tribuna rural 12 - abr2010

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Tecnologia garante sucesso da agricultura no DF Página 08 Plano De UTilização Documento é fundamental para titulação das terras Página 04 classificados: (61) 3447-1998 assinatura, atendimento ao leitor e anunciante: (61) 3039-1258 [email protected] www.tribunarural.com.br www.tribunarural.com.br Distrito Federal e entorno ano ii n.º 12 abril de 2010 R$ 1,00 CoMUniDaDe Produtores que mantiveram destinação das chácaras serão fundamentais para regularização de Vicente Pires página 15 eleições no CaMPo Moradores do Jardim ii denunciam dificuldades para votar ou regularizar o título página 03 eleições na FaPe-DF Conheça a nova diretoria página 03 Caderno 50 Anos Conheça a Brasília que produz alimentos páginas 9 a 15 página 19 DegraDação De MananCiais e DesPerDíCio são DesaFios Para abasTeCiMenTo Da CaPiTal A produção agropecuária no Distrito Federal chama a atenção pela diversidade. Mel, leite, suínos, orgânicos, grãos, flores, frutas, hortaliças, aves, búfalos, ovinos e caprinos são algumas culturas que podem ser vistas na capital do País, centro do poder e das decisões políticas, mas que também é referência de desenvolvimento agrícola. E é esta Brasília quase desconhecida que apresentamos a você, leitor, nesta edição comemorativa. Confira Quantidade, definitivamente, não é problema para o abastecimento do Distrito Federal nas próximas décadas, já que duas novas captações estão prestes a entrar em funcionamento – Corumbá IV e Lago Paranoá. Especialistas alertam, no entanto, para os custos crescentes de buscar água cada vez mais longe e para a degradação dos corpos d’água locais DâMAREs VAz HEulA HAMARA ARquiVo PúBliCo JORNAL Conheça mais a AGROBRASÍLIA2010 www.agrobrasilia.com.br III Feira Agrobrasília Edição N.º 05 Abril de 2010 O Espaço de Valorização da Agricultura Familiar terá 38 mil m² nesta 3° da Agrobrasília. Todo este espaço será dividido em oito circuitos: Circuito Organizações Sociais, Circuito Qualidade e Sabor, Circuito Leite, Circuito Carne, Circuito Hortaliças e Fruteiras, Circuito Mais Alimentos, Circuito Agroecologia, Circuito Floricultura. A Embrapa leva à Agrobrasília 2010 seis centros nacionais de pesquisa - Embrapa Cerrados, Embrapa Hortaliças, Embrapa Gado de Corte, Embrapa Soja, Embrapa Algodão e Embrapa Transferência de Tecnologia - demonstrados na sua vitrine tecnológica de 7.000 m². 61.3339.6516 - [email protected] 11 A 15 DE MAIO ENTRADA FRANCA AGROBRASÍLIA 2010 A Grande Feira do Cerrado Brasileiro NEYFLA GARCIA A mais importante Feira do Cerrado Brasileiro, a Agrobrasília, que será reali- zada no período de 11 a 15 de maio, no Programa de Assen- tamento Dirigido do Distrito Federal (PAD-DF), abrangerá uma área de 500 mil metros quadrados, representando um aumento de 25% em relação à área de suas edições anterio- res, que era de 400 mil metros quadrados. A Feira deste ano receberá uma nova configuração. Terá uma planta mais simétrica, com os pontos de interesse dos visitantes melhor distribuídos e com áreas temáticas, facili- tando a visitação. As praças de alimentação serão ampliadas, contemplando mais lanchone- tes e restaurantes espalhados por toda a feira. Também foi construída mais uma praça com outro lago artificial, que terá em torno de 1,6 milhão litros de água, o dobro do pri- meiro lago, assim como novos sanitários. Além disso, a Agrobrasí- lia é uma ótima oportunidade para a realização de negócios. As ótimas previsões para a co- lheita e a oferta de linhas de fi- nanciamento a juros bastante razoáveis sinalizam operações para além da marca dos R$ 100 milhões. Inovação Segundo o coordenador do Parque Ivaldo Cenci, Car- los Vitor Silva, a ampliação do Parque tem como finalidade levar empresas de insumos para essa área e também criar um espaço destinado para pecuária. Carlos avisa que as obras estão bastante adianta- das e que até a primeira sema- na de maio estarão prontas, conforme o cronograma. Para esta edição já foram comercializados mais de 90% do total dos plots e estandes disponíveis para instalação. Porém, caso necessário, a configuração da nova planta permite o aumento da área de expositores. Até o momento, mais de 200 expositores dire- tos e indiretos, já confirma- ram participação em estandes que variam de 12 a 1.500 me- tros quadrados. Estarão presentes as maio- res indústrias de tratores e colheitadeiras, assim como dezenas de fabricantes de implementos agrícolas, de insumos, montadoras de ca- minhões e utilitários, aviação agrícola, prestadores de servi- ços, bancos, entidades de clas- se, instituições governamen- tais, mídia e outros. Durante o evento serão promovidas demonstrações de máquinas e equipamentos e implementos agrícolas, além de test-drive de picapes. Também foram reformu- lados e ampliados os estacio- namentos, agora para com- portar 2.500 veículos, visando facilitar o ingresso e oferecer mais conforto e segurança aos esperados 50 mil visitantes, de cinco estados brasileiros e de países africanos, além dos ex- positores. A Agrobrasília 2010 é uma realização da Cooperativa Agropecuária do DF (Coopa- DF), com a coordenação e apoio da Empresa de Assistên- cia Técnica e Extensão Rural do DF (Emater-DF) e Secreta- ria de Agricultura(Seapa-DF). Pecuária A área experimental des- tinada para pecuária terá uma extensão de 7 mil m² será dividida em quatro es- paços para exposição de gado leiteiro da espécie girolando, ovelhas, cavalos de raça e cães. Segundo o coordenador- geral da Agrobrasília, Ronal- do Triacca, a implantação dessa área preenche uma la- cuna na Feira, satisfazendo um desejo dos pecuaristas da região. Esse espaço é uma rei- vindicação antiga dos pro- dutores, pois, além da agri- cultura, a pecuária também movimenta a macro região composta pelos estados de Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal. A Agrobrasília deve ser um espaço completo para o setor. A pecuária tende a dar sustentabilidade para a Feira de forma a atender e a atrair todo tipo de público. Agricultura Familiar Com o apoio do Minis- tério do Desenvolvimento Agrário (MDA), espera-se repetir na Agrobrasília o su- cesso dos programas de agri- cultura familiar. É o caso do Programa Mais Alimentos, que proporciona aos pro- dutores comprarem máqui- nas e implementos agrícolas com juros adequados a sua realidade. Criado em junho de 2008 pelo MDA, o Programa tem como objetivo fortalecer a agricultura familiar, num momento em que os alimen- tos começaram a impactar a inflação, quando houve a crise por falta de alimentos no mundo. O programa financia projetos até R$ 100 mil, com juros de 2% ao ano, até três anos de carência e prazo de até dez anos pra pagar o em- préstimo. Além de tratores, maquinários e implementos agrícolas, o Mais Alimentos viabiliza crédito para cons- trução de armazéns, silos, cerca elétrica para isola- mento do rebanho, melhora- mento genético, correção de solo, formação de pomares e melhoria da logística admi- nistrativa das propriedades rurais, como a informatiza- ção dos estoques, entre ou- tras ações de crescimento. Quase tudo pronto para 11 de maio Público terá mais espaços para visitar nesta terceira edição da Agrobrasília DIVULGAÇÃO AGROBRASÍLIA Circuitos Tecnológicos da Agricultura Familiar Vitrine Embrapa Confira na Agrobrasília 2010:

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Page 1: Tribuna Rural 12 - Abr2010

Tecnologia garante sucesso da

agricultura no DFPágina 08

Plano De UTilizaçãoDocumento é

fundamental para titulação das terras

Página 04

classificados: (61) 3447-1998 assinatura, atendimento ao leitor e anunciante: (61) 3039-1258 [email protected] www.tribunarural.com.br

www.tribunarural.com.br Distrito Federal e entorno ano ii n.º 12 abril de 2010 R$ 1,00

CoMUniDaDe Produtores que mantiveram destinação das chácaras serão fundamentais para regularização de Vicente Pires

página 15

eleições no CaMPoMoradores do Jardim ii denunciam dificuldades para votar ou regularizar o título

página 03

eleições na FaPe-DFConheça a nova diretoria

página 03

Caderno 50 AnosConheça a Brasília

que produz alimentos páginas 9 a 15

página 19

DegraDação De MananCiais e DesPerDíCio são DesaFios Para abasTeCiMenTo Da CaPiTal

A produção agropecuária no Distrito Federal chama a atenção pela diversidade. Mel, leite, suínos, orgânicos, grãos, flores, frutas, hortaliças, aves, búfalos, ovinos e caprinos são algumas culturas que podem ser vistas na capital do País, centro do poder e das decisões políticas, mas que também é referência de desenvolvimento agrícola. E é esta Brasília quase desconhecida que apresentamos a você, leitor, nesta edição comemorativa. Confira

Quantidade, definitivamente, não é problema para o abastecimento do Distrito Federal nas próximas décadas, já que duas novas captações estão prestes a entrar em funcionamento – Corumbá IV e Lago Paranoá. Especialistas alertam, no entanto, para os custos crescentes de buscar água cada vez mais longe e para a degradação dos corpos d’água locais

DâMAREs VAz

HEul

A HA

MARA

ARqu

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PúBl

iCo

J O R N A L

Conheça mais a AGROBRASÍLIA2010 www.agrobrasilia.com.br

III Feira Agrobrasília Edição N.º 05 Abril de 2010

O Espaço de Valorização da Agricultura Familiar terá 38 mil m² nesta 3° da

Agrobrasília. Todo este espaço será dividido em oito circuitos: Circuito Organizações

Sociais, Circuito Qualidade e Sabor, Circuito Leite, Circuito Carne, Circuito Hortaliças e

Fruteiras, Circuito Mais Alimentos, Circuito Agroecologia, Circuito Floricultura.

A Embrapa leva à Agrobrasília 2010 seis centros nacionais de pesquisa

- Embrapa Cerrados, Embrapa Hortaliças, Embrapa Gado de Corte,

Embrapa Soja, Embrapa Algodão e Embrapa Transferência de

Tecnologia - demonstrados na sua vitrine tecnológica de 7.000 m².

61.3339.6516 - [email protected]

11 A 15 DE MAIO ENTRADA FRANCA

AGROBRASÍLIA 2010A Grande Feira do Cerrado Brasileiro

NEYFLA GARCIA

A mais importante Feira do Cerrado Brasileiro, a

Agrobrasília, que será reali-zada no período de 11 a 15 de maio, no Programa de Assen-tamento Dirigido do Distrito Federal (PAD-DF), abrangerá uma área de 500 mil metros quadrados, representando um aumento de 25% em relação à área de suas edições anterio-res, que era de 400 mil metros quadrados.

A Feira deste ano receberá uma nova configuração. Terá uma planta mais simétrica, com os pontos de interesse dos visitantes melhor distribuídos e com áreas temáticas, facili-tando a visitação. As praças de alimentação serão ampliadas, contemplando mais lanchone-tes e restaurantes espalhados por toda a feira. Também foi construída mais uma praça com outro lago artificial, que terá em torno de 1,6 milhão litros de água, o dobro do pri-meiro lago, assim como novos sanitários.

Além disso, a Agrobrasí-lia é uma ótima oportunidade para a realização de negócios. As ótimas previsões para a co-lheita e a oferta de linhas de fi-nanciamento a juros bastante razoáveis sinalizam operações para além da marca dos R$ 100 milhões.

InovaçãoSegundo o coordenador

do Parque Ivaldo Cenci, Car-los Vitor Silva, a ampliação do Parque tem como finalidade levar empresas de insumos para essa área e também criar

um espaço destinado para pecuária. Carlos avisa que as obras estão bastante adianta-das e que até a primeira sema-na de maio estarão prontas, conforme o cronograma.

Para esta edição já foram comercializados mais de 90% do total dos plots e estandes disponíveis para instalação. Porém, caso necessário, a configuração da nova planta permite o aumento da área de expositores. Até o momento, mais de 200 expositores dire-tos e indiretos, já confirma-ram participação em estandes que variam de 12 a 1.500 me-tros quadrados.

Estarão presentes as maio-res indústrias de tratores e colheitadeiras, assim como dezenas de fabricantes de implementos agrícolas, de insumos, montadoras de ca-minhões e utilitários, aviação agrícola, prestadores de servi-ços, bancos, entidades de clas-se, instituições governamen-tais, mídia e outros. Durante o evento serão promovidas demonstrações de máquinas e equipamentos e implementos agrícolas, além de test-drive de picapes.

Também foram reformu-lados e ampliados os estacio-namentos, agora para com-portar 2.500 veículos, visando facilitar o ingresso e oferecer mais conforto e segurança aos esperados 50 mil visitantes, de cinco estados brasileiros e de países africanos, além dos ex-positores.

A Agrobrasília 2010 é uma realização da Cooperativa Agropecuária do DF (Coopa-DF), com a coordenação e

apoio da Empresa de Assistên-cia Técnica e Extensão Rural do DF (Emater-DF) e Secreta-ria de Agricultura(Seapa-DF).

PecuáriaA área experimental des-

tinada para pecuária terá uma extensão de 7 mil m² será dividida em quatro es-paços para exposição de gado leiteiro da espécie girolando, ovelhas, cavalos de raça e cães.

Segundo o coordenador-geral da Agrobrasília, Ronal-do Triacca, a implantação dessa área preenche uma la-cuna na Feira, satisfazendo um desejo dos pecuaristas da região.

Esse espaço é uma rei-vindicação antiga dos pro-dutores, pois, além da agri-cultura, a pecuária também

movimenta a macro região composta pelos estados de Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal. A Agrobrasília deve ser um espaço completo para o setor. A pecuária tende a dar sustentabilidade para a Feira de forma a atender e a atrair todo tipo de público.

Agricultura FamiliarCom o apoio do Minis-

tério do Desenvolvimento Agrário (MDA), espera-se repetir na Agrobrasília o su-cesso dos programas de agri-cultura familiar. É o caso do Programa Mais Alimentos, que proporciona aos pro-dutores comprarem máqui-nas e implementos agrícolas com juros adequados a sua realidade.

Criado em junho de 2008 pelo MDA, o Programa tem

como objetivo fortalecer a agricultura familiar, num momento em que os alimen-tos começaram a impactar a inflação, quando houve a crise por falta de alimentos no mundo.

