Tribunais de Contas

Relatório de Pesquisa

Programa de modernização do Sistema de Controle Externo dos Estados e Municípios – PROMOEX

Brasília, 15 de dezembro de 2003

INTRODUÇÃOObjetivo do estudo

1. Sondagem de opinião;2. Análise indicativa, por meio da percepção

dos atores;3. Complementar ao primeiro relatório;4. Bases para o Marco Lógico.

I. MetodologiaDesenho da amostra:

Atores públicos e sociais dos 26 estados e do Distrito Federal, em 5 setores: • Legislativo, • Executivo, • Judiciário, • Ministério Público,• Sociedade Civil.

Amostra 

Setores

Número de entrevistas

Legislativo 09 (12 em SP e RJ) Executivo 12 (15 em SP e RJ) Judiciário 03 Ministério Público 03 Sociedade civil 07 Total de entrevistas por estado (exceto SP=41, RJ=41 e DF=25) 34

Total de entrevistas (considerando as quotas adicionais de SP e RJ e descontadas as 9 entrevistas de âmbito municipal no DF)

919

Sub setores da Amostra: Legislativo

Sub setores Entrevistas

Presidente da Assembléia Legislativa 1 Dep. Estadual (governista) Com. de Orçamento 2 Dep. Estadual (oposicionista) Com.de Orçamento 2

Vereadores da capital 2 (4 em SP e RJ)

Vereador cidade média 1 Vereador cidade pequena 1

Sub setores da Amostra: Executivo

Sub setores Entrevistas Gestores, técnicos estaduais 4 Gestores, técnicos da capital 2 (4 em SP/ RJ) Gestores, técnicos de uma cidade média 1 Gestores, técnicos de uma cidade pequena 1 Controle interno – governo estadual 3 Controle interno - capital 1 (2 em SP/ RJ)

Sub setores da Amostra: Judiciário

Sub setores Entrevistas Desembargadores do Tribunal de Justiça 2 Juiz do TRE 1

Sub setores da Amostra: Ministério Público

Sub setores entrevistas Procurador Geral de Justiça 1 Promotores de Justiça da Cidadania 2

Sub setores da Amostra: Sociedade Civil

Sub setores Entrevistas Imprensa 1 Universidade/ acadêmicos 1 OAB – seccional 1 ONG 1 Conselho de Engenharia 1 Conselho de Contabilidade 1 Conselho de Administração 1

Qualidade da amostraLideranças expressivas, que ocupam cargos ou funções de destaque e comumente exercem forte influência na formação da opinião na sua área de atuação e por vezes no debate público mais amploAmostra de proporções inéditas na história da pesquisa e da consultoria em administração pública, pela combinação de elevados graus de quantidade (mais de 30 entrevistas por estado, em todos os estados da federação) com elevados graus de qualidade (atores públicos e sociais de grande destaque)

Trabalho de campo73% da amostra foi previamente identificadaEquipes em cada estado, treinadas na abordagem dos selecionados e na realização das entrevistasDificuldades na abordagemRecusas e substituições de nomesEntrevistas pessoais e questionário em padrão auto-aplicável (com medidas de segurança)

Entrevistas realizadas

Setor entrevistas realizadas amostra %

Executivo 251 325 77,2% Sociedade civil 142 189 75,1% Ministério Público 54 81 66,7% Legislativo 154 243 63,4% Judiciário 43 81 53,1% Total 644 919 70,1%

II. Análise dos resultados1. Informações básicas:

Grau de conhecimento sobre o TC

Uso de informações produzidas pelo TC

. Grau de conhecimento em relação à atividade dos Tribunais de Contas (em %)

Gestores e Técnicos do Executivo

Controle Interno Judiciário

Ministério Público

Sociedade Civil

muito alto 3 16,9 7 11,1 6,3 alto 23,8 32,5 25,6 35,2 28,9 médio 54,8 41 46,5 42,6 45,1 reduzido 16,7 9,6 18,6 11,1 13,4 desconheço 1,2 0 2,3 0 4,2 não respondeu 0,6 0 0 0 2,1

*Esta questão não foi dirigida aos parlamentares.

