tribunal de contas do município de são paulo nº 38 ... · nais e em procedimentos...

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Nos dias 16, 17, 18 e 19 de outubro, foi realizado, no plenário do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, o XI Seminário Nacional do TCMSP, que tratou do tema O Processo Civil Reformado . O evento, or- ganizado pelo TCM em parceria com a Faculdade Autônoma de Direito – FADISP, contou com a presença de desembargadores e professores da Faculdade. O objetivo foi contribuir para uma interpretação adequada das matérias e conteúdos normativos atingidos pelas últimas reformas do Código de Processo Civil. X SEMINÁRIO DO TCMSP DEBATEU A PREVIDÊNCIA SOCIAL DOS SERVIDORES PÚBLICOS Aconteceu, no Tribunal de Contas do Município de São Paulo, nos dias 8, 9 e 10 de outubro, o X Seminário Nacional do TCMSP com o tema central Previdên- cia Social dos Servidores Públicos - Regimes e Gestão . A importância do evento, realizado em parceria com a ABIPEM e a APEPREM, foi destacada por todos os palestrantes, entre eles, renomados especialistas na área, de várias partes do Brasil, representantes do Ministério da Previdência Social, do Poder Judiciário, de entidades previdenciárias e do meio acadêmico, com a presença de pro- fessores da USP, PUC e Mackenzie. Também estiveram presentes, representantes dos tribunais de contas dos estados de São Paulo e do Rio Grande do Sul e do Ministério Público de Contas do Tribunal de Contas do Distrito Federal. As propostas, críticas e resultados dos debates estarão contemplados na Carta de São Paulo, que será redigida em parceria com as entidades previdenciárias presentes no seminário, para posterior encaminhamento às autoridades compe- tentes, aos partici- pantes do evento e ao meio especiali- zado. Tribunal de Contas do Município de São Paulo Nº 38 Setembro/Outubro - 2007 www.tcm.sp.gov.br ISO 9001 SEMINÁRIOS NACIONAIS TCMSP Escola de Contas convocou os alunos aprovados no processo seletivo para o curso de pós-graduação Lato Sensu em Administração Pública. DIREITO PROCESSUAL CIVIL FOI TEMA DO XI SEMINÁRIO NACIONAL DO TCMSP Pág. 3 Pág. 11 Pág. 10

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Nos dias 16, 17, 18 e 19

de outubro, foi realizado, no

plenário do Tribunal de Contas do

Município de São Paulo, o XI Seminário

Nacional do TCMSP, que tratou do tema

O Processo Civil Reformado. O evento, or-

ganizado pelo TCM em parceria com a Faculdade

Autônoma de Direito – FADISP, contou com a presença

de desembargadores e professores da Faculdade. O

objetivo foi contribuir para uma interpretação adequada das

matérias e conteúdos normativos atingidos pelas últimas reformas

do Código de Processo Civil.

X SEMINÁRIO DO TCMSP DEBATEU A PREVIDÊNCIA SOCIAL DOS SERVIDORES PÚBLICOSAconteceu, no Tribunal de Contas do Município de São Paulo, nos dias 8, 9 e 10 de outubro, o X Seminário Nacional do TCMSP com o tema central Previdên-cia Social dos Servidores Públicos - Regimes e Gestão. A importância do evento, realizado em parceria com a ABIPEM e a APEPREM, foi destacada por todos os palestrantes, entre eles, renomados

especialistas na área, de várias partes do Brasil, representantes do Ministério da Previdência Social, do Poder Judiciário, de entidades previdenciárias e do meio acadêmico, com a presença de pro-fessores da USP, PUC e Mackenzie. Também estiveram presentes, representantes dos tribunais de contas dos estados de São Paulo e do Rio Grande do Sul e do Ministério Público de Contas do Tribunal de Contas do Distrito Federal. As propostas, críticas e resultados dos debates estarão contemplados na Carta de São Paulo, que será redigida em parceria com as entidades previdenciárias presentes no seminário, para posterior encaminhamento às autoridades compe-tentes, aos partici-pantes do evento e ao meio especiali-zado.

Tribunal de Contas do Município de São Paulo Nº 38 Setembro/Outubro - 2007

www.tcm.sp.gov.br

ISO 9001

SEMINÁRIOS NACIONAIS TCMSP

Escola de Contas convocou os alunos aprovados no processo seletivo para o curso de pós-graduação Lato Sensu em Administração Pública.

DIREITOPROCESSUAL

CIVIL FOI TEMADO XI SEMINÁRIO

NACIONAL DO TCMSP

Pág. 3 Pág. 11

Pág. 10

O conselheiro corregedor do TCM, Roberto Braguim, esteve na cidade de Florianópolis, Estado de Santa Catarina, para participar, nos dias 17 e 18 de outubro, do IV Encon-tro do Colégio de Corregedores dos Tribunais de Contas do Brasil

Durante o evento, o presiden-te da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (ATRI-CON) e conselheiro do Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul, Victor Faccioni, destacou o relevante papel das corregedorias. O presidente do Instituto Rui Barbosa e conselheiro de Tribunal de Contas de Santa Ca-tarina, Salomão Ribas, referiu-se aos principais objetivos desses órgãos, quais sejam, apurar irregularidades em processos analisados pelos tribu-nais e em procedimentos administra-tivos, bem como os desvios de condu-tas funcionais.

As conclusões do IV ECCOR foram contempladas na Carta de Flo-rianópolis, elaborada no final do en-contro, na qual constou o conteúdo a seguir.

CONSELHEIRO ROBERTO BRAGUIM PARTICIPOU DOENCONTRO DE CORREGEDORES EM FLORIANÓPOLIS

rias dos Tribunais de Contas do Bra-sil;

INCENTIVAR a implantação de Ouvidorias nos Tribunais de Contas, considerando sua importância como instrumento de controle social e fator de transparência na apuração dos fa-tos denunciados;

APOIAR o intercâmbio entre técnicos das Corregedorias e Ouvido-rias dos Tribunais de Contas Brasilei-ros;

DEMONSTRAR a preocupação com a efetividade das decisões das Cortes de Contas, mormente no que toca ao recolhimento dos débitos e multas imputados pelos Tribunais de Contas.

Florianópolis, 18 de outubro de 2007.”

No encerramento dos trabalhos, aconteceu a eleição do novo presi-dente do Colégio de Corregedores, Fernando Augusto Mello Guimarães - TCE/PR, em substituição a Fernan-do José de Melo Correia - do TCE/PE. Também foram eleitos os novos vice-presidente e secretário geral do Colé-gio, respectivamente, Severiano José de Aguiar - TCE/TO e Antônio Carlos de Andrada - do TCE/MG.

Os próximos encontros do Co-légio de Corregedores serão realiza-dos em março de 2008, na cidade do Rio de Janeiro - RJ, e em outubro do mesmo ano, na cidade de Belo Hori-zonte – MG.

“Carta de Florianópolis

O Colégio de Corregedores dos Tribunais de Contas do Brasil, reunido na cidade de Florianópolis, no Esta-do de Santa Catarina nos dias 17 e 18 de outubro de 2007, reafirmando a importância da sua efetiva atuação na busca pelo aperfeiçoamento das ações do controle externo da Admi-nistração Pública brasileira, decidiu, com vistas à uniformização e aprimo-ramento das atividades de correição dos Tribunais de Contas do Brasil, por unanimidade:

DESTACAR a importância da estreita interação entre as Corregedo-rias dos Tribunais de Contas do Brasil para o aperfeiçoamento das ações do controle externo da Administração Pública brasileira;

ENFATIZAR a relevância da busca da uniformização de procedi-mentos entre as diversas Corregedo-

N O T A S

O IV Eccor reuniu mais de 100 participantes de todo o país

Fot

o: A

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C

3

S E M I N Á R I O

X SEMINÁRIO DO TCMSP DISCUTIU A PREVIDÊNCIASOCIAL DOS SERVIDORES PÚBLICOS

O Tribunal de Contas do Mu-

nicípio de São Paulo reali-

zou, nos dias 8, 9 e 10 de

outubro, o X Seminário Nacional do

TCMSP com o tema central Previdên-

cia Social dos Servidores Públicos

- Regimes e Gestão. A importância

do evento, realizado em parceria com

a ABIPEM e a APEPREM, foi desta-

cada por todos os palestrantes, en-

tre eles, renomados especialistas na

área, de várias partes do Brasil (Rio

Grande do Sul, Distrito Federal, San-

ta Catarina, Rio de Janeiro, Paraná),

representantes do Ministério da Pre-

vidência Social, do Poder Judiciário,

de entidades previdenciárias e do

meio acadêmico, com a presença de

professores da USP, PUC e Macken-

zie. Também estiveram presentes, re-

presentantes dos tribunais de contas

dos estados de São Paulo e do Rio

Grande do Sul e do Ministério Público

de Contas do Tribunal de Contas do

Distrito Federal. As propostas, críti-

cas e resultados dos debates estarão

contemplados na Carta de São Paulo,

que será redigida em parceria com as

entidades previdenciárias presentes

no seminário, para posterior encami-

nhamento às autoridades competen-

tes, aos participantes do evento e ao

meio especializado.

O sistema previdenciário bra-

sileiro foi alvo de reformas constitu-

cionais recentes, que proporcionaram

significativas mudanças nos Regimes

Próprios de Previdência Social dos

Servidores Públicos – RPPS.

O secretário geral do TCE de São Paulo, Sérgio Ciquera Rossi, um dos palestrantes do seminário. A diretora do Departamento Pessoal do TCE de São Paulo,Marli Nascimento (à esq.), também ministrou palestra durante o evento

João Carlos Figueiredo, presidente da APEPREM e ABIPEM, associações parceiras no seminário sobre Previdência

O conselheiro do TCE do Rio Grande do Sul, Helio Saul Mileski, ao lado do presidente Antonio Carlos Caruso e do vice-presidente Edson Simões

S E M I N Á R I OAs alterações suscitam inúmeras

dúvidas, e o Tribunal, atento à pre-

mente necessidade de debates para

a superação dos desafios imediatos e

do aprimoramento do novo modelo de

previdência em construção no país,

abriu espaço para esse intercâmbio

tão necessário ao crescimento e ao

aperfeiçoamento das instituições pú-

blicas e privadas.

Foram três dias de evento, divi-

didos nos seguintes temas centrais,

respectivamente: “A Constituição e

a Previdência Social dos Servidores

Públicos”; “Regimes Próprios e Seus

Aspectos Polêmicos” e “Gestão Pre-

videnciária”.

A abertura do seminário

foi realizada pelo presidente do

TCM, Antonio Carlos Caruso, e pelo

presidente da ABIPEM - Associação

Brasileira de Instituições de

Previdência Estaduais e Municipais e

da Associação Paulista das Entidades

de Previdência Municipal - APEPREM,

João Carlos Figueiredo.

Em seguida, os participantes

assistiram a uma Aula Magna

ministrada pelo conselheiro do TCE do

Rio Grande do Sul, Hélio Saul Mileski,

com o tema “Regime Jurídico Único dos

Servidores e a Previdência”. Durante a

sua explanação, o conselheiro Mileski

destacou que a mudança efetuada no

sistema de aposentadoria do servidor

público efetivo, além de passar de um

sistema assistencial para um sistema

contributivo, alterando os requisitos

necessários à aposentação-benefício,

também operou uma modificação no

valor do provento e, agora, em face

das várias modificações, pode ser

integral ou proporcional.

A segunda palestra do dia foi

proferida pelo professor e procurador

do Instituto Nacional de Seguridade

Social- INSS, Daniel Pulino, que dis-

correu sobre “Autonomia dos Entes

Federativos para Legislar sobre a

Previdência dos Servidores”, escla-

recendo aos presentes qual o papel

dos Estados, do Distrito Federal e

dos Municípios para editarem Leis de

Previdência do servidor público. Logo

após, a coordenadora geral de Nor-

matização e Acompanhamento Legal

dos Regimes de Previdência no Servi-

ço Público, Zanita de Marco, abordou

o tema “A Competência do Ministério

da Previdência na Fiscalização dos

Regimes Próprios”. Segundo ela, a

Lei nº 9.717 determina que o Ministé-

rio da Previdência normatize, oriente

e supervisione os Regimes Próprios

do Servidor.