O programa financia projetos até R$ 100 mil, com juros de 2% ao ano, até três anos de carência e prazo de até dez anos pra pagar o em-préstimo. Além de tratores, maquinários e implementos agrícolas, o Mais Alimentos viabiliza crédito para cons-trução de armazéns, silos, cerca elétrica para isola-mento do rebanho, melhora-mento genético, correção de solo, formação de pomares e melhoria da logística admi-nistrativa das propriedades rurais, como a informatiza-ção dos estoques, entre ou-tras ações de crescimento.

■ Quase tudo pronto para 11 de maio

Público terá mais espaços para visitar nesta terceira edição da Agrobrasília

DIVULGAÇÃO AGROBRASÍLIA

Circuitos Tecnológicos da Agricultura Familiar

Vitrine Embrapa

Confira na Agrobrasília 2010:

Page 2: Tribuna Rural 12 - Abr2010

Página 2 Tribuna rural abril de 2010

SubeditoraDâmares Vaz

Projeto GráficoElisângela Nunes

DiagramaçãoLucivam QueirozMônica Pineda

Jornalista responsávelLívia Rospantini - DRT/DF 4649/08-50

RedaçãoDâmares VazNeyfla GarciaEder FritschAna Paula Santos

RevisãoLuiz Alberto Guimarães

ComercialLuciana PessôaTaine Côrte - (61) [email protected]

AdministrativoKelly Campelo

ImpressãoF Câmara

CirculaçãoDistrito Federal e Entorno

Tiragem20.000 exemplares

Editado porVincere Editora Ltda

Endereço para correspondênciaSCLN 406 Bl. E - Sala 201 2º Andar - Asa Norte - Brasília - DF Cep: 70.847-550Tel.: (61) 3039-1258 Telefax: (61) 3447-1998

[email protected] www.tribunarural.com.br

É permitida a reprodução parcial ou total das matérias desde que citada a fonte. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.

Diretora ExecutivaLydia Costa

Diretor ComercialCarlos Fernando

EditoraLydia Costa

eXPeDienTe

Charge

CaMPo eM FoCo

eDiTorial

DâMAREs VAz

Na propriedade de Dejair Bernardo da Silva, na cidade Vicente Pires, aranhas não são sinônimo de abandono. As teias formadas pe-los animais funcionam como uma grande tela, que impede mosqui-tos de voarem para fora da mata e transmitir doenças aos humanos e às plantas

inTeraTiViDaDe

H2O

EM UM FUTURO NÃO MUITO DISTANTE...

A Empresa de Assistência Téc-nica e Extensão Rural do DF

completa 32 anos como referên-

cia no trabalho de Assistência Técnica e Extensão Rural no País. Destaca-se no trabalho de apoio

técnico e promoção social do campo. Confira os depoimentos sobre o trabalho do órgão.

qual a importância da extensão rural para o desenvolvimento do campo?

Existe uma revolução silenciosa em curso no campo em razão do trabalho de assistência téc-nica e extensão rural. É possível constatar avanços econômicos, tecnológicos e sociais grandes

onde as Emateres sobreviveram. E este é um processo que se au-toalimenta. Nas regiões onde o trabalho foi bem feito, os pro-dutores acabaram se engajando na defesa das instituições.”

Estou na Emater há 21 anos e sinto uma alegria muito grande em dizer que o nosso trabalho é fundamental para promover o desenvolvimento rural e a per-manência do agricultor familiar

no campo. Ao longo desses anos, aprendemos que nosso papel não é apenas levar tecnologia para as áreas rurais, mas também adotar como nossos os anseios e priori-dades dos produtores.”

A Emater trabalha com dedi-cação para promover o desen-volvimento pessoal, econô-mico, tecnológico e também o fortalecimento da organi-zação dos produtores no DF. Recentemente, por exemplo, tive um problema de infecção

nas aves de postura que crio na minha propriedade, em Taguatinga. Fui prontamente atendida pelo veterinário do escritório regional. E não é só o apoio técnico. Também temos o suporte necessário à organização do setor.”

A Emater é minha segunda famí-lia. Além do papel fundamental que temos junto a família rural com o nosso trabalho de desen-volvimento social e econômico, todos na empresa são muito uni-

dos. O foco do meu trabalho são as mulheres, a geração de renda para esse grupo e também ações para elevar sua autoestima. É o caso dos grupos de artesanato que coordeno.”

Luciano Monteiro, presidente da Carpil

Roberto Guimarães, coordenador de Operações da Emater-DF

Massae Watanabe, produtora orgânica

Sedma Queiroz, coordenadora da área social da Emater-DF

nEyFlA gARCiA

nEyFlA gARCiA

nEyFlA gARCiA

nEyFlA gARCiA

Elo entre o campo e a cidade

Ao completar 50 anos, Bra-sília ocupa espaço no ima-

ginário do brasileiro como a capital do poder e centro das decisões políticas. Sim, a ci-dade é isso tudo mesmo. Mas, sob essa ótica, o que ocorre no setor agropecuário passa despercebido. Então, com a intenção de lançar luz sobre a riqueza da atividade, trazemos nesta edição o Caderno Espe-cial 50 Anos.

Limitada pela baixa dispo-nibilidade de terras em razão do tamanho do Distrito Federal, a atividade agropecuária local, no entanto, destaca-se pela diversi-dade, pelo alto grau tecnológico e por alguns dos mais altos ín-dices de produtividade do País. A participação do setor nas ex-portações também é considerá-vel – 90% de tudo o que o DF manda para fora são produzidos no campo.

Brasília tem tudo para ser a vitrine do agronegócio nacional para o mundo. O produtor local investe em tecnologia, o serviço

de assistência técnica e extensão rural é bem estruturado, a capi-tal está perto de representações diplomáticas de todo o mundo, e, o mais importante, o setor produtivo vem buscando a orga-nização política.

Apesar da pujança do agro-negócio nacional e local, o cam-po tem que vencer um proble-ma sério, que pode ameaçar a produção de alimentos, o êxodo rural. E a solução para essa ques-tão passa pelo desenvolvimento social do meio rural, de forma a garantir a produtores, traba-lhadores rurais e moradores do campo o mesmo padrão de vida de quem vive na cidade.

A manutenção das áreas ru-rais tem papel importante ainda na contenção da urbanização e na preservação dos recursos na-turais, dos quais o mais impor-tante seja talvez a água. No caso de Brasília, a degradação dos mananciais é apontada por espe-cialistas como uma das questões mais sérias que a sociedade terá que enfrentar.

Page 3: Tribuna Rural 12 - Abr2010

Tribuna rural abril de 2010 Página 3PolíTiCa

A Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamen-

to do Distrito Federal (Adasa) concedeu as primeiras 149 ou-torgas de uso de água de canais para os usuários dos ribeirões Jatobazinho/Capão Comprido (53) e Rodeador (96), em Bra-zlândia. Os documentos foram entregues no último dia 23.

Os usuários de água de canal dos córregos Jatobazinho (42) e Capão Comprido (11) vão po-der captar, cada um, cinco litros por segundo, para atender às demandas de irrigação, abas-tecimento humano, criação de animais e outros. Os 96 usuários do Rodeador serão abastecidos num único posto de captação

e também poderão dispor, cada um, de cinco litros por segundo.

Com a liberação das primei-ras outorgas, a Adasa intensifica o processo de regularização de todas as captações de água do DF. A ação tem como objetivo promover o uso racional dos re-cursos hídricos e a distribuição igualitária da água, evitando

conflitos entre os usuários. A regularização visa ainda

definir papéis quanto às tarefas comuns de manutenção dos ca-nais, de forma a evitar a redução da disponibilidade de água em razão de perdas decorrentes de vazamentos, assoreamento e da degradação da vegetação ao lon-go dos cursos. A fiscalização dos

canais será feita em tempo real pelos usuários associados.

A Adasa fixou um prazo de 180 dias para que os usuá-rios regularizem seus canais, de acordo com os procedimentos e determinações estabelecidos em lei. O prazo expira em julho.Fonte: Adasa

Produtores de Brazlândia recebem primeiras outorgas de uso de canais

neyfla garcia

Encerra o prazo dia 5 de maio para que todos os

cidadãos do Brasil façam seu título de eleitor ou resolvam suas pendências eleitorais, junto a uma unidade do Tri-bunal Regional Eleitoral mais próxima de sua residência. Mas o que fazer quando se mora na zona rural? Muitos moradores têm dificuldades para se locomoverem por fal-ta de transporte público. Um drama vivido pelas famílias que moram no Núcleo Rural Jardim II, localizado próxi-mo à região do Programa de Assentamento Dirigido do Distrito Federal (PAD-DF).

Eles reclamam da falta de um posto de atendimento do TRE-DF mais próximo à região, para que possam resolver as pendências relati-vas ao registro eleitoral. Ou seja, quem mora no Núcleo Jardim II precisa se deslocar até São Sebastião, Paranoá ou Planaltina, que são as cidades mais próximas, mesmo assim a distância pode chegar até 60 km.

A moradora Maura Pe-reira do Santos sabe que é di-fícil para o TRE manter uma

unidade em área rural. Uma alternativa seria o próprio órgão disponibilizar ônibus em horários diferentes para que toda a população possa ter suas pendências resolvi-das. “Fizemos um pedido de transporte ao TRE para a re-gião, mas há dificuldades no processo”, disse.

Além disso, outra rei-vindicação dos moradores é com relação à criação de uma zona eleitoral no Nú-cleo Rural. Maura explica que antes havia uma seção na comunidade, mas que foi retirada e a partir de 2006 eles passaram a vo-tar no PAD-DF, o que di-ficultou muito nas últimas

eleições. “Não temos como nos locomover para o PAD-DF para votar, ficamos a mais de 20km da seção, e o transporte que existe na re-gião é um de manhã que vai e outro no final do dia que volta. Quem perde o ônibus na ida, na maioria das vezes fica sem votar. Mais de 500 famílias estão nessa situa-ção”, ressalta.

Procurado pelo Tribuna Rural o Tribunal Regional Eleitoral do DF não quis prestar informações sobre o assunto, devido a mudança de presidente. Enquanto isso, moradores aguardam uma posição da instituição com relação às reivindicações.

DiVulgAção

Moradores do Jardim ii sem seção eleitoral em 2010Comunidade alega que eles não existem somente no período eleitoral e que são capazes de terem voz ativa na sociedade

Mudança de seção eleitoral obriga moradores do Jardim ii a se deslocarem para o PAD-DF

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Dâmares Vaz

A Federação da Agricultura e Pecuária do DF (Fape-DF)

promoveu em 2 de março eleições diretas para a diretoria e o conselho fiscal. O processo é inédito em fe-derações de todo o País, nas quais o processo de escolha dos membros de diretorias e conselhos ocorre de forma indireta, com o voto apenas de presidentes de sindicatos ou seus delegados eleitos.

“Foi a primeira vez na história do sindicalismo rural brasileiro em que tivemos um sistema de votação direta para escolha dos dirigentes de uma Federação. Todas as demais, inclusi-ve de outros setores, adotam a eleição indireta”, diz o presidente reeleito da Fape-DF, Renato Simplício.

Ao todo, 367 produtores parti-ciparam do processo eleitoral. Para o triênio 2010/13 foi eleita a chapa Consolidação. O nome remete ao compromisso assumido pela nova gestão de consolidar as metas alcan-çadas pela administração passada, como a conclusão da titulação das terras rurais públicas e a finaliza-ção da nova sede do sistema Fape/Senar-DF (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural).

Outras metas são a criação de um departamento sindical para reforçar o apoio logístico a sindicatos; a escolha de um delegado em cada comuni-dade rural do Distrito Federal para representar o sistema; e a implemen-tação do planejamento estratégico, concebido com ampla participação das lideranças sindicais, cooperativas e comunitárias da região.

Fape escolhe nova diretoria

Presidente Renato Simplício Lopes1º Vice-presidente - Antonio Mazurek2º Vice-presidente - Luiz Gonzaga

Rodrigues Lopes3º Vice-presidente - João Carlos

WerlangDiretor-administrativo - Paulo Horta

Barbosa da SilvaDiretor-financeiro - Roberto

Mesquita MeloDiretor de Relações sindicais - Tamim

Teixeira MattarDiretora-secretária - Bernadete Passos

AndrausDiretor-tesoureiro - Egydio Aldino

Bonato

suplentes da Diretoria1º suplente - Renato Calixto Saliba2º suplente - Walmor Raimundo

Tiggemann3º suplente - Fragmar Diniz LeiteConselho FiscalConselheiro titular - Henrique José

Cruz LaenderConselheiro titular - Ivo MarzallConselheiro titular - Dante ScolariCons. suplente - Carlos Alberto ReisCons. suplente - Francisco Alves

RibeiroCons. suplente - Carlos Alberto

Quaresma

Conheça a nova diretoria e o conselho fiscal da Fape

Page 4: Tribuna Rural 12 - Abr2010

Página 4 Tribuna rural abril de 2010

PolíTiCa

Dâmares Vaz

A Federação da Agricultura e Pecuária do DF (Fape), o

Serviço de Apoio às Pequenas e Médias Empresas do DF (Se-brae) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF (Emater) firmaram parceria para oferecer apoio técnico aos pro-dutores na elaboração do Plano de Utilização. O documento é essencial para a conclusão do processo de titulação das terras rurais públicas do DF.

O PU é um roteiro técnico da propriedade. Deve conter informações sobre todas as ati-vidades econômicas desenvolvi-das na unidade de produção, as edificações e benfeitorias, assim como dados ambientais sobre

reserva legal, áreas de proteção permanentes e ainda a necessi-dade ou não de licenciamento ambiental.

Os custos de elaboração do plano serão assumidos pelos produtores. O conselheiro da Fape-DF Dante Scolari informa que os preços variam de acordo com o tamanho da propriedade. “A tabela ainda está em discus-são.” Atualmente, cerca de 2,6 mil produtores se encaixam nos padrões para a regularização.

De acordo com a Secretaria de Agricultura do DF (Seapa), o número de produtores que já procuraram o órgão para dar início à regularização é baixo. “A expectativa era a de que mais produtores viessem até a Seapa. Para levar mais agricultores ao

processo de regularização, deve-mos publicar um novo edital de convocação em breve”, informa o secretário-adjunto de Agricul-tura, Aguinaldo Alves.

O secretário-adjunto reco-nhece que a burocracia e a com-plexidade de alguns documentos exigidos, como o PU, podem ser as causas da baixa procura. Mas Alves esclarece que os agricul-tores podem procurar a Seapa e também os escritórios regionais da Emater-DF para obter mais informações sobre a titulação.

