tribunal do júri – parte 1

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04/12/2013 1 Prof. Thiago Stürmer Direito Penal e Processo Penal Tribunal do Júri – parte 1 1 - Princípios Constitucionais Art. 5º, XXXVIII da CF/88 - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; Questão de Concurseiro Porque a previsão legal do Tribunal do Júri esta no Art. 5º da Constituição Federal de 1988? A instauração do Júri vai trazer a participação do povo ao poder judiciário, ligado diretamente ao regime democrático de direito, pois o julgamento VEM DO POVO. CLAUSULA PÉTRIA. Composição do Tribunal do Júri O Tribunal do Júri é composto por um juiz, chamado de juiz presidente, e mais 25 jurados ; (alterou o numero de jurados, antigamente eram 21 jurados ) – art. 447, CPP; Art. 447. O Tribunal do Júri é composto por 1 juiz togado, seu presidente e por 25 jurados que serão sorteados dentre os alistados, 7 dos quais constituirão o Conselho de Sentença em cada sessão de julgamento. (Lei nº 11.689/2008) O MP não compõe o tribunal do júri, ele apenas atua no júri. Garantias Constitucionais do Júri 1 – Plenitude da Defesa Ampla defesa é assegurada a todos, Art 5º LV. Art 5º... LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa , com os meios e recursos a ela inerentes; Questão: Qual a diferença entre Plenitude da Defesa e Ampla defesa? A plenitude da defesa é assegurada apenas no tribunal do júri. A plenitude é maior que a ampla defesa.

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Page 1: Tribunal do júri – parte 1

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Prof. Thiago Stürmer

Direito Penal e Processo Penal

Tribunal do Júri – parte 1

1 - Princípios Constitucionais

� Art. 5º, XXXVIII da CF/88 - é reconhecida a instituição do

júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:

� a) a plenitude de defesa;

� b) o sigilo das votações;

� c) a soberania dos veredictos;

� d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos

contra a vida;

Questão de Concurseiro� Porque a previsão legal do Tribunal do Júri esta no Art. 5º da

Constituição Federal de 1988?

A instauração do Júri vai trazer a participação do povo ao poder judiciário, ligado diretamente ao regime democrático de direito, pois o julgamento VEM DO POVO.

CLAUSULA PÉTRIA.

Composição do Tribunal do Júri

� O Tribunal do Júri é composto por um juiz, chamado de juiz

presidente, e mais 25 jurados; (alterou o numero de jurados,

antigamente eram 21 jurados) – art. 447, CPP;

� Art. 447. O Tribunal do Júri é composto por 1 juiz togado, seu

presidente e por 25 jurados que serão sorteados dentre os alistados, 7 dos

quais constituirão o Conselho de Sentença em cada sessão de julgamento.

(Lei nº 11.689/2008)

� O MP não compõe o tribunal do júri, ele apenas atua no júri.

Garantias Constitucionais do Júri� 1 – Plenitude da Defesa

� Ampla defesa é assegurada a todos, Art 5º LV.Art 5º...

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

� Questão:

Qual a diferença entre Plenitude da Defesa e Ampla defesa?

� A plenitude da defesa é assegurada apenas no tribunal do júri. A plenitude é maior que a ampla defesa.

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Indefeso� Se o juiz presidente considerar o acusado indefeso, deve

dissolver o conselho de sentença e designar nova data para o julgamento.

Acusado indefeso – art 497, V CPP.

Auto defesa

� O acusado é livre para apresentar em seu interrogatório tese defensiva DISTINTA a aquela apresentada pelo advogado.

� Tese esta que deve ser obrigatoriamente quesitada aos jurados, sob pena de nulidade absoluta.

Garantias Constitucionais do Júri

� 2 - Sigilo das votações

� Ninguém sabe qual o sentido dos votos do jurado;

� A votação ocorre na sala secreta(sala especial); nesta sala

encontram-se o juiz, o oficial, o MP e o advogado;

� A votação não se dá em público, para que não aja uma influência

indevida no animo dos jurados; por esse mesmo motivo, o acusado,

também, não está presente.