Freqüência com que utiliza informações produzidas pelos Tribunais de Contas

(% dos que responderam “frequentemente” ou eventualmente”)

Legis GT exe Judi MP

Soc civil

1. Apreciação das contas do Chefe do Poder Executivo 75,3 44 30,3 46,3 45,8

2. Julgamento das contas dos ordenadores de despesa 68,9 44,6 37,2 51,8 40,8

3. Relatórios de auditorias 50,6 48,2 23,3 46,3 39,4 4. Apreciação de denúncias e

representações 58,5 19,7 27,9 40,8 43,6

5. Pronunciamento sobre consultas 47,4 39,3 14 26 31,6 6. Acompanhamento de obras

prioritárias 47,4 20,9 14 18,5 26,7 7. Apreciação de aposentadorias,

reformas e pensões. 36,4 25,6 37,3 22,2 20,5 8. Relatórios de atividades 50 28,6 16,3 29,6 25,4 9. Acompanhamento das contas do

Ministério Público 38,9 11,3 14 44,5 21,1 10. Acompanhamento das contas do

Legislativo 77,2 14,3 14 37 32,4 11. Acompanhamento das contas do

Judiciário 36,4 7,8 34,9 25,9 21,8

Avaliação da qualidade das informações Setores Positiva *

Negativa **

Judiciário 87 13 Legislativo 85 15 Ministério Público 78 22 Sociedade Civil 74 26 Gestores e Técnicos do Executivo

70 30

* soma das respostas “ótima” e “boa” ** soma das respostas “inadequada” e “péssima” considerando aqueles atores que, por setor, fazem uso freqüente, eventual ou mesmo que raro de informações produzidas pelo TC.

Avaliação da utilidade das informaçõesSetores Positiva *

Negativa **

Judiciário 86 14 Legislativo 83 17 Sociedade Civil 77 23 Ministério Público 75 25 Gestores e Técnicos do Executivo

68 32

* soma das respostas “muito útil” e “útil” ** soma das respostas “pouco útil” e “inútil” considerando aqueles atores que, por setor, fazem uso freqüente, eventual ou mesmo que raro de informações produzidas pelo TC.

2. Avaliação do Desempenho do Tribunal de Contas

2.1. Dimensão interna:Avaliação de serviços solicitados ao TCPor que nunca solicitou informações ao TC?Avaliação de atividades realizadas pelo TCNatureza política vs. técnica das decisõesQualificação dos servidores

Avaliação positiva (*) dos serviços solicitados ao TC Qualidade

da resposta Facilidade de acesso

Tempo de resposta

Legislativo 64,3 66,9 48,7 Gestores e Técnicos do Executivo

48,9

55,3

36,3

Judiciário 41,9 37,3 30,3 Ministério Público

57,4

53,7

24,1

Sociedade Civil

40,1

44,4

29,5

Geral 51 40 34

* soma das respostas “ótimo” e “bom”

Por que nunca solicitou informações ao TC?

Legis GT Exe Jud MP

Soc civil Geral

Não sabia que poderia fazê-lo 1,0 7,4 5,8 0,9 3,9 3,8 Nunca tive tempo 0,6 1,5 0,0 0,9 1,1 0,8 O TC demora demais para atender 6,2 5,6 1,2 5,6 3,2 4,3 Não acredito na qualidade técnica dos trabalhos do TC 1,6 2,5 0,0 0,0 1,8 1,2 A linguagem do TC é incompreensível 1,9 0,9 1,2 1,9 2,1 1,6 O TC não é transparente no repasse de suas informações 4,5 3,4 2,3 3,7 3,9 3,6 Ainda não precisei do TC 7,5 14,2 22,1 4,6 17,3 13,1 Não se aplica/ não respondeu 76,6 64,4 67,4 82,4 66,9 71,6

Avaliação positiva (*) das atividades realizadas pelo TC

Legi Judi MP Soc civil média

Relatórios e/ou pareceres técnicos do TC 66,8 60,4 79,6 56,3 65,8 Julgados do TC 60,3 60,5 50,0 46,5 54,3 Assessoramento técnico do TC às Comissões Parlamentares de Inquérito 47,4 - - 40,1 - Publicações e estudos - 46,6 38,9 40,1 41,9 Treinamentos e cursos (atividades de capacitação)

- 39,5 35,2 - 37,4

* Soma das respostas “ótimo” e “bom” células em branco: setores para os quais a pergunta não foi feita

As decisões do TC são políticas ou técnicas?

