processo subisse à instância superior, as
partes reclamavam, fora dos autos, ao rei, a quem pediam a cassação das interlocutórias que lhes causavam agravo (i.e., prejuízo).
Com o tempo, o nome agravo, de representativo do objeto da impugnação, passou a designar o instrumento utilizado para veicular
a própria impugnação.
A partir de então, o que não se permitia impugnar pela apelação era impugnado por meio do agravo. A história, porém, registrou,
desde a institucionalização do recurso de agravo, várias oscilações quanto ao seu uso, que em Portugal nunca chegou a ser
admitido indiscriminadamente para toda e qualquer interlocutória.
Nas ordenações Afonsinas, apenas se admitia apelação contra interlocutórias que extinguissem o processo e impedissem o
julgamento de mérito (situação que modernamente se designa como sentença terminativa, e que hoje se submete, como outrora ao
recurso de apelação) (Ord., Liv. III, Tit. 72, §5). As decisões não terminativas só eram recorríveis quando causassem "dano
irreparável" .
O agravo por instrumento surgiu da necessidade de o recurso não embaraçar o andamento do processo. Processando-se fora dosautos, estes não precisavam subir à instância recursal e, assim, o recurso não gozava da eficácia suspensiva própria da apelação,
podendo o feito prosseguir em seu curso na instância de origem.
Com as Ordenações Manuelinas, concebeu-se o agravo no auto do processo, destinado à impugnação das interlocutórias relativas
à "ordem do processo e menos gravosas". Nesses casos, o agravo ficava retido no bojo dos autos e só seria examinado pela
instância recursal quando o processo subisse por força de eventual apelação (Ord., Liv. III, Tit., 54, §8).
O Código de Processo Civil português atual, limita o cabimento dos recursos de apelação e agravo a valores superiores à alçada
do tribunal de cuja decisão se recorre, salvo algumas exceções expressas (art. 6.780). O agravo, porém, não sobe imediatamente à
instância superior, a não ser nos casos taxativamente enumerados no art. 734º. Fora deles, o agravo sobe junto com a apelação ou
outro recurso que após ele haja de subir à instância recursal (art. 735º).
O agravo de instrumento, portanto, é exceção. A regra é o agravo retido, ou de "subida diferida", na linguagem lusitana.
(...)
5. O agravo no processo civil brasileiro
O Código de Processo Civil brasileiro de 1.939 não consagrou a livre recorribilidade das interlocutórias. O agravo de instrumento
era de incidência limitada aos casos enunciados em lei, e apenas muito excepcionalmente se lhe atribuía efeito suspensivo. Também
de forma restrita se enumeravam os casos em que o agravo seria processado "nos autos do processo", ou seja sem subida imediata
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para a instância superior devendo ser apreciado como preliminar de futura apelação (CPC, 1.939, arts. 842 e 843).
Como muitos eram os casos de decisões não agraváveis ou recorríveis sem efeito suspensivo, era comum o apelo dos litigantes a
meios impugnativos esdrúxulos, como a correição parcial e, principalmente, o mandado de segurança. Diante desse quadro prático,
o legislador de 1.973, ao editar o Código atual, afastou-se do princípio da oralidade e, praticamente, desprezou o sub-princípio da
irrecorribilidade das interlocutórias, e autorizou o agravo de instrumento para "todas as decisões interlocutórias" .
Para não se pôr em total confronto com o princípio da oralidade, tão prestigiado pela moderna processualística, o Código de 1.973
estipulou a não suspensividade do processo como sendo a regra básica do agravo de instrumento. Dessa maneira, mesmo subindo
imediatamente, o recurso não seria embaraço ao prosseguimento da marcha do processo na instância de primeiro grau . Na
prática, porém, a situação não era bem essa. A formação do instrumento, a cargo do juízo a quo era penosa, lenta e onerosa, de
modo que o resultado era o tumulto e a paralisação de fato da seqüência processual. Pela demora do desate da questão oriunda da
interlocutória, o agravante acabava por lançar mão do mandado de segurança para se valer da liminar obtida em segunda
instância, com que se suspendiam os seus efeitos até o julgamento do agravo. Esse regime, portanto, era causa de
congestionamento do foro em 1º e 2º graus, com o gravíssimo inconveniente de propiciar a instauração simultânea de dois
procedimentos em torno do mesmo incidente: o agravo e o mandado de segurança.
O propósito do Código de 1.973, que era o de evitar o uso do mandado de segurança contra interlocutórias não foi atingido.Aumentaram-se os agravos de instrumento e persistiu a prática da ação de segurança para atribuir-lhe o efeito suspensivo que oCódigo, em regra, lhe negava. O princípio da oralidade e o da economia processual restaram completamente frustrados. 6. As reformas do CPC de 1.973
Diante do redondo fracasso da sistemática implantada pelo CPC de 1.973, a Lei nº 9.139, de 30.11.95, introduziu profunda reforma
no procedimento do agravo de instrumento:
a) o recurso passou a ser interponível diretamente junto ao Tribunal de segundo grau (CPC, art. 524);
b) ao relator se conferiu poder para, em liminar, suspender os efeitos da interlocutória, quando constatado o perigo de dano grave
e difícil reparação para o agravante (CPC, art. 527, II).