“Depois de produzido pelo proprietário, o PU tem que ser aprovado por um conselho e uma comissão. Se o agricultor quiser mudá-lo, terá que repe-tir todos esses passos. Então, é recomendável que o documento

seja feito da forma mais correta possível”, afirma Alves.

Iniciados na Seapa ou nos escritórios regionais da Emater-DF, os processos são encaminha-

dos diretamente à Companhia Imobiliária de Brasília (Terra-cap). Segundo a Seapa, os pri-meiros 100 contratos devem ser assinados em maio.

Plano de Utilização é fundamental para regularização das terras ruraisDocumento deverá ser entregue por produtores que já deram entrada no processo de titulação. Para facilitar a produção, Fape vai oferecer apoio técnico

1. Informações gerais, como o nome ou a razão social do interessado; o CPF ou CNPJ; o endere-ço para correspondência e telefone de contato; o endereço da proprieda-de e roteiro de acesso; o croqui da propriedade; e a localização na planta Sicad/Codeplan na escala 1:10.000;

2. Caracterização do em-preendimento/infraes-trutura, com um quadro de distribuição das áreas da unidade de produção; a descrição detalhada das

atividades desenvolvidas e a serem desenvolvidas, contemplando a área to-tal do lote; o cronograma de instalação, quando houver mudança da ati-vidade rural; e a descri-ção das benfeitorias exis-tentes e/ou a construir;

3. Zoneamento, com in-formações da macrozona rural em que está inseri-da a unidade de produ-ção, conforme definido nos artigos 59, inciso II e 61, incisos I e II, da Lei Complementar nº 803, de 25 de abril de 2009,

o Plano Diretor de Or-denamento Territorial (PDOT);

4. Aspectos ambientais, com informações sobre se atividade exige ou não Outorga do Direito de Uso dos Recursos Hídri-cos, citando a respectiva legislação e, em caso po-sitivo, se existe ou não o ato de outorga, anexan-do cópia do documento, se for o caso. Também é preciso informar se a ati-vidade exige ou não Li-cenciamento Ambiental, citando a respectiva legis-

lação e, em caso positivo, se existe ou não a licença, anexando cópia do docu-mento, se for o caso. O produtor deve especificar ainda as áreas de previsão de Reserva Legal, bem como as Áreas de Pre-servação Permanente, e os recursos hídricos exis-tentes, delimitadas em planta Sicad/Codeplan, na escala 1:10.000;

5. O nome do responsável técnico, com cópia da Anotação de Responsa-bilidade Técnica (ART), registrada no respectivo

Conselho de Classe;

6. CD com os mapas e croquis digitalizados em dwg e cópia do PU no formato pdf e fotografias atuais do local, anexados;

O PU deverá ser entregue em duas vias para análise e aprovação da Seapa. O documento tem que ser formatado em fonte Arial, tamanho 12, uti-lizando-se espaçamento entre linhas 1,5 e folha tamanho A4, numeradas sequencialmente.

Primeiros contratos devem sair em maio

ConFira o roTeiro Do Plano De UTilizaçãoPublicado em 26 de março de 2010 no Diário Oficial do Distrito Federal, o Termo de Referência estabelece as diretrizes básicas para a elaboração do Plano de Utilização. O roteiro deve conter:

Federação da Agricultura e Pecuária do Distrito FederalSIA Trecho 2, lote 1630 - Cep: 71200-029 - Brasília DF

Telefone: (61) 3242-9600 Fax: (61) 3443-2944

Com dificuldades para fazer o Plano de Utilização?

Para agilizar a titulação das terras, a Federação de Agricultura e Pecuária buscou as melhores empresas de planejamento do Distrito Federal para atender o produto rural na elaboração do Plano de Utilização.

lAERCio ToMAz

Page 5: Tribuna Rural 12 - Abr2010

Tribuna rural abril de 2010 Página 5MerCaDo

Dâmares Vaz

A Câmara dos Deputados aprovou, no último dia

17, Projeto de Lei Comple-mentar que cria o Fundo de Catástrofe, instrumento que representa uma cobertura su-plementar para seguradoras e resseguradoras no pagamento de indenizações decorrentes de eventos climáticos. O tex-to segue agora para o Senado, para ser votado.

O Fundo terá um aporte inicial do governo federal de R$4 bilhões, sendo R$2 bi-lhões imediatamente e mais R$ 2 bilhões nos próximos três anos. Além do governo, participarão do fundo coo-perativas, seguradoras, res-seguradoras e a indústria de insumos agrícolas. As cotas serão definidas apenas na re-gulamentação, assim como os limites de cobertura de risco.

■ Administração

O fundo será instituído e administrado por uma pessoa jurídica criada para esse fim, mas, se até dois anos depois da publicação da futura lei a per-sonalidade jurídica ainda não existir, a gestão do fundo será feita pelo Instituto de Resse-guros do Brasil (IRB).

Os rendimentos do fundo não ficarão sujeitos ao Imposto de Renda na fonte ou ao Im-posto sobre Operações Finan-ceiras (IOF), e sobre as suas re-

ceitas não incidirão o PIS/Pasep e a Cofins. As cotas adquiridas pelos participantes do Fundo poderão ser deduzidas do lucro real, para efeito de apuração do Imposto de Renda, e da base de cálculo da CSLL.

No entanto, o texto apro-vado pela Câmara prevê o fim da isenção tributária existente para o seguro rural, a partir de 1º de julho do ano seguinte ao de início de operação do fundo.

*Com informações da Agência Câmara.

Câmara aprova Fundo de CatástrofeA medida tem como objetivo impulsionar o desenvolvimento do mercado de seguro agrícola no País

Fundo: aporte de R$ 4 bilhões em três anos

O Brasil vai colher safra re-corde de grãos. De acordo

com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a pro-dução deve chegar a 146,31 mi-lhões de toneladas. O resultado do sétimo levantamento do ano é o melhor da história, 8,3% superior às 135,13 milhões de toneladas da última safra. O desempenho supera o último recorde, registrado no ciclo 2007/2008, quando a produção foi 144,14 milhões de toneladas.

O bom regime de chuvas nas áreas de maior produção, a ampliação de área do milho se-gunda safra e a antecipação do plantio da soja no estado de Mato Grosso foram os grandes responsáveis por este desempe-nho. A soja deve alcançar 67,39 milhões de toneladas, 17,9% ou 10,22 milhões de toneladas a mais que na safra anterior.

O milho segunda safra teve aumento de 19,5%, totalizando 20,73 milhões de toneladas. O resultado foi influenciado pela previsão de crescimento de 3%

na área e de 15,9% na produti-vidade. Somadas a primeira e a segunda safras do cereal, a pro-dução atingiu 54,14 milhões de toneladas, ganho de 6,1% em relação ao período passado, o que representa 3,13 milhões de toneladas a mais.

Cerca de 50% da safra já foi colhida. Em Mato Grosso, a co-lheita está em fase final; Goiás e Paraná, em 63% e Rio Grande do Sul, 27%.  Em todo o País, a situação é de 60% para o milho primeira safra, de 65% para a soja e de 40% para o arroz. O feijão primeira safra foi todo colhido.

Algumas culturas tiveram ampliação de área, embora não tenham contribuído para eleva-ção do total plantado. O milho segunda safra registrou aumento de 24,8% (374,8 mil hectares) em Mato Grosso e de 13,8% (51,3 mil hectares) em Goiás. A soja também teve elevação de área, de 6,8% (1,48 milhão de hectares).Fonte: Conab

Brasil colhe safra recorde

raDar

Com a finalidade de garantir a sanidade animal do esta-

do, a Superintendência Federal de Agricultura no Distrito Fede-ral (SFA-DF) alerta para o risco da utilização da cama de frango na alimentação de ruminantes (bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos). De acordo com a Ins-trução Normativa nº 8 de 25 de março de 2004, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento (Mapa), são proibidas em todo o território nacional a produção, a comercialização e a utilização de produtos destina-dos à alimentação desses animais que contenham em sua compo-sição proteínas e gorduras de origem animal.

Dentre os ingredientes proi-bidos na alimentação está a cama de aviário, também chamada de cama de frango. Trata-se do con-junto do material utilizado para forrar o piso dos galpões, que pode ser de maravalha, palha de arroz, feno de capim, sabugo de milho triturado ou serragem com as fezes, urina, restos de ração e penas que se misturam com esse material.

Além da cama de frango, es-tão proibidos o uso de sangue e derivados, farinha de sangue, de carne e ossos, de ossos autocla-vados, de resíduos de açougue, de vísceras de aves, de penas, de resíduos de abatedouros de aves e qualquer produto que contenha, em sua composição,

proteínas, gorduras de origem animal e resíduos da exploração de suínos. Este produto pode ser utilizado de maneira legal como adubo.

A Superintendência alerta ainda para que produtores veri-fiquem, antes de alimentar seus animais com ração, concentra-dos e suplementos protéicos, se no rótulo destes produtos não se encontram os dizeres Uso proibi-do na alimentação de ruminates. Também é importante guardar os comprovantes e notas fiscais de aquisição de rações, concen-trados, suplementos protéicos e também matérias-primas (caso a ração seja preparada na proprie-dade).

■ Doenças

Um dos motivos da proi-bição é o risco que seu uso traz para a sanidade do rebanho na-cional. Dentre as doenças que podem ser veiculadas pela cama de frango estão o botulismo e a encefalopatia espongiforme bo-vina, popularmente conhecida como doença da Vaca Louca.

Um perigo que pode estar relacionado com a cama de fran-go é a possível presença de bac-térias, arames, pregos e resíduos de inseticidas e antibióticos, além da possibilidade de causar uma doença chamada botu-lismo. O botulismo é causado pela ingestão da toxina do Clos-tridium botulinum. A bactéria

pode ser encontrada no meio ambiente, além de ossos, fezes e, até mesmo, no tubo gastrointes-tinal de animais mortos. A do-ença caracteriza-se pela paralisia muscular do animal.

A Vaca Louca pode ser transmitida por meio de uma proteína chamada prion, pre-sente na farinha de carne e os-sos de animais infectados com a doença. Os primeiros casos da doença ocorreram na Europa em 1986, e há registros também em outros continentes. O Brasil é considerado país de baixo risco da doença. Por isso, o IMA, na intenção de preservar esse sta-tus, inspeciona constantemente produtores rurais visando a não utilização deste produto na ali-mentação dos ruminantes, di-

minuindo o risco do surgimento da doença. O descumprimento da legislação gera auto de infra-ção, e a documentação referen-te à vistoria é enviada ao Mapa para demais providências.

É importante frisar que o consumo de produtos de origem animal provenientes de bovinos tratados com cama de frango também representa risco para a saúde humana.

■ Uma saída rentável

Como o uso da cama aviária na alimentação de ruminantes é proibido, utilizá-la como adubo orgânico foi a saída encontra-da por avicultores para tornar segura e rentável a destinação desse resíduo da criação. Em

Minas Gerais e nos estados do Centro-Oeste, a oferta de adubo feito a partir da cama de frango está sendo toda absorvida por produtores de milho, algodão e café.

Barata e rica em nutrientes, a forração dos aviários, a cha-mada cama de frango, melhora a produtividade das lavouras com custo reduzido. “A cama de frango pode ser aproveitada como fonte de nutrientes para as culturas vegetais após sofrer compostagem ou biodigestão, sendo os produtos desses pro-cessos o composto e o biofertili-zante”, informou o fiscal federal agropecuário Paulo Mocelin.Fonte: SFA

superintendência de agricultura alerta para riscos do uso de cama-de-frango na alimentação animal

sFA alerta para uso de cama de frango na alimentação de ruminantes.

DiVulgAção

PRisCilA nAsCiMEnTo

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Página 6 Tribuna rural abril de 2010

enTreVisTa

Área rural do DF completa 32 anos de assistência prestada pela ematerneyfla garcia

Nos últimos 32 anos, a agri-cultura do Distrito Federal

e Entorno enfrentou uma série de problemas como a regulari-zação das terras, por exemplo. Mas também houve muitas con-quistas no cenário econômico. Os produtores rurais vivem um momento de muitas lutas e vitó-rias para o setor agrícola do DF e Entorno. Presente nessa luta diária, a Empresa de Assistência técnica e Extensão Rural do DF (Emater-DF) celebra as mais de três décadas de apoio prestado à área rural e aos trabalhos realiza-dos nesse tempo.

Os avanços do setor agrícola do DF se devem a uma série de iniciativas feitas pelos Núcleos Rurais e pela Emater-DF, que busca beneficiar o setor e expan-di-lo. E é sobre esse importan-te aspecto da evolução do setor e do desenvolvimento de novas tecnologias que o presidente da Emater-DF, Dílson Resende, fala nesta entrevista exclusiva ao Tribuna Rural.

Tribuna Rural: A Emater-DF comemora 32 anos de apoio à área rural do DF, no mesmo mês em que Brasília celebra 50 anos de história. E o setor agrí-cola não poderia ficar de fora desse momento. Como o se-nhor analisa a evolução do se-tor rural e de toda a tecnologia desenvolvida para a atividade?

Dílson Resende: Quando Brasília veio para cá, quando Juscelino Kubitschek projetou e planejou a vinda da capital do país para o Planalto Central, ele também projetou o abasteci-mento, quer dizer, havia a neces-sidade de criação de um cinturão verde para produção de hortali-ças e a busca de outras atividades produtivas, como pecuária, para fornecimento de carne e leite. O Goiás era um estado muito in-cipiente na agricultura, era mais pecuária extensiva. Tive a opor-tunidade de conhecer o planeja-mento, ler a história desses pro-jetos de Brasília e da agricultura. A produção de grãos era uma incógnita naquele tempo, não se pensava que o Cerrado pudesse produzir. Então, a preocupação básica era segurança alimentar, abastecimento a partir da pro-dução de hortaliças e hortifruti-granjeiros.

TR: Quais os primeiros núcle-os rurais a serem criados no DF?

DR: Os primeiros núcleos rurais, as primeiras chácaras a se-rem criadas dentro desse cintu-rão foi Vargem Bonita e Tagua-tinga, na área de produção de hortaliças. Com a abertura do Cerrado, e a criação da Embra-pa, a pesquisa começou a traba-

lhar o desenvolvimento de varie-dades e o Cerrado mostrou para os produtores o que realmente ele é. Mostrou o potencial que tinha e passou a ser considerado celeiro do Brasil. Foi aí que a agricultura tomou outra dimen-são no País, em razão da aber-tura e do desenvolvimento do bioma. Nesse sentido o próprio governo, no caso, a Fundação Zoobotânica, trabalhava no par-celamento das glebas. Surgiu aí a necessidade de lotear e chamar os colonos para abrir o Cerrado.

TR: Como o componente am-biental era visto?