Legi Judi MP Soc civil média

As decisões são mais políticas do que técnicas (A) 53,9 48,8 77,7 67,6 62,0 As decisões são mais técnicas do que políticas (B) 41,6 41,9 20,4 28,2 33,0 (A) – (B) 12,3 6,9 57,3 39,4 29,0

Qualificação dos servidores

positiva média negativa sem

opinião Legislativo 68,2 23,4 4,5 3,8 Controle interno 59,0 33,7 1,2 6 Gestores e técnicos 48,3 25 8,9 17,9 Ministério público 48,1 20,4 5,6 25,9 Judiciário 41,9 20,9 4,7 32,6 Geral 53,1 24,68 4,98 17,24 Positiva: soma de “ótima” e “boa” Média: razoável Negativa: soma de “inadequada” e “péssima”

Continua...Avaliação do Desempenho do Tribunal de Contas

2.2. Dimensão e efeitos externos:Relacionamento do TC com o cidadão comum Impacto das decisões do TC junto à sociedade Importância do TC para a Democracia Influência do TC no dia-a-dia de Gestores e Técnicos do ExecutivoFreqüência com que o trabalho de Gestores e Técnicos do Executivo foi objeto de fiscalização pelo TCRelacionamento com a equipe de Auditoria, por parte de Gestores e Técnicos do Executivo que tiveram seu trabalho fiscalizado pelo menos uma vez

Continua... “dimensão e efeitos externos”

Avaliação de Gestores e Técnicos sobre a relação com o Tribunal de ContasAvaliação do Controle Interno sobre a relação com o TC Contribuição do TC para o bom desempenho da atividade governamental Avaliação do Controle Interno sobre o resultado da atuação do TCSobreposição das atividades do Ministério Público com o Tribunal de Contas

Relacionamento do TC com o cidadão comum, nos seguintes aspectos

negativo positivo sem

opinião Comunicação de suas atribuições institucionais para os cidadãos. 61,4 18,5 20,1 Clareza da linguagem utilizada pelo TC para o cidadão comum. 52,5 24,6 22,9 Transparência dada à fiscalização dos recursos públicos realizada pelo TC. 50,2 27,8 22,0 Facilidade de acesso aos trabalhos elaborados pelo TC. 50,1 26,2 23,7 Resultados obtidos pela fiscalização do uso dos recursos públicos. 44,3 34,4 21,2

Negativo: soma de “inadequado” e “péssimo” Positivo: soma de “ótimo” e “bom”

Impacto das decisões do TCSegundo a sociedade civil, as decisões do TC têm impacto:

impacto % forte e positivo 31 forte e negativo 5,6 fraco e positivo 31 fraco e negativo 14,8 não têm impacto 15,5 não respondeu 2,1

* questão aplicada apenas entre os representantes da Sociedade Civil

Influência do TC no dia-a-dia de Gestores e Técnicos do Executivo

Influência %

Influencia muito e positivamente 29,8 Influencia muito e negativamente 4,8 Influencia pouco e positivamente 34,5 Influencia pouco e negativamente 6,5 Não influencia. 22,6 Não respondeu 1,8

Freqüência com que o trabalho de Gestores e Técnicos do Executivo foi objeto de fiscalização pelo TC

nenhuma

vez até 2 vezes

de 3 a 5 vezes

acima de 5 vezes

não respondeu

fiscalizações de legalidade 36,9 23,8 11,3 20,8 7,1 fiscalizações de desempenho 51,2 16,7 3,6 7,7 22,8

Relacionamento com a equipe de Auditoria, por parte de Gestores e Técnicos do Executivo que tiveram seu trabalho fiscalizado pelo menos uma vez

Avaliação %

Ótimo 7,1 Bom 39,9 Ruim 8,3 Péssimo 2,4 Não sabe / não respondeu/ não se aplica 42,2

Avaliação de Gestores e Técnicos sobre a relação com o Tribunal de Contas

A relação é de: % Respeito e colaboração, mas sem diálogo 20,8 Medo e boicote 4,8 Respeito, mas com ressalvas ao comportamento do Tribunal de Contas 45,8 Crescente comunicação e entendimento do papel do TC 21,4 Não respondeu / outras 7,2

Avaliação do Controle Interno sobre a relação com o TC

Avaliação %

Ótimo 9,6 Bom 56,6 Ruim 26,5 Péssimo 4,8 Não sabe / não respondeu/ não se aplica 2,4

Grau de concordância com a afirmação de que tem havido sobreposição de atividades entre o Ministério Público e o Tribunal de Contas

