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QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA 1 a Quinzena de Junho de 2009 Ano XXIX - No. 1064 Modesto, California $1.50 / $40.00 Anual Faleceu Padre Manuel Bernardo Soares RECONHECIMENTO Pág. 27 No Banquete para celebrar o Dia de Portugal, e o quadra- gésimo sexto aniversário da Luso-American Education Foundation será homenag- eado Lionel Goularte, de Fremont, com a LAEF Dia de Portugal Award, em re- conhecimento pela sua dedi- cação e relevantes serviços prestados às comunidades Portuguesas da Área da Baía. Lionel Goularte recebe a LAEF DdeP Ward [email protected] • www.portuguesetribune.com • www.tribunaportuguesa.com Batista e Dolores Vieira com a equipa de trabalho da KSQQ e KLBS José João, Aida Barbosa, Nelo Bettencourt, Filomena Rocha, Hélia Severino, Lucy Ávila e Álvaro Aguiar Páginas 16,18 Faleceu na sua residência em San Juan Bautista o Reverendo Padre Manuel Bernardo Soares. Era natural da freguesia de Pico da Pedra, ilha de São Miguel. O Padre Manuel Bernardo, o mais novo de 10 filhos, iria completar 80 anos de idade no dia 6 de Julho próximo. KSQQ tem novo Estúdio Até que enfim... Vai haver obras no Consulado! FALECIMENTO Pág. 6 Levou mais de meio século para Portugal perceber que o Consulado Geral de Portugal em San Francisco era um vergonha nacional e comunitária. Por lá passaram dezenas de Cônsules, centenas de fun- cionários e alguns milhares de portugueses residentes nesta California dourada. E todos eles se sentiram mal. Acredito até que muitos Cônsules devem ter pedido assistência a Portugal, mas o Ministério dos Negócios Estrangeiros, quer no tempo do Fascismo, quer no tem- po da Democracia, fez orelhas de mercador e nada quis fazer e só agora, devido aos esforços do ainda actual Cônsul Antonio Alves de Carvalho e do Secretário de Estado das Comunidades, António Braga, se conseguiu abrir o processo de renovação do Consulado. Segundo soube o Tribuna, já estiveram em San Francisco três engenheiros portugueses que vieram tomar conheci- mento das necessidades das obras. Queremos crer que as opiniões, quer do Cônsul quer dos funcionários, serão importantes para o design do novo Consulado. Por favor, não nos desiludam!

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Page 1: Tribuna July 1

QUINZENÁRIO INDEPENDENTE AO SERVIÇO DAS COMUNIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA

1a Quinzena de Junho de 2009Ano XXIX - No. 1064 Modesto, California$1.50 / $40.00 Anual

Faleceu Padre Manuel Bernardo Soares

RECONHECIMENTO Pág. 27

No Banquete para celebrar o Dia de Portugal, e o quadra-gésimo sexto aniversário da Luso-American Education Foundation será homenag-eado Lionel Goularte, de Fremont, com a LAEF Dia de Portugal Award, em re-conhecimento pela sua dedi-cação e relevantes serviços prestados às comunidades Portuguesas da Área da

Baía.

Lionel Goularte recebe a LAEF DdeP Ward

[email protected] • www.portuguesetribune.com • www.tribunaportuguesa.com

Batista e Dolores Vieira com a equipa de trabalho da KSQQ e KLBS José João, Aida Barbosa, Nelo Bettencourt, Filomena Rocha, Hélia Severino, Lucy Ávila e Álvaro Aguiar Páginas 16,18

Faleceu na sua residência em San Juan Bautista o Reverendo Padre Manuel Bernardo Soares. Era natural da freguesia de Pico da Pedra, ilha de São Miguel. O Padre Manuel Bernardo, o mais novo de 10 filhos, iria completar 80 anos de idade no dia 6 de Julho próximo.

KSQQ tem novo Es túd io

Até que enfim...Vai haver obras no Consulado!

FALECIMENTO Pág. 6

Levou mais de meio século para Portugal perceber que o Consulado Geral de Portugal em San Francisco era um vergonha nacional e comunitária.Por lá passaram dezenas de Cônsules, centenas de fun-cionários e alguns milhares de portugueses residentes nesta California dourada. E todos eles se sentiram mal. Acredito até que muitos Cônsules devem ter pedido assistência a Portugal, mas o Ministério dos Negócios Estrangeiros, quer no tempo do Fascismo, quer no tem-po da Democracia, fez orelhas de mercador e nada quis fazer e só agora, devido aos esforços do ainda actual Cônsul Antonio Alves de Carvalho e do Secretário de Estado das Comunidades, António Braga, se conseguiu abrir o processo de renovação do Consulado. Segundo soube o Tribuna, já estiveram em San Francisco três engenheiros portugueses que vieram tomar conheci-mento das necessidades das obras.Queremos crer que as opiniões, quer do Cônsul quer dos funcionários, serão importantes para o design do novo Consulado. Por favor, não nos desiludam!

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2 1 de Junho de 2009SEGUNDA PÁGINA

Year XXIX, Number 1064, June 1, 2009

Dia de Portugal

EDITORIAL

Os problemas com a Cor-rida de Toiros em Artesia e a intervenção das au-toridades recordou-me o uso e o abuso da palavra CRUELDADE que a Hu-man Society gosta tanta de usar, especialmente em frente a uma câmara de te-levisão.

Crueldade é também ma-tarem-se um milhão de galinhas por dia numa só fábrica.Crueldade é ir-se a uma emergência hospitalar e esperar quatro horas para ser atendido.Crueldade é aceitar-se a existencia de milhões de refugiados em todo o mun-do por causa de meia duzia de bandidos.Crueldade é esperar-se dois anos por uma opera-ção cirúrgica em Portugal.Crueldade é matar-se mi-lhares de vacas por dia para saciar a fome de mui-ta gente.Crueldade é dar cabo da vida das familias quando o álcool é mais forte que a razão.Crueldade é haver violen-cia doméstica de ambas as

partes.Crueldade é ser-se conde-nado quando se é inocen-te.Crueldade é perder-se o emprego por causa das vi-garices de meia duzia de pessoas.Crueldade é não ter pão para dar aos filhos.Crueldade é aceitar-se os lucros indecorosos das companhias petrolíferas.Crueldade é abrir a televi-são e ver as mortes, os rou-bos, as parvoíces de tanta gente em frente a uma câ-mara.Crueldade é não poder mandar os filhos para as escolas e universidades.Crueldade é ficar impávi-do ao saber-se dos abusos sexuais de crianças.Crueldade é ver-se um grupo de pessoas em Sa-cramento que olham mais para o seu umbigo do que para os interesses da co-munidade californiana.Crueldade é caçar animais pelo prazer de matar.Crueldade é ver-se a mise-ria dos hospitais psiquiá-tricos do Estado.Crueldade é haver 40 mi-lhões de americanos sem

seguro de saude.Crueldade é eu pagar o seguro do carro mais caro por causa daqueles que não o tem.Crueldade é ver-se árbi-tros de futebol a roubar o trabalho e o esforço de um clube e de uma equipa.Crueldade é ver-se tanta gente que foge descarada-mente ao pagamento de taxas.Crueldade é não haver res-peito em muitas escolas pelos professores.Crueldade é nunca se pu-nir os grandes da droga.Crueldade é não haver boa educação em casa de mui-ta gente.Crueldade é uma pessoa conduzir mais de cem mi-lhas até ao Consulado de San Francisco e não poder usar o quarto de banho.Crueldade é estarmos en-volvidos numa guerra que não é nossa e termos per-dido cinco mil vidas des-necessárias.Crueldade é torturar pes-soas como fizemos em anos recentes.Crueldade é pagarmos me-lhor a um guarda prisional do que a um professor.

Crueldade é uma pessoa passar mais tempo no computador, Facebook, Twitter, YouTube e outros, em vez de tomar conta dos filhos.Crueldade é querer-se visi-tar a nossa terra de origem e não poder pagar a passa-gem.Crueldade é ver-se tantas coisas que se podia fazer e não se faz, devido a ideias retrógradas de muita gente mais antiga.Crueldade é calar e não participar à policia actos e vandalismos feitos nas nossas organizacões.Crueldade é fazer queixa às autoridades de coisas de que não gostamos por fun-damentalismo religioso ou outro.Crueldade é isto tudo e mais o que se poderia es-crever, e não admito que a Human Society tenha a mania de ser proprietária de tal palavra.

Por isso, não me venham esses senhores da Human Society cantar-me canções de embalar, porque eu já tenho a escola toda.

Crónicas do Perrexil

J. B. Castro AvilaA hipocrisia das palavras

Se não tomarmos consciência da razão e da importância do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, pode-mos um dia banalizar tanto essa data que ela nem interessa ao Menino Jesus.Felizmente as comemorações do Dia de Portugal tem evo-luído positivamente e queremos crer que o seu futuro está em boas mãos.Só gostarímos de ver um maior empenho de muitas das nossas organizações que nunca lá compareceram. Ficava bem e não custa muito.E já agora, é preciso acabar com essa ideia saloia de con-vidar politicos de Portugal para o Dia de Camões. Convi-dem-se poetas, escritores, arquitectos, professores. Con-videm-se pessoas que nos tragam mensagens de alegrar a alma e não palavras ocas, gastas, balofas, falsas, como tem sido as da maioria dos politicos que nos tem visitado.Quando é que aprendemos a ser mais discretos?

Este ano não houve a atribuição da Causa Portuguesa Award, patrocinada pela UPEC. Acho muito bem que não tivesse havido, até haver uma remodulação no processo da atribuição do mesmo.Não faz sentido esse prémio ser iniciado por cartinhas de pessoas a proporem este ou aquele nome. Uma organiza-ção como a UPEC deveria ter a responsabilidade de esco-lher quem merecesse ser o premiado. A ver vamos.

É bom saber-se o impacto que este pequeno jornal tem tido em muitos dos nossos patrocinadores. Temos recebido notícias que um anuncio no Tribuna paga-se por si mesmo, tal tem sido a adesão dos nossos assinantes aos produtos dos nossos patrocinadores. É realmente uma muito boa notícia.

jose avila

Page 3: Tribuna July 1

3PATROCINADORES

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4 1 de Junho de 2009COMUNIDADE

Padre Marta - 70 anos de vida e muitos ao serviço da Igreja

Foi à sombra destas lindas árvores do TDES de Tulare, que o Padre Marta foi homenageado pelos seus 70 anos de idade e pelo seu trabalho junto desta comunidado do Vale Central

Padre Marta momentos antes de partir o bolo do aniversário, que, curiosamente, tinha um emblema do Benfica

Se a Zélia fosse mais velha, diríamos que ela era como o vinho do Porto, mas como é muito nova, podemos dizer que está cada vez melhor.

Padre Marta agradecendo a presença de todos. Na mesa reconhecem-se os PadresRaul Marta, Daniel Avila e Monsenhor Myron Cotta.