Na parte da tarde, os traba-

lhos retornaram com a professora e

procuradora aposentada do Muni-

cípio de São Paulo, Dinorá Musetti

Grotti que, na palestra sobre “Limite

Constitucional de Remuneração”, tra-

tou a questão do teto remuneratório

dos servidores públicos. Dando pros-

seguimento, o procurador do Minis-

tério Público de Contas do Tribunal

de Contas do Distrito Federal, Inácio

Magalhães Filho, o secretário geral

do Tribunal de Contas do Estado de

São Paulo, Sérgio Ciquera Rossi e a

diretora do Departamento Pessoal do

TCESP, Marli Pereira do Nascimento

falaram sobre “A Competência dos

Tribunais de Contas em Matéria Pre-

videnciária”. Primeiro a falar sobre o

assunto, o procurador do MP de Con-

tas do Tribunal de Contas do Distrito

Federal, esclareceu que a competên-

Paulo Pastori

Ana Cruz de Moraes

Demetrius Hintz

Sebastião Luz de Brito

Magadar Briguet

S E M I N Á R I Ofoi ministrado pela chefe-substituta

da Divisão de Compensação do

INSS, Lenira Melo Soares, que,

segundo ela, refere-se ao encontro

de contas entre o Regime Geral com

os Regimes Próprios de Previdência.

A coordenadora da Coordenação de

Normatização e Acompanhamento

Legal dos Regimes de Previdência

no Serviço Público, Laura Maria

Gomes, discorreu sobre as

“Reformas Constitucionais e Regras

de Concessão de Benefícios”, mais

especificamente sobre as emendas

nº 20, 41 e 47, que trouxeram

muitas modificações em termos

de previdência, principalmente as

relativas às regras de concessão de

benefícios. Para finalizar os trabalhos

do segundo dia de evento, o gerente

executivo do INSS de Bauru, Josué

Lopes Moreira Filho e o chefe da seção

de Gerenciamento de Benefícios por

incapacidade do INSS de Bauru,

Samir Salmen, fizeram explanações

sobre “Perícia Médica e Benefícios

concedidos por incapacidade”, o

que para eles foi uma oportunidade

ímpar de trocar informações entre o

Regime Geral da Previdência Social e

os Regimes municipais que estão em

fase de aperfeiçoamento.

No último dia do evento, o

assistente técnico de Direção na Se-

cretaria de Gestão do Município de

São Paulo, Sebastião Luz de Brito,

ministrou palestra sobre “Tempo de

Serviço Público e de Contribuição

- Averbação”, na qual ele abordou a

questão do tempo de serviço e con-

tribuição no serviço público e privado

e também sobre a comprovação des-

se tempo através de uma certidão,

além dos cuidados que os órgãos

cia que cabe aos Tribunais, em todos

os âmbitos, é a de controlar as despe-

sas em relação aos servidores públi-

cos. Segundo Sérgio Ciquera Rossi,

os Tribunais de Contas detêm duas

competências importantes: apreciar,

para fins de registros, os atos de con-

cessão de aposentadorias, pensões

e reforma e julgar as contas dos ad-

ministradores de qualquer entidade

previdenciária que gerencie dinheiro

público. Marli Pereira do Nascimento

destacou as principais dúvidas dos

servidores com as quais se depara na

sua rotina de trabalho, entre elas, as

que se referem à remuneração, pro-

ventos, pensão e paridade.

A última palestra do primei-

ro dia foi proferida pelo juiz do Tribunal

Regional do Trabalho da 12ª Região-

SC, Carlos Alberto Pereira de Castro,

sobre “O Poder Judiciário e o Regime

de Previdência Único”, durante a qual

apresentou a análise de algumas deci-

sões emitidas pelo Poder Judiciário a

respeito das Reformas da Previdência.

No segundo dia de evento, o procurador federal Miguel Horvath Júnior iniciou a série de debates abordando o tema “O Regime de Previdência dos Cargos de Confiança e dos Servidores Temporários”, e falou sobre os cargos em comissão e os seus efeitos nos Regimes Próprios. Em seguida, a assessora de Controle Externo do TCM e procuradora aposentada do Município de São Paulo, Magadar Briguet, palestrou sobre “Fixação de Proventos e Pensões”, com o objetivo de estabelecer quais os critérios a serem adotados, depois das emendas reformadoras, para que o servidor calcule sua aposentadoria.

O tema “Compensação Previdenciária”

Helio Mileski

Marli Pereira do Nascimento

Lenira Melo Soares

Zanita de Marco

Inácio Magalhães Filho

devem ter para expedi-la. Logo após,

o procurador federal André Oliveira

da Silva tratou o tema “Reajuste dos

Benefícios Previdenciários - Parida-

de”, traçando um panorama pré e pós

emenda 41 de 2003, especialmente

no que diz respeito à paridade. Na

parte da tarde, o Superintendente do

Instituto de Previdência do Estado de

São Paulo - IPESP, Carlos Henrique

Flory, abordou o assunto “A Consti-

tuição de Fundos e o Órgão Gestor”,

destacando a importância da Refor-

ma Previdenciária e o desafio de im-

plantar, no Estado de São Paulo, um

órgão gestor único de Previdência.

A procuradora aposentada do

Estado de São Paulo e assessora ju-

rídica da Universidade de São Paulo,

Maria Garcia, encerrou o seminário

apresentando o tema “Visão Crítica

das Emendas Constitucionais na Pre-

vidência dos Servidores”, ressaltando

o caráter das Políticas Públicas da

Previdência Social.

Além dos ilustres palestrantes,

participaram como debatedores, o

procurador do município do Rio de

Janeiro, Alberto Guimarães Júnior, a

professora e procuradora aposentada

da Prefeitura do Município de São

Paulo, Lívia Maria Armentano

Koenigstein Zago, a procuradora

chefe da Consultoria Jurídica da

Universidade de São Paulo, Ana Cruz

de Moraes, a assessora previdenciária

do Instituto de Previdência dos

Servidores do Município de Curitiba,

Majoly Aline dos Anjos Hardy, o

advogado e consultor jurídico da

Câmara Municipal de Jacareí e da

Anepren, Antônio Gilberto Silvério,

o professor e procurador federal,

André Oliveira da Silva, o bacharel

S E M I N Á R I O

Zélia Luiza Pierdoná

Alberto Guimarães Júnior

André Oliveira da Silva

Anita Carolina PetrinSérgio Ciquera Rossi

Lívia Maria Zago

Maria Garcia

Euclides Augusto Queiroz Esteves

Dinorá Musetti Grotti Majoly Hardy

S E M I N Á R I Oem Ciências Jurídicas e responsável

pela COMPREV no Instituto de

Previdência de Guarulhos – SP,

Euclides Augusto Queiroz Esteves,

a Procuradora da República, Zélia

Luiza Pierdoná, a assistente social e

diretora de benefícios do Instituto de

Previdência e Benefícios de Jundiaí,

Anita Carolina Lunardi Petrin, o vice-

prefeito de Ribeirão Preto, presidente

da Comissão de Seguridade da OAB-

SP e superintendente do Instituto de

Previdência de Ribeirão Preto, Paulo

Pastori, a procuradora aposentada do

Município de São Paulo e assessora

técnica de controle externo do TCM,

Magadar Briguet, e o presidente do

Instituto de Previdência do Estado de

Santa Catarina, Demetrius Ubiratan

Hintz.

O Seminário contou com o apoio

do Banco Santander Banespa, da

Porto Seguro Seguros, da Corretora

de Seguros Marques Quatrochi e

da Faculdade de Gastronomia da

UNIFMU.

Também participaram do even-

to, a Banda de Música do Comando

Militar do Sudeste e a Camerata da

Polícia Militar do Estado de São Paulo.

A íntegra das palestras e a

síntese do X Seminário Nacional do

TCMSP estarão disponíveis em breve

no site do Tribunal de Contas do

Município de São Paulo, no endereço:

www.tcm.sp.gov.br.

Vários palestrantes e debate-

dores contribuíram com artigos sobre

os temas tratados durante o seminá-

rio, que estão publicados nas páginas

desta edição do TCM Informativo.

Antônio Gilberto Silvério

Carlos Alberto Pereira de Castro

Laura Maria Gomes

Miguel Horvath Júnior Samir Salmen

Josué Moreira Filho

Carlos Henrique Flory

Daniel Pulino

No último dia 30, no plenário do TCM, aconteceu a reunião da Subse-cretaria de Fiscalização e Controle, com o objetivo de disseminar informações, integrar técnicos da Casa e apresentar um diagnóstico da situação dos órgãos e entidades da Prefeitura do Município de São Paulo.

Os coordenadores das sete coordenadorias do Tribunal de Contas e a supervisora da Unidade Técnica de Aposentadoria e Pensões apresentaram um balanço sobre o trabalho realizado entre janeiro e setembro de 2007, além dos objetivos para o próximo exercício.

O coordenador da Coordenadoria 7, Dílson Ferreira Júnior, iniciou os trabalhos esclarecendo que a sua equipe tem a função primordial de auxiliar a SFC no seu planejamento. Cabe à coordenadoria, a consolidação do planejamento de todas as demais, realização de estudos sobre a normatização técnica das áreas da Subsecretaria e monitoração dos índices de produtividade e desenvolvimento de novos aplicativos, juntamente com o Núcleo de Tecnologia da Informação.

Para o futuro, a C7 pretende de-senvolver dois projetos, como esclarece o coordenador: “um, que denominamos provisoriamente de “Projeto Limpo”, cuja idéia central é a integração de todos os sistemas e atividades da SFC. O outro

é o “Portal TCidadão”. A proposta é disponibilizar aos cidadãos várias infor-mações de natureza or-çamentária, financeira e dados relativos à atuação da Administração Munici-pal.”

Segundo a falar, o coordenador da C1, Mar-cos Chust, destacou um assunto novo, que é o edi-tal de crédito de carbono

feito em parceria com as coordenado-rias 5 e 6. Segundo Chust, a venda de crédito de carbono foi negociada entre a Bolsa de Mercadorias e Futuros - BMF e participantes internacionais e tende a ser uma importante fonte de recursos para a Prefeitura. “Para 2008, pretende-mos fortalecer a orientação para resul-tados e intensificar os acompanhamen-tos de execuções contratuais”, concluiu Chust.

Em seguida, Marli de Fátima Castilho, coordenadora da Coordena-doria 3, ressaltou os benefícios trazidos pela concentração das análises dos adiantamentos na sua área. “O adianta-mento é um recurso que o administra-dor tem para fazer despesas excepcio-nais. Com esse trabalho concentrado, conseguimos perceber mais claramen-te inúmeras falhas, entre elas, descum-primento dos prazos legais e a utiliza-ção desse recurso para despesas que poderiam ser feitas pelo regime normal”, afirmou a coordenadora durante sua apresentação.

A proposta para 2008 da C3 é continuar o trabalho na concomitância dos atos da Prefeitura, principalmente no que diz respeito às análises de edital e execuções contratuais.

O quarto coordenador a apresen-tar foi João Carlos Chimara, da coorde-nadoria 6. Alguns pontos destacados

por ele referiram-se a irregularidades em relação a ausências de: formaliza-ção de alterações contratuais; autoriza-ção para subcontratação e de anotação de responsabilidade técnica da obra.

“Para o futuro nós consideramos importante o aperfeiçoamento dos acompanhamentos de editais e de exe-cuções contratuais, que são os produ-tos que dão mais relevância e retorno ao Tribunal e ao Município como um todo”, finalizou Chimara.

O coordenador da C2, Hamilton Sato, em sua apresentação, mencionou que no ano de 2007 houve uma alte-ração muito grande, de âmbito federal, com a instituição do Fundo de Manu-tenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Ma-gistério - FUNDEB. Segundo ele, os au-ditores da coordenadoria 2 têm se des-dobrado para acompanhar essa nova legislação. O objetivo para 2008 será a ampliação da realização de fiscaliza-ções concomitantes ao trabalho da Pre-feitura, por meio de acompanhamento de edital e de execução contratual.