DR: Naquele tempo não se tinha ainda esta preocupa-ção ambiental de hoje e alguns erros foram cometidos. Mas o importante foi que a agricultu-ra cresceu, o Distrito Federal se tornou autossuficiente e referên-cia em muitos segmentos. Não é autossuficiente em grãos, en-tretanto, é reconhecido por sua produtividade e pelo alto uso de tecnologia.

TR: O que representa a agri-cultura do DF para o Brasil?

DR: A agricultura do DF para o Brasil é uma vitrine. As tecnologias que temos aqui, que são quatro grandes centros da Embrapa, hoje, se dividem em Embrapa Cerrados, Embrapa Hortaliças, Recursos Genéticos e Agroenergia, além da sede da Embrapa. Com isso, o DF serve de vitrine para o Brasil. Quando uma variedade, um cultivar de algum grão, de alguma hortaliça é desenvolvido, é plantado pri-meiro aqui, e daqui são mostra-dos a sua qualidade e potencial para as demais regiões do país, até porque nós somos o centro do poder. Aqui estão as autori-dades do Governo Federal, do Executivo, Legislativo e Judici-

ário. Aqui estão as embaixadas, então nós somos uma vitrine para mostrar toda a tecnologia desenvolvida pela Embrapa, e somos vitrine também, como extensão rural. Por isso que a gente recebe tanta demanda da área internacional do governo com relação a outros países. A Associação Brasileira das Enti-dades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (As-braer) também tem essa visão, hoje, de utilizar o espaço do DF e o trabalho da Emater-DF como exemplo de difusão de tecnologia e de extensão rural.

TR: E quais os impactos que a produção do DF causa na eco-nomia brasileira?

DR: O Distrito Federal não tem uma produção significati-va em termos de quantidade, a gente tem em termos de quali-dade e em termos de tecnolo-gia, Servimos na verdade como referência. O impacto que tem e que posso dizer, por exemplo, é na área de hortaliças além do DF ser praticamente autossu-ficiente, produzimos também tomate e cenoura, concorrendo com outros estados mais próxi-mos que possuem uma grande agricultura. Exportamos pimen-tão para o Norte, somos impor-tantes para o abastecimento dos estados de Belém e Porto Velho com pimentão. A agricultura do DF, também, é importan-te para o abastecimento local e logicamente na formação de preço. No caso do feijão, por exemplo, a gente ajuda a segurar o preço, no caso de hortaliças nós somos um grande mercado consumidor, mais de 2 milhões de pessoas com um bom poder aquisitivo.

TR: Com a regularização das terras o que muda para o setor?

DR: A regularização das ter-ras é a garantia que o produtor tem de edificar, construir, in-vestir a sua vida num patrimô-nio que é seu e vai ficar para os seus descendentes. Acredito que todos têm essa preocupação e acham importante dar continui-dade ao seu trabalho. O siste-ma que foi implantado no DF, de concessão de direito real de uso,se perpetuou e, com o tem-po, surgiram dificuldades legais. A questão nunca foi resolvida até por falta de vontade política de alguns dirigentes. Então, nas-ceram a ansiedade e insegurança no setor. Os produtores estavam desistindo de produzir, passando a propriedade a qualquer preço, tendo dificuldades de crédito rural, pois a política de crédito é muito importante para a pro-dução e para a pesquisa. Com o advento da regularização e a possibilidade de concessão de uso no primeiro momento e de venda no segundo, o produtor voltou a ficar otimista. A regula-rização significa um avanço para o desenvolvimento rural no DF.

TR: Qual o papel da Emater-DF?

DR: A Emater-DF cele-bra 32 anos de existência. Foi criada como instrumento de desenvolvimento rural, para le-var as tecnologias necessárias à produção no Cerrado na época de sua abertura. Então, a Ema-ter foi criada nesse contexto, no momento do milagre econômi-co, em que a assistência técnica era importante e priorizada em relação a extensão rural. A Ema-ter cresceu muito nesses anos, como toda a extensão rural. En-tretanto, aqui no DF, nós tive-mos mais respaldo do Estado e talvez uma compreensão maior por parte dos produtores, e con-seguimos sobreviver a todas as adversidades. Estamos, hoje, co-memorando com muito orgulho sermos reconhecidos nacional-mente como exemplo de empre-sa de extensão e profissionalismo e temos, principalmente, o que é mais importante, o reconheci-mento das comunidades e pro-dutores do DF.

TR: A Emater-DF está presen-te em todos os núcleos rurais do DF?

DR: Nós atendemos todo o Distrito Federal. Somos 16 escri-tórios na área rural em diversas comunidades. Em Planaltina, que é a maior área rural do DF, há cinco unidades; no Paranoá, três; aí vem São Sebastião, Var-gem Bonita, Ceilândia, Sobra-dinho. Enfim, também temos o escritório de Brasília que fica na Ceasa e que atende essa região mais próxima do Plano Piloto, Guará e a região do Lago Oes-te. Temos um centro de treina-

mento que fica, hoje, na Escola Técnica Federal, mediante con-vênio, e é onde a gente faz ca-pacitação de produtores e damos suporte ao trabalho de campo. E temos o nosso escritório central que auxilia nesse suporte.

TR: Como a Emater-DF ajuda a desenvolver, a difundir essas tecnologias na região?

DR: A Emater trabalha tan-to na área de produção quanto na área de segurança alimentar, social, educação alimentar e de higiene. Temos uma ação sis-têmica dentro da propriedade rural. Não atuamos somente em uma ponta na produção. A gente atua junto à família no processo de comercialização. A Emater-DF está envolvida em todo o processo, em toda a rede de produção. A influência da Emater na questão de desenvol-vimento de tecnologias é natu-ralmente fruto de uma parceira com a Embrapa, cujos técnicos e pesquisadores estão nos labo-ratórios, fazendo pesquisas, en-quanto nós fazemos esta ligação. E a Emater leva, também, de volta para Embrapa a resposta, se a tecnologia está realmente adequada, se precisa de alguma adaptação ou se a tecnologia não teve sucesso.

TR: Qual a importância de se ter uma instituição como a Emater que represente o setor agrícola do DF?

DR: Acredito que o produ-tor rural vê a Emater como uma companheir para todas as ho-ras. Ele tem a certeza de que no momento em que precisar rever, planejar ou talvez tomar alguma decisão sobre a produção, pode-rá contar com um extensionista rural que estará com ele no mo-mento da decisão, levando bons conselhos, conhecimento e tec-nologias apropriadas.

TR: Então, tanto a Emater quanto a área rural do DF têm muito que comemorar nesses 32 anos de história?

DR: Com certeza. Tenho a convicção de que temos o respaldo de toda a área rural. Principalmente, em virtude do nosso compromisso com o setor, qualquer política entra e sai, e nós não estamos sempre com o produtor. Os sucessos ou insu-cessos dessas fases ficam sempre com o técnico da extensão que está presente na comunidade. A gente vivencia o dia a dia da comunidade. Na hora em que está tudo bem, estamos lá para comemorar; na hora em que as coisas não estão tão boas, esta-mos lá para ajudar a achar solu-ção e dar a volta por cima. Então esse compromisso, essa ligação estreita do extensionista com a família é o nosso diferencial.

Dílson Resende, presidente da Emater-DF

DâMAREs VAz

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Tribuna rural abril de 2010 Página 7

Dâmares Vaz

Os lançamentos da indústria de sementes, fertilizantes,

aminoácidos e defensivos agrí-colas para a próxima safra pude-ram ser conhecidos em dias de campo realizados pela Cultivar.

No dia 26 de março, o evento técnico reuniu mais de 60 pessoas, entre agricultores, engenheiros agrônomos e téc-nicos, no município goiano de São João d’Aliança, a 152 km de Brasília. Em 31 de mar-ço, foi a vez da região de Serra Bonita, município de Buritis (MG), a 200 km da capital, se-diar o encontro.

No total, participaram dos dias de campo da Culti-var mais de 200 produtores rurais, consultores, técnicos, engenheiros agrônomos e pro-fessores. Seis empresas parcei-ras demonstraram seus produ-tos e serviços para as lavouras de milho e soja.

A italiana Sipcam-Isagro, por exemplo, apresentou defen-sivos agrícolas. A Juma-Agro, de origem nacional, mostrou aminoácidos. Também brasilei-ra, a Produquímica levou aos produtores fertilizantes foliares. Já a australiana Nufarm é espe-cializada em agroquímicos para lavouras e pastagens.

Na área de sementes os parcei-ros foram a Nidera e a Agromen Tecnologia, do grupo Dow Agros-ciences. Destaque aos cultivares de soja e híbridos de milho da Nidera e aos híbridos de milho da Agro-men, com a tecnologia Herculex.

Para Marcelo Franco, dire-tor administrativo e de supri-mentos da Cultivar, os dias de campo alcançam os agricultores das macrorregiões escolhidas e levam as tecnologias mais adequadas a cada uma delas. “Eventos do tipo são funda-mentais para aumentar a cre-dibilidade e o respaldo técnico das ações da empresa.”

Dias de campo exibem lançamentos da indústria para a próxima safraCultivar e empresas parceiras levam novidades em sementes, biotecnologia, fertilizantes, aminoácidos e defensivos agrícolas aos municípios de São João d’Aliança (GO) e Buritis (MG)

Dias de campo promovidos pela Cultivar em são João d’Aliança (go) e Buritis (Mg) atraíram mais de 200 produtores rurais

“O produtor passa a ter mais opções

a partir dos dias de campo. Ele conhece novas tecnologias em sementes, fertilizantes, que trazem economia e maior produtivida-de à agricultura. Se não trabalharmos para acompanhar as ino-vações tecnológicas, ficaremos para trás. E temos que usar os novos conhecimentos para baixar custos e ter rendimento com o que produzimos.”

Ivo Bettio, produtor rural

“DIAS de campo são importantes e

interessantes para que o produtor veja as no-vas cultivares e tecno-logias de aumento da eficiência da planta. As sementes são o produ-to mais interessante, já que apresentam alto valor agregado em ter-mos de melhoramento genético.”

Everaldo Anastácio Pereira, professor da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília

“A agricultura é muito dinâmica e o pro-

dutor tem que sempre absorver os lançamen-tos da indústria de se-mentes, defensivos e outros produtos. As se-mentes mostradas aqui são as tecnologias mais relevantes porque são veículos de inovações. A cada ano novas cul-tivares são lançadas e quem não se atualizar está fadado ao fracasso na atividade.”

Antônio Carlos, produtor de sementes

“DIAS de campo são fundamentais

para o agricultor por-que trazem lançamen-tos de variedades adap-tadas ao nosso clima. Além disso, são um espaço de intercâmbio. As tecnologias mais importantes são as de sementes.”

Carlos Gomes, produtor rural

“DIAS de campo são importantes para

a nossa região e En-torno porque trazem novidades em varieda-des e técnicas. E hoje a agricultura é uma coisa muito técnica. O pro-dutor tem que buscar a cada dia novas infor-mações que agreguem qualidade à lavoura. Nesse sentido, os pro-dutos de maior rele-vância mostrados aqui são as sementes de soja e milho com maior ca-pacidade produtiva.”

Eduardo Nascimento, consultor técnico em Formosa

“DIAS de campo são importantes para

o produtor que busca novas tecnologias para aumentar a produção. As variedades de semen-tes apresentadas aqui, adaptadas a nossa altitu-de e ao solo, sempre são as tecnologias mais inte-ressantes, como é o caso do milho transgênico, que inova no controle de lagartas, e as varieda-des de sojas adaptadas a nossa região.”

Gilmar Berticelli, produtor rural

Confira a opinião de quem participou dos dias de campo da Cultivar

TeCnologiaTAinE CôRTE

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Página 8 Tribuna rural abril de 2010

TeCnologia

neyfla garcia

Exatamente há 50 anos nasce em meio ao Cerrado brasi-

leiro, Brasília, a capital do país. Bem no centro do país, se con-centra o poder político. Mas não é só a política que movi-menta a Capital. Existem vários segmentos, principalmente um que tem conquistado cada vez mais espaço. Estamos falando da região agrícola do Distrito Federal. Ninguém imaginava que em meio ao Cerrado pu-desse existir uma agricultura sólida e forte no mercado. Esse feito só foi possível graças às tecnologias desenvolvidas para trabalhar o solo e prepará-lo.

O Cerrado é caracterizado por uma vegetação “raquítica e torcida”, com sistema radicular profundo; solos fracos e baixa fertilidade, e com uma gran-de variedade de plantas e ani-mais. Esse sistema recobre 200 milhões de hectares, dos quais 75% estão no Planalto Central. Ao longo dos últimos anos, a pesquisa científica se encarre-gou de superar as dificuldades naturais e transformou o Cer-rado em uma alternativa para a produção de grãos.

A melhoria do desempenho dos índices de produtividade, com a substituição de modelos tradicionais por um padrão tec-nológico, em que a utilização de sementes melhoradas, de fer-tilizantes minerais de alta solu-bilidade, da irrigação e da me-canização da lavoura, passou a ser práticas usuais e necessárias.

■ Tecnologia

Segundo o pesquisador em fertilidade do solo da Embrapa Cerrados, Djalma Martinhão Gomes de Sousa, até a década de 60, não se produzia nada na região central do país, a única atividade que tinha era a cria-ção de gado. “Iniciou-se um

trabalho de cultivo de hortifru-tigranjeiros e de grãos que im-pulsionou o desenvolvimento da região. A Embrapa foi criada na década de 70 para criar tec-nologias para melhorar o solo e as condições de plantio da re-gião”, disse.

Atualmente, a produção de trigo e milho do DF é destaque no cenário agrícola, está em primeiro lugar na média nacio-nal. Djalma explica que isso só foi possível devido à correção e adubação do solo, que teve que se tornar adequada para torná-lo produtivo. “Desenvolvemos pesquisas na área de pastagem e estudos sobre o cerrado, so-bre os recursos naturais que existem. Realizamos estas ações em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF (Emater-DF)”, ressalta.

Com a necessidade de se produzir, a Embrapa busca cada vez mais corrigir a acidez do solo, que pode ser melhora-da por meio de adubação com fósforo, uma das maneiras mais eficientes que existe, de for-ma econômica e sustentável. O Distrito Federal também se destaca pela produção de leite, ovo, frango e grãos, devido à expansão do mercado e ao uso de alta tecnologia.

Para o pesquisador, o que falta na agricultura brasileira são trabalhos que aperfeiçoem a produção. Ou seja, espaço para a agricultura existe o que falta é planejamento, e para isso que existem as tecnologias para aprimorar. “Deve haver mais investimento em pesquisas e políticas públicas que atendam as necessidades do produtor. Temos muitas tecnologias guar-dadas, não precisamos derrubar mais árvores para ampliar as áreas de plantio, e sim organi-zar a casa. Nosso maior proble-ma é levar essas tecnologias ao campo”, pondera.