A vida de um padre nos dias que correm não é facil, e é precisamente por isso que talvez haja um défice muito grande destes titulares de uma vida de sacrificio, de entrega e de amor a uma Igreja, que passou e ainda passa por períodos negros da sua vida.O Padre Raul Marta é um bom exemplo de padre que se tem dedicado de alma e cora-ção a uma causa que é importante no mundo de hoje.Algumas centenas de pessoas quiseram agradecer ao Padre Marta e reuniram-se debai-xo das frondosas árvores do TDES para dizer-lhe quanto o apreciam, quanto o respei-tam e agradecer todo o trabalho dado por ele à comunidade nos ultimos 24 anos.Parabéns ao Padre Raul Marta.

Page 5: Tribuna July 1

5COLABORAÇÃO

A manjerona é uma plan-ta de muita estimação, não só pela sua fragân-cia, mas também pela

sua utilidade culinária e medici-nal. Em inglês, dá-se-lhe o nome de marjoram. Na série “Tradi-ções, Costumes & Turismo”, em Fevereiro de 1962, Carreiro da Costa apontou que em muitos lugares se espalham, adentro de casa, algumas ervas aromáticas, “entre as quais a manjerona, a fim de se conseguir um ambiente ain-da mais perfumado. O gosto pe-los aromas campestres, por parte do povo açoriano, revela-se ainda na forma como em todas as po-voações rurais e até mesmo nas vilas e nas cidades, atapetam os caminhos de verduras cheirosas, por ocasião das procissões”.

A erva-santa é verdura,Sem ser formosa nem bela,P’lo lindo cheiro que deitaÉ que fazem caso dela.

Anda a horta rodeadaDe erva-santa bem bonita;Queria falar contigo,Na roda está quem me quita.

Eu plantei no meu quintalErva-santa já crescida;Se por mim perdes a alma,Eu por ti perco a vida.

Aplantei a manjeronaDentro dum copo de vidro;A manjerona não pega,Sem tu falares comigo.

Eu perguntei à manjeronaO que tinha no meu peito,Respondeu-me com firmeza:Querer bem não é defeito.

Eu plantei a manjeronaÀ força, sem ter raíz;Estava p’ra ser tua,Paciência, Deus não quis.

Em Dezembro de 1968, na série supracitada, Carreiro da Cos-

ta recordou ter visto em muitas casas, sobretudo de gente mais idosa, “galhinhos de ervas aro-máticas, tais como a manjerona, espalhados à ilharga das camas do casal, formando como que pe-quenos tapetes que naturalmen-te são pisados quando o marido e mulher se forem a deitar, para que entrem no vale dos lençóis de pés cheirosos”.

Eu plantei a manjeronaÀ beira da minha cama;Manjerona cresceu tanto,Que me cobre com a rama.

Eu não sei o que declina,Nem o que quer declinar:Manjerona à nossa porta,Sem ninguém a semear.

A manjerona no adroDeita cheiro na igreja;Quem tem o seu bem à vistaTem tudo quanto deseja.

Anda o mundo despeitado

Por saber o meu sentido;Junto c’o’a manjeronaTenho o meu bem escondido.

Mas não é só nas casas e nos ob-jectos que o povo gosta de colo-car ervas de cheiro p’ra sentir-se na companhia dos aromas que vêm dos campos, das matas e dos jardins, pois que como acentuou Carreiro da Costa, “também seconservam muitas vezes consigo, visto que ainda há muito boas velhas que trazem sempre entala-dos nos cós das saias galhinhos de erva santa e de manjerona”.

Junto à manjeronaTrago um amor encoberto;Todos falam e murmuramSem ninguém saber ao certo.

Eu sempre fui bem criado,Delicado de nascença;P’ra entrar neste jardimÀ manjerona peço licença.

Passei p’lo teu jardim,Cortei manjerona à unha;Quem tira o amor a outro,Não tem vergonha nenhuma.

Ó manjerona do meu jardim,De mim tende compaixão,Que um ingrato me largouSem motivo, nem razão.

Escrevendo p’ró semanário luso-canadiano VOICE (Toronto, 16 de Março 2009), a doutora Ana Costa Barros anotou ser a manje-rona originária dos países naorla mediterrânica. “Os egípcios, os gregos e os romanos usaram-

na na culinária, como afrodisíaco, como medicamento e na cosméti-ca. Mais tarde difundiu-se no res-to da Europa com as Cruzadas, e nos dias de hoje é cultivada nos países mediterrâneos, na Europa Central e na Europa do Leste”.Como observou Costa Barros, “a manjerona é eficaz nas perturba-ções digestivas, melhora o apetite e reduz a flatulência, podendo ser também usadas pelas suas pro-priedades calmantes e sedativas. Usa-se a manjerona na composi-ção de unguentos e banhos p’ra combater o reumatismo e a an-siedade.Como planta aromática, a man-jerona é amplamente utilizada na indústria alimentar em combina-ção com outras especiarias, que tornam inesquecíveis determina-dos pratos e acepipes”.

Eu quisera ser a manjeronaQue verdeja pelo prado,Quando tu lhe pões em cimaTeu pezinho delicado.

Manjerona doiradinha,Daquela que vai ao vaso,Podes andar, desandar,Qu’eu de ti não faço caso.

Manjerona, raíz de oiro,Enverdece sem se ver;Quando estou longe de ti,Emagreço sem saber.

A manjerona é verduraQuando entra a verdejar;Não tendes outro remédioSenão ver o desejar.

Na companhia da Manjerona (1)Tribuna da Saudade

Ferreira Moreno

Page 6: Tribuna July 1

6 1 de Junho de 2009COMUNIDADE

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FalecimentoManuel Bernardo Soares

Faleceu na sua residência em San Juan Batista na passada terça-feira o Reverendo Padre Manuel Bernardo Soares. Era natural da freguesia de Pico da Pedra, ilha de São Miguel. O Padre Manuel Bernardo, o mais novo de 10 filhos, iria completar 80 anos de idade no dia 6 de Julho próximo.Completou os seus estudos no Seminário de Angra, Terceira, e disse a sua Missa Nova em Maio de 1954 na igreja do seu querido Pico da Pedra. Foi pároco nas freguesias de Beira e Rosais na ilha de São Jorge, tendo dali emigrado para o Canadá em 1969. No Canadá serviu nas paróquias de St. Agnes e de Saint Helens.Em 1976 emigrou para a Califórnia, serviu a paró-

quia de Saint Elizabeth em Sacramento até 1978, altura em que foi nomeado pároco da igreja de Maria Auxiliadora (Our Lady Help of Christians) na cidade de Watsonville, onde serviu até a altura da sua aposentação em 1999.O Padre Manuel Bernardo continuou a celebrar missas em português em festas e ou-tras ocasiões de importância para a comunidade portuguesa da California.Na sua juventude, o Padre Manuel Bernardo foi um excelente atleta, especialmente de futebol e voleibol, e na últimas décadas dedicou-se à prática de golfe. Possuía enorme talento artístico, muito especialmente na pintura e música, talentos que muito gostava de partilhar com as crianças. Era também director da organização comunitária Catho-lic Association for Seminary Studies.O Rosário por sua alma foi rezado terça-feira, dia 26 de Maio, na Igreja Our Lady Help of Christians (Maria Auxiliadora), 2401 East Lake Avenue, Watsonville, pelas 7 horas da noite.A missa funebre foi rezada no dia seguinte, quarta-feira, dia 27 de Maio, às 11 horas da manhã, na mesma igreja, seguindo-se a hora social no centro comunitário Kennedy Community Center de Watsonville. Os seus restos mortais foram sepultados no cemi-tério de San Juan Baptista por volta das 3:30 da tarde.Tribuna Portuguesa envia condolências à famila e a toda a comunidade de Watsonville.

Coisas & Loisas

O jantar anual dos finalistas de San Jose High Acad-emy foi um sucesso. Assistiram mais de 300 pessoas e angariaram-cerca de $10,000. Com outros fundos que tem, o Clube Português de San Jose High vai dar $14,000 a 11 alunos em Bolsas de Estudo.Parabéns.

O sucesso das classes de Portugues na Escola de Adultos em Morgan Hill é de louvar e incentivar. Fernando Salvador enviou-nos uma carta que publicaremos na nossa próxima edição onde faz um resumo do que tem sido aquelas classes. Quem quer, consola-se.

Não se pode perder o Torneio de Golfe em benefi-cio da Fundação Portuguesa de Educação de Centro da California, a realizar no Stevinson Ranch Golf Club, no dia 11 de Junho, em celebração do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades.Às 12 horas, registo e lanche; 13:30 Início do Torneio e às 18 horas, jantar. Os fundos reverterão para Bolsas de Estudo.O custo é de $125.00 por jogador, com lanche e jantar incluídos. Só o jantar custa $20.00.Contactar Paulo Soares 559-250-5636 ou Sergio Pereira 209-564-6863

Parabéns ao Ernie Her-nandez pelo seu Mestrado, cuja cerimónia foi efec-tuada no lindo Saint Mary’s College of California, em Moraga, California.Ernie é casado com Paula Avila.

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Page 7: Tribuna July 1

7COLABORAÇÃO

Rasgos d’Alma

Luciano [email protected]

Simply the best

O Dia é de Portugal, formoso jardim à beira-mar plantado e lusíadamente imortalizado em gloriosa epopeia pelo fenome-

nal Luis Vaz de Camões.Nobre povo, nação valente, heróis do mar em Descobrimentos fabulosos, demos novos mundos ao Mundo e, com históri-ca vocação imigrante, fomo-nos fixando um pouco por toda a parte em dispersas Comunidades que, patriòticamente come-morando cada 10 de Junho, expandem e glorificam o melhor que há no fundo da generosa Alma Lusíada.

É precisamente aí que queria chegar, ao fundo da nossa alma.O corpo ao embarcar despede-se, des-prende-se, despista-se, desamanha-se mas desenrasca-se. A alma do português que imigra…sofre. Porque nem sempre é facil entender-se o fado roxo de quem parte e, pouco a pouco, irremediàvelmente se reparte (repartido entre dois mundos tão distintos quão dis-tantes), o luso imigrante tenta a todo custo a cura segura para a sua aflitiva saudade.Cura completa, ao fim e ao cabo, bem sa-bemos que não há. (Por isso, que remé-dio tem quem imigra senão ir, aos poucos, morrendo de saudades…?)Alivio provisório, no entanto, poderemos vir a encontrá-lo mais tarde na irremediá-vel erosão do tempo que passa. Só que, às vezes, chega tarde demais. E não oferece garantias: Ao ausentarmo-nos para o estrangeiro, uma vez descolados do velho território na-cional, com o passar dos anos vamo-nos lentamente afazendo a um novo terreiro local onde criamos distintas raízes. Elas

aprofundam-se. O dilema instala-se. A (cura) coisa complica-se.

“Eu tenho dois amores. Em nada são iguais. Mas não tenho a certeza de qual eu gosto mais.” Canta românticamente o Marco Paulo e cantarilhamos nós tambem, embora em ritmo um pouco diferente.Tenho a certeza absoluta que, se fosse por aí fora colocar agora em termos práticos esta pertinente questão a todos os luso-americanos sediados cá no fabuloso Eldo-rado, a resposta iria ser deveras chocante para o vibrante portuguesismo de que tan-to nos queremos comunitàriamente orgu-lhar.Extremamente orgulhosos das nossas his-tóricas raízes, ao botarmos cá semente, depressa notamos que os nossos próprios rebentos criam seus genuínos orgulhos. O choque cultural de gerações entra-nos em casa pela porta do quintal e senta-se diàriamente à mesa connosco, em cenário só mesmo eventualmente chocante para quem não quer estar a par da situação.