Com isto, a primeira instância foi totalmente aliviada dos encargos do processamento do recurso. A segunda instância também foi
aliviada, embora não totalmente, dos mandados de segurança paralelos ao agravo e que se empregavam apenas para conseguir
efeitos suspensivos que o sistema primitivo do recurso não previa.
Adveio, porém, um gravíssimo congestionamento do segundo grau de jurisdição: as partes, animadas pelo acesso fácil àinstância recursal e pela esperança de suspender de plano a decisão interlocutória adversa, passaram a recorrersistematicamente de todo e qualquer decisório da espécie. A avalanche de agravos atingiu proporções inusitadas, ingurgitando aspautas de julgamento dos tribunais. O congestionamento que se procurou evitar em primeira instância se deslocou para a segunda instância. De qualquer modo oalongamento do processo como um todo e o distanciamento da solução final da causa continuaram desprestigiando a prestaçãojurisdicional. Várias medidas se intentaram em sucessivas reformas do CPC, para tentar minimizar o sério problema da segunda instância:
a) Pela Lei nº 9.756, de 17.12.98, atribuiu-se poder ao relator para negar seguimento liminarmente ao agravo descabido e até para
julgá-lo pelo mérito, quando manifestamente inadmissível ou improcedente (CPC, art. 557). A medida foi de escassa repercussão
prática porque se assegurou ao recorrente inconformado o direito de um novo agravo para forçar o julgamento coletivo do órgão
de segundo do grau (CPC, art. 557, § 1º) .
b) Pela Lei n.º 10.352, de 26.12.2001, finalmente, se conferiu ao relator o poder de ordenar a conversão do agravo deinstrumento em agravo retido, ordenando sua remessa ao juízo de 1º grau, para apensamento ao processo principal, quando nãose tratar de provisão jurisdicional de urgência ou não houver perigo de lesão grave e de difícil ou incerta reparação (CPC, art.527, II). Mais uma vez, a medida se revela tímida, porque ao recorrente se assegura o direito a novo agravo para forçar julgamento doagravo de instrumento pelo colegiado e evitar sua conversão em agravo retido (CPC, art. 527, II). O regime do agravo continuou frouxo e excessivamente liberal. Ao invés de forçar o uso do agravo retido nos casos não urgentes, a
reforma conferiu apenas uma faculdade para o relator, quando o que se impunha era uma atitude muito mais firme, que se limitasse
a franquear o agravo de instrumento apenas para os casos de "urgência" ou de "perigo de lesão grave e de difícil ou incerta
reparação". Fora desses casos especiais, o agravo retido não seria mais uma faculdade mas um imperativo legal.
Convencendo-se o relator de que a parte estaria usando o agravo de instrumento sem o pressuposto da urgência e do risco de dano
grave iminente, a conversão em agravo retido não seria faculdade mas imposição da lei. Não haveria, por isso, de conferir-se
agravo interno à parte para questionar sua deliberação singular.
Aí, sim, o agravo de instrumento voltaria ao papel que historicamente sempre lhe coube e os tribunais ficariam aliviados dos
excessos que hoje se verificam.
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(...)
Em suma: a lei pode ser pródiga ou liberal com a admissibilidade do agravo retido, que nenhum embaraço causa à marcha e
economia do processo, mas não pode sê-lo em termos de agravo de instrumento, pelos evidentes transtornos que o excesso de
recursos da espécie acarreta aos tribunais de segunda instância.
Na verdade, a minimização do uso do agravo retido, e a exagerada liberação do uso do agravo de instrumento, causam prejuízo
não apenas à celeridade do processo em que o recurso é interposto, mas a todo o desempenho do tribunal de segunda instância.
Não é, à evidência, apenas aquele feito, mas são todos os demais em tramitação perante o tribunal que ficam afetados pelo
congestionamento gerado pelo incomum e desnecessário volume de agravos, tanto os de instrumento como os internos, que deles
derivam."
Para evitar abusos e solucionar o problema, o renomado jurista, já antes da edição da Lei 11.187/2005, indicava o uso de maior rigor
na seleção dos casos de admissão do agravo de instrumento e pugnava não pela faculdade, mas pelo exercício do poder de
convertê-lo em agravo retido, sem possibilidade de aceitação de novo recurso.
As teses inovadoras com muito mais razão hão de ser adotadas pela Justiça Federal, porquanto o processamento dos feitos se
restringe, em regra, à análise de matéria de direito. Raramente se utiliza da instrução probatória que, eventualmente, poderia trazer
prejuízo irreparável à parte, caso deferida ou indeferida prova substancial à composição da lide. Nesses casos, imprescindível a
interposição do agravo de instrumento, havendo necessidade de paralisação do feito para que a defesa técnica possa discutir sobre a
materialização da prova a ser realizada. Repita-se, no caso da Justiça Federal a maior parte dos processos são resolvidos, nos termos
do artigo 330, I, do CPC.