■ Ascensão

O crescimento da agricul-tura do DF é significativo. Para se ter uma ideia nos últimos 20 anos, a quantidade de área plantada cresceu mais de 400%. Em 1980 o total de área planta-da era de 27 mil hectares, em 2009 esse número passou para 127 mil hectares. Um salto que impulsionou o setor produtivo do DF. A produção na década de 80 era 69 mil toneladas, em 2009 registrou 827 mil tonela-das.

O secretário-adjunto da Secretaria de Agricultura, Pe-cuária e Abastecimento do DF (Seapa-DF), Aguinaldo Alves, relaciona estes avanços às po-líticas públicas adotadas para o setor. “O DF se destaca pela produtividade de grãos, isso significa que estamos no cami-nho certo”, relata.

A piscicultura também evo-luiu durante esses anos. Antiga-mente, o DF contava com 100 produtores de peixe, hoje esse número chega a mais de 400

piscicultores. A bacia leiteira também teve sua produção au-mentada em 48% no DF. E a suinocultura tem apresentado crescimento.

“Apoiamos todos os seg-mentos agropecuários existen-tes no DF. Nossa maior pre-ocupação é com a agricultura familiar, que precisa de mais recursos e investimentos. Mas, graças às políticas adotadas, hoje o pequeno produtor con-segue máquinas e implementos agrícolas que possibilitam essa expansão”, comenta Aguinaldo.

Ele explica que antes a produção no DF era pequena. Com a vinda dos japoneses ini-ciou-se a produção de hortifru-tigranjeiros, em seguida a pro-dução de grãos no Programa de Assentamento Dirigido do DF (PAD-DF), propulsora da agri-cultura na região, que impul-sionou a criação de tecnologias, o que, por sua vez, possibilitou o desenvolvimento e a capacita-ção do setor.

“A modernização só foi possível graças a uma parceria

entre a Seapa-DF e a Emater-DF, que passou a capacitar téc-nicos extensionistas rurais, para levar tecnologia ao campo, que passou a contribuir de forma gradativa para o crescimento do setor”, ressalva.

agricultura do DF faz história no cenário brasileiroUso de sementes melhoradas, de fertilizantes minerais de alta solubilidade nas lavouras passou a ser práticas usuais e necessárias para melhor desempenho dos índices de produtividade

saiba Mais

O Cerrado brasileiro é o segundo maior bioma brasileiro. Presente em 13 estados, e no Distrito Federal, ocupa 24% da área total do país. Nesse ecossistema estão loca-lizadas as nascentes de cinco importantes bacias hidrográficas, cerca de 6.500 espécies de plan-tas e uma vasta fauna. É, hoje, um dos biomas que mais se destaca pelo grande potencial de pro-dução alimentar. Fonte: Embrapa.

Tecnologias impulsionam agricultura do DF

TRiBunA RuRAl

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Tribuna rural abril de 2010 Página 9

Dâmares Vaz

Os números das exportações do Distrito Federal dão

uma ideia da relevância do setor agropecuário na região. A ativi-dade responde por mais de 90% de tudo o que vai para fora, em-bora as áreas produtivas sejam pequenas. Brasília tem perto de 600 mil hectares, dos quais 420 mil são considerados rurais. Destes, são utilizados pouco me-nos de 180 mil hectares.

Situada na região central do Centro Oeste, onde está a maior fronteira agrícola do país, a capi-tal foi essencial para o desenvol-vimento econômico do Cerrado e para o incremento tecnológico por que passou o agronegócio brasileiro. Provas da alta tecnifi-cação adotada pelos produtores daqui são alguns dos melhores índices de produtividade do país em culturas como trigo, milho, soja e feijão.

O DF é ainda autossuficien-te em hortaliças e tem a produ-ção marcada pela diversidade. É possível encontrar produtores de leite, frutas, pescados, mel, suí-nos, bois, búfalos, ovinos, capri-nos e orgânicos.

Mas o começo da atividade na região não foi fácil. Quando Brasília foi fundada, há 50 anos, não havia agricultura nem cul-tura de produção. A região do Cerrado era considerada pouco produtiva e havia ainda proble-mas fundiários sérios, em razão de pendências na desapropria-ção de terras e na divisão das glebas.

Foi adotado no DF, primei-ramente, o sistema de arrenda-mento das terras. Depois insti-tuiu-se a concessão de uso. Estes instrumentos davam aos produ-tores segurança para investir, já que os bancos aceitavam os con-tratos de arrendamento como garantia em financiamentos. Essas condições, embora precá-rias, duraram cerca de 20 anos e possibilitaram o desenvolvimen-to da região.

A calmaria no setor du-rou até 2005, ano em que os contratos de arrendamento ou concessão do direito real de uso foram declarados inválidos pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal, a pedido do Ministé-rio Público. “Foi um desastre. Perdemos muitos recursos e in-vestimentos feitos nos últimos

anos. Este é o problema mais sério enfrentado até hoje”, con-ta o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do DF (Fape), Renato Simplício.

A repentina ilegalidade teve consequências graves sobre o acesso ao crédito e investimen-

tos na ampliação da produção e reestruturação da propriedade. Felizmente, de-pois de um lon-go caminho de negociação entre o setor e o poder público, foi acha-da uma solução.

S a n c i o n a -da em agosto de 2009, a lei 12.024 autoriza o governo do DF a fazer a venda ou a concessão sem licitação a quem ocupa a terra há mais de

cinco anos. “A ausência de crédi-to em função da falta de garantia fundiária deve ser resolvida em breve, é o que esperamos”, afir-ma Simplício.

■ Alta produtividade

O acréscimo de produti-vidades agrícolas do DF foi decorrente da adoção e difu-são de tecnologias inovadoras apropriadas, como a introdu-ção de novas cultivares e hí-bridos; o manejo correto dos solos e água; a adubação de plantio e cobertura; o manejo integrado de pragas e doen-ças; a irrigação; a inoculação de sementes de soja e feijão; o controle biológico; os culti-vos de safrinhas; o plantio di-reto; a utilização de sistemas de cultivos protegidos; a me-canização com plantadeiras de alta precisão; a melhoria de comercialização por meio da padronização e classificação, e o manejo pós-colheita.

Também contribuíram fa-tores como o uso racional dos recursos naturais, o serviço de assistência técnica e extensão ru-ral em todo o território do DF, o incremento de cursos e institui-ções de ensino ligados ao setor, e o desenvolvimento da pesquisa agropecuária, em órgãos como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Merecem destaque ainda po-líticas governamentais federais e estaduais, investimentos de empresas privadas, a disponibi-lidade de linhas de crédito rural oficiais e privadas, a exigência de mercado local e nacional, a capacitação da mão-de-obra (em culturas, gerenciamento, máquinas e equipamentos agrí-colas), a profissionalização dos produtores rurais, o trabalho de cooperativas, e o microclima seco da região, que dificulta o aparecimento de doenças no período de inverno, além dos fatores climáticos favoráveis durante as safras.

Tecnologia e organização marcam agricultura nos 50 anos de brasíliaSetor exibe vitalidade ao comemorar as cinco décadas da capital e otimismo para resolver questões como a regularização das terras rurais públicas e a busca por organização política

A criação da Federação da Agricultura e Pecuária do

DF (Fape-DF) em 2003 deu iní-cio a um novo tempo na agro-pecuária do DF. A emancipação política do setor, no entanto, teve início em 1992, época em que o Sindicato Rural do DF era subordinado à Federação da Agricultura do Estado de Goiás, e não tinha expressão nem au-tonomia política para ter a sua própria representação na Confe-

deração Nacional da Agricultura (CNA).

Para fortalecer o Sindicato, de modo a torná-lo uma insti-tuição legítima de representação política, de 1992 a 1995 foi fei-to um trabalho para filiar produ-tores que não eram sindicaliza-dos. A primeira conquista desta época foi a emancipação política de Goiás.

O então presidente da en-tidade, Luiz Gorga, defendeu

a necessidade de uma maior representatividade na CNA. Esta conquista veio na gestão do Nuri Andraus e o Sindica-to passou a ter assento à mesa de grandes discussões com po-líticos locais e nacionais e a ter funções legalmente conferidas pela CNA.

O ano de 2003 foi marcado pela criação de seis sindicatos, por categoria econômica, graças à abertura da CNA. Foram eles

os sindicatos dos produtores de orgânicos; dos avicultores; dos criadores de ovinos e caprinos; dos floricultores, fruticultores e horticultores; dos criadores de bovinos, bubalinos e eqüídeos e de turismo rural e ecológico.

Essa nova estrutura re-presentou uma inovação no sindicalismo rural brasileiro e alçou o Distrito Federal à vanguarda de um modelo sin-dical compatível com a nova

realidade socioeconômica do país. Foi o que possibilitou a criação da Fape.

A instituição de sindicatos por categoria econômica teve a vantagem de atender mais especificamente aos interesses dos produtores nas suas ati-vidades. Além disso propor-cionou a representação dos segmentos econômicos em Câmaras Setoriais do Ministé-rio da Agricultura.

setor investe em organização política

granja de Vargem Bonita, DF

Visita as plantações do Programa de Assentamento Dirigido do DF (PAD-DF)

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Page 10: Tribuna Rural 12 - Abr2010

Página 10 Tribuna rural abril de 2010

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A picultura é um setor em grande expansão no Dis-

trito Federal. A produção apí-cola na região começou em 1982 e hoje conta com 160 produtores que pertencem à Associação Apícola do Dis-trito Federal (API/DF) e ao Sindicato dos Apicultores do Distrito Federal (Sindiapis). Além dos produtores, o setor conta com a participação de técnicos da Empresa de Assis-tência Técnica e Extensão Ru-ral (Emater), vinculada à Se-cretaria da Agricultura, para dar suporte à produção.

Segundo o presidente da Associação Apícola do DF, Nilo Macedo, o perfil dos api-cultores da região é de peque-no porte. Em 2004, foi criada

na Granja do Torto a unidade de processamento de mel co-letiva, com o sugestivo nome de Palácio do Mel, onde quase toda a extração do mel produ-zido no DF é feita. A concen-tração da produção contribui ainda para a certificação do produto e a garantia de qua-lidade para o consumidor. Por ano, são produzidas 40 tone-ladas, escoadas para consu-midores do Distrito Federal e Entorno.

O setor apícola ainda não tem capacidade de produção para abastecer o grande mer-cado. “A maioria dos produtos fabricados a partir do mel e até o próprio mel encontra-do hoje nos supermercados do DF vem de fora, a nossa participação efetiva no mer-cado ainda é muito pequena”, explica Nilo. O principal ob-

jetivo dos produtores é conseguir abastecer todo o Distrito Fede-ral, oferecendo o pro-duto a um preço mais acessível.

A grande difi-culdade hoje para o setor é atrair o inte-resse dos consumido-res para o produto. “As pessoas aqui não têm o hábito de usar o mel em sua alimen-tação, o potencial de consumo é muito baixo, por isso temos que buscar sempre aprimorar a nossa produção para con-quistar a confiança dos nossos clientes”, diz Nilo Macedo.

Apesar de a produção não ser em larga escala, apicultores

da região já conquistaram di-versos prêmios nacionais pela qualidade do mel e do pólen produzidos. Além disso, são

oferecidos cursos para capaci-tar o apicultor e para mantê-lo sempre informado em relação às novidades do setor.

Produtores de mel buscam alternativas para conquistar mercado

ana Paula santos

A produção de grãos voltada para a comercialização na re-

gião do Distrito Federal e Entor-no começou em 1977 por pro-dutores assentados do Programa de Assentamento Dirigido do Distrito Federal (PAD-DF). A primeira cultura a ser produzida foi a de arroz de sequeiro, que logo no início enfrentou grandes

dificuldades em decorrência do solo pobre e de baixa fertilidade para a produção. Foi substituída logo depois pelo cultivo de soja, mais viável para as condições do Cerrado.

Para o presidente do Sindi-cato Rural, Luiz Vicente Ghesti, a tecnologia incipiente existente na época foi o principal motivo da baixa produtividade do setor. A criação da Cooperativa Agro-

pecuária da Região do Dis-trito Federal ( C o o p a - D F ) no ano seguinte ajudou a ala-vancar o setor. Além disso, investimentos na correção do solo e na infra-estrutura tor-naram possível

a introdução de outras culturas na região, como a de milho, fei-jão e trigo. “A produção de grãos teve uma evolução extraordiná-ria, superando as mais otimistas expectativas em termos qualita-tivos”, afirma Ghesti.

Os produtores ficaram sur-presos com os índices de produ-tividade alcançados em áreas tão pequenas. No DF, pouco mais de 500 mil hectares são destina-dos a produção. Hoje a região é referência na produtividade de trigo irrigado, feijão e, princi-palmente, milho. Se fosse con-siderado município, o DF ocu-paria o 8º lugar em volume de produção deste último grão. O bom desempenho na produção de grãos estimulou investimen-tos na criação de aves e produ-ção de ovos férteis, setor que res-ponde por 90% das exportações locais.

O cenário tecnológico para a produção de grãos no DF passou por uma grande mudança e isto pode ser visto comparando-se o volume de produção quando foi iniciado o plantio de grãos para as produções atuais. De acordo com dados da Companhia Na-

cional de Abastecimento (Co-nab), a produtividade de grãos média do país é de 3,07 mil qui-los por hectare, enquanto que no Distrito Federal a produção é de 4,124 a 4,439 mil quilos por hectare.

Produção de grãos no DF se destaca pela alta produtividadeCooperativismo e investimentos em tecnologia são responsáveis pelos bons resultados do setor

Milho: índices de produtividade altos

Tecnologia marca produção

Apicultores do DF produzem 40 toneladas de mel por ano

EMATER-DF

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Tribuna rural abril de 2010 Página 1150 anos

Dâmares Vaz

Os números impressionam. São 600 galpões de frango,

200 galpões de matrizes, mais de 200 avicultores, uma produção de 350 mil frangos por dia (en-tre animais abatidos e vendidos vivos) que responde por quase 90% de tudo o que o Distrito Federal exporta. São ainda 32 milhões de ovos férteis por ano e quase 150 mil toneladas de carne, quantidade que, além de atender à demanda local, vai para todo o Brasil e para países da América Latina.