Não é famosa a delicada situação do idio-ma português que se aprende ou, lamen-tàvelmente, desaprende cada vez mais cá na nossa longínqua parcela da Diáspora distante na Costa do Pacifico. Porque a questão é mesmo delicada, não paga a pena pô-la à queima-roupa em termos polìticamente mais ou menos correctos de saber para onde atirar as culpas.Contra factos não há argumentos. O facto é inegável. A tendência está à vista. Os numeros não mentem. O processo, apesar dalguns louváveis esforços, parece irrever-sível. Com a imigração de lá para cá pràti-camente estancada, tudo leva a crer que

será apenas uma mera questão de tempo para que o português, localmente cada vez mais “inglesado”, se limite às memórias arquivadas dos lisongeiros elogios, apesar de tudo, sempre agradáveis ao ouvido:

O Joe Pantona e o seu divertido “Bossa” gozam de relação amistosa. Ninguem o diria, porem, pelo súbito rebentar desta curiosa conversa:

“…What kind of porigui are you?” Per-gunta o “Bossa” ao Joe com óbvio ar de troça. “…You don’t eat linguica; you don’t like sopas; you don’t go to festas; you ig-nore toiradas; you hate paradas…!...What in the hell do you do to stay close to your roots, man…?”“I go back home every summer for about a month and a half.” Respondeu o Joe, sem pestanejar.“To Portugal…you mean?” Insistiu o “Bossa”, manhoso.“You better believe it!” Rematou o Joe, seguro de si.“…And, what in the hell do you do there that long.” Recargou o arengão do “Bos-sa”. “I go fishing all day and sometimes at ni-ght too…” Defendeu o Joe, atento à cínica jogada do patrão.“That’s all…?” O patrão excede-se.“What do you mean “that’s all”? O Joe altera-se.“I mean, if you love to fish that much, you can stay here and catch just about the same fun. Fish here, fish there…the catch is all the same!” Volta à carga o “Bossa”, com turva água no bico.“You’re wrong, boss! It’s never the same. There, I know for sure I catch a lot of fun.

Here, all I catch is sanabaganas like you teasing the hell out of me…” Descarga o Joe, pândego, sem papas na língua.“You gotta be kidding. You’re not calling me a sun of a gun, are you?” Continua o patrão, no seu gozo miudinho.“I am. But, what I mean is…” Replica o Joe, sem se aperceber.“You’re fired!” Carrega o “Bossa” no falso botão do pânico.“You gotta be kidding…” Continua o Joe, algo perplexo. “You’re lucky I am.” Decide o patrão se-renar-lhe os ânimos. “Having the guts to insult me right on my face…? – You pori-guiz are really something else…”“What do you mean?” Reagiu o Joe, ali-viado. “I’ve fired all kinds of schmoes but I never had the guts to fire a porigui.” Desabafou o descarado “Bossa”, para descanso do po-bre Pantona.“Why…?” Tentou o Joe arrancar-lhe por fim uma qualquer justificação que nos or-gulhe.Foi então que, deixando para trás a ga-lhofa, o simpatico “Bossa” falou sério e pausado em tom que, de facto, muito nos orgulha: “I’m not going to lie to you: You’re simply the best there is out there.”

Aren’t we…?...

Viva Portugal!!!

ALUGA-SECasa de moradia toda mobilada com 4 quartos, cozinha, casa de banho, sala de estar com quarto de jantar em comum, máquinas de lavar e secar roupa, com vista espectacular para toda a baia de Angra e Monte Brasil, localizada na cidade de Angra do Heroismo junto ao Monumento da Memória, nos meses de Junho, Julho e Agosto do corrente ano.

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Page 8: Tribuna July 1

8 1 de Junho de 2009FESTAS

Alberto Conde Victor Blasquez Jesus Chover

Grupo de Forcados do Aposento de Turlock

PROGRAMA

O Presidente e toda a Comissão convida todos a participar na Festa do Espírito de Tracy

Semana de 9 a 11 de Junho8:00 pm Recitação do Terço na Capela do Salão.

Sábado, 12 de Junho8:00 pm Apresentanção das Rainhas e Baile com “Universe Band”

Domingo, 14 de Junho9:00 am Saida do Cortejo com destino a Igreja de São Bernard11:00 am Missa1:00 pm Almoço de Sopas e Carne2:00 pm Arrematações7:00 pm Jantar de Sopas e Carne8:00 pm Baile com o “Universe Band”

Sexta-feira, 19 de Junho8:00 pm Corrida de Toiros

Grande Corrida de Toiros 6 Bravos e Nobres Toiros 6de Frank Borba & Filhos,

de Escalon

Admissão - $20.00

PROGRAMA Quarta-feira, 17 de Junho até Sexta-feira, 19 de Junho7:30 pm Reza do Terço na Igreja do Sagrado Coração. Sábado, 20 de Junho 10:30 am Formação do Bodo de Leite. Depois, ser servido todos os presentes. 2:00 pm Arrematações e bazar durante o dia.7:30 pm Reza do Terço na Igreja do Sagrado Coração. 8:30 pm Baile com o Conjunto “Sem Duvida” 9:00 pm Cantoria10:00 pm Apresentação das Rainhas

Domingo, 21 de Junho9:30 am Formação do Cortejo para a Igreja do Sagrado Coração.11:00 am Missa na Igreja do Sagrado Coração. Depois, seráservido sopas a todos os presentes.2:00 pm Arremataçoes e bazar durante o dia.7:00 pm Sopas será servido8:30 pm Baile com Conjunto “Sem Duvida”9:00 pm Tocadores de violas para os tradicionais bailes de roda e chamarritas.10:00 pm Apresentação das Rainhas

Segunda-feira, 22 de Junho8:00 pm Corrida de Toiros na Bella Vista Park, Gustine. Cavaleiros: Alberto Conde, Paulo Ferreira e Sario Cabral.

Page 9: Tribuna July 1

9COLABORAÇÃO

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Sabor Tropical

Elen de [email protected]

Outono nos trópicos: estação do amor.

Ao Sabor do Vento

José [email protected]

Ninguém me acompanhou!

A lua ainda brilha no céu quando um sol tímido lança os seus primeiros raios que,

aos poucos, dão esmaecidas to-nalidades de rosa e laranja ao firmamento, emprestando tam-bém um colorido ímpar ao manto negro da noite que se rende ante tanta beleza e cede espaço à exu-berância dos matizes sensuais do amanhecer. A cidade desperta sem pressa e se espreguiça sobre o mar. Os gritos abafados das gaivotas, como se tivessem pena de acordar o dia do seu sono matinal, nos seus vôos lânguidos e rasantes sobre as águas cor de esmeralda que, lentamente, se cobrem com nuan-ces douradas, e o som das ondas, lambendo luxuriosas as brancas areias, no seu ritmado vai e vem, compõem uma perfeita e suave sinfonia, jamais ouvida. A brisa que vem do mar e sopra fria, que ondula os coqueirais e se enrosca nas árvores, despindo-as das suas folhas, deixando-as despudoradamente nuas, com le-veza e graça feminina, num ritu-al de paixão e prazer, aliada aos cheiros cítricos que invadem e perfumam o ar e que deixam pe-las ruas um rastro de amor, dão o toque de êxtase, as boas-vindas à inigualável oportunidade para um recomeço.São cores amareladas, vermelhas e douradas que tonalizam a espe-rança enquanto a primavera não chega.São sons que embalam e caden-ciam a alegria pela redescoberta da existência. São notas musicais

produzidas pelas batidas do co-ração em unissonância com os acordes do universo, nesse novo tempo. São fragrâncias outonais que co-locam no ar um odor especial de essência, de fruto maduro, colhi-do, de terra nua, no cio, que se entrega, sedenta, para receber em seu ventre novas sementes. No-vas vidas. Nos trópicos, o outono é belís-simo, quando o céu é mais azul, os dias mais claros e embora en-solarados, as temperaturas são amenas, convidativas a passeios, abraços e união de corpos e as noites, mais românticas e acon-chegantes, estimulam confiden-cias e entregas.Não sei se o que vejo, enxergo com os olhos da paixão e da ad-miração que cultivo pelo meu Rio de Janeiro ou se os filtros, atra-vés dos quais vejo amor e alegria num amanhecer singular de ou-tono, precisam ser substituídos. Todavia, acredito, sinceramen-te, que tanta beleza natural que veste a nossa cidade não poderia ter um outono qualquer, só com árvores desfolhadas, uma época simplesmente de espera por dias mais viçosos, sem mistérios e sem poesias. Tinha mesmo que ser como acon-tece: o clímax da natureza com o romper de um novo tempo, tin-gindo de ouro as águas da Lagoa, das praias e da baia da Guanaba-ra. Tingindo nossas águas inte-riores. Um tempo de reencontros, de renovação, de perdão para re-nascer, de dispor novas sementes no solo da nossa compreensão,

da nossa aceitação pelo inevitá-vel. Tempo de se colher o que se plantou. Outono, estação do amor.Há quem compare o outono ao principio do fim da vida, a ante-câmara da velhice, a tristeza li-gada à morte, talvez pelas folhas secas, sem brilho, espalhadas pelo chão, largadas ao vento. Po-rém, depende de como cada um modera a luz e protege as lentes, através das quais capta e absorve o belo ou feio, a alegria ou a tris-teza, a intensidade ou o efêmero desses dias. Num instante especial da minha vida, quando meus olhos só viam o essencial e o que se mostrava em primeiro plano, quando o meu coração afirmava sem con-ferir e quando a minha alma sen-tia sem entender, eu mesma não conseguia ver o outono como a “estação do amor” e, sim, como

uma sucessão de dias insossos, um desfilar de rostos inexpres-sivos, uma procissão de gentes acabrunhadas. Uma estação de saudades antecipadas. Então es-crevi, mesclando desilusão e es-perança:

Outono,Triste despedida...Mais um desfazer-se,Dar adeus à vidaPara renascer...Também preencher-se De muita razão,Ou só emprenhar-se De grande vazioE de solidão.Sentir, sob os pés, Cansada e exaurida,A terra bruta, No cio... Vencida!

Outono,Chuva fina, céu cinzento.

Tristeza Imersa em acres saboresDe folhas mortas ao vento...Beleza,Matizada de ocres cores,Do tempo em movimento...

Outono,Momento de desocupar espaço,De curvar-se ante as novas evidências,De adaptar-se ao tempo e ao seu abraço,De preparar-se pra longas ausên-cias... Hoje faço coro com o poeta Vi-nicius de Moraes, em seu poema “As cores de abril”, quando ele afirma: “Vai e canta meu irmão! Ser feliz é viver morto de pai-xão”.Paixão, nem que seja apenas pela vida.