� O acusado pode estar presente na sala secreta?

Quando for seu próprio advogado, poderá estar

presente com base na ampla defesa;

� # Sala secreta(especial) – é constitucional, porque a CF

autoriza a restrição a esta possibilidade – art. 93, IX, CF;

Incomunicabilidade entre os jurados

� Questão:

Após ser sorteado o jurado pode conversar com outro, durante o julgamento?

� Em virtude do sigilo do voto, adota-se o sistema da

incomunicabilidade dos jurados; jurado não pode

conversar sobre o processo; uma vez sorteado, os

jurados não podem comunicar-se entre si e com

outrem, a respeito do processo;

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Questão:Pode o Jurado usar o celular durante o período do julgamento?

� Jurado não pode usar celular, nem laptop durante o processo; logo após

o sorteio podem usar o celular, com o único objetivo de comunicar

os familiares que estariam participando do julgamento; se não

for nesta situação, o julgamento seria nulo – art. 466, CPP; (STF – AO

[Ação Originária] – 1.046)

Questão:Quando júri leva vários dias o que se faz com os jurados?

Questão:Até quando vai o sigilo?

# Eventual violação à incomunicabilidade do dos jurados é causa de nulidade absoluta.

Unanimidade da Votação x SigiloAntes da Lei 11.689/08 Depois da Lei 11.689/08

Todos os votos eram revelados e contados.

Quando forem atingidos 4 votos em um sentido, a votação será interrompida.

# A lei diz que só usada para os dois primeiros quesitos.

#A doutrina diz que para todos os quesitos será usado, para preservaro sigilo dos jurados.

Garantias Constitucionais do Júri

� 3 - Soberania dos veredictos

� Um Tribunal formado por juízes togados (juízes de

direito), não pode modificar no mérito, a decisão do júri

popular;

� Trata-se de uma soberania relativa, pois poderá haver

recurso da decisão; não se trata de garantia absoluta.

Obs: Recurso contra decisão no Júri

� 1. Revisão Criminal� 2. Cabimento de apelação no Júri;� A apelação no júri é um recurso de fundamentação

vinculada – significa que a fundamentação esta vinculadaa certas condições, previstas no art. 593, III, CPP;

� Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:� III - das decisões doTribunal do Júri, quando:� a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia;� b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos

jurados;� c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de

segurança;� d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos.

Garantias Constitucionais do Júri� 4 - Competência para o julgamento dos crimes

dolosos contra a vida

Quais são os Crimes dolosos contra a vida?

Art 121 a 126 CP.

� Trata-se de uma competência mínima, que não pode

ser suprimida nem mesmo por emenda constitucional, pois

trata-se de uma clausula Pétrea.

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� Questão:Pode o legislador ampliar tal competência do Júri?

É plenamente possível a ampliação da competência do júri, porem desde que seja feita por Lei.

Crimes conexos / continentes vão para júri?

Quais Crimes conexos / continentes não vão para júri?Eleitorais ou Militares pois tem outra competência.

Crimes dolosos contra a vida não vão a

Júri:� 1 – Latrocínio.� 2 – Atos Inflacionais.� 3 – Genocídio. Grupo nacional étnico, racial ou religioso� 4 – Foro por prerrogativa de função, previsto na CF.� 5 – Crime Político de matar o presidente da republica, do

senado, da câmara e do supremo.� 6 – Militar da ativa que mata militar da ativa.� 7 – Civil que comete homicídio doloso contra militar das

forças armadas. (militar estadual?)� 8 –Tiro de abate.