Andreza Colombini Faganelli, da Unidade Técnica de Aposentadoria e Pensões, traçou um panorama da área, destacando alguns problemas de ordem formal e material, entre eles, erros de digitação, falta de junção de documentação, erro de apontamento para incorporação, valores referentes a ganhos judiciais que não estão sendo devidamente aplicados nas aposentadorias e pensões e ausência de parcelas que compõem os proventos.

“Nós temos um volume muito grande de entradas por dia e saídas de cerca de 200 por mês. É um trabalho árduo”, afirmou Andreza. O futuro da Unidade, que segundo ela realiza um trabalho de cunho fundamental para todos os servidores, é a inovação que estará presente na informatização,

SFC DISCUTE RESULTADOS E ESTABELECEOBJETIVOS PARA 2008

N O T A S

Coordenadores e subsecretário da SFC com o presidente do TCM,Antonio Carlos Caruso

na mudança de conceitos e no aprimoramento de procedimentos.

Penúltimo coordenador a falar, Mario Massanao Nishimoto, da coordenadoria 5, apontou alguns problemas encontrados nas auditorias realizadas entre janeiro e setembro de 2007: falhas nos corredores de ônibus, abrigos, pavimentação e morosidade na atuação das juntas de recursos de infrações no trânsito. Para 2008, a coordenadoria pretende ampliar e aperfeiçoar o trabalho já desenvolvido.

Mara Regina Fregonezi, coordenadora da Coordenadoria 4,

fechou as apresentações enfatizando que os auditores de sua equipe não vão à Secretaria Municipal de Saúde e sim à gestão local, com o objetivo de tornar o trabalho de auditoria uma ponte entre o secretário de saúde e o gestor, que fica próximo à população.

“A nossa proposta para 2008 é observar a eficiência do planejamento e controle interno na área da saúde municipal”, concluiu a coordenadora.

Fechando os trabalhos, a palavra foi retomada pelo subsecretário de Fiscalização e Controle do TCM, Lívio Mário Fornazieri, que elogiou a

evolução percebida nas apresentações dos coordenadores desde a última reunião.

“Com os dados apresentados nessa reunião, faremos um levanta-mento de informações, uma análise crítica daquilo que é repetitivo na Pre-feitura e, com isso, tentaremos identifi-car métodos de trabalho com os quais poderemos evitar esses erros”, afirmou Fornazieri.

Na ocasião, o presidente Antonio Carlos Caruso cumprimentou os servidores do órgão pelo trabalho realizado.

ARTIGO PUBLICADO NO TCMINFORMATIVO FOI CITADO EM

DECISÃO DO TRIBUNAL DE CONTAS DE MATO GROSSO

O TCE de Mato Grosso, em uma decisão de 2005 sobre o alcance das vedações impostas pelo parágrafo único do art. 21 da Lei de Responsabilidade Fiscal, a partir de uma consulta formulada pela Procuradoria Geral de Justiça, citou um artigo de autoria do então assessor de gabinete da Presidência do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, Nelson Takeo Shimabukuro, publicado no TCM Informativo número 25, sob o título “Restrições de Final de Mandato no Âmbito da Lei de Responsabilidade Fiscal: implicações penais e aspectos controvertidos”.

Entre os fundamentos da decisão, foi utilizado o trecho reproduzido abaixo:

“Importante asseverar, consubs-

tanciado em ressalva feita pelo Dr. Nelson Takeo Shimabukuro, em artigo intitulado ´Restrições de Final de Mandato no Âmbito da Lei de Responsabilidade Fiscal: implicações penais e aspectos controvertidos’, publicado no Informativo do Tribunal de Contas do Município de São Paulo de Janeiro/Fevereiro de 2005, que o entendimento aqui não elide a vedação quanto ao provimento de cargos no caso de atingimento do limite prudencial da despesa total com pessoal ou ainda do limite máximo, conduta esta proibida durante todo o mandato, de acordo com o art. 22, parágrafo único, inciso IV da LRF, ressalvada a reposição de servidores nas áreas de educação, saúde e segurança”.

N O T A S

A 21ª Reunião de Análise Críti-ca pela Alta Direção do Tribunal de Contas do Município de São Paulo foi realizada no dia 10 de outubro. O encontro aconteceu com o ob-jetivo de avaliar o desempenho do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) do TCM, seus resultados, oportunidades de melhoria e ne-cessidades de mudança.

O planejamento estratégico e os procedimentos adotados pela administração do TCM para criar consciência de qualidade em to-dos os processos organizacionais foram os temas centrais da reu-nião. Também foram discutidos os sistemas de documentação eletrô-nica, layout e Promoex.

21ª REUNIÃO DE ANÁLISE

CRÍTICAPELA ALTADIREÇÃO

10

ESCOLA DE CONTAS INICIARÁ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A Escola de Contas “Conselheiro Eurípedes Sales”, vinculada ao Tribunal de Contas do Município de São Paulo iniciará, em março de 2008, a primeira turma do curso de pós-graduação lato sensu em Administração Pública.

A convocação dos 20 primeiros servidores do Município de São Paulo - entre eles, servidores do próprio Tribunal de Contas do Município - e 10 não-servidores, foi publicada no Diário Oficial da Cidade no dia 18 de outubro. Os alunos classificados

participaram de um processo seletivo realizado, em setembro, pelo Instituto Cetro.

A Escola de Contas “Conselheiro Eurípedes Sales”, assim denominada em homenagem ao conselheiro idealizador, criador e dirigente do centro de estudos, oferece regularmente 27 cursos de curta duração para servidores de nível superior e médio. São destinados a promover a capacitação mediante atualização e reciclagem, evitando o desperdício do dinheiro público

e reduzindo as incorreções nos processos examinados pelo Tribunal de Contas.

O curso de pós-graduação, aprovado pelo MEC, será o primeiro gratuito a ser oferecido no Brasil. Trata-se de mais uma contribuição da Escola de Contas à municipalidade, com o objetivo de oferecer conhecimentos exigidos pelas novas demandas no setor público, principalmente em função da responsabilidade fiscal e das exigências por serviços públicos eficientes e eficazes.

N O T A S

TCMSP PARTICIPOU DO SEMINÁRIO NACIONAL SOBRE LEI PROCESSUAL

A subchefe da Assessoria de Controle Externo do TCM, Izabel Ca-margo Lopes Monteiro, participou do “II Seminário sobre Lei Processual dos Tribunais de Contas”. O evento, realizado no dia 19 de outubro, inte-grou o calendário de atividades do “Programa Nacional de Modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados, Distrito Federal e Municípios Brasileiros – Promoex” – implantado pelos Tribunais de Contas em convê-nio com a ATRICON.

Sediado pelo Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, o seminário teve por objetivo a discussão de um siste-ma único para o exercício do controle, com uma norma nacional para os pro-cessos sem, contudo, afetar as pecu-liaridades de cada órgão que editarão as normas para seus procedimentos.

A comissão para tratar do assun-to tem como presidente o ministro do Tribunal de Contas da União, Benja-min Zymler, e como relator, o conse-lheiro do Tribunal de Contas do Esta-do do Rio Grande do Sul, Hélio Saul Mileski. Eles compuseram a mesa do Seminário, acompanhados pelos de-mais membros da comissão e dois conferencistas do evento: os juristas Diogo de Figueiredo Moreira Neto e Juarez de Freitas que assessoram a comissão na elaboração da Lei.

Os palestrantes discorreram so-bre a compilação das informações fornecidas pelos Tribunais de Contras - através das respostas a um questio-nário entregue no I Seminário, reali-zado em dezembro de 2006, no qual cada Tribunal relatou a sua experiên-cia no tocante a processos. A subche-fe da assessoria de Controle Externo, Izabel Monteiro, avaliou a discussão

muito oportuna. Segundo ela, os Tri-bunais de Contas têm que participar atentamente desses seminários por-que a partir do momento que essa lei for editada, terá de ser cumprida por todos.

Dentre as matérias abordadas, mencionou-se a definição do terceiro e demais interessados; definição de medidas cautelares em tempo hábil, para viabilizar o controle prévio; re-gulamentação da ação e deveres dos fiscalizados, vedando atos protelató-rios atentatórios ao exercício da fisca-lização.

O III Seminário Nacional sobre Lei Processual dos Tribunais de Contas – Promoex acontecerá em novembro do ano corrente, ocasião em que será feita a apresentação do anteprojeto que, segundo Izabel Monteiro, deverá ser discutido de maneira mais concre-ta, inclusive, em formato de lei.

Composição da mesa no II Seminário Nacional sobre Lei Processual dos TCs – Promoex

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PROCESSO CIVIL REFORMADO EMDEBATE NO TCMSP

O Tribunal de Contas do Município de São Paulo realizou, nos dias 16, 17, 18 e

19 de outubro, o XI Seminário Nacional do TCMSP, com o tema O Processo Civil Reformado. A Faculdade Autônoma de Direito de São Paulo – FADISP foi parceira no evento, com a organização da professora Thereza Alvim e a colaboração do procurador-chefe da Fazenda Municipal, Gianfancesco Genoso, que intermediou os contatos para a efetivação da parceria. O professor doutor José Manoel de Arruda Alvim

Netto, um dos mais importantes nomes do Direito Processual Civil, foi homenageado pelo colegiado do TCM, em reconhecimento à relevante contribuição que oferece aos que atuam na área do Direito. Na ocasião, recebeu das mãos do secretário geral do órgão, João Alberto Guedes, uma honraria em bronze.

Com o objetivo de contribuir para uma interpretação adequada das matérias e conteúdos normativos atingidos pelas últimas reformas do Código de Processo Civil, o evento contou com palestras proferidas por

desembargadores e professores da FADISP.

O seminário foi oficialmente aberto pelo presidente do TCM, An-tonio Carlos Caruso. Estiveram pre-sentes, os deputados estaduais Jor-ge Caruso e Uebe Rezeck e o verea-dor da cidade de São Paulo, Antonio Goulart.

O professor e desembargador Newton de Lucca proferiu a palestra inaugural “Informatização do Proces-so”, um assunto polêmico. O profes-sor citou, por exemplo, a lei 11.419, de dezembro de 2006 que, segundo

S E M I N Á R I O

Na foto (da esq. para a dir.), o vice-presidente do TCM, Edson Simões, o deputado estadual Jorge Caruso, o presidente do TCM, Antonio Carlos Caruso, o professor e desembargador Newton de Lucca, o deputado estadual Uebe Rezeck, o conselheiro do TCM, Eurípedes Sales e o vereador da cidade de São Paulo, Antonio Goulart no

primeiro dia do XI Seminário Nacional do TCMSP

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ele, proporcionou um verdadeiro salto na tentativa da substituição progressi-va do papel pelos meios eletrônicos, mas, ao mesmo tempo, é objeto de profundos questionamentos e ações de inconstitucionalidade. Para o pa-lestrante, a informatização do proces-so é apenas parte de uma problemá-tica geral, qual seja, a transformação do mundo moderno - e conseqüente-mente do Direito que o regula -, pelas novas tecnologias informacionais.

Com o tema “Inovação do Pro-cesso Civil”, o segundo dia do evento ficou sob a responsabilidade do pro-fessor doutor José Manoel de Arruda Alvim Netto. Na oportunidade, discor-reu a respeito do Código de Processo Civil na sua atual feição, considera-das as alterações advindas das leis 11.232 e 11.382, que se direcionaram a propiciar uma nova metodologia à execução do título judicial e do título extrajudicial.

No dia 18, o professor e desem-bargador Marcus Vinícius dos Santos Andrade discorreu sobre “Execução de Título Extrajudicial”. Segundo o

palestrante, a discussão da Reforma do Processo Civil é fundamental e as alterações têm por objetivo tornar a atuação do Poder Judiciário cada vez mais eficiente. O professor doutor José Manoel de Arruda Alvim Netto fi-nalizou os trabalhos do seminário com o tema “Recursos”. Durante a sua ex-planação, o professor disse que os re-cursos são previstos em leis federais. A tipicidade dos recursos também foi abordada pelo professor. Citou como exemplo o recurso de apelação, que cabe das decisões finais que tenham ou não julgado o mérito.

No encerramento do evento, que contou com o apoio do Banco Santander Banespa e da Faculdade de Gastronomia da UNIFMU, apre-sentou-se o Coral dos Servidores do Tribunal de Contas do Município de São Paulo.