Oh Zé, tu tens cada uma! Fazer uma tese de mestrado sobre o sucesso ou insucesso

dos cônsules que têm passado pela California?Não diz o ditado que cada povo tem o governo que merece? Eu costumo dizer que há três profis-sões na vida que eu nunca exer-ceria: padre, polícia e professor. Agora posso acrescentar outra, cônsul na Califórnia. Por melhor que seja o cônsul que para aqui venha, nunca vai agradar a todos. Já escrevi aqui no jornal que todas as vezes que eu tenho precisado dos serviços do consulado, tenho sido sempre bem atendido, tanto durante a co-missão deste cônsul, como dos outros anteriormente. Ainda há dias telefonei e quem me atendeu foi a Júlia e ela disse: -“Ò Sr. Raposo tem que nos vir fazer uma visita, para ver o chão novo que pusemos”. Eu prometi que iria na próxima oportunida-de. Já me disseram o nome do cônsul que virá substituir este, mas não

me lembro. Entretanto, vamos ver se quando o mesmo chegar, em vez das nossas organizações todas fazerem festas e banquetes para lhes dar as boas vindas, por que não se juntam no maior salão que temos ou até mesmo num ho-tel que possa acomodar umas mil ou mais pessoas, numa festa onde todas as sociedades estivessem representadas? Assim estaríamos lá todos, fossemos do Benfica, do Sporting ou do Porto. E depois, então, o Sr. Cônsul visitaria, in-dividualmente, as organizações, conforme a sua disponibilidade e a das mesmas. No entanto, Zé, ao continuar o meu artigo comecei a pensar que a tua ideia talvez tenha alguma razão de ser. E lembrei-me de que agora as fronteiras políticas na Europa são inexistentes. Nos passaportes Portugueses vem impresso na capa: “Comunidade Europeia”. Eu vou aproveitar a tua sugestão, vou matricular-me numa universidade qualquer que aceite a minha tese de Mestrado sobre os cônsules e tenho a cer-teza que não vai ser muito difícil

chegar à conclusão que, talvez, nós Portugueses e os outros po-vos que compõem a comunidade europeia, não precisem de um consulado individual em San Francisco. Por quê não reunir os consula-dos todos num só edifício onde tivesse um representação de cada país? Seria muito provável que não fosse preciso tantos funcio-nários o que, automáticamente diminuiria as despesas. E na fa-chada do edifício haveria lugar para as bandeiras todas dos res-pectivos países. Talvez não seja pedir muito que houvesse um restaurante com comida de todas as nações, não esquecendo: uma sandwhich de linguiça, um arroz doce, malas-sadas ou pastéis de nata. Ah! E massa sovada, cerveja Sagres, vinho de cheiro e vinho verde. O que é que tu achas Zé? Será que isto não seria uma tese para Doutoramento? Algumas vezes perguntas no jor-nal: quem dá o primeiro passo?Eu estou dando, assim como dei

atendendo a tua sugestão sobre os cantadores ao desafio. Mas, infelizmente ninguém me acom-panhou!

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10 1 de Junho de 2009COLABORAÇÃO

Reflexos do Dia–a–Dia

Diniz [email protected]

“Uma mulher inspiradora”, foi com estas palavras que o Presi-dente Barack Obama anunciou a nomeação da juíza Sónia Sotto-mayor para o Supremo Tribunal de Justiça dos EUA. O Presiden-te citou, como razões primordiais nesta sua escolha o “rigor inte-lectual” e o “compromisso para com a imparcialidade da justiça.” Esta foi, indubitavelmente, uma escolha magistral. É que apesar de não concordar com todas as decisões tomadas por esta magis-trada, algumas, na minha óptica, um pouco conservadoras, tenho de dar a mão à palmatória e afir-mar, inequivocamente, que este Presidente está mesmo a fazer história. Primeiro, e acima de tudo, há que salientar o valor académico e inte-lectual desta mulher. Frequentou e formou-se com distinções em duas das mais prestigiadas insti-tuições do ensino superior norte-americano: Princeton e Yale. Em Princeton fez a sua licenciatura e em Yale o seu doutoramento em direito. Segundo, a sua história pessoal. Uma verdadeira personificação do sonho americano. Filha de pais porto-riquenhos, foi criada no projecto de habitação popu-lar Bronx, em Nova Iorque. De origens extremamente humildes, com a mãe viúva a trabalhar em dois empregos para tentar susten-tar a família, a juíza de 54 anos de idade, trabalhou arduamen-te para conseguir colocação nas faculdades que frequentou. Se é verdade que foi graças ao “affir-mative action” que entrou nestas universidades de prestígio, mais uma indicação que há continuar

com esta política, não é menos verdade que foi a sua capacidade intelectual, a sua força de vonta-de e o seu compromisso com o conhecimento que a levou a con-cluir os seus estudos com notas brilhantes. Foi esse mesmo bri-lhantismo que levou a promotora pública, advogada representando grandiosas companhias america-nas, juíza distrital, nomeada por George Bush (pai), e juíza no tri-bunal de apelações nomeada por Bill Clinton. E é sobre a sua história como ma-gistrada que gostaria de reflectir. Através da sua carreira a juíza Sottomayor tem mostrado um enorme respeito pelas liberdades cívicas protegidas pela constitui-ção americana. Entre várias de-cisões, registe-se o caso Papineau v. Parmely, em que um grupo de indígenas foi espancado e abu-sado fisicamente por entidades policiais que tentavam dispersar uma manifestação pacífica. A juíza foi peremptória ao afirmar que a constituição americana não tolera agentes policiais que abu-sam dos seus poderes, particu-larmente para dispersarem, com métodos violentos, uma manifes-tação pacífica. Porém, todos nós sabemos que aqui nos EUA, infe-lizmente, estamos infestados com agentes policiais que abusam os seus poderes, particularmente os guardas prisionais que de vez em quando são alvo de investigações do estado.Similarmente, no caso Ford v. McGinnis, Sotttomayor decidiu, adequadamente, que reclusos muçulmanos não poderiam ser recusados os seus direitos da primeira emenda à constituição,

dando-lhes, e ainda bem, o direito de celebrarem com a sua refeição tradicional a conclusão do perío-do sagrado do Islão: o Ramadam. É que as entidades prisionais, sempre muito entendedoras de tudo, haviam determinado que este acontecimento religioso não tinha “grande importância para o Islão.” Com a clausula “igualdade judi-cial debaixo da lei”, a juíza, filha de emigrantes, tem evidenciado, várias vezes, a filosofia de que as leis existentes para protegerem as crianças, os trabalhadores, as mi-norias e os marginalizados, não podem ser ignoradas pelos tribu-nais. Aliás, a própria, ao aceitar a nomeação, disse: “esforço-me por nunca esquecer as conse-quências das minhas decisões no mundo real, quer a nível de indi-víduos, quer nas empresas e no governo.” Discordando com a opinião da maioria, a juíza recusou aderir à decisão tomada por dois colegas seus, que desnudava um aluno duma escola pública americana do direito de estar livre de discri-minação racial. Há que salientar que o presidente da coligação la-boral AFL-CIO, John Sweeney, elogiou o trabalho da magistrada como sendo uma defensora dos “direitos que todos os trabalha-dores têm de nos seus empregos estarem livres da discriminação racial e de serem pagos venci-mentos decentes previamente acordados pelas entidades patro-nais.” Por último, e por ter tomado estas e outras posições, que defendem o cidadão comum, porque tal como também afirmou o presi-

dente a juíza: sabe como o mun-do funciona, como as pessoas comuns vivem”, a direita ameri-cana já começou os seus assaltos. Uma dessas vozes foi a de Wendy Long, directora jurídica da Rede de Confirmação Judicial, um eu-femismo para uma organização conservadora que assalta juízes que interpretam a lei como sen-do a favor de todos os cidadãos e não apenas de uma mera elite. Numa afirmação feita à comu-nicação social, Long disse que a juíza Sottomayor é: uma activis-ta liberal de primeira ordem que acredita que a sua agenda política pessoal é mais importante do que a própria lei.” Claro que tal afirmação não po-deria estar mais longe da ver-dade. A realidade é que a juíza Sónia Sottomayor é considerada uma mulher do centro/esquerda, mas muito mais do centro do que da esquerda. Tentar pintá-la como uma ideóloga da esquerda, é absolutamente, ignóbil e incor-recto. Apesar da propaganda já lançada, alguma mesmo vil, a juíza, para descontentamento de muita gente na esquerda não é, nem por sonhos, para a esquerda americana, o que Samuel Alito e John Roberts são para a direita. Como é sabido, a constituição americana estabelece que as no-meações têm quer ser ratificadas pelo Senado. Apesar dos grupos mais reaccionários do Partido Republicano, aliados ao actual patrono do mesmo partido, o lo-cutor “Patrão” Rush Limbaugh,

já terem desferido, com toda a ferocidade, a campanha de ata-que, os Senadores, e as vozes mais moderadas e mais respeita-das dos republicanos, estão muito caladinhas. É que eles bem sa-bem que esta é uma batalha in-vencível. Num momento em que o dois partidos cortejam o voto, cada vez mais influente, dos his-pânicos, num momento em que a comunidade hispânica celebra a grande vitória de ter pela primei-ra vez alguém deste grupo étnico no Supremo Tribunal de Justiça, uma batalha sórdida do Partido Republicano é, simplesmente, suicídio político.Digam o que disserem as vozes retrógradas do Partido Republi-cano, e as vozes desarmónicos da ala mais à esquerda do Partido Democrático, esta foi uma esco-lha fulgurante e traz ao Supremo Tribunal outra frescura e outras vivências. Traz ao Tribunal uma faceta da verdadeira América, uma América multicultural que é rica, justamente porque possui uma enorme diversidade étnica. É que quer queiram quer não, tal como disse o Presidente Obama: “quando Sónia Sottomayor subir os degraus de mármore e assumir o seu cargo no mais nobre tribu-nal do país, os Estados Unidos terão dado mais um passo impor-tante no rumo da realização do ideal gravado no frontispício da-quele tribunal: “justiça equitativa sob o domínio da lei.”

Memorandum

João-Luís de [email protected]

Vamos tentar recolorir alguns dos eventos vividos (1953/63) na periferia da antiga

(mas sempre remoçada) Escola Industrial e Comercial de Ponta Delgada, ali mesmo na rua do Mercado. Vão permanecer na penumbra, em lista de espera, as referências aos episódios rela-cionados com o percurso adoles-cente do desassossego cultural da minha geração. Naquela zona, como se lembram, para além do edificio solaren-go (hoje sede da Escola Roberto Ivens), não havia ermidas para rezar antes dos exames; havia, isso sim, uma colecção de lojecas e tabernas que tinham por missão desafiar o apetite juvenil com as suas famosas iscas de fígado ou com as gostosas postas de moreia frita: os petiscos do ti Zé vinagre, por exemplo, tinham o condão singular de reclamar a presença do famoso dedalinho de vinho-de-cheiro. Naquele tempo, basta-va um “quartilho-anão” daquele santo vinhinho do ti Zé Vinagre para que a coragem crescesse no peito da rapaziada; alguns fica-vam depressa com o coração a latejar, e aquilo era um tal urdir poesia em louvor das abençoadas pequenas do curso de Formação Feminina, tão habilidosas de

mãos para os bordados da imagi-nação... Para quem preferisse gelados, a mercearia do Sô Borges era a mais concorrida. Por outro lado, a cervejaria Carioca, ali mesmo em frente ao portão central do mercado da Graça, era na altu-ra o oásis para o aliciante café-expresso servido pelo Sr. Alves, elegante cultor do estilo italiani-zado tão apreciado pelas “senho-ras da liga” da época... 1 – fala antiga com sotaque moderno

Hoje apetece-me contrariar a tendência que a minha geração cultiva de enterrar o passado no túmulo do soldado deconhecido do destino. Lembro ainda a memória da-queles jovens que não teriam morrido nas matas africanas, nos anos 60, caso a democracia tivesse chegado a Portugal vinte anos antes. Perfilo-me agora em preito de homenagem (singela mas muito sentida) à memória daqueles antigos alunos da nossa Escola, cuja vida lhes foi ceifada ainda em tenra idade, durante o horroroso equívoco colonialista: Carlos Faria, Norberto Pacheco, José do Rego Rebelo… e outros, muitos outros!