Organização do Juri� Art. 436. O serviço do júri é obrigatório. O alistamento compreenderá os cidadãos maiores de 18

anos de notória idoneidade. (todo o art. doi alterado pela Lei nº 11.689/2008) (antes era 21 anos)� § 1o Nenhum cidadão poderá ser excluído dos trabalhos do júri ou deixar de ser alistado em razão de cor

ou etnia, raça, credo, sexo, profissão, classe social ou econômica, origem ou grau de instrução.� § 2o A recusa injustificada ao serviço do júri acarretará multa no valor de 1 a 10 salários

mínimos, a critério do juiz, de acordo com a condição econômica do jurado.� Art. 437. Estão isentos do serviço do júri: (todo o art. alterado pela Lei nº 11.689/2008)� I – o Presidente da República e os Ministros de Estado;� II – os Governadores e seus respectivos Secretários;� III – os membros do Congresso Nacional, das Assembléias Legislativas e das Câmaras Distrital e

Municipais;� IV – os Prefeitos Municipais;� V – os Magistrados e membros do Ministério Público e da Defensoria Pública;� VI – os servidores do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública;� VII – as autoridades e os servidores da polícia e da segurança pública;� VIII – os militares em serviço ativo;� IX – os cidadãos maiores de 70 anos que requeiram sua dispensa; (antes era 60 anos) (deve requerer a

dispensa)� X – aqueles que o requererem, demonstrando justo impedimento

Requisito para ser jurado

� 1. Deve ser brasileiro, nato ou naturalizado, que esteja no

gozo dos seus direito políticos;

� 2. Contar com mais de 18 anos, (antes era 21 anos); com

70 anos pode recusar o serviço do júri, de ser jurado, deve

requerer a dispensa;

� 3. Deve ser residente na comarca – pressuposto básico, deve

ser julgado pelos seus pares;

Jurado profissional – art. 426, § 4º;

� Art. 426. A lista geral dos jurados, com indicação das respectivas

profissões, será publicada pela imprensa até o dia 10 de outubro

de cada ano e divulgada em editais afixados à porta do Tribunal do

Júri. (Lei nº 11.689/2008)

� § 4o O jurado que tiver integrado o Conselho de

Sentença nos 12 (doze) meses que antecederem à

publicação da lista geral fica dela excluído. (Lei nº

11.689/2008)

Procedimento do júri:� É considerado um procedimento bifásico, ou escalonado,

composto por duas fases;

� ���� 1ª fase – chamada de sumário da culpa, judicium

accusationis – o juiz é chamado de juiz sumariante;

� � 2ª fase – chamada de Judicium causae – o juiz é

chamado de Juiz presidente;

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1ª Fase sumaria da culpa� Juiz Sumariante.

� Inicio com oferecimento da peça acusatória – em regra é a denuncia, exceção, pode ser queixa acusatória(denuncia/queixa).

� É concluída com a prolação de uma das seguintes decisõesImprovida, desclassificação, Absolvição sumaria, Pronuncia.

� Prazo para conclusão da 1ª Fase: 90 dias(art 412CPP)� Se acusado Preso: eventual excesso desde que abusivo, autoriza o

relaxamento da prisão.� Acusado Solto: prazo improprio.

2ª Fase Judicium Causae (Juízo da

causa)� Inicio – Após a preclusão da pronuncia, com a preparação do processo

para julgamento em plenário.Art 421 e 422 CPP

� Conclusão da 2ª Fase:Sentença condenatória;Sentença Absoluvitória;Desclassificação.

� Prazo para conclusão da 2ª Fase: não há nada expresso.(art 428 CPP)

Desaforamento:

� Possível após a decisão de pronúncia.

� É instituto exclusivo do Tribunal do Júri, no processo

penal militar pode ocorrer em qualquer caso;

� Não deve ser confundido com o incidente de deslocamento

de competência – quando um crime que esta sendo julgado

pela justiça estadual e é alterado para a justiça federal, quando o

crime envolve grave violação aos direito humanos e há negligencia

do estado membro em proceder a persecução penal.

Motivos para o desaforamento

Art. 427 do CPP

� 1. Interesse público;

◦ Ex. falta de segurança na comarca;

� 2. Falta de imparcialidade dos jurados;

� 3. Falta de segurança pessoal do acusado;

� 4. Quando o acusado não for julgado 6 meses após o transito em

julgado da pronuncia; (denominado de desaforamento por

excesso de prazo) para esse excesso não pode ter contribuído a

defesa, sem culpa da defesa; alterado pela lei, antes era 1 ano;

Local do desaforamento

� Deve ser desaforado para uma comarca próxima, onde não

existam aqueles motivos.