A íntegra das palestras e a sín-tese do XI Seminário Nacional do TCMSP estarão disponíveis em bre-ve no site do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, no endereço: www.tcm.sp.gov.br

Na foto (da dir. para a esq.), durante a homenagem ao professor José Manoel de Arruda Alvim Netto, o secretário geral do TCM, João Alberto Guedes, o procurador chefe da Fazenda Municipal, Gianfrancesco

Genoso, o homenageado, o vice-presidente do TCM, Edson Simões, o presidente do TCM, Antonio Carlos Caruso e a assessora do gabinete da Presidência, Yara Nascimento Tacconi

O professor José Manoel de Arruda Alvim Netto recebeu a honraria em reconhecimento à sua relevante

contribuição na área do Direito

O professor e desembargador Newton de Lucca (à dir.) durante a sua palestra, acompanhado do

conselheiro Eurípedes Sales

O professor e desembargador Marcus Vinícius dos Santos Andrade (à esq.) e o conselheiro vice-presidente do TCM, Edson Simões

Professor José Manoel de Arruda Alvim Netto (à esq.), ao lado do presidente do TCM, Antonio

Carlos Caruso

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Com o objetivo de apresentar os principais temas abordados no Curso de Práticas Administrativas, ministra-do na Escola de Contas do Tribunal de Contas do Município de São Pau-lo, a partir de outubro de 2003, enten-demos importante destacar a obriga-toriedade de licitação e os procedi-mentos que devem ser realizados na chamada “fase interna da licitação”.

Isso porque, em todas as oportunidades que proferimos palestras sobre o tema “licitação”, verificamos que a maior dificuldade das Administrações está na realização dos atos prévios à elaboração do edital – seja por falta de conhecimento da norma legal, seja por carência de pessoal para desenvolver os trabalhos necessários ou, ainda, por ausência de comprometimento com o

momento processual, acreditando, sempre, que eventuais falhas “serão corrigidas na licitação ou na execução do contrato”.

Na verdade, ocorre exatamente o contrá-rio. São as informa-ções trazidas nesse momento que serão consolidadas no edital e, por conseqüência, tornar-se-ão regras re-gedoras da licitação e do futuro contrato.

E é por esse motivo que reiteramos a im-portância dessa fase

prévia – tanto para a elaboração do edital, quanto para a formalização de uma contratação direta-, consideran-do-se que o conteúdo desses atos é fundamental para o sucesso do futuro contrato.

A OBRIGATORIEDADE DE LICI-

TAÇÃO E OS CASOS DE DISPENSA E INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO

A obrigatoriedade de licitação, como procedimento prévio à elabo-ração do contrato administrativo, é substrato do art. 2º da Lei Federal 8.666/93; norma geral sobre licitação e contrato administrativo, fundamen-tada no inciso XXI do art. 37 da Cons-tituição da República de 1988. Referi-do dispositivo legal assim dispõe:

“Art. 2º - As obras, serviços, in-clusive de publicidade, compras, alie-nações, concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei.

Parágrafo único – Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou en-tidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vín-culo e a estipulação de obrigações re-cíprocas, seja qual for a denominação utilizada.”

Eis a regra geral para aplicação do princípio da licitação: salvo as ex-ceções expressamente previstas na Lei 8.666/93 ou em outras normas federais, todas as contratações que se enquadrarem na definição trazida pelo parágrafo único do seu art. 2º de-verão ser precedidas de licitação.

Quanto à abrangência da citada norma, esta vem prescrita no “caput” do seu art. 1º e explicitada no pará-grafo único do mesmo dispositivo:

“Art. 1º - Esta Lei estabelece nor-mas gerais sobre licitações e con-tratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publici-dade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Parágrafo único – Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos

Izabel Camargo Lopes Monteiro [*]

A OBRIGATORIEDADE DA LICITAÇÃO E OS PROCEDIMENTOS INERENTES À SUA FASE INTERNA

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da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as funda-ções públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.”

Assim, a partir da vigência da Lei 8.666/93, suas normas gerais tornaram-se impositivas tanto para União, quanto para Estados, Distrito Federal e Municípios, bem como para as suas entidades da Administração Indireta, incluindo, ainda, os órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário e os Tribunais de Contas (arts. 117 e 118 da citada Lei 8.666/93).

Ainda sobre a abrangência da Lei Federal 8.666/93, seu art. 119 vem possibilitar que as sociedades de economia mista, empresas públicas, fundações públicas e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios editem regulamentos próprios, devidamente publicados, sujeitando-se, todavia, às disposições da mesma Lei 8.666/93.

Acrescente-se, por fim, a situação das empresas públicas, das sociedades de economia mista e de suas subsidiárias, que exploram atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, tratadas no § 1º do art. 173 da Constituição da República, as quais podem ter lei estabelecendo procedimentos próprios para licitação e contrato, observados os princípios da Administração Pública (cf. inciso III do citado dispositivo constitucional).

Dispensando-se, aqui, maiores comentários sobre o conceito de norma geral, e seguindo a orientação dos objetivos deste trabalho, permitimo-nos assim resumir a incidência da Lei

Federal 8.666/93 para os Entes da Federação:

• Na ausência de norma espe-cífica sobre licitação e contrato ad-ministrativo (estadual ou municipal), aplicam-se as disposições previstas na Lei Federal 8.666/93;

• Diante da existência de nor-ma específica (estadual ou munici-pal), a mesma deverá ser adotada, no que não contrariar as normas gerais da Lei Federal 8.666/93;

Esclarecida a necessidade de li-citação e o âmbito de aplicação dos dispositivos da Lei Federal 8.666/93, traremos breves comentários sobre as exceções à obrigatoriedade de licitação, em consonância com as disposições previstas na legislação federal.

Encontram-se nos incisos I e II do art. 17 e nos arts. 24 e 25 da Lei 8.666/93, as situações que dispen-sam e as que não exigem procedi-mento licitatório prévio.

Cumpre esclarecer, de forma enfática, que a dispensa ou a inexi-gibilidade de licitação não significa eliminação de processo próprio e de procedimentos prévios à contratação.

Isso significa que o processo de contratação direta, devidamen-te autuado, deve ser instruído com a justificativa da sua necessidade e enquadramento ao dispositivo legal pertinente (caracterização da exce-ção prevista em lei), além da razão da escolha do contratado e da justificati-va do preço (requisitos legais exigidos pelo parágrafo único do art. 26 da Lei 8.666/93).

É importante ressaltar que o en-quadramento da situação fática aos dispositivos que cuidam das hipóte-ses de dispensa ou de inexigibilidade de licitação deve considerar as qua-

lidades da empresa ou do objeto a ser contratado e as necessidades da Administração (o interesse público a ser atendido com a contratação). A compatibilidade entre a pessoa do contratado, o objeto do contrato e o fundamento legal é condição de legiti-midade para a contratação.

Escolhido o contratado, verificam-se suas condições de capacidade para celebrar contrato com a Adminis-tração Pública. Devem ser exigidos, no mínimo, os documentos compro-batórios de capacidade jurídica e de regularidade fiscal (com INSS, FGTS e Administração Contratante, em rela-ção aos tributos pertinentes ao objeto contratado).

A esses documentos, seguem a reserva orçamentária e o parecer da área jurídica que dará suporte legal à contratação direta.

Assim instruído o processo, esta-rá ele pronto para receber a ratifica-ção da autoridade superior, cujo des-pacho deverá ser publicado no prazo máximo de 5 dias, como condição de eficácia dos atos. É o que exige o art. 26 e parágrafo único da Lei 8.666/93.

Ressalte-se que, quando o ato de autorização da contratação direta for emitido pela autoridade máxima do órgão ou da entidade, não há que fa-lar em ratificação. Esse ato já atende à exigência legal e deverá ser publica-do dentro do prazo previsto acima.

Também se aplica às contrata-ções diretas, no que couber, o dis-posto no art. 7º da Lei 8.666/93 (con-soante previsto no seu § 9º), o que significa afirmar que deverão constar do processo, sempre que possível, o projeto básico, o projeto executivo e o cronograma para execução das obras e serviços.

Encerrando este tópico, cumpre esclarecer que os requisitos exigidos no art. 26 não são impositivos para

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as contratações diretas fundamen-tadas nos incisos I e II do art. 24 da Lei Federal 8.666/93 (dispensas de licitação em função do valor). Nessas hipóteses, o processo dispensará pa-recer jurídico, o ato de ratificação da contratação e sua publicação, porque essas situações de dispensa justifi-cam-se pelo próprio valor – que deve-rá enquadrar-se nos limites legais – e a escolha do contratado deverá recair sobre a proposta de menor valor, den-tre as que atenderem a necessidade da Administração Contratante. A pu-blicação da contratação, por sua vez, segue o procedimento e prazo usuais para divulgação das compras e servi-ços de pequeno valor, que dispensam o instrumento de contrato, permitindo a sua substituição por outro instru-mento hábil (art.62, “caput”, da mes-ma Lei 8.666/93).

FASE INTERNA DA LICITAÇÃO – PROCEDIMENTOS ANTERIORES À PUBLICAÇÃO DO EDITAL

O processo de licitação compre-ende duas fases distintas e importan-tíssimas: a fase interna, que abrange todos os atos administrativos prévios à publicação do edital e todos os ele-mentos necessários à sua elaboração; e a fase externa, que se inicia com a publicação do edital e se estende até a homologação da licitação e adjudi-cação do objeto ao vencedor.

Na legislação federal, os proce-dimentos da fase interna da licitação vêm prescritos nos arts. 7º, 38, 39, 40 e 42 da Lei Federal 8.666/93.

Da leitura desses dispositivos le-gais, é possível inferir que para a ela-boração de um bom edital a área de licitação deve ter em suas mãos as seguintes informações:

• Especificação técnica do ob-jeto da licitação, com o detalhamento

de suas características e quantida-des, prazo e forma de execução;

• Estimativa do valor da contra-tação;

• Requisitos de habilitação;• Definição das sanções e pe-

nalidades para a execução contratualVale registrar, aqui, quão impor-

tante é a interação das áreas en-volvidas no processo da licitação. A elaboração do edital deve ser acom-panhada pela área técnica (requisi-tante), pois ela é a destinadora final que receberá o contrato resultante da licitação e será responsável por sua gestão.

Sem esse trabalho conjunto da área de licitação com o gestor do contrato, corre-se o risco de contra-tar aquém ou além do necessário à Administração ou de celebrar con-tratos com cláusulas impertinentes e até mesmo incompatíveis com sua execução. E essa situação pode ser irreversível, quando constatada já na fase de execução do contrato admi-nistrativo.

Em relação aos elementos ne-cessários para a elaboração do edi-tal, cuidaremos inicialmente da espe-cificação técnica do objeto, que nada mais é do que o detalhamento do objeto a ser licitado, nos termos pre-tendidos pela área requisitante. Esse documento dará início ao processo da contratação e seu conteúdo cons-tituirá o Anexo do edital.

Assim sendo, independentemen-te do nome que se pretenda dar a esse Anexo I do edital - projeto bási-co, especificações técnicas do objeto, memorial descritivo, termo de refe-rência -, importante é que o mesmo contenha todas as informações ne-cessárias para que o licitante elabore sua proposta de forma a atender às necessidades da Administração.

Nesse sentido, no caso de obras

e serviços, o legislador foi incisivo ao afirmar que “as obras e os serviços somente poderão ser licitados quando houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível para exame dos interessados em par-ticipar do processo licitatório” (inciso I do § 2º do art. 7º da Lei 8.666/93).

Além dessa categórica exigên-cia para a abertura da licitação, a Lei 8.666/93 explicitou os elementos es-senciais que deverão ser atendidos na elaboração do projeto básico (no inciso IX do seu art. 6º) e delineou, no art. 12, os requisitos considerados principais para efeito de avaliação do projeto básico.

Tendo em vista o grande núme-ro de licitações com projeto básico incompleto e inconsistente, é forçoso inferirmos que mencionados dispositi-vos não são lidos e interpretados com o cuidado que deveriam merecer.

No caso de compras, a necessi-dade de adequada caracterização do objeto - com a especificação comple-ta do bem a ser adquirido, definição das unidades e das quantidades a se-rem adquiridas em função do consu-mo e utilização prováveis, bem como as condições de guarda e armazena-mento - vem prescrita nos arts. 14 e 15 da Lei Federal 8.666/93.