Gostaria ainda de referir outros colegas que permanecem na nos-sa memória embora, felizmente, não pelos motivos dramáticos acima apontados. Por exemplo, nos anos de 1950/57, quem pode-ria igualar o “nosso” David Re-sendes na arte de “narrar” filmes? A sua comunicabilidade inata e ritmo interpretativo eram motivo de pasmo para dúzias de colegas que, à segunda-feira, junto ao muro da cantina, não falhavam presença para ouvir (reviver) a narração do filme que David ha-via presenciado na matinée do Domingo anterior. A pequena as-sistência era toda “ouvidos”, gra-ças à sua prodigiosa capacidade: imitar as sonoridades do tiroteio à saida do bar-room; reprodu-zir o diálogo entre o “rapaz” e a “rapariga”, que não raro culmi-nava com o demorado “chupão” da praxis... até que a estuporada legenda “the end” vinha (impie-dosamente) atenuar o alvoroço adolescente... E que dizer daqueles outros cuja aptidão artística nem sempre era levada a sério? Muitos talvez estejam ainda recordados da pa-catez mental da nossa gente: na-quele tempo, o talento artistico era considerado maluqueira de excêntricos! Recordo, por exem-plo, o que aconteceu ao Gustavo

(talentoso fotógrafo e teimoso so-brevivente do destino, algures na comunidade do sudeste de Mas-sachusetts). Um belo dia, a nossa professora de desenho “apertou” com ele para executar um traba-lho geométrico que exigia com-passo, tira-linhas, esquadro, e tudo! Com surpresa geral da tur-ma, antes de concluir o trabalho, o aluno foi expulso da sala. Mas afinal, porquê? Ora aconteceu que em vez de traços geométri-cos, o “nosso” Gustavo resolvera criar uma “maluqueira” maravi-lhosa de perspectivação e ritmo plásticos, povoada de piratas-as-tronautas e foguetões espaciais; naquele tempo, aquilo significa-va uma ousadia pouco recomen-dável: os meninos “bim-sinados” eram aconselhados a pintar ca-ravelas com enormes cruzes nas velas para avivar e glorificar a epopeia ultramarina…Por outro lado, não seria justo es-quecer alguns daqueles que fica-ram pelo caminho, no “vale dos

caídos” da pouca-sorte. Uma bre-ve referência emocional ao Ran-Ran. Acaso lembram-se dele? Sim, é esse mesmo! Apesar da sua humaníssima fealdade ser-vida por uma tonalidade de voz vinda do além-tumulo, o Ran-Ran não sabia mentir àcerca da meiguice dos seus vícios, porque era “criatura” geralmente estima-da pela rapaziada-estudante que não trazia na pele o selo-branco de “menino-família”. Ran-Ran mantinha-se vivo graças ao ma-gro sustento como engraxador de sapatos. É pena que a memória colectiva se tenha esquecido de que chegou a ser campeão açoria-no de ping-pong (ténis de mesa), ao serviço da camisola do “seu” Micaelense Futebol Clube... Continuamos a aprender que o tempo é o detergente da história: falar antigo com sotaque moder-no não magoa o passado, apenas faz torcer as biqueiras da ima-ginação para os calcanhares da utopia...

Ressonâncias circum-escolares

“Uma mulher inspiradora”

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11COLABORAÇÃO

...o fenómeno do etanolcompanhias tais como “Pacific Ethanol” estão à beira da falên-cia. A industria do etanol está enfrentando tempos dificeis, mas os preços dos cereais continuam altos e produtos tais como “distil-lers grains” não estão disponíveis no mercado como seria de espe-rar. A crise económica global é apontada como causa do insu-cesso da industria do etanol. Não é segredo que o início da presente crise da agropecuária foi origina-da pelas demandas do Congresso para a chamada energia verde, que veio iniciar a competição das nossas mesas do almoço com o depósito de combustíveis dos au-tomoveis.A falta de empregos nos Esta-dos Unidos e nem só, é outro dos grandes motivos dos baixos pre-ços do leite. Nem só perdemos parte do mercado nacional, mas perdemos também uma quase to-talidade do mercado global tem-poráriamente, o que veio causar um desiliquibrio na oferta e pro-cura “suply and demand”. Aqui no Oeste os processadores do lei-te têm experimentado a controlar a produção devido à falta de ca-pacidade de fabrico, mas parece que o resultado não foi o sucesso que se esperava.

A indústria está enfrentando uma situação dificil, mesmo quando alguns indicadores são positivos, pois cada dia que passa vai fican-do mais fácil para os grandes da industria manipularem os merca-dos, que eles controlam, enquanto os dramas familiares continuam a desenrolar-se na produção do lei-te, sem a recompensa merecida.O progama Federal MILK está presentemente auxiliando a baixa dos preços entre Fevereiro e Ju-lho, mas é apenas nos primeiros 3 milhões de libras, o programa está desenhado para a média na-cional de produção e não para a média da California.Outros sinais positivos são: me-nos leite será produzido num futuro próximo devido à inter-venção do programa voluntário CWT que está comprando vacas para o mercado da carne. Mais de 200 milhões de libras de leite em pó magro comprado pelo Gover-no Federal foi encaminhado para programas do combate à fome; Preços a retalho pelos produtos do leite tem diminuido e estão mais em linha com os preços pa-gos à produção.A industria está tentando mobi-lizar-se com uma força Política Social para apresentar ideias que

a levem ao caminho do futuro, o caso é que o problema é sempre o mesmo, quando a força se acaba de organizar o futuro já passou sem solução.

O crescimento da indus-tria do etanol forçou os produtores de leite numa crescente incerteza nos preços das rações para os seus animais

Não foi há muito tempo que os Estados Unidos estavam no meio de um notável crescimento na produção de etanol. Novas unida-des fabris deste produto estavam nascendo por diversas regiões do País acompanhadas por grande número de outras unidades em construção. Enquanto o cresci-mento continuava em 2008, subiu considerávelmente os preços da matéria prima - o milho em grão por exemplo, subiu para $8.00 por bushel, (comparado com o normal de $3.00 para $4.00) causando uma intensa pressão económica aos produtores de leite, quando o custo de produção deste produto subiu para números nunca antes imaginados.Durante esta tumultuosa época, um crescente numero de produ-tores procuraram alternativas menos dispendiosas tais como “distillers grains” (DDG). Esse crescimento presentemente está reduzindo considerávelmente e

Temas de Agropecuária

Egídio [email protected]

Sabores da VidaQuinzenalmente convidaremos uma pessoa a dar-nos a receita do seu prato favorito, com uma condição - que saibam cozinhá-lo.

A nossa convidada nesta quinzena é Maria Manuela Coelho, nas-cida na Graciosa, casada com Francisco Coelho, residente em Gustine, California.

Filhóses Fritas5 libras de farinha2 barras de manteiga30 ovos1/2 copo de açucar1/2 copo de leite a ferver2 carteiras de fermento granu-ladoDesfaz-se o fermento num pou-do de água morna com uma colherzinha de açucar. Mexe-se e deixa-se levedar. Deita-se a manteiga no leite a ferver, deixando-se amornar. Batem-se os ovos bem batidos, vai-se caldeando a farinha e depois o leite com a manteiga e o fermento.Amassa-se como se fosse pão e deixa-se levedar.Depois de lêveda, pega-se num bocadinho da massa, abre-se para dar o formato da filhós e frita-se em óleo bem quente.Vai-se molhando as mãos em água para a massa não pegar.Depois de fritas, polvilha-se com açucar.

Bom apetite!

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12 1 de Junho de 2009COMUNIDADE

T.D.E.S. HOLY GHOSTJUNE 8 – 15, 2009

P.O. Box 1573 - 515 No. I St., Tulare, CA 93274St. Aloysius Church, 125 E. Pleasant

International Agri-Center, 4500 S. Laspina

A Comissão da Festa de Tulare, Divino Espirito Santo Cordialmente Convida a toda a Communidade

Para Participarem nos seguintes eventos:

Segunda-Feira 8 de Junho20h00 (8 da tarde) Terço cantado por Jose MenesesSeguido de abertura de exposição deImperios no salão do T.D.E.S.

Terça-Feira 9 de Junho20h00 (8 da tarde) TerçoContinuacão de exposição de Imperios

Quarta-Feira 10 de Junho20h00 (8 da tarde) Terço seguido bênção da massa doçeSessão de cumpriméntos pela Filarmonica Portuguesae destribuicão das rosquilhas, tradicão daIlha do Pico

Quinta-Feira 11 de Junho17h30 (5:30 da tarde) Briança com bezerros enfeitados ePezinho acompanhado, com os cantores:Manuel dos Santos, João Pinheiro, e João RodriguesSerão acompanhados pelos TocadoresDaniel Macedo, João Gravito, Manuel Lourenço,Rafael Ormonde e Helder Toste20h00 (8 da tarde) Terço, depois sera servido pão, queijo e vinho

Sexta-Feira 12 de Junho17h99 (5 da tarde) Terço17h30 (5:30 da tarde) Abre-se as portas do Inter. Ag Center20h00(8 da tarde) 6 toiros à corda da Ganadaria deCandido Costa de Wasco.Admissão $5.00 menos de 10 anos entrada gratisCom a presença da Filarmonica de Tulare

Sábado 13 de Junho11h30-12h30 Entrega de esmolas, a pessoas com Bilhetes.18h00 (6 da tarde) Terço, e trocas dasCoroas entre as Rainhas de 2008 e 2009Segue-se cantoria dentro do salãoCom os seguintes cantores:Manuel do Santos, Adelino Toledo, Jose Ribeiro,Joãn Pinheiro, João RodriguesAcompanhados pelos Tocadores:Daniel Macedo, João Gravito, Rafael Ormonde, Manuel Lourenço, Helder TosteAo ar livre haverá Musica com Herminio Lemos,Abertura do Bazar.