%

concorda totalmente 3,7 concorda em termos 22,2 discorda em termos 13,0 discorda totalmente 59,3 sem opinião 1,9

Importância das atividades do TC para a Democracia

Importância Auditorias 87,5 Apuração de denúncias e representações 86,1 Apreciação das contas do Prefeito 86,1 Apreciação das contas do Governador 85,7 Análise e julgamento de contas 85,5 Aspectos pedagógicos do TC (Orientação e capacitação de gestores) 82,6 Auditorias de Gestão/ Operacionais Desempenho/ Resultados 82,1 Acompanhamento da Execução dos Contratos 80,4 Análise Concomitante de Edital de Licitação 77,8 Soma das respostas “muito importante” e “importante”, na média dos setores

Contribuição do TC para o bom desempenho da atividade governamental

Segundo Gestores e Técnicos do Executivo

Muito alto/

Alto Médio Baixo/

Muito baixo Sem

opinião Alcance de Resultados 14,3 25,0 44,6 16,1 Economicidade 15,2 23,2 42,2 19,6 Legalidade 32,7 28,0 23,2 16,1

Contribuição do TC para o bom desempenho da atividade governamental

Segundo membros do Controle Interno

Muito alto/

Alto Médio Baixo/

Muito baixo Sem

opinião Alcance de Resultados 6,0 41,0 37,3 15,7 Economicidade 10,8 30,1 42,2 16,9 Planejamento das atividades do Controle Interno 13,2 36,1 28,9 21,7 Legalidade 49,4 31,3 4,8 14,5

Avaliação do Controle Interno sobre o resultado da atuação do TC

positiva negativa Sem

opinião Elaboração do relatório analítico e parecer prévio sobre as contas do Governo 68,6 14,5 16,9 Tomadas e prestações de contas 65,0 19,3 15,7 Auditorias e inspeções 59,0 27,7 13,3 Consultas 48,2 32,5 19,3 Tomadas de contas especiais 42,2 26,5 31,3 Denúncias e Representações 27,7 30,1 42,2

3. Desafios e perspectivas de aperfeiçoamento dos Tribunais de Contas

Melhoria do funcionamento administrativoImportância da melhoria dos resultados da atuação do TCQual o maior problema do TC?Qual a maior qualidade do TC?Por onde avançar?

Avaliação de propostas dirigidas ao funcionamento administrativo do TC

Grau de importância: Alto Baixo Sem

opinião Ampliação da utilização de Tecnologia de Informações 87,0 3,0 10,0 Aperfeiçoamento técnico do quadro de pessoal 85,3 2,8 11,9 Utilizar ferramentas de gestão (desburocratização, qualidade total etc.) para agilizar os procedimentos do Tribunal de Contas 84,9 5,1 10,0 Ampliar o número de auditorias 70,0 14,0 16,0 Contratar avaliações externas, para descobrir os principais problemas administrativos dos TCs 57,5 27,7 14,9 Ampliação do quadro de pessoal 46,9 34,8 18,3

Importância da melhoria dos resultados da atuação do TC

Importância

Priorizar o controle da economicidade 88,4 Debater mais suas ações com a sociedade 87,4 Priorizar a avaliação de resultados dos programas de governo 87,3 Priorizar o controle de legalidade 87,2 Divulgar os relatórios técnicos juntamente com as decisões do Colegiado 87,2 Ampliar a disseminação de conhecimentos para os jurisdicionados 87,1 Decidir de modo uniforme os casos ou matérias similares 86,9 Abreviar o tempo de resposta 86,7 Reduzir a formalidade no trâmite dos processos 84,9

Continua tabela anterior

Importância

Identificar as necessidades dos agentes que utilizam os serviços do TC 83,8 Manter um canal direto mais efetivo com o Poder Executivo 80,6 Manter um canal direto mais efetivo com o Poder Legislativo 80,3

Qual o maior problema do TC?Solicitados a descrever qual seria o maior problema do Tribunal de Contas, 90% dos entrevistados elaboraram frases e pequenos parágrafos que, associados aos dados expostos até aqui, permitem-nos sintetizar os aspectos críticos da atuação do Tribunal de Contas, na visão dos atores públicos e sociais entrevistados

Aspectos críticos mais salientados

Politização do Tribunal e falta de independênciaFalta de transparência e relação com a sociedadeBurocratização das atividades e lentidão das respostasEstrutura material e recursos humanos