A definição do prazo contratual e a forma de execução do objeto tam-bém são informações que devem in-tegrar a especificação técnica, em to-dos os tipos de contratação, de modo a permitir que o licitante, além das características do objeto, conheça as condições de sua execução.

Ainda sobre a especificação téc-nica do objeto, vale esclarecer que a não apresentação de um adequado projeto básico (para obras e serviços) ou a não elaboração de uma ade-quada caracterização do objeto (para compras) pode motivar a nulidade da

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licitação com a responsabilização de quem lhe tenha dado causa. É o que dispõem o § 6º do art. 7º e o “caput” do art. 14, ambos da Lei 8.666/93, respectivamente.

Outro elemento importante para a elaboração do edital é a estimativa do valor da contratação. É requisito econômico, de fundamental importân-cia, pois será parâmetro para diversas cláusulas do edital (exigência de ca-pital social mínimo ou de patrimônio líquido mínimo, garantia de partici-pação e garantia de execução), para elaboração da planilha orçamentária estimativa e para definição do valor máximo ou do valor referência das propostas comerciais.

Para tanto, a Administração deve realizar pesquisa de preços, recor-rendo ao mercado ou se utilizando de informações de contratos celebrados por outros órgãos ou entidades públi-cas, podendo fazer uso de tabelas ou de valores constantes em publicações oficiais.

O importante é que as empresas contatadas sejam do mesmo ramo do objeto licitado e que tenham interesse em contratar com a Administração nas condições inerentes às contratações públicas – submeter-se a um proce-dimento licitatório, subordinar-se às cláusulas unilaterais impostas pelo interesse público e aceitar o prazo de pagamento próprio do Poder Público. Não se pode conceber pesquisa de preço efetuada com empresa que não se submeta a essas condições e que certamente não participará da futura licitação, pois o valor apresentado não representará “valor de mercado no âmbito da Administração Pública”.

De igual forma, para efeito de pesquisa válida, as informações de contratos celebrados por outras Admi-nistrações devem considerar ajustes com idêntico objeto, com quantidades

compatíveis e execução contemporâ-nea.

O que importa é a seriedade da pesquisa e a eficácia da metodologia realizada, considerando-se todas as peculiaridades da contratação -- es-pecificação técnica do objeto, quan-tidade, forma e prazo de sua execu-ção.

O terceiro elemento necessário para a elaboração do edital refere-se aos requisitos de habilitação. Para a definição dos requisitos de habilita-ção, deve-se conhecer muito bem o objeto a ser licitado, evitando-se, as-sim, exigências desnecessárias, que ultrapassem o mínimo indispensável “à garantia do cumprimento das obri-gações” (Constituição da República, art. 37, inciso XXI).

Esse é o cuidado que o adminis-trador público deve ter ao definir as exigências de habilitação. Os arts. 27 a 31 da Lei 8.666/93 trazem os parâ-metros máximos permitidos, devendo a Administração atentar sempre para a limitação constitucional e exigir tão somente o necessário para garantir o cumprimento do futuro contrato.

Nesse sentido, vale lembrar que o administrador público só pode agir nos exatos termos da lei e todos os seus atos devem ser motivados, de acordo com o interesse público pre-tendido.

Assim é que a habilitação jurídi-ca deve restringir-se aos documentos necessários à comprovação da exis-tência legal do licitante, seja pessoa física ou jurídica, e de sua capacida-de jurídica para contratar com a Ad-ministração, nos termos do art. 28 da Lei Federal 8.666/93.

Os requisitos de comprovação de regularidade fiscal, por sua vez, são os legalmente previstos no art. 29 da citada Lei 8.666/93, ressaltando-se que, em relação à regularidade junto

às Fazendas Públicas, as exigências devem ater-se aos tributos pertinen-tes ao objeto da licitação. É o que vem prescrito no art. 193 do Código Tribu-tário Nacional, que assim dispõe:

“Art. 193 – Salvo quando expres-samente autorizado por lei, nenhum departamento da Administração Pú-blica da União, dos Estados, do Distri-to Federal ou dos Municípios, ou sua autarquia, celebrará contrato ou acei-tará proposta em concorrência públi-ca sem que o contratante ou propo-nente faça prova da quitação de todos os tributos devidos à Fazenda Pública interessada, relativos à atividade em cujo exercício contrata ou concorre”.

Isso significa que a Administra-ção deve evitar exigências desneces-sárias, com tributos não relacionados ao objeto da futura contratação.

No tocante à comprovação de capacidade técnica, o art. 30 da Lei 8.666/93 permite as exigências de comprovação da capacidade técnica operacional e do profissional, registro na entidade profissional competente e, se for o caso, prova de atendimen-to de requisitos previstos em lei espe-cial.

Os questionamentos mais co-muns estão nas exigências dos ates-tados técnicos. A norma legal permite sejam exigidos os dois tipos de ates-tado, ficando a critério da Administra-ção decidir qual ou quais incluirá em seu edital (consoante disposto no in-ciso II do art. 30 da Lei 8.666/93). A dificuldade reside no âmbito do con-teúdo e da limitação de quantidade desses atestados.

De acordo com o inciso II do art. 30 da Lei 8.666/93, deverá ser aceita a comprovação de atividade compatí-vel em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação.

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Essa é a regra geral que funda-menta as exigências de atestados técnicos, tanto profissional quanto operacional.

Sendo o termo “compatível” am-plo e genérico, fica vedada qualquer limitação para a exigência de atesta-dos técnicos.

Não pode a Administração, sem uma justificativa técnica devidamente fundamentada, impor no edital res-trição para a apresentação desses atestados. Tanto para os atestados técnicos profissionais, quanto para os operacionais, a Administração deve ater-se às limitações impostas pelo inciso XXI do art. 37 da Constituição da República, quais sejam, às exigên-cias de qualificação técnica indispen-sáveis à garantia do cumprimento das futuras obrigações do contrato.

Excepciona-se dessa regra geral “as situações em que a complexida-de técnica do objeto licitado justificar uma restrição em função da dimensão quantitativa, do local, do prazo ou de qualquer outro dado que for essencial à satisfação do interesse público ou retratar algum tipo de dificuldade pe-culiar”. É assim que nos ensina o ilus-tre administrativista, Professor MAR-ÇAL JUSTEN FILHO, ao comentar o inciso II e parágrafos do art. 30 da Lei 8.666/93 (Comentários à Lei de Licita-ções e Contratos Administrativos, 10ª ed., 2004, Dialética, São Paulo, p. 325).

Não constando do processo ad-ministrativo a justificativa técnica, a limitação será ilegal – por restritiva e inibidora de participação na licitação – e poderá ser impugnada tanto admi-nistrativa, quanto judicialmente.

Finalizando as anotações sobre os requisitos de habilitação, temos os de capacidade econômico-financeira, contidos no art. 31 da Lei 8.666/93.

Importante destacar que a exi-gência de apresentação de balanço

patrimonial deve ser acompanhada de índices contábeis objetivos -- devida-mente justificados no processo admi-nistrativo da licitação --, que permitam a aferição da boa situação financeira do licitante, consoante exigido no § 5º do art. 31 da Lei 8.666/93.

Esclarecemos que as exigências de “capital mínimo ou patrimônio lí-quido mínimo”, “garantia de execução contratual” e “relação de compromis-sos” só se justificam nos casos de compras para entrega futura e na execução de obras e serviços (cf. §§ 2º, 3º e 4º do citado art. 31 da Lei 8.666/93).

O último elemento pertinente às informações para a elaboração do edital é a definição das sanções e penalidades para a execução contra-tual.

Trata-se de uma das cláusulas essenciais do edital e do contrato, à qual, infelizmente, não é dada a de-vida importância. Via de regra, essa cláusula é simplesmente copiada de outros editais, sem que se atente para as peculiaridades do objeto licitado e as reais implicações da inadimplência do contratado com o interesse público protegido na contratação.

O resultado disso é a prescrição de sanções impertinentes e penali-dades desproporcionais às infrações cometidas, que culminam, quase sempre, na não penalização do con-tratado infrator.

Essa não aplicação de sanções “menores” pode prejudicar ou impedir a aplicação da penalidade de sus-pensão do direito de licitar e contra-tar ou até mesmo da declaração de inidoneidade, fazendo com que um contratado chegue ao final do prazo contratual sem ter recebido qualquer sanção por suas falhas ou faltas na execução, embora não tenha execu-tado suas obrigações nas condições

pretendidas pela Administração, Dessa forma, na próxima licita-

ção, certamente estará esse mesmo contratado, como licitante, disputan-do a futura contratação. E embora a Administração não o tolere mais, não terá instrumentos legítimos para afas-tá-lo do novo procedimento licitatório.

A partir dos elementos aqui exa-minados, a área de licitação terá con-dições de elaborar o competente edi-tal, definindo a modalidade cabível e o critério de julgamento mais adequado para obter a proposta mais vantajosa para a Administração.

Em se tratando de licitação de menor preço, a Administração deve esclarecer se o julgamento será pelo menor valor unitário ou menor valor global.

Parece tratar-se de uma coloca-ção óbvia, mas muitas licitações não terminam porque o edital não deixa claro o critério de julgamento e isso prejudica a análise objetiva da Co-missão de Licitação. Numa licitação de vários itens, por exemplo, a Admi-nistração tem duas formas de definir o critério de julgamento:

a) Julgar a licitação por menor valor unitário, o que significa que o resultado será por item, sagrando-se vencedor o licitante que ofertar o me-nor valor para cada item; ou

b) Julgar a licitação pelo menor valor global, o que significa que o re-sultado será pelo valor total proposto e que será vencedor o licitante que apresentar o menor valor global, in-cluindo todos os itens.

Outros fatores a serem decididos para o edital dizem respeito às con-dições de participação do licitante: participação de pessoa jurídica, de pessoa física, de empresas em con-sórcio e de cooperativas; exigência de garantia para licitar e exigência de garantia para execução do contrato.

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Quanto à pessoa do licitante, a Administração tem total discriciona-riedade para escolher a categoria do seu futuro contratado; é de suma im-portância que as regras estejam bem definidas no edital e que, no caso de alguma restrição, esta tenha justifica-tiva de ordem técnica ou jurídica.

Em relação à exigência de garan-tia, a Lei 8.666/93 permite dois tipos de garantia: a de participação, previs-ta no inciso III do seu art. 31, limitada a 1% (um por cento) do valor estima-do para a contratação; e a de execu-ção contratual, prevista no art. 56 da mesma norma federal, limitada a 5% (cinco por cento) do valor do contrato, podendo, excepcionalmente, chegar a 10% (dez por cento).

Embora se trate de decisão de conveniência e oportunidade, a Ad-ministração não pode olvidar que os valores eventualmente dispendidos pelos licitantes para a prestação da garantia serão incorporados à sua proposta comercial. Sendo assim, a exigência de qualquer das garantias deve ser definida com responsabilida-de e critério.

Uma vez exigida, a garantia não pode ser dispensada. Isso significa que, a partir do momento que o edital estipulou prestação de garantia para execução contratual, o futuro contrato não poderá ser assinado sem a apre-sentação da mesma, sob pena de sua nulidade.

Finalizado, assim, o edital, sua minuta, juntamente com a do contra-to, deverá ser submetida à área jurí-dica para apreciação e aprovação. É condição expressamente prevista no parágrafo único do art. 38 da Lei 8.666/9

Também integra a fase interna da licitação a informação da área finan-ceira para a formalização da reserva orçamentária. Esse documento infor-

mará sobre a previsão dos recursos orçamentários que irão assegurar o pagamento das obrigações a serem executadas no exercício financeiro em curso e indicação dos recursos orça-mentários para os exercícios seguin-tes, se a execução contratual avançar o exercício em curso.

Nenhum serviço, obra ou compra poderá ser licitado sem a indicação dos recursos orçamentários suficien-tes à sua satisfação. Assim já deter-minava a Lei 8.666/93, no inciso III do § 2º do seu art. 7º e no seu art. 14, sendo posteriormente reforçados pelos arts. 15, 16 e 17 da Lei Com-plementar 101, de 04/5/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal).