Sobre o assunto, trago à colação excerto do artigo de Patrícia Carla de Deus Lima (Sobre a possibilidade de interposição de recurso
pela parte vencedora que sofreu cerceamento de defesa: algumas reflexões. in Aspectos polêmicos e atuais dos recursos cíveis.
Coordenadores Nelson Nery Jr. e Teresa Arruda Alvim Wambier. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006. p. 374):
"...Sim, na interpretação das regras processuais, deve-se procurar simplificar a tramitação do processo e, talvez, com isso, evitar a
banalização dos recursos, tanto mais que desta pode resultar, também, a sobrecarga de trabalho dos tribunais e, por tabela, o
atraso no julgamento daqueles recursos efetivamente "necessários".
E, essa reflexão é compartilhada por outros doutrinadores, veja-se:
" (...) Portanto, após a Lei 10.352/2001, ficou evidente o intuito de se reduzir o número de situações em que se permite a
interposição de agravo de instrumento apenas àquelas em que haja necessidade de apreciação urgente do recurso. Em outras
palavras, o que a doutrina mais autorizada tem entendido - ao interpretar o art. 527, II, com a redação conferida pela Lei
10.352/2001 - é que, não havendo urgência, o agravo deverá ser retido"
(SOUZA, André Pagani de. O regime da retenção do agravo como regra geral in Aspectos polêmicos e atuais dos recursos cíveis.
Coordenadores Nelson Nery Jr. e Teresa Arruda Alvim Wambier. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006).
"O não-cabimento de recurso contra esta decisão (interlocutória) monocrática do relator busca imprimir maior celeridade no
procedimento recursal do agravo de instrumento, não violando qualquer disposição constitucional, pois os recursos cabíveis são
apenas aqueles previstos em lei."
(GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. A nova disciplina do agravo no processo civil decorrente da Lei n.º l1.187/2005. in Aspectos
polêmicos e atuais dos recursos cíveis. Coordenadores Nelson Nery Jr. e Teresa Arruda Alvim Wambier. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2006).
Foi em atenção a todas essas ponderações aos reclamos dos operadores do direito e, especialmente, dos jurisdicionados, que foi
editada a Lei 11.187, de 2005, que em seu bojo traz duas alterações substanciais acerca do tema em evidência, verbis:
"Art. 527. Recebido o agravo de instrumento no Tribunal, e distribuído "incontinenti", o relator:
II - converterá o agravo de instrumento em agravo retido, salvo quando se tratar de decisão suscetível de causar à parte lesão
grave e de difícil reparação, bem como nos casos de inadmissão da apelação e nos relativos aos efeitos em que a apelação é
recebida, mandando remeter os autos ao juiz da causa;
...
Parágrafo único. A decisão liminar, proferida nos casos dos incisos II e III do caput deste artigo, somente é passível de reforma no
momento do julgamento do agravo, salvo se o próprio relator a reconsiderar."
A primeira modificação diz respeito à conversão do Agravo de Instrumento em retido que, na redação anterior, era uma faculdade do
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relator nos casos em que não reconhecida a presença de lesão grave ou de difícil reparação e, hoje, não há margem de
discricionariedade. Se o relator considerar que não há perigo de lesão, outra não poderá ser a solução que não a conversão do agravo
de instrumento em retido, salvo as exceções expressamente previstas no texto legal.
E a outra substancial alteração é a inexistência de recurso para a decisão monocrática que determina a conversão em retido.
Nessa linha já decidiu nossa Corte, conforme se vê de excerto do voto do Desembargador Federal Carlos Eduardo Thompson Flores
Lenz:
"Com efeito, nos termos do disposto no art. 527, parágrafo único, do CPC, na redação da Lei nº 11.187/2005, não cabe recurso das
decisão do relator que determinou a conversão doa gravo de instrumento em agravo retido.
Nesse sentido, a lição de Teresa Arruda Alvim Wanbier em sua consagrada obra "Os Agravos no CPC Brasileiro, 4ª edição, Revista
dos Tribunais, pp. 656/7, verbis:
"Com a finalidade de reduzir a quantidade excessiva de agravos de instrumento em trâmite nos tribunais, foi recentemente
sancionada lei que, em síntese assim alterou a sistemática dos agravos (Lei 11.187/2005): a) torna, de modo expresso e explícito,
regra o agravo retido, reservando o agravo de instrumento apenas para as decisões suscetíveis de causar à parte lesão grave e de
difícil reparação; b) elimina o agravo interno contra as decisões do relator que determinem a conversão do agravo de instrumento
em agravo retido e que decidam sobre a antecipação dos efeitos da tutela recursal ou a concessão de efeitos suspensivos ao agravo.
Afirma-se, na exposição de motivos, que "é interessante evitar a superposição, a reiteração de recursos, que ao fim e ao cabo
importa maior retardamento processual, em prejuízo do litigante à quem assiste a razão".