Domingo 14 de Junho10h00 Desfile do Salão T.D.E.S. Para a Igreja Católica de St. Aloysius11h15 Missa celebrada pelo Rev. Msgr. Rick Urizalqui e Rev. Raul Marta, acompanhado pelo Coro Portugues de TulareNo desfile teremos participacão das Rainhas, FilarmonicaDe Tulare, Filarmonica de Chino D.E.S., e as bandas dasEscolas secundarias de Tulare Western e Tulare Union,11h00 Sopas serão servidasDurante a tarde haverá leilão de ofertas e Bazar19h00(7 da tarde) servir-se-à Sopas novamente21h00(9 da noite) Grand March seguindo musica com Chico Avila23h00(10 da noite) Sortear-se-ão os nomes das familiasinteressadas em terem a Coroa do Espirito Santo nas suas casas.

Segunda-Feira 15 de Junho18h00 (6 da tarde) Corrida de Toiros nos terrenos do T.D.E.S.Pela Ganadaria Raminhense de Frank RodriguesAdimissao $5.00 menos de 10 anos entrada gratis

Sr. Queen: Mikella RibeiroAttendant: Morgan ParkerAttendant: Stephanie Ficher Jr. Queen: Justine CostaAttendant: Andrea JimenezAttendant: Lexi Borges

2009 OfficersPresident Joaquim & Ana Mattos Vice-President Dennis & Kassie RodriguesSecretary Joe & Fernanda Bernardo Treasurer Manuel & Alda LawrenceMaster of Ceremonies David Borges

1600 Colo-rado

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13COLABORAÇÃO

Aproveite a Festa de Stevinson para ver e visitar amigos

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14 1 de Junho de 2009TAUROMAQUIA

Uma primeira parte de luxo!Tarde de Gala para os Forcados

Tiro o meu chapéu à Tertulia Tauromáquica Tercei-rense pelo trabalho que teve na prepa-ração da lei sobre a Sorte de Varas. Tenho pena que a Tertulia não se tivesse aper-cebido da psicologia dos nossos deputados. Mal o Chefe (Carlos César) disse que não era a favor da sorte de varas, alguns deputados açorianos mudaram à ultima hora de opinião, porque pensaram no tacho e na reforma que poderiam perder caso contrariassem o mesmo. Isto não admira nada, pois alguns açorianos já em 1583 quando os espanhóis tomaram conta da Ter-ceira também ficaram espanhois de um dia para o outro. Já vem nos genes.

Pessoalmente eu nunca teria apresentado a Sorte de Varas para os Açores, mas sim para uma ou duas cor-ridas das Sanjoaninas. A Tertulia acreditou cedo de mais na honestidade de alguns deputados. E já agora vos digo, que mesmo que a lei tivesse passado, seria sempre uma lei hipócrita, de rebendita, até porque a grande maioria dos deputados açorianos não gosta de toiros.

Tiro o meu chapéu aos Forcados Amadores de Turlock pela comemoração dos seus 33 anos de activi-dade. Nos dias de hoje fazer tantos anos numa activi-dade tão complexa e perigosa como a da forcadagem, merece respeito.

Fiquei com o meu chapéu de banda, um tanto triste, por ver que a Praça de Stevinson não estava cheia até às bandeiras, como bem mereciam os Forcados de Turlock. Penso que a nossa comunidade poderia ter feito um esforço para comparecer naquela praça. Comprendo que a crise afecta muita gente e quero crer que foi por isso que ela não encheu comple-tamente.

Tiro o meu chapéu com muita reverência ao Steve Lemos, por durante 12 anos nos ter presenteado com belas pegas de muito valor e por ter sido durante muitos anos um dos bastiões do seu Grupo de Forcados. Vamos sentir a sua falta.

Tiro o meu chapéu a todos aqueles que vão fornecer toiros, cavalos e forcados para as Corridas a realizar em Setembro em Las Vegas.Até agora sabemos que as ganadarias de Manuel Costa, Frank Borba, Joe Souza, Açoriana e do Pico dos Padres, estão contratadas. Cavalos das Coudelarias M & M e Agualva e Forcados Amadores de Turlock.Se tudo correr bem é uma grande vitória para a nossa tauromaquia.

Quarto Tércio

José Á[email protected]

Praça de Toiros de Stevinson24 de Maio de 2009

33º Aniversário dos Forcados Amadores de Turlock

Cavaleiros - Paulo Ferreira, Filipe Gonçalves e Rui LopesGrupo de Forcados Amadores de TurlockLira Açoriana de LivingstonDirector - Duarte BragaToiros - 3 da Ganadaria do Pico dos Padres e 3 da Ganadaria AçorianaPraça quase cheia3 toiros do Pico dos Padres com bom comportamento, dois da Aço-riana mansos, com o quinto toiro aos repelões.

Eu sempre tenho dito que devemos le-var para casa sómente as coisas boas que se vêem nas arenas, por isso, fui para casa com os olhos cheios da pri-meira parte e das cinco pegas que os Forcados de Turlock efectuaram, com relevo para a extraordinária pega de Michael Lopes ao sexto da noite. Uma referência muito especial ao jo-vem Tony Martins que teve uma bela pega, trazendo o toiro muito bem tou-reado até cair na cornamenta. Uma boa lição para muitos forcados.

A primeira parte foi tão boa, que eu nem quero entrar em pormenores téc-nicos de cada um dos cavaleiros.Paulo Ferreira esteve em plano muito

bom perante um toiro com música, trapio e bravura. Citou, cravou, rema-tou, deu vantagem aos toiros, foi um autêntico profissional. Devemos agra-decer ao Paulo Ferreira todo o traba-lho que tem tido na preparação das quadras da Coudelaria M&M. Tem sido um trabalho de muito mérito que devemos reconhecer. Basta ver o tra-balho que os cavalos fizeram.Filipe Gonçalves com o seu toureio alegre e comunicativo, esteve sem-pre muito bem em frente ao segundo toiro, que lhe deixou fazer tudo o que lhe apeteceu. Foi uma actuação sere-na, bonita, artística, que entusiasmou a multidão.Rui Lopes, pela primeira vez pisando terras da California, vindo da Tercei-ra, mostrou no terceiro toiro todo o seu saber e a maneira certeira como cravou, deu indicações que quando se acostumar aos cavalos, fará ainda me-lhor. Esteve alegre e teve muito apoio feminino. O toiro era menos possante do que os seus irmãos, mas portou-se muito bem. Foi uma bela estreia na California.Foi uma primeira parte de luxo, boa em qualquer parte do mundo.Na segunda parte tudo mudou. Os toiros da Açoriana estiveram muito abaixo das expectativas criadas para esta corrida.O quarto e sexto toiros foram man-sos e o quinto manso foi, mas com a característica de, quando queria, dava valor ao trabalho do Filipe Gonçalves, que teve cravações de muito mérito.

Infelizmente, quer Paulo Ferreira quer Rui Lopes, nada puderam fazer com a matéria apresentada na segun-da parte.

As PegasNo fim da primeira lide e antes da pega, notou-se que o toiro tinha rom-pido a bola e apresentava o corno em estado normal, o que poderia preju-dicar a pega. Assim entendeu e bem o Director da Corrida que o mandou para dentro. No entretanto o grupo es-tava formado e de repente o toiro que estava em frente à barreira, virou-se e correu para o grupo e quase sem preparação Frank Parreira ainda ten-tou pegá-lo, o que não foi possível.A partir daqui as pegas foram em crescendo, sempre boas. Jason McDo-nald, Tiago, Tony Martins, Steve Le-mos e finalmnte a pega da tarde, a de Michael Lopes, a fechar a corrida co-memorativa dos Forcados de Turlock. Grande pega. Grande momento para os forcados de Turlock.Se não tivesse havido o problema do primeiro toiro, poderia ter-se assisti-do a uma coisa quase inédita - pegar seis toiros à primeira vez. Ficará para uma outra vez.Duarte Braga esteve bem.

A pega da tarde ao sexto toiro por Michael Lopes O Adeus de um grande forcado, Steve Lemos - 12 anos a pegar toiros

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15PATROCINADORES

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16 1 de Junho de 2009RADIO

No passado dia 16 de Maio teve lugar a inauguração dos novos estúdios da Rádio Comercial Portuguesa, KSQQ 96.1FM Sté-reo, em edifício especialmente construído para o efeito. Segundo o seu proprietário, Batista Vieira, este era o seu sonho de há vários anos que faltava realizar. A longa es-pera de licenças para a construção, foi maior que o tempo de construir, para uma pessoa que está habituada a fazer tudo depressa e sempre com olhos postos no futuro, e em chegando o dia, a alegria não se fez roga-da, para receber não só o Grupo Folclórico Tempos de Outrora, que actuou em algumas modas de S. Jorge, como as Bandas de Mú-sica Portuguesas, de São José e Santa Clara, cujos instrumentos brilharam ainda mais sob o Sol escaldante do dia.Não faltaram, porém, na recepção, refres-cos, vinhos, frutas, doces e saborosos ape-ritivos para manter o espírito contente das muitas gentes, convidados e público em geral que acudiram a visitar a nova e bela estrutura que alberga, de certo modo, muito do sentir da Alma Portuguesa, pela notícia, pela música, pela publicidade e pelas pala-vras que todos os dias os locutores da esta-ção transmitem para quantos fazem deles a sua companhia.Para além de uma visita guiada pelos estu-dios a quantos por lá passaram e demons-tração de como comunicar com os ouvintes, a bênção foi dada pelo pastor das Cinco Chagas, Father Tony Mancuso, que não poupou elogios aos Portugueses pela sua persistência, coragem e trabalho árduo, de querer sempre manter neste País as suas raí-zes culturais, já também através dos muitos Templos religiosos, não só na Califórnia, mas em muitos outros lugares, onde a sua presença se tem feito notar.A festa de inauguração, foi um sucesso, para “um homem de sucesso”, conforme Batista Vieira, para o qual conta com o respaldo de uma esposa leal e constante, Dolores Vieira, seus filhos Davide e Joseph, numa obra, que apesar da crise actual, procuram a todo o custo conservar, de modo que a Língua Por-tuguesa tenha presença e eco futuros.

Tribuna Portuguesa, que também lá esteve e registou alguns dos momentos felizes, dese-ja as maiores Felicidades aos Proprietários, para bem da nossa Comunicação Social.

Filomena Rocha

Família Vieira - Batista, Dolores, Nicholas, Ethan, Lina, Joseph, Teresa e Davide

Aida Barbosa no espaçoso Estudio 1

Hélia Zeferino no Estudio 2Filomena Rocha no Estudio 1Esq - Grupo Folclórico Tempos de Outrora e Banda da Nova Aliança. Ver mais na pág. 18

Sonho de Batista Vieira realizado

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17

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18 1 de Junho de 2009RADIO

A Festa da KSQQ - um dia para recordar

Filomena Rocha até encontrou dois amigos da Terceira, Hélio e Fernanda Cunha Melo.O Abílio de Sousa sempre presente em todas as festas da nossa comunidade.Os sobrinhos de Batista Vieira, Paulo e Pedro Vieira Santos, no Estudio 3, com muito esti-lo e como não podia deixar de ser numa inauguração, o melhor da culinária portuguesa.

Foi Jim Petrucci, o engenheiro da nova estação, que montou toda a aparelhagem.