Assim instruído o processo de lici-tação, estará apto a receber a aprova-ção da autoridade competente para a abertura do procedimento licitatório.

De tudo que apresentamos, cre-mos que ficou evidenciada a grande importância da fase interna da licita-ção e dos procedimentos nela realiza-dos, como parâmetros para todas as decisões subseqüentes, notadamen-te para a elaboração do edital e para a execução do futuro contrato admi-nistrativo.

Bem consolidadas no momento inicial da licitação – na sua fase inter-na, as informações proporcionarão à Comissão de Licitação e ao gestor do contrato todas as condições de rea-lizar um bom trabalho, em conformi-dade com a legislação e os princípios que regem a matéria.

[*] Izabel Camargo Lopes Monteiro é ba-charel em Direito, formada pela Pontifícia Uni-versidade Católica de São Paulo. Atuou em escritórios de advocacia, no Departamento de Estradas de Rodagem e na São Paulo Trans-portes S/A . Atualmente, é subchefe da Asses-soria Jurídica de Controle Externo e profes-sora de Direito Administrativo da Escola de Contas conselheiro Eurípedes Salles (TCM).

O assunto de que trata este artigo, bem como os temas abor-dados pelos autores Wagner Dal Médico (“Preparando o Ambiente de Trabalho para a Nova Realida-de no Serviço Público” – TCM In-formativo de Janeiro/Fevereiro de 2007); Abrão Blumen (“Implanta-ção de Sistemas de Controle para Geração de Informações e Apoio às Decisões dos Administradores Públicos” - TCM Informativo de Março/Abril de 2007); Valmir Leôn-cio da Silva (“Processo de Planeja-mento e Execução Orçamentária” - TCM Informativo de Maio/Junho de 2007) e Moacir Marques da Silva (“A Empresa Estatal Dependente no Contexto da Lei de Responsa-bilidade Fiscal” - TCM Informativo de Julho/Agosto de 2007) foram reunidos no Guia Municipal de Ad-ministração Pública , de autoria dos mesmos, publicado pela editora NDJ em 2006.

A R T I G O S

1�

A R T I G O S

O tema da Previdência repre-

senta, inegavelmente, por

sua relevância social, econômica e

administrativa, grande interesse por

parte tanto do aparato estatal, especi-

ficamente, como da sociedade como

um todo. Por isso mesmo, merece

e exige um debate amplo e o mais

transparente possível. Obviamente,

por ter esta discussão interesse di-

largado, não precisa envolver apenas

minúcias técnicas, afetas a especialis-

tas, sendo as discussões conceituais

perfeitamente permeáveis aos atores

sociais envolvidos, assim como ab-

solutamente saudáveis, não obstante

alguma eventual carga de passionali-

dade em torno do assunto.

Alberto Guimarães Júnior [*]

DéFICIT DA PREVIDêNCIA, UMA QUESTÃO DE ESTADO

Desta forma, du-

rante os últimos anos,

vem se falando, quase

sempre de forma mo-

nocórdia e uníssona,

na questão do “déficit

da Previdência e na ur-

gência em debelá-lo”.

Só muito recentemen-

te, algumas vozes têm

surgido questionando

a tese deste famoso

déficit, sobretudo dian-

te de critérios de con-

tabilização ou de divul-

gação que omitem as

fontes de custeio do

sistema de Segurida-

de Social do país. Esta

circunstância apurada a partir de um

único exemplo, por si só, demonstra

a necessidade de um debate ampli-

ficado sobre a matéria, e, por conse-

guinte, a real situação da escolha do

modelo de Estado que a envolve.

Contudo, esta não é a única razão

para que tal tema seja tratado como

questão de Estado, assim como não

deve haver uma visão unívoca sobre

o discutível déficit da Previdência. Há

uma – dentre outras – razão bastante

relevante para conferirmos tal dimen-

são à matéria, pois a unicidade de

sistemas previdenciários entre traba-

lhadores da iniciativa privada e os do

governo de um país ou ainda das três

esferas de governo de um Ente fede-

rado como o Brasil, está longe de ser

uma unanimidade, ou, sequer, uma

tendência em termos mundiais.

Prova disso pode ser vista na in-

teressante obra sobre o nível de ca-

pitalização dos Regimes Próprios de

Previdência – RPPS, vale dizer, os

Entes responsáveis pelo pagamen-

to das aposentadorias e pensões li-

gadas aos servidores públicos dos

Municípios, Estados e União Federal

(cabendo registrar que esta ainda não

criou seu RPPS), o livro “IDP – Índice

de Desenvolvimento Previdenciário”,

de autoria do Prof. Benedito Passos,

do Núcleo Atuarial de Previdência da

UFRJ, que lista 74 países com regime

de Previdência própria para servido-

res públicos e outros 23 países com

sistema previdenciário unificado para

servidores públicos e trabalhadores

da iniciativa privada.

Assim sendo, também neste as-

pecto, muito antes de se aprofundar

qualquer discussão sobre sistemas de

seguridade ou mesmo dos elementos

que configurariam déficit ou superá-

vit na Previdência no País, há que se

discutir que tipo de Previdência, a so-

ciedade, e, conseqüentemente, o Es-

tado brasileiro, querem. Certo é que,

na quase totalidade da experiência

republicana nacional, a opção consti-

tucional sempre foi pela existência de

dois regimes previdenciários, um para

trabalhadores da iniciativa privada e

outro para servidores públicos.

�0

A R T I G O S

Há que se reconhecer que o pri-

meiro impulso de quem nunca pensou

mais profundamente sobre o assunto

ou mesmo procedeu a uma análise

histórica mínima, é o de se posicionar

favoravelmente à unicidade dos regi-

mes entre ambas as categorias labo-

rais. Todavia, se examinarmos com

um pouco mais de atenção e cuida-

do a matéria, iremos verificar que um

sistema de aposentadorias e pensões

específico para servidores públicos

não foi decorrência de nenhum privi-

légio. Antes, pelo contrário, tal sistema

diferenciado e mais vantajoso do que

o dos demais trabalhadores era de-

corrente de uma histórica sub-remu-

neração no setor público (lembram da

expressão pejorativa “barnabés”?!),

em comparação com a iniciativa pri-

vada, com as proibições atuais e de

outrora; restrição quanto ao direito de

greve; ausência de FGTS; teto sala-

rial, dentre outras limitações.

Logo, um regime de aposentado-

rias e pensões específico constituía

uma compensação por tais desvan-

tagens na comparação com o traba-

lho na iniciativa privada. Ressalte-se,

a propósito, também, que, tal siste-

mática não foi um mero impulso de

criatividade ou benevolência dos le-

gisladores de outrora, mas a adoção,

por aqui, do princípio pro labore facto

(1952), de inspiração e incorporação

na legislação francesa correlata.

Além do conteúdo compensató-

rio, o sistema previdenciário dual ou

até tríplice (com a admissão da Pre-

vidência complementar facultativa a

ambos os segmentos) comporta uma

outra discussão crucial para o Esta-

do brasileiro. Qual é o Estado que se

quer? Com que estrutura? Com que

nível de qualidade e de serviços?

Com que nível de articulação e de-

senvolvimento estratégico, inclusive

dos pontos de vista do auto-aprimora-

mento e militar?

Se a resposta a tais indagações

for sempre no sentido qualitativo,

estará automaticamente afastada

a tese da unicidade dos regimes de

Previdência, pois um regramento de

aposentadoria mais favorável do que

a do Regime Geral (INSS) constitui

hoje um dos maiores – se não o maior

– fatores de atratividade nas carreiras

públicas, instrumento absolutamente

fundamental para que se retenha ta-

lentos e profissionais de qualidade no

serviço público, juntamente com as

diretrizes de constante capacitação,

profissionalização e preservação da

memória institucional deste.

Agora, se a resposta a estas

mesmas perguntas for a negativa

às premissas apresentadas

anteriormente, há que se ter maiores

preocupações com a retenção de

talentos; mão-de-obra qualificada e

treinada – em várias áreas cobiçadas

pela iniciativa privada, como, por

exemplo, os engenheiros do Instituto

Militar de Engenharia – ou com a

tentativa de eliminação ou redução

da eventual promiscuidade entre a

dedicação de um servidor público a

sua função pública ou alguma outra

atividade de interesse privado. Neste

caso, a unicidade de regimes seria

um caminho absolutamente coerente.

Cumpre registrar, por fim, que

a livre iniciativa tem sido a alavanca

maior do desenvolvimento dos países

que lograram não só sucesso em suas

economias como liderança tecnoló-

gica, mas é certo também que tanto

nestes exemplos como em qualquer

outro, não é papel do setor privado

pensar o País ou mesmo capitanear

um projeto para a nação. É claro que

se deve pensar o Estado, o Brasil,

com o natural e inescapável concurso

dos vários agentes sociais, inclusive

o empresariado. Contudo, o grande

agente do pensamento da coisa pú-

blica e da modelagem do Estado bra-

sileiro é, inegável e indelegavelmente,

o servidor público.

Isto posto, fica então a pergun-

ta: Que Estado você, cidadão, quer?

Que Brasil todos nós queremos? Que

nível de qualidade de serviços pú-

blicos o País deseja? Respondidas

estas questões, aí sim estaremos

habilitados a discutir a questão pre-

videnciária no País, sob o referencial

do Estado Brasileiro ideal, e, conse-

qüentemente, do polêmico déficit da

Previdência.

[*] Alberto Guimarães Júnior é procura-

dor do Município do Rio de Janeiro e ex-presi-

dente do Instituto de Previdência e Assistência

do Município do Rio de Janeiro – PREVI-RIO.

�1

A R T I G O S

De acordo com estudo recente realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a popula-ção centenária do Brasil vem aumen-tando ano a ano e poderá chegar a 45,4 mil pessoas em 2010. Por sua vez, os mais recentes dados obtidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também apontam uma evolução na expectativa de vida dos brasileiros ao nascer. Baseando-se no crescimento ocorrido entre os anos 1980 e 2005, que representou um aumento de 9,3 anos nesta ex-pectativa, subindo de 62,6 para 71,9 anos, o IBGE aposta ainda que, em pouco mais de quatro décadas, será esperado que o brasileiro viva mais de 90 anos.

Sem dúvida nenhuma, um dos ar-gumentos mais importantes para que esta expectativa de vida maior para o

brasileiro seja possí-vel é o progresso que a medicina tem apre-sentado nas últimas décadas, pois isso contribui para que as crianças tenham uma expectativa de vida maior e permite maior sobrevida aos idosos. As estatísticas do IBGE também apon-tam a diminuição da taxa de natalidade (nº de nascidos vivos por total da popula-ção), que hoje não chega aos 2%, como um dos fatores para o envelhecimento da população.

O envelhecimento da popula-ção e as reformas previdenciárias

O aumento da esperança de vida ao nascer em conjunto com a queda do nível geral da fecundidade resulta no aumento absoluto e relativo da po-pulação idosa. O que foi constatado nas últimas décadas em relação ao perfil populacional do Brasil, se proje-tado para o futuro, mostra que os im-pactos nas aposentadorias e pensões nas próximas décadas serão enor-mes. Por isso, de 1980 até os dias de hoje, o assunto tem sido tão debatido, pois, caso não haja mudanças, o sis-tema que foi idealizado no século XX entrará em colapso logo mais e não será capaz de arcar com os compro-missos assumidos.

Como o Regime Previdenciário Brasileiro básico (RGPS e RPPS)

é de Repartição Simples, baseado no princípio da solidariedade, isso pressupõe que as aposentadorias e pensões de hoje são pagas graças a contribuições dos trabalhadores que estão na ativa. Caso nenhuma mudança seja realizada, não haverá trabalhadores suficientes num futuro próximo para arcar com as despesas previdenciárias que irão surgir e o Es-tado se verá diante da difícil opção entre pagar benefícios ou proporcio-nar o desenvolvimento de áreas fun-damentais como saúde, educação e segurança, entre outras.