� Não é possível o desaforamento para outro estado da

federação.

Primeira fase do Procedimento do Júri:

MP Oferece Denunci

a

Juiz Recebe

ou Rejeita

Citação –

Pessoal, edital ou

Hora Certa

Resposta a

acusação

Juiz –Absolve sumariamente

Audiência de

instrução e

julgamento

Sentença –

condenatória ou absolutó

ria

Processo Comum Ordinário

É muito semelhante ao procedimento comum ordinário. Porem devem ser destacadas as seguintes diferenças:

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Processo comum x júri� No procedimento do Júri, há previsão expressa de oitiva do MP após a

apresentação da resposta à acusação pela defesa. (art 409 CPP)� No procedimento comum a absolvição sumaria prevista no art 397 CPP, poderá

se dar imediatamente após a apresentação da resposta à acusação antes daaudiência UnA de instrução e julgamento. Na 1ª Fase do júri a absolviçãosumaria prevista no art 415 CPP só poderá ocorrer ao final da audiência deinstrução.

� Na 1ª Fase do procedimento do júri não há previsão expressa acerca dorequerimento de diligencias. Porem no principio da busca da verdade nada oimpede.

� Na primeira fase do procedimento do júri a cerca da substituição das alegaçõesorais por memoriais: complexidade do caso ou múltiplos acusados.(art 411 §4ºCPP)

� No procedimento comum alegações orais precárias ou sua ausência são causasde nulidade absoluta. Na 1ª fase do procedimento do júri caso a defesavislumbre a inevitabilidade da pronuncia, não haverá nulidade. (Estratégia dedefesa)

Impronúncia (Art 414 CPP)

� O acusado deve ser impronunciado quando o juiz não estiver convencido da existência do crime ou de indícios suficientes de autoria ou participação.

Impronúncia � É considerada sentença?

Não aprecia o mérito, por tanto não é sentença e sim mera decisão interlocutória.

Decisão Interlocutória Não aprecia mérito

mista Põe fim a uma fase procedimental

terminativa. Põe fim ao processo.

� Faz coisa julgada formal.

Surgindo provas formais ou substancialmente novas, é possível o oferecimento de outra peça acusatória contra o acusado.

Crimes Conexos

� Preclusa a decisão de impronuncia os crimes conexos serão remetidos ao juízo competente.

Decisão do juiz sumariante – teoricamente deve

se dar na audiência, ou no prazo de 10 dias;

� Desclassificação

◦ Deve ocorrer a desclassificação quando o juiz sumariante entender que não há crime doloso contra a vida.

� Absolvição sumária

◦ Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando:

◦ I – provada a inexistência do fato;

◦ II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato;

◦ III – o fato não constituir infração penal;

◦ IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime. (antigamente a absolvição sumária era somente

esse – o acusado não teria interesse em apelar)

◦ § ú. Não se aplica o disposto no inciso IV do caput deste artigo ao caso de inimputabilidade prevista no caput do art.

26 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, salvo quando esta for a única tese defensiva.

� Pronuncia – submete o réu ao julgamento em plenário.

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Intimação da pronuncia

� Art. 420. A intimação da decisão de pronúncia será feita: (todo o

art. Lei nº 11.689/2008)

� I – pessoalmente ao acusado, ao defensor nomeado e ao

Ministério Público;

� II – ao defensor constituído, ao querelante e ao assistente do

Ministério Público, na forma do disposto no § 1o do art. 370

deste Código.

� § único. Será intimado por edital o acusado solto que não for

encontrado.

Fase de preparação do julgamento� Art. 422. Ao receber os autos, o presidente do Tribunal do Júri determinará a intimação

do órgão do Ministério Público ou do querelante, no caso de queixa, e do defensor,

para, no prazo de 5 dias, apresentarem rol de testemunhas que irão depor em plenário, até

o máximo de 5, oportunidade em que poderão juntar documentos e requerer diligência.