Pensamos que, a rigor, a alteração mais relevante é a que elimina os recursos contra as decisões do relator, nas hipóteses
referidas, pois entendemos que, já pelo modelo anterior à referida Reforma, o agravo deveria ficar retido nos autos, salvo se se
demonstrasse risco de dano irreparável e de difícil reparação."
(Agravo no AI 2006.04.00.001364-1, julgado em 20/02/2006, aguarda publicação)
Assim decidindo o ilustre relator não conheceu do agravo.
Nos casos tais que se está a enfrentar, a parte não será cerceada de exame da sua pretensão porque a matéria, de qualquer modo, será
analisada pelo Colegiado quando da interposição do apelo com o pedido de reiteração do agravo retido.
Na espécie, nos termos da lei já referida, vem a agravante requerer reconsideração da decisão por mim exarada nas fls. 456/460, que
determinou a conversão do presente recurso em agravo retido. E, no seu pedido, calcou-se na possibilidade de dano irreparável ou de
difícil reparação, uma vez é indevida a expedição de uma certidão de regularidade fiscal, bem como a exclusão do CADIN.
Todavia, conforme evidenciado naquela decisão, para a caracterização do requisito consubstanciado no perigo de lesão grave e de
difícil ou incerta reparação exige a probabilidade de ocorrência do risco concreto advindo da manutenção do comando judicial
recorrido, não bastando para tanto as meras possibilidades alegadas pela agravante. Ademais, a declaração ou não do direito
pleiteado deverá ser elidida ao longo da cognição exauriente, e não na via estreita da tutela antecipada ou do agravo de instrumento.
Por fim, não se pode confundir pressa com urgência. Pressa todos os que litigam têm; urgência, porém, nem sempre se faz presente
no caso concreto. A urgência exige um ingrediente a mais, ou seja, além da pressa, há imperiosa necessidade da decisão requerida
ser suscetível de causar lesão grave e de difícil reparação se não deferida. Nada, portanto, a modificar na decisão proferida.
Isso posto, indefiro o pedido de reconsideração formulado pela agravante nas fls. 35 a 39, mantendo a decisão de fl. 32. Intimem-se.
Porto Alegre, 12 de março de 2007.
00008 AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2007.04.00.005643-7/RS
RELATOR : Des. Federal JOEL ILAN PACIORNIK
AGRAVANTE : UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)
PROCURADOR : Simone Anacleto Lopes
AGRAVADO : LABORATORIO FARMACEUTICO FLORA DA INDIA LTDA/
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DECISÃO
Trata-se de agravo de instrumento interposto contra decisão (fl. 60) que determinou que a agravante procedesse no recolhimento das
custas judiciais.
A União suscita que tal decisão se mostra ofensiva aos princípios do devido processo legal e da legalidade. Fundamenta o pedido
com base nos artigos 5º, caput, II, XXXV, LIV, LV e seu parágrafo único, 39 da Lei 6.830/80 e art. 27 do CPC.
Decido.Com efeito, o artigo 39 da LEF dispõe o seguinte:
"A Fazenda Pública não está sujeita ao pagamento de custas e emolumentos. A prática dos atos judiciais de seu interesse
independerá de preparo ou de prévio depósito.
Parágrafo único. Se vencida, a Fazenda Pública ressarcirá o valor das despesas feitas pela parte contrária."
Já o artigo 1º, parágrafo 1º, da Lei nº 9.289/96, tem a seguinte redação:
"As custas devidas à união , na Justiça Federal de primeiro e segundo graus, são cobradas de acordo com as normas estabelecidas
nesta Lei.
§ 1° Rege-se pela legislação estadual respectiva a cobrança de custas nas causas ajuizadas perante a Justiça Estadual, no exercício
da jurisdição federal."
Uma interpretação harmoniosa dos dispositivos legais citados leva à conclusão de não estar a União isenta do pagamento de custas e
emolumentos quando litigar na Justiça Estadual, bem como ser sua obrigação, se vencida, de pagar as despesas ocorridas no
processo. O acima expendido não significa, contudo, que o recorrente deve recolher as custas inicialmente, como disposto nadecisão agravada.
De fato, estipula, ainda, o art. 27 do CPC:
"Art. 27. As despesas dos atos processuais, efetuados a requerimento do Ministério Público ou da Fazenda Pública, serão pagas a
final pelo vencido."
Destarte, mesmo não existindo a isenção ao pagamento das custas , é certo que o agravante somente deverá recolhê-las ao final,se vencido. Neste sentido:PROCESSUAL CIVIL. ADIANTAMENTO DE CUSTAS . DEMANDA NA JUSTIÇA ESTADUAL. INSS. AUTARQUIA FEDERAL.