A atividade teve início na re-gião na década de 60. O frango era comprado em Belo Horizon-te (MG) e abatido na Asa Norte pelos irmãos Aroldo e Geraldo Amorim. Foram eles que, um pouco mais tarde, criaram a em-presa Só Frango, a pioneira do sistema de integração no Distrito Federal, no início dos anos 90. Aliada às linhas de financiamento para a avicultura, a integração foi a grande responsável pelo desen-volvimento intenso da atividade.

Apesar das perspectivas de crescimento, os primeiros galpo-nistas integrados tiveram que en-frentar obstáculos que chamam a atenção pela simplicidade, como a falta de madeira para erguer as

instalações das granjas e a ausên-cia de mão-de-obra especializada em construção civil, como mar-ceneiros e mestres de obras.

O boom no setor durou até a metade do decênio 2000/10, impulsionado pelos altos pa-drões sanitários das granjas lo-cais e pelo elevado nível tecno-lógico empregado na atividade. “Instituídos pelos pioneiros, os irmãos Amorim, os padrões de biossegurança da avicultura do DF são um modelo para o País”, afirma o presidente do Sindicato dos Avicultores do DF (Sindia-ves), Laurentino Fernandes.

As granjas da região são instaladas em áreas saneadas, o controle do trânsito de veículos e pessoas é bastante rigoroso, as-sim como os procedimentos de higienização e desinfecção de quem entra nos galpões.

No entanto, o Sindiaves e a Associação dos Avicultores do Planalto Central (Aviplac) aler-tam para a perda de critérios sanitários ocorrida nos últimos cinco anos. “O adensamento do plantel e a entrada de novas in-tegradoras no mercado local são algumas das causas da queda dos padrões de biossegurança, assim como a falta de fiscalização do setor pelo poder público”, expli-ca Fernandes.

Frangos são quase 90% das exportações do DFOs números confirmam a avicultura como a principal atividade econômica do DF. No entanto, setor apresenta demandas urgentes

aViCUlTUra orgÂniCos

Avicultura teve início no DF na década de 60

Malunga é referência em Agroecologia

Dâmares Vaz

Se depender do mercado consumidor, a produção

orgânica tem tudo para cres-cer. A demanda pelos produtos cresce 30% ao ano. Atualmen-te, existem no Distrito Federal 208 produtores orgânicos, dos quais 106 são sindicalizados, e mais 558 agricultores de tran-sição agroecológica. Por ano, o setor movimenta R$ 15 mi-lhões.

A área agrícola é de 430 hectares, e são produzidas 2,58 mil toneladas, principalmen-te frutas, legumes e verduras. A área de pastagem tem 594 hectares. O rebanho bovino é de 570 cabeças, que produzem 22 mil litros de leite. Há ain-da 10,9 mil aves de postura, 82 ovinos e 144 suínos.

O cultivo de orgânicos no DF começou nos anos 1970, feito por apenas um agricultor. Em 1985, nasce a fazenda de

agricultura ecológica Malunga e a Associação de Agricultura Ecológica, que reunia oito pro-dutores.

De acordo com o proprie-tário da Malunga e presidente do Sindicato dos Produtores de Orgânicos do DF (Sindiorgâni-cos), Joe Valle, tecnologias de produção e a ausência de linhas de financiamento específicas fo-ram as maiores dificuldades do começo.

“Naquela época ninguém sabia cultivar tomate orgânico, por exemplo. Faltava o domínio de técnicas de manejo adequadas básicas, como adubação do solo e combate às pragas”, diz Valle.

Para desenvolver o setor, o presidente do Sindiorgânicos pontua algumas ações. A pri-meira delas é o fortalecimento da Cooperativa dos Produtores do Mercado Orgânico de Bra-sília, criada em dezembro de 2009.

Valle também destaca o fortalecimento e ampliação dos

espaços de comercialização e ainda a inclusão de produtos or-gânicos na merenda escolar e na compra institucional. “Apesar de haver leis que implementam essas medidas, como a lei da me-renda escolar, o DF precisa de uma legislação específica para a agricultura orgânica.”

■ Malunga

Com uma área de 45 hec-tares, a fazenda Malunga é mo-delo no cultivo ecologicamente correto de alimentos. Situada no Programa de Assentamento Dirigido do DF (PAD-DF), a 60 km de Brasília, produz, por mês, 20 toneladas de alimentos, como hortaliças e laticínios.

A agricultura orgânica no Brasil é regulamentada pelo de-creto 6323, publicado em 29 de setembro de 2007. O docu-mento estabelece critérios para o funcionamento de todo o siste-mas de produção e também para o processo de venda.

orgânicos conquistam mercadoDemanda por alimentos produzidos de forma sustentável cresce 30% ao ano

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Page 12: Tribuna Rural 12 - Abr2010

Página 12 Tribuna rural abril de 2010

50 anosoVinos e CaPrinos boVinos,

bUbalinos eeQUiDeos

eder Fritsch

A transferência da capital para o interior do país gerou o

desenvolvimento de diversos setores da pecuária no Centro Oeste, dentre eles a criação de animais das raças bovinas, equi-nas e bubalinas.

No início, as criações des-ses animais eram precárias, faltavam recursos e incentivos para uma produção sustentá-vel que garantisse rentabilida-de ao produtor. A falta de mão de obra especializada era um grande problema. Insumos vi-nham de outras regiões o que tornava a criação inviável para muitos produtores.

Por volta da década de 70, ouve um grande investimento na atividade. Foram trazidos animais de raça de outras regiões do país. Os primeiros vieram do estado de São Paulo, Minas Ge-rais e Rio de Janeiro. Já a criação de bubalinos entrou posterior-

mente, na década de 80, em me-nor escala.

Ao longo dos anos esses animais foram sendo aperfei-çoados por meio de melho-ramento genético, surgindo então os chamados ‘’rebanhos de elite’’. A chegada das in-dústrias de insumos e rações serviu de incentivo e facilitou o processo de criação.

Atualmente, o Distrito Federal é destaque em uso de tecnologias de laboratório, melhorando cada vez mais a qualidade desses animais, com o foco em bovinos e equinos. Existem cerca de 10 criatórios consolidados de bubalinos na região e tende a crescer pela demanda que aumente.

O mercado para os equi-nos é vasto, são feitos leilões em âmbito nacional desses animais, apostando também na produção de sêmen de ani-mais de raça, tanto para eqüi-nos quanto para bovinos.

nova capital abre portas ao mercado agropecuário Com a vinda da capital em 1960 o Planalto Central abre portas a criação de bovinos, equinos e bubalinos

eder Fritsch

Os primeiros registros da ovinocaprinocultura

datam entre os anos 70 para caprinos e 80 para ovinos. Trazer animais de regiões de diferentes climas ao Centro Oeste foi um grande desa-fio aos produtores rurais da época. A criação teve início em pequenas propriedades servindo apenas de consumo para os criadores.

‘’A falta de recursos im-possibilitava o crescimento do setor, pois na época, não havia condições adequadas à criação nem mesmo veteri-nários e zootecnistas especia-lizados’’ conta o presidente do Sindicato dos Criadores de Ovinos e Caprinos do Distrito Federal (SINCCO) Paulo Borges. Junto com crescimento da capital, veio a expansão do setor, possibi-

litando a produção em escala de mercado.

Segundo levantamento realizado pela Empresa de Assistência Técnica e Exten-são Rural (Emater), o Dis-trito Federal possui hoje 57 criadores de caprinos e 259 criadores de ovinos, entre as estatísticas prevalecem os pe-quenos e médios produtores. A atividade gera mais de 398 empregos diretos no DF.

A produção mensal da carne desses animais chega a três toneladas, atendendo 10% da demanda do Distrito Federal. Trata-se um produto magro, com baixo índice de colesterol e fácil digestão.

A produção de leite de cabra teve um aumento de 51,63 % de 1980 a 2010. Para os ovinos, comparan-do com o inicio da produ-ção que registrava apenas 1.417 no ano de 1986, che-

gou a marca de crescimento de 1.387,57 % em numero de animais, que passou de 1.417 em 1986 para 21.076 em 2010

De acordo com Borges são desenvolvidas atividades em parceria com o Serviço de Apoio às Pequenas e Médias Empresas do Distrito Federa (Sebrae-DF) que estimulam o criador a manter o manejo, além dos estudos realizados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Em-brapa), desenvolvendo novas tecnologias para criação des-ses animais.

‘’Acreditamos que com essas ações podemos dar um novo impulso à atividade levando-a a um patamar de importância que a caprinovi-nocultura merece ocupar. ’’, afirma Paulo Borges.

Caprinovinocultura: investimento que deu certoAdaptar animais de regiões com clima diferente não foi tarefa fácil para os produtores

Rebanho tem mais de 20 mil cabeças

Criação de bubalinos teve início na década de 80

Melhoramento genético reforça atividade

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PRisCilA nAsCiMEnTo

EMATER-DF

Page 13: Tribuna Rural 12 - Abr2010

Tribuna rural abril de 2010 Página 1350 anos

TUrisMo rUral FloriCUlTUra, FrUTiCUlTUra e horTiCUlTUra

eder Fritsch

Quem vem a Brasília e vê as grandes obras de ar-

quitetura feitas por Niemayer, nem imagina que a capital da república não se delimita so-mente a isso. Por trás da corre-ria do dia a dia está o turismo rural, que vem conquistando adeptos diariamente. Pessoas buscam descanso em fazendas, chácaras e sítios. O ambiente preservado proporciona lazer aos turistas e é fonte de renda para proprietários da região.

Segundo dados do Sin-dicato de Turismo Rural e Ecológico do Distrito Federal (Ruraltur), o turismo rural gera cerca de 500 empregos di-retos, mais de 1.200 indiretos e recebe anualmente cerca de 55 mil pessoas que buscam os atrativos do setor.

De acordo com o estudo ‘’Avaliação do setor de turismo desenvolvido no espaço rural do Distrito Federal e em áreas do Entorno”, existem no DF e Entorno aproximadamente 59 propriedades de turismo rural,

25 delas filiadas a Ruraltur, sem contar com as demais em processo de filiação.

Em face do crescimento do setor, foi criado em 1996 pelo Serviço de Apoio às Pequenas e Médias Empresas do Distrito Federal (Sebrae‐DF), em par-ceria com a Secretaria de Tu-rismo, Lazer e Juventude (Se-tur‐DF) e o Sindicato Rural, o Programa de Turismo Rural do DF que teve como objetivo gerar fonte de renda aos produ-tores rurais, desenvolver a área mostrando seus produtos típi-cos e suas tradições, além de proporcionar lazer às pessoas que vivem na região.

Atrações é o que não fal-tam para as pessoas que vi-sitam a região. Elas podem contar com ribeirões, córre-gos, cachoeiras, lagos e lagoas naturais, comidas típicas, ca-valgadas, esportes radicais (ar-vorismo, escaladas, etc), além de hotéis fazenda, restaurante rural, pesque pague, pousada, agroturismo, ecoturismo, den-tre tantos outros que existem no Planalto Central.

‘’Em seus 50 anos, Brasília nos mostra que está em cons-tante desenvol-vimento, tanto no meio urba-no, quanto no meio rural, e cada vez mais está preservan-do suas rique-zas naturais, transformando propriedades em ambientes hospita le i ros para receber seus visitan-tes’’, diz Maria Inês, presiden-te do Sindicato do Ruraltur.

Turismo rural cresce com brasíliaNada de política, nada de correria, Brasília aposta no turismo rural

ana Paula santos

A região do Distrito Federal e Entorno tem se revelado

uma importante produtora de hortaliças, frutas e flores. So-mente o setor de hortaliças re-presenta 51% de toda a produ-ção agrícola do DF. O setor de fruticultura representa 7,6% da produção e, segundo o vice-pre-sidente do Sindicato de Floricul-tura, Fruticultura e Horticultura do DF, João Bosco Mendonça, a produção de flores por afiliados do sindicato representa 15% do total produzido aqui.

A horticultura e a fruticul-tura foram as primeiras cultu-ras introduzidas no DF. Com a transferência da capital do País para o Centro Oeste, houve a necessidade de produzir para abastecer o mercado. Nos anos 80, pequenas propriedades de Vicente Pires, Planaltina e Cei-lândia começaram a produzir flores, mas só na década de 90 o produto passou a ser comercia-lizado.

Os produtores dos três se-tores são, em sua maioria, de pequeno porte. No início, as principais dificuldades que os agricultores enfrentaram para se estabelecer na região foram a precariedade do solo, os altos

preços dos insumos e a falta de apoio técnico.

Hoje, a situação é comple-tamente diferente. “Aqui no DF se produz flores e hortali-ças o ano inteiro”, diz Bosco. Mas, ainda assim, existem di-ficuldades, principalmente, em conseguir financiamentos com os bancos, por causa da ques-tão da regularização das terras rurais.

O setor que tem o maior movimento financeiro é o de floricultura – cerca de R$100

milhões por ano. No setor de hortaliças, destaque para a pro-dução de pimentão, a maior do Brasil. A área total de hortali-ças no DF é de 6,9 mil hecta-res, e a produção anual chega a 207,3 mil toneladas. O setor movimenta R$65 milhões por ano. A fruticultura é o menor setor, movimentando cerca de R$57 milhões anualmente.

Por serem produtores de pequeno porte, o nível tec-nológico das propriedades é considerado baixo. Porém,

isso não impede que o DF seja au tos su f i c i en te e busque sempre o incremento na produção agríco-la. “Existe um au-mento significati-vo proporcional ao crescimento da população do Distrito Federal para estes seto-res”, afirma Jonas Jochims, gestor técnico da Fede-ração da Agricul-tura e Pecuária do Distrito Federal (Fape).

Frutas e hortaliças deram início a produção no DF

Produção de flores começou nos anos 80

Produção local de pimentão é a maior do Brasil

Cerca de 55 mil pessoas fazem turismo rural no DF por ano

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Page 14: Tribuna Rural 12 - Abr2010

Página 14 Tribuna rural abril de 2010

50 anos

sUinoCUlTUra

Dâmares Vaz

Organização define a sui-nocultura no Distrito

Federal. Embora a produção local seja pequena, em razão da indisponibilidade de áreas para expansão, a associação de cria-dores locais é a única do País que reúne produtores e frigorífi-cos, garantindo o escoamento e o fluxo de mercado.

A atividade teve início na região no começo da década de 60. Os primeiros suinocul-tores tiveram que enfrentar a transição da produção de suíno de banha para suíno de carne e também o histórico baixo con-sumo de carne suína, problema que persiste até hoje.

A atividade passou por mui-tas transformações nas últimas cinco décadas. A introdução dos mecanismos de aprimoramento genético para maior produção

de carne, a crescente tecnifi-cação e os padrões elevados de sanidade definiram a tecnologia como a principal característica da produção.