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19COMUNIDADE

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20 1 de Junho de 2009

A I.D.E.S. sauda toda a comunidade Portuguesa da

California e

Deseja que o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, seja passado em harmonia, alegria e sentido comunitário.

COMUNIDADE

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21PATROCINADORES

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22 1 de Junho de 2009COMUNIDADE

UEFA CHAMPIONS LEAGUE

Barcelona foi o melhor

Com a vitória do Barcelona na final da UEFA Champions League, em Roma, a Espanha tornou-se na mais bem-sucedida nação na história da Taça dos Clubes Campeões Europeus, pois foi a 12ª vez que uma equipa da Liga espanhola se sagrou campeã europeia de clubes.

Portugal em sextoAté à final desta quarta-feira, no Stadio Olimpico, Inglaterra, Espanha e Itália tinham todos visto clubes do seu país erguerem o troféu em 11 ocasiões, mas

a vitória do Barça sobre o United permi-tiu à Espanha isolar-se no topo da lista. Alemanha e Holanda são as nações que surgem a seguir na classificação, ocupan-do em conjunto a quarta posição, com seis vitórias alcançadas pelos clubes dos respectivos países, embora as formações da Bundesliga já tenham disputado 13 finais, contra oito de equipas do campe-onato holandês. Portugal vem no sexto lugar desta lista, graças aos dois títulos europeus conquistados tanto por Benfica como pelo FC Porto.

Triunfos solitáriosNenhum outro país soma mais do que um título europeu de clubes, tendo as equipas francesas falhado por cinco vezes no jogo decisivo, deixando a vitória do Olympique de Marseille em 1993 como o único sucesso dos clubes gauleses na competição. A ex-Jugoslávia (FK Crvena Zvezda, 1991), Escócia (Celtic FC, 1967) e Roménia (FC Steaua Bucureşti, 1986) também festejaram o título de campeão da Europa de clubes por uma vez, en-quanto Bélgica (Club Brugge KV, 1978),

Grécia (Panathinaikos FC, 1971) e Suécia (Malmö FF, 1979) viram os seus clubes saírem derrotados na única ocasião em que atingiram a final.

Domínio RealO Real Madrid CF continua destacado na liderança da lista de vencedores da com-petição, com nove títulos de campeão da Europa – o último dos quais em 2002 –, mais dois do que o AC Milan, que soma sete e conquistou o troféu pela última vez há duas temporadas. O Liverpool

FC totaliza cinco títulos, mais um que AFC Ajax e FC Bayern München, seguindo-se o United com três. O Barcelona surge com três troféus, mais um do que outras seis equipas, com dois títulos de campeão europeu no seu palmarés, entre as quais se encontram Benfica e FC Porto

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Junho

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26 1 de Junho de 2009ARTES & LETRAS

Tomaz Borba Vieira, entre a pena e o pincel O Carcereiro da Vila e outras estórias

Poderia começar fazendo um registro de sua biografia, citando sua formação acadêmica: o curso de Pintura na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa (1958-1963),a passagem pela Fundação Calouste Gulbenkian,em Portugal(1962),a Acade-mia de Belas Artes de Florença (1966), o curso de Mestrado em Educação Artística, na Universidade de Boston (1983-1985) ou

o valioso percurso artístico referenciado em quase uma centena de obras, ensaios, artigos assinados pelos mais renomados escritores e críticos de arte. Ou, ainda, ci-tar as dezenas de artigos e textos para ca-tálogos de exposições saídas de sua com-petente e expressiva lavra. Este é o Tomaz Vieira – o artista que com o pincel traça narrativas cromáticas sobre a vida, cul-tura, coisas & gentes que estão no Meio Atlântico – os Açores.Mas, qual nada! Entrei por outro caminho – a Canadá do Castelo – e fui atrás do ho-mem- escritor que traz a alma no olhar e me enterneceu com sua escrita suave como na novela “Herdar Estrelas”(2000), nos belos contos de”Degrau de Pedra”(2002). Se “a escrita é como o nosso corpo – para onde vamos com este levamos-lhe colado o espírito”, nas palavras sábias do amigo e escritor Daniel de Sá, e fui ao seu encon-tro nas páginas de “O Carcereiro da Vila – e outras histórias”. Encontrei um ilhéu atento ao seu universo e ao mundo circun-dante, um observador reflexivo do tecido social, em constante diálogo com memó-rias suas e de sua gente. Tomaz Borba Vieira é açoriano, nascido na Ilha de São Miguel, na cidade de Ponta Delgada. Na escola primária aprendi que “Ilha é uma porção de terra cercada de água por todos os lados.” Apenas a defi-nição, nua e crua – “um espaço geográfico circundado de água.” Nem uma referência ao infinito que se descortina de suas jane-

las abertas para o mundo, ou de sua gente que carrega a Ilha dentro de si, nas suas entranhas, que deixa transparecer no olhar a comunhão telúrica com o mar e traz na pele o sabor do sal. “Porque se nasce numa ilha o mundo é todo ilhas” escreveu José Martins Garcia in: Signo Atlântico, (1984). Nestes vinte e um anos, de muito ir e vir aos Açores, conheci outras definições, conceitos, ideias sobre o que é uma Ilha, o sentir e ser ilhéu e o viver numa delas. A minha “Ilha”, a de Santa Catarina, foi povoada por milhares de ilhéus – “os vos-sos” e que hoje são “ os nossos,” frutos de uma errância histórica. Nossos nomes de família se assemelham e se identificam. Na margem de cá, muitos acreditam que têm “um pezinho” nas ilhas açorianas. Como os “Borbas”, baleeiros, devotos do Divi-no, de Barra Velha e de Penha, no norte catarinense e os “Vieiras,” oleiros de São

José da Terra Firme ou os nobres herdeiros de sesmarias no planalto catarinense e no Rio Grande do Sul. No meio desta irmandade Atlân-tica está Tomaz Borba Vieira, quem sabe não terá ele,também, “um pezinho” posto cá, na “terra dos esquecidos” ? Vai saber, há de ter... Quem duvida?A Ilha de São Miguel, onde nasceu Tomaz Vieira, é uma Ilha grande, maior que a de Santa Catarina. Ambas, por sua beleza, cantadas em prosa e verso. A de

Santa Catarina é a Ilha da Magia ou a Ilha das Bruxas.Título plenamente justificado. A de São Miguel é chamada de Ilha Verde e também esconde seus mistérios aními-cos. O que é incontestável. Sim, a Ilha da São Miguel onde nasceu Tomaz Vieira é mesmo maravilhosa! Ilha de afetos fecun-dos. Provocante, faz brotar sentimento de embriaguez por sua luxuriante paisagem, uma profusão de tons de verde das cripto-mérias, do verde-forte do incenso, da sua-vidade das acácias, do perfume doce das conteiras debruçadas nas ribeiras. Há mui-to caí de amores por esta sinfonia de cores, de sons, de cheiros e dela fiquei enredada para sempre, apaixonada, amante. “Ilha das minhas paixões-vivas cercadas pelo oceano” entrega, afinal, o verso, tomado emprestado do poeta ilhéu Semy Braga. Quando aí estou me perco contemplando o mar azul profundo em contraste com a ne-gra areia e a rocha vulcânica tal qual uma esfinge com rosto de cão, o verde-garrafa dos campos lavrados entrecortadas por muros de pedras serpenteados por um co-lar de hortênsias iluminadas pelo sol, em tarde de abril-primavera, a estação da vida,do desabrochar “(...) gerando lilases em terra morta, misturando memória e de-sejos, caldeando raízes adormecidas com chuvas primaveris (...)”ensina o poema The Waste Land, de T.S.Eliot.É no cenário fascinante da Caloura, Junta de freguesia de Água de Pau,no Concelho da Lagoa, rodeado por jardins imensos,

que vive Tomaz Vieira e sua Conceição. Lá está o seu atelier e o Centro Cultural da Caloura, um paraíso encravado em ou-tro, onde expõe sua arte e arte de tantos quantos foram acolhidos naquele colendo espaço dedicado à cultura e às artes. Ilha Grande e Aberta! Exclamo com a petu-lância de quem olha à distância ou à mar-gem. No entanto, sabe reconhecer a arte liberta,cheia de luz que atravessa a obra, que transborda no mundo lírico e oníri-co de Tomaz Vieira, onde o pincel escreve ou faz vibrar sons,sinfonias solfejadas em clave de Sol, desvirginando a alva tela so-bre um cavalete aberto para o universo do homem. Em cada quadro sua arte pictórica expressa a narrativa visual, o patrimônio espiritual açoriano. A sua escrita,pinceladas de letras e pala-vras, que em todas as nuances do arco-íris contam histórias e estórias de sua gente. Vai além, oferece uma gama de in-formações em sua narrativa com o intuito de desnudar personagens e perfis. Sobre-põem-se o pintor e o escritor que, sem au-mentar um ponto, vai desenrolando seus

contos com arte e alma e deixa a gente se embrenhar por freguesias e vilas, sonhos e desejos. Riquezas de um cotidiano insular captadas com acuidade do olhar, do pintor e a alma do homem escritor. Imagens es-pelhadas nas telas e nas páginas do livro. Um encontro de inegável beleza. Histórias que não cansava de ouvir, ouvir e ouvir contar e que ficaram tatuadas na memória ou no coração. Agora, com a elegância da pena volta a contar e (re)contar e contar, transmitindo-as na palavra escrita e no traçado suave do desenho, em ilustra-ções que emolduram com graça singu-lar cada narrativa, seja real, ou fruto da imaginação. Em recente e-mail, escreveu Onésimo T.Almeida uma afirmação, que reproduzo, embora o contexto fosse outro ela vem bem a calhar: “A história é feita de estórias e as estórias baseiam-se muitas vezes em mitos. Os seres humanos parece que precisam deles para viver”Por Santa Bárbara,Yansã! O que seria de nós sem as fantasias que po-voam o nosso imaginário e estar nas asas do vento,na nuvem passageira, na conste-

Lélia Nunes

Diniz [email protected]

Apenas Duas Palavras

Não tem sido fácil manter esta página literária. Há cada vez menos gente com disponibilidade para colaborar. Porém, remaremos, por vezes contra a maré (nem sempre cheia) e tentaremos manter viva a única página literária num jornal de língua portuguesa nos EUA. Hoje, e graças à nossa amiga e distinta colaboradora Lélia Pereira Nunes, temos um trabalho sobre o excelente artista açoriano, Tomaz Borba Vieira. É que tal como escreve a Dra. Lélia Pereira Nunes, Tomaz Borba Vieira é: “o artista que com o pincel traça narrativas cro-máticas sobre a vida, cultura, coisas & gentes que estão no Meio Atlântico – os Açores.”

Abraços

diniz

lação de estrelas ou no rastro prateado da Lua Cheia que iluminam as noites de verão. É de casos e ocasos que, enriquecidos pela estética da narrativa e a arte de Tomaz Vieira, fala “O Carcereiro da Vila e outras estórias”, onde a ficção e a realidade se encontram revelando no traçado do desenho e na escrita criati-va aquele “quê” de místico ou de sal-vaguardado de uma memória que trans-borda do passado em águas do presente a deslizarem intensamente em direção ao mar. Fonte: “O Carcereiro da Vila e outras estórias” Ponta Delgada, Ed. Artes e Letras, 2009.