PRIVILÉGIOS E PRERROGATIVAS DE FAZENDA PÚBLICA. INTELIGÊNCIA DO ART. 27, DO CPC. INTERPRETAÇÃO DA
SÚMULA 178-STJ. "O INSS, como autarquia federal, é equiparado à Fazenda Pública, em termos de privilégios e prerrogativas
processuais, o que determina a aplicação do art. 27, do CPC, vale dizer, não está obrigado ao adiantamento de custas , devendo
restituí-las ou pagá-las ao final, se vencido" (Precedentes). "A não isenção enunciada por esta Corte (Súmula 178) não elide essa
afirmação, pois o mencionado verbete apenas cristalizou o entendimento da supremacia da autonomia legislativa local, no que se
refere a custas e emolumentos." Recurso conhecido e provido. (STJ, RESP 249991, DJ 02/12/2002, Rel. Min. José Arnaldo da
Fonseca)
PROCESSUAL CIVIL. ADIANTAMENTO DE CUSTAS . DEMANDA NA JUSTIÇA ESTADUAL. INSS. AUTARQUIA FEDERAL.
PRIVILÉGIOS E PRERROGATIVAS DE FAZENDA PÚBLICA. INTELIGÊNCIA DO ART. 27, DO CPC. INTERPRETAÇÃO DA
SÚMULA 178-STJ. 1 - O INSS, como autarquia federal, é equiparado à Fazenda Pública, em termos de privilégios e prerrogativas
processuais, o que determina a aplicação do art. 27, do CPC, vale dizer, não está obrigado ao adiantamento de custas , devendo
restituí-las ou pagá-las ao final, se vencido. 2 - A não isenção enunciada por esta Corte (Súmula 178) não elide essa afirmação,
pois o mencionado verbete apenas cristalizou o entendimento da supremacia da autonomia legislativa local, no que se refere a
custas e emolumentos. 3- Recurso conhecido. (STJ, RESP 181191, DJ 09/11/1998, Rel. Min. Fernando Gonçalves)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. DESPESAS. PREVIDENCIÁRIO. JUSTIÇA ESTADUAL. O INSS não está obrigado a adiantar as
despesas processuais, ainda quando litiga na Justiça Estadual. (TRF4, AG 9704090684, DJ 17/09/1997, Rel. Desª. Fed. Maria
Lúcia Luz Leiria)
Do exposto, concedo a antecipação da tutela recursal, para reconhecer o direito da agravante ao recolhimento das custas somenteao final, acaso vencida.
Intimem-se, sendo o agravado para, querendo, apresentar resposta.
Publique-se. Comunique-se.
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Porto Alegre, 06 de março de 2007.
00009 AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2007.04.00.005646-2/RS
RELATOR : Des. Federal JOEL ILAN PACIORNIK
AGRAVANTE : UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)
PROCURADOR : Simone Anacleto Lopes
AGRAVADO : SUREL PROJETO CONSTRUCAO E COM/ LTDA/
DECISÃO
Trata-se de agravo de instrumento interposto contra decisão (fl. 93) que determinou que a agravante procedesse no recolhimento das
custas judiciais.
A União suscita que tal decisão se mostra ofensiva aos princípios do devido processo legal e da legalidade. Fundamenta o pedido
com base nos artigos 5º, caput, II, XXXV, LIV, LV e seu parágrafo único, 39 da Lei 6.830/80 e art. 27 do CPC.
Decido.Com efeito, o artigo 39 da LEF dispõe o seguinte:
"A Fazenda Pública não está sujeita ao pagamento de custas e emolumentos. A prática dos atos judiciais de seu interesse
independerá de preparo ou de prévio depósito.
Parágrafo único. Se vencida, a Fazenda Pública ressarcirá o valor das despesas feitas pela parte contrária."
Já o artigo 1º, parágrafo 1º, da Lei nº 9.289/96, tem a seguinte redação:
"As custas devidas à união , na Justiça Federal de primeiro e segundo graus, são cobradas de acordo com as normas estabelecidas
nesta Lei.
§ 1° Rege-se pela legislação estadual respectiva a cobrança de custas nas causas ajuizadas perante a Justiça Estadual, no exercício
da jurisdição federal."
Uma interpretação harmoniosa dos dispositivos legais citados leva à conclusão de não estar a União isenta do pagamento de custas e
emolumentos quando litigar na Justiça Estadual, bem como ser sua obrigação, se vencida, de pagar as despesas ocorridas no
processo. O acima expendido não significa, contudo, que o recorrente deve recolher as custas inicialmente, como disposto nadecisão agravada.
De fato, estipula, ainda, o art. 27 do CPC:
"Art. 27. As despesas dos atos processuais, efetuados a requerimento do Ministério Público ou da Fazenda Pública, serão pagas a
final pelo vencido."
Destarte, mesmo não existindo a isenção ao pagamento das custas , é certo que o agravante somente deverá recolhê-las ao final,se vencido. Neste sentido:PROCESSUAL CIVIL. ADIANTAMENTO DE CUSTAS . DEMANDA NA JUSTIÇA ESTADUAL. INSS. AUTARQUIA FEDERAL.