Qual a maior qualidade do TC?Solicitados a descrever qual seria a maior qualidade do Tribunal de Contas, 83% dos entrevistados elaboraram frases e pequenos parágrafos que, associados aos dados expostos até aqui, permitem-nos indicar quais seriam os aspectos mais positivos do Tribunal de Contas, na visão dos atores públicos e sociais entrevistados

Aspectos positivos mais destacados

A competência técnica e a qualidade do corpo de funcionários O papel institucional do TC Grande potencial para realizar parcerias institucionais com os outros Poderes (principalmente com o Ministério Público e o Executivo)

Por onde avançar?Um grande número de entrevistados elaborou propostas de mudança para os TCs. Tais dados nos deixam pistas valiosas para entender qual a direção que os atores externos esperam que o Tribunal de Contas privilegie no futuro.

Ampliação e consolidação de funções institucionais do TC

Orientação, educação e prevenção Avaliação dos resultados e da efetividade das políticas governamentais Atuação pari passu , concomitante, in loco (agilidade) Buscar maior eficácia no cumprimento de suas próprias atribuições Mais transparência e maior contato com a Sociedade Civil

Que Tribunal de Contas queremos?

Cerca de 88% dos entrevistados, na média dos setores, elaborou frases sobre como o Tribunal de Contas deveria ser. Podemos agrupá-las em 6 grandes linhas ou diretrizes de ação, que envolvem consolidação e aperfeiçoamento de funções existentes. São elas:

Que Tribunal de Contas queremos?Independência institucionalTransparência e parceria com a sociedadeAgilidade Orientação, auxílio, educação e prevençãoParceria institucional Aumentar a efetividade de suas ações e, sobretudo, da Administração Pública

CONCLUSÕESInformações: nível é alto, mas para uns a linguagem é problemática (sociedade civil) e, para outros, a qualidade (os gestores do Executivo);No que se refere à utilidade das informações produzidas pelos TCs, os que menos consideram-na são os gestores do Executivo. A junção desse dado com o referente à qualidade revela um problema que já fora detectado na pesquisa PNAGE: os atores do Executivo afirmam que há uma baixa interação com o controle externo.

Continuação das ConclusõesÉ interessante notar que os gestores do executivo elogiaram muito a mudança ocorrida nos Tribunais de Contas após a LRF. Assim, a solução para este problema passa pela trilha da ação conjunta, com a capacitação/orientação dos servidores (1), a prevenção dos problemas em vez da punição a posteriori (2) e a avaliação dos resultados das políticas com um feedback contínuo junto ao governo estadual ou municipal (3).

Continuação das ConclusõesEm relação à avaliação dos serviços produzidos pelos TCs, o maior problema é, disparado, o tempo de resposta (falta de agilidade), o que implica uma reformulação de seus procedimentos. Além disso, o acesso às suas informações ainda é considerado difícil para a maioria dos entrevistados da sociedade civil, o que implica melhor comunicação e transparência junto à população.

Continuação das ConclusõesA pior avaliação das atividades dos TCs se refere aos julgados, com predominância da visão negativa no Ministério Público, fato que pode levar a uma reflexão de como lidar com este problema.A grande maioria dos entrevistados considera que a politização predomina no conjunto de decisões dos TCs (sobretudo o MP e a sociedade civil têm esta opinião). Pelo menos um terço acredita que prevalecem as decisões de cunho mais técnico, número muito parecido com o encontrado no PNAGE em relação à composição dos governos estaduais.

Continuação das Conclusões Grande contingente de entrevistados considera boa ou ótima a qualidade dos técnicos dos Tribunais de Contas, fator que pode ser visto como um dos principais trunfos da instituição – o que gera, às vezes, ciúmes, e noutras, a vontade de realizar parcerias.

Continuação das ConclusõesOs três principais problemas no relacionamento dos TCs com os cidadãos são: primeiro e com grande vantagem frente aos demais, comunicação de suas atribuições institucionais; segundo, clareza na linguagem utilizada; e, terceiro, transparência dada à fiscalização dos recursos públicos.Está aqui um ponto essencial para a modernização dos TCs, pois a melhora do relacionamento com a sociedade poderá gerar maior legitimidade para o órgão, tanto mais porque os entrevistados, em sua maioria, consideraram muito importante a função dos Tribunais – raros foram os que propugnaram sua extinção.