Vale lembrar ainda que as regras de aposentadoria que estarão em vi-gor em 2040 devem ser definidas hoje, pois as principais mudanças somen-te deverão atingir aqueles que ainda nem entraram no mercado de traba-lho. Caso isso não aconteça, haverá a confrontação com o eterno debate entre direitos adquiridos e expectativa de direito. Isso quer dizer que há a obrigação, hoje, de definir-se a forma como os futuros cidadãos, aqueles que hoje são crianças ou ainda nem nasceram, irão aposentar-se e sob quais regras e condições. Entretanto, é importante ressaltar que todas as alterações proporcionadas por refor-mas previdenciárias que tratam de re-gras de aposentadoria (concessão e cálculo) só podem ser realizadas pela União, conforme prevê o artigo 22 da Constituição Federal.

As reformas previdenciárias do Estado de São Paulo

Com as aprovações das Leis Complementares nºs 1.010 (1º de junho), 1.012 (de 5 de julho) e 1.013

Carlos Henrique Flory[*]

O NOVO PERFIL DA POPULAÇÃO BRASILEIRA E A REFORMA DA PREVIDêNCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO

��

A R T I G O S(6 de julho de 2007), foi realizada a Reforma Previdenciária do Estado de São Paulo. Na verdade, não houve uma reforma propriamente dita, ape-nas uma adaptação às leis federais e à Constituição Federal, pois não provocou nenhuma mudança nos ter-mos dos benefícios previdenciários. As alterações advindas destas novas leis estaduais foram somente as exi-gidas pelo Governo Federal para que o Estado de São Paulo não sofresse sanções que seriam provocadas pela perda do Certificado de Regularida-de Previdenciária (CRP), documento emitido e exigido pelo Ministério da Previdência, que atesta a conforma-ção dos entes federativos às normas em vigor ditadas pela União.

A mudança mais significativa para a previdência paulista foi a criação de um gestor único para o regime próprio dos servidores titulares de cargo efe-tivo, capaz de unificar a concessão, a manutenção e o pagamento dos be-nefícios previdenciários do Estado. A São Paulo Previdência (SPPREV), criada pela LC 1.010, será a autarquia responsável pela gestão das aposen-tadorias e pensões de todos os po-deres, órgãos e entidades paulistas, sem que, para isso, haja qualquer alteração nas regras de concessão e cálculo. Ou seja, para os servidores, isto não representa absolutamente nenhuma modificação no processo de requisição de aposentadoria ou pen-são, assim como também não implica em nenhuma diferença no valor dos benefícios que tenham respeitado as normas legais pertinentes.

Entretanto, a aprovação da LC 1.010 significou a possibilidade de re-gularização da aposentadoria para os cerca de duzentos mil servidores con-tratados pela Lei Estadual nº 500 que ingressaram no serviço público até o dia 1º de junho de 2007. Com a LC 1.010, ficou definido que estes ser-vidores, em sua maioria professores do ensino fundamental, continuarão

a fazer parte do RPPS de São Paulo. Esta questão está em litígio entre o governo federal e o estadual desde a publicação da Emenda Constitucional nº 20, em 1998, que transfere obriga-toriamente todos os servidores con-tratados em regime temporário ou de comissão para o RGPS.

Em concordância com a Consti-tuição, o Estado de São Paulo deve-ria transferir todos os seus servidores contratados pela Lei Estadual nº 500 para o RGPS, administrado pelo Ins-tituto Nacional de Seguridade Social (INSS). A permanência destes servi-dores no RPPS só foi possível devido a um acordo entre o Governador José Serra e o Ministro da Previdência Luís Marinho, a ser formalizado nos autos dos processos que tramitam no Supre-mo Tribunal Federal (STF). Estes ser-vidores, por terem sido admitidos por meio de um processo seletivo para o exercício de uma função permanente e obedecerem a normas estatutárias, são considerados titulares de cargo efetivo para fins previdenciários.

Os desafios da SPPREV

Segundo a LC 1.010, de 1º de ju-nho de 2007, a SPPREV deverá estar completamente estruturada até o dia 1º de dezembro deste ano e absor-ver todas as funções previdenciárias do Estado no prazo máximo de dois anos após a publicação da referida lei. Isto significa que todo o processo de concessão das aposentadorias e pensões, bem como a elaboração de todas as folhas de pagamentos pre-videnciários do Estado de São Paulo deverão ser responsabilidade da SP-PREV até 1º de junho de 2009.

Para isso, até dezembro do cor-rente ano, será divulgado um crono-grama responsável por especificar todos os passos deste processo de absorção e estipular datas para a migração das folhas de pagamento de todos os poderes, universidades,

autarquias e demais órgãos da admi-nistração direta e indireta do Estado para a SPPREV. Essa medida visa à tranqüilidade da operação, tanto no que diz respeito aos aspectos técni-cos como humanos, pois haverá a ne-cessidade de conformação dos siste-mas de informática e de treinamento, assim como a capacitação das pes-soas envolvidas com as atividades de concessão e pagamento de apo-sentadorias e pensões, alocadas nos diversos setores a serem absorvidos pela SPPREV.

Em suma, o Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secreta-ria da Fazenda, está empenhado em criar um órgão gestor de previdência estadual maior e melhor. Todos os es-forços estão sendo realizados para que as bases do sistema previden-ciário do futuro sejam sólidas e que venham a gerir com eficiência e segu-rança a previdência dos servidores. A SPPREV representa a nova previdên-cia do servidor: maior, mais eficiente e mais segura.

[*] Carlos Henrique Flory é formado em Economia e pós-graduado em Finanças pela Universidade de São Paulo. Foi diretor financeiro das empresas do grupo Siemens e diretor financeiro da Previ-Siemens. Foi presidente da Fundação Petrobrás de Seguridade Social – Petros. É Sócio da Flory Associados - Consultoria em Previdência Complementar. Foi superintendente do Instituto de Previdência Municipal de São Paulo – IPREM SP. Atualmente é superintendente do Instituo de Previdência do Estado de São Paulo – IPESP.

�3

A R T I G O S

Sumário:

1. Introdução. 2. Ato de controle. 3.

Ato complexo. 4. Jurisprudência do Su-

premo Tribunal Federal. 5. Conclusão.

Resumo:

Discute-se a natureza jurídica do

ato complexo, abordando a corrente

doutrinária que o considera um ato

complexo e aquela que o entende

como um ato de controle, sem perder

de vista a jurisprudência do Supre-

mo Tribunal Federal, solidificada no

enunciado de sua Súmula Vinculante

nº 03.

1. Introdução

A aposentadoria, segundo crista-

Inácio Magalhães Filho [*]

NATUREZA JURÍDICA DO ATO DE REGISTRO DE APOSENTA-DORIA PELOS TRIBUNAIS DE CONTAS

lizada doutrina, é ato

administrativo vincula-

do, a partir do momen-

to em que, cumpridas

as exigências legais,

nasce para o servidor

o direito inegável de

aposentar-se. Contu-

do, a inativação con-

tém regras próprias,

pois, para ganhar ple-

na efetividade, carece

de atos emanados de

autoridades diversas:

a Administração, que

expede o ato, e o Tri-

bunal de Contas, a quem constitucio-

nalmente cabe conceder o registro de

legalidade de tal concessão.

Questão intrincada, então, é de-

terminar o aspecto jurídico do ato

oriundo das Cortes de Contas. A

doutrina costuma dividir-se em dois

vértices: um defende que o ato de

aposentadoria completa-se com a

manifestação da Administração, sen-

do a atribuição do Tribunal de Contas

apenas um ato de controle, extrínseco

àquele. Outra posição assegura que o

ato de aposentadoria está inserido no

rol dos atos complexos, porque consi-

dera que a manifestação da Corte de

Contas integra o ato de aposentado-

ria, exercendo, in casu, função admi-

nistrativa intrínseca.

�. Ato de controle

Para aqueles que defendem que

a atuação do Tribunal de Contas é um

ato de controle, a aposentadoria, logo

que concedida, reveste-se de plena

perfeição e eficácia, produzindo des-

de já todos os efeitos do ato adminis-

trativo.

Premissa comumente levantada

por essa corrente, avessa à teoria do

ato complexo, diz respeito à ausên-

cia de hierarquia entre o Tribunal de

Contas e o órgão do qual se origina

o ato. Assim, não haveria sentido em

fazer com que a aposentadoria de-

pendesse da vontade externada pelo

Tribunal. Entendem, os que defendem

essa corrente, que, quando a apo-

sentadoria é submetida ao Tribunal

de Contas, não há vontades que se

revistam do mesmo conteúdo ou dos

mesmos fins.

3. Ato complexo

Passando a outro prisma, cum-

pre, inicialmente, identificar o ato

complexo, na lição lapidar de Di Pie-

tro (2001, p. 207), como aquele que

resulta da manifestação de dois ou

mais órgãos, cuja vontade se funde

��

A R T I G O Spara formar um ato único. Assim, para

os adeptos dessa segunda corrente, o

ato efetivado pelo Tribunal de Contas

é condição sine qua non a que o ato

inaugural do órgão de origem adquira

perfeição e validade plena.

Dessa forma, o ciclo do ato de

aposentação só se completaria com o

concurso da vontade jurídica dos dois

órgãos – Administração e Tribunal de

Contas - , fato que confirma a nature-

za complexa.

Em que pese a discordância de

fundo material, quer parecer, todavia,

que assiste razão, em parte, a ambas

as correntes. Assim, permissa venia,

poder-se-ia definir a natureza jurídica

do registro da aposentadoria como

um ato administrativo complexo sui

generis. Complexo, porque depende

realmente das vontades de órgãos di-

versos, sem as quais não tem o con-

dão de definitividade. Nesse aspecto,

o ato da Corte de Contas integra o

âmago jurídico do ato, não lhe sen-

do extrínseco, apenas de controle.

Porém, sui generis, porquanto, desde

a primeira manifestação do órgão de

origem, a concessão de aposentado-

ria já ganha contornos de eficácia,

com resultados concretos no mundo

jurídico, independentemente da chan-

cela do Tribunal de Contas.

�. Jurisprudência do Supremo

Tribunal Federal

O debate poder-se-ia alargar.

Entrementes, a discussão, neste mo-

mento, ganha aspectos puramente

acadêmicos, porquanto com a edição

da Súmula Vinculante nº 3, o Supre-

mo Tribunal Federal deu contornos

definitivos ao tema, ao estabelecer

que o registro da aposentadoria é ato

complexo, que só se aperfeiçoa com

a intervenção do Tribunal de Contas.

É o que deflui dos Mandados de Se-

gurança que serviram de preceden-

tes à citada Súmula (nos 24.754/DF,

24.742/DF e 24.728/RJ).

A propósito, o Ministro Marco

Aurélio, no MS 24.754/DF (igual teor

no MS 24.742/DF), realça que: “sob

o ângulo do contraditório, registre-se

a natureza do processo concernente

à aposentadoria do servidor. Mostra-

se complexo, com o implemento pelo

órgão de origem, a fim de não haver

quebra da continuidade da satisfação

do que percebido, seguindo a homo-

logação pelo Tribunal de Contas da

União”. A seu turno, o Ministro Gilmar

Mendes (MS 24.728/RJ) enfatiza que:

“É certo que a interposição tempesti-

va de Pedido de Reexame, com efeito

suspensivo, impediu que se perfizes-

se o ato complexo de registro da pen-

são militar, nos termos da Decisão (...)

Portanto, na hipótese, não se trata de

revisão de pensão devidamente regis-

trada perante o órgão competente.”

�. Conclusão

Este Subscritor filia-se à corren-

te que considera a aposentadoria um

ato complexo, visto que o exame do

Tribunal de Contas é condição sine

qua non para que o ato inaugural do

órgão de origem adquira perfeição e

validade plena.

Esse entendimento também en-

cerra um componente de efetividade

das decisões dos órgãos de controle

externo, qual seja: harmonizar-se à

jurisprudência do Supremo Tribunal

Federal é criar um insuperável óbice

à revisibilidade judicial das decisões

dos tribunais de contas que aprecia-

rem, para fim de registro, os atos de

concessão.

[*] Inácio Magalhães Filho é procurador do Mi-

nistério Público de Contas do Distrito Federal,

especialista em Direito Público, doutorando

em Direito pela Universidade Autônoma de

Lisboa – Portugal e professor de Direito Cons-

titucional do Centro Universitário do Distrito

Federal – UniDF

��

QUALIDADE DE VIDA

A crescente procura pela terapia de acupuntura é justificada, de um lado,

pela credibilidade desta pela população e, de outro, pelo desejo de melhor qua-

lidade de vida, já que o paciente, ao ser tratado com a acupuntura, registra bom

resultado terapêutico em vários aspectos e praticamente sem os desagradáveis

efeitos colaterais causados pelos medicamentos alopáticos.Veja abaixo as per-

guntas e respostas mais freqüentes.