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SJSU’s King Library honors Portuguese Heritage Collec-tion, displays Portuguese exhibit

Last May 9, San José State University’s Dean of the Dr. Martin Luther King, Jr., Dr. Ruth Kifer, hosted a donor apprecia-tion dinner.Among the donors were two tables of key contributors to the Portuguese He-ritage Collection, the first European col-lection at that library. Led by Bernadine and Lionel Goularte, these Portuguese-American community leaders were able to collect a minimum of $25,000 to cre-ate an endowment for the collection. The Portuguese Heritage Collection and Bernie and Lionel Goularte were recog-nized by Dean Kifer.

Portuguese Exhibit onDisplay May 21-Sept. 30

Opened since May 21, the second floor of the King Library serves host to a spe-cial exhibit — “Portugal: Age of Disco-veries and the Story of a Volcano.”The Portuguese Discoveries panels exhibit provides a comprehensive and interesting story of the role that the Portuguese mariners played in opening communication and trade between Eu-rope and many other parts of the world.The Capelinhos Volcano exhibit des-

cribes aspects of the eruption on the is-land of Faial, beginning on September 27, 1957 and lasting more than a year, destroying villages in a section of the

island and dislocating a large number of families. The exhibit tells how, as a consequence of this dislocation, a new group of Portuguese immigrants were brought to the United States. These new immigrants helped revitalize interest in Portuguese heritage and culture throu-

ghout California.For more information, please contact Lionel Goularte (510)797-7585. This exhibit is sponsored by the Portugue-

se Heritage Society of California (510) 797-7585.

About the Library

The Dr. Martin Luther King, Jr. Library is the largest, all-new library west of the Mississippi, an innovative collaboration which has created an invaluable com-munity resource open and free to all. A feast for the mind, as well as the eyes, the King Library boasts a collection of roughly 1.5 million items as well as de-lightful public art installations awaiting your discovery on every floor.Dr. Martin Luther King, Jr. Library150 E. San Fernando St.San José, CA 95112(408) 808-2000May 26 - August 23, 2009Monday - Wednesday 8:00 AM - 8:00 PMThursday - Saturday 9:00 AM - 6:00 PMSunday 1:00 PM - 5:00 P

Community leaders Lionel and Bernardine Goularte

Dia de Portugal

portugueses e r v i n g t h e p o r t u g u e s e – a m e r i c a n c o m m u n i t i e s s i n c e 1 9 7 9 • e n g L i s h s e c t i o n

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The 10th of June is our National Day. The day when we remind ourselves of who we are — proud Portuguese — regardless of where in the globe we happen to reside.In years past, the Dia de Portugal came and went in the Golden State without much fanfare except for the annual banquet to place some honorary commendations on some proud (and sometimes inflated) chests.Thank goodness for a group of community le-aders who believed that our day needed much more than that and that multiple celebrations could take place throughout the state.The now traditional Dia de Portugal festival returns once again to Kelley Park where we proudly display our own Portuguese Heritage Museum. But the party is not the same without everyone coming and enjoying themselves. So look over the many celebrations taking place all over this state and participate. Bring out those Portuguese flags, jerseys (even if from Benfica or FC Porto), and play Portuguese music on your car radios and iPods (even if Pimba music) — what’s important is to show a little bit of our pri-de in who we are.

Dia de Portugal Award

The Luso-American Education Foundation Dia de Portugal Award is being presented to my friend and role model, Lionel Goularte, next June 7. Lionel is a true community leader who seeks the best for the Portuguese-American community of California. His contributions in-clude significant donations and leadership posi-tions with the Portuguese Heritage Museum, the Portuguese Heritage Publications of California, the Portuguese Heritage Collection at the Dr. Martin Luther King, Jr. Library, the Portugue-se Studies Program at San José State University, Dia de Portugal Festival, among so many other institutions.Congratulations on yet another recognition (Lio-nel is not one of the inflated chests) even if only missing equal recognition for his better half — Bernadine.

US Reps hail implementation of Dairy Export Incentive ProgramWASHINGTON, D.C.— Following mon-ths of work by Congressmen Jim Costa (D-Fresno) and Dennis Cardoza (D-Atwa-ter), the USDA announced that it will ac-tivate a far-reaching subsidy program that has been sought by Valley dairy operators since last year when the industry was hit with significant economic challenges. Agriculture Secretary Tom Vilsack made the announcement in Washington, DC. “Dairy families in our Valley are stru-ggling to stay in business. They’ve endu-red high feed prices, surging fuel costs and declining markets due to the economic downturn. This announcement could not have come at a more important time,” said Costa. “This is a tremendous win for the

San Joaquin Valley. Agriculture is the life blood of our economy and this will signi-ficantly reduce the stark gap between re-venue and expenditures for our struggling

dairy operators,” said Congressman Car-doza. The Dairy Export Incentive Program (DEIP) helps U.S. dairy exporters compe-te with prevailing world prices. It also en-courages the development of international export markets in areas where U.S. dairy products cannot compete due to subsidi-zed dairy products from other countries. According to USDA, the DEIP allocations of 68,201 metric tons of nonfat dry milk; 21,097 metric tons of butterfat; 3,030 me-tric tons of various cheeses and 34 metric tons of other dairy products, as well as in-dividual product and country allocations will be made available through Invitations for Offers. “This is going to go a long

way in returning the health of the indus-try,” said Ray Souza, President of Western United Dairymen. “Congressmen Cardoza and Costa have been working on this issue for some time and have been champions for us. Without their work we wouldn’t be where we are today.”

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28 1 de Junho de 2009FESTAS

Corrida de Toiros8 de Junho de 2009

Praça de Stevinson, as 8 horas da noite

6 Bravos Toiros 6da Ganadaria Açoriana

PAULO FERREIRA

ISRAEL TELLEZ

Forcados Amadores de Turlock

Admissão - $20.00

Os portões abrem as 5 horas

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29ENGLISH SECTION

IDES Supreme Youth PresidentCHRISTINE MAY DASILVA – TESTIMONIAL DINNER/DANCE AND FUNDRAISER

Saturday, May 9, 2009 at the IDES Council No. 14 Hall on “C” Street in Hayward, the Testimonial for the Supre-me Youth President of IDES Christine da Silva, was a big success, with an atten-dance of 200 people the event was full of enthusiasm and support from young and old. Christine dedicated her term of office to a cause very close to her heart “The cure of Breast Cancer”, Christine has been collecting funds throughout the year at various IDES functions and all the proceeds including from this dinner and until the end of her term in July of 2009 will be donated to the Susan G. Koman Foundation.The coordinator of the event, Liliana Lourenco, did a wonderful job at mobili-zing all kinds of volunteers working for

this memorable function. IDES Council 14 was very instrumental in the prepa-ration of this event, numerous officers and members of this Council contributed tremendously.The Mistress of Ceremonies of the eve-ning was Liliana Lourenco. One of the highlights of the evening was the recognition of Breast Cancer Survi-

vors present, a very touching ceremony with a speech about awareness of Breast Cancer by Maria Silveira, a Breast Cancer Survivor herself. The honoree of the evening, Christine Da-Silva was also the birthday girl born 20 years ago that day. Many of Christine’s friends from college attended the event which made very special for Christine and as a surprise her big sister Nicole

came from Arizona. One of the frien-ds from college said a few words about Christine and a large monetary donation for the cause was presented to Christine by the Secretary of her own Council No. 9 Al Antunes.Christine’s mother Maria Eugenia Da-Silva as the main speaker for the evening spoke about Christine’s life her role in the IDES and in the community speaking

highly of Christine’s character as young woman and as a daughter. Music was provided by the Band “The Revivals” enjoyed by everyone. An event to remember.

Consul General farewellThe League of Portuguese Fraternal Benefit Societies of California sponsored a farewell dinner honoring the Consul General of Portugal in San Francisco Dr. António José Alves de Carvalho and Spouse D. Teresa de Carvalho.The reception was held on Wednesday, May 20, 2009 at the Willow Park Golf Course Event Center in Castro Valley.League Officers and Representatives and League Past Presidents paid tribute to the Consul General and presented him with a League Resolution commending Dr. António José Alves de Carvalho for his leadership and contributions so generous-ly given for the enhancement and further development of the League of Portuguese Fraternal Benefit Societies of California as well as his committed service, dedica-tion and outstanding achievements during his term.One of the many special moments of the evening, and knowing the Consul General’s interest for the movie industry, was when League President Carolina Mazilu presented Dr. António José Alves de Carvalho with an “Oscar” trophy. All League Officers, Representatives and guests wished Dr. António José Alves de Carvalho and spouse D. Teresa sincere best wishes in their future endeavors.

Text: Carla CardosoPhotos: Carol Bates

Christine May da Silva, the Supreme Youth Presidente of I.D.E.S. with her parents

Monetary presentation by Mr. Al Antunes Breast Cancer survivors

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30 1 de Junho de 2009ENGLISH SECTION

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31FESTAS

Elk Grove e a sua bonita festa

Manuel Silva, Ludovico Mendes, João José Machado, Manuel Jorge Silveira e Roberto Neves. O cozinheiro mór não gosta de tirar fotografias, por isso não está aqui

Antonio e Eria Martins (Presidente), Nelia e Alberto Barcelos (Vice Presidente) , Francisco e Belmira Silva (avós da Rai-nha Grande, vindos do Porto Judeu, Ilha Terceira)

De 17 a 20 de Maio houve a recitação do Terço, e no dia 21, depois do Rosário se-guiu-se a Missa para os doentes.Na Sexta-feira houve a Grande Noite de Fa-dos com Arminda Alvernaz, vinda do Pico, Soria Mejdoubi, Avelino Teixeira, ambos vindos de Toronto, Canadá, Isalino dos San-tos, de Stockton, todos acompanhados por Helder Carvalheira (guitarra portuguesa), Manuel Escobar (viola de fado) e João Car-dadeiro (viola baixo).O mestre de cerimónias foi Vital Mestre.No Sábado houve almoço para aqueles que ajudaram a festa. Às 3 horas, vacada.Depois do Rosário serviu-se o jantar de caçoila, seguindo-se a apresentação das Rainhas e Direcção, acabando a noite com Baile pelo Alcides Machado.No Domingo, depois do pequeno almoço servido a todos os que participam na coro-ação, houve Missa pelo Rev. Eduino Silvei-ra.Depois das Sopas houve leilão de ofertas.Às 8 horas e antes do Baile serviram-se So-pas outra vez. O Conjunto Progresso fechou as festas da melhor maneira. Na sexta-feira seguinte, corrida de toiros na Praça de São João em Thornton, com o cavaleiro Sário Cabral e o matador Mário Miguel, com toiros do gana-dero Manuel do Carmo, de Elk Grove.

Madison Beals, Haley Quaresma (Rainha Pequena) e Lindsay Silveira

Aia Melissa Silveira, Ginger L. McCashill (Rainha Grande) e aia Andreia J. lopes

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32 1 de Junho de 2009ÚLTIMA PÁGINA