No DF, o investimento tec-nológico é alto. Prova disso é que existe uma granja que está em processo de certificação para se tornar uma multiplicado-ra genética de suínos. Vai ser a primeira na região a abrigar o processo. E a demanda é grande, já que cada suinocultor precisa repor 40% do plantel por ano.

Atualmente, há 30 criado-res no DF, a maioria de médio porte. O rebanho ultrapassa as 150 mil cabeças, que rendem uma produção de carne de mais de 10 mil toneladas por ano. Somente matrizes são 20 mil. A cadeia produtiva de suínos gera e mantém mais de 1,1 mil em-pregos. A produção é quase toda consumida internamente.

■ Baixo consumo

Um dos maiores desafios da suinocultura é o baixo consumo de carne de porco no Brasil. A média nacional gira em torno dos 13 kg per capita. É uma das mais baixas do mundo. Na Eu-ropa, por exemplo, o consumo por pessoa é de 45 kg.

Para aumentar o consumo per capita de carne suína entre os brasileiros para 15 kg num prazo de três anos, a Associação Brasileira dos Criadores de Suí-nos (ABCS), o Serviço Brasilei-ro de Apoio às Micro e Peque-nas Empresas (Sebrae Nacional) e a Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária do Bra-sil (CNA) deram início à im-plementação formal do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS). O au-mento de 2 kg deve representar um incremento no rebanho na-cional de 200 mil matrizes.

Tecnologia e organização marcam atividade na regiãoProdução pequena mas organizada e alta tecnologia são características da suinocultura no DF. Mas setor precisa vencer o baixo consumo para expandir produção

Transformações tecnológicas ao longo de 50 anos melhoraram qualidade do produto

Presidente da Fape fala sobre futuro do setor

“Em todo lugar, no meio rural, houve êxodo ru-ral grande. Se antes 50% da população viviam no campo, hoje esse número não chega a 20%. As forças que atraem ou expulsam o homem do campo estão na mesma direção. O meio rural não tem educação, saúde, lazer, falta uma política agrícola adequada. Na cidade há esses serviços, embora sejam precários. Mas fica a questão: quem vai produzir comida?

Para garantir que a produção de alimentos conti-nue, é preciso haver segurança para o produtor rural, principalmente mecanismos de proteção da renda. Chegaremos a um ponto em que a sociedade vai ter que tratar bem a população rural se quiser ter comi-da, apesar de todo o desenvolvimento da tecnologia. Nos Estados Unidos, por exemplo, menos de 5% da população vivem no campo. Mas esta população tem a mesma qualidade de vida de quem vive na cidade.

Para alcançar esse padrão aqui, algumas questões merecem destaque. No DF, a maior delas é a legaliza-ção total das áreas rurais. Apenas 13% dos mais de 19 mil imóveis do DF são legalizados. Todos os outros têm apenas documentos de posse, arrendamento ou direito real de uso. Mas muito antes que os próximos 50 anos cheguem, queremos que todas as áreas sejam regularizadas, para que o produtor exerça sua cidada-nia com plenitude, produza, cuide da família e pre-serve o meio ambiente, trate bem seus empregados e cumpra a função social da terra.

A implementação do planejamento estratégico do setor e a busca pela organização política são funda-mentais também para o desenvolvimento sustentável do DF, que é o berço de três grandes bacias hidrográfi-cas nacionais. São parte ainda do projeto de transfor-mar a capital em polo de desenvolvimento regional e internacional a partir de um modelo de agronegócio produtivo, rentável e que respeite o meio ambiente.

Mas para isso é preciso mobilização do governo e dos setores produtivos.

A Federação da Agricultura e Pecuária é nova, tem apenas seis anos, mas estou muito satisfeito com o que já alcançamos, como a garantia de regularização das terras. Embora seja uma luta de anos, a Federação teve um papel fundamental nesta conquista. A Fape tem uma estrutura diferente de outras federações de todo o Brasil. Aqui promovemos eleições diretas, em que podem votar todos os associados, que hoje são mais de mil.

Em apenas seis anos, já fazemos parte do setor produtivo, temos o reconhecimento da sociedade, e agora temos que cumprir o planejamento estratégi-co, com seis grandes projetos estruturantes, e ainda parcerias com instituições governamentais e privadas, como Secretaria de Agricultura do DF, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), a CNA e o Serviço de Apoio às Pequenas e Médias Em-presas (Sebrae-DF).”

DiVulgAção/sinDisuinos

Renato Simplício, presidente da Fape-DF

Page 15: Tribuna Rural 12 - Abr2010

Tribuna rural abril de 2010 Página 15

Dâmares Vaz

O clima muda quando o visitante entra na pro-

priedade de Dejair Bernardo da Silva, produtor em Vicente Pires, antiga colônia agríco-la hoje transformada na mais nova região administrativa do Distrito Federal. O calor do asfalto dá lugar ao frescor e à umidade do verde preservado. Criado para ser parte do cin-turão verde de Brasília e servir para abastecimento e qualida-de de vida da capital, Vicente Pires é a síntese de Brasília. Nas últimas duas décadas, a ex-colônia agrícola foi alvo das pressões imobiliárias e do crescimento desordenado da cidade.

Dejair vive e produz em Vicente Pires desde 1989. Sua chácara é uma ilha em meio a casas suntuosas e ao concreto. Em três hectares, ele cultiva dois mil pés de uva, que ren-dem 60 toneladas por ano, em duas safras por ano, das quais faz vinho, que é vendido na re-gião mesmo.“Quase tudo que consumo vem daqui. Tiro 500 kg de feijão por ano desta ter-ra. Não uso agrotóxico, cuido para que a planta fique forte para resistir às pragas, até por-que não posso jogar defensivos em cima de mim nem em cima dos meus vizinhos”, diz.

O produtor conta que, quando começou a especula-

ção imobiliária na ex-colônia agrícola, os agricultores sofre-ram muito com o assédio de corretores e pessoas que que-riam comprar chácaras. E o processo foi dramático. “Até atentado sofri. Chegaram a atirar na minha casa para me forçar a vender a chácara. Isso há uns dez anos, quando a di-visão das glebas começou.”

O produtor ilustra a situ-ação dos 92 agricultores que ainda seguem produzindo na região. Eles são tudo o que res-tou de mais de 500 proprieda-des destinadas à agricultura e à preservação ambiental. Todos os chacareiros de Vicente Pires têm contrato de arrendamen-to expedido pela extinta Fun-dação Zoobotânica, e ainda plano de utilização. “A gran-de maioria das terras do DF não tem plano de utilização. Na colônia agrícola, todos os que resistiram à urbanização têm o documento”, afirma o presidente da Associação dos Produtores de Vicente Pires, o produtor de flores Sebastião Augusto Machado.

O presidente conta que quando os contratos foram declarados ilegais pelo Tribu-nal de Justiça do Distrito Fe-deral, a pedido do Ministério Público, muitos produtores tiveram problemas para inves-tir na atividade. “Quem tinha suporte financeiro melhorou a propriedade e incrementou

a produção. Os que não tinham não podiam se-quer pegar em-préstimos em bancos em razão da situação das terras. Estão lá penando, defen-dendo o pedaço de terra e viven-do numa econo-mia familiar.”

■ Circuito eco-lógico

S e b a s t i ã o está em Vicen-te Pires desde 1983. Cultiva e desenvolve cul-tivares de flores na sua chácara, a Hibiscolân-dia, e exporta a produção para cinco países. Ele é um dos exem-plos da varieda-de que existe na mais nova cida-de do DF. Uma das culturas que mais chama a atenção em Vi-cente Pires é a co-lombofilia, ou a criação de pombos-correio.

Há um morador que se dedica somente à atividade e já representou o país em cam-peonatos nacionais e interna-

cionais de pombos-correio. “Em razão da diversidade de produção, queremos mon-tar um circuito ecológico das chácaras. Estão confirmadas 50 propriedades. Queremos

trazer pessoas da cidade para conhecer o campo. Um dos parceiros no projeto é o Se-brae-DF (Serviço de Apoio às Pequenas e Médias Empresas do DF)”, informa Sebastião.

CoMUniDaDe

Pressionados pela expansão da cidade, os chacareiros

que mantiveram a destinação se mostram agora essenciais à regularização de Vicente Pires. Isso porque foi definido um porcentual obrigatório de áreas verdes para que a nova cidade se torne legal. “Esse porcen-tual definido pela legislação ambiental é de 15%. Mas a ci-dade está pronta. Houve então acordo que redefiniu essa por-ção para 10%. E as chácaras que não foram urbanizadas são exatamente o espaço que for-

nece as condições para o cum-primento da exigência”, afirma Sebastião.

Está também em discus-são o uso das chácaras para a montagem de aparelhos comu-nitários. “Os produtores estão abertos a essa proposta, já que a regularização representa o re-torno de investimentos e é um estímulo a mais para que pro-dutores se mantenham nas suas propriedades”, afirma o presi-dente da Associação.

Para o produtor Dejair, mais do que necessárias para

a regularização da cidade, as áreas preservadas representam qualidade de vida. “A minha ilha de verde está servindo para os vizinhos que moram em casa de concreto, que usam asfalto, cerâmica, que impermeabili-zam o solo. E precisamos cui-dar dos lençóis freáticos. Te-mos que cuidar do patrimônio ambiental para nossos filhos e netos e também em que tipo de qualidade de vida quere-mos para nós e para os outros. Quando destruo o meio am-biente, destruo a sociedade.”Dejair Bernardo da silva produz uvas em Vicente Pires: para ele, chácaras preservadas

representam qualidade de vida

Regularização de Vicente Pires depende de preservação

agricultura urbanaIlhados em meio a condomínios e asfalto, produtores que resistiram ao parcelamento em Vicente Pires são agora indispensáveis à regularização da nova cidade

As chácaras em Vicente Pires são ilhas de verde dentro da cidade: produtores resistiram à urbanização

DâMAREs VAz

DâMA

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Az

Page 16: Tribuna Rural 12 - Abr2010

Página 16 Tribuna rural abril de 2010

eVenTos

eder Fritsch

A unidade da Empresa de As-sistência Técnica e Extensão

Rural no Gama (DF) realizou, em 13 de março, dia de campo com o tema desenvolvimento de siste-mas de produção de leite, voltado para as pequenas propriedades. O encontro focou no uso de gramí-neas tropicais e o investimento em melhoramento genético. O even-to ocorreu na fazenda Boa Espe-rança, comunidade Três Vendas, em Alexânia (GO).

Os participantes percorre-ram estações temáticas, onde foram abordados temas como legislação atual sobre o uso de cama de frango, manejo e adu-bação de pastejo intensivo em mombaça, adubaç ão orgânica em pastagens, escolha de cul-tivares de milho para silagem e

genética para produção de leite a pasto.

Ações como estas têm como principais objetivos elevar os índices zootécnicos por meio de melhorias no padrão genéti-co, na alimentação e no manejo sanitário dos rebanhos, conso-lidando a bovinocultura leiteira como um importante segmento produtivo. Com a escolha das forragens certas, os animais têm uma melhor alimentação o que consequentemente gera um au-mento na produção leiteira.

“A integração entre os pro-dutores e técnicos foi muito positiva, pois a troca de experi-ências e a observação in loco esti-mulam e facilitam a adoção das novas tecnologias existentes para o setor”, afirma Euclides Miran-da, extensionista rural e veteri-nário da Emater-DF no Gama.

Dia de campo promove desenvolvimento de sistemas de produção de leite

EMAT

ER g

AMA

Pequenos produtores marcaram presença no dia de campo da fazenda Boa Esperança

eder Fritsch

A empresa Rural Insumos Agrícolas realizou, no dia

13 de março, o seu primeiro Dia de Campo, na fazenda Salto, localizada na região de Cabecei-ra de Goiás (GO). O encontro ocorreu na propriedade do agri-cultor Lauri Phillipsen.

O evento fo-cou a produção de sementes conven-cionais e transgêni-cas de milho, soja e sorgo. A empresa Nidera mostrou, a partir de plantações, o ciclo de desenvol-vimentos das suas sementes.

A Nidera Semen-tes, com o apoio das empresas Chemino-

va do Brasil e Aminoagro, pro-moveu palestras com os temas novas tecnologias em sementes, nutrição de plantas e manejo de pragas e doenças.

O evento contou com 240 participantes, entre agriculto-res e consultores da região de Formosa, São João d’Aliança, Buritis, Unaí e PAD-DF.

Dia de Campo foca lançamentos da indústria de sementes para a próxima safra

1º dia de campo da fazenda salto reuniu agricultores da região de Formosa

eder Fritsch

O escritório da Empresa de Assistência Técnica e

Extensão Rural (Emater) no Gama e o Centro de Trans-ferência de Tecnologias de Raças Zebuínas com Aptidão Leiteira (CTZL) realizaram, em 17 e 18 de março, o curso de capacitação de ordenha hi-giênica e qualidade do leite. O objetivo do evento foi difun-dir a produção leiteira susten-tável, com a garantia de um produto seguro e saudável, sem degradação ambiental, de forma a melhorar a qualidade de vida no campo.

Participaram do curso 45 pessoas, das quais 36 eram produtores do DF e Entorno. Palestras sobre higienização, ordenha manual e mecânica, formas de refrigeração e a uti-lização de novos equipamen-tos foram ministradas com o objetivo de melhorar a produ-ção de leite, com a adequação do produto às exigências do mercado e a garantia da qua-lidade e segurança desde o manejo até as etapas finais de produção.

O médico veterinário e supervisor do CTZL, Carlos Frederico, afirma que a inte-gração com os produtores da região traz bons resultados. “As tecnologias difundidas são desenvolvidas pela Em-brapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e comprovadas pela Emater, o que facilita a adoção des-sas técnicas de manejo pelos pequenos, médios e grandes produtores rurais.’’

De grande valor na eco-nomia brasileira, o leite está entre os seis produtos mais

importantes da agropecuá-ria. Proporciona sustento às famílias rurais e tem grande valor no mercado. “De nada adianta o produtor fazer um manejo alimentar, sanitário e reprodutivo eficiente na sua propriedade se, no momento da coleta do produto, não fo-rem empregadas as práticas de higiene necessárias para a ob-tenção de um alimento seguro e com qualidade” diz Euclides Miranda, veterinário e agrô-nomo da Emater no Gama.

Emater e CTzl promovem curso para produtores de leite

Produtores participaram de palestras com intuito de melhorar a produção leiteira

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O Sindicato Rural de Campos Belos, em Goiás, promove no dia 24 de abril o tradicional Leilão Boi Branco. O evento ocorre há 15 anos e é referência de mercado para preços e quali-dade no Centro Oeste.