Como a acupuntura age?

Sabe-se que o estímulo dos pon-tos leva à produção de substâncias que tem ação sobre receptores do sistema nervoso (neurotransmissores e neuromediadores), e que o resulta-do final é a normalização das funções alteradas. A acupuntura tem também ação anti-inflamatória por estimular a produção de corticóides pela glându-la supra-renal. A acupuntura é mais que um analgésico, combatendo a dor através da resolução do processo inflamatório que a causa.

Quando está indicada?Além dos casos de dor, várias do-

enças podem ser tratadas pela acu-puntura. Dentro da concepção chine-sa, a doença é uma manifestação de desequilíbrio, e a acupuntura seria uma forma de readquirir a harmonia perdida. Entre as doenças tratáveis pela acupuntura estão: dores em ge-ral, especialmente do aparelho mús-culo-esquelético, gastrite, estresse, distúrbios hormonais, insônia, asma, distúrbios menstruais, paralisia facial, sinusite, entre outros.

Dr. Roger Lin [*]

A crescente procura pela terapia de acupuntura é justificada, de um lado, pela

credibilidade desta pela população e, de outro, pelo desejo de melhor qualidade de

vida, já que o paciente, ao ser tratado com a acupuntura, registra bom resultado

terapêutico em vários aspectos e praticamente sem os desagradáveis efeitos

colaterais causados pelos medicamentos alopáticos.Veja abaixo as perguntas e

respostas mais freqüentes.

Como a acupuntura age?

Sabe-se que o estímulo dos pontos leva à produção de substâncias que tem ação

sobre receptores do sistema nervoso (neurotransmissores e neuromediadores), e

que o resultado final é a normalização das funções alteradas. A acupuntura tem

também ação anti-inflamatória por estimular a produção de corticóides pela

glândula supra-renal. A acupuntura é mais que um analgésico, combatendo a dor

através da resolução do processo inflamatório que a causa.

Quando está indicada?

Além dos casos de dor, várias doenças podem ser tratadas pela acupuntura. Dentro

da concepção chinesa, a doença é uma manifestação de desequilíbrio, e a

acupuntura seria uma forma de readquirir a harmonia perdida. Entre as doenças

tratáveis pela acupuntura estão: dores em geral, especialmente do aparelho

músculo-esquelético, gastrite, stress, distúrbios hormonais, insônia, asma,

distúrbios menstruais, paralisia facial, sinusite, entre outros.

Ação mais importante Sintomas e doenças tratáveisAnalgésica dor de qualquer origem

Antiinflamatória artrite e traumatismo

Relaxante muscular contratura muscular, torcicolo

Ansiolítica (calmante): insônia, estresse, ansiedade, irritabilidade, síndrome de abstinência.

Antidepressiva (leve) angústia, depressão, irritabilidade.

Broncodilatadora asma, enfisema, bronquite.

Antiemética náuseas e vômitos de origem gastrintestinal, da gravidez e/ou pós-quimioterapia.

Cicatrizante, melhora de circulação sangüínea

escara, acne, incisões cirúrgicas

Imunidade rinite, alergia, asma

Dr. Roger Lin [*]

��

QUALIDADE DE VIDAmenos de seis meses de duração exi-gem, em média, cinco a dez sessões até o seu controle.

Quando posso interromper o tratamento?

Geralmente a alta acontece na ausência dos sintomas que levaram o paciente ao consultório. O paciente deve retomar o tratamento se notar que os sintomas estão reaparecendo. Neste caso, quanto mais cedo, mais rápido o resultado.

O que o paciente deve fazer para ter maior conforto durante a sessão de Acupuntura?

O paciente deve usar roupas confortáveis e soltas, estar relaxado e procurar manter a mente tranqüila. Deve desligar o telefone celular.

[*] Dr. Roger Lin é formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Especializado em cirurgia geral pelo Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. Acupunturista pelo Centro de Acupuntura do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas. Médico da Sessão Técnica de Saúde do Tribunal de Contas do Município de São Paulo.

A acupuntura não tem contra-indicações?

Qualquer indivíduo, em qualquer idade, pode ser tratado com acupun-tura, exceto os pacientes com infec-ções generalizadas da pele. Mesmo durante a gravidez, a acupuntura não é contra-indicada, desde que se evi-te a aplicação nos pontos que atuam como dilatadores do colo do útero e facilitadores da contração uterina; entretanto, ainda se trata de assunto polêmico, a não ser nas vésperas do trabalho de parto, quando a acupun-tura pode auxiliar sua aceleração.

Posso misturar outros trata-mentos com a acupuntura?

Pode-se associar a acupuntura a outros tratamentos. Geralmente a fisioterapia, remédios alopáticos, psi-coterapia, homeopatia são beneficia-dos pela associação com a acupuntu-ra, ocorrendo desde a aceleração e a facilitação de processos terapêuticos até a redução das doses dos remé-dios utilizados.

Quais as complicações da acu-puntura?

A acupuntura é uma técnica inva-siva que exige conhecimentos médi-cos sobre anti-sepsia, anatomia e fi-

siologia humanas, fundamentais para evitar acidentes e complicações que eventualmente possam ocorrer, tais como inoculação de microorganismos no corpo humano ou dano a alguma estrutura nobre, como fígado, rim ou pulmão, com seqüelas imprevisíveis. Mas esse tipo de risco é extremamen-te baixo. Hoje temos agulhas descar-táveis disponíveis, tornando mais prá-tico e seguro o tratamento.

As agulhas podem permanecer na pele após a sessão?

Sim. Em alguns casos, deixa-se uma agulha pequena coberta com adesivo num determinado período, para que haja estímulo do ponto du-rante este tempo, recomendando-se que seja retirada ao primeiro sinal de incômodo.

Qual a freqüência do tratamento?Usualmente a freqüência é de

uma vez por semana, porém em ca-sos agudos sessões diárias podem ser necessárias. A duração do tra-tamento é dependente do tempo da doença: quanto mais recente, mais rápido o resultado. Algumas doenças respondem mais rapidamente que ou-tras. Como exemplo, dores lombares de origem músculo-ligamentar com

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A assessora de Controle Externo do TCM, Magadar Rosália Costa Briguet, lançou, em parceria com dois grandes nomes da área previdenciária, Miguel Horvath Júnior e Maria Cristina Lopes Victorino, o livro “Previdência Social: Aspectos Práticos e Doutrinários dos Regimes Próprios”.

A obra de 394 páginas foi publi-cada pela Editora Atlas e serve como instrumento de consulta para diver-sas dúvidas práticas sobre o Regime Próprio do Servidor Público, que, se-gundo Briguet, é uma matéria nova, com pouca doutrina e jurisprudência incipiente.

No livro foram agregados diver-sos questionamentos obtidos no tra-balho de consultoria que os autores realizam para a APEPREM - Asso-ciação Paulista de Entidades de Pre-vidência Municipal e ABIPEM - As-sociação Brasileira dos Institutos de Previdência Estaduais e Municipais.

ASSESSORA DO TCMSP LANÇA LIVRO SOBRE PREVIDÊNCIA

SOCIAL

O conselheiro Maurício Faria, que participou do XXI Congresso Brasileiro de Direito Administrativo, realizado em Aracaju, destacou o alto nível do evento e a importante atuação dos Tribunais de Contas durante sessão plenária realizada no dia 26 de setembro. O encontro, ocorrido nos dias 19, 20 e 21 de setembro, contou com a presença de cerca de 1500 participantes.

O Congresso Brasileiro de Direito Administrativo, promovido anualmente pelo Instituto Brasilei-ro de Direito Administrativo – IBDA, consiste em conferências e debates sobre aspectos e caminhos desse ramo do Direito Público e permite o lançamento de obras inéditas e discussões de teses acadêmicas.

Entre os palestrantes, apre-sentaram-se importantes especia-listas em Direito Administrativo e ministros do Supremo Tribunal Fe-

deral. Além do conselheiro Maurício Faria, os agentes de fiscalização do TCM, Carlos Eduardo Almeida Mar-tins de Andrade, Daniela Shimizu e Tarcila de Arruda Miranda, e o as-sessor de gabinete Rui Corrêa parti-ciparam do evento. No dia 5 de outu-bro, esses servidores expuseram ao TCM os principais assuntos aborda-dos no XXI Congresso Brasileiro de Direito Administrativo. A explanação teve como objetivo multiplicar a ex-periência obtida por meio da partici-pação no evento.

TCMSP PARTICIPOU DO XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

N O T A S

A assessora de Controle Externo do TCM, Magadar Briguet, é uma das autoras da obra Mesa de abertura do Congresso Brasileiro de Direito Administrativo

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O assessor de gabinete, Rui Corrêa, durante a explanação realizada no TCM

É uma publicação do Tribunal de Contas do Município de São Paulo. Av. Prof. Ascendino Reis, 1.130 • CEP: 04027-000 • Tel: (11) 5080-1012 Site: www.tcm.sp.gov.br • E-mail: [email protected]• Presidente: Cons. Antonio Carlos Caruso • Vice-presidente: Cons. Edson Simões • Conselheiro-Corregedor: Roberto Braguim• Conselheiros: Eurípedes Sales e Maurício Faria• Reportagem, fotos e revisão: Viviane Batista e Cristiano Manchini• Edição: Assessoria de Imprensa do TCMSP - Jornalista Responsável: Nadia Carlin - Mtb 35.295• Impressão da Capa: CompanyGraf• Impressão do Miolo: Gráfica do TCMSP

O Tribunal de Contas do Município de São Paulo obteve a recomendação da continuidade da

certificação ISO 9001:2000, após auditoria externa realizada pela BSI nos dias 18 e 19 de outubro. A visita integrou o calendário de auditorias contínuas, realizadas semestralmente com o objetivo de avaliar a conformidade do Sistema de Gestão certificado.

Na ocasião, foram avaliados o Sistema de Ges-tão/Alta Direção/Escritório da Qualidade - ETQC e as coordenadorias de Contas, Saúde, Transporte e Meio Ambiente. Os resultados da auditoria foram apresenta-dos pelo auditor Luiz Antonio Haruo Yochikawa durante reunião com a Alta Direção do TCM e representantes das coordenadorias avaliadas.

No relatório final, Yochikawa destacou a maturi-dade do Sistema de Gestão e o comprometimento e envolvimento dos servidores das áreas auditadas.

Durante o processo de auditoria, não foi registra-da nenhuma não-conformidade, apenas quatro oportu-nidades de melhoria. A primeira refere-se a um ajuste de procedimento relativo à nova sistemática de enume-ração dos relatórios da auditoria interna.

A segunda diz respeito à identificação de interpre-tações equivocadas dos conceitos de ação corretiva, ação preventiva e correção, com avaliação da possibili-dade de treinamento para sanar os problemas concei-tuais.

Outra oportunidade está relacionada à possibili-dade da extensão da certificação para outras áreas do TCM ou para a sua totalidade.

Finalmente, foi observada uma carência de regis-tros de dados das não-conformidades, fato que induz a pensar na inexistência do retrabalho. Os eventuais ajustes realizados nos documentos antes da sua apro-vação final, que consomem tempo e recursos, não são computados no processo.

Os resultados positivos da auditoria, segundo Yo-chikawa, demonstram uma constância de valores em relação às metas estabelecidas.

A próxima auditoria acontecerá em abril de 2008, ocasião em que serão avaliados o Processo de Gestão/Alta Direção e todas as coordenadorias.

AUDITORIA EXTERNA RECOMENDOU A CONTINUIDADE DA CERTIFICAÇÃO ISO 9001: 2000 AO TCMSP

Na reunião para a apresentação dos resultados da auditoria, Luiz Yochikawa destacou a maturidade do Sistema de Gestão e o comprometimento dos servidores do TCM com a qualidade total

O auditor da BSI, Luiz Yochikawa, com a equipe da coordenadoria de Saúde e o coordenador do ETQC, José Alberto Bicudo Paranhos

(10 à esq.), durante a auditoria