PRIVILÉGIOS E PRERROGATIVAS DE FAZENDA PÚBLICA. INTELIGÊNCIA DO ART. 27, DO CPC. INTERPRETAÇÃO DA
SÚMULA 178-STJ. "O INSS, como autarquia federal, é equiparado à Fazenda Pública, em termos de privilégios e prerrogativas
processuais, o que determina a aplicação do art. 27, do CPC, vale dizer, não está obrigado ao adiantamento de custas , devendo
restituí-las ou pagá-las ao final, se vencido" (Precedentes). "A não isenção enunciada por esta Corte (Súmula 178) não elide essa
afirmação, pois o mencionado verbete apenas cristalizou o entendimento da supremacia da autonomia legislativa local, no que se
refere a custas e emolumentos." Recurso conhecido e provido. (STJ, RESP 249991, DJ 02/12/2002, Rel. Min. José Arnaldo da
Fonseca)
PROCESSUAL CIVIL. ADIANTAMENTO DE CUSTAS . DEMANDA NA JUSTIÇA ESTADUAL. INSS. AUTARQUIA FEDERAL.
PRIVILÉGIOS E PRERROGATIVAS DE FAZENDA PÚBLICA. INTELIGÊNCIA DO ART. 27, DO CPC. INTERPRETAÇÃO DA
SÚMULA 178-STJ. 1 - O INSS, como autarquia federal, é equiparado à Fazenda Pública, em termos de privilégios e prerrogativas
processuais, o que determina a aplicação do art. 27, do CPC, vale dizer, não está obrigado ao adiantamento de custas , devendo
restituí-las ou pagá-las ao final, se vencido. 2 - A não isenção enunciada por esta Corte (Súmula 178) não elide essa afirmação,
pois o mencionado verbete apenas cristalizou o entendimento da supremacia da autonomia legislativa local, no que se refere a
custas e emolumentos. 3- Recurso conhecido. (STJ, RESP 181191, DJ 09/11/1998, Rel. Min. Fernando Gonçalves)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. DESPESAS. PREVIDENCIÁRIO. JUSTIÇA ESTADUAL. O INSS não está obrigado a adiantar as
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despesas processuais, ainda quando litiga na Justiça Estadual. (TRF4, AG 9704090684, DJ 17/09/1997, Rel. Desª. Fed. Maria
Lúcia Luz Leiria)
Do exposto, concedo a antecipação da tutela recursal, para reconhecer o direito da agravante ao recolhimento das custas somenteao final, acaso vencida.
Intimem-se, sendo o agravado para, querendo, apresentar resposta.
Publique-se. Comunique-se.
Porto Alegre, 06 de março de 2007.
00010 AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2007.04.00.005647-4/RS
RELATOR : Des. Federal ÁLVARO EDUARDO JUNQUEIRA
AGRAVANTE : UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)
PROCURADOR : Simone Anacleto Lopes
AGRAVADO : DICOL DISTRIBUIDORA DE CONGELADOS LTDA/
DECISÃO
A agravante peticiona requerendo a desistência do presente recurso (fls. 39/41). Desse modo, homologo o pedido de desistência.
Com as cautelas legais, dê-se baixa na distribuição e remetam-se os autos ao juízo de origem.
Intimem-se. Publique-se.
Porto Alegre, 14 de março de 2007.
00011 AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2007.04.00.005852-5/RS
RELATOR : Des. Federal VILSON DARÓS
AGRAVANTE : UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)
ADVOGADO : Simone Anacleto Lopes
AGRAVADO : ALTEMO ADVOGADOS ASSOCIADOS
ADVOGADO : Claudio Merten e outros
INTERESSADO : RENNER HERMANN S/A
ADVOGADO : Claudio Merten e outros
DECISÃO
A FAZENDA NACIONAL interpôs agravo de instrumento da decisão do juízo a quo que, na Execução de Sentença nº
2005.71.00.043062-8/RS, classificou como alimentar o precatório expedido, relativo aos honorários sucumbenciais em nome de
sociedade de advogados.
Pleiteou a concessão do efeito suspensivo.
É o relatório. Decido.
Na lição do emérito JOSÉ CARLOS BARBOSA MOREIRA, são requisitos extrínsecos de admissibilidade de um recurso a
tempestividade, a regularidade formal e o preparo (in O Novo Processo Civil Brasileiro, Ed. Forense, 18ª ed., p. 137-8).
Com efeito, verifico que a intimação da decisão agravada ocorreu em 01/02/2007 - fl. 98. O recurso foi protocolizado em
08/03/2007, quando já ultrapassado o prazo para sua interposição - art. 522, caput, c/c 188 do CPC.
Isso posto, com fundamento no artigo 557 do Código de Processo Civil, nego seguimento ao agravo de instrumento, por
intempestivo. Intime-se. Publique-se.
Com as cautelas legais, dê-se baixa na distribuição e remetam-se os autos ao juízo a quo.
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Porto Alegre, 12 de março de 2007.