Para esta edição, já es-tão confirmados mais de mil animais, que concorrem a premiações. Aos melho-res serão oferecidos troféus, numa demonstração de re-conhecimento pela qualida-de e competência do traba-lho de seleção genética.

O evento é reconhecido pelo pioneirismo na venda de bezerros de qualidade. Os leiloeiros participantes apartam e preparam com antecedência os seus lotes de animais, de forma a alcançar as premiações ofertadas para os melhores grupos.

serViçoleilão boi branco 201024 de abril (sábado) horário: 16 horasTathersal Jorge Ferreira rosalocal: Parque de exposições agropecuárias de Campos belos, goiásMais informações pelos telefones: (62) 3451-1530 e 3451-3044

leilão Boi Branco atrai produtores do nordeste goianoRealizada no dia 26 de

março, em Buritis (MG), a primeira etapa do Leilão dos Criadores marcou o retorno dos leilões de gado comercial de corte ao Vale do Urucuia. Organizado pelo leiloeiro Anderson Lima, o remate contou também com a pro-moção do Sindicato Rural de Buritis e a assessoria do técnico agropecuário Za-queu Moreira e do médico veterinário Paulo Pichione.

Dos quase 500 produtos apresentados, foram vendi-dos todos. Destaque para os bezerros Nelore de sobreano, cotados, em média, em R$ 795. Boa parte foi compra-da pela fazenda Taquaril, do criador Pedro Américo Pires de Araújo. O pecuarista foi o maior investidor.

As fêmeas em pista também obtiveram bons preços, numa média de R$

600. Destaque para a gran-de procura de novilhas para reposição de plantel.Com mercado firme e preços atra-entes, a segunda etapa do evento está marcada para 17 de abril. Na data, já es-tão confirmados para serem comercializados mais de 600 bovinos.

O Sindicato Rural de Buritis convida ainda os agropecuaristas para a Ex-posição Agropecuária do município, de 29 de maio a 6 de junho. Na programa-ção, leilões, rodeio, shows, rankeada do Nelore e outras atrações.

leilão marca retorno de gado comercial ao Vale do urucuia

serViço2º leilão dos Criadores17 de abril (sábado) - 19 horasParque de exposições, buritis (Mg) - (38) 3662-1655 e (61) 9978-4866.leiloeiro: anderson lima

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Page 17: Tribuna Rural 12 - Abr2010

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eder Fritsch

A Agrocen ingressou no mer-cado agropecuário brasi-

liense e foi se expandindo gra-dativamente. A primeira loja foi inaugurada em 1994 e vendia apenas cereais, como farelo de arroz e quirera de milho. Hoje, com mais quatro lojas, comer-cializa todo tipo de produtos agrícolas e pecuários, com ên-fase também nos medicamentos veterinários e, principalmente, na linha própria de rações e de sais minerais proteinados.

A experiência e os investi-mentos feitos ao longo de 16 anos garantiram ao grupo Agro-

cen o título de maior empresa fabricante de rações do DF. O reconhecimento vindo por meio da venda de insumos agrope-cuários faz a empresária Salete

Cenci proprietária do empreen-dimento, mirar objetivos ainda mais altos. O foco da empresa para este ano é ampliar as ven-das com a criação de um serviço

especializado para atender dire-tamente os produtores da região.

“Com o mercado em cres-cimento, houve a necessidade de expandir a empresa devido ao grande número de clien-tes. Com a experiência adquirida ao longo dos anos criamos nossa pró-pria linha de produtos, que buscam suprir as ne-cessidades de fósforo dos rebanhos do Centro Oes-te”, conta Salete Cenci.

As rações e sais são produzidos em uma fábri-ca na Ceilândia.    A linha de sais é dividida em sete categorias: Fóscen 170,

Fóscen 90, Fóscen 45, Fóscen Uréia, Fóscen Seca-Uréia, Fóscen Confinamento, Fóscen Bezerros e Fóscen Corte e Leite. As rações são específicas para suínos, ovi-nos, bovinos, caprinos e aves.

o sucesso de um trabalho bem feitoO grupo Agrocen conquista mercado brasiliense ao longo de 16 anos de história

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Agrocen é a maior fabricante de rações do DF

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Page 18: Tribuna Rural 12 - Abr2010

Página 18 Tribuna rural abril de 2010

Caprinos garantem bons rendimentosAnimais apresentam características atrativas para criadores que queiram se dedicar à atividade

VarieDaDesCoMo Criar

• 1 perna traseira de car-neiro de mais ou menos três kg

• 90 gramas de sal• 1 copo americano de

suco de tangerina con-centrado

• 1/2 litro de vinho bran-co seco

• 1 maço de hortelã• 1/2 litro de água

Bata no liquidifica-dor o vinho, a água, o sal, o suco e a hortelã; coloque a perna de car-neiro em uma vasilha funda, para que o tempe-ro cubra a carne, e deixe até o dia seguinte, para que o tempero penetre. Coloque em uma forma para assado a carne e me-tade do tempero. Asse em forno quente por quatro horas.

Carneiro assado ao suco de tangerina

CUlinÁria

ingreDienTes PreParo

eder Fritsch

Nobre, com baixo teor ca-lórico, a carne de caprino

é uma das mais consumidas no mundo. Com características saudáveis, elevado valor nutri-tivo e de fácil digestão, chega a ser mais magra que a carne de frango. Com rendimento líquido de 75 a 85% (com a cabeça); gera lucro, já que os custos de produção, em geral, são baixos. Nesta edição, mos-traremos um pouco do proces-so de criação desses animais.

■ Instalações

O manejo planejado é es-sencial à criação de caprinos e ao desenvolvimento adequado dos animais. O corral deve ser construído de acordo com o rebanho, utilizando-se uma área de 0,8 m² a 1,0 m² para cada animal adulto. Podem ser utilizados para a constru-ção materiais encontrados na própria propriedade, como madeira redonda e palha de babaçu ou carnaúba para a cobertura. O piso pode ser de chão batido.

■ Alimentação

A principal fonte de ali-mentação desses animais são as forragens. Eles chegam a passar cerca de 8 horas por dia atrás de alimentos. As es-

pécies de forrageiras que mais se adaptam ao clima do cer-rado do Distrito Federal são moçamba, tanzânia, araúna, capim-gordura entre outros, por resistir mais às variações climáticas. Deve-se tomar cui-dado com o equilíbrio entre o número de animais e a dis-ponibilidade de forragem de pastagem para evitar o super-pastejo ou subpastejo. Com uma alimentação rica em nu-trientes o animal ganha peso, o que contribui para maior rentabilidade.

Fatores como o clima afe-tam muito a alimentação do animal. No verão, eles costu-mam pastar nas horas mais frescas do dia, de manhã ou à noite, quando criados livre-

mente. Fêmeas em gestação devem ficar ao abrigo de som-bra para evitar má formação do embrião.

■ Abate

A fase ideal para abate é quando o animal tem ida-de entre um e dois anos e já pesa entre 12,9 a 24,7kg (ma-chos) e 11,2 a 19,7kg (fême-as). Quando o animal supera a idade de dois a seis anos e pesa entre 20 a 30 kg, deve ser usado na produção de leite e na produção de couro, já que a carne se torna relativamente dura.Fonte: Emater-DF, Embrapa, cabras-e-cabritos.webnode.com

DiVulgAção

Manejo planejado é fundamental na criação de caprinos

saúDe

eder Fritsch

O Ministério da Saúde deu início, no dia 22 de março,

à segunda etapa da campanha de vacinação conta a influenza H1N1, em rede nacional. São 36 mil pontos de vacinação em todo o Brasil, sendo 94 deles só no Distrito Federal. O órgão pretende vacinar cerca de 200 mil pessoas somente na primeira etapa. Até o fim da campanha, a estimativa é a de que 91 milhões de brasileiros sejam imunizados.

O vírus H1N1 é transmitido por via aérea, de pessoa para pes-soa, por meio de espirros e tosse. Causa sintomas semelhantes aos de uma gripe comum, como fe-bre acima de 39°C, dores mus-culares, falta de apetite e tosse. Em 2009, segundo a secretaria de saúde, foram confirmados

678 casos de gripe no Distrito Federal com dez mortes, os le-vantamentos para o ano de 2010 ainda não foram divulgados.

A campanha de vacinação terá quatro etapas. A primeira começou em 22 de março e vai até o dia 2 de abril, e abrange gestantes e população com do-enças crônicas, como as cardía-cas, respiratórias, renal, sanguí-neas, diabetes, imunodepressão ou grande obesidade. Crianças de seis meses a dois anos tam-bém estão incluídas na primeira fase e têm que receber a segun-da dose depois de trinta dias. A segunda etapa, de 5 a 23 de abril, atenderá à população sau-dável de 20 a 29 anos. De 24 de abril a 7 de maio, o atendimen-to será a idosos com 60 anos ou mais. No fim da campanha, será a vez da população saudável de

30 a 39 anos, entre 10 a 21 de maio. A expectativa do governo é vacinar cerca de 1,2 milhão de pessoas em todo o DF.

As vacinas são aplicadas em hospitais e postos de saú-de da rede pública. De acordo com o Ministério da Saúde, não haverá vacinação na área rural por questões de higiene durante o transporte da vacina. As pessoas devem ir até o pon-to de vacinação mais próximo de sua residência para receber a imunização. Em último caso, não havendo possibilidade de locomoção até um dos locais de vacinação, deve-se entrar em contato com a unidade de saúde mais próxima e solicitar a visita de um agente de saúde para aplicar a vacina, de acor-do com as datas do calendário de vacinação.

■ Cuidados

Lavar as mãos, evitar aglo-merações, cobrir boca e nariz ao tossir e espirrar, não com-partilhar objetos de uso pesso-

al, e, principalmente, ter uma alimentação saudável, são ações que contribuem para a preven-ção da doença. O uso do álcool em gel também é grande aliado na eliminação do vírus.

Campanha nacional contra influenza h1n1 vai até maioAFP/siTE R7.CoM

Expectativa da secretaria de saúde é vacinar cerca de 1,2 milhão de pessoas em todo o DF

fonte: Mais Você

DiVulgAção

Linguiças Guimarães61 3404.0054

Page 19: Tribuna Rural 12 - Abr2010

Tribuna rural abril de 2010 Página 19Meio aMbienTe

Dâmares Vaz

Uma boa notícia para o can-dango é que não vai faltar

água na capital nos próximos anos. Se há uma década havia a dúvida sobre a disponibilidade de novos mananciais, a questão que hoje preocupa o poder público e a sociedade civil relaciona-se com a qualidade cada vez menor dos mananciais locais e a necessidade cada vez maior de buscar água em pontos mais distantes, com custos crescentes.

Para prever quais serão as ne-cessidades de abastecimento da ci-dade, a Companhia de Saneamen-to Ambiental do Distrito Federal (Caesb) usa como base o Plano Diretor de Água e Esgoto. O do-cumento traça um paralelo entre as tendências de crescimento da população e a quantidade de água que a Companhia tem disponível para oferecer, a chamada curva de-manda/disponibilidade.

Atualmente, o sistema produ-tor oferece 8,3 m³ por segundo. O volume dá para atender a popula-ção prevista até 2011. A partir de 2011, é preciso produzir mais por-que a população tende a crescer.

“O medo que se tinha é que, quan-do a população chegasse a determi-nado tamanho, não houvesse água suficiente. A pergunta em 2000 era se Corumbá IV seria uma opção. Hoje a barragem já é realidade”, afirma o superintendente de recur-sos hídricos da Agência Regulado-ra de Águas e Saneamento do DF (Adasa), Diógenes Mortari.

Corumbá IV apresenta capa-cidade de produção de 10 m³/s, dos quais 3 m³/s irão para Goiás e 7 m³/s para o DF. Há ainda a pos-sibilidade de produção de mais 2,8 m³/s a partir do Lago Paranoá até 2012. “É quase o dobro da atual capacidade até 2012. Mas isso não significa que vamos ter sobra de água. No caso de Corumbá, por exemplo, estamos buscando longe, com custo maior”, pontua o supe-rintendente.

Resolvido o fator quantidade, restam os desafios relativos à qua-lidade dos recursos hídricos. Para o professor do Instituto de Geoci-ências da Universidade de Brasília Geraldo Boaventura, o crescimen-to rápido e sem planejamento da capital nos últimos anos tem im-pacto grande sobre a qualidade e os custos de tratamento da água.

“A cidade vem sendo invadida por mais e mais obras, setores habi-tacionais e áreas impermeabilizadas por casas e asfalto. Quando chove, o solo não absorve a água, que en-tão carrega detritos, lixo e entulhos para os corpos d’água”, explica Bo-aventura.

Para o superintendente da Adasa, o maior desafio para o abas-tecimento da capital é mesmo a degradação dos mananciais. “Há muitas construções sem retenção de entulhos na cidade e falta edu-cação para a destinação correta do lixo. Todos esses sedimentos são carreados para os rios”, afirma. “O Lago Paranoá é um exemplo triste disso. Está assoreado, o que piora a qualidade e compromete a retirada de água para o abastecimento.”

Boaventura pontua que, além do abastecimento, o poder público tem que se preparar para suprir as demandas de saneamento. “Mais água implica mais esgoto para ser tratado e mais investimentos no sistema. Hoje não há controle so-bre como é feito o tratamento de efluentes pela Caesb”, diz.

■ Uso racional

As novas possibilidades de cap-

tação de água para o abastecimento do DF afastam o temor de algum dia o morador da capital ligar a torneira e não cair sequer uma gota d’agua. No entanto, especialistas alertam para que, se cada um des-perdiçar, nada será suficiente para atender à demanda.

De acordo com a Adasa, a taxa que define o uso racional de água é de 200 litros/habitante/dia. Todas as projeções são feitas com base nesse número. No DF, porém, em algumas cidades, a média está em 800 l/hab/dia. “Para sensibilizar o

usuário, as ações por campanhas educativas constantes da popula-ção”, afirma Mortari.

Para o professor Geraldo Boa-ventura, além da educação da po-pulação para a economia de água e a sua reutilização, há a necessida-de de políticas públicas. “O poder público tem que planejar melhor o crescimento da cidade e investir em ações como a preservação das áreas de proteção de mananciais e de recarga de aquíferos e a amplia-ção dos sistemas de abastecimento e tratamento.”

Degradação dos mananciais do DF e desperdício acendem o alerta para o crescente custo de tratamento da água e a necessidade de captá-la cada vez mais longe

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abastecimento deve ficar mais caro

qualidade dos mananciais locais é afetada pela ausência de ações e políticas e conservacionistas

HEulA HAMAnA

Page 20: Tribuna Rural 12 - Abr2010

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