(Lei nº 11.689, de 2008)

� Art. 423. Deliberando sobre os requerimentos de provas a serem produzidas ou exibidas no

plenário do júri, e adotadas as providências devidas, o juiz presidente: (todo o art. Lei nº

11.689, de 2008)

� I – ordenará as diligências necessárias para sanar qualquer nulidade ou esclarecer fato

que interesse ao julgamento da causa;

� II – fará relatório sucinto do processo, determinando sua inclusão em pauta da

reunião doTribunal do Júri. (entregues aos jurados)

Ordem do julgamento

� 1. Réus presos têm prioridade;

� 2. Dentre os acusados presos, aquele que estiver a mais

tempo na prisão;

� 3. Igualdade de condições – aquele que foi pronunciado

anteriormente

Abertura da sessão:

� É indispensável a presença de pelo menos 15 jurados;jurados impedidos e suspeitos são computados.

Ausências injustificadas:� MP – não é possível a nomeação de promotor ad hoc (promotor para o ato); a sessão

de julgamento deve ser adiada, comunicando ao Procurador Geral de Justiça;

� Advogado do querelante – hipóteses do querelante no júri:

◦ 1. Nas hipóteses de ação penal privada subsidiária da pública – o MP reassume a ação;

◦ 2. Nas hipóteses de ação penal exclusivamente privada – causa de perempção, pois não

será possível o pedido de condenação;

� Acusado – antes das alterações da lei 11.689/2008, se o crime fosse inafiançável, não

era possível o julgamento sem a presença do acusado; com a lei, a ausência injustificada

do acusado não impede a realização do julgamento; (o direito ao silencia é preservado)

Ausências injustificadas:

Advogado- Testemunhas

� Ausência do advogado do acusado – a OAB deverá ser

comunicada, devendo o juiz intimar o acusado para que constitua novo

advogado; sobre sorte de nomeação da defensoria;

� Ausência do assistente da acusação – o julgamento será realizado

normalmente;

� Ausência das testemunhas – cláusula de imprescindibilidade – se a

testemunha tiver sido arrolada sobre a cláusula de imprescindibilidade,

o julgamento poderá ser adiado uma única vez caso tal testemunha não

compareça; art. 461, CPP;

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Instauração da sessão de julgamento

� Escolha do conselho de sentença – juiz vai fazendo o sorteio e

as partes podem fazer as recusas dos jurados; a defesa fala

primeiro;

� Recusa motivada – podem ser realizadas quantas quiserem;

� Recusa imotivada – recusa peremptória – cada parte tem

direito a 3;

Inicio da instrução em plenário� Ordem dos atos:

� 1. Declarações do ofendido;

� 2. Oitiva de testemunhas de acusação e defesa;

� 3. Interrogatório do acusado;

◦ Na hora das perguntas, vige o sistema do cross-examination em relação a oitiva do ofendido

e das testemunhas; (hoje esta em vigor tanto no júri como no procedimento comum);

significa que as perguntas são formuladas diretamente as testemunhas;

◦ Em oposto, era o sistema presidencialista – onde se dirigia ao juiz e esse perguntava a

vitima e as testemunhas;

◦ As perguntas formuladas pelos jurados deverão passar ao juiz;

Leitura de Peças em Plenário

� Art. 479. Durante o julgamento não será permitida a leitura de

documento ou a exibição de objeto que não tiver sido juntado aos autos

com a antecedência mínima de 3 dias úteis, dando-se ciência à outra

parte. (todo art. Lei nº 11.689/2008)

� § ú. Compreende-se na proibição deste artigo a leitura de jornais ou qualquer

outro escrito, bem como a exibição de vídeos, gravações, fotografias,

laudos, quadros, croqui ou qualquer outro meio assemelhado, cujo

conteúdo versar sobre a matéria de fato submetida à apreciação e julgamento

dos jurados.