00012 AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2007.04.00.005884-7/RS
RELATOR : Des. Federal VILSON DARÓS
AGRAVANTE : HERMELINDA SINS REIS e outros
ADVOGADO : Luis Gustavo Schwengber e outro
AGRAVADO : UNIÃO FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)
PROCURADOR : Simone Anacleto Lopes
INTERESSADO : H S REIS E FILHOS LTDA/
DECISÃO
HERMELINDA SINS REIS e outros interpuseram agravo de instrumento de decisão do juízo a quo que, em execução fiscal, deferiu
o redirecionamento do feito, conforme requerido pela exeqüente.
Na suas razões de recurso, os agravantes sustentam, em apertada síntese, que não há qualquer motivação para o redirecionamento do
feito na decisão agravada. Asseveram que não houve dissolução irregular da empresa e que o Fisco nada comprovou com relação à
atuação dos sócios a justificar o redirecionamento da ação. Afirmam que não podem ser responsabilizados da maneira como foram
nos autos: sem fundamentos pelos quais poderiam integrar o pólo passivo da execução fiscal.
Pleitearam a concessão do efeito suspensivo.
É o relatório. Decido.
Preliminarmente, ressalto que a decisão agravada deferiu o redirecionamento do feito com base nos argumentos trazidos pelo
exeqüente, razão por que não há falar em sua nulidade por falta de fundamentação. O redirecionamento, consoante de vê da fl. 111,
foi deferido com base na inexistência de bens da empresa executada para pagamento do débito.
Passo, pois, a analisar acerca da possibilidade ou não de ser redirecionada a execução fiscal no caso em apreço. Antes, porém, há que
se discorrer sobre a aplicabilidade do dispositivo do Código Tributário Nacional que atribui responsabilidade pessoal aos diretores,
gerentes ou representantes de pessoas jurídicas, pelos créditos tributários resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou
infração à lei, contrato social ou estatutos.
O dispositivo está inserido no capítulo da Responsabilidade Tributária, especificamente na seção da Responsabilidade de Terceiros,
artigo 135, inciso III, do Código Tributário Nacional. Importa referir, também, que a Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1988 (CTN),
dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional, pressupondo, portanto, a disposição sobre um conjunto de preceitos jurídico-tributários
organizados por meio de um método. Tal fato impossibilita uma interpretação isolada de qualquer artigo do Código.
A seção da Responsabilidade de Terceiros é constituída por dois artigos: 134 e 135.
O primeiro (art. 134) cuida das hipóteses de solidariedade, sendo requisitos para ser reconhecida: (a) que o cumprimento da
obrigação não possa ser exigido do contribuinte e (b) que os terceiros tenham intervindo nos atos que deram ensejo à obrigação ou
indevidamente se omitam. Apesar de o Código falar em responsabilidade solidária, na verdade, possui ela caráter supletivo, como
ensina Luiz Alberto Gurgel de Farias (in Código Tributário Nacional Comentado, Coord. Vladimir Passos de Freitas, Ed. RT, 1ª
edição, São Paulo, 1999, p. 604). Assim sendo, os agentes elencados pelo artigo 134 do CTN figurarão supletivamente como sujeito
passivo da execução fiscal, figurando nesse pólo tanto o contribuinte como o responsável solidário. Vale destacar que o elemento a
desencadear a responsabilidade de que aqui se trata é a infringência dos deveres de fiscalização, de representação e de boa
administração, que deveriam ser exercidos com diligência e zelo, seja por ação ou omissão.
Já no artigo 135, a responsabilidade é subsidiária, porquanto há a prática de um ato ilícito pelo responsável, seja em função de
prática de atos com excesso de poderes ou infração à lei, contrato ou estatuto. Desse modo, o sócio ou administrador passa a ser
responsável solidário com a empresa contribuinte. Mas a empresa, pessoa jurídica, não deixa de responder pelo pagamento de
tributos.
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E não poderia ser de outra forma. Uma vez apurado um ato praticado com excesso de poderes ou infração à lei, contrato social ou
estatuto, o agente causador do dano deve ser responsabilizado - responsabilidade solidária com a pessoa jurídica. E é exatamente
isso que previu o legislador. A responsabilidade pessoal está restrita às multas decorrentes do ato ilícito na administração (CTN, art.
136).
Aplica-se, assim, ao caso o princípio da separação da personalidade jurídica da empresa da de seus sócios ou administradores,
respondendo exclusivamente estes pelas multas decorrentes de atos infracionais e, ainda, pelos prejuízos causados às empresas por
atos praticados com violação à lei, contrato social ou estatuto (artigo 158, da Lei 6.404/76).
É de clareza textual a diferença entre os dispositivos: enquanto o artigo 134 do CTN trata da responsabilidade supletiva de terceiros,
o artigo 135 cuida especificamente dos casos de responsabilidade solidária dos administradores. Já os artigos 136 e 137 cuidam da
responsabilidade pessoal dos agentes por multas decorrentes de infrações à lei, contrato social ou estatuto.