Continuação das ConclusõesA maioria dos gestores públicos considera boa a relação com as auditorias, embora acreditem que elas se concentram demais no aspecto da legalidade. Ou seja, o foco é o problema, pois há inclusive o pedido por mais auditorias, com maior regularidade, feitas de forma preventiva e/ou avaliando os resultados (conteúdo).Não por acaso, a maioria das respostas dadas pelo gestores aponta para um relacionamento baseado no respeito, mas com ressalvas, vinculadas à forma, hoje muito voltadas à legalidade, e pouco orientadas para a economicidade e, menos ainda, para a efetividade.

Continuação das ConclusõesA grande maioria dos entrevistados acredita que os TCs tem um papel fundamental à democracia, localizado em sua dimensão mais nitidamente republicana – trata-se dos casos de auditoria, denúncias e avaliação das contas dos prefeitos e dos governadores. Isto não quer dizer que esta seja a única função dos Tribunais em prol da democracia, mas sim, que é hoje a mais requerida. Se houver um avanço em ações de avaliação de resultados e de educação para a cidadania, o papel democrático dos TCs pode ser ampliado.

Continuação das ConclusõesSe analisarmos o conjunto dos atores e a média de suas respostas, os três temas que devem ser levados em conta para melhorar a avaliação que eles têm atualmente dos Tribunais de Contas seriam os seguintes:

a) Ações voltadas para a economicidade;b) Maior relacionamento com a sociedade;c) Avaliar resultados das políticas governamentais.

Continuação das ConclusõesOs quatro aspectos críticos mais salientados pelos entrevistados são, em ordem decrescente, a politização do Tribunal e sua falta de independência (1) e a falta de transparência e o relacionamento insatisfatório com a sociedade (2), como os dois mais citados, depois, com destaque importante, a burocratização das atividades e lentidão das respostas (3), e, finalmente, com índice pequeno de respostas, a estrutura material e de recursos humanos (4).

Continuação das ConclusõesA politização dos Tribunais de Contas aparece com destaque, mas é bom lembrar que outras instâncias e Poderes têm uma forma de indicação similar à dos TCs, porém tal problema não aparece com tanta evidência. Por que será que isso acontece? Esta pergunta deve ser respondida pelos Tribunais, com discussões internas e maior diálogo com a sociedade para tentar elucidar as dúvidas quanto ao processo de nomeação.

Continuação das ConclusõesUm número alto de entrevistados também citou as qualidades mais importantes dos TCs, que são:

a) Qualidade do corpo técnicob) Importância da função institucional;c) Potencial de parcerias. A primeira delas é o maior trunfo do Tribunal,

embora terá mais chances de tornar-se positiva quanto mais a sociedade conhecer e se sentir protegida pelas ações dos TCs.

Continuação das ConclusõesA maioria dos entrevistados destaca como positivo o papel institucional dos Tribunais de Contas. Tal como no aspecto da qualidade do corpo funcional, esta característica tende a ser potencializada pelas mudanças da instituição em prol da maior agilidade, prevenção dos problemas, garantia da economicidade e da efetividade e por meio da transparência.

Continuação das ConclusõesPor fim, a qualidade referente ao potencial das parcerias vai depender de estratégias novas de relacionamento com os outros Poderes e a sociedade.Ações conjuntas com o Executivo podem ser incentivadas no campo da eficiência e controle de custos, da avaliação de políticas e criação de indicadores, e ainda na prevenção da corrupção.Com o Ministério Público, o maior campo de parceria está na apuração dos desvios nos atos administrativos. A questão é como encontrar o lugar do TC neste processo.

Continuação das ConclusõesAs parcerias com a sociedade podem ser resumidas num termo: Educação Cidadã.É preciso garantir informações a partir das quais os cidadãos possam controlar melhor os governantes, não apenas no que se refere à conduta ética, mas também, e com importância crescente, no que diz respeito ao uso parcimonioso dos recursos públicos e à escolha das políticas que normalmente geram melhores resultados.

Continuação das Conclusões Visão de Futuro para os Tribunais de Contas, segundo os atores externos:Ampliação e consolidação das funções institucionais do TCTransparência e parceria com a sociedadeOrientação, educação e prevenção Atuação mais ágil e menos formalista Avaliação dos resultados e da efetividade das políticas governamentais Parceria institucional