Acerca da responsabilidade pessoal ensina a doutrina:
"O ilícito é assim prévio ou concomitante ao surgimento da obrigação (mas exterior à norma tributária) e não posterior, como seria
o caso do não pagamento do tributo. A lei que se infringe é a lei comercial ou civil, não a tributária, agindo o terceiro contra os
interesses do contribuinte. Daí se explica que, no pólo passivo, se mantenha apenas a figura do responsável, não mais a docontribuinte, que viu, em seu nome, surgir dívida não autorizada, quer pela lei, que pelo contrato social ou estatuto." (in DireitoTributário Brasileiro, de Aliomar Baleeiro, atualizado por Mizabel Derzi. 11ª edição. Rio de Janeiro, Ed. Forense, 1999, p. 756) (
grifei)Delineado o quadro acima, outro aspecto importante resta a ser examinado. O artigo 333, em seu inciso I, do Código de Processo
Civil, estatui que o ônus de prova recai sobre o autor quanto ao fato constitutivo de seu direito. O direito à solidariedade do
administrador ou à substituição da sociedade pelo dirigente na execução decorre da prática de fato específico, ou melhor, ato
praticado com excesso de poderes ou em detrimento à lei ou em função do encerramento irregular das atividades da empresa.
Conclusão inevitável é que o ônus da prova no caso em apreço não pode ser invertido, permanecendo sob encargo da Fazenda
Pública que, para fazer valer seu direito, deverá trazer aos autos as alegações e provas em relação ao fato constitutivo de seu direito.
Oportuno o magistério de Roque Joaquim Volkweis: "Em palavras mais simples e objetivas, o importante é, para determinar a
responsabilidade tributária das pessoas arroladas nesse dispositivo (CTN, art. 135), não a simples existência da obrigação
tributária insatisfeita (que é mero efeito), mas a causa desta, que há de consistir, necessariamente, num ato intencional (doloso),
atribuível àquelas pessoas, do qual resulte nascido o crédito tributário impago, conforme previsto na abertura do citado art. 135.
Não fosse assim, bastaria que a regra apenas estabelecesse que as pessoas nele referidas "são responsáveis pelos créditos
correspondentes a obrigações tributárias", sem qualificá-las como "resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração
de lei, contrato social ou estatutos." (in Direito Tributário Nacional. Livraria do Advogado, 3ª ed. Porto Alegre, 2002, p. 300-301)
E arremata o doutrinador:
"Por via de conseqüência, para que se configure a responsabilidade tributária do sócio de sociedade de pessoas (que nada tem a
ver, portanto, com as sociedades de capital e as mistas, entre estas as sociedades limitadas) e do administrador de pessoa jurídica
de direito privado, pelas dívidas a cargo destas, necessário faz-se que o apontado como responsável:
a) tenha sido, efetivamente, sócio da sociedade (no caso, de pessoas) devedora, ao tempo do nascimento da obrigação tributária
impaga, devendo, portanto, o nascimento desta e a qualidade de sócio ser contemporâneos, de tal forma que não pode ele ser
tributariamente responsabilizado por dívidas anteriores ao seu ingresso na sociedade, nem por dívidas posteriores à sua saída do
quadro social;
b) tenha estado no efetivo das suas funções de administrador da pessoa jurídica de direito privado devedora, ao tempo do
nascimento da obrigação tributária impaga, não bastando sua simples eleição, nomeação ou escolha, ou que seu nome apenas
figure ou tenha figurado no contrato ou estatuto social nessa qualidade, sem o correspondente exercício efetivo da função, devendo,
assim, também aqui, sua qualidade de administrador e o nascimento da obrigação tributária ser contemporâneos, não lhe podendo
ser imputadas dívidas anteriores ou posteriores à sua qualidade de administrador;
c) tenha agido "com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos" (dolosamente, portanto, sendo este o
pressuposto legal para o seu enquadramento, porque do contrário, como já se disse, bastaria o dispositivo legal simplesmente
mencionar que as pessoas nele referidas são "responsáveis" pelo crédito tributário pendente de pagamento, sem se preocupar com a
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qualificação ou tipificação da sua conduta) para o nascimento do crédito tributário (e não sua falta de pagamento), não havendo
como proceder à responsabilização das referidas pessoas, simplesmente porque não pagaram o tributo no seu vencimento ou
porque dissolveram irregularmente a sociedade devedora, sem , antes, certificar-se de que os créditos sob cobrança efetivamente
resultam, na sua origem, da prática de qualquer dos atos especificados no citado art. 135, tanto quanto temerário também é
pretender responsabilizar o administrador por dívidas anteriores ou posteriores à sua atuação como tal, ou, ainda, que restaram
impagas pelo fato de ter sido decretada a falência da empresa, sem que, contudo, tenha havido, por qualquer forma, reconhecido o
dolo do administrador ou sua condenação por crime falimentar;
d) sua ação, tida como causadora do nascimento da obrigação tributária impaga e reclamada, resulte plenamente provada, caso a
caso, pelo sujeito ativo respectivo, a quem compete o "onus probandi", por tratar-se de acusação de ato ilícito.
Destarte, a responsabilidade do sócio (incis